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Modelos de atenção de saúde:

Modelos de atenção de saúde são formas de organização das ações,


instrumentos, técnicas e conhecimento para atender as necessidades da
saúde. Os modelos de atenção estão intrinsicamente ligados à perspectiva que
circunda o significado de saúde, ou seja, está relacionado ao modo de
definição de saúde.

A partir da revolução científica do século XVI, quando se passa a utilizar o


método científico, as técnicas de saúde ainda eram muito básicas e
insuficientes. A partir de muito estudo e quebra de paradigmas, as técnicas de
saúde evoluíram e chegaram ao modelo Biomédico, Tecnicista ou ainda,
Hegemônico.

Modelo Biomédico, Tecnicista ou Hegemônico:


É um modelo que todos conhecem, estão acostumados a ver e por isso,
chamado de hegemônico, pois durante a história e ainda hoje, foi o principal
modelo. Constantemente, o modelo é associado aos comentários feitos por
Flexner.

A visão de saúde até aqui era não-doença, sem considerar os determinantes


de saúde. Este modelo considera uma saúde individual, sem promoção de
saúde e não-coletiva. É uma medicina curativa, sendo que o paciente deve ser
tratado, curando apenas sua enfermidade, sem olhar para psicológico, cultura e
condição social do paciente.

Esse modelo vê o hospital e o médico como ápices da hierarquia da saúde,


sendo que a cura é dada através de remédios e pelo encontro com o médico,
não buscando evitar a doença, apenas tratá-la. A enfermidade, muitas vezes, é
vista como uma mercadoria, associando a uma concepção do médico
privatista.

Portanto, tal modelo não compreende as múltiplas facetas do indivíduo,


focando apenas na patologia do cidadão.

Modelo Sanitarista:
Este modelo está associado ao modelo hegemônico, representando mais uma
fase deste do que um modelo propriamente dito. Tal modelo foi muito
importante no Brasil nas décadas de 1920 e 1930. É marcado por posturas
sanitárias como a vigilância sanitária, campanhas de vacinação, especialmente
a da febre amarela, poliomielite e programas pré-natais, contra a hanseníase e
tuberculose.

Nesse sentido, foram comuns ações pontuais, pautadas em uma perspectiva


epidemiológica, buscando a prevenção de muitas doenças. Entretanto, esse
modelo considerava apenas patologias e não a multidimensionalidade da
saúde.

Modelo Alternativo ou Biopsicossocial:


Modelo em que Sistema Único de Saúde está pautado, buscando sempre a
prevenção e promoção de saúde. Esse modelo tem uma perspectiva ampla de
saúde, reconhecendo que não se trata de um aspecto apenas biológico, mas
também intrinsicamente relacionado com as condições econômicas que o
indivíduo possui (boa alimentação, moradia, lazer, preocupações,
escolaridade...), das questões ambientais (altas temperaturas, poluição,
inversão térmica, planejamento urbano, saneamento básico), dos fatores
culturais (violência, preconceito como idadismo, racismo, xenofobia, homofobia,
costumes familiares, capacidade de expressão e liberdades), assim como
aspectos mentais e psicológicos( doenças, depressão, ansiedade, estabilidade
emocional, dependência emocional e etc).

Esse modelo humaniza e diversifica o indivíduo, buscando o entender de


modo singular para tratá-lo. Dessa forma, preconiza um programa de saúde
local, no qual profissionais de saúde possam ter relações amistosas com o
paciente, cadastrá-lo e fazer um acompanhamento com base em sua família.
Tal aspecto é chamado de Longitudinalidade.

Outro fator interessante é chamado de “centralização da família”, em que


busca-se entender o paciente a partir da família, fazendo o acompanhamento
cultural, psicológico, de costumes do lar para que se possa conhecer o
paciente. Tudo isso está pautado na Estratégia de Saúde da Família (ESF)
O modelo valoriza muito a promoção da saúde, isto é, a capacitação de toda
a população em questão de saúde, ensinando suas múltiplas facetas e
mostrando como é importante o lazer, vacina, posicionamento de coluna,
escovação dentária ter um ambiente de moradia saudável, por exemplo.
Busca-se conselhos, palestras em escolas sobre como mudar o meio de
vivência a favor do próprio bem-estar.

Outro fato importante é que o modelo busca a equidade e universalidade, ou


seja, não se importa renda, raça, etnia, posição social ou outros fatores de
estratificação, todos devem ter acesso à saúde.

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