O documento discute as dificuldades de comunicação entre profissionais e classes subalternas. Aponta que os profissionais têm dificuldade em compreender a cultura popular como um conhecimento sistematizado que interpreta a realidade. Defende que a comunicação envolve uma troca de experiências e saberes, não um monólogo onde o profissional se coloca como tutor.
O documento discute as dificuldades de comunicação entre profissionais e classes subalternas. Aponta que os profissionais têm dificuldade em compreender a cultura popular como um conhecimento sistematizado que interpreta a realidade. Defende que a comunicação envolve uma troca de experiências e saberes, não um monólogo onde o profissional se coloca como tutor.
O documento discute as dificuldades de comunicação entre profissionais e classes subalternas. Aponta que os profissionais têm dificuldade em compreender a cultura popular como um conhecimento sistematizado que interpreta a realidade. Defende que a comunicação envolve uma troca de experiências e saberes, não um monólogo onde o profissional se coloca como tutor.
VALLA, V. V. A crise de interpretação é nossa: procurando compreender a
fala das classes subalternas. Educação & Realidade, [S. l.], v. 21, n. 2, 2017.
A CRISE DE INTERPRETAÇÃO É NOSSA: PROCURANDO
COMPREENDER A FALA DAS CLASSES SUBALTERNAS
Trabalho apresentado na XVII Reunião Anual da ANPEd, em Caxambú -
MG, 1994.
O Victor Vincent Valla é professor do Departamento de Endemias
Samuel Pessoa, Escola Nacional de Saúde Pública - Fundação Oswaldo Cruz, do Mestrado em Educação da Universidade Federal Fluminense e Presidente do Centro de Estudos e Pesquisas da Leopoldina (CEPEL).
O texto de Victor Vincent Valla trata das dificuldades da comunicação
entre profissionais e classes subalternas. Com exemplos cotidianos da relação entre classes sociais e análises das questões marxistas, classistas e preconceituosas o autor expõe as dificuldades que profissionais/mediadores têm, durante seus contatos com as classes subalternas, em compreenderem a importância da cultura popular como um conhecimento acumulado e sistematizado que interpreta e explica a realidade assim como outras formas de conhecimento. O conteúdo leva a uma reflexão acerca da interferência dos padrões sociais e dos estereótipos na comunicação, visto que, o conhecimento também é produzido por pessoas pobres e da periferia, logo, um diálogo entre um mediador e a classe subalterna envolve uma troca de experiências e saberes, e não um monólogo onde o mediador se coloca como tutor. Desse modo, a produção bibliográfica traz uma crítica a desqualificação teórica e política das classes subalternas.
ANÁLISE CRÍTICA
Diante da análise do texto, da charge e da aula sobre educação em
saúde, e considerando a importância da intercomunicação humana nos processos educacionais, percebe-se o levantamento da questão da comunicação enquanto ferramenta do educador em saúde. Nesse contexto, é necessário partir do princípio de que ao limitar o termo “educar” ao simples conceito de transmitir conhecimento o educador anula diversas características do processo de comunicação.
Educar é um processo de aprendizagem mais complexo e que
compreende a essência da comunicação. Exige a participação plena de todos os envolvidos no processo por meio do diálogo na tentativa de uma conexão que possibilite o objetivo que é aprender. Logo, educar está além da exposição de um aparato de ideias, mas conta com a troca de conhecimento, com a necessidade de compreensão daquilo que se diz e se necessário com a adaptação de sua forma de transmitir suas ideias.
Nesse sentido, ao observar a atuação do educador em saúde em
contato com a população ainda é possível perceber a dificuldade de ambos os lados em compartilhar de forma clara suas ideias e compreender aquilo que é necessário, questão essa, que acarreta diversas consequências sociais para além do âmbito da saúde. A criação e aplicação de políticas de saúde por exemplo, contam com a comunicação como fator principal para a sua efetividade. Por meio das aulas expositivas tornou-se possível a análise de exemplos
de campanhas midiáticas de políticas públicas de saúde que não transmitiam o
seu real valor, fato que, associado ao texto de Victor Vincent Valla, demonstra
a dificuldade em superar as divergências sociais que separam a população.
Ademais, ao conectar os exemplos supracitados com a charge evidencia a
necessidade da comunicação em todos os campos em que prevalecem as
relações humanas, sendo a empatia uma importante ferramenta para aprender
não apenas conceitos, mas valores, comportamentos e práticas em múltiplos
aspectos da vida em sociedade.
Nayara Macedo Borges. Acadêmica do 5º semestre do Curso de Nutrição