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ARTIGO CIENTÍFICO
As Especificidades da Importação de
Peças de Cadáveres Congelados:
procedimentos iniciais
ITAJAÍ
2022
MARIA AMÉLIA SOPELSA BRANDALISE
ARTIGO CIENTÍFICO
As Especificidades da Importação de
Peças de Cadáveres Congelados:
procedimentos iniciais
ITAJAÍ
2022
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais, por todo o apoio que sempre me deram, por
sempre me incentivarem a estudar e a seguir meus sonhos.
As minhas colegas de curso por todos os momentos que dividimos nossas frustrações,
dúvidas e inseguranças quanto aos nossos trabalhos de conclusão e por terem sido
uma rede de apoio neste momento. Obrigada por todos os momentos e risadas que
também compartilhamos, sem vocês essa caminhada teria sido bem mais difícil.
Ao setor de Serviços da Escola de Negócios, onde trabalho e por meio do qual foi
possível tomar conhecimento sobre o tema escolhido para este trabalho. Também por
meio do qual conheci pessoas incríveis e adquiri mais conhecimento prático da área
de comércio exterior.
À minha equipe do estágio, aos estagiários que já foram embora, mas que serviram
de exemplo para mim e permitiram que eu seguisse seus passos. E àqueles que
entraram depois e para os quais tento ser o exemplo que uma vez foram para mim.
À minha chefe, Simone, por sempre ser aquela que acredita em mim mesmo quando
eu não o faço. Obrigada por ser esta pessoa amiga, acolhedora e sempre disposta a
compartilhar seu conhecimento e nos ajudar.
E finalmente agradeço à minha orientadora, Profa. Melissa, que também é minha
orientadora do estágio e por quem tenho grande admiração, tanto como profissional
quanto como pessoa. Obrigada por sempre orientar com muita paciência, sabedoria
e principalmente por entender como nos sentimos durante este período de confecção
de TCC, apoiando e aconselhando.
Nem tão longe que eu não possa ver
Nem tão perto que eu possa tocar
Nem tão longe que eu não possa crer que
um dia chego lá
Nem tão perto que eu possa acreditar que o
dia já chegou
(Humberto Gessinger – Engenheiros do
Hawai)
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Resumo
O crescimento da procura por procedimentos estéticos no Brasil demanda que a
indústria médica busque pelo aperfeiçoamento e aprendizado de novas técnicas de
harmonização facial. Esta busca por novas técnicas acabou trazendo para o Brasil
procedimentos até então desconhecidos, referentes à importação de peças
anatômicas congeladas para utilização em treinamentos e pesquisas visando se
aproximar cada vez mais de um procedimento real. A escolha do tema abordado no
trabalho surgiu da percepção quanto a falta de informações e legislações referentes a
este tipo específico de processo, tendo como foco suas etapas iniciais. Assim, o
presente trabalho tem como objetivo apresentar as especificidades do processo de
importação de peças cadavéricas conservadas por congelamento, definindo a
classificação fiscal para as peças; identificando o modal de transporte ideal para a
operação; e apresentando as exigências do exportador para fornecer as peças. Para
a pesquisa que possui fins exploratórios foi utilizado método de pesquisa qualitativo,
por meio da pesquisa bibliográfica. A partir das informações obtidas durante a
pesquisa, os objetivos específicos propostos foram alcançados. Ao final conclui-se
que tendo conhecimento das primeiras etapas da operação é possível realizá-la,
levando em consideração que é um processo ainda pouco conhecido, é preciso
sempre se atentar às exigências e as dificuldades. Acredita-se que com o crescimento
da demanda por esta técnica em cursos e pesquisas, também cresça o conhecimento
das pessoas quanto ao processo e informações referente a ele sejam mais difundidas.
1 Introdução
1
Maria Amélia Sopelsa Brandalise – mabrandalise@edu.univali.br
2
Profa. MSc. Melissa Pereira Monguilhott – melissap@univali.br
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1.1 Justificativa
8
2 Fundamentação Teórica
2.3 Importação
3 Metodologia
4 Resultados e discussão
identificação do melhor modo logístico para transporte das peças e por fim abordar as
exigências do exportador para que a importação ocorra.
Desta forma, diante da informação de que o objeto não pode ser considerado
como mercadoria, do exposto na decisão Consulta Cosit Nº 98.114 e no CECLAM,
contrapondo com a teoria apresentada no capítulo 2, entendesse que o processo de
classificação fiscal não se encaixa na importação de peças cadavéricas. Não
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possuindo então uma NCM específica para estas peças seu tratamento administrativo
e demais procedimentos envolvidos devem ser obtidos de outras maneiras.
empresas especializadas, são congelados logo após a morte e mantidos assim até o
momento de utilização. Como, em sua maioria, para treinamentos, pesquisas e ensino
são utilizadas somente partes do cadáver as empresas disponibilizam somente
membros como cabeça e torso de forma separada (MALTA; ALVES, 2015).
No Brasil, os corpos de indigentes a serem utilizados nos laboratórios para
ensino e pesquisa, são conservados com produtos químicos, como o formol, e
somente ficam prontos para uso em 60 dias após a morte. Já a técnica de
congelamento de corpos, realizada em países como os Estados Unidos, faz com que
as peças preservem características do tecido vivo, sendo muito similar às condições
encontradas na rotina com os pacientes (VIGNÉ, 2019).
A aquisição de uma preparação de peças anatômicas congeladas pode ser feita
através do contato com empresas que recebem a doação de corpos para este fim,
mais conhecidas como bancos de tecidos. Estas empresas têm um processo de
inscrição muito rigoroso e detalhista para quem deseja solicitar amostras, e trabalham
apenas com pesquisadores e educadores da área da saúde com o objetivo de
proporcionar avanços na medicina.
Conforme pesquisas realizadas junto a uma destas empresas, antes de realizar
a compra eles solicitam que o requerente preencha um termo geral no qual solicitam
informações tanto sobre a aquisição quanto sobre o mérito científico. Este termo
precisa ser aprovado pelo comitê da empresa para então receberem um protocolo
individualizado para a obtenção, preparação e entrega de amostras de tecido com
base nas informações previamente enviadas.
Quanto às informações solicitadas por estas empresas, primeiramente é
solicitado identificação da instituição requerente, endereço e informações para
contato. A seguir é solicitado características quanto ao tecido, como a quantidade, o
tempo limite de pós-morte e a preparação do tecido, também são solicitadas outras
informações mais especificas como sexo, idade, histórico médico ou social passado
do doador. Já quanto ao projeto de pesquisa é solicitado o título, uma sinopse quanto
a utilização do material incluindo objetivos específicos, objetivos a longo prazo, entre
outros, juntamente com a informação da fonte de financiamento. Todas essas
informações e as demais solicitadas podem ser observadas no Anexo III.
Quanto ao fim das peças após utilização, não é exigido que sejam devolvidos
a empresa, apenas se exige que os candidatos usem métodos que cumpram com as
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leis locais. No caso dos métodos locais não estiverem disponíveis ou não possuírem
um específico, então podem ser enviados de volta para a empresa realizar a
disposição em suas instalações.
Comparando as informações obtidas junto a reportagens e com a empresa
exportadora, pode se notar que as principais exigência para envio destes tecidos é a
finalidade sendo para pesquisa e ensino somente, e a conformidade com as leis locais,
sendo imprescindível acatar aquilo que o fornecedor requer. Relacionando com a
teoria apresentada no capítulo 2, pode-se considerar realizar este tipo de operação
por meio das Lei 8.010/90 ou Lei 8.032/90, que tratam de importação para pesquisa e
ensino, levando em conta que possuir um projeto de pesquisa ou de ensino é uma
exigência para recebimento de tecidos.
5 Considerações finais
Referências Bibliográficas
BERTO, Ana Lúcia. Comparativo Entre as Leis 8.010/90 e 8.32/90: Leis que
beneficiam as Importações Destinadas à Pesquisa e ao Ensino. In: STELZER,
Joana; NASCIMENTO, Natalí; MORELLA, Patricia Duarte Peixoto. Comércio
Exterior em Ação: Estratégias Competitivas. Itajaí: Editora Univali, 2009.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. São Paulo:
Atlas, 2006.
Tributária e de Finanças Públicas, v 147 (28), p 67-85, ago. 2021. Disponível em:
<https://rtrib.abdt.org.br/index.php/rtfp/article/view/395> Acesso em: 05 mai. 2022.
VAZQUEZ, José Lopes. Comércio Exterior Brasileiro. 9ª edição. São Paulo: Atlas,
2009.
VIGNÉ, Júlia. Quase vivos: cadáveres congelados dos EUA são usados por
estudantes em Salvador. Correio 24 Horas, Salvador, 08, mai. 2019. Disponível em:
<https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/quase-vivos-cadaveres-congelados-
dos-eua-sao-usados-por-estudantes-em-salvador/>. Acesso em: 14 jul. 2022.
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ANEXOS
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