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Modelos de Atenção Hegemônicos

- Hegemonia: capacidade de direção política e cultural para obtenção do


consenso ativo de segmentos da população
TRAÇOS FUNDAMENTAIS:
. Individualismo
. Saúde/doença como mercadoria
. Ênfase no biologismo
. Historicidade da Prática Médica
. Medicalização dos problemas
. Privilégio da medicina curativa
. Estímulo ao consumismo médico
. Participação passiva e subordinada dos consumidores

-Modelo sanitarista (incluso nos modelos hegemônicos): predominante no


Brasil, remede à ideia de campanha ou programa: algo que busca atender
necessidades específicas (campanha de vacinação, controle de epidemias,
programas especiais, vigilância sanitária/epidemiológica)

A) MODELO MÉDICO ASSISTENCIAL PRIVATISTA (hegemônico/assistencial)


– Centrado na clínica
– Atendimento de demanda espontânea (mediante grau de
conhecimento e/ou sofrimento)
– Procedimentos e serviços especializados
– Problema: pessoas/grupos populacionais que não sabem que há um
problema não seriam atendidas; não existem medidas que promovam
saúde e medidas de prevenção
– Medicina flexneriana
B) MODELO DE ATENÇÃO GERENCIADA - made care (hegemônico/assistencial)
– Medicina liberal e empresarial
– Economia (custo benefício e custo efetividade); saúde-doença como
mercadoria
– Medicina baseada em evidências
– Protocolos assistenciais como “camisa de força” e não com objetivo
de melhorar a qualidade
– Subprodução e controle mais íntimo do trabalho médico (mediante pré
pagamento)
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C) CAMPANHAS SANITÁRIAS E PROGRAMAS ESPECIAIS (sanitarista/
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alternativo)
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– Fundamentada na biologia e na epidemiologia
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– Concentra suas ações em determinados grupos (deixando de lado a
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situação geral)
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– Individualizado, fragmentado, desintegrado e autoritário -
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“Pulverização” de recursos e atividades
– Ex: ao criar um programa de saúde da mulher, saúde do adulto e
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saúde do trabalhador, é como se fosse considerado que a mulher não

é adulta nem trabalhadora; outro exemplo seria a criação de um


programa de IST’s e de saúde da criança e adolescente, como se
esses grupos não fossem sujeitos à atividade sexual. E, à medida que
esses grupos estão sujeitos à violência, apresentam diversos
transtornos e patologias e não há uma interligação entre esses
programas, evidencia-se uma ineficiência
D) VIGILÂNCIA SANITÁRIA E EPIDEMIOLÓGICA (sanitarista/alternativo)
– VS: conjunto de ações capazes de eliminar/diminuir/previnir riscos à
saude e intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção/circulação de bens e prestação de serviços de
interesse da saúde; controle da produção ao consumo de bens OU
prestação de serviços que relacionam-se a saude direta ou
indiretamente
– VE: conjunto de ações que permitem reunir a informação
indispensável para conhecer a historia natural de doenças e detectar/
prever mudanças que pudesse ocorrer por alterações de fatores
determinantes ou condicionantes de saude individual/coletiva, visando
recomendar e adotar medidas que levassem ao controle e prevenção
da doença e agravos relacionados. Baseado firmemente na
epidemiologia
E) Pacs/PSF
– Programas especiais dirigidos aos pobres e excluídos como politica de
focalização
– Pacs: programa de agentes comunitários ACS
– Objetivo de melhorar a capacidade da população de cuidar da
saúde, transmitindo informações e conhecimento e desenvolvendo
atividades de promoção a saude e prevenção de doenças
– por meio dos ACS (pessoas escolhidas dentro da própria
comunidade para atuarem junto à população)
– PSF: programa de saúde da família
– desenvolvido a partir do PACS
– forma de resguardar e oferecer maior capacidade resolutiva ao
trabalho dos agentes de saúde criando um elo de ligação entre a
equipe de saúde da família e a comunidade
– Estratégia Saúde da Família: busca superar o modelo hegemônico
centrado na doença, desenvolvendo práticas gerenciais e
sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho
em equipe, dirigidas a populações de territórios delimitados.

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