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Como evitar o perecimento ou o fechamento de seu negócio em meio

ao surto pandêmico do COVID-19?

Nos últimos meses, o mundo tem sido palco de uma crise que há muito não

vivenciava, em virtude do surgimento, em dezembro do ano passado (2019), do

novo Corona Vírus, o Covid-19.

Tendo em vista que a propagação da doença ocasionada pelo vírus tem

causado grande inquietação, contaminando uma larga quantidade de indivíduos

em base diária, as autoridades públicas entenderam por bem determinar

medidas profiláticas voltadas ao controle da pandemia, inclusive como forma de

preservação da vida e da saúde da população humana.

Acontece que algumas das medidas, embora necessárias para o fim

perseguido, atingem de modo quase que irrecuperável o pequeno empresariado,

ou mesmo pessoas comuns, que tem no seu trabalho presencial sua única fonte

de rendimento. É o caso, por exemplo, dos proprietários de academia e pequenas

lojas em shopping centers, que, uma vez privados de abrirem suas portas, não

conseguem se manter e pagar as suas contas, a exemplo de aluguéis e dívidas

análogas.

Pensando em situações como esta, o Código Civil de 2002 (Lei 10.406/02)

previu a possibilidade de revisão do contrato. Funciona da seguinte maneira:

como o empresário, em nosso exemplo, poderia ficar por 2 (dois) meses com as

portas fechadas, sem clientes em sua academia, como o mesmo faria para
adimplir os débitos do seu negócio, como aqueles voltados à quitação de aluguel,

o pagamento a prazo de fornecedores e outros débitos similares? Sem dúvidas

não poderia fazê-lo sem comprometer sua subsistência e a de sua família, o que

acarretaria o fechamento das portas de seu estabelecimento.

Desse modo, o legislador civil entendeu ser possível a revisão contratual, a

fim de que a pessoa interessada viesse a conseguir judicialmente, entre outros, a

suspensão do contrato durante o período em que perdurar a crise pandêmica;

o prolongamento do prazo de pagamento, a fim de que o débito sofra redução;

a diminuição do valor dos parcelamentos; etc.

Sobre os requisitos para a revisão, estão eles previstos tanto no Código Civil

de 2002 quanto no Código de Defesa Do Consumidor (neste último caso, para as

relações consumeristas). A título de exemplo, prevê o CC/2002, em seu art. 478,

que a resolução (e consequentemente a revisão dos contratos privados) poderá

ocorrer quando a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa

(muito pesada), com extrema vantagem para a outra, em virtude de

acontecimentos extraordinários e imprevisíveis.

Em resumo, os requisitos são os seguintes:

a) Onerosidade excessiva (o empresário não consegue quitar seus débitos, por

estar com as portas fechadas ou ter visto redução extrema em seu movimento);

b) Extrema vantagem para a outra parte (ex.: somente o locador aufere lucros,

enquanto o negócio do locatário se encontra com as portas fechadas);


c) Acontecimentos futuros, extraordinários e imprevisíveis (por exemplo, no

momento da celebração do contrato de locação não existia previsão para que o

mundo parasse em virtude de um vírus como o COVID-19, sendo certo que tal

fato, ainda, foge à normalidade da vida, o que o torna extraordinário).

Assim, mostra-se cristalina a possibilidade de que o contrato que traz

prejuízos a uma das partes, com vantagem apenas para a outra, seja revisitado

neste momento de crise, como forma de dar fôlego especialmente ao pequeno

empresário, que pode vir a quebrar em virtude de uma situação assaz

desagradável como a que o mundo atualmente enfrenta e pela qual

solidariamente esperamos passar e superar no futuro próximo.

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