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MODIFICAÇÕES TÉCNICAS EM PRENSAS

HIDRÁULICAS DE CONFORMAÇÃO PARA ADEQUAÇÃO À


NORMA BRASILEIRA NR12
1
Michels, L. B.
2
Schaeffer, L.
3
Gruber. V.
4
Américo, R.
1
Doutorando na UFRGS, prof. do IFSC campus Araranguá – lucasboeira@ifsc.edu.br;
2
Doutor, UFRGS campus do Vale – schaefer@ufrgs.br;
3
Doutor, UFSC Campus Araranguá - vilson.gruber@ufsc.edu.br.
4
Mestrando na UFRGS, - Industrial Page Araranguá-SC – renato@page.ind.br

(Todas as informações contidas neste artigo são de responsabilidade dos autores)

Resumo

Os acidentes com máquina e equipamentos é freqüente. As prensas representam


um dos equipamentos mais utilizados na conformação mecânica, porém
representam 21% dos equipamentos que causa acidentes nas indústrias.
Pensando na redução de acidentes a NR12 vem sofrendo modificações relevantes
para orientar e obrigar que equipamentos sejam alterados e só sejam vendidos se
adequados á estas normativas. O Objetivo deste artigo é demonstrar o que é
necessário para implementar alterações de prensas hidráulicas antigas visando a
redução dos riscos iminentes e adequação às orientações da NR12. O artigo
demonstra através de um estudo de caso as principais alterações que podem ser
feitas para este tipo de melhoria de uma prensa antiga. As análises demonstraram
que os riscos foram reduzidos e a prensa passou a ter apenas riscos raros e leves.

Palavras-chave: Prensa Hidráulica; NR12; Conformação mecânica; Análise de


risco.

Abstract
Accidents involving machinery and equipment is frequent. The presses are one of
the most used equipment in metal forming, but represent 21% of the equipment
causing accidents in industries. Thinking in reducing accidents NR12 has
undergone significant modifications to guide and require that equipment be changed
and are only sold these regulations will be adequate. The goal of this article is to
demonstrate what is required to implement changes ancient hydraulic presses
aimed at reducing risks and impending comply with the guidelines of NR12. The
article demonstrates through a case study of the major changes that can be made
for this type of improvement of an old press. The analyzes showed that the risks
were reduced and the press now has only rare and mild scratches.

Key words: hydraulic press. NR12. Mechanical forming. Risk analysis


1. INTRODUÇÃO

Analisando dados sobre acidentes em 2009 verificou-se que as empresas


gastaram naquele ano cerca de R$ 8,2 bilhões com pagamento de seguro de

1
acidentes do trabalho (SAT). Na previdência social este gasto foi ainda maior com
o pagamento de benefícios acidentários e aposentadorias especiais, sendo na
ordem de R$ 14 bilhões. Estes valores quantificam apenas as questões financeiras
de um problema grave que já ocorre há muitos anos. Como nem todas as
indústrias são completamente automatizadas necessita-se em algum momento que
hajam intervenções humanas, que são geradoras de riscos de acidente. O que
preocupa mais nesta questão é a saúde e segurança dos trabalhadores que
passam todos os anos por situações de risco e em pior caso incorrem em
acidentes de trabalho resultando, muitas vezes, em fatalidades que custam o bem-
estar ou até mesmo a suas vidas. Nem os próprios operários se dão conta destes
riscos.
Uma parcela dos acidentes que ocorrem em empresas está ligada a
operações em máquinas e equipamentos. Baseado neste problema, em 1978 foi
criada a norma regulamentadora NR12 a qual visa estabelecer “requisitos mínimos
para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de
utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos [...] em todas as
atividades econômicas [...]”, e desde então proíbe a comercialização de tais
equipamentos desprovidos de características adequadas para operação com
segurança.
Dados mostram que nas indústrias de conformação por Forjamento, o
equipamento mais utilizado para o processo são as prensas. Sem dúvidas são
máquinas indispensáveis para a produção de peças forjadas.
Entretanto, informações de 2002 a 2005 mostram que as máquinas e
equipamentos que mais provocaram acidentes nas indústrias foram as prensas e
similares, representando 21% dos casos.
Tal porcentagem é significativa e demonstra o quanto é necessária garantir a
aplicação da norma NR12 em prensas neste setor. Por isso esta norma vem
sofrendo várias atualizações, as principais ocorridas nos anos de 2010 e 2013.
Muitos equipamentos já estão sendo projetados e vendidos dentro das
obrigações da norma, entretanto inúmeras indústrias possuem equipamentos
antigos fora desta norma e que necessitam adequação imediata. É necessário
entender um pouco da norma, entender sua importância e solicitar as alterações de
equipamentos para empresas especializadas.
Com o passar do tempo os processos de conformação e corte passaram a
ser feitos através de prensas industriais, que são máquinas capazes de realizar
grandes forças.
No forjamento, as operações podem ser feitas de duas formas, basicamente:
por martelamento (impacto) ou por pressão (prensagem gradual) (1).
Na área de forjamento, só foi possível avançar mais devido ao
desenvolvimento e ampliação da capacidade das prensas.
As prensas hidráulicas realizam a prensagem gradual e são umas das
prensas mais utilizadas no forjamento, pois conseguem realizar grandes
deformações e com velocidade controlada em qualquer ponto do curso do punção
(martelo).
Entretanto, conforme mencionado, são equipamentos que oferecem um alto
risco à saúde e segurança de trabalhadores.
O objetivo deste artigo é demonstrar como a aplicação das normas da NR12
sobre uma prensa hidráulica de grande porte pode reduzir os riscos técnicos e
humanos, tornando-as mais segura.

2
PRENSAS
Estrutura de uma prensa hidráulica

As prensas hidráulicas se diferenciam pela estrutura de sustentação, Isto é,


apresentam formato tipo C, Tipo de 2 ou 4 colunas ou tipo H (ver detalhes nas
Figura 1 a,b e c) (2).

Figura 1 - Formato da estrutura das prensas hidráulicas (a) Tipo C (b) 4 colunas c) Tipo H

Sistema de força das Prensas Hidráulicas

A principal fonte de força de uma prensa hidráulica é a unidade hidráulica


(Figura 2), que trabalha levando o óleo até o cilindro hidráulico (Figura 3), o qual é
responsável por transformar a pressão gerada em força. A unidade Hidráulica é
composta basicamente por:

 bomba hidráulica;
 motor elétrico de acionamento da bomba;
 reservatório de óleo;
 válvulas direcionais de acionamento por solenóide;
 válvulas de segurança (alívio);

3
Figura 2 – Unidade Hidráulica

Fonte: WWW.omegaoleohidráulica.com.br

Para controle da prensa e do sistema hidráulico usam-se sensores, painel


elétrico com sistema de reles, ou eletronicamente com uso de CLP (Controlador
Lógico Programável).

Conexões Êmbolo
Haste

Camisa
Figura 3 Cilindro Hidráulico

As prensas hidráulicas podem ser automatizadas para um trabalho continuo


sincronizada a um alimentador automático de peças, porém, nesta situação os
riscos de acidente são maiores, pois não existe comando humano para execução
do processo (2).
Nas prensas hidráulicas existem algumas situações de falha que geram
acidentes:
1. Acionar máquina com uma mão durante acesso à zona de prensagem;
2. Acionamento por terceiro quando segundo operador estiver em contato
com a zona de prensagem;
3. Desprendimento e queda do martelo;
4. Falha do comando de válvulas ou cilindro hidráulico gerando avanço
do cilindro hidráulico;
Baseado nestas falhas e acidentes é que se prevê na NR12 uma série de
alterações que tornam a prensa um equipamento com menor risco de acidentes.

Conceitos básicos da NR12

Um dos conceitos principais que a norma especifica é o de falha segura.


Este termo indica que durante uma falha técnica ou falha humana, o sistema tem

4
que entrar em estado seguro imediatamente, por meio da ação de algum
dispositivo de desarme destinado à segurança, impedindo o descontrole do sistema
visando evitar a probabilidade de ocorrência de acidentes como danos pessoais ou
materiais. Portanto, este princípio de falha segura, parte da ideia de que tanto
máquinas, quanto seres humanos falham, e então, sistemas devem reduzir os
riscos de lesão e descontrole.
Falha técnica (ou falha material ou do equipamento) ocorre quando a
máquina entra em uma condição de perda da função projetada de um componente
material do sistema podendo ser (mecânico, elétrico, hidráulica, pneumático,
eletrônico material, etc) em decorrência de fatores variáveis como erro de
construção, erro de especificação entre outros.
Falha humana (ou falha de indivíduo) é uma falha do operador em
decorrência de falta de qualificação, experiência, ou outro fator como esquecimento
ou distração.
Pela norma, procedimentos não podem ser as únicas formas de prevenção
de acidentes. Portanto, cada equipamento pode ter sua condição segura. No caso
das prensas Hidráulicas, a principal condição segura é o travamento imediato do
cilindro hidráulico e do martelo.
Para poder atender à condição de falha segura existem 3 princípios a serem
adotados no equipamento.
1. Auto teste: Gerar um teste automaticamente na inicialização e em
alguns períodos para verificação de alguma falha ou defeito, levando
para uma condição segura. Sensores são instalados para emitir sinais
sobre determinado dispositivo ou equipamento.
2. Diversidade: dispositivos de diversos princípios destinados a reduzir a
probabilidade de ocorrer uma condição perigosa. Por exemplo,
disjuntor para sobre carga.
3. Redundância: é utilização de mais de um dispositivo com as mesmas
funções de trabalho. Caso ocorra a falha de um deles o outro atuará
automaticamente.
No próximo capítulo será descrito a aplicação da norma NR12 em uma
prensa Hidráulica visando demonstrar como estes princípios e normas formam
implementados e como eles podem garantir condições de operação e falha segura
do equipamento.

1.1. Alterações realizadas na Prensa Hidráulica NR12


1.2. Proteção da zona de Prensagem

As prensas hidráulicas possuem uma grande região de risco que é a zona


de prensagem (ver zona de prensagem na Figura 4). Segundo o item 2, no anexo
VIII da NR12, são aceitáveis alguns tipos de sistema de segurança nestas regiões
que estão descritos a seguir.

5
Zona de prensagem

Figura 4 - Zona de prensagem de uma prensa

O primeiro destes sistemas de proteção (subitem a) é mais seguro e sugere


o enclausuramento total da zona de prensagem com proteções que não permitem a
passagem de nenhuma parte do corpo nem mesmo dos dedos. Podendo ser feito
por proteções fixas ou móveis. Quando as proteções são móveis é necessário
algum tipo de intertravamento para desarme do sistema caso a proteção seja
retirada.
O segundo tipo de sistema de segurança chama-se “ferramenta fechada”
(subitem b), em que o enclausuramento da zona de prensagem não precisa ser
total, podendo ter frestas ou passagens para acesso do material/peça, mas que
não permita o acesso do operador com os dedos ou a mão.
Por último, subitem 2.1 (C) da norma, que orienta o usar cortina de luz em
prensas, porém, além de ter autoteste e redundância, deve ser conjugado com um
comando bi-manual. Porém, em forjarias, a cortina de luz é pouco usada, pois a
fumaça, lubrificantes, e a incidência da peça à quente podem interromper o
funcionamento deste dispositivo (3).

3 ESTUDO DE CASO

A prensa hidráulica utilizada neste estudo é a PHC-200 ECO com capacidade de


200 T e velocidade de prensagem de 8 mm/s. Dimensões conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Dimensões da Prensa

Parte da prensa Dimensão


Mesa 800 x 700 mm
Curso de prensagem 500 mm

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Figura 5 - Prensa Hidráulica (antes adaptações)

Uma alteração fundamental foi na unidade Hidráulica da Prensa,


representada na Figura 6 (antes) e na Figura 7 (depois). De acordo com a NR12,
as prensas hidráulicas devem possuir bloco hidráulico de segurança ou sistema
hidráulico composto por válvulas de redundância de mesmas características e
eficácia e também com sistema de monitoramento dinâmico. Além disso, a norma
exige que o sistema tenha como manter o peso do martelo e ferramenta impedindo
a descida em função de vazamentos de óleo interno entre outros. Nesta prensa, foi
utilizado um bloco tipo P (Figura 7), o qual possui sensor indutivo integrado para
permitir o monitoramento dinâmico.

Figura 6 - Bloco Hidráulico Não monitorado (antes) Figura 7 - Bloco Hidráulico monitorado (depois)

7
Além disso, há uma válvula interna de contrabalanço, que só permite avanço
do cilindro quando há pressão positiva sobre ela, ou seja, esta válvula não permite
passagem de óleo pela força externa, (como o peso do martelo) apenas quando
houver acionamento da válvula direcional é que o avanço ocorre. Isso evita o
descontrole do martelo, por conta do peso da ferramenta ou vazamentos internos.
Em relação ao painel elétrico Figura 8 (antes) e Figura 9 (depois) as alterações
seguiram as principais recomendações da norma que definem que os quadros
elétricos devem possuir:
1. Circuitos identificados e protegidos, pois nenhuma parte energizada pode
ficar exposta;
2. Porta de acesso mantida permanentemente fechada;
3. Sinalização sobre o risco de choque elétrico e restrição de acesso a pessoas
não autorizadas;
4. Bom estado de conservação;
5. Grau de proteção (IP) adequado em função do ambiente de uso (normas
NBR6146 e NBR 9884);

Figura 8 - Painel elétrico fora de norma sem Figura 9 - Painel Elétrico com CLP para controle
controle lógico de operação e segurança lógico e monitoramento de sinais

Outra alteração relevante do painel elétrico foi a implementação do CLP.


Este equipamento não serve apenas para automação da prensa. A NR12 prevê o
uso do CLP para o controle lógico da prensa com intuito não só operacional, mas
para garantir a segurança e funcionamento seguro da máquina através de controle
lógico de segurança.
Os CLP (controlador lógico programável) é um dispositivo de controle e
monitoramento programável. Ele possui entradas e saídas que são configuradas
conforme a necessidade do projeto. Para se adequar a NR12 este dispositivo
controla o acionamento do motor, válvulas, entre outros a partir dos sinais de
entrada emitida pelos sensores, botões e chaves de segurança. A programação
deve garantir a parada segura do equipamento em caso de intervenção de risco,
acionamento do botão de emergência, entre outras situação de risco.
Outro item que foi necessária adequação devida orientações da NR12, é o
calço de segurança, ilustrados na Figura 10 (antes) e Figura 11 (depois). Este calço
é de suma importância em prensas, pois durante o período de ajustes, troca de
ferramental e manutenção, deve ser colocado entre a mesa e o martelo, para evitar
a queda do cilindro hidráulica. É uma peça maciça para proteção mecânica e deve
ser pintado de amarelo. A mudança principal do calço anterior é que o novo

8
sistema possui um intertravamento ao circuito elétrico que impede qualquer
acionamento do equipamento quando o calço é retirado de sua base (livro). Mesmo
que a prensa seja automatizada, não haverá como acioná-la quando o calço estiver
sendo utilizado. Este calço deve ser utilizada em conjunto com a válvula de
retenção hidráulica. Isso gera uma segurança redundante.

Figura 10 - Calço de segurança sem chave de Figura 11 - Calço de segurança com chave de
intertravamento eletrônico (antes) intertravamento cat. 4 (depois)

Em relação à segurança na zona de prensagem, o sistema de segurança


adotado é aquele descrito no item c da Norma, em que se deve adotar comando
bimanual e cortina de luz com redundância e autoteste.
O comando bimanual garante que a prensa só seja acionada quando os dois
botões forem pressionados simultaneamente. Existe uma gama variada de
modelos de painéis de comando bimanual (Figura 12). Mas a característica
principal é conter dois botões para acionamento distantes entre si o suficiente para
que não possam ser acionados com uma mão só, portanto os botões normalmente
são dotados de uma proteção (barreira) lateral e superior que evita que seja
burlado de alguma forma esta condição. O artigo 12.26 da NR12 define que este
tipo de comando deve possuir atuação síncrona, com retardo máximo de 0,5 s
entre o acionamento do segundo. Além disso, caso um dos sinais de entrada seja
interrompidos a prensa deve desacionar e só reiniciar após os dois sinais terem
sido desativados. Entretanto, o comando bimanual não é garantia de segurança
total e deve ser complementado com outras proteções da zona de prensagem, pois
ele não evita o acionamento acidental contra terceiros. E quando a prensa
necessitar de mais de um operador, dois comandos bimanuais devem ser utilizados
para ligar a prensa.
Os comandos bimanuais devem ser selecionados e instalados de modo que:
a) não se localizem nas zonas perigosas da máquina;
b) possam ser acionados ou desligados em caso de emergência, por outra
pessoa que não seja o operador;
c) não possam ser acionados ou desligados involuntariamente pelo operador
ou de qualquer outra forma acidental;
d) não acarretem riscos adicionais;
e) impeçam sua burla.

9
Segundo item 12.4.2 as máquinas devem dispor de comandos de partida
e/ou acionamento com dispositivos que impeçam seu funcionamento automático ao
serem energizadas.

Figura 12 - Comando bi-manual

Conforme comentado anteriormente, para reduzir os riscos pela zona de


prensagem, além dos comandos bimanuais foram colocadas as cortinas de luz com
redundância e autoteste (conforme ilustrado na Figura 13). Através desse recurso,
qualquer acesso externo à zona de prensagem levará o equipamento ao
desligamento completo, retornando apenas com um novo comando de religar. A
cortina de luz é necessária quando a zona de prensagem não é fechada.

Figura 13 - Prensa Hidráulica (após adequação)

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4 ANÁLISES E CONCLUSÃO

Para Análise do risco da prensa antes e depois das alterações usou-se a


metodologia HRN (Hazard Rating Number) onde analisa-se a probabilidade de
ocorrência (LO), frequencia de exposição (FE), grau de severidade do dano (DPH)
e o número de pessoas exposta ao risco (NP). Cada critério possui valores padrões
conforme grau de danos que pode causar. Estes dados são multiplicados e chega-
se ao valor do HRN total. As tabelas 2 e 3 demonstram a avaliação feita em cada
tipo de risco na prensa hidráulica. Através dessa análise é possível comparar e
quantificar que a nova prensa passou dos níveis de risco que eram de “atenção à
extremo” (266,25) e passou a ter riscos “raros ou baixos” (3,17), tornando o
equipamento predisposto à falha segura.
Este novo panorama indica que as alterações reduzem as chances de que
ocorram acidentes. É possível dizer ainda que caso fosse feito o enclausuramento
da zona de prensagem os riscos de falha humana (colocar a mão abaixo do
martelo) durante o processo de prensagem seria reduzido de forma muita maior
que neste caso que se usou somente a cortina de luz e comando bi-manual. Além
disso, ao ser usado válvulas redundantes, válvula de contrabalanço e outros
dispositivos para evitar as diversidades das falhas diminuíram as chances do
avanço acidental por falha material.
O uso do CLP é um dispositivo de grande importância para checar e avaliar
as condições da máquina bem como dos dispositivos de segurança, gerando o
controle pré-programado das condições de falha segurança da prensa, impedindo o
religamento automático do equipamento após situações de falha material ou falha
humana ou queda de energia.
Concluiu-se que as prensas para conformação antigas necessitam de
adequações (retrofitting) para se alinhar com os quesitos como: segurança na zona
de prensagem durante operação (troca de peça ajustes) ou manutenção do
sistema de acionamento, utilizando comandos bimanuais, sistema de parada de
emergência entre outros. Sem estas alterações o equipamento fica obsoleto em
relação as normas de segurança atuais e impõem maiores riscos aos operadores

Tabela 2 – Risco de operação da Prensa (antes alterações)

Classificação do risco Total


Atividade acidente Risco de falha
LO FE DHP NP HRN
Avanço do cilindro
Troca da peça Falha na válvula. (falha material) 2 5 8 1 80
hidráulico
Acionamento acidental da
Avanço cilindro
Troca da peça prensa por terceiro (falha 1 2,5 8 1 20
hidráulico
humana)
Troca da Avanço cilindro
Acionamento acidental (falha
matriz/punção ou hidráulico (uso do 1 2,5 0,1 1 0,25
humana)
ajustes na prensa calço)
Troca da
Avanço cilindro
matriz/punção ou Falha material da válvula 1,5 0,5 8 1 6
hidráulico
ajustes na prensa
Deixar uma das
Acionamento da
mãos na zona de Esquecimento (falha humana) 5 4 8 1 160
prensa
prensagem
Total 266,25

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Tabela 3 - Risco operação da Prensa (após alteração)

Classificação do risco Total


Atividade Acidente Risco de falha
LO FE DHP NP HRN
Avanço do cilindro 0,0
Troca da peça Falha na válvula. (falha material) 5 8 1 1,32
hidráulico 33
Acionamento acidental da
Avanço cilindro 0,0
Troca da peça prensa por terceiro (falha 2,5 8 1 0,66
hidráulico 33
humana)
Troca da Avanço cilindro
Acionamento acidental (falha 0,0 0,0082
matriz/punção ou hidráulico (uso do 2,5 0,1 1
humana) 33 5
ajustes na prensa calço)
Troca da
Avanço cilindro 0,0
matriz/punção ou Falha material da válvula 0,5 8 1 0,132
hidráulico 33
ajustes na prensa
Deixar uma das
Acionamento da 0,0
mãos na zona de Esquecimento (falha humana) 4 8 1 1,056
prensa 33
prensagem
Total 3,17
É importante informar que cada tipo de prensa e cada tipo de operação
possui uma necessidade diferente de alteração e adequação à norma.
Sem dúvida a NR12 impõe alterações vitais ao funcionamento seguro da
prensa e mesmo sendo necessário um investimento de ordem financeira, os
benefícios podem ser considerados positivos quando comparados a redução dos
acidentes e pela melhoria segurança dos operadores.

Agradecimentos

Agradecimento especial à empresa Calende pela cooperação e apoio técnico para


produção deste artigo.

REFERÊNCIAS
1 MICHELS, L. B. et al. Uma visão geral sobre os equipamentos utilizados no
processo de forjamento. Ferramental, Curitiba, n. 49, Setembro/Outubro 2013.
2 ABIMAQ. Princípios Básicos de sua Aplicação na Segurança do Trabalho
em Prensas e Similares. Porto Alegre: [s.n.], 2012.
3 TECHNOSUPPLY. Cortinas de luz. Technosupply, 2014. Disponivel em:
<http://www.technosupply.com.br/>. Acesso em: 20 junho 2014.
4 RENE MENDES. Máquinas e acidentes de trabalho. Brasília: MTE/SIT; MPAS,
v. 13, 2001.
5 SILVA, K. P. D. A. Identificação de riscos e prevenção de acidentes em
prensa e similares. Faculdades Integradas de Araraquara. Araraquara. 2008.
6 PRESSFORM. Retrofitting de Máquinas hidráulicas (adequação a norma NR-12).
http: //www.pressform.com.br/, 2014. Disponivel em:
<http://www.pressform.com.br/retrofitting-de-maquinas-hidraulicas-adequacao-a-
norma-nr-12>. Acesso em: 19 jun. 2014.

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