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Manual de Ecologia e Gestao Ambiental 2017
Manual de Ecologia e Gestao Ambiental 2017
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
3º Ano
STITUTO SUPER
Fax: 23323501
E-mail: isced@isced.ac.mz
Website: www.isced.ac.mz
Agradecimentos
Elaborado Por: MSc. Marcelino Júlio Guente – Mestre em Gestão Integrada de Meio Ambiente, Qualidade e
Prevenção de Riscos Laborais pela Universidade Internacional Iberoamericana – Porto Rico, Licenciado em
Gestão Ambiental, Planificação e Desenvolvimento Comunitário pela Universidade Pedagógica de
Moçambique.
ÍNDICE
Conteúdos Pág
Visão Geral 5
Bem vindo à Disciplina/Módulo de Ecologia e Gestão Ambiental ................................... 5
Objectivos do Módulo ....................................................................................................... 5
Quem deveria estudar este módulo.................................................................................... 2
Como está estruturado este módulo ................................................................................... 3
Ícones de actividade .......................................................................................................... 4
Habilidades de estudo ........................................................................................................ 4
Precisa de apoio? ............................................................................................................... 6
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 7
Avaliação ........................................................................................................................... 7
Visão Geral
Objectivos do Módulo
2
Como está estruturado este módulo
Páginas introdutórias
Um índice completo.
Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.
Outros recursos
3
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação
Comentários e sugestões
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Habilidades de estudo
4
com
as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo
dedicado aos estudos, procedendo como se segue:
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já
domina bem o anterior.
5
tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por
se achar injustamente incapaz!
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como
falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio
ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, E-mail, se
tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos Centros de Recursos e seus
Assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a
sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna
incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem
a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores
ou com parte da equipa central do ISCED indigetada para acompanhar as
sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar
assuntos de natureza pedagógica e/ou admibistrativa.
6
O
estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo
de estudos a distância, é muita importância, na medida em que permite
lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros
colegas. Desta maneira ficar’a a saber se precisa de apoio ou precisa de
apoiar aos colegas. Desenvolver habito de debater assuntos relacionados
com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e
unidade temática, no módulo.
Avaliação
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.
7
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentada de
avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizaos, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)
trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.
Introdução
Ecologia é uma ciência (ramo da Biologia) que estuda os seres vivos e suas
interações com o meio ambiente onde vivem. É uma palavra que deriva do
grego, onde “oikos” significa casa e “logos” significa estudo. Esta palavra foi
8
criada no ano de 1866 pelo biólogo e naturalista alemão Ernst Heinrich
Haeckel (PINTO, 2007).
A Ecologia também se encarrega de estudar a abundância e distribuição dos
seres vivos no planeta Terra. Esta ciência é de extrema importância, pois os
resultados de seus estudos fornecem dados que revelam se os animais e os
ecossistemas estão em perfeita harmonia. Numa época em que o
desmatamento e a extinção de várias espécies estão em andamento, o
trabalho dos ecologistas é de extrema importância.
Através das informações geradas pelos estudos da Ecologia, o homem pode
planeiar acções que evitem a destruição da natureza, possibilitando um
futuro melhor para a humanidade.(KORMONDY, 2009)
HISTÓRIA DA ECOLOGIA
A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra seus primeiros
antecedentes na história natural dos gregos, particularmente em um
discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as
relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a
ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas
sobre plantas e animais.
O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu impulso
especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus chamou
atenção para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade
da Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. Lotka (1925), e
Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas para o estudo
das populações, o que levou as experiências sobre a interação de
predadores e presas, as relações competitivas entre espécies e o controle
populacional.
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O
estudo da influência do comportamento sobre as populações foi
incentivado pelo reconhecimento, em 1920, da territorialidade dos
pássaros. Os conceitos de comportamento instintivo e agressivo foram
lançados por Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen, enquanto V. C. Wynne-
Edwards estudava o papel do comportamento social no controle das
populações. No início e em meados do século XX, dois grupos de botânicos,
um na Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram comunidades
vegetais de dois diferentes pontos de vista.
Os botânicos europeus se preocuparam em estudar a composição, a
estrutura e a distribuição das comunidades vegetais, enquanto os
americanos estudaram o desenvolvimento dessas comunidades, ou sua
sucessão.
As ecologias animal e vegetal se desenvolveram separadamente até que os
biólogos americanos deram ênfase à inter-relação de comunidades vegetais
e animais como um todo biótico. Alguns ecologistas se detiveram na
dinâmica das comunidades e populações, enquanto outros se preocuparam
com as reservas de energia. (PINTO, 2007)
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EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
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a) Simultaneamente
b) Bruscamente
c) Separadamente
d) Nunca se desenvolveram
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Comunidade = Conjunto de populações de espécies diferentes
que vive em uma mesma área geográfica.
Conshumidores = Seres que não são capazes de produzir seu
próprio alimento e precisam alimentar-se de outro ser vivo para
obter sua energia (heterotrófico).
Decompositores = Seres que obtêm nutrientes e energia a partir
da decomposição da matéria orgânica.
Ecologia = Ciência que estuda as relações entre os seres vivos
entre si e destes com o meio ambiente.
Ecossistema = Local de interação entre seres vivos (factores
bióticos) e factores físicos e químicos (factores abióticos).
Espécie = Organismos semelhantes capazes de reproduzir-se e
produzir descendentes férteis.
Habitat = Local em que determinada espécie vive.
Nicho ecológico = Papel ecológico de uma espécie em uma
comunidade. Envolve seus hábitos alimentares, sua reprodução,
suas relações ecológicas e outras actividades.
Nível trófico = Posição que uma espécie ocupa em uma cadeia
alimentar.
Pirâmide ecológica = Representação gráfica do fluxo de energia e
matéria em um ecossistema.
População = Conjunto de seres vivos da mesma espécie que vive
em determinado local.
Produtores = Seres vivos capazes de produzir seu próprio alimento
(autotróficos).
Relações ecológicas = São as relações que os seres vivos possuem
uns com os outros. Essas relações podem ser entre indivíduos da
mesma espécie ou espécies diferentes.
Teia alimentar = Conjunto de cadeias alimentares interligadas.
BIOSFERA
O planeta Terra, até o momento, é o único planeta que conhecemos onde
é possível o desenvolvimento da vida. A grande biodiversidade ocorre
graças a um conjunto de factores, como a presença de água e de oxigênio.
O planeta Terra pode ser dividido em quatro partes principais: a litosfera, a
hidrosfera, a atmosfera e a biosfera. Essa última relaciona-se com os seres
vivos do planeta e é foco de estudo da chamadaEcologia.
O que é a biosfera?
Quando estudamos os níveis de organização em Ecologia, podemos
perceber que o nível mais alto e complexo é a biosfera. Esse conceito diz
respeito a todos os ecossistemas existentes na Terra, ou seja, as regiões do
planeta onde encontramos seres vivos.
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Como o planeta é extremamente diversificado em questões de ambiente, é
fácil perceber que a biosfera é complexa e possui composição variável. Ela
inclui ecossistemas presentes desde as mais altas montanhas até as
profundas fossas abissais marinhas, que podem atingir aproximadamente
10.000 metros de profundidade. Esses locais apresentam condições
ambientais diversificadas, bem como seres vivos bastante diferentes e
adaptados ao ambiente em que vivem.
A biosfera possui relação directa com a litosfera, hidrosfera e atmosfera,
haja vista que, sem solo, água e ar, não podem existir formas de vida e,
consequentemente, ecossistemas no nosso planeta. Além desses factores,
a manutenção dos ecossistemas depende diretamente do sol, sendo essa,
portanto, a fonte de energia fundamental para a biosfera.
RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Todos os organismos interagem entre si, seja para cooperar uns com os
outros, seja para prejudicar. Facto é que nenhum organismo pode viver
sozinho e sempre há uma relação entre eles, relação essa que chamamos
de relação ecológica.
As relações ecológicas são divididas em dois grandes grupos principais: as
relações interespecíficas e as intraespecíficas. Quando falamos em
relações ecológicas interespecíficas, referimo-nos às relações que ocorrem
entre organismos de espécies diferentes, já as intraespecíficas ocorrem
entre indivíduos de mesma espécie.
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Predação: Relação que ocorre quando um ser vivo mata (predador)
e come outro de outra espécie (presa). Como exemplo, podemos
citar os tubarões que se alimentam de focas.
Parasitismo: Essa relação ocorre quando um organismo vive sobre
ou dentro de outra espécie, retirando desta seu alimento. O ser vivo
que vive e retira nutrientes do outro é chamado de parasita, e o que
abriga o parasita é chamado de hospedeiro. Um exemplo dessa
relação ocorre entre humanos e piolhos.
Mutualismo: É a relação em que duas espécies interagem
beneficamente. O mutualismo pode ser facultativo ou obrigatório.
Facultativo: Uma espécie ajuda a outra, porém cada uma pode viver
isoladamente. Como exemplo, podemos citar os pássaros que se
alimentam de carrapatos de alguns mamíferos.
Obrigatório: A relação entre as espécies é indispensável, dessa
forma, um organismo não vive isoladamente naquele local. Os
líquens são um exemplo de mutualismo obrigatório.
Comensalismo: Um organismo associa-se a outro em busca de
alimento. Nessa associação, nenhum dos organismos é prejudicado
e apenas o que consegue alimento é beneficiado. Um exemplo
tradicional é a rêmora que se alimenta dos restos de comida do
tubarão.
Inquilinismo: Uma espécie utiliza a outra para conseguir abrigo. Um
exemplo são as orquídeas que vivem sobre as árvores sem causar
nenhum prejuízo a elas.
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Quando estudamos os níveis de organização dos seres vivos, podemos
analisá-los a partir de diferentes pontos de vista, como os níveis
microscópicos, macroscópicos e acima do organismo. Nesse último caso, os
níveis de organização são aplicados à Ecologia, uma parte da Biologia
preocupada com o estudo da interação dos seres vivos entre si e destes com
o meio.
Analisando os níveis de organização acima do organismo, encontramos
uma população. Esse nome é dado ao conjunto de organismos da mesma
espécie que vivem juntos em uma determinada área. Uma grande família
de leões na savana africana, por exemplo, forma uma população.
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abióticos suficientes para que a vida seja mantida, formando um sistema
estável e autossuficiente.
Por fim, temos a biosfera, que é definida como o conjunto de todos os
ecossistemas existentes no planeta. Vale destacar que ela pode ser
considerada, em sua totalidade, como o maior ecossistema existente. Esse
nível engloba todos os locais onde existe vida, desde a área mais profunda
do oceano até as grandes florestas tropicais.
POPULAÇÃO E COMUNIDADE
A Ecologia é a ciência que estuda as relações existentes entre os seres vivos
e destes com o ambiente em que vivem. Para compreender essa ciência,
alguns conceitos devem ser aprendidos. Entre eles, dois são extremamente
importantes: população e comunidade.
Uma população, em Ecologia, pode ser definida como um conjunto de
indivíduos de uma mesma espécie que vive em uma determinada área em
um determinado momento. Essa área pode ser a distribuição normal desses
organismos ou então um limite escolhido por um pesquisador que estuda
aquele grupo de seres. Sendo assim, uma população pode ser também um
grupo de indivíduos da mesma espécie que está sendo estudado.
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são
chamadas de interespecíficas; mas quando ocorrem entre seres da mesma
espécie, trata-se de relações intraespecíficas.
Essas diferentes relações ecológicas existentes entre os seres vivos são
responsáveis por controlar, juntamente aos factores abióticos, as
populações que fazem parte de uma comunidade. A competição, por
exemplo, pode extinguir completamente uma espécie de uma comunidade.
COMENSALISMO
Nenhum organismo vivo sobrevive sem interagir com o outro, havendo
sempre algum tipo de relação. Essas interações são denominadas de
relações ecológicas e podem ocorrer entre organismos da mesma espécie
ou entre seres de espécies diferentes. Quando ocorrem entre organismos
de espécies diferentes, são chamadas de relações ecológicas
interespecíficas, mas quando ocorrem entre organismos da mesma
espécie, são chamadas de relações ecológicas intraespecíficas.
As relações ecológicas podem ser benéficas ou não para os envolvidos.
Quando uma relação ecológica beneficia um ser vivo, sem prejudicar o
outro, ou ambos são beneficiados, temos uma relação harmônica ou
positiva. Quando algum dos seres envolvidos é prejudicado, temos uma
relação desarmônica ou negativa.
O que é o comensalismo?
O comensalismo é uma relação que ocorre entre indivíduos de espécies
diferentes e apenas um organismo é beneficiado, mas o outro não é
prejudicado. Nesse tipo de interação, um organismo está à procura de
alimento.
Alguns autores consideram o inquilinismo, relação em que um organismo
serve de abrigo para outro, como uma forma de comensalismo. Vale
destacar, no entanto, que isso não é um consenso, pois muitos
pesquisadores consideram como comensalismo apenas as relações de
alimentação que apresentam as características citadas.
Casos de comensalismo
O caso de comensalismo mais clássico que podemos citar é aquele que
ocorre entre a rêmora e o tubarão. Nessa relação, a rêmora, que possui
uma ventosa na região dorsal, fixa-se ao corpo do tubarão e alimenta-se
dos restos de comida que saem da boca do animal. Nessa relação, a rêmora
consegue alimento, entretanto, não prejudica o tubarão, uma vez que não
captura sua presa, mas, sim, os restos de sua alimentação.
Além da rêmora, podemos citar a relação entre abutres e alguns animais
carnívoros, como o leão. Essas aves ficam esperando o momento em que
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os
carnívoros terminam sua alimentação para se alimentarem dos restos por
eles deixados. Nesse caso, assim como na relação entre o tubarão e a
rêmora, o carnívoro não é prejudicado, pois já terminou sua refeição.
Por fim, podemos citar uma relação cada vez mais observada na sociedade
atual: o urubu e o homem. Em lixões a céu aberto, é possível verificar uma
grande presença de urubus que estão à procura do alimento descartado
pelo homem. Essa relação não prejudica o homem, mas garante a
alimentação dos urubus.
CANIBALISMO
O canibalismo é uma relação ecológica que ocorre quando um indivíduo
mata e alimenta-se de um ser de sua própria espécie. Apesar dessa
interação parecer um tanto quanto assustadora, ela é amplamente
difundida no reino animal, ocorrendo principalmente em locais onde as
populações encontram-se com um grande número de indivíduos e o
alimento apresenta-se em pouca quantidade.
Como o canibalismo ocorre entre indivíduos de uma mesma espécie,
classificamos essa interação como uma relação ecológica intraespecífica.
Essa relação pode ser classificada ainda como desarmônica, uma vez que
um dos indivíduos é prejudicado.
Exemplos de canibalismo
Um exemplo de canibalismo bastante conhecido é o realizado pela
aranha viúva-negra. Essa espécie alimenta-se dos machos no
momento da cópula, um tipo de canibalismo conhecido
como canibalismo sexual.
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RELAÇÕES ECOLÓGICAS INTRAESPECÍFICAS
Nenhum organismo é capaz de viver sozinho sem interagir com outro ser
vivo. As interações que os seres vivos realizam são chamadas de relações
ecológicas. Elas podem ocorrer entre organismos de uma mesma espécie
ou entre indivíduos de espécies diferentes. As interações entre indivíduos
da mesma espécie recebem o nome de relações intraespecíficas.
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Canibalismo: um organismo mata e alimenta-se de outro de sua própria
espécie. Esse hábito pode ser observado, por exemplo, na viúva-negra e no
louva-a-deus, em que a fêmea mata o macho logo após a cópula. Existem
ainda tubarões que possuem um canibalismo intrauterino, isto é, um filhote
alimenta-se do outro no interior do corpo materno.
COMPETIÇÃO
A competição é uma relação ecológica desarmônica que ocorre quando
organismos da mesma espécie ou de espécies diferentes competem por um
determinado recurso. Por essa razão, essa relação ecológica pode ser
intraespecífica ou interespecífica.
Competição intraespecífica
Em uma competição intraespecífica, todos os organismos que competem
por determinado recurso são da mesma espécie. A competição pode
ocorrer por diversos motivos, como demarcação de território, aumento
exagerado da população e diminuição de alimentos.
Imagine, por exemplo, que vários indivíduos herbívoros vivam em uma
mesma área e que, em determinada época do ano, as chuvas tornem-se
escassas, levando várias plantas à morte. Com o tempo, o grupo de
herbívoros iniciará uma série de disputas pelo pouco alimento disponível,
sendo esse um exemplo clássico de competição intraespecífica.
Não são apenas animais que competem por recursos. No caso das plantas,
por exemplo, a competição pode ocorrer em virtude da falta de água ou até
mesmo em busca de um pequeno local ao sol. É por isso que normalmente
algumas plantas morrem quando estão próximas a muitos indivíduos.
Na competição intraespecífica, pode ocorrer também a competição por
parceiros para o acasalamento. Esse comportamento pode ser verificado
em várias espécies animais, como girafas e leões-marinhos. Apesar de a luta
ser travada pelos machos na maioria dos casos, em algumas espécies, as
fêmeas brigam pelo macho. Esse caso é observado, por exemplo, em alguns
antílopes africanos.
Competição interespecífica
Nas competições interespecíficas, a luta por um recurso acontece entre
indivíduos de espécies diferentes. Essa luta pode ocorrer por território,
alimento, luz e água, por exemplo. Diferentemente da competição
intraespecífica, não há casos de disputas por parceiros sexuais.
Como exemplo de competição interespecífica, podemos citar a introdução
de uma espécie em um habitat. Essa nova espécie pode apresentar o
mesmo nicho ecológico que outra, desencadeando, portanto, a luta por um
mesmo recurso. A competição interespecífica pode resultar na migração de
uma das espécies para novas áreas ou até extinção de uma delas.
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CADEIA ALIMENTAR
Sabemos que na natureza são encontradas plantas, animais, bactérias e
diversos outros organismos. Esses seres necessitam de energia para
sobreviver, porém nem todos retiram essa energia do mesmo local ou
obtém-na da mesma forma.
Alguns seres são fotossintetizantes, como as plantas e algumas algas,
sendo, portanto, capazes de produzir seu próprio alimento por meio do
processo de fotossíntese. Já outros seres devem alimentar-se de outros
seres para obter energia. Existem ainda aqueles que obtêm energia a partir
da decomposição da matéria orgânica (decompositores).
Temos, portanto, seres que produzem seu alimento e seres que necessitam
capturar alimento. O primeiro grupo é chamado de seres autotróficos,
enquanto o segundo grupo é chamado de seres heterotróficos. Também
podemos chamá-los, dentro de uma cadeia alimentar, de produtores e
conshumidores, respectivamente.
Todos os seres vivos mantêm relações muito próximas entre si, um servindo
de alimento para outro. Essa sequência linear em que um organismo serve
de alimento para outro é a chamada cadeia alimentar.
Imaginemos um campo cheio de plantas, ou seja, de organismos
produtores. Essas plantas são comidas por uma lagarta, que, por sua vez,
serve de alimento para uma perereca. A perereca poderá então ser comida
por outro ser vivo, uma serpente, por exemplo.
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geralmente fungos e bactérias, atuam transformando a matéria orgânica
em substâncias inorgânicas, sendo essenciais para a reciclagem de
elementos químicos. Essas substâncias inorgânicas são reutilizadas pelas
plantas.
Cada fase da cadeia alimentar é chamada de nível trófico. O primeiro nível
trófico é sempre representado pelos produtores. Os conshumidores
primários, ou seja, os que comem os organismos fotossintetizantes,
constituem o segundo nível trófico e assim por diante.
Vale destacar que um ser vivo pode alimentar-se ou servir de alimento para
diversos seres diferentes, não seguindo sempre a mesma cadeia alimentar.
Em um ecossistema, diversas cadeias acontecem ao mesmo tempo e elas
podem estar conectadas. O conjunto de cadeias alimentares interligadas é
denominado teia alimentar.
Seres autotróficos
Alguns organismos, chamados de autotróficos (do grego autós = “de si
mesmo” e trophos = “alimentador”) conseguem produzir seu alimento a
partir de substâncias inorgânicas, não necessitando, portanto, de ingerir
nenhum ser vivo. Nesse caso, temos seres vivos capazes de realizar
processos como a fotossíntese e a quimiossíntese.
Os organismos fotossintetizantes, como algas e plantas, são capazes de
utilizar a energia luminosa para produzir energia química e fixar o carbono
em compostos orgânicos. Organismos quimiossintetizantes, por sua vez,
são capazes de oxidar substâncias químicas e sintetizar seus compostos
orgânicos.
Como exemplo de organismos que possuem nutrição autotrófica, podemos
citar alguns exemplos de bactérias, alguns protistas e as plantas.
Seres heterotróficos
Organismos que possuem nutrição heterotrófica (do grego heteros =
“outro” e trophos = “alimentador”) necessitam de moléculas orgânicas
retiradas de outros seres vivos para a sua nutrição. Esses organismos
podem adquirir essas moléculas por meio de processos de absorção ou
ingestão, como é o caso dos animais.
A cadeia alimentar
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Na cadeia alimentar, os organismos autotróficos ocupam o nível trófico dos
produtores. Esses organismos são a base de todas as cadeias alimentares,
independentemente do ecossistema analisado.
Os organismos heterotróficos, por sua vez, podem ocupar diferentes níveis,
sendo chamados de conshumidores ou decompositores. Os conshumidores
ingerem outros seres vivos, e os decompositores conseguem matéria
orgânica retirando-as dos restos dos seres vivos. Como exemplo de
conshumidores, podemos citar os animais; já de decompositores, fungos e
algumas bactérias.
Cadeia Alimentar
A cadeia alimentar refere-se às representações das relações de alimentação
que existem em um determinado ecossistema. Nas cadeias, o fluxo de
energia é unidirecional, ou seja, é sempre em um mesmo sentido. Veja um
exemplo simples de cadeia alimentar:
Capim → Lagarta → Pássaro → Cobra
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lidas como “serve de alimento para”. Assim sendo, o capim serve de
alimento para a lagarta, que serve de alimento para o pássaro, que serve
de alimento para a cobra.
É importante salientar que, apesar de não estarem representados acima,
fungos e bactérias agem sobre todos esses organismos após a sua morte.
Fungos e bactérias são denominados de decompositores e são essenciais
na ciclagem de nutrientes.
Níveis troficos
Os níveis tróficos são conjuntos de organismos que possuem hábitos
alimentares semelhantes, ocupando a mesma posição no ecossistema. As
plantas, por exemplo, produzem seu próprio alimento, pois são organismos
autotróficos. Assim, todas as plantas ocuparão o mesmo nível trófico, pois
apresentam hábitos alimentares semelhantes.
Teia alimentar
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A teia alimentar mostra a conexão entre as várias cadeias de um ambiente
Diferentemente da cadeia alimentar, que obedece a uma representação
unidirecional, na teia alimentar, há várias relações alimentares
interligadas. A teia alimentar conecta, portanto, várias cadeias alimentares.
Em uma teia alimentar, um mesmo organismo pode ser conshumidor
secundário e terciário, por exemplo. Isso se deve ao fato de que muitos
seres vivos não se alimentam exclusivamente de um mesmo organismo e
alguns não são presas de apenas um ser.
26
Reações de transdução de energia
No interior do cloroplasto, mais precisamente nos tilacoides, encontram-se
as moléculas de clorofila e outros pigmentos, que estão organizados nos
chamados fotossistemas. Estes são compostos por um complexo antena e
um centro de reação. No complexo antena, a energia luminosa é captada
e transferida para o centro de reação, que converte essa energia em
energia química.
Existem dois fotossistemas, o I e o II, que estão ligados através de uma
cadeia de transporte de elétrons. Cada um dos fotossistemas apresenta um
par de moléculas de clorofila diferentes: no I, há o par conhecido como P700,
e no II, o P680.
O primeiro passo das reações de transdução é a absorção de energia
luminosa pela complexa antena do fotossistema II. Essa energia capturada
é então transferida para a molécula de clorofila P680 no centro de reação. O
elétrons energizados são transferidos do centro de reação para um
receptor de elétrons. Os elétrons retirados são substituídos por elétrons de
baixa energia provenientes do processo de fotólise (observe a equação a
seguir).
2H2O → 4e- + 4H+ + O2
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As
seis moléculas de PGA são reduzidas a seis moléculas de gliceraldeído 3-
fosfato (PGAL), com ajuda do ATP e do NADPH produzido na reação de
transdução. Essa etapa é conhecida como redução.
Por fim, temos a etapa de regeneração, em que cinco moléculas de PGAL
são usadas na regeneração de três moléculas de RuBP. O PGAL restante é o
lucro obtido com o ciclo de Calvin e serve de ponto de partida para a
produção de açúcares, amido e outros constituintes da planta.
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
1. Qual destes conceitos não faz parte dos conceitos básicos de ecologia:
a) Comunidade
b) Ecossistema
c) Sociedade
d) Todas opções estão correctas.
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d) Seres da mesma espécie vivem unidos fisicamente e trabalham juntos em
prol da sua sobrevivência
ISO 14000
O ISO 14000 é um conjunto de normas técnicas e administrativas que
estabelece parâmetros e diretrizes para a gestão ambiental para as
empresas dos sectores privado e público. Estas normas foram criadas pela
International Organization for Standardization - ISO (Organização
Internacional para Padronização).
29
Nesses dois períodos ouve respostais significativas de empresas, tanto a
sanções legais, quanto a sociais. Durante esses períodos se via
manifestações inermes das empresas com relação à responsabilidade
social, porém a partir destes períodos empresas começaram a criar
departamentos voltados as questões ambientais.
A partir de 1990 muitas empresas começaram a colocar o meio ambiente
como uma forma de estratégia, cujo qual Varadarajan (1992) chamou de
“enviropreneurial marketing”, que se defini em actividades de marketing
benéficas empresariais e ambientais, que visão os objectivos da empresa e
os anseios sociais.
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responsável por danos ambientais, significando grandes somas de dinheiro
e colocando então em perigo o seu futuro.
Vejamos dois tipos de benefícios desta gestão, os benefícios econômicos e
estratégicos.
Os econômicos estão relacionados à Economia de custo: reduz consumo de
água, energia e outros insumos, devido também a reciclagem e redução de
multas; Incremento de receitas: aumento na contribuição de produtos
“verdes” que podem ser vendidos por preços mais altos, inovação de
produtos e menos concorrência e novas linhas de produto;
Os benefícios estratégicos são: melhorias na imagem, maior produtividade,
comprometimento do pessoal, melhoria nas relações com os órgãos
governamentais e melhor adequação aos padrões ambientais.
Dessa forma os benefícios tragos pela gestão ambiental fazem crescer
muito a utilização deste em empresas. Colocando também a motivação que
a ISO 14001, proporciona.
Hunter (2003) há seis descrições para uma SGA, entrar nos padrões da ISO
14001:
31
Estabelecimento de uma política ambiental;
Identificação das actividades, produtos e serviços da empresa, que
interajam com o meio ambiente;
Identificação das leis existentes;
Estabelecimento das prioridades da empresa e definição de
objectivos e metas de redução dos impactos ambientais;
Adaptação da estrutura da empresa para alcançar seus objectivos,
que contemple a definição de responsabilidades, a realização de
treinamentos, a comunicação e documentação; e
Checagem e ajuste do sistema de gestão ambiental, se for o caso.
32
Sumário
33
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
2. A Gestão Ambiental nas empresas começou a surgir e a implantar-se partir dos anos:
a) 60 e 70
b) 70 e 80
c) 80 e 90
d) 90.
34
d) OHSAS
1. Ecologia é uma ciência (ramo da Biologia) que estuda os seres vivos e suas
interações com o meio ambiente onde vivem. A Ecologia é importante porque:
a) Se encarrega em estudar a abundância e distribuição dos seres vivos no
planeta.
b) Fornecem dados que revelam se os animais e os ecossistemas estão em
perfeita harmonia.
c) Minimiza os casos de desmatamento e a extinção de várias espécies
d) Todas as respostas anteriores estão correctas.
35
d) Todas as respostas anteriores estão correctas.
36
8. O administrador ambiental é capaz de satisfazer a demanda ecológica,
exercendo, basicamente, as seguintes funções:
a) Planear, organizar, comandar e controlar empreendimentos que visem o
desenvolvimento sustentável;
b) Prestar assessoria e consultoria na organização administrativa e de
projectos ambientais;
c) Desenvolver planos estratégicos ambientais às organizações, sempre
condizentes aos seus ramos de mercado e conceber, desenvolver,
implementar e documentar sistemas de qualidade tipo série ISSO-14000.
d) Todas as respostas anteriores estão correctas.
37
TEMA – II: CONCEITOS BÁSICOS DE GEOCIÊNCIAS E HIDROGEOQUÍMICA.
UNIDADE Temática 2.1. Ciências da Terra
UNIDADE Temática 2.2. Ciências do Sistema Terrestre
UNIDADE Temática 2.3. Hidrogeoquímica
UNIDADE Temática 2.4. EXERCÍCIOS deste tema
Introdução
Este é o segundo Tema e o mesmo irá tratar acerca dos Conceitos Básicos
de Geociências e Hidrogeoquímica. Este tema é composto por três
Unidades Temáticas nomeadamente: Ciências da Terra, Ciências do Sistema
Terrestre e Hidrogeoquímica.
Ciências da terra é um termo abrangente aplicado às ciências relacionadas
com o estudo do planeta Terra. As ciências da Terra reconhecem em geral
quatro esferas: a litosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera,
correspondendo respectivamente às rochas, à água, ao ar e à vida.
A hidrogeoquimica é o estudo da composição química da água,
principalmente no que diz respeito a sais e outras substâncias orgânicas e
inorgânicas dissolvidas. Relaciona os teores destas substâncias a possíveis
danos ou benefícios à saúde de animais, vegetais, assim como sua sua
repercussão na qualidade do solo e dos processos industriais que utilizam
água.
38
CIÊNCIAS DA TERRA
As esferas da Terra
As ciências da Terra reconhecem em geral quatro esferas: a litosfera,
a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera, correspondendo respectivamente
às rochas, à água, ao ar e à vida. Ocasionalmente são consideradas, como
parte das esferas da Terra a criosfera (correspondendo ao gelo) como parte
distinta da hidrosfera, e apedosfera (correspondente ao solo) como uma
esfera ativa de caráter misto.
2.1.1. ATMOSFERA
QUÍMICA ATMOSFÉRICA
Existem vários componentes químicos em suspensão no ar da
atmosfera principalmente na troposfera.
Esses componentes vão originar vários fenômenos atmosféricos. Existem
vários componentes químicos poluidores que são o dióxido de
enxofre, dióxido de carbono, metano, chumbo e alguns ácidos como o
sulfúrico. O dióxido de carbono, os fumos e o dióxido de enxofre vão servir
como núcleos de condensação e misturando-se com o nevoeiro numa
atmosfera húmidaa vão originar o smog e numa atmosfera seca a bruma.
39
A
atmosfera é denominada de solução gasosa porque é uma mistura de vários
gases e dentre eles os que se encontram em maiores proporções são:
Nitrogênio, Oxigênio, Argônio, Neônio, e outros gases nobres.
Esses gases fazem parte da mistura de ar seco que está presente até uma
altura de 25 quilômetros, acima disso é possível encontrar outros
componentes gasosos como: dióxido de carbono, vapor de água e outros
de origem industrial (poluentes). Existem vários outros componentes
químicos poluidores do ar que são o dióxido de enxofre, metano, chumbo
e alguns ácidos como o sulfúrico.
CLIMATOLOGIA
A climatologia é um ramo das Ciências naturais que é estudado tanto
pela geografia, quanto pela meteorologia. Nos ensinos fundamental e
médio (Brasil), é estudada nas matérias de Ciências, Física e Geografia.
No tempo histórico, os primeiros estudos foram feitos por viajantes
europeus - sendo Sant'Anna de Neto o mais lembrado - rumo à América, e
consequentemente ao Brasil, com as seguintes preocupações: vinda da
coroa portuguesa para o Brasil, preocupações comsaúde pública por
problemas causados pela humidade excessiva e pela altíssima temperatura,
se comparada aos padrões europeus.
Clima é uma noção criada pelo homem, formada por informações coletadas
a partir das noções de clima. Pode ser compreendido a partir de
noções matemáticase numéricas, ou a partir de informações qualitativas,
de natureza mais descritiva. Os dois focos de estudo pressupõem uma
sucessão de tipos de tempo.
40
É
importante o estudo dos diferentes fluxos de energia: horizontal e vertical.
O vertical reflete diretamente os resultados da radiação solar, tendo essa,
influência direta sobre os fluxos de energia horizontal: massas de ar, frentes
quentes e frias, centros de acção.
A radiação solar determina todo o sistema, podendo ser analisado pelos
seus elementos: temperatura, pressão e humidade, tendo grande
influência sobre as características biogeográficas, fenômenos
geomorfológicos, hidrológicos etc.
41
análises, ao menos diárias, do tempo, para assim considerar a análise
geográfica de um lugar.
METEOROLOGIA
A meteorologia é uma das ciências que estudam a atmosfera terrestre, que
tem como foco o estudo dos processos atmosféricos e a previsão do tempo.
Estuda os fenômenos que ocorrem na atmosfera e as interações entre seus
estados dinâmicos, físico e químico, com a superfície terrestre subjacente.
Os estudos no campo da meteorologia foram iniciados há mais de dois
milênios, mas apenas a partir do século XVII a meteorologia progrediu
significativamente. No século seguinte, o desenvolvimento da meteorologia
ganhou um ímpeto ainda mais significativo com o desenvolvimento de
redes de intercâmbio de dados em vários países. Com a maior eficiência na
observação da atmosfera e uma mais rápida troca de dados
meteorológicos, as primeiras previsões numéricas do tempo tornaram-se
possíveis com o desenvolvimento de modelos meteorológicos no início do
século XX. A invenção docomputador e da Internet tornou mais rápido e
mais eficaz o processamento e o intercâmbio de dados meteorológicos,
proporcionando assim um maior entendimento dos eventos
meteorológicos e suas variáveis e, conseqüentemente, tornou possível uma
maior precisão na previsão do tempo.
42
estuda o comportamento das chuvas numa determinada região, ou pode se
fundir com a oceanografia, tornando-se a meteorologia marítima, que visa
ao estudo da relação dos oceanos com a atmosfera.
As aplicações da meteorologia são bastante amplas. O planejamento
da agricultura é dependente da meteorologia. A política energética de um
país dependente de sua bacia hidrográfica também pode depender das
previsões do tempo. Estratégias militares e a construção civil também
dependem da meteorologia, e a previsão do tempo influencia o cotidiano
de toda a sociedade.
HIDROMETEOROLOGIA
A hidrometeorologia é o ramo das ciências atmosféricas (meteorologia) e
da hidrologia que estuda a transferência de água e energia entre a
superfície e aatmosfera.
A hidrometeorologia também investiga a presença de água na atmosfera
em suas diferentes fases.
43
a meteorologia tropical, a dinâmica da camada limite planetária (CLP),
os sistemas de medição meteorológicos (hidrometeorológicos), a
calibração instrumental e verificação de qualidade de medidas de redes
de medição (mesoescala, microescala,escala sinóptica etc), a
eletricidade atmosférica, a formação de tempestades e sistemas
precipitantes, a meteorologia sinóptica e de mesoescala.
Atualmente a hidrometeorologia tem dado atenção especial às
condições superficiais das áreas urbanizadas onde o impacto das
tempestades severas tem provocado consideráveis perdas materiais e
humanas.
PALEOCLIMATOLOGIA
Paleoclimatologia é o estudo das variações climáticas ao longo
da história da Terra. Para isso, são estudados vestígios naturais que
podem ajudar a determinar o clima em épocas passadas.
As observações meteorológicas com a ajuda de instrumentos, tal como
as conhecemos hoje em dia, datam de há 100 ou 200 anos, dependendo
do lugar. Este, porém, é um período muito curto relativamente às
alterações sofridas pelo clima ao longo dos tempos, durante milhares
ou até milhões de anos.
A história do clima pode ser deduzida através de evidências naturais[1],
tais como a composição do gelo, a estrutura de árvores petrificadas e
outros fósseis e dasrochas sedimentares.
Nos últimos dois bilhões de anos, o clima na Terra tem se comportado
de forma mais ou menos cíclica, com períodos frios, chamados períodos
glaciais, e períodos quentes, chamados períodos interglaciais. Estas
mudanças na temperatura são causadas por diferentes aspectos, tais
como perturbações na órbita da Terra, a actividade solar, impactos
de meteoros, erupções vulcânicas e a ação humana.
2.1.2 BIOSFERA
BIOGEOGRAFIA
Biogeografia é o estudo da distribuição das espécies e ecossistemas no
espaço geográfico e através do tempo geológico. Organismos e as
comunidades biológicas variam de uma forma altamente regular ao
longo de gradientes geográficos de latitude, altitude, isolamento e área
de habitat.
Conhecimento da variação espacial nos números e tipos de organismos
é tão vital para nós hoje como foi para nossos primeiros ancestrais
humanos, como se adaptar a ambientes heterogêneos, mas
geograficamente previsíveis.
Biogeografia é um campo integrador de investigação que une
conceitos e informações de ecologia, biologia evolutiva, geologia e
geografia física. Pesquisas biogeográficas modernas combinam
44
informações e ideias de muitos campos, desde as limitações
fisiológicas e ecológicas sobre a dispersão do organismo aos
fenômenos geológicos e climatológicos que operam em escalas
espaciais globais e prazos evolutivas.
PALEONTOLOGIA
Paleontologia (do grego palaiós, antigo + óntos, ser + lógos, estudo) é
a ciência natural que estuda a vida do passado da Terra e o seu
desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos
de integração da informação biológica no registro geológico, isto é, a
formação dos fósseis. O cientista responsável pelos estudos dessa
ciência é denominado de paleontólogo.
A vida na Terra surgiu há aproximadamente 3,5 bilhões de anos e, desde
então, restos de animais e vegetais ou indícios das suas actividades
ficaram preservados nas rochas. Estes restos e indícios são
denominados fósseis e constituem o objecto de estudo da
Paleontologia.
45
Uma vez que os fósseis são objectos geológicos com origem em
organismos do passado, a Paleontologia é a disciplina científica que
estabelece a ligação entre as ciências geológicas e as ciências biológicas.
Conhecimentos acerca da Geografia são de suma importância para a
paleontologia, entre outros, através desta pode relacionar-se o
posicionamento e distribuição dos dados coligidos pelo globo.
PALINOLOGIA
Palinologia é a parte da Botânica que estuda os grãos de pólen, esporos
e outras estruturas com parede orgânica ácido-resistente,
conjuntamente chamados palinomorfos. Sua maior área de atuação é o
estudo da constituição, estrutura e dispersão do pólen e esporos,
incluindo os exemplares atuais (recentes) e fossilizados. Os microfósseis
orgânicos, também denominados de palinomorfos, incluem cistos de
dinoflagelados, ovos decopépodes, cutículas vegetais, matéria orgânica
amorfa, etc.
Os grãos de pólen constituem a parede do micrósporo das plantas, mais
o gametófito nela contido.
Os grãos de pólen são facilmente preserváveis em ambientes com
pouca oxigenação. Por serem muito resistentes, eles mantêm as suas
características externas (estrutura da exina) durante o processo de
fossilização. Por essa razão, o seu estudo permite resolver muitos
problemas que o estudo dos fósseis deplantas não resolve. A resistência
dessas estruturas deve-se graças à deposição em sua parede externa
(exina) de esporopolenina, um polímero orgânico bastante resistente.
MICROPALEONTOLOGIA
46
A Micropaleontologia é a disciplina paleontológica que se ocupa do
estudo de fósseis de pequenas dimensões, apenas observáveis com o
auxílio de instrumentos de ampliação (microscópios ópticos e
electrónicos), ou seja, que se ocupa do estudo dos microfósseis (do
grego mikrós, pequeno + Paleontologia).
Ao contrário, por exemplo, da Paleozoologia ou da Paleobotânica
(disciplinas da Paleobiologia), a Micropaleontologia é definida não com
base num determinado grupo biológico, mas sim segundo critérios
estritamente metodológicos, directamente relacionados com a
especificidade do estudo dos microfósseis, devido às suas pequenas
dimensões.
2.1.3. HIDROSFERA
HIDROLOGIA
A hidrologia (do grego Yδωρ, hydor, "água"; e λόγος, logos, "estudo") é
a ciência que estuda a ocorrência, distribuição e movimentação
da água no planeta Terra. A definição actual deve ser ampliada para
incluir aspectos de qualidade da água, ecologia, poluição e
descontaminação.
GLACIOLOGIA
A glaciologia é o estudo das geleiras(português brasileiro) ou glaciares(português
europeu), ou mais geralmente, o estudo do gelo, sua composição (que
LIMNOLOGIA
47
A limnologia (do grego, limne - lago, e logos - estudo) é a ciência que
estuda as águas interiores, independentemente de suas origens
(estudadas pela hidrografia), mas verificando as dimensões e
concentração de sais, em relação aos fluxos de matéria e energia e as
suas comunidades bióticas.
A origem da limnologia normalmente reporta-se ao final do século XIX,
quando François Alphonse Forel iniciou os seus estudos no lago
Léman (lago de Genebra, Suíça). Muito embora a limnologia tenha sido
originalmente desenvolvida com o objectivo de estudar os ambientes
lacustres (lagos), na realidade, os ambientes estudados abrangem todos
os tipos de águas interiores:
lagos, lagoas, reservatórios, rios, açudes, represas, riachos, brejos, ár
eas inundáveis, águas subterrâneas, colecções de água
temporárias, nascentes e fitotelmos.
A compartimentação das áreas do conhecimento limnológico levou à
criação das linhas de pesquisa relacionadas ao estudos das formas (isto
é a extensão e profundidade) do ambiente lacustre, aos
aspectos abióticos da coluna de água, como as propriedades dinâmicas
da disponibilidade de luz, estratificação térmica e química, além das
características do sedimento.
HIDROGEOLOGIA
Hidrogeologia é o ramo das Geociências (ciências da terra) que estuda
as águas subterrâneas quanto ao seu movimento, volume, distribuição
e qualidade.
Conforme o tipo de rocha a água nela armazenada comporta-se de
maneira diferente. Em rochas porosas a velocidade de deslocamento e
capacidade de armazenamento são maiores que em rochas cristalinas.
Através da hidrogeologia é possível verificar a vazão de poço, a recarga
do aquífero e outras informações necessárias ao bom aproveitamento
e proteção destes depósitos subterrâneos de água. O ramo da
hidrogeologia que se dedica ao estudo da componente dinâmica das
águas subterrâneas é a hidrodinâmica,O ramo de hidrogeologia que se
48
dedica à componente química das águas subterrâneas é a hidroquímica
e o ramo que se dedica ao estudo da inter-relação química entre as
águas subterrâneas e as rochas é designado por hidrogeoquímica.
Com base na mineralogia e no grau de alterabilidade dos minerais das
rochas é possível prever a qualidade química natural de uma água
subterrânea, a qual é definida pela importância relativa dos principais
elementos químicos dissolvidos que a água apresenta, sódica, cálcica ou
magnesiana, para os catiões, cloretada, bicarbonatada ou sulfatada,
para os aniões.
Outros ramos da hidrogeologia dedicam-se a tipos especiais de águas
(termais, minerais, por exemplo) ou a tipos de actividades específicas,
caso da hidrogeologia mineira, onde os estudos se centram na tentativa
de evitar que as águas subterrâneas prejudiquem o funcionamento de
minas (por vezes com fortes inundações que prejudicam os trabalhos
mineiros e têm consequências económicas graves na indústria mineira).
Esse mesmo ramo da hidrogeologia dedica-se também ao estudo da
contaminação mineira das águas subterrâneas e ao estudo dos resíduos
líquidos provenientes de escombreiras, com o desenvolvimento de
soluções que possam minimizar ou evitar as consequências para o
ambiente dos resultados dessa contaminação (águas de mina).
HIDROGRAFIA
Hidrografia é uma parte da geografia física que classifica e estuda
as águas do planeta Terra.
O objecto de estudo da hidrografia é a água da Terra, abrange portanto
oceanos, mares, geleiras, água do subsolo, lagos, água da atmosfera e
rios. A maior parte da água está concentrada em oceanos e mares –
1 380 000 000 km³ –, correspondendo a 97% da reserva hídrica do
mundo. As águas continentais possuem um volume total de
38 000 000 km³, valor que representa 2,7% da água do planeta Terra.
OCEANOGRAFIA
A Oceanografia (do grego ὠκεανός e γράφω significando oceano e
grafia, respectivamente), também conhecida como Oceanologia ou
Ciências do Mar, é uma ciência do ramo das geociências que se dedica
ao estudo dosoceanos e zonas costeiras sob todos os aspectos, desde
sua descrição física até a interpretação dos fenómenoque neles se
verificam e de sua interação com os continentes e com a atmosfera,
bem como também no que diz respeito aos processos que atuam nestes
ambientes.
A oceanografia se divide em quatro áreas principais, sendo elas:
oceanografia física, oceanografia química,oceanografia biológica e
oceanografia geológica. Nas subáreas destacam-se a paleoceanografia,
a biogeoquímicamarinha, a ecotoxicologia marinha, entre outros.
49
OCEANOGRAFIA QUÍMICA
Oceanografia química é o ramo da ciência oceanográfica que estuda os
aspectos químicos dos oceanos e seus ambientes de transição
(ex.: estuários). Ela descreve as características e propriedades químicas
da água do mar, bem como quantifica elementos e compostos químicos
envolvidos em diversos ciclos biogeoquímicos. Estuda também os
processos químicos que ocorrem no oceano e os fluxos de materiais nas
zonas de interação atmosfera-oceano, continente-oceano e sedimento-
oceano, fornecendo subsídios para uma melhor compreensão do
funcionamento da geosfera.
A oceanografia química pode ser subdividida em diversas disciplinas.
Entre elas pode-se destacar a poluição marinha, que identifica e
quantifica os efeitos negativos das ações antrópicas nos organismos
marinhos. Outras disciplinas dentro da oceanografia química incluem
geoquímica marinha, bioquímica marinha e físico-química marinha.
BIOLOGIA MARINHA
Biologia marinha é o estudo dos organismos que vivem em
ecossistemas de água salgada e das relações entre eles e com o
ambiente .
Os oceanos cobrem mais de 71% da superfície da Terra e, assim como
o ambiente terrestre é diverso, os oceanos também são. Por isso
encontramos as mais diferentes formas de vida no mar, desde
o plâncton microscópico, incluindo o fitoplâncton, de enorme
importância para aprodução primária no ambiente marinho, aos
gigantes cetáceos como as baleias.
PALEOCEANOGRAFIA
Paleoceanografia é o estudo da história dos oceanos no passado
geológico que diz respeito à circulação, química, biologia, geologia e os
padrões de sedimentação e produtividade biológica. Estudos
paleoceanográficos utilizando modelos de ambiente e diferentes
representações possibilitam que a comunidade científica a avaliar o
papel dos processos oceânicos no clima global, a re-construção do clima
passado em vários intervalos
OCEANOGRAFIA
A Oceanografia (do grego ὠκεανός e γράφω significando oceano e
grafia, respectivamente), também conhecida como Oceanologia ou
Ciências do Mar, é uma ciência do ramo das geociências que se dedica
ao estudo dosoceanos e zonas costeiras sob todos os aspectos, desde
sua descrição física até a interpretação dos fenómenoque neles se
verificam e de sua interação com os continentes e com a atmosfera,
50
bem como também no que diz respeito aos processos que atuam nestes
ambientes.
A oceanografia se divide em quatro áreas principais, sendo elas:
oceanografia física, oceanografia química,oceanografia biológica e
oceanografia geológica. Nas subáreas destacam-se a paleoceanografia,
a biogeoquímicamarinha, a ecotoxicologia marinha, entre outros
GEOLOGIA ECONÓMICA
Geologia económica é um ramo da geologia que trata da detecção e
exploração de recursos minerais e energéticos. É um ramo do
conhecimento altamente interdisciplinar, necessitando, além do
51
conhecimento profundo de geologia em diferentes ramos, de noções
em disciplinas como economia, ecologia, política edireito.
GEOLOGIA DE ENGENHARIA
Geologia de engenharia é um ramo das ciências geológicas que se
dedica aos problemas e aplicações de conceitos geológicos no âmbito
da engenharia
GEOLOGIA AMBIENTAL
O Geólogo Ambiental possui como principais atribuições a
caracterização de zonas ambientalmente desqualificadas, que
coloquem em risco o homem o meio ambiente. Esta caracterização tem
em vista a qualidade ambiental do ar, do solo, da água quer subterrânea
e superficial, do ruído e a integração destas componentes na a vida do
homem. Nesta perspectiva o Geólogo Ambiental tem como
preocupação o ordenamento do território, e a previsão de locais
potencialmente sujeitos a catástrofes tais como sismos, tsunamis,
movimentos de massa, etc. Promove também a remediação de antigas
minas, depósitos abandonados de material mineiro (escombreiras),
e aterros.
GEOLOGIA HISTÓRICA
A geologia histórica pode ser definida como o uso dos princípios da
geologia para reconstruir e compreender a história da Terra. Em
particular, centra-se nos processos geológicos que modificam a
superfície e subsuperfície terrestres; e no uso da estratigrafia, geologia
estrutural e paleontologia para sequenciar no tempo a ocorrência
destes processos.Enfoca-se também
na evolução de plantas e animais durante diferentes períodos
da escala de tempo geológico. A descoberta daradioactividade e o
desenvolvimento de vários métodos de datação radiométrica na
primeira metade do século XX forneceram um meio de obter datações
absolutas comparáveis com datações relativas da história geológica.
Geologia econômica, a busca e extração de energia e matérias-primas,
é fortemente dependente de uma compreensão da história geológica
de uma área.Geologia ambiental, das quais se destacam os riscos
geológicos de terremotos e vulcanismo, também deve incluir um
conhecimento detalhado da geologia história.
GLACIOLOGIA
A glaciologia é o estudo das geleiras(português brasileiro) ou glaciares(português
europeu), ou mais geralmente, o estudo do gelo, sua composição (que
52
É
uma ciência da Terra, também forma uma parte da geografia física.
Áreas de estudo dentro de glaciologia incluem história glacial e a
reconstrução de padrões de glaciação passados, efeito das geleiras
sobre o clima e vice-versa, a dinâmica de movimento de gelo, as
contribuições das geleiras para a erosão e geomorfologia, formas de
vida que vivem no gelo, entre outros.
Há duas categorias gerais de glaciação que os glaciólogos
distinguem: glaciação alpina, acumulações ou "rios de gelo" confinados
a vales; e glaciação continental, acumulações não confinadas que uma
vez cobriram grande parte da superfície dos continentes do hemisfério
norte, e ainda hoje constituem os mantos de gelo da Groenlândia (1,7
milhões de quilômetros quadrados) e da Antártica (13,6 milhões de
quilômetros quadrados).
O Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), em Porto Alegre, Brasil, é a principal instituição de
investigação glaciológica de língua portuguesa.
ASTROGEOLOGIA
A astrogeologia ou geologia planetária é uma ciência planetária cujo
estudo centra-se na geologia dos corpos celestes, tais como, planetas,
luas, cometas e meteoritos. Dado que o estudo das rochas se iniciou
com o estudo das rochas terrestres, e devido ao tipo de trabalho
científico realizado, a astrogeologia encontra-se extremamente ligada à
geologia terrestre.
O termo geologia é usada aqui em seu sentido mais amplo para designar
o estudo das partes sólidas dos planetas. Dessa forma, os aspectos
de geofísica, geoquímica, geodésia, cartografia, e outras disciplinas
relacionadas ao estudo de corpos sólidos estão incluídas no termo geral,
geologia.
SEDIMENTOLOGIA
Sedimentologia é a disciplina que estuda as partículas de sedimentos
derivados da erosão de rochas ou de materiais biológicos que podem
ser transportados por um fluido, levando em conta os processo
hidroclimatológicos, com ênfase à relação água-sedimento, ou outros
aspéctos geológicos.
ESTRATIGRAFIA
A Estratigrafia (do latim stratum e do grego graphia) é o ramo
da geologia que estuda os estratos ou camadas de rochas, buscando
determinar os processos e eventos que as formaram. Basicamente
segue o princípio da sobreposição das camadas.
O estudo e definições da estratigrafia numa escala global são
elaboradas pela The International Commission on Stratigraphy
(Comissão Internacional de Estratigrafia) que, por sua vez, é o maior
53
corpo científico dentro da International Union of Geological
Sciences (União Internacional das Ciências Geológicas)
GEOLOGIA ESTRUTURAL
A geologia estrutural estuda a geometria dos corpos rochosos, sua
distribuição espacial em três dimensões, e os processos de deformação
que produzem as estruturas geológicas.
As estruturas geológicas podem ser primárias, que são aquelas
originadas na formação das rochas sedimentares e ígneas, tais como a
estratificação sedimentar e estruturas de fluxo em magmas, e
tectônicas, que são originadas por deformação das rochas sob a ação de
forças.
GEOQUÍMICA
Geoquímica é uma ciência geológica que envolve o estudo da
composição química da Terra e de outros planetas, processos químicos
e reações que governam a composição de rochas, solos, corpos d'água
continentais e dos oceanos, e dos ciclos de matéria e energia que
transportam os componentes químicos da Terra pelo tempo e espaço.
A geoquímica é um ramo da geologia e da química, mas que se presta
imensamente a outras ciências, como a ecologia e a oceanografia
química.
A geoquímica tem duas funções principais que são: determinar as
abundâncias relativa e absoluta dos elementos na Terra; e estudar os
princípios que regem a distribuição e migração destes elementos. Sendo
assim, ela utiliza princípios da química como solução para problemas no
âmbito de geologia, permitindo um conhecimento mais exato dos
fenômenos químicos presentes na natureza de forma quantitativa e
qualitativa.
54
Geoquímica de Sedimento de Corrente;
Geoquímica de Lateritas e Gossans, etc.
GEOMORFOLOGIA
Geomorfologia é um ramo da geografia que estuda as formas da
superfície terrestre. Para isso, tende a identificar, descrever e analisar
tais formas, entendidas aqui como relevos, assim como todos seus
aspectos genéticos, cronológicos, morfológicos, morfométricos e
dinâmicos, tanto pretéritos como atuais e naturais ou antropogênico. O
termo vem do grego: Γηος, geos (Terra), μορφή, morfé (forma) e
λόγος, logos (estudo, conhecimento).
A geomorfologia centra-se no estudo das formas das paisagens, mas
porque estes são o resultado da dinâmica da litosfera como um todo,
integra o conhecimento, em primeiro lugar de outros ramos da
geografia como a Climatologia, Hidrografia, Pedologia, Glaciologia,
Paleogeografia e, do outro lado, também integra contributos de outras
ciências, para incluir o impacto dos fenómenos biológicos, geológicos e
antrópicos no relevo.
Este ramo da ciência integra-se tanto na geografia física, como
na geografia humana, devido aos desastres naturais e às relações
homem-ambiente, e também na geografia matemática, no que diz
respeito à topografia).
GEOFÍSICA
Geofísica é o estudo da estrutura, da composição, das propriedades
físicas e dos processos dinâmicos da Terra. Diferente da Geologia cujo
estudo da Terra é feito via observações diretas das rochas, a Geofísica
investiga o subterrâneo através de medidas indiretas. Se subdivide em
global (pura) e de propecção (exploração ou aplicada).
Na Geofísica global ou pura podemos estudar os fenômenos físicos que
acontecem no planeta como terremotos, tsunamis, vulcões entre
outros. Já Geofísica de prospecção ou de exploração utilizamos
levantamentos/métodos como os sísmicos, elétricos, eletromagnéticos,
potenciais (magnético e gravimétrico), radiométricos, geotérmicos etc.
Além da perfilagem geofísica de poços.
A investigação geofísica do interior da Terra consiste em fazer medições
na superfície ou próxima a ela. Estas medições são influenciadas pela
distribuição interna das propriedades (parâmetros) físicas. A análise das
medições pode revelar como é que as propriedades físicas do interior
da Terra variam vertical e lateralmente. Grande parte do conhecimento
terrestre, abaixo das profundidades que se podem atingir por
intermédio de furos, é proveniente de observações geofísicas.
55
Os
levantamentos podem ser terrestres, aéreos e marinhos.
Possui aplicação em água subterrânea, combustíveis fósseis, geotermia,
geotecnia, contaminação ambiental e investigação de outros minérios
em geral comoouro, ferro etc.
GEOCRONOLOGIA
A geocronologia é a ciência que utiliza um conjunto de métodos de
datação usados para determinar a idade das rochas, fósseis, sedimentos
e os diferentes eventos da história da Terra.
A estratigrafia e a paleontologia permitem uma geocronologia
relativa.
A radiocronologia é um dos métodos de geocronologia absoluta.
GEODINÂMICA
Geodinâmica é o ramo da geofísica que se ocupa em estudar as
manifestações dinâmicas do interior de planetas telúricos, como
a Terra, que afetam especialmente a crosta e a superfície planetária
GRAVIMETRIA
A Gravimetria é a medida do campo gravitacional. A gravimetria é
importante quando a magnitude do campo gravitacional ou as
propriedades dos materiais que geram este campo são de interesse em
estudos normalmente relacionados à Geofísica e a Geodésia.
Em química, a gravimetria é uma análise que consiste na determinação
indirecta da massa de um ou mais constituentes de uma amostra.
Nentes do RSU, como o papel, o papelão, o plástico, o metal, a matéria
orgânica, dentre outros. Através da análise da composição deste
resíduo, pode-se estimar o potencial de recuperação dos materiais
56
encontrados, identificar fontes de geração de cada componente,
facilitar a escolha do equipamento de processamento, estimar
propriedades térmicas, avaliar a adesão da população a campanhas já
implantadas, identificar o volume gerado de cada material,definir as
possibilidades de destinação de cada parcela e o grau de periculosidade
do resíduo.
A composição dos resíduos sólidos de uma localidade varia de
comunidade para comunidade, de acordo com os hábitos de sua
população, o número de habitantes do local, seu poder aquisitivo, as
variações sazonais, o clima, o padrão de desenvolvimento, o estilo de
vida, o padrão de consumo, o nível educacional, dentre outros factores.
Esta multiplicidade de factores intervenientes na geração dos resíduos
faz com que a definição da sua composição se torne difícil e ao mesmo
tempo essencial.
SISMOLOGIA
Sismologia (do grego seismos, abalo + logos, tratado) é o estudo
dos sismos (ou terremotos) e, genericamente, dos diversos movimentos
que ocorrem na superfície do globo terrestre.
Esta ciência busca conhecer e determinar em que circunstâncias
ocorrem os sismos naturais assim como suas causas e distribuição
sobre o globo terrestre, a fim de prevê-los em tempo e espaço (o
que ainda não é possível). Como derivação do estudo da
distribuição e causa dos sismos, a sismologia usa métodos
sismológicos para realizar estudos da estrutura da Terra, desde a
superfície até o seu núcleo. A sismologia é um dos únicos métodos
geofísicos utilizado para estudar as camadas mais profundas da
Terra para compreender os mecanismos envolvidos na tectônica
global do nosso planeta.
Na maior parte dos casos, os sismos são devidos a movimentos ao longo
de falhas geológicas existentes entre as diferentes placas tectônicas que
constituem a região superficial terrestre, as quais se movimentam entre
si. Em Portugal, a sismologia desenlaçou-se graças ao Marquês de
Pombal que depois do Sismo de 1755 mandou fazer um inquérito sobre
tal com perguntas como: "Quando começou", "a que horas acabou" e
se "os animais tiveram comportamento estranho". Para obter a
resposta de algumas questões foi necessário estudar o sismo.
GEOGRAFIA
A Geografia é a ciência que estuda o conjunto de fenómenos naturais e
humanos, os quais são aspectos da superfície da Terra, considerada na
sua distribuição e relações recíprocas. A Geografia estuda a superfície
terrestre. A origem etimológica do termo é derivada dos radicais
57
gregos geo = "Terra" + grafia = "escrita". Descreve as paisagens que
resultaram da relação entre o homem e a natureza. Desde a mais
altaantiguidade o homem se preocupava com o conhecimento do
espaço em que vivia (ambiente). Certas vezes esse conhecimento era
uma resposta desejada pela curiosidade. Outras vezes tais
conhecimentos tinham objectivos econômicos ou políticos. O
conhecimento sistematicamente abordado da Terra é o objectivo
específico da Geografia. A Geografia é uma disciplina que nasceu na
própria época em que surgiu o homem. Mas o homem só categorizou a
Geografia como ciência depois que a civilização grega floresceu.
Na superfície da Terra são compreendidas quatro esferas: a atmosfera,
a litosfera, a hidrosfera e a biosfera. É o habitat, ou meio ambiente. Nela
vivem os animais (seres humanos e não humanos) e as plantas.
A superfície da Terra é conhecida pela sua habitabilidade. Na superfície
da Terra são apresentadas diversas características. Uma das
características de maior importância é a complexidade interativa dos
elementos físicos, biológicos e humanos. Dentre esses elementos
podemos citar o relevo, o clima, água, osolo, a vegetação, a agricultura
e a urbanização. Outra característica é o fato de que o ambiente varia
muito de um lugar para outro, conforme os lados antagônicos: de um
lado o calor dos trópicos e, por outro o frio dasregiões polares, a
aridez dos desertos ao contrário das humidade das florestas
equatoriais, a vastidão das planícies rebaixadas em contraposição à
ingremidade das montanhas e as superfícies geladas e despovoadas em
oposição às grandes metrópoles que ultrapassam os milhões de
habitantes. Outra característica ainda é o registro regular dos certos
fenômenos, como os climáticos. O registro regular dos fenômenos
climáticos faz com que sua distribuição espacial seja generalizada por
esses fenômenos climáticos. Os exemplos mais verdadeiros são
a medições térmicas e pluviométricas. As medições térmicas e
pluviométricas são os principais elementos climáticos para
a agropecuária e outras actividades feitas pelo homem.
Na geografia há quatro preocupações particulares. Primeiro, onde
o seu objecto se localiza. Segundo, como os fenômenos se inter-
relacionam (em especial o modo como a humanidade e
a território se relacionam, de modo igual que a ecologia). Terceiro,
a regionalização. E, quarto, as áreas correlatas. Pela geografia são
pesquisados os locais onde desenrola a vida das pessoas, de como
os locais se distribuem acima da superfície terrestres e os factores
de ambiente, cultura, economia e factores que se relacionam
à recursos da natureza. Todos esses factores têm influência nessa
distribuição. Trata-se de uma tentativa de respostas e perguntas a
respeito de como é possível uma região ser reconhecida
pela população, modus vivendi, cultura e a respeito
58
dos movimentos e relações ocorridas entre os locais
diferenciados. Foi sistematizada como disciplina acadêmica em
atribuição aos pesquisadores Alexander von Humboldt e Carl
Ritter, que viveram no Século XIX. O profissional desta disciplina é
o geógrafo.
GEOGRAFIA HUMANA
Geografia humana é uma ciência humana que se consagra ao estudo e
à descrição da interação entre a sociedade e o espaço. Ela ajuda o
homem a entender o espaço geográfico em que vive. Pode-se
compreender o objecto da geografia humana como sendo a leitura
crítica das percepções e transformações humanas sobre o espaço, no
transcorrer do tempo, assim como a incidência do espaço sobre a
sociedade, isto é, a relação do homem com o espaço, o homem
espacializado.
GEOGRAFIA FÍSICA
Geografia física é o estudo das características naturais existentes
na superfície terrestre, ou seja, o estudo das condições da natureza ou
paisagem natural.
A superfície da Terra é irregular e varia de um lugar para outro em
função da inter-relação dinâmica entre os factores entre si e geográfica
em conjunto com outros factores. A manifestação local deste produto
dinâmica é conhecida comopaisagem, que é em Geografia um
fenômeno de interesse particular, mesmo considera por muitos a ser o
objecto de estudo da geografia (Otto Schlüter, Siegfried Passarge, Leo
Waibel, Jean Brunes, Carl Sauer, entre outros).
Uma das teorias clássicas para explicação da evolução da paisagem
como produto da dinâmica da superfície terrestre, é denominada teoria
do ciclo geográfico (DAVIS, 1899). O ciclo geográfico começa com o
soerguimento do relevo, de proporções continentais, através de
processos geológicos (epirogênese, vulcanismo, orogênese, etc.). A
partir disso, os rios e o escoamento superficial começam a criar vales
com a forma de V entre as montanhas (a fase chamada "juventude").
Durante esta primeira etapa, o terreno é mais íngreme e mais irregular.
Ao longo do tempo, as correntes podem esculpir vales mais amplos
("maturidade"). Por fim, tudo se tornaria uma planície (senilidade)
nivelada à menor altitude possível (chamada de "nivel do base") Esta
planície final foi chamada peneplanície por William Morris Davis, que
significa "quase plana".
59
interpretações acerca da evolução das paisagens, como o
princípio do equilíbrio dinâmico para explicação das formas de
relevo (HACK,1975)formas de relevo (HACK,1975). Segundo este
princípio, a superfície pode ser modelada indefinidamente sem
que haja um arrasamento do relevo e formação de peneplanícies.
Isto se daria em função da compensação isostática, sendo as
formas de relevo resultantes da interação entre os tipos de rocha
e os climas atuantes.
Esses processos permitem o trânsito alívio por diferentes fases. Os
factores de estes processos podem ser classificados em quatro
grupos:
Factores Geográficos: a paisagem é afetada tanto pela
factores bióticos e abióticos, que são considerados
geográficos só factores abióticos de origem exógena, tais
como relevo, solo, clima e corpos d'água. O clima, com
elementos como pressão, temperatura, ventos. Água de
superfície com a ação do escoamento, o rio e a ação do
mar. O gelo glacial com modelagem, entre outros. Esses
são factores que ajudam a modelo favorecendo processos
de erosão.
Factores Bióticos: O efeito de factores bióticos no alívio
geral, se opõem ao processo de modelagem,
especialmente considerando a vegetação, no entanto,
existem poucos animais que não trabalham com o
processo erosivo, como cabras.
Factores Geológicos: como placas tectônicas, o
diastrofismo, a orogenia e vulcanismo são processos
construtivos e de origem endógena que se opõem e
interromper o modelagem do ciclo geográfico.
Factores Humanos: As actividades humanas sobre o relevo
é muito variável, dependendo da actividade desenvolvida
neste contexto e como muitas vezes acontece com os
homens é muito difícil generalizar e podem influenciar a
favor ou contra a erosão.
Embora os vários factores que influenciam a superfície da Terra estão
incluídos na dinâmica do ciclo geográfico, factores geográficos só
contribuem para o ciclo de desenvolvimento e seu objectivo final, o
peneplano. Enquanto o resto dos factores (biológicos, geológicos e
sociais) interromper ou perturbar o ciclo de desenvolvimento normal.
RAMOS
60
A
ciência da Geografia física estuda um componente específico do campo o
inter-relações entre factores geográficos. São muitos os ramos que o
incluem e entre eles estão os mais importantes que são:
Geomorfologia é a ciência voltada para o entendimento
da superfície da Terra e os processos pelos quais ela é formada,
tanto no presente como no passado. A Geomorfologia como um
campo possui vários subcampos que lidam com formas de relevo
específicas de vários ambientes, como geomorfologia de deserto e
a fluvial, entretanto, esses subcampos são unidos pelos processos
principais que os causam; em sua maioria, processos tectônicos
ou climáticos. A Geomorfologia pretende entender a história e a
dinâmica dos acidentes geográficos, e predizer as mudanças
futuras através da observação de campo, experimentos físicos, e
modelagem numérica (Geomorfometria). Estudos recentes em
geomorfologia são a fundação da pedologia, um dos dois
principais ramos da ciência do solo.
Hidrologia estuda predominantemente a quantidade e qualidade
da água em movimento e se acumulando na superfície da terra e
no solo e rochas próximas da superfície da água, e é tipificada
pelo ciclo hidrológico. Assim esse campo encompassa água
dos rios, lagos,aquíferos e, até certo ponto, geleiras, no qual o
campo examina os processos e dinâmicas envolvendo esses
corpos d'água. A hidrologia tem historicamente uma importante
conexão com a engenharia e com isso tem desenvolvido vários
métodos quantitativos em sua pesquisa; entretanto, também
possui um . Similar a maioria dos campos da geografia física, ela
tem subcampos que examinam corpos de água específicos ou sua
interação com outras esferas, como limnologia e potamologia.
Glaciologia é o estudo das geleiras e mantos de gelo, ou mais
comumente, criosfera ou gelo e os fenômenos que envolvem o
gelo. A glaciologia agrupa os mantos de gelo como geleiras
continentais, e as geleiras como geleiras alpinas. Apesar das
pesquisas nas duas áreas serem similares com pesquisas sendo
realizadas tanto na dinâmica dos mantos como nas geleiras, a
pesquisa com os mantos tende a se preocupar mais com a
interação dos mantos com o clima, e a pesquisa com as geleiras
com o impacto da geleira no relevo. A glaciologia também possui
um vasto número de subcampos examinando factores e processos
envolvimento mantos de gelo e geleiras, como hidrologia
da neve e geologia glacial.
Biogeografia é a ciência que lida com os padrões geográficos da
distribuição das espécies e os processos que resultam nesses
padrões. O principal estímulo para o campo desde a sua fundação
tem sido a evolução, placas tectônicas e a teoria da biogeografia
61
insular. O campo pode ser amplamente dividido em 4
subcampos: biogeografia insular, paleobiogeografia, filogeografia,
zoogeografia (animais) efitogeografia (vegetais).
Climatologia é o estudo do clima, cientificamente definido como
a média das condições climáticas de um longo período de tempo.
Ela se difere da meteorologia, que estuda os processos
atmosféricos de curta duração, que são então examinados pelos
climatologistas para encontrar tendências e frequências em
padrões / fenômicos climáticos. A climatologia examina tanto a
natureza do clima micro (local) e macro (global) e as influências
naturais e antropogênicas sobre ele. O campo é também
subdividido largamente em climas de vários regiões e o estudo de
fenômenos específicos ou de períodos de tempo,
como climatologia de chuvas de ciclones tropicais e climatologia
urbana.
Pedologia é o estudo do solo em seu ambiente natural. É um dos
dois principais ramos da ciência do solo, o outro sendo
a edafologia. A pedologia lida principalmente com pedogênese,
morfologia do solo, e classificação do solo. Na geografia física, a
pedologia é amplamente estudada por causa das numerosas
interações entre o clima (água, ar, temperatura), vida no solo
(micro-organismos, planta, animal), materiais minerais sob o solo
(ciclos biogeoquímicos) e sua posição e efeito no relevo como
a laterização.
Paleogeografia investiga e reconstrói a geografia do passado e sua
evolução através do exame do material preservado em registros
estratográficos, paleosolos, accidentes geograficos relictos,
fosiles, etc. De grande importância para o resto da geografia física
que serve para entender melhor a dinâmica atual da geografia do
nosso planeta. O uso desses dados tem resultado em evidências
de deriva continental, placas tectônicas e super continentes, que
por sua vez têm suportado teorias paleogeográficas como o ciclo
geografico.O campo pode ser amplamente dividido em 4
subcampos:
paleoclimatologia, paleobiogeografia, paleohidrologia e paleope
dologia.
Orografia. Parte da geografia física que trata da descrição e estudo
das montanhas.
Geografia litorânea. É dedicado ao estudo da dinâmica das
paisagens costeiras.
A geografia astronômica ou areografia é o estudo da superfície de
planetas sólidos como Vênus, Marte e Mercúrio. Também é o
estudo dos satélites que certos planetas possuem, caso da Lua de
nossa Terra. Ainda são estudos incipientes devido a falta, ou
62
poucos dados que se tem sobre os planetas e satélites do Sistema
Solar.
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
63
2. Dos exemplos abaixo indicados indique qual deles corresponde a factores
geograficos:
a) Factores bióticos que se opõem ao processo de modelagem como
a vegetação e poucos animais.
b) Como placas tectônicas, o diastrofismo, a orogenia e vulcanismo.
c) Factores abióticos de origem exógena, tais como relevo, solo, clima e
corpos d'água.
d) As diversas actividades humanas desenvolvidas sobre o relevo
O ar A litosfera
À vida A hidrosfera
À água A atmosfera
Às rochas A biosfera.
64
os
sistemas que constituem o sistema Terra. Esta abordagem, possibilitada
pelo uso de modelos matemáticos como hipóteses testadas por dados de
satélite e recolhidos por navios, confere aos cientistas uma capacidade
cada vez maior para explicar o comportamento passado e possível
comportamento futuro do sistema Terra.
Modelos matemáticos complexos que procuram modelar diferentes
componentes dos sistema Terra e as relações entre eles são designados
por modelos do sistema Terra. Muitos deles baseiam-se em modelos
climáticos globais e incluem sub-modelos para oceanos, atmosfera,
biosfera e outras partes do sistema Terra. Estas interações são de
particular importância quando se tenta compreender as possíveis
mudanças ao longo de décadas ou séculos e até em períodos mais longos.
CARTOGRAFIA
Cartografia é a actividade que se apresenta como o conjunto de estudos
e operações científicas, técnicase artísticas que, tendo por base os
resultados de observações diretas ou da análise de documentação,
voltam-se para a elaboração de mapas, cartas e outras formas de
expressão ou representação de objectos, elementos, fenômenos e
ambientes físicos e socioeconômicos, bem como a sua utilização.[nota 2]
A palavra cartografia foi introduzida pelo historiador português Manuel
Francisco Carvalhosa, 2º Visconde de Santarém, numa carta datada de 8
de dezembro de 1839, de Paris, e endereçada ao historiador
brasileiroFrancisco Adolfo de Varnhagen, vindo a ser internacionalmente
consagrado pelo uso.
A cartografia encontra-se no curso de uma longa e profunda
revolução, iniciada em meados do século XX, e certamente a mais
importante depois do seu renascimento, que ocorreu nos séculos XV
e XVI. A introdução dafotografia aérea e da detecção remota, o
avanço tecnológico nos métodos de gravação e impressão e, mais
recentemente, o aparecimento e vulgarização dos computadores,
vieram alterar profundamente a forma como os dados geográficos são
adquiridos, processados e representados, bem como o modo como os
interpretamos e exploramos.
Cartografia matemática é o ramo da cartografia que trata dos
aspectos matemáticos ligados à concepção e construção dos
mapas, isto é, das projecções cartográficas. Foi desenvolvida a
partir do final do século XVII, após a invenção do cálculo
matemático, sobretudo por Johann Heinrich Lambert e Joseph
Louis Lagrange. Foram especialmente relevantes, durante o
século XIX, os contributos dos matemáticos Carl Friedrich
Gauss e Nicolas Auguste Tissot.
Cartometria é o ramo da cartografia que trata das medições
efetuadas sobre mapas, designadamente a medição de
65
ângulos e direções, distâncias, áreas, volumes e contagem de
número de objectos.
GEOINFORMÁTICA
Geoinformática é o nome dado à ciência e à tecnologia que desenvolve e
usa a infraestrutura da ciência da informação para abordar problemas das
áreas dageografia, geociências e tópicos diversos e relacionados do
âmbito da engenharia.
A geoinformática é descrita como a "ciência e tecnologia que lida com a
estrutura e carácter da informação espacial, a sua recolha, classificação e
qualificação, o seu armazenamento, processamento, exibição e
disseminação, incluindo a infraestrutura necessária para assegurar o uso
desta informação" ou "a arte, ciência ou tecnologia que lida com a
aquisição, armazenamento, produção, processamento, apresentação e
disseminação da informação geográfica".
GEOESTATÍSTICA
Geoestatística é um ramo da Estatística Espacial que usa o conceito de
funções aleatórias para incorporar a dependência espacial aos modelos
para variáveis geo-referenciadas. Sob determinadas hipóteses, torna-se
possível fazer inferências e predições a partir de amostras. Vários
métodos e técnicas foram desenvolvidos ao longo dos últimos cinquenta
anos, através destas técnicas, dentre as quais se destacam a krigagem e
a simulação estocástica, é possível calcular um valor de uma dada
propriedade (fácies, permeabilidade, porosidade etc.) para cada centro
da célula de uma malha tridimensional, valor este condicionado aos dados
66
existentes (dados de poços, sísmica, etc.) e a uma função
de correlação espacial entre estes dados.
Em várias áreas das Ciências da Terra, as variáveis não apresentam um
padrão de distribuição requerido pela estatística clássica como
normalidade e independência dos dados. Os modelos da estatística
clássica estão geralmente voltados para a verificação da distribuição
de freqüência dos dados, enquanto a geoestatística incorpora a
interpretação da distribuição estatística, assim como a correlação
espacial das amostras. Este aspecto da geoestatística está intimamente
associado com a distribuição estatística dos dados no espaço.
Assim, os métodos geoestatísticos fornecem um conjunto de
ferramentas para entender a uma aparente aleatoriedade dos dados,
mas com possível estruturação espacial, estabelecendo, desse modo,
uma função de correlação espacial. Esta função representa a base da
estimativa da variabilidade espacial em geoestatística.
Um exemplo muito simples mostra a diferença entre a estatística e a
geoestatística, considerando os seguintes valores:
Amostra 1: 1 – 7 – 3 – 6 – 2 – 9 – 4 – 8 – 5
Amostra 2: 1 – 3 – 5 – 7 – 9 – 8 – 6 – 4 – 2
GEODÉSIA
O termo geodésia (português brasileiro) ou geodesia (português europeu) (do grego
Γεωδαισία, composto de γη, "terra", e δαιζω, "dividir") foi usado, pela
primeira vez, por Aristóteles (384-322 a.C.), e pode significar tanto
'divisões (geográficas) da terra' como também o ato de 'dividir a terra'
(por exemplo entre proprietários). A geodésia é, ao mesmo tempo, um
ramo das Geociências e uma Engenharia, que trata do levantamento e da
representação da forma e da superfície da terra (Definição clássica
de Helmert), global e parcial, com as suas feições naturais e artificiais e o
campo gravitacional da Terra.
O termo geodésia também é usado em Matemática para a medição e o
cálculo acima de superfícies curvas usando métodos semelhantes àqueles
usados na superfície curva da terra.
Em Física, Geodésia é o nome da trajetória reta no espaço curvo, de
corpos como a Terra. Isso acontece em função da gravidade.
TOPOGRAFIA
67
Topografia (do grego τόπος, topos, que significa "lugar", "região",
e γράφω, grapho, que significa "descrever", portanto "descrição de um
lugar") é a ciência que estuda todos os acidentes geográficos definindo a
sua situação e localização na Terra ou outros corpos astronómicos
incluindo planetas, luas, e asteroides. É ainda o estudo dos princípios e
métodos necessários para a descrição e representação das superfícies
destes corpos, em especial para a sua cartografia. Tem a importância de
determinar analiticamente as medidas de área e perímetro, localização,
orientação, variações no relevo, etc e ainda representá-las graficamente
em cartas (ou plantas) topográficas.
A topografia é também instrumento fundamental para a implantação e
acompanhamento de obras de todo o tipo, como as de projeto viário,
edificações, urbanizações (loteamentos), movimentos de terras, etc.
O termo só se aplica a áreas relativamente pequenas, sendo utilizado o
termo geodesia quando se fala de áreas maiores. Para isso são
usadas coordenadas que podem ser duas distâncias e uma elevação, ou
uma distância, uma elevação e uma direção.
É também muitas vezes utilizado como ciência necessária à caracterização
da intensidade sísmica num dado local, visto que só em locais onde a
topografia é conhecida, é que são possíveis identificações de intensidade.
68
Ciências da Atmosfera - estudam as zonas gasosas da Terra
(atmosfera) situadas entre a superfície e a exosfera. As sub-
disciplinas principais são ameteorologia, climatologia e
aeronomia.
Geografia relaciona as diversas esferas da Terra no intuito de
compreender o espaço, que é seu objecto de estudo, tem como
intuito compreender as interações existentes entre todos os
elementos do local, para entre outras finalidades interpretar
a paisagem regional e global, o específico e o todo, de um
determinado espaço. A Geografia pode ser vista como ciência
humana pois relaciona o homem com a natureza, e também é
vista como ciência natural pois tem como objecto de estudo
o Espaço, entendido como o espaço concreto da superfície
terrestre.
69
entre a atmosfera, oceanos, biosfera e efeitos produzidos pelo
Homem.
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
1. A palavra Cartografia foi introduzida pel primeira vez por um historiador cujo
nome é:
a) Francisco Adolfo de Varnhagen
b) Johann Heinrich Lambert
c) Manuel Francisco Carvalhosa
d) Nicolas Auguste Tissot.
70
a) Cartografia
b) Geoinformatica
c) Geodesia
d) Topografia
3. A ciência que relaciona o homem com a natureza, bem como que tem como
objecto de estudo o Espaço, entendido como o espaço concreto da superfície
terrestre chama-se:
a) Geografia
b) Biologia
c) Ecologia
d) Teologia
71
É a ciência que estuda todos os acidentes
geográficos definindo a sua situação e localização
Topografia
na Terra ou outros corpos astronómicos
incluindo planetas, luas, e asteroides.
72
UNIDADE Temática 2.3. Hidrogeoquímica
HIDROGEOQUÍMICA
Água e Saúde
Existem padrões muito bem conhecidos de relacionamento entre a
incidência de moléstias no homem e nos animais, com a abundância ou
deficiência de elementos maiores, menores e traços no meio ambiente,
particularmente nas águas. Exemplos são: a relação entre o bócio
(hipertrofia da tireoide) e a deficiência em iodo; anemias severas, nanismo
e hiperpigmentação da pele e a deficiência em zinco; fluorose esqueletal e
dentária e excesso de flúor; maior incidência de cáries dentárias e
deficiência em flúor; anencefalia e mercúrio; inapetência e selênio. Outras
correlações com aceitação controversa ocorrem, como por exemplo, entre
a dureza da água e algumas moléstias cardiovasculares; entre o chumbo e
a esclerose múltipla, entre o cádmio e a hipertensão e arteriosclerose; entre
uma gama ampla de elementos e diversos tipos de câncer. Contudo estes
relacionamentos são possíveis quando as manifestações clínicas são
evidentes por estarmos diante de exposições anormais a produtos
resultantes de actividades humanas. Muitas vezes o desequilíbrio em
elementos traços se manifesta em debilitações subclínicas, sendo de difícil
diagnose.
Contudo, os relacionamentos entre o teor dos elementos e substâncias
químicas, e a saúde do homem e dos animais podem ser dificultados por
questões relativas à mobilidade e à dispersão destes elementos e
substâncias, governadas pelos princípios da geoquímica e da dinâmica das
águas superficiais e subterrâneas. Factores como o pH, tipo e abundância
de argilo-minerais, teor de matéria orgânica, hidróxidos de ferro, manganês
e alumínio, reactividade química, gradientes hidráulicos, porosidade e
permeabilidade necessitam ser considerados nestes tipos de estudo.
Muitas vezes os efeitos tóxicos de uma substância se manifestam distante
de sua introdução no meio ambiente, podendo se dar em áreas pontuais ou
ao longo de estruturas geológicas lineares, como falhas. Em alguns casos, o
73
produto da degradação de uma substância é mais tóxico e mais persistentes
no solo do que a substância original.
Na medida em que hoje tem-se como ideal a ser atingido o uso auto
sustentado do meio ambiente, torna-se extremamente importante que um
grande número de perguntas tenham respostas satisfatórias, o que só se
conseguirá com investimentos em pesquisas técnicas e científicas.
É de se salientar que, neste particular, muito do conhecimento
desenvolvido em países ricos não se aplica diretamente ao nosso caso, em
virtude de diversas diferenças de climas, solos e coberturas vegetais.
Devido à sua estrutura molecular dipolar a água é um forte solvente
(solvente universal). Nas águas naturais este poder de dissolução é muito
aumentado pela presença de ácido carbônico, formado pelo gás carbônico
dissolvido, e ácidos orgânicos, principalmente húmicos, produzidos pela
actividade dos seres vivos ao nível do solo. Num país tropical como o Brasil
a abundância de água (humidade) e seu conteúdo em ácidos se coloca como
o principal responsável pelo intemperismo das rochas, dando origem a
mantos de decomposição (regolito) com espessura de dezenas de metros.
Todas as águas naturais possuem, em graus distintos, um conjunto de sais
em solução, sendo que as águas subterrâneas possuem, em geral, teores
mais elevados dos que as águas superficiais, por estarem intimamente
expostas aos materiais solúveis presentes no solo e nas rochas. A
quantidade e tipo de sais presentes na água subterrânea dependerá do
meio percolado, do tipo e velocidade do fluxo subterrâneo, da fonte de
recarga do aquífero e do clima da região. Em áreas com alto índice
pluviométrico a recarga constante dos aquíferos permite uma maior
renovação das águas subterrâneas, com a consequente diluição dos sais em
solução. Diferentemente, em climas áridos a pequena precipitação leva a
uma salinização na superfície do solo através da evaporação da água que
sobe por capilaridade. Por ocasião das chuvas mais intensas os sais mais
solúveis são carreados para as partes mais profundas do aquífero
aumentando sua salinidade. Isto é o que acontece no Nordeste Brasileiro,
onde , em muitas áreas, o problema consiste muito mais na salinização
excessiva da água do que na inexistência da mesma.
74
profundas. Em regiões vulcânicas ou de falhamentos profundos águas
aquecidas podem aflorar na superfície dando origem às fontes termais.
Côr
A cor de uma água é consequência de substâncias dissolvidas. Quando pura,
e em grandes volumes, a água é azulada. Quando rica em ferro, é
arroxeada. Quando rica em manganês, é negra e, quando rica em ácidos
húmicos, é amarelada. A medida da cor de uma água é feita pela
comparação com soluções conhecidas de platina-cobalto ou com discos de
vidro corados calibrados com a solução de platina-cobalto. Uma unidade de
cor corresponde àquela produzida por 1mg/L de platina, na forma de íon
cloroplatinado. Especial cuidado deve ser tomado na anotação do pH em
que foi realizada a medida, pois sua intensidade aumenta com o pH. Da
mesma forma a cor é influenciada por matérias sólidas em suspensão
(turbidez), que devem ser eliminadas antes da medida. Para águas
relativamente límpidas a determinação pode ser feita sem a preocupação
com a turbidez. Neste caso a cor obtida é referida como sendo aparente.
Em geral as águas subterrâneas apresentam valores de cor inferiores a 5mg
de platina.
Para ser potável uma água não deve apresentar nenhuma cor de
considerável intensidade. Segundo a OMS o índice máximo permitido deve
ser 20mg Pt/L.
Odor e sabor
Odor e sabor são duas sensações que se manifestam conjuntamente, o que
torna difícil sua separação. O odor e o sabor de uma água dependem dos
sais e gases dissolvidos. Como o paladar humano tem sensibilidade distinta
para os diversos sais, poucos miligramas por litro de alguns sais ( ferro e
cobre por exemplo) é detectável, enquanto que várias centenas de
miligramas de cloreto de sódio não é apercebida. Em geral as águas
subterrâneas são desprovidas de odor. Algumas fontes termais podem
exalar cheiro de ovo podre devido ao seu conteúdo de H2S (gás sulfídrico).
Da mesma maneira águas que percolam matérias orgânicas em
decomposição (turfa por exemplo) podem apresentar H2S.
75
Cloreto de sódio (Nacl) Salgado
Turbidez
É a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar uma certa
quantidade de água. A turbidez é causada por matérias sólidas em
suspensão (silte, argila, coloides, matéria orgânica, etc.). A turbidez é
medida através do turbidímetro, comparando-se o espalhamento de um
feixe de luz ao passar pela amostra com o espalhamento de um feixe de
igual intensidade ao passar por uma suspensão padrão. Quanto maior o
espalhamento maior será a turbidez. Os valores são expressos em Unidade
Nefelométrica de Turbidez (UNT). A cor da água interfere negativamente na
medida da turbidez devido à sua propriedade de absorver luz . Segundo a
OMS (Organização Mundial da Saúde), o limite máximo de turbidez em água
potável deve ser 5 UNT. As águas subterrâneas normalmente não
apresentam problemas devido ao excesso de turbidez. Em alguns casos,
águas ricas em íons Fe, podem apresentar uma elevação de sua turbidez
quando entram em contato com o oxigênio do ar, pois ocorre uma oxidação
com a formação de compostos que ficam em suspensão e dão à água uma
cor escura, chegando a ficar parecida com café.
Sólidos em Suspensão
Corresponde à carga sólida em suspensão e que pode ser separada por
simples filtração ou mesmo decantação. As águas subterrâneas em geral
não possuem sólidos em suspensão e quando um poço está produzindo
água com significativo teor de sólidos em suspensão é geralmente como
consequência de mal dimensionamento do filtro ou do pré-filtro ou
completação insuficiente do aquífero ao redor do filtro. Em aquíferos
cársticos e fissurais as aberturas das fendas podem permitir a passagem das
76
partículas mais finas (argila, silte) aumentando assim o conteúdo em sólidos
em suspensão.
Condutividade Elétrica
Os sais dissolvidos e ionizados presentes na água transformam-na num
eletrólito capaz de conduzir a corrente elétrica. Como há uma relação de
proporcionalidade entre o teor de sais dissolvidos e a condutividade
elétrica, podemos estimar o teor de sais pela medida de condutividade de
uma água. A medida é feita através de condutivímetro e a unidade usada é
o MHO (inverso de OHM, unidade de resistência). Como a condutividade
aumenta com a temperatura, usa-se 25ºC como temperatura padrão,
sendo necessário fazer a correção da medida em função da temperatura se
o condutivímetro não o fizer automaticamente. Para as águas subterrâneas
as medidas de condutividade são dadas em microMHO/cm.
OBS: No Sistema Internacional de Unidades, adotado pelo Brasil, a unidade
de condutância é siemens, abreviando-se S (maiúsculo). Para as águas
subterrâneas o correto seria nos referirmos a microsiemens por centímetro
(μS/cm).
Dureza
A dureza é definida como a dificuldade de uma água em dissolver (fazer
espuma) sabão pelo efeito do cálcio, magnésio e outros elementos como
Fe, Mn, Cu, Ba etc. Águas duras são inconvenientes porque o sabão não
limpa eficientemente, aumentando seu consumo, e deixando uma película
insolúvel sobre a pele, pias, banheiras e azulejos do banheiro. A dureza
pode ser expressa como dureza temporária, permanente e total.
Dureza temporária ou de carbonatos: É devida aos íons de cálcio e de
magnésio que sob aquecimento se combinam com íons bicarbonato e
carbonatos, podendo ser eliminada por fervura. Em caldeiras e tubulações
por onde passa água quente (chuveiro elétrico por exemplo) os sais
formados devido à dureza temporária se precipitam formando crostas e
criando uma série de problemas, como o entupimento.
Dureza permanente
É devida aos íons de cálcio e magnésio que se combinam com sulfato,
cloretos, nitratos e outros, dando origem a compostos solúveis que não
podem ser retirados pelo aquecimento.
Dureza total
É a soma da dureza temporária com a permanente. A dureza é expressa em
miligrama por litro (mg/L) ou miliequivalente por litro (meq/L) de
CaCO3 (carbonato de cálcio) independentemente dos íons que a estejam
causando.
77
Alcalinidade
É a medida total das substâncias presentes numa água, capazes de
neutralizarem ácidos. Em outras palavras, é a quantidade de substâncias
presentes numa água e que atuam como tampão. Se numa água
quimicamente pura (pH=7) for adicionada pequena quantidade de um
ácido fraco seu pH mudará instantaneamente. Numa água com certa
alcalinidade a adição de uma pequena quantidade de ácido fraco não
provocará a elevação de seu pH, porque os íons presentes irão neutralizar
o ácido. Em águas subterrâneas a alcalinidade é devida principalmente aos
carbonatos e bicarbonatos e, secundariamente, aos íons hidróxidos,
silicatos, boratos, fosfatos e amônia.
Alcalinidade total é a soma da alcalinidade produzida por todos estes íons
presentes numa água. Águas que percolam rochas calcárias (calcita =
CaCO3) geralmente possuem alcalinidade elevada. Granitos e gnaisses,
rochas comuns em muitos estados brasileiros, possuem poucos minerais
que contribuem para a alcalinidade das água subterrâneas. A alcalinidade
total de uma água é expressa em mg/L de CaCO3.
pH
É a medida da concentração de íons H+ na água. O balanço dos íons
hidrogênio e hidróxido (OH-) determina quão ácida ou básica ela é. Na água
quimicamente pura os íons H+ estão em equilíbrio com os íons OH- e seu
pH é neutro, ou seja, igual a 7. Os principais factores que determinam o pH
da água são o gás carbônico dissolvido e a alcalinidade. O pH das águas
subterrâneas varia geralmente entre 5,5 e 8,5.
78
na
crosta continental (vide tabela abaixo) participam em quantidades
sensivelmente diferentes nas águas subterrâneas.
Composição Média da Crosta Continental
SiO2 61,9%
Al2O3 15,6%
CaO 5,7%
FeO 3,9%
MgO 3,1%
Na2O 3,1%
K2O 2,9%
Fe2O3 2,6%
TiO2 0,8%
P2O5 0,3%
MnO 0,1%
Bário (Ba)
O Bário é um elemento raro nas águas naturais, em teores de 0,0007 a 0,9
mg/L. As principais fontes naturais são: Intemperismo e erosão de
depósitos naturais, normalmente veios, onde ocorre na forma de barita (Ba
SO4), ou feldspatos ricos em Ba. Entre as actividades humanas que
79
introduzem bário no meio ambiente, podemos citar: Perfuração de poços,
onde é empregado em lamas de perfuração; produção de pigmentos, fogos
de artifício, vidros e defensivos agrícolas. Pela resolução 20 do CONAMA, o
limite permitido de Ba em águas de abastecimento, é de 1,0 mg/L. É um
elemento muito tóxico acima deste teor. Sua ingestão provoca elevação da
pressão sanguínea, por vasoconstrição e bloqueio do sistema nervoso.
Cádmio (Cd)
Normalmente está presente nas águas naturais em pequenas
concentrações, geralmente inferiores a 0,001 mg/L. As principais fontes
humanas de liberação de cádmio são: Combustíveis fósseis, pigmentos,
baterias, soldas, equipamentos eletrônicos, lubrificantes, acessórios
fotográficos, defensivos químicos, corrosão de tubos galvanizados e
refinarias de minérios. É um metal de elevado potencial tóxico, que se
acumula em organismos aquáticos, o que possibilita sua entrada na cadeia
alimentar, podendo chegar ao homem. Sua ingestão provoca disfunção
renal, hipertensão, arterosclerose, inibição no crescimento, doenças
crônicas em idosos e câncer. Segundo a Resolução 20 do CONAMA, o teor
máximo permitido é 0,001mg/L.
Cálcio (Ca+)
O teor de cálcio nas águas subterrâneas varia, de uma forma geral, de 10 a
100mg/L. As principais fontes de cálcio são os plagioclásios cálcicos, calcita,
dolomita, apatita, entre outros. O carbonato de cálcio é muito pouco
solúvel em água pura. O cálcio ocorre nas águas na forma de bicarbonato e
sua solubilidade está em função da quantidade de gás carbônico dissolvido.
A quantidade de CO2 dissolvida depende da temperatura e da pressão, que
são, portanto, factores que vão determinar a solubilidade do bicarbonato
de cálcio.
A reação resultante é a seguinte: Ca CO3 + CO2 + H2O → Ca (CO3)2 H2
Toda variação de temperatura e de pressão que levam à modificação do
CO2 dissolvido na água refletirá sobre seu conteúdo em Ca. No caso das
águas subterrâneas estas variações ora levam à solubilização do carbonato
de cálcio, ora levam à sua precipitação. A incrustação de um filtro de poço
por Ca CO3 é uma das consequências deste processo.O cálcio é o principal
elemento responsável pela dureza de uma água.
Chumbo (Pb)
Apesar de não ser um elemento comum nas águas naturais, o chumbo tem
sido responsável por sérios problemas de intoxicação, devido ao fato de
que é introduzido facilmente no meio ambiente a partir de uma série de
processos e produtos humanos, tais como: encamentos e soldas, plásticos,
tintas, pigmentos, metalurgia. Em países em que o chumbo tetraetila é
80
adicionado à gasolina, esta é uma das principais fontes de poluição por este
elemento. No Brasil, seu uso na gasolina foi substituído por álcool etílico.
Recentemente a imprensa noticiou a presença de chumbo na água de
abastecimento do bairro de Copacabana, oriundo de antigos encanamentos
de chumbo.
É um metal que tem efeito cumulativo no organismo, provocando uma
doença crônica chamada saturnismo, hoje mais comum em trabalhadores
que estão muito expostos à contaminação. No passado a taxa de
intoxicação era muito elevada devido ao uso de canecas e vasilhames de
chumbo. Os efeitos da intoxicação por chumbo são: tontura, irritabilidade,
dor de cabeça, perda de memória. A intoxicação aguda caracteriza-se pela
sede intensa, sabor metálico na boca, inflamação gastro-intestinal, vômitos
e diarreias. Em crianças, o chumbo provoca retardamento físico e mental,
perda da concentração e diminuição da capacidade cognitiva. Em adultos
são comuns problemas nos rins e aumento da pressão arterial.
Cloretos (Cl-)
O cloro está presente em teores inferiores a 100mg/L. Forma compostos
muito solúveis e tende a se enriquecer , junto com o sódio, a partir das
zonas de recarga das águas subterrâneas. Teores anômalos são indicadores
de contaminação por água do mar, e por aterros sanitários.
Cobre (Cu)
O cobre é um elemento que ocorre, em geral, em baixas concentrações na
água subterrânea, devido sua pequena solubilidade. Nas águas superficiais
são, normalmente, bem menores que 0,020 mg/L e nas águas subterrâneas
é inferior a 1µg/L. A ingestão de altas doses pode acarretar, no homem,
irritação e corrosão da mucosa, problemas hepáticos, renais, irritação do
81
sistema nervoso e depressão. Os portadores da Doença de Wilson podem
ser seriamente afetados pela presença de cobre na água. As actividades
humanas responsáveis pela introdução de cobre na água são: corrosão de
tubos de cobre e de latão por águas ácidas, algicidas, fungicidas usados na
preservação da madeira e indústria de mineração, fundição, galvanoplastia
e refino. Segundo a Resolução 20 do CONAMA, o teor máximo permitido
em águas de abastecimento público é 0,5 mg/L. Para os portadores da
Doença de Wilson, este teor tem substancialmente menor, porque eles não
conseguem eliminar o cobre do organismo, que tem, pois, um efeito
cumulativo nestes pacientes.
Doença de Wilson
É uma enfermidade genética que afeta uma entre cada 30 000 pessoas no
mundo, que se caracteriza pelo acúmulo de cobre no organismo (fígado e
cérebro), e, quando não diagnosticada precocemente leva a efeitos
desastrosos. Apesar do cobre, em pequenas quantidades, ser benéfico para
a maioria das pessoas, os portadores da Doença de Wilson, não conseguem
excretá-lo do organismo. A partir do momento que nascem o cobre começa
a se acumular no fígado e cérebro. Os sintomas normalmente começam a
aparece na adolescência e são: icterícia, hepatite, vômito com sangue,
entumescimento e dores no abdômen. Pertubações neurológicas podem
levar a tremores, dificuldade de andar, falar e nadar. O acúmulo do cobre
no cérebro leva a vários estágios de doenças mentais, incluindo tendências
suicidas, depressão e agressividade. Nas mulheres, pode ocorrer
irregularidades no ciclo menstrual e infertilidade. A doença leva à morte se
não for diagnosticada e tratada. Uma dificuldade no diagnóstico é a
semelhança com outras doenças de fígado.
O tratamento, que deve ser continuado, leva a resultados muito positivos
quando a doença é diagnosticada precocemente. Os principais remédios
são substâncias que bloqueiam a absorção do cobre no trato intestina,
como o acetato de zinco, ou ajudam o organismo a excretá-lo. Os
portadores desta doença devem evitar águas com mínimos teores de cobre
e selecionar alimentos, na medida que alguns são muito ricos em cobre,
como fígado bovino, suíno e ovino, frutos do mar, entre outros.
Ferro (Fe-)
É um elemento persistentemente presente em quase todas as águas
subterrâneas em teores abaixo de 0,3mg/L. Suas fontes são minerais
escuros (máficos) portadores de Fe: magnetita, biotita, pirita, piroxênios,
anfibólios. Em virtude de afinidades geoquímicas quase sempre é
acompanhado pelo Manganês. O ferro no estado ferroso (Fe²+) forma
compostos solúveis, principalmente hidróxidos. Em ambientes oxidantes o
82
Fe²+ passa a Fe³+ dando origem ao hidróxido férrico, que é insolúvel e se
precipita, tingindo fortemente a água. Desta forma, águas com alto
conteúdo de Fe, ao saírem do poço são incolores, mas ao entrarem em
contato com o oxigênio do ar ficam amarelada, o que lhes confere uma
aparência nada agradável. Apesar do organismo humano necessitar de até
19mg de ferro por dia, os padrões de potabilidade exigem que uma água de
abastecimento público não ultrapasse os 0,3mg/L. Este limite é
estabelecido em função de problemas estéticos relacionados à presença do
ferro na água e do sabor ruim que o ferro lhe confere. O ferro, assim como
o manganês, ao se oxidarem se precipitam sobre as louças sanitárias,
azulejos, roupas, manchando-as. Águas ferruginosas são aeradas antes da
filtração para eliminar o ferro. Outra forma de evitar os inconvenientes da
precipitação de sais deste elemento químico é usar substâncias
complexantes, à base de fosfato, que encapsulam as moléculas dos sais de
Fe e Mn, formando compostos estáveis, não oxidáveis nem através de forte
cloração, e desta forma mantendo-as permanentemente em solução. O
inconveniente deste processo é que ele não elimina o ferro e o manganês
presentes na água, e ainda adiciona mais produto químico (fosfatos) à
mesma. Estas substâncias complexantes são também usadas para evitar a
precipitação de sais de Ca e Mg em águas duras, evitando as indesejáveis
incrustações, e diminuindo o consumo de sabão.
Flúor (F-)
O flúor é um elemento que ocorre naturalmente e em pequenas
quantidades nas águas naturais (0,1 a 2,0mg/L). É produto do intemperismo
de minerais no qual é elemento principal ou secundário: fluorita, apatita,
flúor-apatita, turmalina, topázio e mica. O flúor liberado pelo intemperismo
destes minerais passa para as soluções aquosas supergênicas na forma do
íon fluoreto, de alta mobilidade. Diversamente de outros halogênios ele
pode formar complexos estáveis com elementos como Al, Fe, B e Ca. Desta
forma no ciclo geoquímico o flúor pode ser removido das águas pela
coprecitação com óxidos secundários de Fe, podendo também ser
complexado tanto com o Fe como com o Al na forma de fosfatos. Como
produto da ação humana o flúor é originado de actividades industriais:
siderurgia, fundições, fabricação do alumínio, de louças e esmaltados,
83
vidro, teflon, entre outras. Estas actividades são responsáveis pela sua
introdução no ciclo hidrológico pelo lançamento na atmosfera ou em
corpos hídricos superficiais. Na forma de clorofluorcarbono (CFC) o flúor foi
amplamente utilizado como propelente de aerossóis. Este uso está em
declínio devido a restrições legais, pois o CFC agride e destrói a camada de
ozônio que circunda a Terra. É sabido que o flúor, em pequenas
quantidades, é benéfico à saúde humana, principalmente em crianças,
promovendo o endurecimento da matriz mineral dos dentes e esqueleto e
tem se mostrado como o agente químico mais eficiente na prevenção da
cárie dentária, daí sua adição nos sistemas de abastecimentos públicos de
água ser uma prática muito difundida. Contudo, acima de certos teores,
passa a ser prejudicial, causando fluorose dental e esquelética, tanto em
seres humanos como em animais. A fluorose se caracteriza pelo
escurecimento dos dentes e a perda de resistência dos dentes e ossos. Os
teores máximos permitidos são estabelecidos em função da idade do
conshumidor e da quantidade de água ingerida diariamente. Nos países
tropicais, onde a ingestão diária de água é maior, admite-se que se deva ser
mais rigoroso no controle de flúor nas águas de abastecimento público.
Segundo a Organização Mundial da Saúde o teor de flúor estabelecido
como ótimo na água potável varia entre 0,7 a 1,2mg/L, segundo as médias
de temperaturas anuais (18 ° C=1,2mg/L, 19-26 ° C=0,9mg/L, 27 °
C=07mg/L).
Magnésio (Mg²+)
O magnésio é um elemento cujo comportamento geoquímico é muito
parecido com o do cálcio e, em linhas gerais, acompanha este elemento.
Diferentemente do cálcio, contudo, forma sais mais solúveis. Os minerais
mais comuns fornecedores de magnésio para as águas subterrâneas são:
biotita, anfibólios e piroxênios. Estes minerais são mais estáveis diante do
intemperismo químico, do que os minerais fornecedores de cálcio, por isso
seu teor nas águas subterrâneas é significativamente menor do que aquele.
Em região de rochas carbonáticas, o mineral dolomita é um importante
fornecedor de Mg. Nas águas subterrâneas ocorre com teores entre 1 e
40mg/L. O magnésio, depois do cálcio, é o principal responsável pela dureza
das águas.
Na água do mar o magnésio ocorre em teores de cerca 1400 mg/L, bem
acima do teor de cálcio (cerca de 480mg/L). Em águas subterrâneas de
regiões litorâneas, a relação Mg/Ca é um elemento caracterizador da
contaminação por água marinha.
Manganês (Mn+)
É um elemento que acompanha o ferro em virtude de seu comportamento
geoquímico. Ocorre em teores abaixo de 0,2mg/L, quase sempre como
84
óxido de manganês bivalente, que se oxida em presença do ar, dando
origem a precipitados negros.
Níquel (Ni)
O teor de níquel nas águas está ao redor de o,1 mg/L. Concentrações
superiores a 11,0 mg/L podem ser encontradas em áreas de mineração. As
principais fontes antropomórficas de níquel são: queima de combustíveis
fósseis, fundição e ligas, galvanoplastia. No ser humano, altas doses levam
à intoxicação, afetando nervos, coração e sistema respiratório. Pode causar
dermatites em pessoas sensíveis. Segundo a Resolução 20 do CONAMA, o
teor máximo permitido em águas de abastecimento é 0,025 mg/L.
Nitrato (NO3- )
O nitrogênio perfaz cerca de 80 por cento do ar que respiramos. Como um
componente essencial das proteínas ele é encontrado nas células de todos
os organismos vivos. Nitrogênio inorgânico pode existir no estado livre
como gás, nitrito, nitrato e amônia. Com exceção de algumas ocorrências
como sais evaporíticos, o nitrogênio e seus compostos não são encontrados
nas rochas da crosta terrestre. O nitrogênio é continuamente reciclado
pelas plantas e animais. Nas águas subterrâneas os nitratos ocorrem em
teores em geral abaixo de 5mg/L. Nitritos e amônia são ausentes, pois são
rapidamente convertidos a nitrato pelas bactérias. Pequeno teor de nitrito
e amônia é sinal de poluição orgânica recente. Segundo o padrão de
potabilidade da OMS, uma água não deve ter mais do que 10mg/L de NO3-
.
No sistema digestivo o nitrato é transformado em nitrosaminas, que são
substâncias carcinógenas. Crianças com menos de três meses de idade
possuem, em seu aparelho digestivo, bactérias que reduzem o nitrato a
nitrito. Este se liga muito fortemente a moléculas de hemoglobina,
impedindo-as de transportarem oxigênio para as células do organismo. A
deficiência em oxigênio leva a danos neurológicos permanentes,
dificuldade de respiração (falta de ar) e em casos mais sérios à morte por
asfixia. Aos seis meses de idade a concentração de ácido hidroclórico
aumenta no estômago, matando as bactérias redutoras de nitrato.
Potássio (K+)
85
O
potássio é um elemento químico abundante na crosta terrestre, mas ocorre
em pequena quantidade nas águas subterrâneas, pois é facilmente fixado
pelas argilas e intensivamente conshumido pelos vegetais. Seus principais
minerais fontes são: feldspato potássico, mica moscovita e biotita, pouco
resistentes aos intemperismo físico e químico. Nas águas subterrâneas seu
teor médio é inferior a 10mg/L, sendo mais frequente valores entre 1 e
5mg/L.
Sódio (Na+)
O sódio é um elemento químico quase sempre presente nas águas
subterrâneas. Seus principais minerais fonte (feldspatos plagioclásios) são
pouco resistentes aos processos intempéricos, principalmente os químicos.
Os sais formados nestes processos são muito solúveis. Nas águas
subterrâneas o teor de sódio varia entre 0,1 e 100mg/L, sendo que há um
enriquecimento gradativo deste metal a partir das zonas de recarga. A
quantidade de sódio presente na água é um elemento limitante de seu uso
na agricultura. Em aquíferos litorâneos, a presença de sódio na água poderá
estar relacionada à intrusão da água do mar. Segundo a OMS, o valor
máximo recomendável de sódio na água potável é 200mg/L
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
86
b) A Hidrogeoquímica estuda qualidade química das águas, incluindo os
processos naturais e antrópicos capazes de modificar esta qualidade
química, em especial os processos ditos poluidores.
c) As respostas a) e b) estão erradas.
d) As respostas a) e b) estão correctas.
87
c) Os sintomas normalmente começam a aparece na velhice e são: icterícia,
hepatite, vômito com sangue, entumescimento e dores no abdômen.
d) O acúmulo do cobre no cérebro leva a vários estágios de doenças mentais,
incluindo tendências suicidas, depressão e agressividade.
e) A doença leva à morte se for diagnosticada e tratada.
f) Os principais remédios são substâncias que bloqueiam a absorção do
cobre no trato intestina, como o acetato de zinco, ou ajudam o organismo
a excretá-lo.
g) Os portadores da doença de Wilson devem consumir as águas com
mínimos teores de cobre, bem como consuir alimentos somente ricos em
cobre.
Sumário
88
fisícas e quimícas e sendo este elemento considerado como vital
a alteração da mesma pode comprometer a vida no planeta terra.
As águas subterrâneas têm uma amplitude térmica pequena, isto
é, sua temperatura não é influenciada pelas mudanças da
temperatura atmosférica, o que por sua vez leva a mudanças e
com excepções nos aquíferos freáticos pouco profundos.
89
c) As excepções são os aquíferos freáticos pouco profundos.
d) Nenhuma opção está correcta.
90
a) A ciência e tecnologia que lida com a estrutura e carácter da informação
espacial e a infraestrutura necessária para assegurar o uso desta
informação.
b) A arte, ciência ou tecnologia que lida com a aquisição, armazenamento,
produção, processamento, apresentação e disseminação da informação
geográfica.
c) A arte, ciência e técnica que tem o seu núcleo nas tecnologias que apoiam
os processos de aquisição, análise e visualização de dados temporais.
d) Somente as opções a) e b) estão correctas.
10. O sódio é um elemento químico quase sempre presente nas águas subterrâneas.
Os seus principais minerais fonte (feldspatos plagioclásios) são pouco resistentes
aos processos intempéricos, principalmente os químicos.
a) Os efeitos da intoxicação por sódio são: tontura, irritabilidade, dor de
cabeça, perda de memória.
91
b) O sódio é um elemento que ocorre, em geral, em baixas concentrações
na água subterrânea, devido sua pequena solubilidade.
c) A quantidade de sódio presente na água é um elemento limitante de seu
uso na agricultura.
d) Todas as opções anteriores estão correctas.
92
UNIDADE Temática 3.1. Hidrografia e hidrologia.
Introdução
Este é o terceiro Tema do módulo e o mesmo vai tratar acerca dos Conceitos
Básicos de Hidrologia. O mesmo contém duas Unidades Temáticas
“Hidrografia e hidrologia e Humidade do solo e evaporação”. A hidrografia
e a hidrologia estudam a distribuição, circulação e composição dessa
substância na superfície terrestre.
Hidrografia é a ciência que estuda as massas de água da superfície da Terra,
sejam fluviais, lacustres, marinhas, oceânicas ou glaciais. A hidrologia
encarrega-se do estudo qualitativo das águas continentais e de sua
dinâmica: rios, torrentes, lagos e geleiras. Segundo seu objecto de estudo,
essa ciência subdivide-se em potamologia, referente aos rios; limnologia,
aos lagos; e glaciologia, às geleiras.
A água que circula nos arroios e rios, inclusive os subterrâneos, por efeito
da gravidade, representa, no ciclo hidrológico, o excedente não evaporado
das precipitações.
HIDROGRAFIA E HIDROLOGIA
93
águas. A hidrografia apresenta numerosos pontos em comum com a
hidrologia, ciência que estuda as águas continentais.
A confecção de mapas de bacias oceânicas e de águas continentais e
litorâneas pertence ao domínio da hidrografia. Nas cartas de navegação, o
relevo subaquático é representado por pontos cotados em relação ao nível
médio da superfície líquida e por linhas indicadoras de profundidades iguais
(isóbatas). A informação contida nesses mapas inclui a sinalização de
bancos de areia, recifes, faróis, correntes etc. A projeção de Mercator,
sempre utilizada nas cartas de navegação, facilita o traçado de rumos
náuticos.
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
94
2. O objecto de estudo da hidrografia é:
a) As massas de água da superfície da Terra;
b) As águas continentais (fluviais, lacustres, marinhas, oceânicas ou glaciais);
c) As propriedades físicas, químicas e biológicas das águas;
d) Todas as respostas estão correctas.
95
Depois de penetrar no solo, uma parte da água é absorvida pelas plantas e
volta para a atmosfera por meio de evaporação. Outra parte penetra mais
profundamente no solo até encontrar um horizonte impermeável, onde
forma uma corrente de água subterrânea. Nos lugares onde esse lençol
freático aflora na superfície, formam-se fontes que podem alimentar com
suas águas os rios e lagos. As águas subterrâneas podem também aflorar
por meio de poços cavados artificialmente.
A evaporação potencial de um tipo de solo é aquela que ocorreria se a
humidade fosse constante. Resulta dos efeitos combinados de diversos
factores climáticos. A relação entre precipitação e evaporação potencial
serve a hidrólogos, climatólogos e geógrafos para definir as secas e
delimitar as regiões áridas. É fundamental conhecer a evaporação para
realizar projetos de irrigação, que visam a controlar a humidade do solo de
cultivo a fim de favorecer o crescimento adequado das plantas.
A humidade do solo segundo a concentração aquosa da região ocorre em
três níveis. O primeiro é constituído da água higroscópica (água absorvida
pela superfície das partículas de terra) que, por ficar retida, não é útil para
as plantas. O segundo nível, o da água absorvida capilarmente pelos
interstícios entre as partículas, é utilizado pelas plantas. O terceiro se
constitui da água que se infiltra no terreno pelo efeito da gravidade. O
conhecimento da humidade do solo é fundamental para os projetos de
irrigação e de drenagem, no caso de encharcamento e inundações. Essa
humidade é factor determinante da erosão de terrenos e da estabilidade
de diques e outras estruturas de terra. Em geral, influi na estabilidade do
terreno.
Águas subterrâneas.
A água que se infiltra através das camadas permeáveis do solo e se acumula
ao chegar a uma camada inferior impermeável constitui o que se chama de
lençol subterrâneo freático ou superficial. Os lençóis aqüíferos profundos
são normalmente constituídos de camadas permeáveis compreendidas
entre dois estratos impermeáveis. A água chega ao estrato permeável por
pontos onde este aflora, por efeito da erosão ou pela forma das camadas.
A superfície de equilíbrio de um lençol aqüífero determina as sinuosidades
do terreno.
As camadas aqüíferas livres são lençóis freáticos ou profundos que não se
mantêm sob pressão, devido à existência de um trecho impermeável ou
menos permeável que a camada aqüífera. Quando esse trecho existe, a
camada se chama lençol aqüífero cativo. Nesse caso, a água tende a sair por
qualquer abertura natural ou artificial do teto. A esse grupo pertencem as
camadas artesianas, cujas águas, ao saírem, alcançam uma altura superior
ao nível do solo. Chama-se zona de alimentação de um lençol aqüífero a
superfície do terreno onde se produz a infiltração.
96
Circulação das águas.
A água que circula nos arroios e rios, inclusive os subterrâneos, por efeito
da gravidade, representa, no ciclo hidrológico, o excedente não evaporado
das precipitações. Em climas temperados, as precipitações intermitentes e
irregulares (em espaço, tempo e quantidade) dão lugar a águas circulantes
superficiais escassas e constantes. Essa aparente contradição se deve
principalmente à capacidade de armazenamento das camadas da Terra,
que conservam o excedente de precipitação e o liberam, gradualmente, por
meio de fontes que alimentam as correntes de água. Quando a alimentação
dessas correntes procede principalmente de fontes, o regime hidrográfico
(isto é, as flutuações de sua quantidade de água) será mais variável se
proceder de camadas freáticas do que se provier de camadas profundas. É
muito raro, porém, o caso de um rio alimentado exclusivamente por fontes.
Como as fontes também se originam das chuvas, os regimes são
classificados conforme a alimentação se dê por neves, chuvas ou ambas. Os
regimes mais constantes são os mistos.
No regime fluvial -- ritmo de cheias e estiagens de um rio -- têm influência
o clima, o relevo, a vegetação, a litologia (composição das rochas) e os
solos. Pode-se falar de dois regimes principais: o dos climas quentes,
alimentados por fortes chuvas, em que se incluem o regime equatorial
(Congo e Amazonas) e o tropical (Orinoco e Zambeze); e o dos climas
temperados e frios, muito influenciados pela temperatura, em que se
diferenciam os rios de regime de monções (Ganges), mediterrâneo (Ebro) e
alpino. Os rios de regime alpino se abastecem principalmente das neves e
também são chamados de rios de regime niveal, como o Danúbio. Os rios
alimentados por neve têm a menor quantidade de água (estiagem), no
inverno; os alimentados por chuva, no verão.
97
acumulações de água em depressões das mais diferentes origens: falhas
tectônicas, crateras vulcânicas, circos escavados por geleiras etc.
Geralmente são alimentados por rios e deságuam em outro rio que
desemboca no mar.
Medições
A hidrologia tradicional baseava-se na observação direta, na experiência e
na intuição pessoal. As modernas pesquisas hidrológicas, porém, recorrem
cada vez mais a modelos matemáticos. As técnicas de controle remoto, por
exemplo, baseiam-se na radiação emitida por um objecto e captada por
detectores adequados. Em hidrologia é possível detectar águas
contaminadas ou mananciais termais por meio de câmaras infravermelhas.
Do mesmo modo pode-se conhecer a espessura do gelo ou sua distribuição
mediante detectores de micro-ondas. O radar pode medir a humidade do
solo, a intensidade da chuva e a distribuição das tempestades.
As técnicas de controle remoto mais úteis nas pesquisas hidrológicas são as
que utilizam radar e fotografias espaciais feitas por câmaras a bordo de
satélites artificiais. Mediante cálculos realizados a partir dos tempos de
desintegração dos isótopos radioativos, pode-se conhecer a concentração
de material em suspensão nos rios e depósitos e determinar a quantidade
e a distribuição da humidade no solo. Também se pode medir o fluxo de
canais, correntes e rios, determinar a direção e o movimento de águas
subterrâneas, bem como sobrecargas ou vazamentos em depósitos
subterrâneos. A aplicação de computadores em hidrologia abrange o
campo de processamento de dados de rotina, solução de equações dos
modelos matemáticos que descrevem sistemas hidrológicos e controle dos
instrumentos e da pesquisa.
Metade do território israelense é composto pelo deserto de Neguev, e por
causa desta escassez, a água constitui-se em questão vital para Israel. A
pouca água que existe em Israel deve ser bem aproveitada, a sua
insuficiência de certo modo estrangula o desenvolvimento econômico, mas
Israel com o tempo criou um sofisticado sistema de irrigação, o que lhe
permite ter uma produção agropecuária suficiente.
Ciclo Hidrológico
Águas Subterrâneas e o Ciclo Hidrológico
98
O ciclo hidrológico, ou ciclo da água, é o movimento contínuo da água
presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na
atmosfera. Esse movimento é alimentado pela força da gravidade e pela
energia do Sol, que provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos
continentes.
Na atmosfera, forma as nuvens que, quando carregadas, provocam
precipitações, na forma de chuva, granizo, orvalho e neve.
99
água está sempre em movimento; é graças a isto que ocorrem: a chuva, a
neve, os rios, lagos, oceanos, as nuvens e as águas subterrâneas.
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
1. A água que chega à superfície da Terra pode seguir três caminhos diferentes: uma
parte se infiltra, outra passa a fazer parte dos rios e geleiras e outra ainda
100
permanece sobre o solo em depósitos -- lagos -- ou sobre plantas, de onde voltam
por evaporação para a atmosfera.
a) A quantidade de água que se infiltra depende da qualidade dessa água.
b) A quantidade de água que se infiltra no terreno depende do ph da água
c) A quantidade de água que se infiltra no terreno depende da porosidade
do solo.
d) Quanto maior for a quantidade de água que chega à superficie, maior será
a quantidade infiltrada.
2. Abaixo estão descritos diversos caminhos que podem seguir a água precipitada
nos continentes. Qual destas não faz parte dos caminhos seguidos:
a) Infiltra e percola no solo ou nas rochas, podendo formar aqüíferos,
ressurgir na superfície na forma de nascentes, fontes, pântanos, ou
alimentar rios e lagos.
b) Escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipitação é maior do que
a capacidade de absorção do solo.
c) Evapora retornando à atmosfera.
d) Todas as opções anteriores estão correctas.
101
c) Os unicos caminhos da água precipitada sobre os continentes são
escoamento superficial e infiltração.
d) O ciclo hidrológico é alimentado pela força da gravidade e pela energia do
Sol.
Sumário
102
O
tema findo tratou acerca das Conceitos Básicos de Hidrologia. O
mesmo foi desenvolvido em duas Unidades Temáticas,
nomeadamente a hidrologia e hidrografia e a humidade do solo e
evaporação. A água que chega à superfície da Terra pode seguir
três caminhos diferentes: uma parte se infiltra, outra passa a fazer
parte dos rios e geleiras e outra ainda permanece sobre o solo em
depósitos, lagos ou sobre plantas, de onde voltam por evaporação
para a atmosfera.
103
a) Ambas estudam a distribuição, circulação e composição da água na
superfície terrestre.
b) Ambas estudam as propriedades físicas (transparência, temperatura, côr)
e químicas (salinidade, substâncias dissolvidas) das águas.
c) Ambas estudam as massas de água da superfície da Terra, sejam fluviais,
lacustres, marinhas, oceânicas ou glaciais.
d) As respostas anteriores estão todas correctas.
3. Depois de penetrar no solo, uma parte da água é absorvida pelas plantas e volta
para a atmosfera por meio de:
a) Infiltração.
b) Evaporação.
c) Condensação.
d) Ciclo hidrológico.
104
a) Falhas tectônicas.
b) Crateras vulcânicas.
c) Circos escavados por geleiras.
d) Todas as opções estão correctas.
10. A água que se infiltra através das camadas permeáveis do solo e se acumula ao
chegar a uma camada inferior impermeável constitui o que se chama de:
a) Lençol subterrâneo freático
b) Os lençóis aqüíferos profundos.
c) Lençol superficial.
d) As respostas a) e c) estão correctas.
105
UNIDADE Temática 4.3. Conceitos básicos prévios ao estudo dos
diferentes ecossistemas
Introdução
Definir Ecossistemas;
Identificar constituintes e funcionamento do ecossistema;
Objectivo Identificar os factores limitantes dos ecossistemas;
Conhecer os conceitos básicos do estudo dos ecossistemas;
Especifico Explicar a cadeia e a teia alimentar;
Explicar o fuxo de energia nos ecossistemas.
ECOSSISTEMAS
106
incluindo comunidades bióticas e meio abiótico influenciando-se
mutuamente, de modo a atingir um equilíbrio.
Dimensão
É muito variável a dimensão de um ecossistema. Tanto é um ecossistema
uma floresta de coníferas, como um tronco de árvore apodrecido em que
sobrevivem diversas populações de seres minúsculos. Assim como é
possível associar todos os ecossistemas existentes num só, muito maior,
que é a ecosfera, é igualmente possível delimitar em cada um, outros mais
pequenos, por vezes ocupando áreas tão reduzidas que recebem o nome
de microecossistemas.
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
107
c) Aereos
d) As opções a) e b) estão correctas
c) Quem é o decompositor?
Gafanhoto Capim Ave Sapo Nenhuma das alternativas
108
Factores Abióticos
O conjunto de todos os factores físicos que podem incidir sobre as
comunidades de uma certa região. Estes influenciam o crescimento,
actividade e as características que os seres apresentam, assim como a sua
distribuição por diferentes locais. Estes factores variam de valor de local
para local, determinando uma grande diversidade de ambientes.
Os diferentes factores abióticos podem agrupar-se em dois tipos principais
- os factores climáticos, como a luz, a temperatura e a humidade, que
caracterizam o clima de uma região - e os factores edáficos, dos quais se
destacam a composição química e a estrutura do solo (BEGON, 2007).
Luz
A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o Sol. É
indispensável ao desenvolvimento das plantas. De fato, os vegetais
produzem a matéria de que o seu organismo é formado através de um
processo - a fotossíntese - realizado a partir da captação da energia
luminosa. Praticamente todos os animais necessitam de luz para
sobreviver. São exceção algumas espécies que vivem em cavernas -
espécies cavernícolos - e as espécies que vivem no meio aquático a grande
profundidade - espécies abissais.
Certos animais como, por exemplo, as borboletas necessitam de elevada
intensidade luminosa, pelo que são designadas por espécies lucífilas. Por
oposição, seres como o caracol e a minhoca não necessitam de muita luz,
evitando-a, pelo que são denominadas espécies lucífugas.
A luz influencia o comportamento e a distribuição dos seres vivos e,
também, as suas características morfológicas.
109
seres têm grande amplitude térmica de existência -seres euritérmicos -
enquanto outros só sobrevivem entre limites estreitos de temperatura
- seres estenotérmicos.
Água
É factor limitante de extrema importância para a sobrevivência de uma
comunidade. Além de seu envolvimento nas actividades celulares, não
podemos nos esquecer da sua importância na fisiologia vegetal
(transpiração e condução das seivas). É dos solos que as raízes retiram a
água necessária para a sobrevivência dos vegetais.
Disponibilidade de nutrientes
É outro factor limitante que merece ser considerado, notadamente em
ambientes marinhos.
Factores bióticos
Conjunto de todos seres vivos e que interagem uma certa região e que
poderão ser chamados de biocenose, comunidade ou de biota.
Como vimos, de acordo com o modo de obtenção de alimento, a
comunidade de um ecossistema, de maneira geral, é constituída por três
tipos de seres:
Produtores: os seres autótrofos quimiossintetizantes (bactérias) e
fotossintetizantes (bactérias, algas e vegetais). Esses últimos
transformam a energia solar em energia química nos alimentos
produzidos.
110
Conshumidores primários: os seres herbívoros, isto é, que se
alimentam dos produtores (algas, plantas etc.) os carnívoros que se
alimentam de conshumidores primários (os herbívoros).
Poderá ainda haver conshumidores terciários ou quaternários, que
se alimentam, respectivamente, de conshumidores secundários e
terciários.
Decompositores: as bactérias e os fungos que se alimentam dos
restos alimentares dos demais seres vivos. Esses organismos
(muitos microscópicos) têm o importante papel de devolver ao
ambiente nutrientes minerais que existiam nesses restos
alimentares e que poderão, assim, ser reutilizados pelos produtores.
Cadeias alimentares
Nos ecossistemas, existe um fluxo de energia e de nutrientes como elos
interligados de uma cadeia, uma cadeia alimentar. Nela, os “elos” são
chamados de níveis tróficos e incluem os produtores, os conshumidores
(primários, secundários, terciários etc.) e os decompositores.
Em um ecossistema aquático, como uma lagoa por exemplo, poderíamos
estabelecer a seguinte seqüência:
Ecossistema aquático:
Composto pelas plantas da margem e do fundo da lagoa e por
algas microscópicas, as quais são as maiores responsáveis pela
PRODUTORES
FLORA oxigenação do ambiente aquático e terrestre; à esta categoria
formada pelas algas microscópicas chamamos fitoplâncton.
111
Composto por pequenos animais flutuantes (chamados
CONSHUMIDORES
Zooplâncton),caramujos e peixes herbívoros, todos se
PRIMÁRIOS
alimentado diretamente dos vegetais.
FAUNA CONSHUMIDORES São aqueles que alimentam-se do nível anterior, ou seja, peixes
SECUNDÁRIOS carnívoros, insetos, cágados, etc.,
112
Conshumidores São todos os herbívoros, que no caso dos ecossistemas terrestres
primários tratam-se de insetos, roedores, aves e ruminantes;
Teias alimentares
Podemos notar entretanto, que a cadeia alimentar não mostra o quão
complexas são as relações tróficas em um ecossistema. Para isso utiliza-se
o conceito de teia alimentar, o qual representa uma verdadeira situação
encontrada em um ecossistema, ou seja, várias cadeias interligadas
ocorrendo simultaneamente.
Os esquemas abaixo exemplificam melhor este conceito de teias
alimentares:
113
Cadeia de detritívoros
Nos ecossistemas, a especialização de alguns seres é tão grande, que a
tendência atual entre os ecologistas é criar uma nova categoria de
conshumidores: os comedores de detritos, também conhecido como
detritívoros. Nesse caso, são formadas cadeias alimentares separadas
daquelas cadeias das quais participam os conshumidores habituais.
A minhoca, por exemplo, pode alimentar-se de detritos vegetais. Nesse
caso, ela atua como detritívora conshumidora primária. Uma galinha, ao se
alimentar de minhocas, será conshumidora secundária. Uma pessoa que se
alimenta da carne da galinha ocupará o nível trófico dos conshumidores
terciários.
Os restos liberados pelo tubo digestório da minhoca, assim como os restos
dos demais conshumidores, servirão de alimento para decompositores,
bactérias e fungos.
Certos besouros comedores de estrume de vaca podem também ser
considerados detritívoros conshumidores primários. Uma rã, ao comer
esses besouros, atuará no nível dos conshumidores secundários. A jararaca,
ao se alimentar da rã, estará atuando no nível dos conshumidores
terciários, e a siriena, ao comer a cobra, será conshumidora de quarta
ordem.
114
fotossíntese - seja realizada por vegetais ou por microorganismos - é o único
processo de entrada de energia em um ecossistema (BEGON, 2007).
Muitas vezes temos a impressão que a Terra recebe uma quantidade diária
de luz, maior do que a que realmente precisa. De certa forma isto é verdade,
uma vez que por maior que seja a eficiência nos ecossistemas, os mesmos
conseguem aproveitar apenas uma pequena parte da energia radiante.
Existem estimativas de que cerca de 34% da luz solar seja refletida por
nuvens e poeiras; 19% seria absorvida por nuvens, ozônio e vapor de água.
Do restante, ou seja 47%, que chega a superfície da terra boa parte ainda é
refletida ou absorvida e transformada em calor, que pode ser responsável
pela evaporação da água, no aquecimento do solo, condicionando desta
forma os processos atmosféricos. A fotossíntese utiliza apenas uma
pequena parcela (1 a 2%) da energia total que alcança a superfície da
Terra. É importante salientar, que os valores citados acima são valores
médios e nãos específicos de alguma localidade. Assim, as proporções
podem - embora não muito - variar de acordo com as diferentes regiões do
País ou mesmo do Planeta.
Um aspecto importante para entendermos a transferência de energia
dentro de um ecossistema é a compreensão da primeira lei fundamental da
termodinâmica que diz: “A energia não pode ser criada nem destruída e
sim transformada”. Como exemplo ilustrativo desta condição, pode-se
citar a luz solar, a qual como fonte de energia, pode ser transformada em
trabalho, calor ou alimento em função da actividade fotossintética; porém
de forma alguma pode ser destruída ou criada.
115
E
por que isso ocorre? A explicação para este decréscimo energético de um
nível trófico para outro, é o fato de cada organismo; necessitar grande parte
da energia absorvida para a manutenção das suas actividades vitais, tais
como divisão celular, movimento, reprodução, etc.
O texto sobre pirâmides, a seguir, mostrará as proporções em biomassa, de
um nível trófico para outro. Podemos notar que a medida que se passa de
um nível trófico para o seguinte, diminuem o número de organismos e
aumenta-se o tamanho de cada um (biomassa).
116
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
5. Cada espécie possui uma temperatura ótima para a realização das suas
actividades vitais. A classificação em termos das amplitudes de temperaturas dos
seres denomina-se de:
a) Lucífilas e lucífugas.
b) Seres euritérmicos e seres estenotérmicos.
c) Fototropismo e fotoperiodismo.
d) Nenhuma das opções antriores.
117
UNIDADE Temática 4.3. Conceitos básicos prévios ao estudo dos diferentes ecossistemas.
Ecologia: Ciência que estuda os relacionamentos dos seres vivos com seu
médio ambiente.
Ecossistema: Comunidade dos seres vivos cujos processos vitais
relacionam-se entre se e desenvolvem-se em função dos factores físicos de
um mesmo ambiente.
População: Conjunto de indivíduos que se reproduzem entre si e que
residem dentro de limites geográficos definidos em um mesmo espaço
temporário.
Comunidade: Também denominada biocenosis. Refere-se ao conjunto de
organismos presentes em uma ecossistema. Existem populações
maioritárias que podem ser tanto animais como vegetais; o mais habitual é
que existam diversas populações de ambos reinos.
Espécie: Grupo de organismos capazes de reproduzir-se entre si produzindo
uma descendencia fértil.
Habitat: Conjunto local de condições geofísicas em que se desenvolve a
vida de uma espécie ou de uma comunidade animal ou vegetal.
Autótrofo: Organismo capaz de elaborar sua própria matéria orgânica a
partir de substâncias inorgânicas.
Heterótrofo: Organismo incapaz de elaborar sua própria matéria orgânica.
Deve consumir a matéria orgânica produzida por outros.
Detritívoro: Que se alimenta de matéria em descomposição, vegetal ou
animal.
Saprofito: Qualquer organismo que não pode obter seu alimento mediante
a fotossíntese, e em seu local se nutre de restos de matéria vegetal ou
animal.
118
e
tão amplos deram local a duas ciências diferentes: a oceanografia
(ecossistemas aquáticos marinhos) e a limnología (ecossistemas
aquáticos de água doce).
No médio oceánico de água doce distinguem-se as águas correntes
(por exemplo, rios) e as águas estancadas(por exemplo, lagos), que só
se movem por ação do vento, por tanto a renovação da água e
sua oxigenação é menor que nas águas correntes, em constante
movimento.
Nas ecossistemas marinhos distinguem-se três partes: plataforma
continental, zona batial (ou talude continental) e zona abisal como se
observará no esquema a seguir.
119
Relacionamentos tróficas
Relacionamentos tróficas: São as que se estrablecen entre os membros de
uma ecossistema em função da alimentação. Basicamente resume-se na
expressão “comer ou #comer”. Mediante estes relacionamentos tróficas
têm local transferências de energia.
Corrente trófica: (do grego throphe: alimentação) é o processo de
transferência de energia alimentícia através de uma série de organismos,
no que a cada um se alimenta do precedente e é alimento do seguinte.
Rede trófica: série de correntes alimentárias ou tróficas intimamente
relacionadas pelas que circulam energia e materiais em uma ecossistema.
120
Nível trófico: Conjunto de organismos que obtêm sua matéria e sua energia
da mesma forma (ou parecida).
121
Vejamos tudo isto em um exemplo gráfico:
Evolução:
Evolução: Processo de mudança cumulativo nas caraterísticas hereditarias
de uma população.
Recordemos que uma população é um conjunto de indivíduos que se
reproduzem entre si e que residem dentro de limites geográficos definidos
em um mesmo espaço temporário.
As populações tendem a produzir mais descendentes dos que o médio
ambiente pode suportar. Vejamos em um exemplo: em uma colônia de 100
insetos, a cada um põe 1000 ovos, isso é um total de 100000 ovos, que
quando nasçam farão com que a população seja de 100100 insetos. Se esses
100100 insetos põem outros 1000 ovos a cada um no próximo ano, dará
local a outros tantos ovos...etc. Assim rapidamente crescem as populações,
e ao final, chega a haver mais seres vivos dos que um médio pode suportar.
Se estes se alimentam por exemplo, dos frutos de verdadeira árvore, terá
menos frutos que insetos, então os insetos terão de lutar entre eles por
sobreviver. É a luta pela sobrevivência. Se iniciará uma carreira para
apropriar de um fruto e poder ser alimentado, o que não o consiga,
morrerá. Mas ademais, os que sigam vivos, seguirão pondo seus ovos
(BRANCO, 2002).
122
Com o passo do tempo o médio ambiente muda, sobem ou baixam as
temperaturas, se desertifica o local, etc. Também, existem seres diferentes
dentro da mesma espécie, uns mais débis, outros mais fortes...Mas só os
membros mais fortes da população sobreviverão, se reproduzirão entre
eles e darão local a novas gerações capazes de suportar essas mudanças,
mais fortes que os anteriores. Assim é como evoluem as espécies.
A teoria de Darwin
A teoria de Darwin diz, de forma muito resumida, que as espécies novas
aparecem em forma gradual e de outras preexistentes, ao invés que
os saltacionistas que dizem que as espécies aparecem e desaparecem
subitamente.
Pessoalmente, considero que esta teoria é bastante acertada, e não só no
âmbito dos seres vivos, senão em todos os inventos da humanidade
também, por exemplo. O homem em verdadeiro momento descobriu o
fogo, e a partir daí, muito pouco a pouco, chegámos a utilizar a luz de
inumeráveis formas diferentes, inventaram-se um montão de máquinas
com milhões de usos diferentes...etc. O mesmo ocorre com os seres vivos.
Desde a primeira célula, desde o primeiro macaco, desde a primeira
planta...agora há milhões de células diferentes, deprocariota a eucariota,
muitos símios e seres humanos, negros, alvos, amarelos...e tantas
123
árvores, arbustos, flores, etc. Pode que, efetivamente, o primerísimo ser
vivo sobre a face da terra, surgisse de forma espontânea, mas os demais,
não, os demais surgiram desse ser vivo. Embora o primeiro de todos, foi a
própria terra, que surgiu de uma explosão, pelo que poderia ser
considerado espontânea. Mas a partir de o/o primeiro/ser-vos/é vivo/s
sobre a terra, considero que não teve mais espécies espontâneas. Se
ademais temos em conta que “toda célula provem de outra célula”
podemos fundamentar mais exitosamente a teoria de Charles Darwin
(DIBLASI, 2007).
Impacto humano:
124
O
impacto humano é o conjunto de danos que causa a acção do homem sobre
a terra. Veremos agora dois exemplos desta ação devastadora: o
efeito invernadero e o esgotamento do ozônio atmosférico.
O efeito invernadero
Este nome vem a conto de que é parecido ao que ocorre em
um invernadero, o calor entra mas não sai, o digamos assim. Antes de tudo,
dizer que o efeito invernadero é algo inevitável (embora a ação humana não
fora tão brutal e devastadora teria local este efeito, pela respiração de
tantos seres vivos não fotosintéticos na terra), mas que se viu incrementado
e acelerado pela ação humana. Por exemplo, pela quantidade de CO2
expulsado pelas fábricas diariamente, o uso de aerosoles, a contaminação,
combustão de fósseis...etc. É tanto, que por muitos seres
vivos fotosintéticos que tenha em nosso planeta, não pode ser
transformado o 100% em oxigênio. O que ocorre com este aquecimento
global é que os raios ultravioletas do sol podem entrar na atmosfera, mas
ao rebotar na terra sobem de novo mas não conseguem voltar a atravessar
a atmosfera porque se vêem debilitados pela grossa camada de gases
provocados pela contaminação. Então, esses raios ficam dentro de nossa
atmosfera, e por isso, além de gases tóxicos, nos rodeia uma massa de
calor porveniente desses raios. Este efeito provoca, entre outras coisas:
Que se derritan os pólos e, por tanto, aumente o nível do mar e
muitas zonas costeiras fiquem submersas.
Destruam-se por completo aquelas ecossistemas compostos por
seres sensíveis ao aquecimento. Só sobreviverão aqueles que sejam
tolerantes a esse aquecimento.
Nossa própria destruição; porque ao não ser capazes as plantas de
transformar todo o CO2 em Ou2 não terá suficiente oxigênio para
respirar, e morreremos.
Desertificação do terreno, já que ao haver mais calor
se evaporará mais água.
A mutação (evolução) de alguns vírus, bactérias...etc. e
aparecimento de novas pestes, pragas e doenças mais fortes,
portanto mais difíceis de combater.
125
que
se alimentam de fitoplancton (peixes...etc) pelo que os humanos
teríamos que deixar de alimentar de alguns tipos de peixe que se
extinguiriam ao não ter fitoplancton.
Os seres vivos fotosintéticos terrestres também se vêem afetados
pelos raios Ou.V.A., pelo que produziriam menos oxigênio.
O ciclo do carbono:
Um 18% da matéria orgânica viva está constituída por carbono, a
capacidade de ditos átomos de unir-se uns com outros fornece a base da
diversidade molecular bem como o tamanho molecular. Por tanto o
carbono é um elemento essencial em todos os seres viventes.
A parte da matéria orgânica, o carbono combina-se com o oxigênio para
formar monóxido de carbono (CO),dióxido de carbono (CO2), também
forma salgue como o carbonato de sodio (Na2CO3), carbonato cálcico (em
rochas carbonatadas, como calcárias e estruturas de corais).
REDES TROFICAS
126
Os organismos produtores terrestres obtêm o dióxido de carbono
da atmosfera durante o processo da fotossíntese para transformá-
lo em compostos orgânicos como a glicose, e os produtores
aquáticos o utilizam dissolvido na água em forma
de bicarbonato (HCO3-).
Os conshumidores alimentam-se das plantas, assim o carbono passa
a fazer parte deles, em forma de proteínas, gordurosas, hidratos de
carbono, etc.
No processo da respiração aeróbica, utiliza-se a glicose como
combustível e é degradada, se libertando o carbono em forma de
CO2 à atmosfera. Por tanto na cada nível trófico da corrente
alimentaria, o carbono regressa à atmosfera ou à água como
resultado da respiração.
Os desperdícios do metabolismo das plantas e animais, bem como
os restos de organismos mortos, decompõem-se pela ação dos
fungos saprofitos e as bactérias. Durante dito processo de
descomposição também se desprende CO2.
As erupções vulcânicas são uma fonte de carbono, durante ditos
processos o carbono da cortiça terrestre que faz parte das rochas e
minerais é liberto à atmosfera.
Em camadas profundas da cortiça continental bem como na
cortiça oceánica o carbono contribui à formação de combustíveis
fósseis, como é o caso do petróleo. Este composto formou-se pelo
agregado de restos de organismos que viveram faz milhares de
anos.
Populações:
Natalidade: É o número de indivíduos que nascem ao longo de um período
de tempo determinado em uma zona concreta.
Mortalidade: É o número de falecidos ao longo de um período de tempo
determinado em uma zona concreta.
Imigração: Movimento de população, que implica mudança de
morada, cosiderado desde o local de chegada.
Emigração: Movimento de população, que implica mudança de
morada, cosiderado desde o local de saída.
Recordemos também:
127
População: Conjunto de indivíduos que se reproduzem entre si e que
residem dentro de limites geográficos definidos em um mesmo espaço
temporário.
128
Alguns factores que limitam o crescimento da população
O primeiro factor que limita o crescimento de uma população são os
alimentos. Já que estes são limitados a população só pode crescer enquanto
estes sejam suficientes para todos. Assim que tenha mais pobladores que
alimentos, começarão a morrer os seres vivos (geralmente os mais débis)
que não consigam algo com o que se alimentar. Também
os depredadores impedem crescer uma população. Quanto maior seja uma
população mais de predadores atrairá e mais seres vivos serão comidos.
Ademais está o agregado de material de desperdício. Se a população não
se desace de alguma forma deste material não poderá seguir crescendo
(DIBLASI, 2007).
Também há muitos factores que fazem com que a população diminua, por
exemplo, doenças, mas estes não devem ser confundidos com os
que limitam o crescimento.
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
129
c) Ecossistema.
d) Espécie.
Sumário
130
do
ecossistema e dos conceitos básicos e prévios ao estudo dos
diferentes ecossistemas.
Factores abioticos é o conjunto de todos os factores físicos que
podem incidir sobre as comunidades de uma certa região. Os
factores abioticos podem agrupar-se em dois tipos principais
nomeadamente os factores climáticos e os factores edáficos.
1. Os factores bióticos formados pelos organismos vivos. Faça a ligação com base
nas setas os seguintes factores segundo as suas caracteristicas:
131
a) Produtores seres heterotróficos = bactérias e fungos
b) Consumidores organismos heterotróficos = animais
c) Decompositores seres autotróficos = plantas
2. A população cresce em diferentes fases. Das fases abaixo seleccione uma que não
é considerada coo sendo a como cresce a população:
a) Baixo Crescimento.
b) Crescimento Exponencial.
c) Alto Crescimento
d) Fase asintótica
5. Bem como qualquer elemento biogénico pode ser utilizado várias vezes em uma
ecossistema, a energia só pode ser utilizado uma vez. Isto é, a matéria descreve
um ciclo em uma ecossistema enquanto a energia flui através da ecossistema. O
fluxo da energia nos ecossistemas pode ser explicado com as duas leis
da termodinámica:
a) A energia nem cria-se nem destrói-se, só se transforma.
b) A transformação da energia sempre vai acompanhada de degradações de
energia, por isso não pode ser transformado o 100% de um tipo de
energia em outro tipo. Costuma transformar-se unicamente o 10-20%.
c) A transformação da energia sempre vai acompanhada de degradações de
energia, por isso não pode ser transformado o 100% de um tipo de
energia em outro tipo.
d) As opções a) e b) estão correctas.
132
7. Dos elementos abaixo indocados, indica qual é considerado factor liitante para a
sobrevivencia de uma éspecie:
a) Disponibilidade dos nutrientes
b) Temperatura
c) Água
d) Todas as opções estão correctas.
10. Dentro das ecossistemas aquáticos podemos diferenciar os marinhos e os de água doce,
que ao ser tão diferentes e tão amplos deram local a duas ciências diferentes: a
oceanografia e a limnología. A limnologia é um ecossistema aquático dos:
a) Espécies marinhas.
b) Espécies da água doce
c) Espécies aquáticas.
d) As opções b) e c) estão correctas.
133
UNIDADE Temática 5.1. Energia e Meio Ambiente.
Introdução
134
oceanos, que pode atingir vastas áreas. Existem ainda impactos globais, e
os exemplos mais contundentes são as alterações climáticas devidas ao
acúmulo de gases na atmosfera (efeito estufa), e a erosão da camada de
ozônio devida ao uso de CFCs (compostos com moléculas de cloro-fluor-
carbono) utilizados em equipamentos de ar condicionado e refrigeradores.
Poluição atmosférica
O setor energético é responsável por 75% do dióxido de carbono lançado à
atmosfera, 41% do chumbo, 85% das emissões de enxofre e cerca de 76%
dos óxidos de nitrogênio. Tanto o enxofre como os óxidos de nitrogênio têm
um papel importante na formação de ácidos na atmosfera que, ao
precipitarem na forma de chuvas, prejudicam a cobertura de solos,
vegetação, agricultura, materiais manufaturados que sofrem corrosão e até
mesmo a pele do homem. A constante deposição de compostos ácidos em
rios e lagos afeta a vida aquática e ameaça toda a cadeia alimentar de
ecossistemas. Nos solos, a acidez das chuvas reduz a presença de
nutrientes. Para a saúde humana, a presença de particulados contendo
enxofre e óxidos de nitrogênio provocam ou agravam doenças respiratórias
como bronquite e enfisema, especialmente em crianças. Esse tipo de
problema tem sido verificado em regiões da China, Hong Kong e Canadá
que sofrem os efeitos de termoelétricas a carvão situadas muitas vezes em
locais distantes de onde ocorrem as chuvas ácidas.
O consumo de derivados de petróleo pelo setor de transporte é o que
apresenta a maior contribuição para a degradação do meio ambiente em
nível local e global. Estima-se que 50% dos hidrocarbonetos emitidos em
áreas urbanas e aproximadamente 25% do total das emissões de todo
135
dióxido de carbono gerado no mundo, resultem das actividades
desenvolvidas com os sistemas de transporte.
O efeito estufa
Um dos mais complexos e maiores efeitos das emissões do setor energético
são os problemas globais relacionados com mudanças climáticas. O
acúmulo de gases, como o dióxido de carbono na atmosfera, acentua o
[efeito estufa] natural do ecossistema terrestre a ponto de romper os
padrões de clima que condicionaram a vida humana, de animais, peixes,
agricultura, vegetação, etc. É cada vez mais evidente a constatação de
crescentes concentrações de CO2 na atmosfera e o aumento de
temperaturas médias. São imprevisíveis as implicações de mudanças
climáticas para os países e suas populações. Alteração na produtividade da
agricultura, pesca, inundações de regiões costeiras e aumento de desastres
naturais estão entre as mudanças provocadas pelas alterações climáticas
esperadas.
A seriedade desses efeitos tem sido reconhecida por diversos estudos
científicos internacionais e vários países estão procurando consenso para
uma agenda mínima de actividades para controle e mitigação de emissões,
como o [Protocolo de Kyoto], discutido no âmbito dos países signatários da
Convenção Climática. Infelizmente, ainda não se tem acordado um sistema
de controle de emissões de gases estufa entre os países industrializados,
historicamente os maiores contribuintes para os altos níveis de
concentração desses gases na atmosfera.
Termoelétricas
A produção de eletricidade em termoelétricas representa em escala
mundial cerca de um terço das emissões antropogênicas de dióxido de
carbono, sendo seguida pelas emissões do setor de transporte e indústrial.
Os principais combustíveis utilizados em todo o mundo são o carvão,
derivados de petróleo e, crescentemente, o gás natural. Existem ainda
136
outros tipos de usinas termoelétricas que queimam resíduos de biomassa
(lenha, bagaço) e até mesmo lixo urbano.
Além das emissões de gases e partículas, existem outros problemas
associados com utilização de água para o processo de geração
termoelétrica, pois muitas usinas usam água para refrigeração ou para
produção de vapor. Esse tem sido um dos principais obstáculos para a
implantação de termoelétricas no país, pois diversos projetos se localizam
ao longo do principal gasoduto construído, que segue exatamente as bacias
hidrográficas com problemas de abastecimento e de qualidade de água em
regiões densamente povoadas.
É importante notar também que houve bastante progresso com relação ao
aumento da eficiência de usinas termoelétricas através da introdução de
tecnologias de co-geração e turbinas a gás. As possibilidades de
gaseificação de carvão, madeira e bagaço oferecem novas oportunidades
de usinas mais eficientes e com menores impactos que as convencionais.
Hidroelétricas
Muitas vezes faz-se referência a hidroeletricidade como sendo uma fonte
"limpa" e de pouco impacto ambiental. Na verdade, embora a construção
de reservatórios, grandes ou pequenos, tenham trazidos enormes
benefícios para o país, ajudando a regularizar cheias, promover irrigação e
navegabilidade de rios, elas também trazem impactos irreversíveis ao meio
ambiente. Isso é especialmente verdadeiro no caso de grandes
reservatórios. Existem problemas com mudanças na composição e
propriedades químicas da água, mudanças na temperatura, concentração
de sedimentos, e outras modificações que ocasionam problemas para a
manutenção de ecossistemas à jusante dos reservatórios. Esses
empreendimentos, mesmo bem controlados, têm tido impactos na
manutenção da diversidade de espécies (fauna e flora) e afetado a
densidade de populações de peixes, mudando ciclos de reprodução.
O Brasil tem acumulado grande experiência com o resultado das várias
usinas hidroelétricas que foram construídas, sendo um dos seus maiores
exemplos o caso da hidroelétrica de Balbina, que provocou a inundação de
parte da floresta nativa, ocasionando alterações na composição e acidez da
água, que depois teve impacto no próprio desempenho da usina. Até
recentemente as turbinas apresentavam problemas de corrosão e depósito
de material orgânico, devidos a alterações que ocorreram na composição
da água.
Energia nuclear
A energia nuclear é talvez aquela que mais tem chamado atenção quanto
aos seus impactos ambientais e à saúde humana. São três os principais
problemas ambientais dessa fonte de energia. O primeiro é a manipulação
de material radioativo no processo de produção de combustível nuclear e
137
nos
reatores nucleares, com riscos de vazamentos e acidentes. O segundo
problema está relacionado com a possibilidade de desvios clandestinos de
material nuclear para utilização em armamentos, por exemplo, acentuando
riscos de proliferação nuclear. Finalmente existe o grave problema de
armazenamento dos rejeitos radioativos das usinas. Já houve substancial
progresso no desenvolvimento de tecnologias que diminuem praticamente
os riscos de contaminação radiativa por acidente com reatores nucleares,
aumentando consideravelmente o nível de segurança desse tipo de usina,
mas ainda não se apresentam soluções satisfatórias e aceitáveis para o
problema do lixo atômico.
Fontes alternativas
As chamadas fontes alternativas como solar, eólica e biomassa, não estão
totalmente isentas de impactos ambientais, embora possam ser
relativamente menores. A utilização em larga escala de painéis
fotovoltaicos ou biomassa implica em alteração no uso do solo. A fabricação
de componentes dessas tecnologias também produzem efeitos ambientais,
como é o caso da extração do silício para painéis fotovoltaicos. Muitos
desses sistemas dependem de baterias químicas para armazenagem da
eletricidade, que ainda apresentam sérios problemas de contaminação por
chumbo e outros metais tóxicos para o meio ambiente.
O que fazer?
Os desafios para se continuar a expandir as necessidades energéticas da
sociedade com menores efeitos ambientais são enormes. É praticamente
impossível eliminar os impactos ambientais de sistemas energéticos. O
trabalho dos cientistas e analistas de energia é, na verdade, oferecer
alternativas de escolhas para a sociedade e facilitar seu acesso a esse tipo
de informação. No entanto, o problema energético não se reduz a uma
escolha entre tecnologias para atender a crescente demanda de energia.
Essa é uma matéria de grande complexidade, que envolve não só a
discussão de aspectos técnicos, mas também de preferências, padrões de
conforto desejados pela sociedade e custos de energia. Existe
urgentemente a necessidade de questionar os principais condicionantes da
crescente demanda de energia: nosso sistema de urbanização, as
actividades econômicas e estilos de vida. Somente mudanças nessas áreas
possibilitarão maior utilização de tecnologias mais limpas e eficientes,
fontes renováveis e descentralizadas.
138
reduzidos quando comparada com as opções existentes de geração de
eletricidade, mas ainda existem limitantes técnicos e econômicos para
maior disseminação. O futuro parece promissor para as células
combustíveis e alguns modelos de pequeno porte já aparecem
comercialmente nos EUA e Japão.
O avanço em escala comercial de tecnologias avançadas que reduzam a
utilização de energia e emissões ainda é muito tímida, especialmente
no Brasil. Para que seja possível conceber um futuro mais sustentável
do ponto de vista energético é necessário maior participação de fontes
renováveis e maior eficiência para produção e uso de energia. É
fundamental maior compromisso e esforço por parte do setor público e
privado, seja em nível local ou internacional.
No caso do efeito estufa existem três possibilidades para reduzir a
contribuição do setor energético: promover a substituição de
combustíveis fósseis por renováveis, realizar a substituição de
combustíveis fósseis por outros com menor conteúdo de carbono,
como o gás natural, e finalmente acelerar a redução do uso de energia,
através de tecnologias eficientes e sistemas menos intensivos em
energia.
Essas são as direções que deverão guiar os esforços de inovação
tecnológica para a área energética daqui em diante, para um futuro com
menores impactos ambientais.
FONTES DE ENERGIA
As fontes de energia são recursos da natureza ou artificiais utilizados pela
sociedade para a produção de algum tipo de energia. Esta, por sua vez, é
utilizada com o objectivo de propiciar o deslocamento de veículos, gerar
calor ou produzir eletricidade para os mais diversos fins.
Trata-se de um assunto extremamente estratégico no contexto geopolítico
global, pois o desenvolvimento dos países depende de uma infraestrutura
energética capaz de suprir as demandas de sua população e de suas
actividades econômicas. As fontes de energia constituem-se também como
uma questão ambiental, pois, a depender das formas de utilização dos
diferentes recursos energéticos, graves impactos sobre a natureza podem
ser ocasionados.
139
As
fontes de energia podem ser classificadas conforme a capacidade natural
de reposição de seus recursos. Existem, assim, as chamadas fontes
renováveis e as fontes não renováveis.
Energia solar
A energia solar é o aproveitamento da luz do sol para a geração de
eletricidade e também para o aquecimento da água para uso. Trata-se
também de uma fonte inesgotável de energia, haja vista que o sol – ao
menos na sua configuração atual – manter-se-á por bilhões de anos.
Existem duas formas de aproveitamento da energia solar: a fotovoltaica
e a térmica. No primeiro caso, são utilizadas células específicas que
lançam mão do chamado “efeito fotoelétrico” para a produção de
eletricidade. No segundo caso, utiliza-se o aquecimento da água tanto
para uso direto quanto para a geração de vapor, que atuará em
processos de ativação de geradores de energia, lembrando que podem
ser utilizados também outros tipos de líquidos.
140
grandes empreendimentos quanto com a construção de usinas solares
especificamente voltadas para a geração de energia elétrica.
Energia hidrelétrica
A energia hidrelétrica corresponde ao aproveitamento da água dos rios
para a movimentação das turbinas de eletricidade. No Brasil, essa é a
principal fonte de energia elétrica do país, ao lado das termoelétricas,
haja vista o grande potencial que o país possui em termos de
disponibilidade de rios propícios para a geração de hidroeletricidade.
Nas usinas hidroelétricas, constroem-se barragens no leito do rio para
o represamento da água que será utilizada no processo de geração de
eletricidade. Nesse caso, o mais aconselhável é a construção de
barragens em rios que apresentem desníveis em seus terrenos, com o
objectivo de diminuir a superfície inundada. Por isso, é mais
recomendável a instalação dessas usinas em rios de planalto, embora
também seja possível em rios de planícies, porém com impactos
ambientais maiores.
Biomassa
A utilização da biomassa consiste na queima de substâncias de origem
orgânica para a produção de energia, ocorrendo por meio da
combustão de materiais como a lenha, o bagaço de cana e outros
resíduos agrícolas, restos florestais e até excrementos de animais. É
considerada uma fonte de energia renovável porque o dióxido de
carbono produzido durante a queima é utilizado pela própria vegetação
na realização da fotossíntese, o que significa que, desde que haja
controle, o seu uso é sustentável por não alterar a macrocomposição da
atmosfera terrestre.
Os biocombustíveis, de certa forma, são considerados como um tipo de
biomassa, pois também são produzidos a partir de vegetais de origem
orgânica para a geração de combustível, que é empregado
principalmente nos meios de transporte em geral. O exemplo mais
conhecido é o etanol produzido da cana-de-açúcar, mas podem existir
outros compostos advindos de vegetais distintos, como a mamona, o
milho e muitos outros.
141
Fontes não renováveis de energia
As fontes não renováveis de energia são aquelas que poderão esgotar-se
em um futuro relativamente próximo. Alguns recursos energéticos, como o
petróleo, possuem o seu esgotamento estimado para algumas poucas
décadas, o que eleva o caráter estratégico que esses elementos possuem.
142
são
limpas e sustentáveis, mas inviáveis financeiramente. O mais
aconselhável é que, nos diferentes territórios, exista uma grande
diversidade nas matrizes energéticas para atenuar os seus respectivos
problemas, o que não acontece no Brasil e em boa parte dos demais
países.
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
143
2. As fontes não renováveis de energia são aquelas que poderão esgotar-se em um
futuro relativamente próximo. A seguir, identifique o tipo de energia produzidos
com fontes não renováveis:
a) Energia eólica
b) Energia solar
c) Combustíveis fósseis
d) Energia hidrelétrica.
3. Das fontes de energia apresentados abaixo, indique qual delas constitui a fonte
de energia renovavel:
a) Biomassa
a) Energia das marés (maremotriz)
b) Energia solar
c) Todas as respostas anteriores estão correctas.
A busca por fontes de energia sempre foi uma preocupação das sociedades
humanas. Ao longo do tempo, o desenvolvimento dessas sociedades
sempre esteve associado às formas de obtenção de energia. A partir da
Revolução Industrial (1760-1840) o consumo de energia aumentou
significativamente, sobretudo as produzidas a partir de hidrocarbonetos, e,
atualmente, com questões ambientais em debate, buscam-se formas
“limpas” de obtenção de energia a partir de recursos renováveis.
144
O
conjunto de fontes de energia possíveis de serem extraídas e distribuídas
denomina-se matriz energética. A matriz energética de uma região ou país
depende da disponibilidade de recursos naturais ou de acordos econômicos
de importação de matérias primas. A disponibilidade de recursos muda no
espaço e dentro de um mesmo país pode variar de uma região para outra.
Algumas regiões possuem rios com grande volume d’água, outras estão
mais sujeitas a ação dos ventos, enquanto outras ainda possuem grandes
reservas de petróleo, carvão mineral e gás, por exemplo. Comparando as
matrizes energéticas do Brasil, Japão, China e Dinamarca nota-seque esses
países possuem diversos recursos naturais e se apropriam deles de modo
diferente para a produção de eletricidade e de combustíveis.
145
Com uma grande densidade demográfica e grande quantidade de
indústrias, o Japão se localiza em um arquipélago vulcânico no Oceano
Pacífico. A origem vulcânica tornou o subsolo japonês pobre em recursos
energéticos como o petróleo e o gás natural. Além disso, nos poucos rios
com potencial hidrelétrico do país já foram construídos usinas para a
geração de eletricidade e não há mais potencial para a instalação de novas
usinas. Nesse contexto, o dilema japonês é como produzir energia
suficiente para abastecer sua grande demanda de modo contínuo e barato
em um local carente de recursos energéticos. A solução encontrada foi a
geração de eletricidade por meio de usinas nucleares a base de plutônio e
urânio e termoelétricas que funcionam com derivados do petróleo e carvão
mineral importados. As usinas nucleares japonesas produzem muita
energia a um preço relativamente baixo e são consideradas seguras em
situações normais, sendo que por lá existem mais de cinquenta reatores
nucleares em funcionamento atualmente.
146
chinesas alcançaram níveis insuportáveis. Isso colocou os chineses em
primeiro lugar no ranking mundial de países poluidores, com quase 20% de
toda a poluição anual. No entanto, a China, assim como o Brasil, possui
grande variedade de recursos energéticos disponíveis, incluindo
hidrelétrico. Cientes dos problemas ambientais causados pela queima do
carvão mineral, os chineses tornaram-se os maiores investidores em
energias limpas e renováveis da Terra, como a solar e a eólica. Além disso,
construíram a maior hidrelétrica do mundo no rio Yang-Tsé, superando em
tamanho a binacional Itaipu. Mas o desafio de reduzir a emissão de
poluentes é difícil e ainda está longe de ser superado por lá.
147
Figura 7 – Estação eólica na costa dinamarquesa
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
1. A busca por fontes de energia sempre foi uma preocupação das sociedades
humanas. Tomando em consideração nos recursos naturais disponiveis e
Moçambique, qual é a principal forma de obtenção de energia electrica?
a) Acção dos ventos.
b) Acção da água.
c) Reservas de petróleo, carvão mineral e gás natural.
d) Paineis solares.
148
a) Através do carvão mineral.
b) Através do petroleo
c) Através da acção dos ventos.
d) As opções a) e b) estão correctas
3. Dos paises abaixo indicados indique qual deles tem uma fonte de energia a partir
de origem “limpa” e renovável, com baixas emissões de dióxido de carbono no
sector.
a) Brasil
b) China
c) Dinamarca
d) Japão
Sumário
149
estações termoelétricas. A busca por fontes de energia sempre foi
uma preocupação das sociedades humanas.
Actualmente, com questões ambientais em debate, buscam-se
formas “limpas” de obtenção de energia a partir de recursos
renováveis.
Os biocombustíveis, de certa forma, são considerados como um
tipo de biomassa, pois também são produzidos a partir de vegetais
de origem orgânica para a geração de combustível, que é
empregado principalmente nos meios de transporte em geral.
150
c) A erosão da camada de ozônio devida ao uso de CFCs (compostos com
moléculas de cloro-fluor-carbono) utilizados em equipamentos de ar
condicionado e refrigeradores.
d) As opções a) e b) estão correctas.
151
abaixo indica que medidas ou estrategias devem ser usadas como forma a
minimizar as consequências negativas dos impactos no meio ambiente:
a) Educação Ambiental.
b) Aumentar a fiscalização na exploração dos recursos.
c) Criar políticas que incentivam o desenvolvimento sustentável
d) Todas as opções estão correctas.
8. Estima-se que 25% do total das emissões de todo dióxido de carbono gerado no
mundo, resultem das actividades desenvolvidas com os sistemas de transporte.
Uma das medidas aplicadas para a redução do dioxido de carbono é:
a) Baixar o preço do combustivel.
b) Incentivar o uso de autocarros públicos (machimbombos, chapas).
c) Baixar as taxas aduaneiras como forma a importar mais carros.
d) As opções a) e b) estão correctas.
10. O país que foi encontrado a solução de geração de eletricidade por meio de
usinas nucleares a base de plutônio e urânio e termoelétricas que funcionam com
derivados do petróleo e carvão mineral importados foi:
a) Brasil
b) China
c) Dinamarca
d) Japão
152
TEMA – VI: ZOOLOGIA
UNIDADE Temática 6.1. Conceitos básicos em Zoologia.
153
Introdução
154
heterotrófica. Isso quer dizer que nenhum organismo pertencente a esse
reino consegue produzir seu alimento, retirando sempre sua energia de
fontes externas de matéria orgânica.
NEMATOIDES
O filo Nematoda agrupa animais que apresentam corpo alongado, cilíndrico
e afilado nas extremidades posterior e anterior. Os nematoides ou
nematódeos são triblásticos, pseudocelomados, não segmentados, com
simetria bilateral e de tamanho muito variável, existindo espécies de
0,3mm até 8 metros de comprimento (Placentonema gigantissima). Apesar
de serem conhecidos por seus representantes parasitas do homem, a
grande maioria das espécies é de vida livre, sendo encontrada no solo e
ambientes aquáticos.
Alguns autores gostam de dizer que os nematoides apresentam um corpo
que se assemelha a um tubo dentro de outro. Isso porque esses animais
apresentam um intestino longo e uma parede corporal externa revestindo-
o. Entre o intestino e a parede corporal existe o pseudoceloma.
Acima da epiderme do corpo dos nematoides existe uma cutícula
protetora, que é trocada à medida que o animal aumenta de tamanho. A
cutícula tem a função de proteger, dar suporte e atuar no controle do
volume corporal do animal. Abaixo da epiderme há as células musculares,
que permitem a realização de movimentos de flexão. Essas células
musculares ligam-se a dois cordões nervosos, um localizado na região
dorsal e o outro, na região ventral.
155
O sistema digestório é completo, apresentando uma boca na região
anterior do corpo e um ânus na região posterior. A digestão é tanto extra
quanto intracelular e as substâncias que não são utilizadas pelo nematoide
são eliminadas pelo ânus. Os nutrientes obtidos pelo animal são lançados
no líquido do pseudoceloma e difundem-se para as outras células do corpo.
O mesmo acontece com as excretas, que são lançadas no pseudoceloma e
eliminadas pela parede do corpo. Vale frisar que as excretas com íons são
eliminadas pelos renetes, estrutura em forma de H que se comunica com o
poro excretor.
Esses animais reproduzem-se de forma sexuada e apresentam machos e
fêmeas com dimorfismo sexual, ou seja, apresentam diferenças
morfológicas que permitem a diferenciação entre esses dois indivíduos. Os
machos apresentam uma estrutura em forma de gancho que ajuda na
cópula. A fecundação é interna e o desenvolvimento pode ser direto ou
indireto, dependendo da espécie.
Como já apontado, existem algumas espécies que parasitam seres
humanos, normalmente afetando o sistema digestório. Dentre as espécies
mais conhecidas, destacam-se: Ascaris lumbricoides, a famosa
lombriga; Enterobius vermicularis,causador da oxiurose; Ancylostoma
duodenali, causador da ancilostomose; e Wuchereria bancrofti, causador da
filariose.Vale destacar que algumas espécies também parasitam plantas,
causando danos e consideráveis perdas econômicas.
PEIXES
Os peixes são animais que vivem apenas em ambientes aquáticos e
representam o maior grupo de vertebrados que existe. Possuem variados
tipos de forma, hábitos de vida e de alimentação, apresentando animais
herbívoros, carnívoros, onívoros e até detritívoros.
Podem ser classificados em três grupos principais: ágnatos(agnatha),
os ósseos (osteíctes) e os cartilaginosos (condrictes). Os ágnatos
caracterizam-se por não possuírem mandíbula e apresentarem uma boca
circular. Além disso, apresentam esqueleto cartilaginoso e notocorda que
perdura por toda a vida. Atualmente só são encontrados dois grupos desses
animais: as lampreias e as feiticeiras.
Os peixes ósseos e cartilaginosos diferenciam-se dos ágnatos por possuírem
mandíbula, recebendo o nome de gnatostomados graças a essa
característica. Esses dois grupos diferem-se entre si principalmente pela
presença de esqueleto ósseo nos osteíctes e esqueleto cartilaginoso nos
condrictes. Como exemplo de peixes cartilaginosos, podemos citar os
tubarões e raias; como representantes dos osteíctes, podemos citar o
salmão e o peixe-palhaço.
156
Os peixes podem ser divididos em: agnatos, condrictes e osteíctes
A grande maioria dos peixes possui corpo recoberto por escamas, sendo
que elas diferenciam-se em cada grupo. Nos peixes ósseos, as escamas
possuem origem dérmica, enquanto, nos cartilaginosos, possuem origem
dermo epidérmica. Já os agnatos são animais sem escamas. Além das
escamas, encontramos nos peixes uma grande quantidade de muco ao
redor do corpo, que atua reduzindo o atrito com a água.
A respiração dos peixes é branquial, sendo que, em peixes ósseos, as
brânquias encontram-se cobertas por estruturas chamadas de opérculo.
Nos peixes cartilaginosos, as brânquias geralmente se encontram
desprotegidas.
157
A reprodução diferencia-se entre os peixes cartilaginosos e os ósseos.
Nesses últimos, a fecundação é geralmente externa e o desenvolvimento é
indireto, ou seja, há a formação de uma larva. Esta larva posteriomente se
desenvolve e forma o alevino. Nos peixes cartilaginosos, o
desenvolvimento é direto e a fecundação é interna.
Curiosidade: Algumas espécies de peixes na época de reprodução nadam
até próximo à nascente dos rios para colocar seus ovos. Esse fenômeno
recebe o nome de piracema. Nessa época, a pesca é proibida.
RÉPTEIS
O termo réptil vem do latim reptilis e significa “que se arrasta”. Entre seus
representantes, podemos citar as serpentes, crocodilos, jacarés, lagartos e
tartarugas. Esses animais caracterizam-se por serem tetrápodes e de pele
grossa, apresentam pulmões e botam ovos com casca resistente.
Esses animais, assim como os anfíbios, não possuem a capacidade de
manter a temperatura do corpo constante. Isso ocorre porque eles não
conseguem controlar sua temperatura através do calor gerado no
metabolismo. Para conseguirem uma temperatura ideal, os répteis utilizam
certas estratégias, como a exposição ao sol quando o dia está frio. Além
disso, quando a temperatura se torna muito alta, eles protegem-se em rios,
lagos, locais sombreados, entre outros. Falamos que animais com essa
característica são ectotérmicos.
Como dito anteriormente, uma característica interessante dos répteis é sua
pele grossa, que, diferente dos anfíbios, é muito especializada para a vida
no ambiente terrestre. Esses animais não possuem glândulas e sua pele
pode ser recoberta por placas, escamas, plastrões e carapaças. Essa
característica permite que os répteis tenham grande vantagem em
ambientes secos, tais como os desertos.
Os répteis possuem sistema digestório completo e seus representantes, na
sua maioria, são carnívoros. Muitos são predadores e não incluem espécies
parasitas.
Esse grupo de vertebrados possui respiração pulmonar muito eficiente.
Diferentemente do grupo dos anfíbios, os répteis não necessitam da pele
para complementar suas trocas gasosas.
Sua circulação é dupla e incompleta. O coração apresenta quatro cavidades,
porém os ventrículos não são completamente separados. Os crocodilianos,
grupo que inclui jacarés e crocodilos, possuem os ventrículos separados por
uma estrutura chamada de forame de Panizza.
Eles excretam ácido úrico, substância que não necessita de água para ser
eliminada. Essa característica é extremamente importante em um grupo
que vive em ambientes com pouca disponibilidade de água.
Além disso, possuem um sistema nervoso constituído por encéfalo e nervos
que saem da medula espinhal. Apresentam um sistema sensorial com
grandes adaptações, como os órgãos de Jacobson, que possuem função
158
olfativa, e as fossetas loreais, que conseguem captar o calor, ajudando,
assim, na localização das presas.
ANFÍBIOS
A Classe Amphibia contempla animais geralmente dotados de pele lisa, rica
em glândulas, e que, apesar de não serem aquáticos, têm uma relação
íntima com este ambiente.
São dotados de esqueleto ósseo. Podem apresentar quatro patas ou serem
ápodes (desprovidos de tal estrutura), e cauda (que pode estar presente ou
não; dependendo da ordem em que o indivíduo se encontra).
Larvas têm respiração branquial. Os adultos já apresentam os pulmões mais
desenvolvidos, sendo responsáveis por parte da respiração. Graças à pele
muito fina, e rica em vasos sanguíneos, os anfíbios conseguem também
efetuar trocas gasosas pela pele: é a respiração cutânea.
Quanto à circulação, o sangue pobre em oxigênio chega aos pulmões, onde
é oxigenado. Depois, direciona-se ao coração, sendo bombeado e
transportado às mais diversas partes do corpo, também recolhendo o gás
159
carbônico; retornando em seguida aos pulmões. Em razão da existência
desses dois trajetos, ela é chamada de circulação dupla, sendo típica de
vertebrados tetrápodes (com quatro patas).
Alguns são dotados de uma longa e pegajosa língua, que se projeta para
fora, capturando alimentos. Isso facilita a sua dieta carnívora, dando
preferência para animais invertebrados, como artrópodes, moluscos,
crustáceos e vermes em geral. No entanto, para aqueles que passam por
estágio larval, a nutrição é oriunda predominantemente de algas e matéria
morta.
Outras estruturas ligadas à alimentação são: esôfago, estômago, intestino
delgado, intestino grosso e cloaca. Esta última, tal como sabemos, também
está relacionada à reprodução.
160
No
Brasil, há mais de 875 espécies de anfíbios. Tal número faz com que nosso
país seja um dos que possuem maior diversidade desses animais.
ARTRÓPODES
O Filo Arthropoda abriga animais triblásticos, com pouco celoma, simetria
bilateral e com sistema digestório completo. Além disso, seus
representantes apresentam metameria, sendo chamado de tagma o
conjunto de dois ou mais metâmeros fundidos. A formiga, por exemplo,
possui três tagmas: cabeça, tórax e abdome. Já a aranha, dois: cefalotórax
e abdome.
161
Gráfico demonstrando a evolução do crescimento dos artrópodes
A maioria dos animais existentes em nosso planeta pertence a esse filo, que
costuma ser dividido em três subfilos: Crustacea (representado pelos
tatuzinhos-de-jardim, camarões, lagostas, lagostins, caranguejos, siris,
cracas, etc.); Chelicerata (caranguejos-ferradura, aranhas-do-mar, aranhas,
opiliões, escorpiões, carrapatos e ácaros); e Uniramia (centopeias e lacraias,
piolhos-de-cobra, e os insetos em geral: Classe Insecta).
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
162
2. Os peixes são animais que vivem apenas em ambientes aquáticos e representam
o maior grupo de vertebrados que existe. Podem ser classificados em três grupos
principais:
a) Os peixes são animais herbívoros, carnívoros, onívoros.
b) Ágnatos (agnatha), os ósseos (osteíctes) e os cartilaginosos (condrictes).
c) Peixes com escamas, peixes sem escamas e peixes mistos.
d) Peixes das águas doces, das águas salgadas e das águas intermédiarias.
5. Faça ligação com base nas cetas aos elementos abaixo indicados:
Chelicerata
163
(centopeias e lacraias, piolhos-de-
cobra, e os insetos em geral: Classe
Insecta).
164
locomoção – esta última é uma característica encontrada na maioria deles.
Além disso, o organismo de muitos já se apresenta organizado em sistemas.
O sistema nervoso e os órgãos sensoriais, por exemplo, auxiliam bastante
os animais na tarefa de se relacionarem com o ambiente em que vivem,
facilitando a captura de alimentos, proteção a predadores, dentre outros
comportamentos. Quanto à reprodução, a forma mais comum é a sexuada,
e há aqueles que se reproduzem tanto assexuadamente quanto
sexuadamente.
O estudo dos animais, na Biologia, é chamado de Zoologia. Na educação
básica, ela tem como objecto de estudo os nove filos principais, em termos
de diversidade: o dos poríferos, cnidários, platelmintos, nematelmintos,
moluscos, anelídeos, artrópodes, equinodermos e cordados.
Subfilo Crustacea
Representado pelos tatuzinhos-de-jardim, camarões, lagostas, lagostins,
caranguejos, siris, cracas. A maioria dos representantes desse grupo é
aquática, principalmente de ambiente marinho, apresentando hábito
filtrador como forma de capturar alimentos. No entanto, há aqueles que se
alimentam de algas, de outros animais ou mesmo de matéria morta.
165
O
corpo dos crustáceos costuma ser dividido em cefalotórax e abdome;
cabeça e tronco; ou mesmo cabeça, tórax e abdome. O número de patas
varia.
No primeiro tagma, são encontrados dois pares de antenas, além de duas
maxilas e uma mandíbula. Em algumas espécies, o exoesqueleto também
possui substâncias calcárias, fazendo com que se apresente ainda mais
rígido. A respiração é geralmente branquial; e a excreção é feita por
glândulas maxilares e verdes.
Subfilo Chelicerata
Representado pelos caranguejos-ferradura (Classe Merostomata), aranhas-
do-mar (Classe Pycnogonida) e os mais conhecidos: aranhas, opiliões,
escorpiões, carrapatos e ácaros (Classe Arachnida).
Como o nome sugere, tais artrópodes, típicos de terra firme, possuem
quelíceras como característica típica do grupo. Além disso, possuem pelo
menos cinco olhos simples, e um par de pedipalpos. Estes funcionam como
órgãos gustativos, auxiliam na manipulação de alimento e podem se
apresentar modificados em órgão de cópula.
Esses animais têm corpo dividido somente em cefalotórax e abdome; não
possuem antenas, e geralmente apresentam quatro pares de patas neste
primeiro segmento.
Alguns quelicerados, como certas espécies de aranhas e escorpiões, são
capazes de inocular veneno em suas presas, ou em predadores em
potencial. Nos escorpiões, a estrutura que armazena e inocula veneno é o
aguilhão. Aranhas, ainda, podem apresentar fiandeira, que é uma estrutura
a partir da qual se constroem as teias.
Os quelicerados respiram por filotraqueias, também chamadas de pulmões
foliáceos; a excreção é feita por túbulos de Malpighi e glândulas coxais.
166
O escorpião pertence ao filo dos artrópodes e ao subfilo Chelicerata
Subfilo Uniramia
Centopeias e lacraias (Classe Chilopoda), piolhos-de-cobra (Classe
Diplopoda), e os insetos em geral (Classe Insecta); são os principais
representantes desse grupo. O corpo pode estar dividido em cabeça e
tronco, como é o caso dos indivíduos das duas primeiras classes citadas
anteriormente; ou em cabeça, tórax e abdome, no caso dos insetos.
Os unirâmios (ou unirrâmios) apresentam como característica principal o
fato de possuírem um único par de antenas. Na cabeça, há também ocelos,
sendo que olhos compostos são encontrados somente em algumas
espécies de centopeias. Há geralmente dois pares de maxilas e um de
mandíbulas.
Respiram por meio de traqueias, e os túbulos de Malpighi estão associados
à excreção. Insetos possuem três pares de pernas e alguns indivíduos
também apresentam asas.
AVES
As aves constituem uma classe de animais normalmente lembrada pelo
voo e canto de alguns de seus representantes. Encontradas em
167
praticamente todo o globo, são descritas atualmente aproximadamente 10
mil espécies que variam em forma, cor e tamanho. Só em nosso país são
encontradas cerca de 1,8 mil espécies.
Uma das características mais marcante desse grupo é a presença depenas,
uma estrutura epidérmica exclusiva das aves que as protege contra
choques mecânicos, mantém a temperatura corporal e favorece o voo.
Além disso, as penas também atuam impermeabilizando a pele desses
animais.
As penas são lubrificadas por uma substância lipídica produzida por uma
glândula localizada na região da cauda que é denominada deuropigiana. É
possível observar constantemente algumas aves passando o bico na
glândula e posteriormente sobre seu corpo para que a substância seja
espalhada.
Além das penas que auxiliam no voo das aves, estas possuem um esqueleto
muito bem adaptado para essa função. Os ossos desses animais são
bastante porosos (ossos pneumáticos) quando comparados aos dos outros
vertebrados. Isso faz com que essa estrutura seja mais leve que as outras,
diminuindo o peso do corpo e favorecendo o voo.
Ainda em relação ao esqueleto, em aves que voam é possível observar o
osso esterno com uma quilha, estrutura que possui papel crucial para a
locomoção dessas espécies. É na quilha, também chamada de carena, que
se ancoram os músculos peitorais, que ajudam na movimentação das asas.
Vale lembrar, no entanto, que nem toda ave voa.
168
A
respiração das aves acontece graças a pulmões. Nesses órgãos ligam-se
os sacos aéreos, que não realizam trocas gasosas, porém atuam reduzindo
o peso do corpo das aves e funcionam como uma reserva de ar. É no sistema
respiratório das aves, mais precisamente na bifurcação dos brônquios, que
se encontra a siringe, órgão responsável pela produção do canto desses
animais.
O sistema circulatório é formado por um coração com dois átrios e dois
ventrículos, que impedem a mistura de sangue rico em oxigênio com o
sangue desoxigenado. A circulação é chamada de dupla e completa.
O sistema nervoso é composto por um encéfalo e nervos. Em relação aos
sentidos das aves, elas destacam-se por sua visão e audição bastante
aguçadas. A visão desses animais é em cores, possuem amplo campo visual
e, para protegerem seus olhos durante os voos, possuem uma membrana
fina, chamada de nictitante, que os protege. Além disso, algumas aves são
capazes de perceber campos magnéticos que as ajudam nas grandes
migrações.
No que diz respeito à reprodução das aves, elas possuem diferentes formas
de atração do parceiro. Em algumas espécies, as fêmeas são atraídas pelo
canto do macho; em outras, a atração pode ocorrer através da exibição de
penas e até mesmo por lutas físicas.
Diferentemente de muitos vertebrados, as aves não possuem órgão
especializado para a cópula. As aves costumam apenas colocar as cloacas
próximas, e o macho transfere o espermatozoide para a fêmea. Esses
animais são ovíparos e o desenvolvimento é direto.
Vale destacar que as aves possuem grande importância ecológica. Além
de participarem da cadeia alimentar, esses animais desempenham uma
importante tarefa para os vegetais: atuam na polinização de algumas
espécies e como dispersoras de sementes.
PORÍFEROS
Os poríferos, ou filo Porifera, apresentam como representantes animais
com características pouco complexas e que se destacam pela presença de
um corpo rico em poros. Os representantes desse filo são as esponjas,
animais aquáticos que vivem submersos e, na sua grande maioria, são
marinhos. Estima-se que hoje existam mais de 5000 espécies diferentes de
esponjas já descritas.
Os poríferos não possuem tecidos verdadeiros e, portanto, não apresentam
órgãos, sendo considerados os animais mais simples do reino Animalia. São
animais filtradores, sésseis quando adultos e podem apresentar estágios
larvais móveis. Vivem em diferentes profundidades e sobrevivem em
ambientes não poluídos, o que os torna ótimos bioindicadores da
qualidade da água.
Apresentam, normalmente, um corpo assimétrico com uma cavidade
central e uma abertura na região do topo denominada de ósculo. Em razão
169
da
presença de poros, a água consegue penetrar facilmente pelo corpo do
animal e atingir a região central, uma cavidade que recebe o nome
de espongiocela.
A água que entra pelo corpo do porífero leva alimento, minerais e oxigênio
para todas as células. Essa água também leva para fora do corpo os
produtos resultantes da actividade celular, tais como gás carbônico e
excretas.
Apesar de não possuírem tecidos, os poríferos apresentam células
especializadas que atuam para garantir o perfeito funcionamento do corpo.
As células responsáveis por revestir o animal são os pinacócitos, que
possuem formato achatado e estão bastante unidos entre si. Entre os
pinacócitos, existem os porócitos, que, por sua vez, formam os poros por
onde a água passa.
Na espongiocela, é possível encontrar o coanócito, célula com um flagelo
que ajuda na movimentação da água no corpo do porífero. Na base desse
flagelo, encontram-se projeções de membrana plasmática. Elas formam
uma espécie de funil que ajuda a capturar o alimento presente na água. O
alimento capturado é digerido pelo coanócito ou então enviado
aosamebócitos, outro tipo celular que atua na digestão. Como toda a
digestão ocorre no interior das células das esponjas, dizemos que ela é do
tipo intracelular.
Os amebócitos estão localizados entre a camada mais interna da esponja e
a mais externa, em uma região denominadameso-hilo. Nesse local também
se encontram estruturas minerais com função de sustentação, são as
chamadas espículas. Elas podem ser formadas por sílica ou calcário.
A grande maioria dos poríferos reproduz-se por brotamento, ou seja, de
forma assexuada. Durante esse tipo de reprodução ocorre a formação de
brotos, que crescem e desprendem-se da esponja que o gerou, dando
origem a um novo indivíduo.
Apesar da forma assexuada ser a mais comum, os poríferos também se
reproduzem de maneira sexuada. Nesse modo de reprodução, o macho
libera o espermatozoide na água, que nada até os óvulos — normalmente
localizados no meso-hilo da esponja fêmea. Forma-se um zigoto que se
desenvolve até a fase de blástula, quando sai do corpo da esponja-mãe pelo
ósculo. A blástula fixa-se e origina uma nova esponja. Algumas espécies
apresentam ainda uma fase larval, portanto, possuem desenvolvimento
indireto.
170
Desmospongiae: Os representantes são, na sua maioria, marinhos
e apresentam espículas silicosas com um a quatro raios.
Hexactinellidae: Possui apenas representantes marinhos e
apresentam espículas silicosas com seis raios.
CNIDÁRIOS
O filo Cnidaria representa animais de corpo bastante simples e que vivem
em sua grande maioria em ambiente marinho. Chamados anteriormente de
celenterados, os cnidários englobam mais de 11000 espécies, como os
corais, anêmonas-do-mar e águas-vivas. São encontrados da Linha do
Equador aos polos, sendo abundantes nas águas tropicais. Podem ser
encontrados vivendo de forma solitária ou formando colônias.
Os cnidários são animais diblásticos (possuem dois folhetos germinativos)
e possuem tecidos, simetria radial e apenas um orifício corporal: a boca.
Essa abertura corpórea está rodeada por variados tentáculos que são uma
forma importante de defesa, além de ajudar na captura de alimento.
Nos tentáculos dos cnidários, principalmente, encontram-se estruturas
especializadas que causam irritação denominadas de nematocistos. Eles
atuam como cápsulas que liberam substâncias urticantes em quem os toca.
O nematocisto está localizado em uma célula denominada
de cnidócito, também chamada de cnidoblasto, e contém um fio tubular
enrolado sobre si mesmo. Essa estrutura é ativada quando algo encosta em
uma expansão denominada cnidocílio, que funciona como um gatilho,
disparando o nematocisto.
171
Os
cnidários não possuem sistema circulatório, respiratório e excretor.
Também não possuem um sistema nervoso central, mas apresentam um
rede difusa de células nervosas espalhadas pelo corpo. Além disso, vale
destacar que eles possuem órgãos sensoriais simples.
A parede do corpo dos cnidários é formada por dois epitélios: a epiderme
externa e a gastroderme, que reveste a cavidade gastrovascular. Entre os
dois epitélios está localizada a mesogleia, que varia de espessura em cada
espécie, sendo bem desenvolvida em medusas.
Alguns cnidários possuem um ciclo de vida com alternância entre uma fase
livre e natante (medusa) e uma fase séssil (pólipo); outros, no entanto,
apresentam apenas uma dessas fases por toda a vida. Aqueles que
apresentam durante o desenvolvimento a forma de pólipo e medusa são
denominados de metagenéticos.
As medusas possuem corpo gelatinoso em formato que lembra um guarda-
chuva ou um sino, sendo a superfície convexa a superior e a parte côncava
a inferior. Ao movimentar-se, as medusas, normalmente, deixam sua boca
voltada para baixo. Como exemplo dessa forma de cnidários, podemos citar
as águas-vivas. Os pólipos, por sua vez, possuem corpo tubular com boca
circundada por tentáculos moles. São exemplos dessa forma as hidras e
anêmonas (veja figura a seguir).
172
Hydrozoa: Possuem fase polipoide predominante e vivem, em sua
maioria, em água salgada. Exemplo: Caravela-portuguesa (Physalia
pelagica).
Scyphozoa: Animais exclusivamente marinhos que possuem a
forma medusoide predominante. Exemplo: águas-vivas.
Cubozoa: Possuem forma medusoide predominante, mas os
representantes desse grupo apresentam formato cúbico.
Exemplo: Chiropsalmus quadrumanus.
PLATELMINTOS
O Filo Platyhelminthes, ou simplesmente platelmintos, reúne um grupo de
organismos que possuem corpo alongado e achatado dorsoventralmente.
Muitos costumam chamar os representantes desse grupo simplesmente
de vermes achatados, em razão da ausência de patas e do formato de fita
característico.
Alguns representantes desse grupo possuem vida livre, tais como as
planárias. Todavia, esses organismos destacam-se por suas formas
parasitas, como é o caso do Schistosoma mansoni e da Taenia. Vale
destacar que, entre os platelmintos de vida livre, a maioria encontra-se no
mar, mas existem espécies de água doce e terrestres.
Os platelmintos foram o primeiro grupo de organismos que
apresentousimetria bilateral, ou seja, corpo que pode ser dividido em duas
metades iguais. Além da simetria, podemos destacar como características:
a presença de três folhetos germinativos (triblásticos), ausência de celoma
(acelomados) e corpo dividido em segmentos (ametaméricos).
Esses animais possuem sistema digestório incompleto, mas há alguns
representantes, como a Taenia, em que esse sistema encontra-se ausente.
O sistema excretor é constituído por protonefrídios – túbulos ramificados
com uma célula excretora na extremidade. Essa célula pode apresentar um
flagelo, recebendo o nome de solenócito, ou apresentar vários flagelos,
sendo denominada de células flama. A respiração ocorre por difusão,
sendo, portanto, cutânea. Esses animaisnão possuem sistema circulatório.
173
Os platelmintos possuem sistema nervoso centralizado e ganglionar com
dois gânglios nervosos de onde partem dois cordões que se estendem pelo
corpo. Desses cordões partem os nervos que atuam no controle de
músculos e no recebimento de estímulos. Como órgãos sensoriais, alguns
desses animais apresentam estruturas quimiorreceptoras e
fotorreceptoras.
A reprodução dos platelmintos varia de acordo com o grupo estudado,
podendo ser assexuada ou sexuada. Entre as formas assexuadas, podemos
citar a fissão transversal e a regeneração. No caso da reprodução sexuada,
destacam-se a autofecundação e a fecundação cruzada.
ANELÍDEOS
Os anelídeos (Filo Annelida) são animais triblásticos, que apresentam
celoma (cavidade revestida pela mesoderme) e possuem o corpo composto
por segmentos (metameria). Entre os representantes desse filo, podemos
citar a minhoca, animal muito usado como isca em pescarias e conhecido
graças à capacidade de formação do húmus. Além disso, existem espécies
marinhas, como os poliquetas; e ectoparasitas, como as sanguessugas.
Os segmentos do corpo dos anelídeos são denominados metâmeros. Cada
segmento é separado internamente por uma membrana que apresenta
musculatura própria, ou seja, o alongamento e encurtamento dos
segmentos independem um dos outros. Além disso, é encontrado um par
174
de
gânglios nervosos, um par de órgãos excretores e um par de bolsas
celômicas em cada metâmero.
Os anelídeos possuem um sistema circulatório fechado, composto por dois
vasos longitudinais ligados por meio de vasos laterais. Na região anterior,
os vasos laterais possuem capacidade de contração, impulsionando, assim,
o sangue. Graças a essa capacidade de bombeá-lo, são chamados de
corações laterais. Os anelídeos possuem hemoglobina, mesmo pigmento
existente no sangue dos seres humanos. Essa substância, formada
principalmente por ferro, ajuda no transporte de oxigênio.
O sistema digestório é completo, ou seja, possui boca e ânus, e a digestão
é externa. Sua alimentação baseia-se praticamente na ingestão de matéria
orgânica vegetal em decomposição. Entretanto, podem apresentar
espécies com outros tipos de alimentação, é o exemplo da sanguessuga,
que se alimenta de sangue de outros animais.
ARACNÍDEOS
175
Os
artrópodes são invertebrados bastante diversificados que ocupam
praticamente todos os ambientes do planeta. O sucesso desse grupo deve-
se principalmente à presença de um exoesqueleto de quitina que protege
o corpo do animal. Além do exoesqueleto, esse grupo é caracterizado pela
presença de patas articuladas (aspecto que originou seu nome: Athos =
articulados; podos = pé).
Os artrópodes podem ser divididos em quatro subfilos: Crustacea,
Hexapoda, Myriapoda e Chelicerata. O subfilo Chelicerata apresenta corpo
dividido em cefalotórax (prossoma) e abdômen (opistossoma), não possui
antenas, além de deter quatro pares de patas, quelíceras e pedipalpos. Nos
escorpiões, o abdômen é dividido em tronco (mesossoma) e cauda
(metassoma). Na região da cauda é encontrada uma estrutura que é usada
para inocular a peçonha (télson). Nos ácaros, o cefalotórax e o abdômen
parecem fundidos em uma única peça.
As quelíceras e pedipalpos atuam ajudando o animal na captura do
alimento, bem como na dilaceração. Nas quelíceras das aranhas é
encontrado veneno. O pedipalpo também pode ser usado na reprodução.
176
trágica, uma vez que, em algumas espécies, a fêmea come o macho após o
acasalamento.
EQUINODERMOS
O filo Echinodermata reúne animais invertebrados exclusivamente
marinhos que possuem como representantes os pepinos-do-mar, as
estrelas-do-mar, os ouriços-do-mar, entre outros. Seu nome é está
relacionado ao fato de possuírem o corpo coberto por espinhos (echinos =
espinho; derma = pele). Além dos espinhos, no corpo de alguns
representantes encontramos estruturas chamadas de pedicelárias, que
ajudam na remoção de detritos do corpo do animal. Em algumas espécies,
essa estrutura possui veneno.
São animais triblásticos que apresentam simetria bilateral quando no
estágio larval e radial (pentarradial) quando adultos. São celomados, não
possuem corpo segmentando e apresentam endoesqueleto. Além disso,
esses animais são deuterostômios, ou seja, o blastóporo origina o ânus
primeiro que a boca. O facto de serem deuterostômios deixa esse filo mais
próximo dos cordados.
177
distribuição das substâncias pelo corpo do animal faz-se normalmente pelo
fluido celomático. A excreção é feita no sistema hidrovascular.
Os equinodermos locomovem-se graças à presença de um sistema de
locomoção denominado sistema ambulacrário ou hidrovascular. Esse
sistema é constituído por uma placa madrepórica, que permite a entrada
de água no corpo do animal. Essa placa comunica-se com um canal circular
de onde saem canais radiais. Cada canal apresenta várias ampolas que se
ligam aos chamados pés ambulacrários. Quando as ampolas contraem-se,
a água é levada aos pés ambulacrários, que inflam e fixam-se ao substrato.
A fixação acontece graças à presença de ventosas na ponta dos pés. Para
soltar do substrato, os pés contraem-se, empurrando a água de volta para
as ampolas. Esse sistema, além de permitir a locomoção, é muito
importante na captura de presas. É uma característica exclusiva desse filo.
Nos ouriços-do-mar, é possível perceber uma estrutura formada por cinco
dentes calcários que atuam ajudando na alimentação do animal. Essa
estrutura é denominada lanterna-de-aristóteles.
178
FILO CHORDATA
Nós, homens, pertencemos a um filo chamado de Chordata. Os
representantes dos cordados são celomados, triblásticos, metamerizados,
deuterostômios e com simetria bilateral.
Além das características já citadas, algumas delas são exclusivas dos
cordados e estão relatadas a seguir. Vale destacar que as características
abaixo relacionadas podem estar ou não no indivíduo adulto, entretanto
sempre aparecem em alguma fase da vida do animal.
Tubo nervoso dorsal: responsável pelo surgimento do sistema
nervoso. É originado de invaginações do ectoderma;
Notocorda: responsável pelo sustentamento do corpo do embrião.
Em muitas espécies, a notocorda desaparece ainda no
desenvolvimento embrionário. Essa estrutura é derivada do
mesoderma;
Fendas faringianas: fendas localizadas na região lateral da faringe.
Nos cordados aquáticos, elas dão origem às brânquias, enquanto
nos terrestres as fendas desaparecem ainda no início do
desenvolvimento;
Cauda musculosa pós-anal: ela é encontrada em alguns animais,
enquanto em outros desaparece ainda na fase embrionária, como
nos humanos. Outros animais apresentam essa cauda por toda a
vida e, neles, ela tem a função de ajudar na captura de alimentos,
na natação, entre outras.
179
ÁCAROS
Os ácaros são aracnídeos pertencentes à subclasse Acari. Possuem
quelíceras, que variam muito de uma espécie para outra, quatro pares de
patas quando adultos e não apresentam antenas. Podem ser classificados
em duas ordens dentro da subclasse Acari, Parasitiformes e Acariformes, e
apresentam mais de 30 mil espécies diferentes.
Esses artrópodes apresentam órgãos capazes de receber estímulos
sensoriais, além de ocelos, uma espécie de olho. São de pequena dimensão,
com tamanho que varia entre 0,2 e 0,33 mm, e servem de alimento para
aranhas, insetos e até mesmo outros ácaros.
180
INSETOS
Os insetos, que pertencem ao filo dos artrópodes, são o maior grupo de
animais existente, com mais de 900.000 espécies distintas. A principal
característica que concedeu esse grande sucesso adaptativo aos insetos é a
sua capacidade de voo, que permite a esses animais fugir de predadores,
buscar alimentos ou até mesmo procurar por condições ambientais que
favoreçam sua sobrevivência. Os insetos ocupam diversos ambientes, mas
a maior quantidade de espécies está no meio terrestre.
Características gerais dos insetos
Os insetos, assim como outros artrópodes, possuem um exoesqueleto
quitinoso em seu corpo, o qual está relacionado, principalmente, com a
proteção contra predadores e a perda excessiva de água. Além disso,
apresentam apêndices pareados e articulados e uma musculatura
desenvolvida (ALMEIDA, 2007).
181
Observe algumas das principais partes do corpo de um inseto
182
Mesmo causando certos malefícios, os insetos são essenciais para diversas
espécies de seres vivos. Entre os principais papeis exercidos pelos insetos
no ambiente e para a sociedade, podemos citar:
Participação na polinização de diversas espécies vegetais;
Participação na cadeia alimentar;
Produção de produtos de valor econômico: mel, cera e corante;
Papel na Criminalística (entomologia forense).
CRUSTÁCEOS
Os crustáceos formam um grupo de animais que pertencem ao filo
Arthropoda e, por isso, apresentam características típicas desse filo, como
presença de exoesqueleto, pernas articuladas e corpo segmentado. O
subfilo Crustacea (crusta = crosta) possui esse nome porque seu
exoesqueleto está impregnado de carbonato de cálcio, o que garante uma
proteção superior quando comparados a outros artrópodes.
Como representantes dos crustáceos, grupo que apresenta mais de 60.000
espécies, podemos citar os caranguejos, camarões, lagostins, lagostas e
tatuzinhos-de-jardim. Percebe-se, portanto, que, em sua maioria, são
grupos encontrados no ambiente aquático, mas também há espécies
terrestres.
Os crustáceos apresentam uma grande variedade morfológica, sendo
considerados um dos grupos mais diversificados. O menor crustáceo
apresenta cerca de 100 µm, e os maiores, como o caranguejo-aranha do
Japão, apresentam até 4 m de abertura de pernas.
Características gerais
Os crustáceos possuem simetria bilateral e corpo dividido em cefalotórax
e abdome ou, ainda, cabeça, tórax e abdome. Como dito,
seu exoesqueleto é formado por quitina e também carbonato de cálcio, o
que aumenta a resistência da estrutura.
Apresentam dois pares de antenas na cabeça, o que é uma característica
única nos artrópodes, que geralmente apresentam apenas um par.
183
Também possuem um par de mandíbulas, comumente cobrindo a boca,
e dois pares de maxilas.
184
O camarão e a lagosta são espécies de crustáceos amplamente utilizadas na alimentação
humana
METAMORFOSE
185
possui asas; depois, observa-se a ninfa com asas em formação até
se tornar um indivíduo adulto.
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
186
d) Todas as opções estão correctas.
4. Com base nas cetas faça ligações das classificações de classes dos equinodermos
com os respectivos exemplos:
Classe Exemplos
Echinoidea Serpentes-do-mar.
Ophiuroidea Ouriço-do-mar e bolachas-da-praia
Crinoidea Lírios-do-mar.
Holothuroidea Estrelas-do-mar.
Asteroidea Pepinos-do-mar.
Sumário
187
Os peixes são animais que vivem apenas em ambientes aquáticos
e representam o maior grupo de vertebrados que existe. Podem
ser classificados em três grupos principais: Ágnatos, os ósseos
os cartilaginosos.
Metamorfose são as modificações perceptíveis na anatomia dos
seres vivos durante seu ciclo de vida. Isso quer dizer que o
organismo nasce com uma forma e sofre grandes modificações em
seu corpo durante seu desenvolvimento, tornando-se
completamente diferente na fase adulta.
Os peixes são animais que vivem apenas em ambientes aquáticos
e representam o maior grupo de vertebrados que existe. A água
que entra pelo corpo do porífero leva para fora do corpo os
produtos resultantes da actividade celular, tais como gás
carbônico e excretas.
188
b) Pequenos, médios e grandes.
c) Ágnatos, os ósseos os cartilaginosos.
d) Todas opções estão corectas.
5. Quais dos seguintes animais abaixo possui um corpo dividido em cabeça, tórax e
abdome:
a) Formiga.
b) Gafanhoto.
c) Aranha.
d) As opções a) e b).
189
b) Cada ave possui um tipo de bico específico, que está diretamente associado
ao alimento que é ingerido.
c) Esses bicos apresentam dentes bem pequenos, mais uma característica que
ajuda na redução do peso corpóreo.
d) A água que entra pelo corpo do porífero leva alimento, minerais e oxigênio
para todas as células.
10. Nas frases abaixo coloque V nas afirmações Verdadeiras e F nas afirmações
Falsas.
a) A zoologia dos vertebrados é responsável pelo estudo dos animais que
não possuem espinha dorsal e caixa craniana
b) Os poríferos classificam-se em três classes principiais: Calcarea,
Desmospongiae e Hexactinellidae.
c) Os peixes são animais que vivem apenas em ambientes aquáticos e
representam o maior grupo de vertebrados que existe.
d) A água que entra pelo corpo do porífero leva para fora do corpo os
produtos resultantes da actividade celular, tais como gás carbônico e
excretas.
190
TEMA – VII: ECOLOGIA E AMBIENTE DE MOÇAMBIQUE
Introdução
191
Moçambique é caracterizado por possuir vários rios permanentes, os quais
atravessam o país, tais como os rios Rovuma e Lúrio ao norte, Zambeze e
Púngue na região central e rio Save, Limpopo e Incomáti ao sul. Os mangais
são ecossistemas que têm função ecológica de servir de viveiros de alguns
crustáceos de grande valor comercial como o camarão e peixes além de
proteção contra a erosão das dunas e outras funções pelo que a sua
remoção pode resultar em degradação ambiental.
192
dos
recursos naturais é um fenômeno que acontece em Moçambique bem
como em países vizinhos (CHONGUIÇA & KATERERE, 2003).
Aspectos Geo-políticos
Durante mais de 16 anos Moçambique foi abalado por uma guerra civil que
terminou em 1992. Esta situação, aliada às condições geográfico-climáticas
com observância de factores adversos tais como secas periódicas severas
no sul do país e cheias principalmente ao Norte, mas também atingindo
zonas normalmente afetadas por secas (MICOA 1998), fez com que as
Nações Unidas no seu relatório de 1992 sobre Moçambique, considerar o
Ser Humano a espécie mais ameaçada no país (Encyclopedia of the Nations,
2008b).
193
O
manejo inadequado dos recursos renováveis leva à degradação do
ambiente, tais como, pesca, exploração excessiva de florestas e exposição
dos solos à erosão (United Nations Development Programme, 1998).
Agricultura
Sendo o setor agrário caracterizado pela agricultura familiar, como principal
meio de sustento, as actividades agrícolas dependem em grande parte da
agricultura de sequeiro (Instituo Nacional de Estatística, 2007). A
agricultura de subsistência por pequenos agricultores, apresenta em muitos
casos, práticas inadequadas de preparo do solo. Stewart e Robison (1997)
reportam práticas inapropriadas de uso de terras para actividades agrícolas
envolvendo o corte e a queima, as quais resultam na degradação de solos,
florestas e perda de habitat.
De acordo com Encyclopedia of the Nations (2008c), um dos maiores
problemas ambientais inclui a perda de 70% das florestas do país. Para
fazer face a esta situação foram lançados no país, projetos de
reflorestamento envolvendo basicamente o plantio de coníferas e
eucaliptos.
Não sendo a erosão um problema geral, em alguns locais, no entanto, é
considerada séria, tais como em Angónia na província de Tete, com mais de
1000 mm de precipitação anual em média, encostas com declives
acentuados e muito gado. Nas encostas declivosas do oeste da província do
Maputo e Gaza o risco de erosão é alto (MOYO et al., 1993).
O desmatamento tem levado a população a aumentar as distâncias para
colheita de lenha chegando a atingir 6 km de caminhada; a lenha é
transportada para a capital Maputo a distâncias de mais de 50 km (MOYO
et al., 1993). Estes autores referiram que um dos ecossistemas mais
afetados é o mangal, particularmente a espécie Rhizophora mucronata
Lam, a qual entre 1973 e 1993 sofreu remoção em 7,7%, com
conseqüências para a estabilidade das dunas. A degradação das florestas e
escassez deste recurso é mais acentuada nas zonas peri-urbanas, as quais
necessitam de monitoramento.
194
adequadas de manejo destes recursos incluindo práticas corretas agrícolas,
florestais e de construção de estabelecimentos comerciais e recreativos.
Moyo et al. (1993) indicaram não haver dados do impacto pela acumulação
de poluentes nos solos e rios derivado do uso de fertilizantes e pesticidas
na agricultura mecanizada em zonas de grandes planícies das bacias dos
maiores rios. Chonguiça (1995) reportou que áreas extensivas de
agricultura comercial como cana do açúcar representam um potencial
significativo de produção de sedimentos. World Bank (1988) observou que
a salinização e alcalinização dos solos em áreas irrigadas são relevantes no
país, quando as áreas irrigadas não são suficientemente drenadas, em casos
de excessiva água de irrigação ou quando o substracto contiver grandes
quantidades de sais ou álcali.
Pescas
Moçambique possui uma linha costeira de cerca de 2.770 km, com
abundância de recursos marinhos, fonte importante de alimento e
rendimento. Têm sido reportados métodos de pesca não recomendados
tais como o uso de redes de arrasto, o que contribui para a destruição
desses recursos marinhos com consequências negativas no balanço das
espécies (BANDEIRA, 2007).
Citando Obura (2004) apud Bandeira (2007) referiu que o fenómeno “El
Niño” já causou avultado e severo branqueamento dos recifes de corais no
Oceano Índico com impactos nos recifes.
Indústria
O grau de industrialização em Moçambique é ainda baixo podendo ser
considerável desprezível no geral, mas severa em áreas localizadas como ao
redor de grandes cidades, tais como Maputo, Beira e Matola. Nestes casos
a poluição pode ser resultado do efeito combinado, entre outros, de
equipamentos obsoletos e sistemas tecnológicos e fraca regulação para
proteção da população contra resíduos perigosos em alguns casos (MOYO
et. al., 1993). Estes autores afirmam desconhecer a magnitude do problema
tal como por exemplo o efeito da fábrica de cimento o qual enfrenta
dificuldades de sistemas de filtragem.
De acordo com Moyo et al. (1993) e Massinga & Hatton (1997) na área de
Maputo e Matola, ao sul do país, existem pelo menos 126 indústrias
incluindo uma destiladora para produção de cerveja, uma fábrica de pneus
e fábrica de papel, algumas das fábricas mais importantes fazem as
descargas na baía do Maputo com consequência no aumento da poluição
da baía.
Moçambique é caracterizado por possuir vários rios permanentes, os quais
atravessam o país, tais como os rios Rovuma e Lúrio ao norte, Zambeze e
Púngue na região central e rio Save, Limpopo e Incomáti ao sul. O país
possui cerca de 100 km3 de recursos hídricos renováveis, sendo o uso
195
destes recursos de 9% para o consumo doméstico, 2% no setor industrial, e
89% para a agricultura, conforme indica Encyclopedia of the Nations
(2008d).
196
pesados, hidrocarbonetos dos petróleos e aerosol. Estes autores indicaram
haver poluição bacteriológica na área da cidade do Maputo por colifórmios
o mesmo não acontecendo na zona dos banhistas, considerada
negligenciável. Os mesmos autores consideraram que os níveis detectados
de metais pesados tanto nos sedimentos da baía como nas águas do mar
aberto na baía de Maputo correspondem aos padrões considerados
normais.
Mineração
Um dos maiores recursos que o país possui inclui a abundância de energia
barata proveniente de minas de carvão. Apesar de grande potencial em
recursos minerais, o país desenvolveu pouca actividade de mineração. A
exploração e utilização dessa energia é considerada ineficiente devido ao
facto de a maior parte desses recursos permanecer inexplorada, com
consequências nefastas ao ambiente (Encyclopedia of the Nations (2008e).
Os efeitos ambientais principais resultantes desta actividade incluem a
poluição da água, infertilidade da terra, desflorestação, poluição do ar em
áreas populosas e mudanças no equilíbrio de alguns ecossistemas (MOYO
et al., 1993). Os maiores problemas de poluição atmosférica resultante da
mineração em Moçambique poderão ocorrer nas minas de carvão de
Moatize se medidas de protecção não forem devidamente tomadas pois
poluentes como o dióxido de enxofre, óxidos de nitrogénio e monóxido de
carbono podem constituir perigo de saúde para as populações vizinhas.
Segundo Smirnov et al. (2002) e Queface et al. (2003) o conteúdo de aerosol
no leste da baía do Maputo indica a existência de poluição pelo enxofre
principalmente proveniente das minas de carvão ao norte da África do Sul.
Estes autores acrescentam que o valor da espessura do aerosol óptico
medido na Inhaca ao sul de Moçambique atingiu médias superiores a 0,26
o que constitui um valor acima do normal tendo concluído que essa
poluição pode depois ser levada ao oceano com efeitos nos organismos
marinhos.
Queimadas descontroladas
Tyson et al. (1996) e Swap et al. (2002) constataram que o interesse regional
no monitoramento dos aerosóis na região Austral e África aumentaram
devido ao reconhecimento de padrões de re-circulação em larga escala dos
aerossóis no subcontinente e também devido à existência de camadas
estáveis que segundo Cosijn & Tyson (1996) resultam na acumulação de
uma camada substancial de aerossóis no subcontinente.
Queface (2003) observou um aumento significativo de conteúdos de
aerosol sobre a região da Inhaca, ao sul de Moçambique durante os meses
de agosto a outubro, período da estação seca e de maior ocorrência de
queimadas descontroladas sugerindo que a biomassa queimada representa
uma forte contribuição no conteúdo em aerosol.
197
Cumbane (2003) e Schwela (2007) apontam as queimadas descontroladas
nas zonas rurais principalmente na região norte e centro do país, como uma
das fontes principais de emissões de poluentes do ar para a atmosfera
causando poluição do ar. Cumbane (2003) referiu que a medição de
poluição do ar iniciou em 1996, observando que a queima de biomassa era
a principal fonte de partículas (aerosol) na atmosfera seguida de actividades
industriais.
Saúde
O estado de saúde da população moçambicana é fortemente influenciado
pelas condições sócio-econômicas e ambientais, entre eles o analfabetismo
(especialmente entre as mulheres), má nutrição, habitação em precárias
condições e difícil acesso à água potável (apenas 50% da população tem
acesso à água potável). Além disso, o elevado nível de degradação do meio
ambiente especialmente nas zonas urbanas e periurbanas, associado ao
alto nível de pobreza são determinantes para o quadro epidemiológico de
doenças infecciosas e parasitárias, atingindo os mais vulneráveis (mulheres
e as crianças) com altas taxas de mortalidade infantil e materna (WHO,
2004).
Observa-se grandes disparidades entre as zonas rurais e urbanas, conforme
verificado na taxa de mortalidade materna e de menores de cinco anos que
é de 39% mais altas nas zonas rurais que nas urbanas (WHO, 2004). Os
indicadores de saúde infantil em menores de cinco anos demonstram que
a taxa de mortalidade passou de 207 para 1.000 nascidos vivos em 1997
para 153 em 2003 (PARPA, 2004). Em inquérito realizado constatou-se
redução da prevalência da subnutrição entre 1996 e 2003, e a necessidade
de acesso aos serviços sociais básicos, falta de unidades de saúde próxima
da residência, transporte de pacientes doentes e falta de pessoal entre
outros. O PARPA (2004) relata ainda que as estatísticas indicam que o índice
de desnutrição crônica é de 41% nas crianças menores de cinco anos.
Conforme a Organização Mundial da saúde (2004) os principais problemas
de saúde pública em Moçambique são a malária, o HIV/AIDS, tuberculose,
diarréias, infecções respiratórias e o sarampo.
Malária
A malária é uma doença parasitária causada por um protozoário parasita do
gênero Plasmodium, transmitida pela picada do mosquito Anopheles a
maior causa de morbimortalidade, constituindo cerca de 40% das
consultas. As comunidades rurais e pobres são as que mais sofrem com a
doença pela falta de conhecimento e medidas de prevenção, sua elevada
taxa de transmissão e difícil acesso aos serviços de Saúde, levando a morte
entre 3,9% e 6,2% da população infantil e adulta, respectivamente (WHO,
2004).
198
Esta é uma das mais comuns e sérias doenças tropicais, é endêmica em todo
o país, nas áreas onde o clima favorece a sua transmissão ao longo de todo
o ano, atingindo o seu ponto mais alto após a época chuvosa (dezembro a
abril). A intensidade da transmissão varia de ano a ano e de região a região,
dependendo da precipitação, altitude e temperaturas.
Algumas áreas secas do país são tidas como propensas à epidemia, há
esperança é de que até 2011 a vacina contra a malária já esteja disponível
e salvando vidas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).
HIV/AIDS
O número de casos notificados de HIV tem aumentado de ano a ano devido
a expansão dos ambulatórios de testagem e a formação de mais quadros
em matéria de aconselhamento e testagem em saúde, entre 2003 a 2006 a
notificação aumentou em 80% e a taxa de HIV/AIDS indicam que 1,4 milhão
de indivíduos moçambicanos ou 16% da população entre 15 e 49 anos é
soropositiva, destes 57% é do sexo feminino, 36% é sexo masculino e 6,2%
são crianças (PARPA A taxa de transmissão é de 500 novas infecções
diariamente, está previsto que cerca de 800.000 mortes ocorrerão entre
2004 e 2010 para doentes de AIDS e doenças relacionadas e isto resultará
em um número significativo de órfãos vivendo em famílias substitutas,
estes enfrentarão sérios problemas de acesso à educação, pois, são
discriminados em termos de acesso aos recursos da família com que vivem
(NHATE et al. 2005).O difícil acesso aos recursos, torna ai mais limitante a
possibilidade de quebra do ciclo vicioso da pobreza, discriminação de
gênero e violência infantil.
Tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa documentada desde mais longa
data e que continua a afligir a Humanidade nos dias atuais. Estima-se que
sua bactéria causadora tenha evoluído há 15.000 ou 20.000 anos, a partir
de outras bactérias do gênero Mycobacterium, é uma importante causa de
morbimortalidade em Moçambique e tem constituído na primeira causa de
internação hospitalar em zonas rurais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).
A epidemia do HIV tem contribuído para o aumento do número de casos,
tendo em vista que 30% dos registros estão associados. Segundo os dados
avançados pela OMS, 49% dos doentes adultos de tuberculose são
portadores do HIV/AIDS, havendo locais, no país, onde este índice atinge os
70%. (WHO, 2004).
Hanseníase
A hanseníase uma doença infecciosa que afeta a pele e nervos periféricos,
mas tem uma ampla gama de possíveis manifestações clínicas.
Moçambique é o país com a mais elevada taxa de prevalência de hanseníase
da África e faz parte dos seis países mais afetados pela doença. No mundo
199
sua
taxa de prevalência atual (final do 1º trimestre de 2007), é de 1,4 por 10.000
habitantes. O Ministério da Saúde (2008) trabalha para melhorar a busca
ativa dos casos suspeitos e realizar o acompanhamento do tratamento
desta que tem afetado principalmente as regiões norte e centro de
Moçambique, tal doença está associada a factores socioeconômicos e a
pobreza (WHO, 2004).
Cólera
O agente causal, o Vibrião cholerae, apareceu pela primeira vez em
Moçambique em 1973, na cidade de Maputo, propagando-se pelo pais
durante as últimas décadas influenciado por uma série de factores tais
como o crescimento populacional urbano descontrolado, condições
higiênicosanitárias de má qualidade, comercialização de produtos
alimentares sem a devido controle sanitário e a seca (ARAGON, 1996).
Saneamento e Poluição
O acesso à água potável e ao serviço de saneamento básico constitui um
dos elementos geradores de qualidade de vida e da saúde das pessoas. A
carência deste serviço é representada pela taxa de mortalidade infantil,
sendo em sua maioria causadas por malária, diarréia e cólera (INE, 2004).
Além disso, devido a localização geográfica e a degradação ambiental,
Moçambique está vulnerável a catástrofes naturais como ciclones, secas e
cheias o que aumenta o risco de doenças com impactos negativos no bem
estar social (MOYO et al. 1993).
A principal legislação que regula questões da poluição do ar é a Lei
Ambiental, a avaliação do Impacto Ambiental e Regulamentar de Saúde e
Segurança, outras leis em preparação incluem os Padrões Industriais e
Ambientais de Emissão e o Regulamento de Auditoria e Inspeção Ambiental
(MORGADO, 2003).
Educação e cultura
Um dos factores que contribuem para a desigualdade entre gêneros em
Moçambique tem caráter sócio-cultural, econômico, religioso e étnico. E
para tentar diminuir estes o Ministério da Saúde tem investido na formação
de pessoal e de um estudo sobre gênero com o intuito de reduzir as
desigualdades existentes (WHO, 2004).
Conforme o PARPA (2004) Moçambique pretende reduzir a taxa de
analfabetismo em 10% entre 2006 e 2009 com a alfabetização de 1,5 milhão
de pessoas, destas 70% mulheres, por meio de programas de educacional
não formais em rádios, televisão e educação presencial. Um dos objectivos
do PARPA é assegurar a manutenção do equilíbrio ambiental em todo o
200
território nacional incluindo as áreas onde decorrem os novos projetos de
actividades de qualquer natureza. Melhorar a cobertura do abastecimento
de água e saneamento nas zonas rurais.
Nas zonas urbanas onde a densidade populacional é mais expressiva a
degradação ambiental pode contribuir para o aumento dos problemas de
saúde da família. As doenças endêmicas como malária e a cólera são
conseqüências diretas das condições precárias de drenagem e saneamento,
gestão de resíduos sólidos e abastecimento de água. O desenvolvimento
integrado do território poderá conter a proliferação de aglomerados
informais nos arredores dos centros urbanos, os quais representam um
atentado à saúde pública, bem estar social e biodiversidade (PARPA, 2004).
As grandes prioridades ambientais de Moçambique são: saneamento
básico, ordenamento territorial, prevenção da degradação do solo, gestão
dos recursos naturais incluindo controle das queimadas, educação
ambiental, redução da poluição do ar, solo, água, prevenção e redução dos
efeitos das calamidades naturais.
Sumário
O tema findo tratou acerca da Ecologia e Ambiente de Moçambique. Este tema foi
desenvolvido em uma Unidade Temática: Influências ambientais na qualidade
de vida em Moçambique. Os problemas ambientais encontrados em
Moçambique estão ligados a factores sociais, culturais e principalmente
econômicos. Conforme verificamos, por exemplo, na migração de
população das zonas rurais para centros urbanos no pós-guerra em busca
de melhores condições de vida, como o acesso a produtos e serviços.
201
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
1. Durante mais de 16 anos Moçambique foi abalado por uma guerra civil que
terminou em 1992.
a) Segundo a União Internacional para Conservação da Natureza, alguns
recursos naturais em Moçambique, são propriedade do Estado e outros
pertencem a população local.
b) A principal legislação que governa o manejo dos recursos naturais em
relação à conservação da terra, solos e áreas marinhas, de modo que o
usuário se obriga a adoptar medidas para sua conservação é a Lei de
Terra.
c) Segundo a IUCN, os recursos naturais, na sua totalidade em Moçambique,
são propriedade do Estado, determinando as condições do seu uso.
d) As opções b) e c) estão correctas.
202
desflorestação, poluição do ar em áreas populosas e mudanças no
equilíbrio de alguns ecossistemas.
b) O exôdo rural, contribuiu numa pressão sobre a utilização dos recursos
naturais e consequências nefastas para o ambiente e sua degradação,
incluindo a desertificação, poluição das águas superficiais e costeiras.
c) Se a exploração dos recursos mineirais for feita baseando-se na Lei dos
Recursos Minerais não haverá efeitos ambientais negativos incluindo a
poluição da água, infertilidade da terra, desflorestação, poluição do ar em
áreas populosas e mudanças no equilíbrio de alguns ecossistemas.
d) As opções a) e b) estão correctas.
203
UNIDADE Temática 7.2. EXERCÍCIOS deste tema.
204
4. Os problemas ambientais encontrados em Moçambique estão ligados a factores
sociais, culturais e econômicos. Seleccione um problema ambiental abaixo que
não esteja ligado a estes factores:
a) A exploração descontrolada dos recursos naturais, a falta de saneamento
básico e poluição do ar.
b) As catástrofes naturais, cheias e secas, desertificação, poluição das águas.
c) Aumento dos índices de seroprevalência de pessoas portadoras do virus
de HIV/Sida.
d) Todas as opções anteriores estão erradas.
5. Os problemas ambientais encontrados em Moçambique estão ligados a factores
sociais, culturais e principalmente econômicos. A explorração irregular dos
recursos florestais numa zona de conservação é considerada como sendo:
a) Um factor social.
b) Um factor cultural.
c) Um factor econômico.
d) Todas respostas estão correctas.
9. Moçambique possui uma linha costeira de cerca de 2.770 km, com abundância
de recursos marinhos, fonte importante de alimento e rendimento. Têm sido
verificados consequências negativas no balanço das espécies devido:
a) O uso de redes de arrasto.
b) Falta de conscientização nos pescadores.
205
c) Fraca conscientização nos pescadores.
d) Todas as respostas anteriores estão correctas.
206
Exercícios de Avaliação
207
12. Rever as páginas 161 à 162.
13. Rever as páginas 176 à 178.
14. Rever as páginas 194 e 195.
15. Rever as páginas 196 à 198.
Exercícios de Auto-avaliação
Unidade Temática 1.1 Unidade Temática 1.2 Unidade Temátiva 1.3
1. a) (V); b) (V); c) (F) 1. c) 1. d)
2. b) 2. c) 2. b)
3. c) 3. b) 3. d)
4. c) 4. a) 4. c)
5. b) 5. b) 5. b).
208
1. d)
2. d)
3. d)
4. c)
5. d)
Unidades Temáticas
Exercicíos do Tema I Exercicíos do Tema II Exercicíos do Tema III
1. d) 1. c) 1. a)
2. c) 2. a) 2. d)
3. d) 3. d) 3. b)
4. d) 4. b) 4. a)
5. a) (F); b) (V); c) 5. d) 5. b)
(V); d) (F); e) (F). 6. d) 6. d)
6. 1. a); 2. d); 3. b); 7. a) (V); b) (F); c) (V). 7. a)
4. a); 5. b); 6. c). 8. d) 8. d)
7. d) 9. c) 9. b)
8. d) 10. c). 10. d).
9. d)
10. d).
Exercicíos do Tema IV Exercicíos do Tema V Exercicíos do Tema VI
1. 1 – 3; 2 – 2; 3 – 1. 1. a) 1. b)
2. c) 2. c) 2. c)
3. a) 3. d) 3. d)
4. b) 4. c) 4. d)
5. d) 5. d) 5. d)
6. a) 6. d) 6. a).
7. d) 7. a) 7. a) (V); b) (V); c) (F); d) (V)
8. d) 8. b) 8. c)
9. a) 9. d) 9. d)
10. b). 10. d). 10. a) (F); a) (V); c) (V); d) (V)
Exercicíos do Tema VII
1. d)
2. d)
3. d)
4. d)
5. c)
6. d)
7. a)
8. b)
9. a)
209
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