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O meu irmão – Afonso Reis Cabral

Bom dia a todos, hoje vou apresentar o livro “O meu irmão” e vou analisar mais em concreto os
vínculos familiares presentes nesta obra.

Em primeiro lugar, mencionarei um pequeno resumo do livro para estarem contextualizados. De


seguida, irei definir família e destacarei alguns aspetos e sentimentos que o narrador sente acerca de
ter uma pessoa com deficiência, Síndrome de Down, muito próxima dele.

Primeiramente, esta obra aborda a história de um homem, o narrador, que numa determinada altura
vê-se obrigado a mudar a sua vida, dando prioridade ao Miguel, o seu irmão com 40 anos portador
da doença síndrome de Down. Esta nova responsabilidade provoca uma mudança para o Tojal, para a
casa de família localizada numa aldeia isolada. Para além disso, o narrador, o qual nunca sabemos o
nome, vê esta decisão como uma grande oportunidade de reaver a boa relação de afeto e
cumplicidade que tinha com o irmão quando eram mais novos, mas que foi perdendo à medida que a
idade passou.

Antes de passar ao tema da família, gostaria de indicar que o regresso de Miguel à vida e rotina do
narrador traz vários problemas inesperados. O maior de todos chama-se Luciana (a paixoneta de
Miguel).

Após esta breve contextualização, irei passar ao tema da minha oralidade, nomeadamente os
vínculos familiares. É importante referir que ao longo de todo o livro, desde a primeira até à última
página é descrita a relação familiar do narrador. Os seus pais, que acabam por falecer, são muito
presentes, mas como é óbvio Miguel acaba por ter o papel principal no que toca à família.

Em segundo lugar, o que é a família? É bastante difícil dar uma definição. Pelo dicionário, é o
conjunto de todos os parentes de uma pessoa, e, principalmente, os que moram com ela. Estes
parentes são a soma de indivíduos que se vai estabelecendo pelo casamento e pelos seus eventuais
descendentes. Mas deixo uma pequena questão: A verdadeira família é aquela unida pelo espírito o
espírito ou pelo sangue?

Acho que todos se identificam a seguinte ideia: A família é algo bom que nos traz felicidade. Mas o
narrador, apesar de não desvalorizar as relações familiares, mas explora o pior lado desta. Vou ler
uma pequena frase que sintetiza este aspeto (pág. 10) As responsabilidades, o compromisso, a
tristeza e, por vezes, até a inveja. Este é um dos motivos pelo qual a obra exige uma grande
maturidade literária sendo objetivo e ríspido.

Em terceiro lugar, falarei acerca de Miguel e como é crescer e viver com familiar que possui uma
deficiência, neste caso Síndrome de Down. Inicialmente, quando Miguel e o narrador eram mais
novos, a sua relação era boa e saudável, podemos dizer que tinham uma grande cumplicidade. Nesta
altura, o narrador não percebia a doença do irmão e via-o 100% igual às outras crianças. E, por isso,
insistia sempre com os pais para que o Miguel fosse para a escola.

Aqui surge uma grande questão, como é que um pai explica a uma criança que o irmão tem uma
doença que o difere das outras crianças, se sempre criou e tratou o ser irmão com a maior das
normalidades.

Depois narrador insistiu tanto que o Miguel foi para a escola. Ao início trataram-no bem, mas os
amigos do narrador começaram a trata-lo mal e gozar com ele. Foi aqui que começou a tomar
consciência de algumas características do irmão.

O primeiro obstáculo na relação dos irmãos foi a grande dificuldade de Miguel na fala. Devido à
presença um cromossoma extra no par de cromossomas 21 no genoma de Miguel, o que provoca um
aumento considerável do tamanho da língua. Esta característica perturbava muito o narrador visto
que muitas vezes ele só queria ter uma conversa normal com o irmão. Mas por outro lado, invejava a
calma do irmão.

Outro obstáculo que havia era a Luciana. Luciana era a namorada de Miguel. Eles conheceram-se na
escola e tiveram logo uma grande cumplicidade. Ela tinha uma grande importância para Miguel, era a
sua prioridade e muitas vezes parecia que não existia mais ninguém para além dela.

Esta grande valorização de Luciana por parte de Miguel, despertava um grande sentimento de inveja
pelo seu irmão, fazia com que o narrador não se sentisse amado e valorizado por Miguel.

Em suma, a relação deles sempre foi bastante controversa e confesso que de certa forma, por vezes,
não sei muito bem como me sinto em relação a algumas situações um pouco complexas. Ler pág 172.

Face à leitura deste excerto, irei expor a minha opinião,

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