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Câncer Pulmonar em um membro Familiar: um olhar sistêmico

Giovana Ribeiro de Azevedo1, Thyago Ramon Batista de Medeiros1, Maria Eduarda


Siqueira de Medeiros1, Larissa de Araújo Batista Suarez2
Faculdades Integradas de Patos – FIP
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Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP

Resumo Expandido

Introdução: Atualmente o Câncer de Pulmão – CP é o segundo mais evidente entre homens e


mulheres no Brasil. Desde 1985 é considerado o primeiro em todo o mundo, tanto em
incidência quanto em mortalidade1. O CP é um tumor definido pela fragmentação dos
mecanismos celulares naturais do pulmão, consequências de estímulos carcinogênicos com o
passar dos anos, resultando ao desenvolvimento de células malignas. Sua extensão pode
acometer desde a traqueia até a periferia do pulmão 2. Os sintomas no estágio inicial
geralmente são discretos, no entanto, algumas incidências são alertas comuns, entre eles: tosse
persistente, escarro com sangue, rouquidão, falta de ar, dor no peito, perda de peso, entre
outros1. Incidências apontam que o desenvolvimento do CP pode estar relacionado a diversos
fatores, entre eles: exposição prolongada aos agentes carcinogênicos ambientais e
ocupacionais, ao tabagismo ativo ou passivo, a deficiência ou excesso de vitamina A, as
repetidas infecções pulmonares e a história familiar3. O câncer é uma doença que traz
transformações de grande impacto na vida, não da pessoa diagnosticada, mas também em seu
ciclo familiar e social. Ele constitui-se um estressor, trazendo profundas transformações que
exigem grande esforço adaptativo. As representações sociais existentes acerca do câncer, em
sua maioria, são associadas a dor, sofrimento e morte 5. O paciente ao receber o diagnostico
passa por inúmeras mudanças no aspecto biopsicosocioespiritual, dentre as mais evidentes
estão: limitações físicas, alterações na imagem corporal, afastamento das atividades laborais,
reavaliação dos valores, reorganização da rotina de vida, questionamento sobre o sentido da
vida e sobre a espiritualidade, entre outros4. Diante de um cenário psicológico de insegurança
torna-se de grande valia a presença e participação dos membros da família perante o
diagnóstico da patologia por um membro desse sistema, acompanhando-o em toda a evolução
ou finitude da doença. Objetivo: Identificar a importância dos familiares diante do
adoecimento e tratamento de um membro da família com câncer de pulmão, além de informar
causadores, sintomas e possíveis índices sobre o CP.

Descritores: Câncer Pulmonar; Família; Enfermagem; Psicologia.

Material e Métodos: A presente pesquisa é fundamentada em uma revisão bibliográfica. O


estudo foi fundamentado em livro clássico, dissertação e artigos digitais. A coleta de dados
ocorreu em março do ano de 2019, nas bases de dados eletrônicas: Google Acadêmico e
Biblioteca Virtual em Saúde – BVS., por cruzamento dos seguintes descritores da saúde:
“Câncer Pulmonar”, “Família”, “Enfermagem”, “Psicologia”. Utilizou-se como critérios de
inclusão: publicações dos últimos 04 anos, textos disponíveis na íntegra e no idioma
português. Foram excluídos os artigos internacionais, os repetidos nas bases de dados ou que
não estivessem de acordo com a temática.

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Resultados: Diante do diagnóstico e tratamento as consequências não são apenas individuais,
na maioria dos casos um membro da família, abre mão de projetos pessoais, comerciais, entre
outros, para acompanhar o familiar hospitalizado, é importante ressaltar que 90% dos perfis
de cuidadores de pacientes com neoplasias são mulheres 5. Pacientes e familiares passam por
diversos estágios de adaptação, quando informados sobre o diagnóstico, são eles: choque
inicial, barganha, depressão e a aceitação. Ao serem questionados sobre as principais
inquietações, os familiares relatam como era o sistema familiar e como se tornou após o
diagnóstico da doença, enfatizando a necessidade de reaprender a viver e a conviver com essa
nova e inesperada sobrecarga8. Outro dado extremamente relevante na família de pessoas
diagnosticadas com CP é que na maioria das vezes o ambiente familiar não corresponde com
o apoio que era esperado, ou que deveria ser requerido 5. Juntamente com o paciente, a família
passa por diversas manifestações psíquicas e comportamentais, tais como: medo, ansiedade,
angústia, impotência, fracasso, frustração, desamparo, insegurança, raiva, fantasias,
sentimentos de vulnerabilidade8,9,5. Com isso, a equipe interdisciplinar que atua diretamente
com a família, necessita trabalhar e incentivar alguns pontos indispensáveis para o bem-estar,
tais como: lidar com cuidadores e instituições, utilizar eficazmente os recursos disponíveis,
boa comunicação, conhecimento dos sintomas e ciclo da doença, participação nas diferentes
fases, responder às necessidades apresentadas, compreender o processo da morte, conviver
com as próprias emoções e o luto, entre outros9.

Conclusão: Conclui-se que, o Câncer de Pulmão é uma doença bastante frequente nos dias
atuais, embora a população não seja tão informada sobre os casos. Compreender o
diagnóstico, seu tratamento e suas reações se torna fundamental para o bem-estar da pessoa
acometida com a patologia. A família surge como peça chave na evolução dos cuidados, os
membros do sistema familiar devem compreender e dar apoio ao paciente, promovendo
cuidados especiais durante a existência da patologia, principalmente em episódios de
inquietações psicológicas e fisiológicas, agudos ou crônicos da patologia.

Referências
1. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer - INCA. Câncer de
pulmão. Rio de Janeiro: INCA, 2018. Acesso em: 01.04.2019. Disponível em:
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao.
2. Zamboni M. Carvalho WR. Câncer do Pulmão. São Paulo: Atheneu, 2005. ISBN
85-7379-730-4.
3. Barbosa MHPA. Projeções e tendências da mortalidade por câncer de pulmão,
traqueia e brônquios no Brasil. 2016. 67f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Centro
de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.
4. Vieira SC. Oncologia básica para profissionais de saúde. 1ª Edição - Teresina-PI.
EDUFPI, 2016.
5. Visoná F, Prevedello M, Souza EM. Câncer na Família: Percepções de Familiares.
Rev Enferm UFSM 2012 Jan/Abr; 2 (1):145-155. ISSN 2179-7692.
6. Volpato FS, Santos GRS. Pacientes oncológicos: um olhar sobre as dificuldades
vivenciadas pelos familiares cuidadores. Imaginário. 2007;13(14):511-44.
7. Barbosa A. Câncer, direito e cidadania. São Paulo: ARX; 2007.
8. Basso, LA, Marin, AH. Comportamento de apego em adultos e a experiência da
perda de um ente querido. Alethéia, 32(2), 92-103. 2010.
9. Crepaldi MA, Lisboa ML. Ritual de despedida em familiares de pacientes com
prognóstico reservado. Paidéia, 13,97-109, 2003.

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