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Alguns beduínos passavam por uma caverna na região a oeste do Mar Morto e encontraram
casualmente jarros contendo rolos e papiros. Como era costume no período que se
contrabandeassem relíquias e artefatos arqueológicos, os homens tentaram vender o achado,
porém, não tiveram sucesso.
Autoria
A autoria dos documentos é até hoje desconhecida. Com base em referências cruzadas com
outros documentos históricos, ela é atribuída aos essênios, uma seita judaica que viveu na
região da descoberta e guarda semelhanças com as práticas identificadas nos textos
encontradas. O termo "essênio", no entanto, não é encontrado nenhuma vez em nenhum dos
manuscritos.
O que se sabe é que a comunidade de Qumram era formada provavelmente por homens, que
viviam voluntariamente no deserto, em uma rotina de rigorosos hábitos, opunham-se à
religiosidade sacerdotal e esperavam a vinda de um messias.
Para o Professor Julio Trebolle Barrera, membro da equipe internacional de editores dos
Rolos do Mar Morto, "O Rolo de Isaías [de Qumran] fornece prova irrefutável de que a
transmissão do texto bíblico, durante um período de mais de mil anos pelas mãos de
copistas judeus, foi extremamente fiel e cuidadosa."
O rolo mencionado por Barrera trata-se de uma peça com 7 metros de comprimento, em
aramaico, contendo o inteiro livro de Isaías. Diferentemente deste rolo, a maioria deles é
constituída apenas por fragmentos, com menos de um décimo de qualquer dos livros. Os
livros bíblicos mais populares em Qumran eram os Salmos (36 exemplares), Deuteronômio
(29 exemplares) e Isaías (21 exemplares). Estes são também os livros mais frequentemente
citados nas Escrituras Gregas Cristãs.
Anteriormente, os eruditos achavam que as diferenças entre o texto Massorético e
Septuaginta talvez resultassem de erros ou mesmo de invenções deliberadas do tradutor.
Agora, se confirmada à canonicidade de tais fragmentos, os rolos levantam possibilidade
para que muitas das diferenças tenham existido devido a variações no texto hebraico. Isto
talvez explique alguns dos casos em que os textos em que hoje os cristãos se baseiam
citavam textos das Escrituras Hebraicas usando fraseologia diferente do texto massorético.
— Êxodo 1:5. Assim sendo, tais pergaminhos fornecem de forma laica uma excelente base
para o estudo da transmissão do texto bíblico hebraico. Os Rolos do Mar Morto
confirmaram o valor tanto dos textos Massoréticos, como do Pentateuco Samaritano e de
outras traduções bíblicas para a comparação textual.
Embora os rolos demonstrem que a Bíblia não sofreu mudanças fundamentais, eles também
revelam que houve versões diferentes dos textos bíblicos hebraicos usadas pelos judeus no
período do Segundo Templo, cada uma com as suas próprias variações. Em conta das
variações, os manuscritos são agrupados em várias famílias: proto-massorético, família
septuaginta, proto-samaritano e tradições independentes. Por exemplo, o livro de Isaías os
fragmentos preservados nestes manuscritos possuem algumas variações que os diferenciam
do texto massorético na grafia e na fraseologia, sendo computados mais mais de 2600
variantes textuais em comparação com o Texto Massorético. Algumas variantes são
significativas e incluem diferenças em um ou mais versos ou em várias palavras. A maioria
das variantes são menores e incluem diferenças de uma única palavra, grafias alternativas,
plural versus uso único e mudanças na ordem das palavras.
Os Fragmentos do Mar Morto ajudam até certo ponto a compreender o contexto da vida
judaica durante à ocupação Romana em Israel. Tais textos fornecem informações
comparativas para o estudo do hebraico antigo e do texto da Bíblia.
Controvérsias
Israel Knohl
Menahem (ou Menachem), líder de uma seita judaica de Qumran, tentou liderar uma revolta
contra os Romanos, mas acabou morto por estes, que proibiram que o seu corpo fosse
enterrado. Este grupo de discípulos, ao contrário dos cristãos, logo se dissipou. Este
Menahem teria, segundo Knohl, falecido por volta de 4 a.C.
Michael Wise
Outro académico, o cristão Michael Wise, professor nos Estados Unidos, afirma que o
messias dos pergaminhos se chamava Judah e morreu de forma violenta por volta de 72 a.C.
Wise publicou o livro "The First Messiah" em 1999.