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Atividade avaliativa

Questão 01

Leia o seguinte texto de Descartes:

Essas longas cadeias de razões, todas simples e fáceis, de que os geômetras costumam se
utilizar para chegar às demonstrações mais difíceis, haviam-me dado oportunidade de
imaginar que todas as coisas passíveis de cair sob domínio do conhecimento dos homens
seguem-se umas às outras da mesma maneira e que, contanto que nos abstenhamos somente
de aceitar por verdadeira alguma que não o seja, e que observemos sempre a ordem
necessária para deduzi-las umas das outras, não pode haver, quaisquer que sejam, tão
distantes às quais não se chegue por fim, nem tão ocultas que não se descubram.

(DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução de Elza Moreira Marcelina. Brasília: Editora da


Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, 1989. p. 45.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Descartes, é correto afirmar
que:

a) Para Descartes, o conhecimento é obtido partindo-se da experiência, isto é, da observação


da natureza, e depois generalizando os resultados de tais observações.

b) Segundo Descartes, qualquer coisa que a razão humana é capaz de conhecer pode ser
alcançada, partindo-se de verdades evidentes, e aplicando a dedução lógica a essas verdades.

c) Para Descartes, é possível apenas obter um conhecimento aproximado, probabilístico,


acerca de qualquer objeto, não sendo de modo algum alcançável o conhecimento da verdade,
independente do assunto em questão.

d) Descartes pensa que, independentemente das premissas das quais se parte ao se procurar
obter conhecimento sobre um determinado assunto, a verdade sobre tal assunto será
alcançada desde que os princípios da lógica dedutiva sejam aplicados corretamente.

e) Para Descartes, não há verdades evidentes, de modo que para se obter conhecimento sobre
qualquer assunto, é necessário realizar longas séries de demonstrações difíceis, como aquelas
que são habitualmente desenvolvidas pelos geômetras.

Questão 02

Leia o seguinte texto de Descartes:

[...] considerei em geral o que é necessário a uma proposição para ser verdadeira e certa, pois,
como acabara de encontrar uma proposição que eu sabia sê-lo inteiramente, pensei que devia
saber igualmente em que consiste essa certeza. E, tendo percebido que nada há no "penso,
logo existo" que me assegure que digo a verdade, exceto que vejo muito claramente que, para
pensar, é preciso existir, pensei poder tomar por regra geral que as coisas que concebemos
clara e distintamente são todas verdadeiras. (DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução de
Elza Moreira Marcelina. Brasília: Editora da Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, 1989. p.
57).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento cartesiano, é correto afirmar:

a) Para Descartes, a proposição "penso, logo existo" não pode ser considerada como uma
proposição indubitavelmente verdadeira.

b) Embora seja verdadeira, a proposição "penso, logo existo" é uma tautologia inútil no
contexto da filosofia cartesiana.

c) Tomando como base a proposição "penso, logo existo", Descartes conclui que o que é
necessário para que uma proposição qualquer seja verdadeira é que ela enuncie algo que
possa ser concebido clara e distintamente.

d) Descartes é um filósofo cético, uma vez que afirma que não é possível se ter certeza sobre a
verdade de qualquer proposição.

e) Tomando como exemplo a proposição "penso, logo existo", Descartes conclui que uma
proposição qualquer só pode ser considerada como verdadeira se ela tiver sido provada com
base na experiência.

Questão 03

Ideias provenientes da nossa imaginação, uma combinação de imagens fornecidas pelos


sentidos e retidas na memória cuja combinação nos permite representar (imaginar) coisas que
nunca vimos:

a) Adventícias.

b) Fictícias.

c) Inatas.

d) Falsas.

e) Duvidosas.

Questão 04

As ideias que nos chegam através dos sentidos e da experiência, Descartes denomina:

a) Fictícias.

b) Inatas.

c) Adventícias.

d) Verdadeiras.

e) Falsas
Questão 05

“O sujeito ético procede a um descentramento, tornando-se capaz de superar o narcisismo


infantil, e move-se na direção do outro, reconhecendo sua igual humanidade.”

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna, 4. ed., 2009.

Com base nessa afirmativa, que expressa uma atitude de um sujeito ético, é correto afirmar:

a) Respeitar aos outros é condição de não moralidade.

b) Promover discriminação e preconceito é tarefa de um sujeito ético.

c) A submissão e o temor são marcas de uma educação para a autonomia.

d) Incentivar a violência em qualquer nível é uma marca de um sujeito ético.

e) Considerar o outro como também um sujeito de direitos é fundamental para a convivência


democrática e cidadã.

Questão 06

Como podemos interpretar a seguinte citação de Aristóteles: “O bem é aquilo a que todas as
coisas tendem”? (Aristóteles. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (Col. Os
Pensadores. p.249).

a) Na “Ética a Nicômaco”, a finalidade será identificada com o “bem”, ou seja, dizer que todas
as ações tendem a um fim é o mesmo que dizer que todas as coisas tendem a um bem.

b) Na “Ética a Nicômaco”, a finalidade será identificada com o “prazer”, ou seja, dizer que
todas as ações tendem a um fim é o mesmo que dizer que devemos buscar uma vida de
satisfação dos impulsos.

c) Na “Ética a Nicômaco”, a finalidade será identificada com a “honra”, ou seja, dizer que todas
as ações tendem a um fim é o mesmo que dizer que é preciso realizar grandes feitos para ser
reconhecido e isso é a verdadeira felicidade.

d) Na “Ética a Nicômaco”, a finalidade será identificada com a “riqueza”, ou seja, dizer que
todas as ações tendem a um fim é o mesmo que dizer que é preciso acumular a maior
quantidade de dinheiro possível, pois só assim é possível prevenir-se da pobreza.

Questão 07

"Uma lenda antiga conta-nos a história de Giges, um pastor pobre que encontrou um anel
numa fissura aberta por um terremoto. Giges descobriu que ficava invisível quando girava o
anel no seu dedo. Isto permitia-lhe fazer aquilo com que as outras pessoas podem apenas
sonhar: ele podia ir onde quisesse e fazer o que lhe apetecesse sem medo de ser descoberto.
Usou o poder do anel para enriquecer, tirar o que queria e matar quem se metesse no seu
caminho. Acabou por invadir o palácio real, onde seduziu a rainha, assassinou o rei e se
apoderou o trono. Tornou-se rei de todo o território.

Gláucon conta esta história no Livro II da República de Platão. Apesar da natureza fantasiosa
da narrativa, Giges foi uma pessoa real, um rei da Lídia. Heródoto também explica como Giges
conquistou o poder. Segundo Heródoto, Giges começou por ser um servo do Rei Candaules,
«um homem que estava apaixonado pela própria mulher». (Aparentemente, Heródoto
considerava isto invulgar.) Certo dia estava a gabar-se da beleza da sua mulher perante Giges,
e para provar que tinha razão decidiu que Giges deveria vê-la nua. Giges opôs-se, mas o Rei
ordenou-lhe que se escondesse no quarto da Rainha e que a visse despir-se. Giges obedeceu
relutantemente. Como seria de esperar, a rainha apanhou-o e disse-lhe que seria condenado à
morte pela sua impertinência, a não ser que matasse Candaules e casasse com ela, caso em
que não haveria mal em tê-la visto nua, já que seria o seu marido. Por isso, como na versão
que Gláucon nos dá da história, Giges assassinou Candaules e tornou-se rei”. James Rachels
(2009) Problemas da Filosofia. Trad. de Pedro Galvão. Lisboa: Gradiva, pp. 259-261.

De acordo com o texto acima, marque as respostas corretas e assinale ao final o número
correspondente à soma das alternativas corretas.

(02) O papel da invisibilidade na visão do mito do Anel de Giges é que nos permite tomar
atitudes que não tomaríamos na frente de outras pessoas.

(04) Gláucon conta a história de Giges para dar um exemplo de como o comportamento imoral
por vezes pode ser vantajoso para o agente.

(08) Se Giges tivesse permanecido virtuoso, teria continuado pobre. Ao infringir as regras
morais, tornou-se rico e poderoso.

(16) Giges é um exemplo de que a vida não está determinada e que podemos tomar algumas
decisões por nossa conta e liberdade.

Marque a alternativa que contenha a soma das questões corretas:

a) 18 b) 20 c) 22 d) 30 e) 24

Questão 08

“Não concordo com uma única palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o direito de
dizê-la.”

A frase acima é de um dos filósofos iluministas mais conhecidos, caracterizado por frases
sarcásticas e irreverentes. Quem é o autor da frase?

a) Montesquieu.

b) John Locke.
c) Voltaire.

d) Descartes.

e) Rousseau.

Questão 09

A partir da leitura de Aristóteles (Ética a Nicômaco), assinale a alternativa que corresponde à


classificação de justiça constante do texto:

“... uma espécie é a que se manifesta nas distribuições de honras, de dinheiro ou das outras
coisas que são divididas entre aqueles que têm parte na constituição (pois aí é possível receber
um quinhão igual ou desigual ao de um outro)...”

a) Justiça Natural.

b) Justiça Comutativa.

c) Justiça Corretiva.

d) Justiça Distributiva

Questão 10

Ana é uma menina de quinze anos que engravidou quando "ficou" com um menino em uma
boate. Como Ana não tem dinheiro para sustentar a criança e nunca mais viu o menino, ela
quer fazer um aborto. Relacionando a situação de Ana com a teoria de John Finnis tem-se que
a ética não pode ser feita através de cálculos de maximização do prazer como o que era
proposto pelos utilitaristas. Fazer isso seria colocar em uma equação matemática incerta
probabilidades impossíveis de serem calculadas por pertencerem a variáveis passíveis de
transformação em um futuro muitas vezes mais próximo do que se imagina a princípio. O que
não pode ser moral e racional, ao menos a priori, e se aceito, no mínimo merece
fundamentações mais firmes e convincentes. Isto é significativo de que:

a) o aborto e a eutanásia devem ser resolvidas de acordo com a vontade da pessoa ou da


família.

b) tomar como base a maximização da qualidade de vida, ou em realidade do prazer, não pode
servir como base racional para se resolver questões como: a eutanásia ou o aborto.

c) tomar como base a maximização da qualidade de vida, ou em realidade do prazer, deve


servir como base racional para se resolver questões como: a eutanásia ou o aborto.

d) tomar como base a minimização da qualidade de vida, ou em realidade do prazer, pode


servir como base irracional para se resolver questões como: a eutanásia ou o aborto.

e) o aborto e a eutanásia devem ser resolvidas de acordo com a vontade da igreja católica.

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