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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO

LIDIANE DAMINELLI

A SISTEMÁTICA DE EXPORTAÇÃO DE MOVEIS RÚSTICOS DE


UMA EMPRESA DE MOVEIS E ESTOFADOS LTDA PARA O
REINO UNIDO – ESTUDO DE CASO

CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2010


LIDIANE DAMINELLI

A SISTEMÁTICA DE EXPORTAÇÃO DE MOVEIS RÚSTICOS DE UMA


EMPRESA DE MOVEIS E ESTOFADOS LTDA PARA O
REINO UNIDO – ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão do Curso, para obtenção do


grau de Bacharel no Curso de Secretariado
Executivo, da Universidade do Extremo Sul
Catarinense – UNESC

Orientador (a): Prof. (a) MSc. Tânia Mota

CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2010


LIDIANE DAMINELLI

A SISTEMÁTICA DE EXPORTAÇÃO DE MOVEIS RÚSTICOS DE UMA


EMPRESA DE MOVEIS E ESTOFADOS LTDA PARA O
REINO UNIDO – ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão do Curso, para obtenção do


grau de Bacharel no Curso de Secretariado
Executivo, da Universidade do Extremo Sul
Catarinense – UNESC

Orientador (a): Prof. (a) MSc. Tânia Mota

Criciúma, 01 de dezembro de 2010

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________
Profª Tânia Mota – Mestre – UNESC – Orientadora

______________________________________________
Profº Leonel Luiz Pereira – Especialista – UNESC

______________________________________________
Profº Maicon Henrique Aléssio – Especialista – UNESC
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho especialmente a Deus, ao


meu marido Edmar, à minha filha Hellen, à minha
mãe, aos meus irmãos e cunhadas e amigos por
estarem sempre comigo me apoiando e dando
forças para realizar esta conquista.
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por me iluminar diante das


dificuldades, dado me força, determinação e sabedoria para concluir essa etapa da
minha vida.
Ao meu marido Edmar, por me apoiar e acreditar em mim, porque sem ele
não teria realizado esta conquista.
À minha filha Hellen, por me compreender, incentivar me e ter aguentado
durante esses quatro anos a minha ida à UNESC todas as noites.
À minha mãe Ana, que sempre me apoiu e me ajudou em tudo que estava
ao seu alcance.
Ao meu irmão Alex e cunhada Maria, pelas noites em que pude contar
com eles para ficarem com a Hellen e por me mostrarem que no final sempre haverá
a recompensa.
Ao meu irmão Demerson e cunhada Lediane, que em todos os momentos
me incentivaram e por me mostrarem que não importava os problemas e as
dificuldades, eu iria conseguir.
À minha cunhada Cris e seu esposo Cide, por me ouvirem e estarem
presentes nesta caminhada.
Às minhas amigas do coração Suelen, Aline, Renata e Jamile, pelos
momentos difíceis, pelas conversas, pelas risadas, pelos trabalhados realizados com
grande êxito, enfim por esses quatro anos de convivência.
À minha orientadora Tânia Mota, que com todo seu conhecimento,
dedicação e interesse me auxiliou muito no desenvolvimento deste trabalho.
Agradeço a ela por toda a atenção e compreensão.
À coordenadora e todos os professores do curso que durante esses
quatro anos nos transmitiram conhecimentos, auxiliaram nos e nos incentivaram a
continuar e chegar até aqui.
A todos os amigos e parentes que, direta ou indiretamente, me deram
forças e esperança para a realização deste sonho.
“Todo o que persistir em pedir, receberá, e todo o
que persistir em buscar, achará, e a todo o que
persistir em bater, abrir-se-á.”

Mateus. 7: 8
DAMINELLI, Lidiane. Estudo da Sistemática de Exportação de Moveis Rústicos
de uma Empresa de Moveis e Estofados – um estudo de caso, 2010. 72 folhas.
Trabalho de Conclusão do Curso de Secretariado Executivo da Universidade do
Extremo Sul Catarinense – UNESC, Criciúma.

RESUMO

A exportação é uma atividade de mercado que está gerando várias oportunidades


para as empresas brasileiras nesses últimos anos, portanto para que as empresas
obtenham uma boa posição no comércio internacional é necessário ter o
conhecimento sobre os passos necessários a uma exportação, ou seja, como é
realizada a sistemática de exportação de determinado produto para determinada
parte do mundo. Esta pesquisa busca verificar quais as exigências para o exercício
neste ramo de atividade, portanto, para o credenciamento da empresa na Receita
Federal, quais os documentos utilizados na exportação do produto e quais os
procedimentos fiscais e cambiais de negociações adotados pela empresa de Móveis
e Estofados na exportação de móveis rústicos para o Reino Unido. Na metodologia,
a pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, documental, exploratória e de
abordagem qualitativa. Para obtenção de tais informações utilizou-se de fontes
bibliográficas e sites oficiais relacionadas ao tema. Realizada a análise de como se
procede ao credenciamento da empresa junto a Receita Federal, quais canais de
distribuição existentes e os documentos utilizados para o processo de exportação foi
confeccionado um questionário pré-elaborado para entrevista com o proprietário da
empresa pesquisada. Diante dos dados e das informações, constatou-se que a
empresa de Móveis e Estofados Ltda realiza as exportações através de comercial
exportadora, apenas fabricando seus produtos, deixando a operação de comércio
exterior, principalmente o desembaraço aduaneiro da mercadoria a ser exportada
com o despachante aduaneiro também contratado, concluindo-se, portanto, que
dentro da empresa não há funcionários habilitados para exercer este tipo de
atividade. Além do que, o fluxo de exportação é pequeno demonstrando que há
limitação na empresa na atuação no mercado externo.

Palavra-chave: Exportação. Sistemática. Conhecimento


DAMINELLI, Lidiane. Systematic Study of Rustic Furniture Export Company of
Furniture and Upholstery - a case study, 2010. 72 sheets. Completion of the work
of Executive Secretarial Course at the Universidade do Extremo Sul Catarinense –
UNESC – Criciúma.

ABSTRACT

The export market is an activity that is generating many opportunities for Brazilian
companies in recent years, so for companies to obtain a good position in international
trade is necessary to have knowledge about the steps needed to export, ie, how
performed the systematic export of certain items to certain parts of the world. This
research seeks to determine what the requirements for exercising this branch of
activity, so for the accreditation of the company in the Internal Revenue Service,
which documents used in export product and what the fiscal procedures and foreign
exchange trading by the company the Furniture & Upholstery rustic furniture export to
UK. In the methodology, the research is characterized as a case study, documentary,
exploratory and qualitative approach. To obtain such information was used literature
sources and official websites related to the topic. After the analysis of how to proceed
to the accreditation of the company with the IRS, which existing distribution channels
and the documents used for the export process, was made a pre-prepared
questionnaire to interview the owner of the company studied. Our data and
information, it was found that the company the Furniture & Upholstery Ltd holds
exports through export trading, manufacturing its products only, leaving the operation
of foreign trade, especially the customs clearance of goods to be exported with the
dispatcher Customs also engaged, in concluding, therefore, that in-house IT staff are
not entitled to exercise this kind of activity. In addition, the flow of exports is small
showing that there are limitations in the company's performance in overseas markets.

Key words: Exports. Systematic. Knowledge.


DAMINELLI, Lidiane. Estudio sistemático de muebles rústicos de
exportación de una empresa de Muebles y Tapicería - un estudio de caso, 2010.
72 hojas. Trabajo de Conclusión del Curso de Secretariado Ejecutivo de la
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, Criciúma.

RESUMEN

El mercado de exportación es una actividad que está generando muchas


oportunidades para las empresas brasileñas en los últimos años, por lo
cual para las empresas, para conseguir una buena posición en el
comercio internacional, es necesario tener conocimiento sobre los
pasos necesarios para la exportación, es decir, cómo realizar la
exportación sistemática de ciertos artículos a determinadas partes del
mundo. Esta investigación busca determinar cuáles son los requisitos
para el ejercicio de esta rama de actividad, por lo tanto, para la
acreditación de la empresa en el Servicio de Impuestos Internos,
cuáles son los documentos utilizados en la exportación de los
productos y cuáles son los procedimientos fiscales y de cambio
utilizados por la empresa de Muebles y Tapicería en la exportación
de muebles rústicos al Reino Unido. En la metodología, la
investigación se caracteriza por ser un estudio de caso, documental,
exploratorio y cualitativo. Para obtener dicha información se
utilizaron fuentes bibliográficas y sitios web oficiales relacionados
con el tema. Tras el análisis de cómo proceder a la acreditación de la
empresa junto a la Receta Federal, de los canales existentes de
distribución y de otros documentos utilizados en el proceso de
exportación, se realizó un cuestionario pre elaborado, para
entrevistar al dueño de la empresa estudiada. Ante los datos y las
informaciones, se contató que la empresa de Muebles y Tapicería
Ltda. Realiza exportaciones a través de una exportadora comercial,
apenas fabricando sus productos, dejando la operación de comercio
exterior, especialmente, el despacho aduanero de las mercancías que se
exportan con el despachante de aduana contratado, concluyéndose, por
lo tanto, que en la empresa no hay funcionarios capacitados para
ejercer este tipo de actividad. Además, el flujo de las exportaciones
es pequeño demostrando las limitaciones en el desempeño de la compañía
en el mercado externo.

Palabras claves: Exportación. Sistemática. Conocimiento.


LISTA DE TABELA

Tabela – Câmbio Simplificado …................................................................................43


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio


ACE – Adiantamento sobre cambiais entregues
CE – Comprovante de Exportação
DE – Declaração de Exportação
DI – Declaração de Importação
DSE – Declaração Simplificada de Exportação
LI – Licença de Importação
MDIC – Ministério do Desenvolvimento de Indústria e Comercio Exterior
RC – Registro de Operação de Credito
RE – Registro de Exportação
RV – Registro de Venda
SISCOMEX – Sistema Integrado de Comercio Exterior
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

1.1 Tema ................................................................................................................ 14


1.1.1 Delimitação do tema .................................................................................. 14
1.2 Definição do problema ..................................................................................... 14
1.3 Objetivos .......................................................................................................... 14
1.3.1 Geral ......................................................................................................... 14
1.3.2 Específicos ................................................................................................ 15
1.4 Justificativa ...................................................................................................... 15

2 FUNDAMENTAÇÃO .............................................................................................. 17

2.1 Comércio Exterior ............................................................................................ 17


2.1.1 Exportação ................................................................................................ 17
2.1.2 Por que Exportar ....................................................................................... 18
2.1.3 Para onde exportar .................................................................................... 18
2.1.4 Como Exportar .......................................................................................... 19
2.2.1 Formas de Exportação .............................................................................. 20
2.2.2 Exportação Direta ...................................................................................... 20
2.2.3 Exportação Indireta ................................................................................... 20
2.2.4 Exportação Via Trading company .............................................................. 21
2.2.5 Agentes ..................................................................................................... 22
2.2.5.1 Transporte Internacional ..................................................................... 22
2.2.5.2 Transporte Marítimo ............................................................................ 22
2.2.5.3 Transporte Aéreo ................................................................................ 23
2.2.5.4 Transporte Rodoviário ........................................................................ 23
2.2.5.5 Transporte Ferroviário ........................................................................ 23
2.2.5.6 Transporte Multimodal ........................................................................ 24
2.3 Incoterms ......................................................................................................... 24
2.4 Sistemática da Exportação .............................................................................. 28
2.4.1 Registro de exportação (RE) ..................................................................... 30
2.4.1.1 Registro de Exportação Simplificado (RES) ....................................... 31
2.4.1.2 Declaração de Exportação (DE) ......................................................... 31
2.4.1.3 Declaração Simplifica de Exportação (DSE) ....................................... 31
2.4.1.4 Declaração de Importação (DI) ........................................................... 32
2.4.1.5 Licença de Importação (LI) ................................................................. 32
2.4.2 Registro de venda (RV) ............................................................................. 32
2.4.2.1 Registro de operação de crédito (RC) ................................................ 32
2.4.2.2 Licença de Exportação ....................................................................... 33
2.4.2.3 Comprovante de Exportação (CE) ...................................................... 33
2.5 Documentos de Exportação de uso externo .................................................... 33
2.5.1 Fatura Pró-forma ....................................................................................... 34
2.5.1.1 Fatura Comercial ................................................................................ 34
2.5.1.2 Romaneio de Embarque ou Packing List ............................................ 35
2.5.1.3 Conhecimento de Embarque .............................................................. 35
2.5.1.4 Fatura Consular .................................................................................. 35
2.5.1.5 Certificado de origem .......................................................................... 36
2.5.2 Certificado de inspeção ............................................................................. 37
2.5.2.1 Certificado de seguro transporte ......................................................... 37
2.5.2.2 Letra de câmbio .................................................................................. 37
2.5.2.3 Carta de crédito .................................................................................. 37
2.5.2.4 Despacho Aduaneiro........................................................................... 38
2.6 Modalidades de Pagamentos .......................................................................... 39
2.6.1 Pagamento Antecipado ............................................................................. 39
2.6.1.1 Pagamento Contra Documentos ......................................................... 39
2.7 Câmbio ............................................................................................................ 40
2.7.1 Negociação da moeda .............................................................................. 42
2.7.2 Liquidação ................................................................................................. 43
2.7.3 Câmbio Simplificado – SIMPLEX .............................................................. 43

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 45

3.1 Abordagem Metodológica ................................................................................ 46


3.2 Tipos de Pesquisa............................................................................................ 46
3.3 Caracterização da Empresa ............................................................................ 47
3.3.1 Localização ............................................................................................... 47
3.3.2 Ramo de Atividade .................................................................................... 48
3.3.2.1 Missão da Empresa ............................................................................ 48
3.4 População e Amostra ....................................................................................... 48
3.5 Instrumento de coleta de dados ....................................................................... 48
3.5.1 Processo de coleta de dados .................................................................... 49
3.5.2 Análise e Interpretação dos dados ............................................................ 49

4 RESULTADOS DA PESQUISA .............................................................................. 50

4.1 Sugestões ........................................................................................................ 53

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 54

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56

APÊNDICE ................................................................................................................ 58

ANEXOS................................................................................................................... 63
13

1 INTRODUÇÃO

Com a evolução do comércio exterior, a chegada da globalização e com


os avanços de negociações com o comércio, as empresas procuram assumir um
papel importante junto à economia mundial. A globalização exige das empresas
modernização e um diferencial no comportamento empresarial, isto é, com o
aumento competitivo do mercado a globalização veio com o propósito de romper
fronteiras, fazendo com que as empresas busquem informações que as coloquem a
frente do mercado interno, ou seja, na conquista do comércio mundial.
Surge então a exportação, mostrando-se como alternativa ao mercado
interno e trazendo e gerando na inserção ao comércio exterior o enfrentamento à
competitividade, o que, sem sombra de dúvidas, possibilita melhorias à qualidade e
gera inovação, fortalecendo a imagem empresarial, reduzindo a dependência do
mercado interno, via de consequência gerando, dentro do possível, estabilidade dos
negócios.
Com essas estimativas do comércio internacional, muitas micro,
pequenas e médias empresas buscam aventurar-se no mercado exterior, voltando-
se para a exportação. Contudo, a indústria moveleira aproveitou essa tendência de
crescimento do comércio mundial e alavancou nas exportações. Com a descoberta
de que os países da Europa preferem os móveis rústicos em madeiras maciças de
pínus, a empresa de Móveis e Estofados focou a exportação de móveis para o Reino
Unido.
Considerando o fato de que para uma empresa se tornar exportadora de
seus produtos, é necessário seguir as normas administrativas, fiscais e cambiais da
exportação, sendo assim o objetivo da pesquisa é verificar e analisar como
funcionam os passos, ou seja, a sistemática da exportação de móveis utilizada pela
empresa de Móveis e Estofados e quais dificuldades poderiam ser apontadas neste
tipo de operação.
Para tanto, o projeto conta com quatro capítulos principais. No primeiro,
delimita-se o tema, o problema, os objetivos e justificativa. No segundo capítulo, há
uma análise da fundamentação teórica sobre a exportação e sua sistemática. No
terceiro são expostos os procedimentos metodológicos que foram utilizados para a
execução deste projeto e os resultados da pesquisa.
14

Assim, a pesquisa não se esgota neste estudo, uma vez que a dinâmica
das operações de comércio exterior impõe ao empresário conhecimento e
informação constante a conjuntura nacional e internacional, de modo que se espera
que possam, então, as informações levantadas motivar novos estudos na área.

1.1 Tema

A Sistemática de exportação de uma Empresa de Móveis e Estofados


para o Reino Unido.

1.1.1 Delimitação do tema

Com o desenvolvimento dos blocos econômicos e a eliminação das


barreiras alfandegárias, as exportações brasileiras no mercado moveleiro vêm
crescendo a cada ano, sendo expressivo o interesse da empresa de Móveis e
Estofados em atingir o mercado internacional, de modo que a empresa procura
produzir peças diversificadas com design que interessa ao país importador.
Para que a empresa possa fazer negociações e exportar seu produto é
necessário seguir as normas administrativas, fiscais e cambiais que existem na
exportação, sendo assim a pesquisa verificou os procedimentos adotados na
sistemática de exportação para o Reino Unido utilizada pela empresa de Móveis e
Estofados Ltda e as possíveis dificuldades a serem apontadas.

1.2 Definição do problema

Como é a sistemática de exportação de móveis rústicos de uma empresa


de médio porte para o Reino Unido?

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral

Analisar quais e como são realizados os procedimentos da sistemática de


exportação de móveis rústicos de uma empresa de Móveis e Estofados para o Reino
15

Unido e suas possíveis dificuldades.

1.3.2 Específicos

Verificar as exigências para o credenciamento da empresa na Receita


Federal;
Verificar os passos para a emissão de Registro de Exportação "RE";
Identificar os documentos da exportação e sua confecção;
Analisar o desembaraço despacho aduaneiro e devidos tratamentos
administrativos, fiscais e cambiais;
Verificar os procedimentos de negociações dos documentos com os
bancos;
Verificar a existência de dificuldades a serem apontadas.

1.4 Justificativa

No limiar do século XXI, encontramos um cenário econômico mundial


cada vez mais dinâmico e repleto de novidades. O mercado mundial torna-se cada
dia mais exigente, isto porque a competitividade e especialização tecnológica está
cada vez maior. Para estar dentro deste mercado é necessário se preparar para
concorrer com produtos e serviços da melhor qualidade e menor preço.
O cenário internacional requer uma estratégia organizacional eficiente e
com projetos bem elaborados, isso é uma tarefa que exige profissionalismo
exportador, portanto é necessário estar preparado para uma série de condições ou
requisitos que recomendam muita atenção.
A importância deste estudo é identificar a sistemática utilizada pela
empresa exportadora, de modo que se possa identificar os caminhos percorridos e
as dificuldades encontradas nas práticas de tratamento, fiscais, administrativas se
houver e cambiais adotadas na exportação de seus produtos buscando viabilizar
cada vez mais sua atuação no mercado internacional.
O estudo possui relevância para o curso de Secretariado Executivo, uma
vez que, é o primeiro relatório feito sobre uma operação de comércio exterior
notadamente sobre a sistemática de exportação e poderá se constituir como um
instrumento de pesquisa para acadêmicas interessadas em descobrir o desafiante e
16

fantástico mundo dos negócios internacionais, já que a conjuntura global mostra que
se trata de um mercado de trabalho em expansão para países como o Brasil.
A pesquisa contribuirá como uma fonte de dados, relacionados ao
comércio exterior e dos processos que envolvem uma operação de exportação e a
forma como é realizada no Brasil, mostrando como uma empresa de médio porte
pode atuar no comércio internacional e as dificuldades que pode enfrentar.
A sistemática de exportação é um tema fascinante, pois além de
demonstrar como as negociações e o comércio externo acontecem, proporciona a
oportunidade de comunicação com outros países, o conhecimento de outras
culturas, línguas e gera competitividade, melhor produtividade devido à concorrência
com as empresas no país que exportam, bem como conhecimento da economia dos
países envolvidos e de seu parque industrial.
Com isso, o estudo pretende, por meio da pesquisa, conhecer a forma
pela qual é feita a sistemática de exportação de uma empresa de Móveis e
Estofados Ltda, situada no vale de Araranguá, dos móveis rústicos que produz para
o Reino Unido e, se houver, apontar possíveis dificuldades enfrentadas.
17

2 FUNDAMENTAÇÃO

Neste capítulo, apresenta-se a fundamentação teórica, construída por


meio de conceitos e definições, dos temas relevantes aos objetivos deste estudo,
iniciando com o comércio exterior, a operação de sua sistemática e os
procedimentos de exportação, por que exportar, até chegar a possíveis dificuldades
apontadas pela doutrina na sistemática de exportação de uma empresa de médio
porte.

2.1 Comércio Exterior

Define-se Comércio Exterior como uma grande abertura da economia


para os países. Para Lopez e Gama (2004, p.25), “vivemos a era do conhecimento,
caracterizado principalmente nos expressivos avanços no campo das inovações que
se traduzem na crescente incorporação de novas tecnologias impactando as
estruturas industriais, […] impondo crescente globalização da economia mundial”.
Trata-se de um conjunto de operações que envolvem a troca de bens e
serviços entre territórios nacionais ou de fronteiras internacionais. Uma atividade
mercantil que envolve a permuta de mercadorias e a compra e a venda mediante
pagamentos. Berhends (2002) ensina que, o ato de importar e exportar pode ser
descrito como comércio exterior, ou seja, é a compra e a venda de mercadorias em
parceria ou não com outros agentes e empresas especializadas no mercado (país)
estrangeiro.
Pode-se dizer que o comércio exterior é movido por relacionamentos
entre os exportadores e importadores dos países em que ocorre a abertura de
fronteiras nas vendas, o que normalmente determina grandes mudanças na
produção da indústria nacional, os quais buscam a melhoria da qualidade.

2.1.1 Exportação

Com a globalização dos mercados e os avanços tecnológicos, sobreviver


apenas com o mercado interno fica difícil, portanto isso tem obrigado as empresas a
desenvolver estratégias de internacionalização que assegure a sua competitividade.
18

Keedi (2004, p. 17), define exportação como:

O ato de remeter a outro país mercadorias produzidas em seu próprio ou


terceiros países, que proporcionem a ambas envolvidas vantagens na sua
comercialização ou troca. É portando a saída de mercadorias para o
exterior.

A empresa que vem a exportar está decidida a realizar grandes


negociações e expandir suas vendas no mercado externo, pois a exportação é o
caminho mais eficaz para garantir o futuro de expansão da empresa no ambiente
globalizado.

2.1.2 Por que Exportar

Conforme Behrends (2002, p. 28) “exportar é aumentar os lucros!”. A


exportação proporciona à empresa uma estimável vantagem sobre os concorrentes
internos, desenvolve um crescimento cultural e aprimora métodos administrativos e
organizacionais.
Minervini (2001, p. 5 e 6) cita as várias motivações que levam as
empresas a ingressarem no mercado internacional: a necessidade de aumentar a
sua competitividade; dificuldades de vendas no mercado interno; melhor
aproveitamento das estações; possibilidade de valorização nos preços; melhor
produção já que a empresa pode se concentrar em poucos modelos e se preocupar
apenas com quantidade; prolongamento do ciclo de vida da mercadoria;
diversificação de riscos, a busca de venda em outros países; melhora da imagem
com o mercado interno, a empresa que exporta passa a ser uma referência à
concorrência; redução de competidores no mercado interno e uma estratégia de
desenvolvimento da empresa. Enfim, exportar, além de ser muito bom para o país, é
ótimo para a empresa.

2.1.3 Para onde exportar

Para obter bons resultados com a exportação, uns dos princípios básicos
é realizar uma pesquisa de mercado externo, ou seja, qual o lugar que terá
condições aquisitivas e necessidade do produto exportado. Para um bom
posicionamento no mercado externo é preciso conhecer e compreender o mercado
19

alvo.
Minervini (2001, p. 07), cita que:

Teoricamente, com base em uma pesquisa de mercado prévia, exportamos


para onde encontramos condições de entrar de forma mais rentável, com
um mínimo de custo e rico. Na pratica, as empresas começam quase
sempre de forma casual, respondendo a pedidos das mais variadas
procedências ou participando de feiras internacionais.

Segundo o mesmo autor (2001, p. 07), as empresas que buscam a


exportação são geralmente para mercados mais próximos do país de origem do
produto; mercados com rápido crescimento; mercados com culturas semelhantes a
do exportador; mercados com uma competição leve e em mercados grandes, o que
geralmente significa alto consumo.

2.1.4 Como Exportar

O mercado externo se diferencia do mercado interno, não se pode fazer


uma extensão de um mercado ao outro. Conforme Minervini (2001), algumas
empresas cometem erros quando não procuram fazer um levantamento sobre as
condições do mercado alvo, pois cada mercado possui sua cultura e seus hábitos de
costume.
A empresa, muitas vezes, não obtém as informações necessárias,
desconhece tipos de apoio existentes na exportação, ou como gerenciar a
exportação, possue estruturas inadequadas e ainda, existe a falta de atitude e
dificuldades de adaptar com outras culturas. Para que isto não ocorra, Minervini
(2001, p. 09) sugere que a empresa exportadora faça uma “avaliação da capacidade
internacional; identificação das oportunidades de negócios; seleção do mercado
parceiro; promoção; comercialização e administração.”
Lopez e Gama (2004, p.31 e 32) citam que há diversas formas de colocar
o produto de uma empresa no mercado externo. A empresa pode vender para
empresas que atuam no mercado interno e que exportam por sua conta, vender a
agentes de estrangeiros no mercado nacional, exportar via “trading company”,
exportando via consórcio e exportando diretamente.
20

2.2.1 Formas de Exportação

A forma de exportação é a maneira pela qual a empresa decide colocar


seu produto no exterior, para iniciar a atividade de exportação é preciso conhecer as
formas de exportação existentes, assim a empresa pode optar pela forma que
melhor se adapta na empresa.

2.2.2 Exportação Direta

Esta modalidade de exportação é uma forma direta de comercializar o


produto no exterior, ou seja, o próprio fabricante realiza os passos legais do
processo da exportação, desde os primeiros contatos com o importador até a
conclusão da venda.
Lopez e Gama (2004, p.176) acrescentam:

configura a venda direta a um comprador situado em outro país, mesmo que


a negociação seja desenvolvida por um ou mais agentes ou representantes
do exportador, que estejam localizados no exterior e recebam uma
comissão por este serviço.

Este tipo modalidade exige da empresa exportadora um bom


conhecimento no processo de exportação, seguindo todos os passos e dominando
os procedimentos legais. Conforme Garcia (2001, p. 28), “é entendida por direta a
operação de exportação em que o próprio fabricante/produtor fatura seu produto em
nome do importador no exterior.”.
Este canal de distribuição exige do exportador o conhecimento de todo o
processo de exportação, requer atenção administrativa, um relacionamento direto
com o importador, controle sobre a venda e um conhecimento mais preciso do
mercado externo.

2.2.3 Exportação Indireta

Nesta modalidade, o fabricante não tem contato com o importador, cuida


somente da elaboração da mercadoria, o responsável pela comercialização é um
interveniente uma empresa especializada que cuidará dos processos de exportação:
21

pesquisa de mercado, promoção comercial, comercialização externa e o


deslocamento da mercadoria. Garcia (2001, p. 35) cita que “a interveniência no
comércio da exportação pode ser praticada por diversos tipos de empresas, cujo
objeto social tenha previsto a exportação.”
Conforme Lopez e Gama (2004, p.177) existem os seguintes
intervenientes:

Empresa comercial exclusivamente exportadora;


Empresa comercial que opera tanto no mercado externo quanto no
interno (atividade mista);
Cooperativas ou Consórcios de Exportação;
Indústria que complementa seu comércio de exportação vendendo
produtos de terceiros;
Importadores que executam o processo exportador no país de origem.

O interveniente é responsável pela “pesquisa de mercado, promoção


comercial, a própria comercialização externa e o processo de deslocamento da
mercadoria da zona de produção à zona de consumo.” (LOPEZ e GAMA, 2004,
p.177).

2.2.4 Exportação Via Trading company

“Trading company” são empresas comerciais exportadoras que o governo


criou com o objetivo de incentivar as pequenas e médias empresas a exportarem
seus produtos para o exterior, “constituídas de acordo com o Decreto-Lei nº.
1.248/72, que define critérios e regulamenta sua forma de atuação.” (LOPEZ e
GAMA, 2004, p. 177).
Sendo um canal de distribuição com características de uma exportação
direta, a “trading company” compra a mercadoria do fabricante e vende para o
importador como se fosse diretamente pelos produtores.
De acordo com Santos (2000, p. 97), a “trading company” trabalha
tanto no mercado interno quanto no externo, atua “na exportação, importação, no
mercado interno e como agente de comércio no Brasil ou no exterior”.
Para Minervini (2001, p. 198) a Trading Company:
É uma sociedade mercantil, cujas atividades são compra e venda,
intermediação, financiamento, comercialização, administrativa e, inclusive
industrialização, com grande capacidade de detectar negócios e concentrá-
los nas diferentes parte do mundo.
22

Este canal de distribuição facilita para empresa todo o processo de


exportação.

2.2.5 Agentes

Os agentes são representantes internacionais que possuem experiências


e conhecimento com o mercado externo e com o produto a ser exportado. Conforme
Lopez e Gama (2004, p. 78 e 79), sua atribuição “consiste em facilitar o negócio,
tanto para o vendedor quanto para o comprador, tendo como funções: promover e
vender os produtos; fazer a pesquisa de mercados; avaliar a potencialidade do
produto; assessorar em assunto bancários, legal e fiscal; escolher o meio de
transporte e a tarifa mais conveniente, fornecer as informações necessárias sobre a
comercialização; auxiliar no preço do produto; acompanhar e assessorar nas
negociações e em caso de reclamação por parte do cliente, colaborar com uma
solução satisfatória.”
Contratados pela empresa exportadora “a renumeração pelos serviços
prestados é determinada, normalmente, em termos percentuais sobre o valor da
venda no local de embarque para o exterior.” (LOPEZ e GAMA, 2004, p.179)

2.2.5.1 Transporte Internacional

O transporte também é um processo importante na exportação, pois para


comprar ou vender alguma mercadoria, é preciso saber o meio de locomoção
adequado para transferir a carga de um local ao outro. Os modais se apresentam
em cinco modalidades:

2.2.5.2 Transporte Marítimo

Este é um dos modais mais utilizados pelas empresas brasileiras, tendo


como órgão governamental responsável o Ministério dos Transportes que por
intermédio do Departamento da Marinha Mercante – D.M.M, regula as operações de
transporte marítimo no Brasil. (MALUF, 2000, p.107)
Conforme Castro (2001, p.115), “No comércio exterior brasileiro, o
transporte marítimo tem participação superior a 90% nas transações comerciais.”
23

A empresa que opta por esta modalidade deve analisar qual o tipo de
navio mais indicado para transportar a mercadoria.

2.2.5.3 Transporte Aéreo

O transporte aéreo é utilizado para transportar mercadorias de alto valor


ou aquelas que estão com seu prazo de validade curto, por ser um meio de
transporte rápido seu valor é elevado.
Conforme César; Rocha (2001, p.24) este modal “[...] possui como
principal vantagem a sua velocidade, principalmente para longas distâncias, uma
grande disponibilidade de serviços oferecidos, e com boas condições de
confiabilidade.” Mesmo com esta vantagem, é preciso analisar os custo e os
benefícios.

2.2.5.4 Transporte Rodoviário

Esta modalidade é muito utilizada no transporte interno, sendo efetuado


por caminhões e carretas são usadas para viagens de curtas ou médias distâncias.
Segundo Maluf (2000, p.115), “É também o mais flexível e o mais ágil no
acesso às cargas, e permite integrar regiões, mesmo as mais afastadas, bem como
o interior dos países.” Maluf (2000), também enfatiza que este modal possui uma
principal característica, “a simplicidade do funcionamento: a mercadoria é
embarcada na porta do exportador e desembarcada na porta do importador.”

2.2.5.5 Transporte Ferroviário

Este transporte é efetuado por vagões de carga, geralmente utilizado por


países limítrofes. Conforme Keedi (2004, p.129) “O transporte ferroviário tem uma
característica única, que o diferencia de todos os demais modais, que é a sua
limitação de tráfego aos trilhos estabelecidos, não havendo flexibilidade, atendo-se a
trajetos fixos.”
24

2.2.5.6 Transporte Multimodal

Este transporte é utilizado quando a mercadoria precisa ser transportada


em mais de um modal para chegar até o local de destino, “pode ser realizado
internamente no país, ou entre países diferentes, como no caso de uma mercadoria
que sai de um país e necessita ser entregue no interior de outro país.” (MALUF,
2000, p.118).

2.3 Incoterms

Os Incoterms, derivado da expressão Inglesa International Commercial


Terms/ Termos Internacionais de Comércio, surgiram com o intuito de determinar aos
negociantes quais as suas obrigações e deveres.
Lunardi (2001, p. 21), enfatiza as funções dos incoterms:

No que diz respeito aos Incoterms, verificar que eles determinam, com
exatidão, a divisa de custos entre comprador e vendedor e, portanto,
conhecer profundamente cada um dos termos significa evitar surpresas com
custos adicionais e inesperados.

Maluf (2000, p.59) assevera que os incoterms significam “um conjunto


padrão de definições determinando regras e práticas neutras que servem para
definir, dentro de um contrato de compra e venda internacional, os diretos e
obrigações recíprocos do exportador e do importador.” Nessas definições de regras,
está discriminado onde o exportador deve entregar a mercadoria, quem paga o frete
e quem é responsável pela contratação do seguro, isto para que não haja conflitos e
disputas nas operações internacionais.
Maluf (2000, p. 59), enfatiza que as regras dos incoterms nasceram com o
objetivo de padronizar as responsabilidades dos negociantes:

A Câmara de Comércio Internacional (CCI), através da publicação nº. 560


Revisão 2000, estabelece que o propósito dos incoterms seja o de promover
um conjunto de regras internacionais para interpretação dos termos
comerciais usuais mais utilizados no comércio internacional. Dessa forma,
as incertezas das diferentes interpretações de tais termos em diferentes
países podem ser evitadas ou, pelo menos reduzida a um patamar
considerável.
25

Para um bom entendimento e compreensão dos incoterms, eles foram


agrupados em quatro categorias, com as especificações necessárias para cada
grupo, pois o processo de transporte começa onde o vendedor disponibiliza a
mercadoria para o comprador até o local de destino, incluindo o pagamento do
transporte principal e transferências de riscos de perda ou dano ao bem.(LUNARDI
2001, p. 33).
São as seguintes categorias: (LUNARDI 2000, p. 33)
Grupo “E”: Partida: Este termo dá ao exportador uma mínima obrigação
a cumprir, ou seja, a mercadoria deve ser entregue ao comprador no domicílio do
vendedor.
Grupo “F”: Transporte Principal não Pago: Neste termo, a mercadoria
é entregue ao transportador ou a alguém que seja nomeado pelo comprador, desta
forma o exportador não paga o transporte principal.
Grupo “C”: Transporte Principal Pago: Neste grupo o frete principal é
pago pelo vendedor, suas obrigações e custos estão na entrega da mercadoria até o
local combinado com o importador, após a entrega o exportador se isenta de
qualquer responsabilidade com a carga.
Grupo “D”: Chegada: Este termo a responsabilidade maior é a do
vendedor, ele tem a obrigação de contratar todos transportes para colocar a
mercadoria no país de destino.
Entre esses grupos, os melhores aceitos aos exportadores são o E, F e C
porque quem se responsabiliza pelos custos da saída da mercadoria até a chegada
é o importador.
Conforme Maluf (2000, p. 59), “os incoterms são representados por 13
siglas de três letras.” Cada modelo de Incoterms tem um significado especificado.
EXW – Ex Word, (local de produção) significa que a entrega da
mercadoria é colocada à disposição do comprador nas instalações do vendedor, ou
em outro local nomeado (fábrica, usina, armazém, etc.), não desembaraçada para a
exportação e não carregada em qualquer veículo coletor; este termo representa a
mínima obrigação para o vendedor; o comprador arca com os custos e ricos para
retirar a mercadoria do estabelecimento do vendedor; com uma cláusula explícita no
Contrato de Compra e Venda, os riscos e custos no carregamento e na saída da
mercadoria poderão ser do vendedor; este termo não deve ser usado se o
comprador não puder se responsabilizar, direta ou indiretamente, pelas formalidade
26

de exportação, sendo que, pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte,


incluindo o multimodal.
FCA – Free Carrier, (transporte livre) significa transporte livre, o
vendedor entrega a mercadoria ao transportador indicado pelo comprador no local
designado; se a entrega for realizada nas dependências do vendedor: o vendedor é
responsável pelo carregamento; se acontecer em qualquer outro local: o vendedor
não é responsável pela descarga. Pode ser utilizado em qualquer modalidade,
incluindo o Multimodal.
FAS – Free Alongside ship: (livre no acostado do navio, porto de
embarque designado) neste termo, o exportador tem a obrigação de entregar a
mercadoria desembaraçada para o embarque ao lado do navio transportador, no
porto de embarque designado, a partir desse momento, o comprador tem que arcar
com todos os custos e riscos de perda ou dano das mercadorias. Este poderá ser
utilizado somente em transporte marítimo ou fluvial.
FOB – Free on Board-Livre a Bordo (porto de embarque designado),
este incoterms significa que o vendedor encerra suas obrigações quando entrega as
mercadorias à amurada do navio, no porto de embarque designado, neste momento,
o comprador assume todas as responsabilidades de custo, riscos de perda ou dano
das mercadorias e pelo desembaraço da mercadoria para a exportação. Pode ser
utilizado somente em transporte marítimo ou fluvial.
CRF – Cost and Freiht – Custo e Frete (porto de destino designado),
nesta modalidade o vendedor é responsável pelo pagamento dos custos e o frete
necessários para colocar a mercadoria a bordo do navio designado, os riscos de
perda ou dano das mercadorias, assim como quaisquer outros custos adicionais são
transferidos do vendedor para o cobrador. O responsável pelo desembaraço da
exportação é o vendedor. Pode ser utilizado no transporte marítimo e fluvial.
CIF – Cost Insurance and freight – Custo, Seguro e Frete (porto de
destino designado), significa que o vendedor entrega as mercadorias quando as
mesmas cruzam a amurada do navio, no porto de embarque, as responsabilidades
do vendedor são pelo pagamento dos custos e do frete necessário para levar a
mercadoria até o porto, pelo desembaraço da mercadoria,transporte principal com
cobertura mínima. O comprador, recebendo a mercadoria, assume a
responsabilidade por todos os custos. Pode ser utilizado em transporte marítimo e
27

fluvial.
CPT – Carriage Paid To – Transporte pago até (local de destino
designado), neste incoterms, o vendedor paga o transporte para levar as
mercadorias ao local de destino designado. Desta forma, o comprador arca com os
riscos e quaisquer outros custos ocorridos após a entrega das mercadorias. O
vendedor desembaraça as mercadorias para exportação. Pode ser utilizado em
qualquer modalidade de transporte.
CIP – Carriage and Insurance Paid to – Transporte e seguro pagos até
(local de destino designado), neste termo, o vendedor é responsável por entregar a
mercadoria ao transportador nomeado por ele, mas arca com os custos do
transporte necessário para levar as mercadorias ao local de destino designado.
Assim que as mercadorias são entregues, o comprador arca com todos os riscos e
quaisquer custos adicionais que possam incorrer. Durante o carregamento, o
vendedor é responsável pelo pagamento do seguro mínimo contra o risco de perda
ou dano das mercadorias, caso o comprador deseje uma cobertura mais ampla, ele
deverá acordar com o vendedor ou pagar as coberturas adicionais do seguro. O
vendedor deverá desembaraçar as mercadorias para exportação. Pode ser utilizado
em qualquer modalidade de transporte.
DAF – Delivered at Frontier – Entregue na fronteira (local designado),
significa que o vendedor deve entregar as mercadorias, a bordo do veículo
transportador, sem descarregar, no ponto combinado na fronteira, mas antes da
alfândega do país limítrofe. O vendedor deve fazer o desembaraço da mercadoria
para a exportação, mas não o desembaraço para a importação. Entregue a
mercadoria, o importador assume os ricos de perdas ou danos causados. Pode ser
utilizado na modalidade de transporte terrestre.
DES – Delivered Ex Ship – Entregue a bordo do navio (porto de destino
designado), significa que o vendedor deve colocar a mercadoria a disposição do
comprador, à bordo do navio, não desembaraçada para a importação, no porto de
destino designado. O vendedor arca com todos os custos e riscos até o porto de
destino designado, antes da descarga. Pode ser utilizado somente quando as
mercadorias forem entregues via marítima, fluvial ou multimodal.
DEQ – Delivered Ex-Quay – Entregue no cais (porto de destino
designado), a responsabilidade do vendedor é colocar a mercadoria à disposição do
28

comprador, não desembaraçada para importação, no cais (Pier), no porto de destino


designado. O vendedor arca com os custos e riscos inerentes ao transporte das
mercadorias ao porto de destino e na descarga da mercadoria no cais. Desta forma,
o comprador faz o desembaraço da mercadoria para a importação e paga por todas
as formalidades na importação. Este termo deve ser utilizado somente quando as
mercadorias forem entregues por via marítima, fluvial ou transporte multimodal.
DDU – Delivered Duty Unpaid – Entregue com impostos não pagos
(local de destino designado), significa que o vendedor deve entregar as mercadorias
ao comprador no ponto de destino designado, sem estar desembaraçada para
importação e sem descarregar de qualquer veículo transportador. O vendedor arca
com os custos e riscos envolvidos até a entrega das mercadorias no local de
destino. O comprador tem a responsabilidade sobre o pagamento de diretos,
impostos e outros encargos oficiais para a importação. Este termo pode ser utilizado
para qualquer modalidade de transporte, mas quando a entrega for feita no porto de
destino, a bordo do navio ou no cais, devem ser utilizados os termos DES ou DQE.
DDP – Delivered Duty Paid – Entregue com impostos pagos (local de
destino designado), o vendedor entrega as mercadorias ao comprador,
desembaraçadas para importação e sem descarregar do veículo transportador até o
local de destino designado. O vendedor arca com todos os custos e riscos relativos
ao transporte e entrega da mercadoria no local de destino designado. Este termo
não deve ser utilizado quando o vendedor não obtiver licença de importação direta
ou indiretamente. Este termo pode ser utilizado em qualquer modalidade de
transporte, mas quando a entrega for feita no porto de destino, à bordo do navio ou
no cais, devem ser utilizados os termos DES ou DEQ.

2.4 Sistemática da Exportação

Primeiramente, para uma empresa se tornar exportadora de seu produto,


ela precisa efetuar o registro de exportador REI (Registro de Exportador e
Importador), na Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Este registro credencia a
empresa para entrar no sistema automatizado do SISCOMEX – Sistema Integrado
de Comércio Exterior. Credenciamento este que é feito somente na primeira
operação, junto à Delegacia da Receita Federal. (SCHULZ, p. 101). O
29

credenciamento no SISCOMEX, é uma forma de instrumento on line que acompanha


e controla as operações da empresa no comércio exterior.
Para a utilização do SISCOMEX a empresa precisa habilitar-se, conforme
pesquisa no site da Receita Federal:

[...] para que seja efetuada uma exportação ou importação de mercadorias,


por meio do Siscomex, seja ela comum ou simplificada, primeiramente, o
interessado deve providenciar, junto à Secretaria da Receita Federal (SRF),
sua habilitação, por meio de senha, para operação no sistema e o
credenciamento de seus representantes para a prática de atividades
relacionadas ao despacho aduaneiro.

Dentro deste procedimento de habilitação, há quatro modalidades:


Ordinária: para pessoas jurídicas que exportam habitualmente;
Simplificada: para pessoas físicas, empresas públicas, entidades sem
fins lucrativos e pessoas jurídicas, conforme as seguintes situações:

a. Obrigadas a apresentar, mensalmente, a Declaração de Débitos e


Créditos Tributários Federais (DCTF), conforme estabelecido no art. 3º
da Instrução Normativa RFB nº 786/07;
b. Constituídas sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, bem
como suas subsidiárias integrais;
c. Habilitadas a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul);
d. Que atuem exclusivamente como pessoa jurídica encomendante;
e. Que realizem apenas importações de bens destinados à incorporação ao
seu ativo permanente;
f. Que atuem no comércio exterior em valor de pequena monta, conforme
definido no art; 2o, §§ 2o e 3o , da própria IN SRF nº 650/06, também
incluído nessa modalidade o importador por conta e ordem de terceiros.

Especial: para órgãos da administração pública direta, autarquias e


fundações públicas, organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais.
Restrita: exclusivamente para a realização de consultas ou retificações
de declarações aduaneiras de pessoas físicas ou jurídicas que tenham operado
anteriormente no comércio exterior e não estejam habilitadas em nenhuma das
modalidades anteriores.
Após o credenciamento, a empresa poderá operar no SISCOMEX.
Seguindo suas normas, repassará as informações comerciais, financeiras e fiscais.
O registro no SISCOMEX é a formalização da exportação junto às
autoridades brasileiras do comércio exterior.
Conforme Behrends (2002, p. 114 e 115), os documentos informatizados a
30

serem feitos no SISCOMEX são:


RE – Registro de Exportação;
DSE – Declaração Simplificada de Exportação;
LI – Licença de Importação;
DI – Declaração de Importação;
RV – Registro de Venda;
RC – Registro de Operação de Crédito;
DE – Declaração de Exportação;
CE – Comprovante de Exportação
Behrends (2002, p.115), cita que é possível ter acesso ao SISCOMEX
com habilitação e credenciamento nas “agências do Banco do Brasil que operam
com comércio exterior; Bancos que operam em câmbio; Corretoras de câmbio;
Despachantes Aduaneiros; Estabelecimentos do exportador/importador, com critérios
específicos para a ligação e Salas próprias da Receita Federal.”

2.4.1 Registro de exportação (RE)

Para o controle da Receita Federal, é necessário o preenchimento do RE


no SISCOMEX na maioria das exportações realizadas. Nas exportações, na
modalidade comum como na simplificada (mercadoria com valor ate US$ 50.000,00,
bagagem desacompanhada e exportação temporária). Há exportações que se efetua
sem registro no SISCOMEX.
Para Vazquez (2001, p.190):

O RE veio substituir a Guia de Exportação e cabe ao exportador, por


intermédio de terminal conectado ao Siscomex (Sistema Integrado de
Comércio Exterior), próprio ou de terceiros, prestar as informações
necessárias ao exame e efetivação do registro de exportação.

No RE contêm informações de natureza comercial, financeira, cambial e


fiscal que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria.
(BEHRENDS, 2002, p.118)
31

2.4.1.1 Registro de Exportação Simplificado (RES)

Este documento é emitido dentro do SISCOMEX, com validade de 5


(cinco) dias, nele o exportador deve preencher os dados com informações relativas à
operação de exportação. Considerando o valor máximo de USD 10,000.00 incluindo
a condição de venda (Iconterm). (MALUF, 2000, p.180,)

2.4.1.2 Declaração de Exportação (DE)

Todas as mercadorias destinadas ao exterior, estão sujeitas ao despacho


aduaneiro, este despacho é feito por meio da declaração de exportação, que é
processada na Instrução Normativa SRF nº 28/94, pelo Siscomex. Na DE o
exportador informa o Registro de Exportação e as mercadorias destinadas ao
exterior. Como base para o Despacho de Exportação é necessário a primeira via da
Nota Fiscal, Via original do Conhecimento e do Manifesto Internacional de Carga,
nas exportações por via terrestre, fluvial ou lacustre; Certificado de Classificação,
Certificado de Fitossanitário, autorização expedida pelo Ibama e Certificado de
Origem.

2.4.1.3 Declaração Simplifica de Exportação (DSE)

Este documento é formulado pelo exportador ou seu representante legal


em um terminal conectado ao SISCOMEX, ou seja, por meio de formulários ou
registro no Siscomex. As exportações simplificadas sem registros no SISCOMEX
são relativas a amostras sem valor comercial, exportações de representações
diplomáticas, bens de assistência e salvamento. Conforme Lopez e Gama (2004
p.217) a DSE “representa procedimento facilitado para as formalidades aduaneiras,
permitindo ao usuário obter reduções de custos e tempos.”
O objetivo da DSE é simplificar os despachos aduaneiros e estimular as
exportações para as micros e pequenas empresas. Este documento torna mais
rápido o preparo da documentação, da liberação alfandegária, do embarque da
mercadoria, também no processo cambial, momento do recebimento das divisas,
sendo que as exportações que são realizadas por meio da DSE podem ser pagas
por Boleto de Compra e Venda de Moeda Estrangeira, dispensando a necessidade
32

de emissão de um contrato de câmbio.

2.4.1.4 Declaração de Importação (DI)

Neste contém as informações necessárias sobre a operação realizada de


importação. Este documento possibilita a solicitação para a nacionalização da
mercadoria, sendo que, o registro é permitido somente após a chegada da
mercadoria no território nacional. (MALUF, 2000, p.207)

2.4.1.5 Licença de Importação (LI)

A LI é processada de forma similar ao registro de exportação, espelha


informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal. Informações estas
que são prestadas pelo importador diretamente ou por meio de agentes
credenciados. (MALUF, 2000, p.206)

2.4.2 Registro de venda (RV)

O registro de venda é um documento que contém um conjunto de


informações necessárias para os produtos que são negociados em bolsa ou de
venda de commodities.
Conforme Vazquez (2001, p. 180):

O RV é realizado diretamente pelo exportador ou por seu representante


legal, em terminal interligado ao Siscomex. O Sistema confere
automaticamente a cada RV um número, que é informado ao exportador.

2.4.2.1 Registro de operação de crédito (RC)

No registro de operação de crédito contêm as informações de caráter


cambial e financeiro sobre a venda externa, que será conduzida com o prazo de
pagamento superior a 180 dias. Sendo esta com recursos próprios ou de terceiros.
33

Vasquez (2001, p. 181) cita que:

Cada RV corresponde a um “pacote” financeiro e pode abranger a


exportação de diversas mercadorias ou serviços, com previsão para um ou
para múltiplos embarques. Cabe ao exportador, diretamente ou por seu
representante legal, por intermédio de terminal conectado ao Siscomex,
prestar as informações necessárias ao exame e efetivação do Registro de
Operação de Crédito.

2.4.2.2 Licença de Exportação

Este é um documento exigido quando produtos têxteis são exportados


para a União Européia e ao Canadá. A licença de exportação é o documento onde o
Banco do Brasil certifica que o produto têxtil a ser exportado está enquadrado nos
limites contingenciados pela União Européia e Canadá. (MALUF, 2000, p.167)

2.4.2.3 Comprovante de Exportação (CE)

Este documento é solicitado pelo exportador após a averbação de


embarque da mercadoria por meio do Siscomex. Com o CE o exportador pode
negociar junto ao Banco os documentos de embarque, para cobrança ou
recebimento de divisas.

2.5 Documentos de Exportação de uso externo

Os documentos de uso externo são utilizados para negociação de


pagamentos, junto ao Banco e que são exigidos pelo importador.
Segundo Schulz (1999, p. 107), “documentos de uso externo são os
documentos que não tem qualquer conotação fiscal dentro do país. São os
documentos que o importador irá utilizar para efetuar o desembaraço da mercadoria
no seu país,” sendo eles:
Fatura pró-forma - “Pró-forma invoice”;
Fatura comercial - “Commercial invoice”;
Romaneio de embarque - “packing list”;
Conhecimento de embarque - “B/L”;
Fatura consular;
34

Certificado de origem;
Certificado de inspeção;
Certificado de seguro transporte;
Letra de câmbio;
Carta de crédito.

2.5.1 Fatura Pró-forma

Após todo o processo de negociação entre o exportador e o importador é,


feito a fatura pró-forma. Sendo pagamento antecipado a pró-forma é o documento
hábil para o fechamento de câmbio (BEHRENDS, 2002, p.106).
A pró-forma informa ao comprador os dados referentes ao produto que lhe
está sendo ofertado e é utilizado também como um espelho para a emissão da carta
de crédito.
Neste documento, contêm os dados que informa ao importador o valor da
mercadoria quais as condições e propostas para a realização da venda,
discriminando também a forma que será transportada a mercadoria. (SANTOS 2000,
p.157)

2.5.1.1 Fatura Comercial

É um documento básico entre as transações internacionais, emitido pelo


exportador e impresso em idioma estrangeiro. Sendo de grande utilidade para o
desembaraço da mercadoria para o país de destino, nela não pode haver erro,
emendas ou rasuras.
Conforme Vasquez (1999, p.184):

A fatura Comercial deverá incorporar todos os dados da Fatura Pro-forma,


que é o documento que dá origem ao negócio. Deverá ser emitida em tantas
vias quantas as solicitadas pelo comprador, principalmente para atender às
exigências no desembaraço aduaneiro e na liberação de divisas para pagar
a importação.
35

2.5.1.2 Romaneio de Embarque ou Packing List

Documento simples, mas necessário para o desembaraço da mercadoria.


O Packing List facilita a fiscalização na saída pelo exportador, indicando os volumes
e os respectivos conteúdos, ao importador com a conferência e localização das
mercadorias recebidas. (BEHRENDS, 2002, p.107)

2.5.1.3 Conhecimento de Embarque

Este documento é emitido pelo transportador em três vias originais, que


comprova o embarque da mercadoria, e confere ao consignatário a posse da
mercadoria após o transporte. As vias são assinadas pelo responsável pela emissão,
todas as vias são negociáveis, porém quando negociada uma das originais, as
outras perdem o seu valor. (BEHRENDS, 2002, p.112)
Conforme Vazquez (2001, p. 198)

Para a emissão do conhecimento de embarque é necessário o fornecimento


de algumas informações. Sugerimos que se entregue ao agente expedidor
uma copia da RE (Registro de Exportação) e/ ou a fatura pro forma, que
contém os dados solicitados […] é conveniente estar atento para suas
fidelidades: declaração quanto ao pagamento do frete […]; quanto ao
embarque da mercadoria […]; quanto a consignação […].

Os conhecimentos de embarque variam conforme o tipo de transporte que


será utilizado, sendo eles: Conhecimento Marítimo – Ocean Bill of Lading;
Conhecimento Ferroviário – Railway Bill; Conhecimento Aéreo – Airway Bill;
Conhecimento Rodoviário – Roadway Bill; Short Form Bill of Lading – não contem
todas as condições de transporte; Trough Bill of Lading – diversas modalidades de
transporte; Charter Party Bill of Lading – transporte em navio fretado. (VAZQUEZ,
2001, p. 199)

2.5.1.4 Fatura Consular

A Fatura Consular é exigida por alguns países, para que as mercadorias


estrangeiras possam ingressar ao país importador.
36

Conforme Behrends (2002 p. 108):

Os formulários requeridos para que seja fornecida a Fatura Consular


diferem para cada país. O exportador deve adquiri-los, normalmente, nos
consulados – que os vendem ou fornecem, em geral-, e, depois de
preenchidos, eles têm de retornar ao consulado acompanhado os demais
documentos requisitados: Fatura Comercial, Certificado de Origem,
Conhecimento de Embarque e outros.

2.5.1.5 Certificado de origem

O certificado de origem é um documento comprobatório que atesta a


origem da mercadoria que está sendo embarcada para o exterior. Este certificado
poderá ser exigido pelo país importador.
De acordo com Maluf (2000, p. 154), “O Certificado de Origem tem como
finalidade atender as exigências de Acordos Comerciais firmados entre o país
exportador e o país importador.”
Maluf (2000) enfatiza os principais Certificados de Origem:

Mercosul/ ALADI: “emitido pela Federação do Comércio ou pela


Federação das Indústrias, destinado a comprovar a origem de mercadorias
brasileiras exportadas para países da América Latina;”
SGP – Sistema Geral de Preferência (Certificado de Origem Form-A):
“emitido pelo SECEX, através da Agência do Banco do Brasil, após o
embarque da mercadoria. Exige prova comprobatória da exportação.”

Existem outros Certificados exigidos pelo país importador, são emitidos


pelos órgãos das Federações das Indústrias, a Câmara de Comércio e Federações
de Comércio.
Certificado Fitossanitário (Phytosanitary Certificate): Certifica as
condições sanitárias e de salubridade dos produtos.
Certificado de Análise (Analysis Certificate): Fornece uma análise
físico-química do produto exportado.
Certificado de Qualidade (Quality Certificate): Certifica a qualidade do
produto.
Certificado de Peso (Weight Certificate): Certifica os pesos bruto e
líquido do embarque.
Certificados especiais: Estes certificados autorizam e controlam a
37

exportação de alguns produtos, como produtos alimentícios e farmacêuticos.


(MALUF 2000, p.155).

2.5.2 Certificado de inspeção

O certificado de inspeção é um documento que certifica a qualidade do


produto exportado conforme os dados da fatura comercial, este certificado pode ser
exigido por alguns países. Sendo este emitido pela empresa exportadora ou por uma
empresa especializada nesta atividade. O certificado é emitido por meio de um
relatório preliminar que a empresa gera. Este certificado de inspeção acompanha a
mercadoria durante o seu trânsito interno e durante o seu embarque para o exterior.

2.5.2.1 Certificado de seguro transporte

Sendo parte integrante dos documentos no processo de exportação, o


certificado de Seguro é um documento exigido sempre que a transação da
mercadoria for efetuada em condições de custo e seguro, ou custo, seguro e frete.

2.5.2.2 Letra de câmbio

A Letra de Câmbio ou Saque de Exportação é um título como a duplicata


utilizada no mercado interno. Este documento é emitido pelo exportador em três vias
originais e uma cópia. Conforme Vazquez (2001) o saque cambial é um título de
crédito sacado por um credor contra um devedor, com ordem expressa para que o
devedor pague certa quantia a determinada pessoa, ou a sua ordem, em
determinado prazo e em local determinado.

2.5.2.3 Carta de crédito

A carta de crédito é um documento emitido por um banco internacional,


solicitada pela importador, representa um compromisso de pagamento do banco ao
exportador da mercadoria. Na Carta de Crédito, são especificados o valor,
beneficiário (exportador), a documentação exigida, o prazo, os portos de destino e
38

de embarque, é feita a descrição da mercadoria, quais as quantidades e outros


dados relativa às operações de exportação.
Efetuado o embarque da mercadoria, o exportador entrega os
documentos ao banco que negociou o câmbio. Após a conferência dos documentos
solicitados na carta de crédito, efetua-se o pagamento ao exportador, e são
enviados os documentos ao banco emissor no exterior, que entregará os
documentos ao importador que, assim, poderá efetivar o desembaraço da
mercadoria. Cumprindo as condições prescritas na carta de crédito, o exportador
recebe seu pagamento.

2.5.2.4 Despacho Aduaneiro

O despacho aduaneiro de exportação é o procedimento fiscal pelo qual se


processa o desembaraço aduaneiro da mercadoria destinada ao exterior, seja ela
nacional ou nacionalizada, a título definitivo ou não. Conforme Maluf (2000, p. 164),
“o despacho aduaneiro será processado através do SISCOMEX e somente poderá
ter início após o Registro de Exportação (dentro do seu prazo de validade) ou da
apresentação da DSE ou do RSE.”
Com relação à conferência do produto, a Receita Federal do Brasil faz
uma conferência preliminar, passando em seguida para o despacho no SISCOMEX,
esta conferência preliminar é feita com o propósito de verificar se os documentos
apresentados estão em conformidade com os relacionados no Extrato do Despacho
de Exportação. (WERNECK, 2002, p. 131).
De acordo com Werneck (2002, p.131), uma vez parametrizado o
despacho, a conferência efetua-se da seguinte forma:

Os despachos selecionados para o canal verde estão liberados para


embarque e não sofrerão nem conferência documental nem física. Os
despachos selecionados para o canal laranja serão conferidos apenas
documentalmente. Os despachos selecionados para o canal vermelho serão
conferidos tanto documental quanto fisicamente.

Depois de concluído todo o desembaraço da mercadoria, ela é registrada


no SISCOMEX. Concluído este processo, é providenciado o embarque da
mercadoria, a agência marítima, em nome do transportador, informa os dados do
embarque, utilizando a função do SISCOMEX. Coincidindo as informações passadas
39

sobre a mercadoria, o SISCOMEX averbará automaticamente o despacho. Caso


haja divergência, o interessado deve procurar novamente a Receita Federal e
regularizar o despacho, fazendo a “Averbação com Divergência”. (WERNECK, 2002,
p. 132).

2.6 Modalidades de Pagamentos

Existem diversas formas de realizar o pagamento ou o recebimento


quando vendemos ou compramos uma mercadoria. Estas formas dão ao comprador
e ao vendedor confiança quanto ao recebimento.

2.6.1 Pagamento Antecipado

Esta forma de pagamento significa que o exportador recebe o valor da


mercadoria antes de produzi-la, ou antes, de embarcá-la.
Keedi (2004, p.106) cita que “Esse pagamento pode ser feito de diversas
maneiras: por meio de uma ordem bancária a favor do vendedor, de um depósito na
sua conta na agência de seu banco, da entrega de um cheque correspondente ao
valor negociado, ou da entrega da moeda em espécie.”
Esta forma deixa o vendedor extremamente tranquilo, pois ele não corre o
risco de receber o produto, no entanto para o comprador é mais arriscado, pois ele
paga o produto e fica aguardando a produção e o embarque e a chegada da
mercadoria.
“Essa modalidade não é das mais utilizadas , pois pressupõe confiança,
tradição e envolve a legislação cambial das partes interessadas, que colocam
entraves a esse tipo de pagamento.”(VAZQUEZ 1999, p. 251)

2.6.1.1 Pagamento Contra Documentos

Esta outra forma de pagamento é o inverso do pagamento antecipado, ou


seja, o vendedor fabrica a mercadoria, embarca, providencia os documentos e envia
ao comprador para então receber o valor da mercadoria. Dentro desta modalidade
há formas de envio dos documentos.
40

A Remessa sem saque: todos os documentos são enviados ao


importador, sem intermediação bancária. Com posse dos documentos, o importador
efetua o pagamento ao exportador.
Cobrança à vista: os documentos são enviados ao banco, sendo que o
comprador só terá posse dos documentos e da mercadoria após pagamento ao
banco que automaticamente lhe entregará o documento.
Cobrança a prazo: os documentos e o saque são enviados ao banco,
sendo que o saque terá uma data de vencimento, devendo ser aceita pelo
importador, após a assinatura o banco entrega os documentos ao comprador, o que
lhe permite retirar a mercadoria, na data do vencimento do saque o comprador
deverá efetuar o pagamento e a operação é encerrada.
Carta de crédito: nesta forma de pagamento, o banco assume a
responsabilidade, esta operação é realizada por emissão da carta de crédito
documentaria, conhecida também como L/C letter of credit , ou D/C documentary
credit . O banco garante ao exportador o pagamento da mercadoria, conquanto
sejam cumpridas as condições estabelecidas na L/C.

2.7 Câmbio

Câmbio é a troca de moedas entre diferentes países. MALUF (2000, p.


170), afirma que “o câmbio é uma operação financeira onde há troca de moeda
estrangeira por moeda nacional. Esta troca implica aquisição de moeda estrangeira
e/ou em venda de moeda estrangeira.”
As entradas ou saídas de valores monetários são registrados em bancos
autorizados a realizar a liberação das entradas ou saídas da divisa.
Segundo Keedi (2004, p. 118) “essa troca deve envolver a intermediação
de um banco autorizado a operar em câmbio, cuja autorização é dada pelo Banco
Central do Brasil”.
Esta intermediação se concretiza por meio de um contrato com
assinaturas do exportador de moeda estrangeira e a do banco comprador de moeda
estrangeira. Na exportação o contrato a ser assinado é o de “compra”, pois o banco
compra do exportador a moeda estrangeira. (MALUF, 2000, p.170).
Existem no câmbio três fases: a contratação do câmbio; a negociação ou
entrega de moeda e a liquidação. Maluf (2000, p.170) aduz que a contratação do
41

câmbio ou “também conhecido como fechamento, é a primeira fase de uma


operação cambial de exportação, consistindo na assinatura de um contrato junto a
um banco autorizado, pelo Banco Central do Brasil, a operar em câmbio.”
A assinatura do contrato junto a um banco, de escolha do exportador,
assume o compromisso de negociar com o banco as divisas originadas de operação
de exportação. Na operação cambial, cabe ao exportador decidir o momento mais
adequado e o banco para concretizar a operação. (GARCIA, 2008)
De acordo com Maluf (2000, p.171), a “legislação vigente oferece ao
exportador duas épocas bem definidas para a contratação: antes do embarque da
mercadoria para o exterior ou após o embarque da mercadoria para o exterior.” A
autora também enfatiza que “ambas as alternativas têm como ponto de partida ou
marco zero para contagem de seus prazos, a data de embarque da mercadoria para
o exterior, bem como a modalidade de pagamento acordado entre as partes.”.
Assim a câmbio poderá ocorrer:
 Câmbio antes do embarque – Pagamento antecipado: neste caso,
o importador remete ao exportador as divisas antes do embarque da mercadoria.
Após a chegada das divisas ao banco brasileiro, o exportador negocia com o banco
a taxa cambial, as despesas e fechará o câmbio dentro do prazo estabelecido pelo
Banco Central.
 Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC): esta operação é
um financiamento ao exportador, ele recebe as divisas referentes ao contrato de
exportação e terá um prazo máximo para embarcar e vincular estes contratos de
câmbio junto ao banco.
 Contratação de câmbio após o embarque: na contratação do
câmbio após o embarque da mercadoria para o exterior, deve-se respeitar o prazo
fixado pelo Banco Central do Brasil, que é de até 390 dias a contar do dia que a
mercadoria embarca para o exterior. Esta opção de contratação é feita pelo
exportador após analisar a situação financeira e as necessidades da empresa.
 Adiantamento sobre cambiais entregues (ACE): esta operação é
um adiantamento de recursos após o embarque da mercadoria ao exterior, porém o
banco ainda não recebeu a divisa relativa à operação. (MALUF, 2000, p.170).
De acordo com Maluf (2000, p.174), o Banco Central do Brasil dita
alternativas que o exportador deve considerar:
42

Maior ou menor necessidade de recurso financeiro, visto que a contratação


em si permite-lhe “lançar mão” do adiantamento.
O comportamento das variações cambiais, em face ao resultado que a
contratação poderá proporcionar-lhe em moeda nacional.
As diferenças entre o custo do adiantamento em moeda nacional resultante
da operação cambial e o custo dos financiamentos em operações normais
do mercado financeiro.
“Outra alternativa a ser analisada, muito comum em determinados
momentos da economia, é a contratação antecipada com recebimento da
correspondente moeda nacional em data futura, operação conhecida por
“trava de câmbio” ou câmbio travado”.

2.7.1 Negociação da moeda

Nesta operação, o exportador entra em contato com o banco de sua


preferência para fazer a contratação do câmbio, esta negociação poderá ser feita
antes ou após o embarque da mercadoria para o exterior. O contrato de câmbio fixa
o prazo para exportar a mercadoria e para entregar os documentos dessa operação.
Maluf (2000, p. 175), cita que “a negociação caracteriza o cumprimento da
segunda fase de operação cambial, também conhecida por “entrega”.”
O Banco Central do Brasil estabelece um prazo limite, a contar da data do
embarque da mercadoria, para o exportador negociar as divisas. Durante esta fase,
o exportador terá que analisar as determinações do Banco Central e as exigências
contidas nas cartas de créditos, para cumprir o prazo fixado.
Para a realização da negociação e entrega da mercadoria, o exportador
terá que providenciar a documentação exigida, deverá ser relacionado em um
Borderô ou Carta de Entrega e apresentado ao Banco no prazo firmado pelo banco.
(GARCIA, 2007)
De acordo com Maluf (2008, p.176), os documentos utilizados para a
entrega da negociação são:

Fatura comercial;
Conhecimento de embarque;
Saque Cambial ou título de crédito da operação;
Apólice ou certificado de seguro, exigido apenas quando se tratar de
operação CIF/CIP, ou equivalente, onde é obrigatória a contratação do
seguro por parte do exportador;
Fatura Consular ou Visto Consular;
Certificados (Origem, Fitossanitário, de Peso e outros);
Original da Carta de Credito, quando a operação for amparada por este
instrumento de pagamento;
Outros documentos que venham a ser exigidos especificamente pelo
importador.
43

Ao ser realizada a negociação ou a entrega, o banco receberá o Borderô


ou a Carta de entrega, e protocolará a cópia deste. Esta cópia servirá de
comprovação que o exportador cumpriu com a segunda fase do câmbio. (GARCIA,
2007)

2.7.2 Liquidação

A liquidação do câmbio se dá quando o importador paga as divisas do


exterior e o banco envia as divisas ao banco brasileiro, ou seja, o importador vai a
um banco e converte a moeda estrangeira para a moeda utilizada no país do
exportador. Chama-se de divisas porque é precisamente a troca de uma moeda por
outra de um país diferente.
Caso o importador não efetue o pagamento, o exportador e o banco
usarão de artifícios legais para exigir o pagamento, que poderá ser o protesto do
“saque ou cambial”. MALUF (2000, p.178)

2.7.3 Câmbio Simplificado – SIMPLEX

Este câmbio é de grande utilidade para as pequenas e médias empresas,


que são interessadas em explorar o comércio exterior. O objetivo do câmbio
simplificado é facilitar as exportações de até USD 10 mil (ou moeda equivalente).
(MALUF, 2000, 180)
O câmbio simplificado pode ser efetuado mediante um boleto junto ao
banco autorizado a operar em câmbio, para pagamentos de operações simplificadas
pode ser efetuado, com cartão de crédito.

Tabela – Câmbio Simplificado

CÂMBIO TRADICIONAL CÂMBIO SIMPLIFICADO

• Sem limite de valor • Com limite de valor (até US$ 20.000,00)


44

• Preenchimento do Contrato de • Preenchimento do Boleto de Compra e Venda


Câmbio exige 26 informações requer apenas 5 informações

• Exportador assina apenas Boleto de Compra


• Exportador assina Contrato de
e Venda, comprovando a negociação da moeda
Câmbio
estrangeira.

• Um único Boleto de Compra e Venda pode


• Deve existir um Contrato de Câmbio
englobar diversos RES - Registro de Exportação
para cada RE - Registro de Exportação
Simplificado

• Contrato de Câmbio deve ser • Boleto de Compra e Venda está dispensado


vinculado ao respectivo RE de ser vinculado ao RES

• Contrato de Câmbio pode ser • Boleto de Compra e Venda negociado


negociado para liquidação pronta ou somente para liquidação pronta, proibida a
futura, com concessão de ACC/ACE concessão de ACC/ACE

• Exportador é obrigado a entregar ao • Exportador está dispensado de entregar ao


banco os documentos representativos banco os documentos representativos da
da exportação exportação

• Banco é o responsável por guardar os


• Exportador é o responsável pela guarda dos
documentos de exportação, por 5 anos,
documentos de exportação, por 5 anos, para
para eventual apresentação futura ao
eventual apresentação futura ao Banco Central
Banco Central

• Não é permitido o pagamento de • Exportações até US$ 20.000,00 podem ser


exportação com cartão de crédito pagas com cartão de crédito

• Valores decorrentes de Contratos de


• Valores dos Boletos de Compra e Venda
Câmbio de exportação não precisam ser
acima de US$ 20.000,00, obrigatoriamente,
creditados em conta corrente, sendo
devem ser creditados na conta corrente do
obrigatório apenas quando se tratar de
exportador.
débitos.

• Contrato de Câmbio pode ser • Boleto de Compra e Venda pode ser


negociado até 360 dias antes ou após o negociado até 90 dias antes ou após o
embarque embarque

Fonte: CASTRO José A. Exportação: Aspectos Práticos e Operacionais. Aduaneiras: 1999 -


Atualizado por Sâmia Nagib Maluf. 2000, p.181
45

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo apresenta-se a forma adequada para o desenvolvimento


da pesquisa, ou seja, os procedimentos metodológicos utilizados e o tipo de
pesquisa a ser elaborada.
O procedimento metodológico oferece ao pesquisador a possibilidade de
conhecimentos e a busca por soluções para seu problema de pesquisa.
Minayo (1994, p. 16) relata que “Entendemos por metodologia o caminho
do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. Neste sentido, a
metodologia ocupa um lugar central no interior das teorias e está sempre referida a
elas”.
Lakatos e Marconi (1991, p. 83) afirmam:

[…] o método é um conjunto das atividades sistemáticas e racionais, que


com maior segurança e economia permite alcançar o objetivo,
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões de cientista.

A pesquisa pode ser definida como um conjunto de atividades orientadas


e planejadas pela busca de novos conhecimentos. Lakatos e Marconi (1991, p. 155)
definem a pesquisa como “um procedimento formal, com método de pensamento
reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para
conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”.
Toda pesquisa realizada tem como meta esclarecer os conhecimentos e
solucionar problemas.
Para Minayo (1993, p. 23):

A pesquisa é como uma atividade básica das ciências na sua indagação e


descoberta da realidade. É uma atitude e uma pratica teórica de constante
busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É
uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota,
fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.

A pesquisa se constitui em uma exploração intensiva sobre a sistemática


de exortação de uma empresa de Moveis e Estofados, se tornando, assim, um
estudo de caso.
Conforme Gil, (2002, p. 54), “O estudo de caso consiste no estudo
46

profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e


detalhado conhecimento. [...] é encarado como o delineamento mais adequado para
a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, [...]”.
O procedimento metodológico fundamental deste relatório é um estudo
detalhado de como é realizado os passos da sistemática de exportação de móveis.

3.1 Abordagem Metodológica

Para a apuração e avaliação do procedimento sistemático da exportação


de uma empresa de Móveis e Estofados Ltda., realizou-se uma pesquisa
caracterizada como qualitativa.
A pesquisa qualitativa tem a função de avaliar a qualidade das
informações, sendo que o fenômeno estudado pode ser interpretado e analisado.
Oliveira (2002 p.117) cita que:

As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a


facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese
ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e
classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais,
apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de
opiniões [...]

O método quantitativo caracterize-se com informações que são colhidas


por meio de questionários estruturados com perguntas claras e objetivas.

3.2 Tipos de Pesquisa

Caracteriza-se como exploratória, com o intuito de alcançar os objetivos e


propiciar a sustentação científica aos conceitos e definições do comércio
internacional e todo o processo que envolve a sistemática de exportação foram
utilizados fundamentos bibliográficos, sites, entre outras ferramentas necessárias
para a realização da pesquisa.
Segundo Gil, (2002, p. 41), “Estas pesquisas têm como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a constituir hipóteses”.
Quanto aos procedimentos, trate-se de pesquisa bibliográfica e pesquisa
47

documental. A pesquisa bibliográfica é uma junção de fontes renomadas que


fundamentam a pesquisa. Ela é feita com o propósito de obter informações sobre
determinado tema, por meio dela é possível justificar, demonstrar, esclarecer e
explicar o fenômeno estudado.
Para Lakatos (2003, p. 183)

A pesquisa bibliográfica, ou fontes secundárias, abrange toda bibliografia já


tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas,
boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material
cartográficos etc. [...] Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato
direto com tudo o que foi escrito, […].

Para melhor compreensão deste estudo, foi feita uma ampla pesquisa
bibliográfica em livros, sites e outros materiais que contenham os assuntos
específicos sobre exportação.
A pesquisa documental foi efetuada a partir de dados da empresa
exportadora e dados estatísticos do site do governo brasileiro, (MDIC), que auxiliou
nas informações necessárias para a realização desta pesquisa.
Gil (1991, p. 51) afirma que “a pesquisa documental vale-se de materiais
que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser
reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.”
Sendo assim, a pesquisa documental foi realizada para obter informações
sobre a sistemática de exportação.

3.3 Caracterização da Empresa

A pesquisa foi realizada nas dependências da empresa de Móveis e


Estofados LDTA.

3.3.1 Localização

Empresa de Moveis e Estofados Ltda


Rodovia Governador Jorge Lacerda,
CEP: 88900-000 – Araranguá – SC
48

3.3.2 Ramo de Atividade

A Empresa de Móveis e Estofados Ltda., uma empresa voltada a


fabricação de móveis rústicos, atua como empresa exportadora há 06 anos. Com
uma estrutura própria de 1000 metros quadrados, 40 funcionários e com os
equipamentos necessários para a fabricação dos móveis, a empresa busca a
qualidade e excelência em seus produtos. Preocupando-se sempre em oferecer e
atender as necessidades do mercado externo.
Antes de iniciar sua atividade como empresa exportadora, trabalhava
apenas com o mercado interno. O proprietário, da empresa com conhecimento e
preferência pelo mercado externo e acreditando que a exportação é importante para
a economia do país, passou a exportar com o propósito também de aumentar sua
receita. A empresa inicia suas atividades na exportação e fabricação de móveis
rústicos no ano de 2004, para os países da Europa, Reino Unido e Inglaterra.

3.3.2.1 Missão da Empresa

A empresa de Móveis e Estofados tem como missão: fabricar móveis com


qualidade e inovação, proporcionando a satisfação dos clientes e nivelando o
mercado exterior.

3.4 População e Amostra

Foi realizada uma pesquisa junto à empresa de Móveis e Estofados, a fim


de buscar informações que terão o propósito de responder aos objetivos deste
estudo.

3.5 Instrumento de coleta de dados

O instrumento de coleta de dados a ser utilizada foi um questionário pré-


elaborado, constituído por 20 perguntas, sendo 10 fechadas e 10 abertas, com o
objetivo de esclarecer os passos sequenciais da sistemática da exportação.
49

3.5.1 Processo de coleta de dados

A coleta de dados foi realizada nas dependências da empresa de Móveis


e Estofados, por meio de documentos de registros da exportação e aplicação do
questionário pré-elaborado, com o proprietário da empresa.

3.5.2 Análise e Interpretação dos dados

Com posse dos dados coletados por meio do questionário que foi
aplicado, far-se-á a interpretação e análise dos dados, alcançando os objetivos da
pesquisa no sentido de verificar as práticas de exportação e as possíveis
dificuldades da empresa pesquisada.
50

4 RESULTADOS DA PESQUISA

Neste capítulo, serão apresentados os dados pesquisados junto à


empresa de Móveis e Estofados, onde foi realizado o estudo de caso.
Os dados foram analisados através das respostas obtidas pelo
proprietário da empresa, onde se podem identificar os objetivos deste estudo.
Conforme entrevista realizada seguindo questionário pré-elaborado, o
qual continha perguntas abertas e fechadas ao proprietário da empresa de Moveis e
Estofados. Quanto ao questionamento n. 1, se a empresa é credenciada na Receita
Federal do Brasil, a resposta obtida foi positiva, aliás, desde o ano de 2004:
questionamento n. 2. Visa saber se a empresa é autorizada para operar no comércio
exterior, e a resposta foi que o despachante aduaneiro habilitou a empresa na SRFB.
Para esclarecendo do questionamento n. 3 as informações contidas no
site da Receita Federal, conforme fundamentado e especificado no capitulo 2 item
2.4, sobre o processo de habilitação de uma empresa pode ocorrer em quatro
modalidades: Ordinária, Simplificada, Especial e Restrita, sendo que a utilizada pela
empresa pesquisada é a ordinária que se identifica “para pessoas jurídicas que
atuem habitualmente no comércio exterior”.
Habilitada, a empresa utiliza em suas operações de exportação o
Siscomex, conforme determina o Art.167 da Portaria do Secex nº 25/08, as
operações de exportação deverão ser registradas no Siscomex, “exceto os casos
previstos no anexo “L” desta Portaria.” Relacionada a questão nº 4.
A empresa que ingressa no comércio de exportação e decide atingir o
mercado internacional com seus produtos deve identificar a forma com a qual
operará a exportação segundo Garcia (2005), já que poderá utilizar-se das seguintes
formas: exportação direta, indireta e via trading company. Assim, em relação à
resposta das questões de n. 5 e 6, a empresa optou pela exportação indireta a qual
utiliza a trading company West Wood e o agente Jean, da Empresa Chestnut.
Observa-se que a empresa emprega estas duas formas vendas, porque seu produto
não é bem conhecido no exterior.
Quanto às condições de pagamento internacionais, constata-se que a
empresa opta pela cobrança à vista e raramente pela carta de crédito, visto que esta
modalidade exige regras minuciosas para com seu recebimento. A preferência pelo
51

pagamento à vista da ao exportador garantia ao recebimento, pois o comprador só


pode retirar a mercadoria do porto após o pagamento. Efetuado o recebimento, o
exportador envia ao comprador os documentos originais para a retirada da
mercadoria.
Correspondente à questão nº 08 qualquer pessoa ou empresa pode
efetuar o registro no Siscomex, desde que estes sejam credenciados para operar em
nome da empresa. Desta forma, a empresa pesquisada coloca as responsabilidades
de efetivo dos registros para o despachante aduaneiro.
No tocante a resposta da questão 09, quando a empresa realiza uma
venda para o exterior compreende-se que após a confirmação do negócio a empresa
emite a nota fiscal e a envia ao despachante, o despachante aduaneiro é
responsável pela emissão do Registro de Exportação e pela confecção do
conhecimento de Embarque-BL, Commecial Invoice, packing List e certificado de
origem. Assim, constatou-se que a empresa apenas emite a nota fiscal deixando as
demais responsabilidades ao despachante aduaneiro, demonstrando que não há
ainda uma mínima estrutura na empresa para de forma autônoma iniciarem
operações na área de exportação, inclusive por não haver funcionário com formação
ou conhecimento na área.
Efetuada a compra, o importador poderá exigir da empresa exportadora
alguns certificados sobre o produto. De acordo com Schulz, os certificados têm a
finalidade de atestar a proveniência e a origem da mercadoria a ser exportada.
Sobre esses conhecimentos da empresa de Moveis e Estofados, sempre que
exigido do importador, envia junto aos documentos o certificado de origem e
inspeção, também, mesmo detalha que raramente, mas já foi exigida a montagem
de algumas peças para amostra 1% do lote a ser exportado.
De acordo com Schulz, para que os produtos sejam competitivos no
mercado internacional e preciso excluir do preço de venda a parte dos tributos que
são colocados no mercado nacional. Portanto com relação às contribuições sociais a
empresa de Moveis e Estofados é isenta de todos os impostos existentes na
exportação.
Depois de efetuada a compra, inicia-se o processo de entrega do produto
a ser exportado e a logística internacional é algo muito importante, pois é neste
processo que se identifica o meio de transporte mais adequado para transportar a
mercadoria até seu local de destino. Assim, em resposta a questão 13, constatou-se
52

que o produto da empresa de Moveis e Estofados é transportado pelo meio


marítimo, sendo que este tem participação superior a 90% nas transações
comerciais.
Quanto ao questionamento n. 14, com relação aos incoterms, a empresa
utiliza três modalidades, conforme a negociação da venda, ela opta pelo EXW Ex
Word, (local de produção) nesta modalidade a retirada da mercadoria fica à
disposição do importador, podendo assim retirar na fábrica ou no porto e a FOB –
Free on Bord (porto de embarque designado) significa que vendedor deve entregar a
mercadoria no porto de embarque, pois neste último caso sua obrigação é produzir a
mercadoria desembaraçá-la e colocá-la no porto de destino combinado com o
importador. A outra modalidade é o FCA – Free Carrier (livre após carregado) nesta
modalidade, o vendedor leva a mercadoria ao local designado ao transportador
nomeado pelo importador, onde o importador paga o frete marítimo. Desta forma,
pode-se analisar que empresa de Moveis e Estofados procura utilizar em cada
venda o melhor processo que se adapta em relação aos custos e exigências das
negociações de venda, não padronizando o uso em algum dos Incoterms.
A contratação de câmbio é o fechamento da operação cambial, para esta
execução é feito um contrato junto com banco autorizado a operar em câmbio, ou
seja, a venda ou compra de moeda, formado por meio de um contrato. Sendo assim,
a empresa de Moveis e Estofados associa-se ao Banco do Brasil e ao Banco Real.
Realizada a venda, a empresa exportadora entra em contato com o banco
de sua preferência através de telefone ou e-mail, para que o mesmo faça o
fechamento do câmbio.
Para que a última etapa da negociação do contrato de câmbio seja
concretizado o exportador deverá enviar ao banco escolhido os documentos de
embarque da mercadoria, portanto a empresa pesquisada apresenta ao banco a
fatura pro forma, a commercial invoice e o BL. Referente a liquidação a empresa
opta pelo pagamento a à vista como já visto na questão de nº 07, conforme os
dados, depois do recebimento dos documentos, o banco faz o deposito para
empresa de acordo com o valor do câmbio do dia.
Em relação à questão nº 19, a empresa de Moveis e Estofados tem um
volume mensal de exportações em media de US$80.000,00 dólares. Finalizando a
empresa pretende atingir outros mercados externos, como a Inglaterra, Holanda,
Bélgica, Espanha.
53

Em relação às dificuldades encontradas na área de exportação, o


pesquisado informa que hoje as exportações estão complicadas porque o real está
valorizado e o dólar está em baixa.
Ao analisar as questões, pode-se constatar que a empresa não é forte
nas suas exportações, não tem conhecimentos específicos sobre a sistemática de
exportação e não consegue abranger outros mercados por falta de conhecimentos
de culturas e condições financeiras.

4.1 Sugestões

A contratação de um funcionário especializado na área de comércio


exterior com os conhecimentos específicos.
54

5 CONCLUSÃO

Este trabalho de conclusão de curso teve como principal objetivo


pesquisar sobre a sistemática de exportação de uma empresa de Móveis e
Estofados e seus procedimentos a as dificuldades encontradas, visto que
atualmente as empresas tendem para a exportação em busca da inserção de seus
produtos no comércio mundial.
Importante verificar qual o tratamento administrativo, fiscal e cambial de
uma empresa na exportação de seus produtos, pois a análise da sistemática
adotada possibilita ao exportador conhecimentos quanto à forma como a empresa
operar no mercado externo, determinando sua eficiência ou problemas.
Conforme visto no desenvolver deste trabalho, a sistemática é conjunto
de ações adotadas na operação e que são observadas e seguidas pelas empresas
que resolveram exportar seus produtos, podendo-se alterar dependendo das metas
ou dificuldades encontradas. A pesquisa teve como objetivo verificar e analisar a
sistemática adotada, portanto, os documentos e os procedimentos que empresa de
Móveis e Estofados utiliza na exportação de seus moveis rústicos para o Reino
Unido. Após realizada a pesquisa e a coleta de dados com o proprietário da empresa
pode-se constatar que a empresa não domina a técnica da exportação e para tanto
terceiriza tal atividade para uma comercial exportadora que vende seus produtos no
mercado exterior, principalmente, no Reino Unido, devido à aceitação do produto,
orienta a empresa exportadora nos tramites e emissão dos documentos necessários,
além de contratar despachante aduaneiro para o desembaraço da mercadoria ao
exterior, ou seja, a sistemática de exportação devido à exportação indireta. Com os
dados da NCM 9403.40.00 pode-se contatar que os Móveis de madeira são do tipo
utilizado em cozinhas. Não se paga impostos para a exportação, sendo totalmente
isenta, e não há exigência de tratamento administrativo.
A conclusão a que se chega é a de que se a empresa pretender
incrementar sua atividade de exportação, ou seja, gerar maior volume de negócios
internacionais. Deverá, antes de tudo investir na contratação de profissional
especializado que possa melhor organizar, e sobre tudo nortear as ações da
empresa neste ramo de atividade. A realização da presente pesquisa tem seu mérito
uma vez que contribui para uma melhor compreensão da sistemática de exportação
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de uma empresa de médio porte, porque mostra de forma clara os passos adotados
numa exportação indireta, ou seja, realizada por comercial exportadora contratada,
de modo que se espera incentivar a continuidade da pesquisa na área.
56

REFERÊNCIAS

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CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São
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DABBAH, Steven. A solução para sua empresa: exportação. São Paulo: Érica,
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GARCIA, Luiz Martins. . Exportar: rotinas e procedimentos incentivos e formação de


preços. 8. ed São Paulo: Aduaneiras, 2005. 250 p.

GARCIA, Luiz Martins. . Exportar: rotinas e procedimentos incentivos e formação de


preços. 9. ed São Paulo: Aduaneiras, 2007. 226 p.

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1996.

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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de


metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

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2003. 336 p.

LOPES VAZQUEZ, José. Manual de exportação. São Paulo: Atlas, 1999.

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venda. 2.ed São Paulo: Aduaneiras, 2001. 172 p.

MALUF, Sâmia Nagib. Administrando o comércio exterior do Brasil. São Paulo:


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qualitativa em saúde. 2. ed., São Paulo: Hucitec, 1993.
57

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MINISTÉRIO de desenvolvimento e industria e comercio exterior secretaria de


comercio exterior. Disponível em: <http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos> .
Acesso em: 01/11/2010

RECEITA FEDERAL. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br>. Acesso


em 19/10/2010

RECEITA FEDERAL. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br>. Acesso


em 26/10/2010

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141 p.

WERNECK, Paulo. Comércio exterior & despacho aduaneiro. 3. ed., Curitiba, PR:
Juruá, 2002.
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APÊNDICE
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Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC


Curso: Secretariado Executivo
Pesquisadora: Lidiane Daminelli
Orientadora: Tânia Mota

QUESTIONÁRIO

Titulo: A Sistemática de exportação de Moveis Rústicos de uma Empresa


de Moveis e Estofados para o Reino Unido

Prezado:
Este questionário tem como objetivo coletar informações sobre o processo
dos documentos e os procedimentos da exportação.
Agradeço antecipadamente, a sua colaboração e atenção em respondê-lo,
este questionário será incorporado ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que
será apresentado no Curso de Secretariado Executivo da Unesc, para obtenção do
título de graduação em Secretariado Executivo.
___________________________________________________________________

1. A empresa é credenciada na Receita Federal para exportação?

( ) Sim
( ) Não

2. Quando ocorreu a habilitação da empresa de Moveis e Estofados LTDA na

Receita Federal?
_____________________________________________________

3. Qual a modalidade de habilitação da empresa?

( ) Ordinária
( ) Simplificada
( ) Especial
( ) Restrita
60

4. Nas operações de exportação é utilizado o SISCOMEX?

( ) Sim
( ) Não

5. Qual o canal de exportação?

( ) direta
( ) indireta
( ) trading company

6. Caso seja indireta, qual a empresa utiliza?

( ) tradings
( ) agentes
( ) empresas comerciais exportadoras
( ) outras__________________________________________________________

7. Quais as formas de pagamento que normalmente a empresa aceita?

( ) pagamento antecipado
( ) cobrança à vista
( ) cobrança a prazo
( ) cobrança livre
( ) carta de credito

8. Quem efetua o registro de exportação?


( ) a própria empresar
( ) despachante aduaneiro contratado
( ) comercial exportadora parceira

9. Quais os documentos a empresa utiliza e confecciona para a exportação?


_________________________________________________________________

10. Há alguma exigência feita pelo importador

( ) certificado de origem
( ) inspeção
( ) na embalagem
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( ) no produto
( ) outros/Identificar

11. Quais os impostos e contribuições sociais a serem pagos na exportação?

________________________________________________________
12. A empresa é isenta de imposto de exportação ou outro?

( ) Sim
( ) Não
Quais____________________________________________________________

13. Qual o meio de transporte internacional utilizado?

_________________________________________________________________

14. Qual o Incoterms negociado na exportação?

( ) EXW – Ex Works ( ) CPT – Carriage Paid To


( ) FCA – Free Carrier ( ) DAF – Delivered at Frontier
( ) FAZ – Free Alongside ship ( ) DES – Delivered Ex Ship
( ) FOB – Free on Bord ( ) DEQ – Delivered EX qua
( ) CRF – Cost and Freigt ( ) DDU – Delivered Duty Unpaid
( ) CIF – Cost and Freiht ( ) DDP – Delivered Duty Paid

15. Qual instituição bancária na contratação do câmbio?

_________________________________________________________________

16. Como é feito a contratação do câmbio?

_________________________________________________________________

17. Qual instituição bancária contratada para negociação dos documentos de

exportação?
_________________________________________________________________

18. Qual o procedimento desta negociação?

_________________________________________________________________
62

19. Qual o volume de exportação mensal?

_________________________________________________________________

20. A empresa pretende exportar para outros países?

( ) Sim
( ) Não
63

ANEXOS
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