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Instruções
1. Para a realização da prova
1.1. Esta prova está sendo realizada de modo remoto, com o candidato conectado em sala do
Google Meet.
1.2. O candidato deve manter a câmera ligada durante todo o tempo de realização de sua prova.
1.3. Em caso de perda de conexão, o candidato deverá retornar imediatamente à sala do Google
Meet, com tolerância máxima de 10 minutos de ausência da sala; depois de 10 minutos de
ausência, o candidato será desclassificado.
1.4. O candidato receberá, no chat no Google Meet, link para baixar a prova em formato .DOCX
(word) em seu computador.
1.4. A prova terá duração de três horas, contadas a partir do recebimento do link.
1.5. Decorridos 60 minutos do início da prova, todos os candidatos receberão, no chat do Google
Meet, link temporário do Google Formulário para envio da prova.
1.6. O link do formulário de envio da prova poderá ser acessado até 10 minutos depois do tempo
de duração da prova.
1.7. Terminado o tempo adicional de 10 minutos, o formulário de envio da prova será desativado
e não será mais possível enviar a prova.
1.8. O candidato que não enviar a prova no tempo estabelecido será desclassificado no processo
seletivo.
1.9. A Comissão de seleção não se responsabiliza por qualquer problema técnico que o candidato
venha a ter, seja durante a realização, seja no envio da prova.
PARTE A
Esta parte da prova é composta por um enunciado do tema 1 e por três fragmentos de textos que
embasam a proposta temática.
Você deve dissertar sobre o tema 1, baseando-se nos fragmentos de textos apresentados.
Utilize o espaço destinado para sua resposta dissertativa.
Enunciado do tema 1
Ao longo da história dos estudos da linguagem, a questão da categorização, especificamente, a
relação entre as palavras e as coisas, sempre esteve no centro das preocupações de filósofos, de
linguistas e de gramáticos. O signo verbal estabelece uma relação direta e transparente com as
coisas do mundo a que se refere, ou estabelece uma relação indireta e opaca entre conceito e
referência? Considerando esses dois modos de tratar a questão, leia os três fragmentos a seguir
para desenvolver, em forma de texto dissertativo, o seguinte tema:
A natureza da relação entre as palavras e as coisas
Fragmento 1
“Existe melhor nome, para o objeto que chamamos de mesa, do que a palavra “mesa”? E a
palavra “chapéu”, existe melhor para designar um chapéu? (...) São nomes que convêm ao objeto
como luva às mãos (...). Isso prova que o homem se saiu bem na tarefa de que o encarregou o
criador, segundo a Bíblia: “Iahweh Deus modelou, então, do solo, todas as feras selvagens e todas
as aves do céu e as conduziu ao homem para ver como ele as chamaria; cada qual devia levar o
nome que o homem lhe desse. O homem deu nomes a todos os animais, às aves do céu e a todas
as feras selvagens” (Gênese, 1,19-20).
[Toledo, Roberto Pompeu de. A secretária eletrônica e o nome das coisas. Veja, 3.3.1999, p. 126]
Fragmento 2
Segundo Hofstadter e Sanders (2013: 14), a categorização é uma ferramenta de sobrevivência,
sem a qual seríamos todos conceitualmente cegos. É por meio dela que construímos “esqueletos
conceituais” que nos permitem agir no presente. Se você, diante de um elevador, sabe que tem de
apertar um botão para chamá-lo e, dentro dele, tem de apertar outro para direcioná-lo ao andar
que deseja atingir, é porque já entrou em vários elevadores em seu passado e criou a categoria
elevador, de que faz uso no presente para produzir as ações necessárias ao seu uso (...).
Quando categorizamos, trabalhamos em dois eixos, o horizontal e o vertical. Trabalhamos no
eixo horizontal quando, a partir de um gênero, procuramos as espécies que podem fazer parte
dele. A partir do gênero/categoria cão, podemos incluir espécies como poodle, boxer, dachshund,
fox etc. É a categorização horizontal. Trabalhamos no eixo vertical quando, a partir de um
gênero, procuramos outros mais abrangentes, em diferentes níveis de abstração. Nesse sentido, a
partir da categoria cão, podemos “subir” a mamífero e, daí, a animal, por exemplo. É a
categorização vertical.
[ABREU, A. S. Como interpretar criativamente uma proposta de redação. In: ABREU, A. S.;
SPERANÇA-CRISCUOLO, A. C. (Orgs.) Ensino de português e linguística. Teoria e prática.
São Paulo: Contexto, 2016, p. 157-169].
Fragmento 3
(...) em todas as línguas humanas há regras e cada termo significa ad placitum (por atribuição
arbitrária) uma coisa, segundo uma lei que não muda, porque o homem não pode chamar o cão
uma vez de cão e outra de gato, nem pronunciar sons aos quais o consenso das gentes não tenha
dado um sentido definido, como aconteceria a quem dissesse a palavra “blitiri”.
[Umberto Eco, O nome da rosa. Tradução de Aurora F. Bernardini e Homero Freitas de Andrade.
Rio de Janeiro, Editora Record, 1983, p. 64).
PARTE B
Esta parte da prova é composta por um enunciado do tema 2 e por três fragmentos de textos que
embasam a proposta temática.
Você deve dissertar sobre o tema 2 com base nos fragmentos de textos apresentados.
Utilize o espaço destinado para sua resposta.
Enunciado do tema 2
Conforme a elaboração e o desenvolvimento de áreas e linhas no campo da Linguística, as teorias
passaram a considerar mais expressivamente, em seu escopo, questões relacionadas ao sujeito e à
situação de enunciação. Essas teorias propuseram algumas definições ou reflexões sobre “texto”,
das quais são exemplos os fragmentos seguintes. O conceito de texto não é independente de
outros, como o de língua, linguagem, interação. Outras noções, como coerência e coesão, são
tradicionalmente relacionadas aos estudos de texto. Sob outra perspectiva, “texto” é também uma
noção que circula em sentido corrente, nas mais variadas expressões: “produção de texto”,
“interpretação de texto”, “texto digital” etc. sem que, necessariamente, problematize-se que a
própria noção de texto é envolta por complexidade. Com base nos fragmentos (sem necessidade
de mencionar todos eles), disserte sobre o tema:
Texto – uma noção complexa
Fragmento 4
“Texto é entendido como uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição),
que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma situação de
interação comunicativa, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função
comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão.”
[KOCH, I. G. V. & TRAVAGLIA, L.C. A Coerência Textual. 9 ed. São Paulo: Contexto, 1999,
p. 10]
Fragmento 5
“Duas questões principais precisam ser feitas. Primeiro, a coesão é necessária para a identificação
de um texto? Segundo, a coesão é suficiente para garantir a identificação como um texto? Uma
questão subsidiária que se segue à segunda é: se um texto for identificado por esses critérios, eles
garantirão a coerência textual?”
[No original: Two main questions need to be asked. First, is such cohesion necessary to the
identification of a text? Secondly, is such cohesion sufficient to guarantee identification as a text?
A subsidiary question which follows on from the second question is: if a text is identified by
these criteria, will they guarantee textual coherence?]
[BROWN, G. & YULE, G. Discourse Analysis. Cambridge University Press.1983, p.194-5]
Fragmento 6
“[...] convencionaremos [...] chamar de ‘textos’ aos diversos tipos de produções semióticas que
pertencem a uma prática discursiva. Fazendo isso, conformamo-nos, aliás, a um uso cada vez
mais comum nas ciências humanas, nas quais se fala constantemente de ‘texto’, ou até de
‘discurso’ musical, pictórico, arquitetural etc. Para dissipar os equívocos, utilizaremos o termo
‘enunciado’ quando se tratar de textos em sentido estrito, isto é, de produções linguísticas.
Generalizando assim o emprego de ‘texto’, pretendemos evidentemente sublinhar sua capacidade
comum de ser investido por um mesmo sistema semântico.”
[MAINGUENEAU, D. Gênese dos Discursos. Tradução: Sírio Possenti. Curitiba: Criar Edições,
2005, p. 147.]