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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

MARIA AMÉLIA SOPELSA BRANDALISE

ARTIGO CIENTÍFICO
As Especificidades da Importação de
Peças de Cadáveres Congelados:
procedimentos iniciais

ITAJAÍ
2022
MARIA AMÉLIA SOPELSA BRANDALISE

ARTIGO CIENTÍFICO
As Especificidades da Importação de
Peças de Cadáveres Congelados:
procedimentos iniciais

Trabalho Técnico Científico de Conclusão de


Curso (TTCCC) apresentado como requisito
para a obtenção do título de Bacharel em
Comércio Exterior, Escola de Negócios, na
Universidade do Vale do Itajaí, Campus Itajaí.

Orientadora: Profª. MSc. Melissa Pereira


Monguilhott

ITAJAÍ
2022
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, por todo o apoio que sempre me deram, por
sempre me incentivarem a estudar e a seguir meus sonhos.
As minhas colegas de curso por todos os momentos que dividimos nossas frustrações,
dúvidas e inseguranças quanto aos nossos trabalhos de conclusão e por terem sido
uma rede de apoio neste momento. Obrigada por todos os momentos e risadas que
também compartilhamos, sem vocês essa caminhada teria sido bem mais difícil.
Ao setor de Serviços da Escola de Negócios, onde trabalho e por meio do qual foi
possível tomar conhecimento sobre o tema escolhido para este trabalho. Também por
meio do qual conheci pessoas incríveis e adquiri mais conhecimento prático da área
de comércio exterior.
À minha equipe do estágio, aos estagiários que já foram embora, mas que serviram
de exemplo para mim e permitiram que eu seguisse seus passos. E àqueles que
entraram depois e para os quais tento ser o exemplo que uma vez foram para mim.
À minha chefe, Simone, por sempre ser aquela que acredita em mim mesmo quando
eu não o faço. Obrigada por ser esta pessoa amiga, acolhedora e sempre disposta a
compartilhar seu conhecimento e nos ajudar.
E finalmente agradeço à minha orientadora, Profa. Melissa, que também é minha
orientadora do estágio e por quem tenho grande admiração, tanto como profissional
quanto como pessoa. Obrigada por sempre orientar com muita paciência, sabedoria
e principalmente por entender como nos sentimos durante este período de confecção
de TCC, apoiando e aconselhando.
Nem tão longe que eu não possa ver
Nem tão perto que eu possa tocar
Nem tão longe que eu não possa crer que
um dia chego lá
Nem tão perto que eu possa acreditar que o
dia já chegou
(Humberto Gessinger – Engenheiros do
Hawai)
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As Especificidades da Importação de Peças de Cadáveres


Congelados: procedimentos iniciais

Maria Amélia Sopelsa Brandalise1


Profa. MSc. Melissa Pereira Monguilhott2

Resumo
O crescimento da procura por procedimentos estéticos no Brasil demanda que a
indústria médica busque pelo aperfeiçoamento e aprendizado de novas técnicas de
harmonização facial. Esta busca por novas técnicas acabou trazendo para o Brasil
procedimentos até então desconhecidos, referentes à importação de peças
anatômicas congeladas para utilização em treinamentos e pesquisas visando se
aproximar cada vez mais de um procedimento real. A escolha do tema abordado no
trabalho surgiu da percepção quanto a falta de informações e legislações referentes a
este tipo específico de processo, tendo como foco suas etapas iniciais. Assim, o
presente trabalho tem como objetivo apresentar as especificidades do processo de
importação de peças cadavéricas conservadas por congelamento, definindo a
classificação fiscal para as peças; identificando o modal de transporte ideal para a
operação; e apresentando as exigências do exportador para fornecer as peças. Para
a pesquisa que possui fins exploratórios foi utilizado método de pesquisa qualitativo,
por meio da pesquisa bibliográfica. A partir das informações obtidas durante a
pesquisa, os objetivos específicos propostos foram alcançados. Ao final conclui-se
que tendo conhecimento das primeiras etapas da operação é possível realizá-la,
levando em consideração que é um processo ainda pouco conhecido, é preciso
sempre se atentar às exigências e as dificuldades. Acredita-se que com o crescimento
da demanda por esta técnica em cursos e pesquisas, também cresça o conhecimento
das pessoas quanto ao processo e informações referente a ele sejam mais difundidas.

Palavras-chave: importação; cadáveres; procedimentos iniciais.

1 Introdução

O crescimento do mercado estético no Brasil e a busca pela melhor aparência


requer profissionais atualizados que procurem por novas técnicas e qualificações
constantemente. Esse aperfeiçoamento dos profissionais também é exigido pelos
pacientes visto o grande número de casos de erros em procedimentos estéticos, que
tem sido motivo de preocupação e alerta a sociedade.

1
Maria Amélia Sopelsa Brandalise – mabrandalise@edu.univali.br
2
Profa. MSc. Melissa Pereira Monguilhott – melissap@univali.br
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O “cadáver fresco”, técnica de congelar o corpo logo após a morte utilizada em


países como Estados Unidos, permite que o aprendizado se torne mais próximo da
realidade por conta da estrutura do cadáver permanecer idêntica à de um corpo vivo.
A conservação por formol, utilizada no Brasil, degrada o corpo e assim menos
estruturas reais são identificadas pelos alunos.
Apesar de no Brasil ser permitido doar seu corpo para fins de pesquisa e
estudo, nossa legislação somente permite que isto ocorra se a conservação do
cadáver for feita em formol. Com a alta demanda da indústria médica para
aperfeiçoamento e aprendizado de novas técnicas acabou fazendo com que
empresas e Universidades importassem essas peças congeladas para realização de
treinamentos.
Para a importação de peças cadavéricas congeladas é fundamental o
conhecimento e aprofundamento do importador em relação aos procedimentos
necessários, assim como quanto aos trâmites exigidos pela legislação brasileira.
Diante disso, surgem os seguintes questionamentos: o que deve ser feito para que a
importação de cadáveres congelados ocorra? Quais aspectos devem ser observados?
Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar as
especificidades de um processo de importação de peças cadavéricas conservadas
por congelamento. Para alcançar este objetivo foram definidos outros três objetivos
específicos: definir a classificação fiscal para as peças anatômicas; identificar o modal
de transporte ideal para a operação; e apresentar as exigências do exportador para
fornecer as peças.
Com este propósito, o trabalho foi estruturado da seguinte forma: item 1 traz a
introdução juntamente com o objetivo geral, objetivos específicos e a justificativa para
o tema. Item 2 fundamenta-se a classificação fiscal de mercadorias, as modalidades
de transporte internacional e o seguro de carga, as etapas e os documentos
envolvidos no processo de Importação e os tipos de operação. No item 3 a
metodologia de pesquisa e as técnicas de coleta de dados. Já o item 4 traz os
resultados das pesquisas, abordando a classificação fiscal, o transporte do material e
as exigências apresentadas pelo exportador. Por fim, o item 5 apresenta as
considerações finais quanto ao trabalho.

1.1 Justificativa
8

O tema do trabalho foi escolhido pensando principalmente na falta de


informações disponibilizadas com relação ao assunto.
Através do estágio no setor de Serviços da UNIVALI, a acadêmica teve a
oportunidade de participar de uma pesquisa da viabilidade de importação de peças
anatômicas tomando conhecimento desta operação ainda pouco conhecida e que
dispõem de limitadas informações quanto a forma correta de realização, o que motivou
a pesquisa para adquirir maior conhecimento do assunto.
Com isso, o trabalho serve como fonte de dados para que outros acadêmicos
possam utilizá-lo como base para futuras pesquisas. A instituição pode usufruir da
pesquisa caso surja uma nova demanda para importação de peças cadavéricas
destinadas à pesquisa ou ao ensino, visto que a Universidade possui um setor de
importações. Assim como outras universidades que desejem realizar este tipo de
operação e agregar a seus laboratórios as peças cadavéricas congeladas para o
ensino e pesquisa.
Não somente instituições e outros acadêmicos poderão se beneficiar das
informações obtidas no trabalho, mas também empresas de comércio exterior e seus
profissionais para obter conhecimento de um novo processo. Também clínicas,
hospitais e os profissionais da saúde que podem ainda não ter conhecimento da
realização deste tipo de operação e a partir da pesquisa podem buscar maior
conhecimento para suas especializações na área.
Por meio deste trabalho a acadêmica também obtém um diferencial para seu
futuro profissional ao apresentar conhecimento de uma operação pouco conhecida, e
compreender as etapas iniciais deste processo pode ser de grande importância se
uma demanda parecida aparecer novamente.

2 Fundamentação Teórica

Neste capítulo serão apresentados conceitos relacionados ao tema do trabalho


a fim de fundamentar teoricamente o desenvolvimento do presente artigo. Os temas
abordados a seguir são: Classificação Fiscal, Modalidades de Transporte e Seguro,
as etapas e documentos envolvidos no processo de importação.
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2.1 Classificação Fiscal

A classificação fiscal de mercadorias é um código numérico criado como uma


forma de padronizar mundialmente a mercadoria. A partir desta classificação, nas
operações de importação e exportação, é possível reconhecer qual é o produto de
que se está tratando na negociação em qualquer lugar do mundo. (KEEDI, 2007).
Conforme Vazquez (2009): “Cada produto é descrito a partir de suas características
genéricas, até os detalhes mais específicos, que os individualizam”.
2.1.1 Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH)
No padrão internacional esse código é chamado de Sistema Harmonizado de
Designação e Codificação de Mercadorias (SH), e é composto por 6 dígitos divididos
em pares:
Figura 1: Estrutura do SH:

Fonte: Elaborada pela acadêmica.

O Sistema Harmonizado possibilita que as especificidades dos produtos, como


por exemplo a origem, a matéria constitutiva e a aplicação, sejam atendidas em um
ordenamento numérico lógico, crescente e de acordo com o nível de subtileza das
mercadorias (INVEST & EXPORT, 2022). O Sistema abrange:
● A Nomenclatura: engloba 21 seções, composta por 96 capítulos além das
Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição;
● As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado: define as
regras gerais para classificação de uma mercadoria na nomenclatura; e
● As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH): interpretação oficial
do SH que apresenta um detalhamento das subposições, das Notas de Seção,
Capítulo, posições e subposições do SH, fornecendo descrições técnicas que
facilitam a classificação.
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O Sistema Harmonizado é revisado a cada cinco anos pela Organização


Mundial das Aduanas, promovendo atualizações e adaptações na classificação de
mercadorias (BRASIL, 2022).
2.1.2 Nomenclatura Comum do Mercosul
É permitido que os países que adotam o sistema personalizem este código para
detalhar melhor as mercadorias. Os países pertencentes ao Mercosul, Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai, criaram a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) para
ser utilizada nos quatro países de forma a uniformizar a classificação dos produtos
facilitando as suas relações comerciais e o controle alfandegário. A NCM traz um
maior detalhamento da subposição da SH a partir do sétimo e oitavo dígito, o item e o
subitem (KEEDI, 2007).
A NCM manteve a estrutura básica da nomenclatura SH - com 97 capítulos
divididos em 21 seções, sendo a principal modificação verificada quando do aumento
das subdivisões em nível de itens e subitens. Atualmente NCM utiliza oito dígitos,
sendo os seis dígitos iniciais idênticos aos do SH. O sétimo dígito da NCM representa
os itens; o oitavo os subitens. Da mesma forma do SH, se não existirem subdivisões
a serem representadas, estas posições devem ser marcadas com o dígito 0 (SANTOS,
2011):

Figura 2: Estrutura da NCM:

Fonte: Elaborada pela acadêmica.

A partir da NCM podemos identificar as alíquotas dos impostos incidentes, a


cobrança do Imposto de Importação pela Tarifa Externa Comum (TEC) e o tratamento
administrativo da operação. Como regra geral, o Brasil adota a TEC para todos os
códigos NCM, à exceção de códigos ou partes de códigos (Ex-tarifários) que façam
parte instrumentos ou regras de exceção (BRASIL, 2021). A TEC é baseada na
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classificação da NCM, portanto qualquer mercadoria importada por países membros


do Mercosul com origem e/ou procedência de fora do bloco, entrarão com a mesma
alíquota de Imposto de Importação (KEEDI, 2007).
A cada nova versão do SH, os países também têm que realizar as devidas
adaptações em suas classificações fiscais internas e com a TEC não é diferente em
um processo que se chama "transposição do SH". A atualização permite que o
comércio do Mercosul tanto intra como extra bloco possa ocorrer de maneira correlata
com a classificação fiscal de mercadorias mais atual (BRASIL, 2021).
Além de ser um mecanismo necessário para a determinação da alíquota do
imposto de importação e do tratamento administrativo, a classificação fiscal é um dos
procedimentos mais complexos dentro do procedimento de importação. Para realizar
a classificação é necessário que tenhamos domínio das características essenciais e
funcionais da mercadoria a ser importada, assim como o conhecimento da
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), das Regras Gerais para Interpretação e
das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH). Identificar as características
de um produto pode ser uma atividade bastante complexa, pois requer uma análise
minuciosa, especialmente sobre as características que não se mostram aparentes, o
que pode demandar a realização de laudos técnicos, perícias, entre outros somente
para realizar a classificação correta. (GOULART, 2020).
No caso de ainda haver dúvida quanto a classificação correta para um
determinado produto mesmo realizando toda a análise de suas características, a
Receita Federal permite que as empresas realizem uma Consulta Sobre Classificação
Fiscal de Mercadorias para dizimar dúvidas quanto a correta classificação na NCM
constante tanto na Tarifa Externa Comum (TEC) quanto na Tabela de Incidência do
Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). Essa consulta é regulamentada pela
Instrução Normativa RFB nº 2.057, de 09.12.2021 e pode ser realizada por sujeito
passivo de obrigação tributária principal ou acessória, órgão da administração pública;
ou entidade representativa de categoria econômica ou profissional (BRASIL, 2022).
A consulta deverá ser formulada por escrito, conforme formulário próprio da
Receita, dirigida à Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) e contendo uma
caracterização detalhada da mercadoria com as indicações necessárias à elucidação
da matéria. Se a Cosit determinar que o processo de Consulta não foi eficaz, será
publicado um Despacho Decisório declarando sua ineficácia. Somente quando a
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Consulta é considerada eficaz é que resulta na Solução de Consulta, estas são


disponibilizadas no site da Receita Federal e atualizadas periodicamente no
Compêndio de Ementas de Soluções de Consulta e Soluções de Divergência emitidas
pelo Centro de Classificação Fiscal de Mercadorias (Ceclam) (BRASIL, 2022).
A classificação fiscal é uma etapa imprescindível para a importação de uma
mercadoria, a partir dela podemos identificar as alíquotas dos impostos incidentes e
também o devido tratamento administrativo para a operação. Com este tema
elucidado, será abordado a seguir a etapa logística da operação.

2.2 Modalidades de Transporte e Seguro de Transporte

Para Keedi (2007) o transporte é umas das atividades mais importantes do


comércio exterior, uma vez que a compra e venda de mercadorias fica impossível sem
a sua transferência de um ponto a outro, que se dá por meio de pelo menos um dos
modos de transporte existentes. A logística de transportes é o segmento responsável
pelo planejamento, pelo gerenciamento e pelo controle dos serviços que auxiliam na
tomada de decisão para a escolha do modal de transporte ou dos modais de
transportes mais adequados para a operacionalização do sistema de fluxos de
mercadorias e de pessoas, no espaço geográfico local, regional, nacional e
internacional, de forma rápida, eficiente, confiável, segura e, preferivelmente, de baixo
custo (PEREIRA, 2015). Sendo nosso objeto o transporte internacional, podemos
dividi-lo em três modais:
● Aquaviário: abrange os transportes marítimo, fluvial e lacustre.
● Terrestre: constituído pelo rodoviário e ferroviário; e
● Aéreo: aeroviário.
Também podendo ser realizado pela combinação dos citados em uma mesma
remessa, que se denomina Multimodalidade. Cada um tem suas características
próprias, apresentando vantagens e desvantagens que os tornam mais ou menos
adequados para cada situação. Não há como estabelecer o melhor entre eles de uma
forma geral, é importante identificar os fatores críticos para escolha do modal ideal
para cada caso especificamente (VIEIRA, 2009). Neste item falaremos em específico
sobre os modos marítimo, rodoviário e aeroviário.

2.2.1 Modo Marítimo


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O sistema de transporte aquaviário é o mais importante em todo o mundo no


comércio internacional, estando o marítimo na liderança, é o ideal para mercadorias
de baixo custo e médio valor agregado. O transporte marítimo pode ser classificado
em navegação de longo curso e de cabotagem. A navegação de longo curso é aquela
na qual o transporte das mercadorias é feito entre diferentes países. Enquanto a de
cabotagem é aquela efetuada no próprio país, apenas entre seus portos.(KEEDI,
2007).
O transporte marítimo é geralmente utilizado para cargas de percursos mais
longos, volumosas e pesadas. Como vantagens deste modal podemos destacar que
ele atende a grandes distâncias, podendo ser utilizada para movimentar mercadorias
ao redor de todo o mundo; na maioria das vezes, tem o menor custo de frete visto a
grande capacidade de carga que possui em uma mesma viagem; a capacidade de
transportar praticamente todos os tipos de mercadorias, visto a possibilidade de
utilização de diversos tipos de embalagens e do carregamento a granel
(EVANGELISTA; CAMPOS; SANTOS, 2019).
Dentre as principais desvantagens, podemos citar: relativamente lento, visto as
proporções de peso deslocado e distâncias percorridas; necessidade de transbordos
em portos; necessidade da utilização de outros modais para chegar ao destino final;
menos seguro devido às movimentações realizadas; e a maior exigência de
embalagens (EVANGELISTA; CAMPOS; SANTOS, 2019). Este modal de frete
apresenta muitos riscos pois pode ocorrer atrasos nos portos devido a fatores como:
greves, congestionamentos, excesso de burocracia, atraso na chegada e saída de
navios. Outro aspecto que também foge ao controle do usuário está ligado ao tempo
total de viagem, desde a origem até o destino final da mercadoria (ALVARENGA;
NOVAES, 1994).

2.2.2 Modo Rodoviário

O transporte rodoviário é o mais independente dos transportes, uma vez que


possibilita movimentar uma grande variedade de materiais para qualquer destino,
devido à sua flexibilidade, sendo utilizado para pequenas encomendas, e curtas,
médias ou longas distâncias, por meio de coletas e entregas ponto a ponto
(BERTAGLIA, 2003). Os veículos deste modal podem ser de carga geral ou
especializados, indo de totalmente fechados, inclusive frigoríficos, até totalmente
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abertos, apenas com a plataforma, apropriados para transporte de grandes e pesadas


cargas ou containers (KEEDI, 2007).
Como vantagens deste modal podemos destacar que ele permite o
estabelecimento de rotas flexíveis e elimina a necessidade de transportes
complementares, sendo um modal de transporte porta a porta (VIEIRA, 2009).
Possibilita movimentar uma grande variedade de materiais para qualquer destino,
devido à sua flexibilidade, sendo utilizado para pequenas encomendas, e curtas,
médias ou longas distâncias (BERTAGLIA, 2003).
Contudo, as desvantagens estão na sensibilidade ao aumento dos preços dos
combustíveis, o avanço no processo de privatização das rodovias que gera ônus com
pedágio e viabiliza o roubo de cargas (VIEIRA, 2009). A situação das estradas
brasileiras também prejudica bastante o transporte rodoviário de mercadorias,
aumentando o tempo de viagem e encarecendo os custos operacionais. É um
transporte que apresenta um frete muito alto em relação a determinadas mercadorias,
em especial as de baixo valor agregado. Tem como agravante o fato de transportar
pouca carga, sendo o menor dos modos e por isso é mais adequado para mercadorias
de maior valor agregado (KEEDI, 2007).

2.2.3 Modo Aeroviário

O modal aéreo é basicamente realizado com aviões, o transporte é rápido e


apropriado para mercadorias que não podem perder tempo com outros modos,
aquelas com prazo de validade curto, e as de alto valor agregado (KEEDI, 2007). Por
ser um modal rápido comparado aos demais modais, ele é ideal para mercadorias que
necessitam de extrema rapidez na entrega. Por essas e demais características, o
modal aéreo envolve facilmente vários países (EVANGELISTA; CAMPOS; SANTOS,
2019).
Segundo Arnold (1999), dentre as vantagens que esse modal pode
proporcionar, está a agilidade de atendimento a diversas regiões do mundo e um
menor custo de reposição de estoque para os importadores devido a rapidez no
atendimento. Além de transportar carga com velocidade muito superior às demais
modalidades, o transporte aéreo apresenta níveis de avarias e extravios mais baixos,
resultando em maior segurança e confiabilidade (NOVAES, 2007).
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O modal aéreo tem como desvantagem a sua pouca capacidade de carga,


devido ao pequeno espaço disponível nas aeronaves. Isso torna o frete aéreo
usualmente mais caro, exceto em caso de cargas com volumes muito pequenos
(VIEIRA, 2009).

2.2.4 Seguro de Transporte

Segundo SEGRE (2007) o contrato de seguro contempla uma operação


realizada entre duas partes, o segurado e o segurador, e é coordenada por uma
terceira parte, o corretor. A seguradora emite uma apólice assumindo os riscos pelas
possíveis avarias ou perdas durante o transporte, a partir do pagamento do “prêmio”.
O seguro é uma das atividades mais importantes, não só do comércio exterior,
mas também de outras áreas, pois é a forma encontrada para preservar qualquer bem.
É contratado seguro para que as operações de exportação e importação de um bem
ou serviço não sejam perdidas por conta de eventuais danos ou avarias a este. Um
seguro nunca deve visar lucro, apenas a reposição do bem segurado. (KEEDI, 2012).
Exposto os modais do transporte internacional que permitem o acesso
mercadológico, bem como a questão do seguro de mercadorias em cada modo, a
seguir será elucidado os pormenores da operação de importação em si.

2.3 Importação

A importação pode ser tanto de bens como de serviços, sendo a de bens a


transferência de mercadorias entre os países, e de serviços a compra de assessoria,
consultoria, conhecimentos, transportes, turismo, entre outros (KEEDI, 2015).
No caso da importação de bens, ela pode ser feita de maneira direta ou indireta,
dependendo da conveniência, possibilidade e de outros fatores ligados ao processo.
Na maneira direta o importador realiza a compra diretamente do fabricante do produto,
que nesse caso é o exportador, ou seja, ele não utiliza qualquer intermediário na
operação. Ele poderá realizar o processo de importação por meio de pessoas ou
empresas que atuam como agentes ou representantes do exportador, que servem
como uma ligação entre eles, desta forma, apesar dos intervenientes utilizados, o seu
exportador continua sendo a empresa que está lhe vendendo a mercadoria (KEEDI,
2015).
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Já a maneira indireta é quando o importador compra a mercadoria de outro que


não o fabricante da mercadoria vendida, toda a operação de exportação, embarque,
emissão de documentos, fica por conta do vendedor intermediário, aparecendo o
fabricante apenas nas embalagens, ou eventualmente em documentos, se isso for
necessário ou solicitado (KEEDI, 2015).
Também pode se citar em tipos de importação aquelas realizadas pelas leis
8.010/90 e 8.032/90, que foram criadas com o intuito de incentivar a importação de
tecnologias destinadas ao desenvolvimento de pesquisa científica e aprimoramento
do ensino. Para que se possa usufruir dos benefícios destes meios de importação, é
imprescindível que o importador esteja em dia com suas responsabilidades fiscais
(BERTO, 2008).
A lei 8.010/90 foi criada para motivar instituições a importar equipamentos
destinados ao aprimoramento e desenvolvimento de pesquisas científicas. Essa
motivação se dá principalmente pelo fato de as importações destinadas a este fim
estarem isentas de tributação, como o Imposto de Importação (II), o Imposto sobre
Produto Industrializado (IPI) e o AFRMM. As importações para pesquisa científica
também ficam dispensadas do exame de similaridade nacional bem como de
documento equivalente e controles prévios a despacho aduaneiro (BERTO, 1990).
Quando se tratar de importação pela Lei 8.032/90, é essencial um projeto de
ensino que deverá ser aprovado pelo Ministério da Educação (MEC). As isenções
referentes à citada Lei ficam limitadas exclusivamente às importações realizadas: pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal, pelos Territórios, pelos Municípios e pelas
respectivas autarquias; pelos partidos políticos e pelas instituições de educação ou de
assistência; pelas Missões Diplomáticas e Repartições Consulares de caráter
permanente, inclusive os de âmbito regional, dos quais o Brasil seja membro, e pelos
respectivos integrantes; pelas instituições científicas e tecnológicas e também quando
forem por cientistas e pesquisadores, dentro dos termos 2° do Artigo 1° da Lei
8.010/90 (BERTO, 1990).
Conforme apresenta Maluf (2000) o roteiro básico de um processo de
importação é estruturado pelas seguintes etapas:
● Pesquisa de mercado: identificar a melhor opção de compra levando em conta
a qualidade, o prazo de entrega, a modalidade de pagamento, os valores entre
outras informações;
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● Legislação: consultar a legislação brasileira para verificar se a importação é


permitida e identificar as exigências para que ela ocorra;
● Estudo de viabilidade da operação: realizar um levantamento de custos da
operação, levando em conta o bem envolvido, a moeda de pagamento, os
impostos, as despesas aduaneiras, entre outros;
● Negociação: negociar os detalhes da operação;
● Preparação da mercadoria: etapa em que o exportador prepara a mercadoria
para o embarque no exterior, e o importador brasileiro toma as providências
necessárias para a internalização da mercadoria;
● Prontidão da mercadoria: o exportador informa a prontidão da carga, e
conforme Incoterm negociado, o importador e o exportador tomam as
providências de acordo com suas responsabilidades, como contratação do
seguro e solicitação de Licença de Importação (L.I.), quando houver;
● Embarque da mercadoria: autorizar o embarque da mercadoria, estando o frete
e seguro contratados conforme condição de venda, devendo o exportador
informar os dados da importação, com base no que fora negociado;
● Envio dos documentos: o importador deve monitorar o envio da documentação
junto ao exportador;
● Despacho Aduaneiro: registro da Declaração de Importação (DI) com base nos
documentos recebidos e finalização do desembaraço aduaneiro para posterior
entrega da mercadoria ao importador;
● Pagamento da importação: fechamento de câmbio para pagamento da
importação conforme combinado entre as partes, podendo ocorrer antes ou
depois do despacho.

2.3.1 Documentos da Importação

Dentro das etapas de importação temos alguns documentos importantes que


devem ser emitidos e somente a partir deles a operação de importação ocorre.
Aqueles que são emitidos pelo exportador:
Fatura Proforma: é o documento que dá início a negociação entre o importador
e o exportador, serve para o pagamento da mercadoria e também nela devem constar
todas as informações comerciais da importação, não existindo um padrão de
informações exigidas (FARIAS, 2020).
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Fatura Comercial: possui as mesmas informações da Proforma Invoice e serve


como contato de compra e venda internacional. É o documento base para a iniciação
do despacho aduaneiro e para emissão da documentação eletrônica do despacho
(FARIAS, 2020). A fatura deve conter as seguintes informações conforme art. 557 do
Regulamento Aduaneiro:
● Nome e endereço completo do exportador;
● Nome e endereço completo do importador;
● Número e data da proposta;
● Condições de pagamento;
● Condições de venda (INCOTERMS);
● Instruções de pagamento;
● Descrição dos produtos;
● Valor dos produtos;
● Moeda negociada;
● Local de embarque;
● Peso bruto;
● Peso líquido;
● Validade da proposta;
● Prazo de entrega;
● Assinatura.

Romaneio de Carga (Packing List): serve para orientar o importador quanto ao


tipo de embalagem da mercadoria, ajuda a identificar o volume e os produtos que
constam em cada volume. É documento exigido para que ocorra o desembaraço
aduaneiro no Brasil, caso não possua, ocorrerá a penalidade de multa, conforme
exposto no Art. 107 do Decreto-Lei nº 37/96 (FARIAS, 2020).
Após apresentados os documentos de responsabilidade do exportador, serão
agora comentados os documentos emitidos pelo importador no SISCOMEX:
O Licenciamento de Importação deve ser preenchido pelo importador ou seu
despachante aduaneiro, por meio do site do SISCOMEX. O licenciamento é
obrigatório e geralmente automático no momento do registro da Declaração de
Importação no SISCOMEX. Existem casos, no entanto, em que o licenciamento da
importação não é automático, nos quais o produto a ser importado está sujeito aos
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controles especiais do órgão licenciador, SECEX, ou qualquer outro órgão anuente


(RECEITA FEDERAL, 2019).
Quanto a Declaração de Importação, seu registro caracteriza o início do
despacho aduaneiro de importação. Esta declaração deve ser instruída com a via
original do conhecimento de carga ou documento equivalente; a via original da fatura
comercial, assinada pelo exportador; o romaneio de carga (packing list), quando
aplicável; e outros documentos exigidos em decorrência de Acordos Internacionais ou
de legislação específica (BRASIL, 2006). Esta deve ser formulada pelo importador ou
seu representante legal no SISCOMEX e deve trazer informações gerais como dados
referentes ao importador, INCOTERM, tipo de embalagem, quantidade, pesos, a
forma de pagamento e meio de transporte da mercadoria e demais informações
constantes do Anexo I da IN SRF nº 680/2006. Esta declaração deve trazer também
as informações específicas, chamadas de “adições”.
Após o seu registro, a DI é submetida à análise fiscal e selecionada para um
dos canais de conferência aduaneira. Sendo eles:
● Canal verde: o sistema registra o desembaraço automático da mercadoria,
dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria;
● Canal amarelo: será realizado o exame documental, e caso não encontrem
nenhuma irregularidade, efetua-se o desembaraço aduaneiro e fica
dispensada a verificação da mercadoria
● Canal vermelho: a mercadoria somente será desembaraçada após a
realização do exame documental e da verificação da mercadoria; e
● Canal cinza: realiza-se o exame documental, a verificação da mercadoria e a
apuração de elementos indiciários de fraude. (BRASIL, 2006)
Com a implementação do Novo Processo de Importação - NPI, logo a DUIMP
substituirá a Declaração de Importação e também a DSI, Declaração Simplificada de
Importação. Já a Licença de Importação será substituída pelo LPCO.
O LPCO, que abrange as Licenças, Permissões, Certificados e Outros
Documentos vai permitir o fornecimento de informações do produto de uma única vez
para todos os órgãos anuentes envolvidos na operação, proporcionando maior
agilidade no seu deferimento (SISCOMEX, 2021).
A Duimp será preenchida diretamente no Portal Único, podendo ser transmitida
por meio dos sistemas próprios dos importadores também. Por meio dela, o
20

importador poderá acompanhar o processo de importação e os demais intervenientes


privados que atuem sobre a operação terão acesso às informações da declaração
pertinentes a suas atividades. Os dados da Duimp serão utilizados para os processos
de despacho aduaneiro, inspeções físicas em recinto alfandegado por órgão anuente,
e controles administrativos e aduaneiros posteriormente (SISCOMEX, 2017).
Atualmente, poderão ser registradas via Duimp as operações de importação
que se encaixem nas seguintes condições:
● Importação direta ou por conta e ordem;
● Importador ou adquirente com habilitação diferente de limitada;
● Via marítima;
● Importação para consumo;
● Recolhimento integral;
● Sem solicitação de trânsito aduaneiro.
Esclarecida as informações referentes aos documentos presentes em um
processo de importação, tanto aqueles de responsabilidade do exportador quanto os
de responsabilidade do importador.
Desta forma, neste item foi abordada a classificação fiscal a partir dos códigos
do Sistema Harmonizado e da Nomenclatura Comum do Mercosul, também os modais
de transporte e o seguro de carga, e por fim as modalidades de importação juntamente
com as suas etapas previstas em seu processo e os documentos presentes na
operação. Estes assuntos contribuirão para os resultados do fenômeno estudado.

3 Metodologia

Para Gil (2006) a realização de uma pesquisa demanda o emprego de técnicas


de pesquisa, sendo estas técnicas procedimentos que operacionalizam os métodos,
e para todo método de pesquisa se tem uma ou mais técnicas que correspondem a
ele. Estas técnicas estão ligadas à coleta de dados, ou seja, à parte prática da
pesquisa. Já para Marconi e Lakatos (2007), a metodologia é caracterizada como um
conjunto de atividades sistemáticas e racionais utilizadas para alcançar um objetivo a
partir de conhecimentos válidos e verdadeiros, também ajuda o pesquisador a traçar
o caminho detectando os erros e tomando decisões para o seguimento da pesquisa.
21

O método de pesquisa utilizado foi o qualitativo, neste método é importante a


interpretação por parte do pesquisador de suas opiniões com relação ao fenômeno
que está sendo estudado. Em geral, a pesquisa qualitativa ocorre por meio da coleta
direta de dados com o pesquisador sendo o principal instrumento, os dados coletados
são preferencialmente descritivos, a preocupação do processo é predominante em
relação à do produto e a análise de dados e informações tende a seguir um processo
indutivo (PEREIRA et al., 2018).
Para desenvolvimento deste trabalho, foram utilizados livros, documentos, e
também como fontes secundárias sites oficiais configurando desta forma uma
pesquisa bibliográfica. Esta pesquisa se caracteriza por ser elaborada a partir de
material já publicado, nela é importante que o pesquisador verifique a veracidade dos
dados obtidos, observando as possíveis incoerências ou contradições que as obras
possam apresentar (PRODANOV; FREITAS, 2013). Outra fonte de consulta e coleta
de informações foi por meio de entrevista semiestruturada com funcionário de uma
empresa de agenciamento de carga via mensagem de e-mail, a entrevista é uma
técnica que se utiliza de perguntas como forma de obtenção de informações
específicas, realizando assim a coleta de dados, diagnóstico e orientação (PEREIRA
et al., 2018).
Agregado a isto, os objetivos serão atingidos utilizando como método a
pesquisa exploratória, a fim de chegar a uma visão ampla do cenário que constrói o
campo de pesquisa de acordo com a delimitação do tema escolhido. A pesquisa
exploratória tem como principal objetivo desenvolver, esclarecer e modificar conceitos
e ideias, atentando para a formulação de problemas ou hipóteses pesquisáveis para
estudos posteriores (GIL, 1999). Também para Gil (1999), as pesquisas exploratórias
são as que apresentam menor rigidez em seu planejamento, pois tem como objetivo
proporcionar uma visão geral quanto a um determinado fato.

4 Resultados e discussão

Neste item serão apresentados os aspectos pertinentes a importação de peças


anatômicas com base em pesquisas realizadas visando o atendimento dos objetivos
específicos deste trabalho. Inicialmente será abordado a classificação fiscal das
peças, a fim de definir seu enquadramento. Posteriormente será apresentado a
22

identificação do melhor modo logístico para transporte das peças e por fim abordar as
exigências do exportador para que a importação ocorra.

4.1 Enquadramento do objeto na Classificação Fiscal

O objeto da pesquisa são cadáveres humanos congelados, acondicionados em


embalagem não estéril, sem valor comercial, doada por bancos de tecidos humanos
estrangeiro, para utilização exclusivamente em ambiente acadêmico para estudo da
anatomia humana, simulação de cirurgia e pesquisa médica.
Para realizar a classificação é necessário que tenhamos domínio das
características essenciais e funcionais da mercadoria a ser importada (GOULART,
2020). A fim de alinhamento o conceito de mercadoria é:

1. qualquer produto (matérias-primas, gêneros, artigos manufaturados


etc.) suscetível de ser comprado ou vendido; mercancia.
2. negócio, comércio realizado entre mercadores; mercancia.
(MICHAELIS, 2022).

O processo de importação dos cadáveres é de caráter oneroso, porém sem


cunho mercantil, o que descaracteriza o mesmo como mercadoria. Tanto que o valor
a ser cobrado pelo exportador do objeto, não é referente ao corpo ou suas partes, o
que é proibido, segundo art. 15 da Lei nº 9.434 de 04 de fevereiro de 1997, que define
a compra ou venda de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano como crime no
Brasil.
Também se encontra no Uniform Anatomical Gift Act (UAGA), Ato que
estabelece uma estrutura regulatória para a doação de órgãos, tecidos e outras partes
do corpo humano nos EUA, a seção 16 intitulada como “Sale or Purchase of parts
prohibited”, que estabelece que a transferência monetária se dá pelo serviço prestado
pelo exportador, pela remoção, processamento, preservação, controle de qualidade,
armazenamento, transporte, implantação ou descarte de peça.
Diante do exposto, torna-se excludente o enquadramento das peças como
“mercadoria”, também é possível evidenciar tal informação com base no exposto na
decisão do TRF-3 de 21/08/2019, apresentada no ANEXO I. A mesma trata do
ocorrido na importação de peças anatômicas de origem humana, vindas dos Estados
Unidos, precedente do programa oficial de banco de tecidos de doadores, realizado
pela Fundação PIO XII desde 2012, que diz que “os cadáveres humanos não são
23

considerados mercadorias e, portanto, não estão sujeitos à classificação fiscal.”


(BRASIL,2019)
Quando ocorre a incerteza ou a falta de classificação para determinado
produto, é possível elaborar uma consulta à Receita Federal, que esclarece dúvidas
sobre a Classificação Fiscal de Mercadorias ou sobre a Interpretação da Legislação
Tributária. Compete à Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) solucionar a Consulta
Sobre Classificação Fiscal de Mercadorias, somente as Consultas consideradas
eficazes é que resultam nas Soluções de Consulta que ficam disponíveis no site da
RFB para pesquisas posteriores.
A decisão Consulta Cosit Nº 98.114, de março de 2020, discorre quanto à
classificação de peças anatômicas. Conforme texto original a seguir:

Peças anatômica (cabeça, tronco ou membros) de origem humana,


mesmo embalsamada, congelada, acondicionada em embalagem
não estéril, sem valor comercial, doada por bancos de tecidos
humanos estrangeiros, utilizada exclusivamente em ambiente
acadêmicos para estudo da anatomia humana (ensino, treinamento,
dissecação etc.), simulação de cirurgia e pesquisa médica, não
possui classificação na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).

No Compêndio de Ementas de Soluções de Consulta e Soluções de


Divergência emitidas pelo Centro de Classificação Fiscal de Mercadorias (Ceclam), a
descrição de peças anatômicas aparece no código 0000.00.00 indicando que não
possui uma classificação:

Figura 3 - Compêndio de Ementas de Soluções de Consulta e Soluções de Divergência


emitidas pelo Centro de Classificação Fiscal de Mercadorias (Ceclam):

Fonte: CECLAM 2021.

Desta forma, diante da informação de que o objeto não pode ser considerado
como mercadoria, do exposto na decisão Consulta Cosit Nº 98.114 e no CECLAM,
contrapondo com a teoria apresentada no capítulo 2, entendesse que o processo de
classificação fiscal não se encaixa na importação de peças cadavéricas. Não
24

possuindo então uma NCM específica para estas peças seu tratamento administrativo
e demais procedimentos envolvidos devem ser obtidos de outras maneiras.

4.2 Modal de transporte ideal

Considerando a carga objeto deste trabalho como sendo um material delicado


e que precisa ser mantido em temperatura constante de congelamento, classifica-se
como modal ideal para este transporte, o aéreo. Conforme as características do modal
apontadas no item 2, o transporte aéreo é o mais rápido e apropriado para
mercadorias que não podem perder tempo com outros modos, aquelas com prazo de
validade curto (KEEDI, 2007).
Pensando em seu transporte internacional, de acordo com a IATA
(International Air Transport Association) (2011) os restos humanos a serem
transportados, com exceção os cremados, devem ser acondicionados em embalagens
hermeticamente fechadas podendo o material da embalagem ser flexível ou rígido de
chumbo ou zinco. Esta embalagem ainda deve ser mantida dentro de um caixão de
madeira ou metal protegido por uma embalagem exterior coberta por uma lona, de
modo que a natureza de seu conteúdo não seja aparente.
O transporte de restos humanos não cremados, tanto em aeronaves civis
quanto de carga, não pode ser realizado em proximidade com cargas alimentícias e o
piloto no comando da aeronave deve ser notificado da presença da carga (IATA,
2011).
Conforme o Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil (RBAC) nº 91, o
transporte de restos mortais poderá ser realizado em aeronaves de carga e de
passageiros assim como o transporte de carga comum, tanto nacionais quanto
internacionais, desde que os restos mortais sejam preparados e embalados em
conformidade com a legislação e a regulamentação sanitária vigente.
O translado deste tipo de carga no transporte aéreo regular só poderá ser feito
de forma separada dos passageiros da aeronave, o cumprimento de exigências de
outras legislações ou recomendações dos governos federal e locais, caso existam,
ficam sob responsabilidade da empresa aérea. E caso o operador aéreo observar que
a preparação ou a embalagem não está adequada, o transporte pode ser recusado
(PIMENTEL, 2022).
25

Em consulta junto a uma empresa de agenciamento de cargas ANEXO III, tem


se a informação de que na importação deste tipo de material proveniente dos EUA é
preciso que os agentes locais envolvidos neste serviço, como por exemplo a
companhia de transporte rodoviário, o armazém e o Agente de Cargas, aceitem fazer
o manuseio deste material, sendo uma política específica de cada empresa. Alguns
Agentes de Carga, por exemplo, alegaram que, o F.D.A. (agência federal do
Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos) pode exigir
informações adicionais sobre a empresa, algo como uma "auditoria" sobre os motivos
pelos quais a empresa está transportando esta classe de material. Por isso, grande
parte dos Agentes declina fazer o transporte deste tipo de carga (PIMENTEL, 2022).
Por parte da Companhia Aérea, o tratamento para a carga em questão é "frágil,
perecível e refrigerada". Desta forma, é importante pontuar que nem todas as
companhias aéreas do mercado, prestam este tipo de serviço e quando aceitam é
comum que o transporte tenha um caráter mais oneroso comparando com as cargas
gerais. Ressalta-se que a documentação da carga, assim como sua embalagem,
precisa conter sinalização quanto aos detalhes do material que está contido e a forma
de manuseio exigida conforme instruções do exportador (PIMENTEL, 2022).
Quanto ao seguro, de acordo com a seguradora que presta serviço para a
agenciadora, estima-se que seja possível contratar uma apólice especial de seguro,
com condições restritas e valores diferenciados. Sendo que, o custo do seguro é mais
alto do que usualmente, e a franquia/cobertura será válida apenas em caso de "perda
total do bem segurado", ou seja, em caso de avarias ou danos não serão cobertos
(PIMENTEL, 2022).
De acordo com o exposto, conclui-se que, o transporte deste tipo de material
traz características muito específicas tanto quanto ao contrato do transporte, quanto
ao translado e manuseio da carga. Isto ocorre devido a necessidade de que o
transportador possua veículos refrigerados e também depende da política interna da
empresa transportadora, que deve ser flexível a ponto de permitir o transporte deste
item.

4.3 As exigências do exportador para importação

Nos EUA, os cadáveres recebidos em bancos de tecidos são de pessoas que


optam por doar seus corpos ou de indigentes. Eles são retirados dos hospitais pelas
26

empresas especializadas, são congelados logo após a morte e mantidos assim até o
momento de utilização. Como, em sua maioria, para treinamentos, pesquisas e ensino
são utilizadas somente partes do cadáver as empresas disponibilizam somente
membros como cabeça e torso de forma separada (MALTA; ALVES, 2015).
No Brasil, os corpos de indigentes a serem utilizados nos laboratórios para
ensino e pesquisa, são conservados com produtos químicos, como o formol, e
somente ficam prontos para uso em 60 dias após a morte. Já a técnica de
congelamento de corpos, realizada em países como os Estados Unidos, faz com que
as peças preservem características do tecido vivo, sendo muito similar às condições
encontradas na rotina com os pacientes (VIGNÉ, 2019).
A aquisição de uma preparação de peças anatômicas congeladas pode ser feita
através do contato com empresas que recebem a doação de corpos para este fim,
mais conhecidas como bancos de tecidos. Estas empresas têm um processo de
inscrição muito rigoroso e detalhista para quem deseja solicitar amostras, e trabalham
apenas com pesquisadores e educadores da área da saúde com o objetivo de
proporcionar avanços na medicina.
Conforme pesquisas realizadas junto a uma destas empresas, antes de realizar
a compra eles solicitam que o requerente preencha um termo geral no qual solicitam
informações tanto sobre a aquisição quanto sobre o mérito científico. Este termo
precisa ser aprovado pelo comitê da empresa para então receberem um protocolo
individualizado para a obtenção, preparação e entrega de amostras de tecido com
base nas informações previamente enviadas.
Quanto às informações solicitadas por estas empresas, primeiramente é
solicitado identificação da instituição requerente, endereço e informações para
contato. A seguir é solicitado características quanto ao tecido, como a quantidade, o
tempo limite de pós-morte e a preparação do tecido, também são solicitadas outras
informações mais especificas como sexo, idade, histórico médico ou social passado
do doador. Já quanto ao projeto de pesquisa é solicitado o título, uma sinopse quanto
a utilização do material incluindo objetivos específicos, objetivos a longo prazo, entre
outros, juntamente com a informação da fonte de financiamento. Todas essas
informações e as demais solicitadas podem ser observadas no Anexo III.
Quanto ao fim das peças após utilização, não é exigido que sejam devolvidos
a empresa, apenas se exige que os candidatos usem métodos que cumpram com as
27

leis locais. No caso dos métodos locais não estiverem disponíveis ou não possuírem
um específico, então podem ser enviados de volta para a empresa realizar a
disposição em suas instalações.
Comparando as informações obtidas junto a reportagens e com a empresa
exportadora, pode se notar que as principais exigência para envio destes tecidos é a
finalidade sendo para pesquisa e ensino somente, e a conformidade com as leis locais,
sendo imprescindível acatar aquilo que o fornecedor requer. Relacionando com a
teoria apresentada no capítulo 2, pode-se considerar realizar este tipo de operação
por meio das Lei 8.010/90 ou Lei 8.032/90, que tratam de importação para pesquisa e
ensino, levando em conta que possuir um projeto de pesquisa ou de ensino é uma
exigência para recebimento de tecidos.

5 Considerações finais

A utilização de peças cadavéricas congeladas para o ensino e pesquisas na


área da saúde ainda é pouco conhecida, devido ao método de congelamento não ser
realizado no Brasil. Isto faz com que as instituições que desejem utilizar de peças
cadavéricas congeladas recorram ao processo de importação. A escolha do tema
abordado no trabalho surgiu da percepção quanto a falta de informações e legislações
referentes a este tipo específico de processo.
O trabalho teve como foco as etapas iniciais de um processo de importação,
levando em consideração que o objeto a ser importado não se trata de algo comum,
trazendo a classificação fiscal, o meio de transporte e também o contato com o
exportador e o que ele exige para que o processo de aquisição das pelas ocorra.
Com relação à classificação fiscal das partes, o primeiro objetivo específico do
trabalho, observa-se que peças cadavéricas não podem ser consideradas como
mercadoria e, portanto, não possuem um código de classificação fiscal. Por meio da
consulta Cosit Nº 98.114, de março de 2020 tem-se a confirmação de que nenhum
código NCM abrange estas peças. Com isso, se torna evidente que o processo de
importação destas peças não segue o padrão, sem a classificação fiscal não há como
verificar o tratamento administrativo tendo o importador que buscar por regras
específicas para este procedimento.
O segundo objetivo específico do trabalho trata da melhor opção de transporte
para o objeto importado, visto que são peças que demandam certo cuidado e precisam
28

estar em temperatura constante para se manterem congeladas e não perderem suas


características. Observou-se que o modal aéreo é o ideal para a operação, mas não
são todas as companhias aéreas e agentes que aceitam realizar este tipo de
transporte, considerando que se trata de uma carga frágil, perecível e que necessita
de congelamento. Também existem várias exigências quanto ao tipo de embalagem
e à alocação desta embalagem dentro da aeronave, as quais foram identificadas
durante esta pesquisa.
Quanto às exigências do exportador, terceiro objetivo específico do trabalho, a
pesquisa junto a uma empresa de banco de tecidos dos Estados Unidos mostrou que
o que essas empresas exigem é principalmente com relação a finalidade destas
peças, não podendo ser usada para outra além de pesquisa e ensino. Também é
preciso que a instituição forneça os dados exigidos por essas empresas para então o
pedido de aquisição destas peças ser aprovado, ou seja, há uma análise prévia, por
parte do exportador, para se tornar importador.
Durante a pesquisa surgiram algumas dificuldades, principalmente por se tratar
de um processo novo e que não possui legislação específica. Muitos dos órgãos nos
quais buscou-se auxílio informaram quanto aos procedimentos de urna funerária,
corpos embalsamados ou outros tipos de conservação. As informações quanto à
importação de cadáveres congelados são encontradas majoritariamente em notícias
e reportagens em revistas online ou em sites de instituições que dispõem de cursos
em peças anatômicas. Ainda nessas fontes as informações quanto ao processo em si
são bem escassas.
Conforme os resultados, conclui-se que é possível realizar uma operação de
importação de partes cadavéricas congeladas, sempre observando aquilo que é
exigido pelo exportador e consultando as legislações pertinentes. Mesmo
considerando as dificuldades em encontrar resposta junto aos órgãos intervenientes
nesta operação não é impossível, acreditasse que com o crescimento da demanda
por corpos com este método de conservação para utilização em cursos e pesquisas,
também cresça o conhecimento das pessoas quanto a este processo e informações
referente a ele sejam mais difundidas.
Diante da finalização do trabalho e considerando as pesquisas realizadas para
elaboração do mesmo, alguns temas relacionados ao presente assunto e que não
foram abordados como o despacho aduaneiro de importação de cadáveres, os
29

documentos envolvidos neste tipo de operação e também quanto a viabilidade da


importação. Ficando estes temas como sugestão para futuros trabalhos acadêmicos.

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SANTOS, Charles Henrique Gonçalves. Uma proposta de modelagem ontológica


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<https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/quase-vivos-cadaveres-congelados-
dos-eua-sao-usados-por-estudantes-em-salvador/>. Acesso em: 14 jul. 2022.
33

ANEXOS
34

ANEXO I - Decisão do TRF-3 de 21/08/2019


35

ANEXO II - Entrevista semiestruturada com funcionário de empresa de


agenciamento de cargas
36

ANEXO III - Termo de Pedido e Contrato de Tecido Humano para Pesquisa/Ensino


de uma empresa de tecidos dos Estados Unidos.
37
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