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Enfermagem em Situações de Deficiência no Autocuidado

Recolha de espécimes para análise – sangue

Conceitos:
Teste laboratoriais…
… procedimento que envolve analise de fluidos corporais e amostras em geral
… faz-se uma comparação dos espécimes com os valores considerados normais
… faz-se com amostras biológicas recolhidas no ato da colheita

Obj. Da colheita:
Identificar agentes causadores de doenças
Estabelecer diagnósticos
Criar terapêuticas
Resposta do paciente
Exames de auxiliares de diagnóstico

Considerações a ter na recolha:


Assegurar preparação prévia para a colheita (jejuns, dietas, medicação…)
Confirmar a identidade da pessoa!
Identificação do frasco antes da recolha e em frente a pessoa (nome completo, nº do
processo/nº do utente, data, unidade de cuidados, tipo de amostra, nome do enfermeiro)
Caso não seja de imediato enviada para laboratório, assegurar o seu acondicionamento
de forma a não corromper a amostra

Recolha de sangue
Obtenção de amostras de sangue a partir da punção venosa
Esta recolha permite ter acesso a informação sobre o estado nutricional, hematológico,
bioquímico, metabólico, imunitário…
Cores dos frascos e ordem de recolha
1. Sem cor – Hemocultura: deteção da presença de bactérias no sangue,
identificação desse microrganismo e orientar o tratamento (deve-se realizar duas
colheitas distintas em 24horas, de preferência antes da iniciação da
antibioterapia. Não podem ser refrigeradas!!, tem de ser enviadas imediatamente
para laboratório (se isto não for possível, conservar numa estufa a 37ºC))
2. Vermelho/Amarelo – ativador de coágulo/ativador de coágulo +gel: utilizados
para análises bioquímicas, tipagem sanguínea, sorologia, imunológico e
marcadores cardíacos e tumorais
3. Azul – citrato de sódio: provas de coagulação
4. Verde – heparina de lítio: bioquímico
5. Roxo – EDTA: hemograma (eritrograma, leucograma, plaquetas sanguíneas)
6. Cinza – Fluoreto de sódio +EDTA: dosagem de glicose, lactato, e hemoglobina
glicada
São analises frequentes… hemograma, biquimica/sorologia, velocidade de
sedimentação, hemoculturas, provas de coagulação e determinação do grupo
sanguíneo
Meios para obtenção da amostra:
 Punção venosa periférica – agulha de calibre 20/21G e seringa de volume
adequado à quantidade de amostra a recolher. Com sistema de vácuo
 Cateter venoso central
Contraindicação do membro a puncionar:
Celulite ou flebite
Drenagem venosa ou linfática comprometida (ex. mastectomia totais)
Existência de fluidos em perfusão
Fistulas arteriovenosas

Procedimento da recolha de sangue (PL)

Autocuidado na Pessoa com Alterações do Sistema Respiratório


Avaliação do sistema respiratório

Momentos da respiração: Etapas da respiração:


Inspiração: fenómeno
ATIVO dependente de
forças desenvolvidas pelos
musculos respiratórios
Difusão
Expiração: fenómeno Movimento de Trocas gasosas Trocas gasosas
PASSIVO dependente da entrada e saída entre o sangue e entre os
relação elástica de ar para os os alvéolos capilares e as
toracopulmonar pulmões células

Ventilação Perfusão
Mecânica ventilatória:
Composta pela dinâmica costal e pela dinâmica diafragmática
Dinâmica costal:
 Costelas superiores – Aumentam o diâmetro antero-posterior do tórax
 Costelas inferiores – Aumentam o diâmetro transversal do tórax
Fatores que influenciam a dinâmica costal:
1. Inclinação do plano costal em repouso
2. Posição corporal
3. Interdependência costovertebral

Fatores que influenciam a dinâmica diafragmática:


1. Posição e curvatura do diafragma
2. Posição corporal

Pessoa com alterações da função respiratória


Sintomas respiratórios associados
Tosse – ato reflexo, que protege e limpa a via aérea; pode ser seca ou produtiva, e ter
ocorrência aguda ou crónica
Expetoração – se está ou não presente no reflexo da tosse; pode ser hemática, rosadas,
esverdeadas, amareladas, esbranquiçadas
Dispneia – sensação subjetiva de falta de ar que leva a um aumento da frequência
respiratória
Dor – só é sentida quando a pleura parietal é atingida; dor tipo pontada, piora com
inspiração e tosse e pode irradiar para a zona abdominal/cervical.

Exame de dinâmico:
Frequência Respiratória
Apneia < bradipneia < eupneia 12 cl/min – 20 cl/min < taquipneia
Auscultação
Sons respiratórios normais ≠ Ruídos adventícios – contínuos e descontínuos
Sibilos Crepitações
Roncos Atrito pleural
Sons traqueias, brônquicos, bronco vesiculares, vesiculares
Permeabilidade das vias aéreas:

Mecanismos
Drenagem fisiológicos
Tosse
Mucociliar de limpeza
Ensino da Tosse:
 Dirigida
 Assistida > Huffing (tosse sem fase de compressão)
Limpeza da via aérea comprometida: Intervenções
Avaliar evolução da limpeza aérea
Posicionar para facilitar a limpeza da via aérea
Inaloterapia
Técnicas de mobilização de secreções das vias aéreas
Tosse assistida
Hiperinsuflação manual
Aspirar a via aérea (PL)

Défice no Autocuidado relacionada com a Mobilidade


Défice no Autocuidado de Comer e Beber
Alimentação
Fornece energia e nutrientes necessários a homeostasia do organismo
Prevenção de certas doenças
Contribui para o crescimento e desenvolvimento

A alimentação não tem de satisfazer somente as necessidades fisiológicas, tem de


ser uma experiência positiva que promova a satisfação emocional, psicológica e
motivacional (fator importante em pessoas com falta de apetite)

Função do tubo digestivo:


Ingestão – entrada de alimentos
Digestão – transformações químicas e mecânicas dos alimentos para serem capazes de
absorção
Absorção – passagem dos alimentos digeridos para o sangue ou linfa

Alimentação
Completa Variada Equilibrada
saudável

Higiene alimentar:
1. Alimentação deve ser diversificada de modo a fornecer todo o tipo de
nutrientes ao organismo
2. Ingestão de pelo menos 1 litro e meio de água
3. A hora das refeições deve ser um período calmo, com tempo para mastigar
bem os alimentos. Deve ser um período de relaxamento, comunicação e
interação
Fatores que influenciam hábitos alimentares:
 Fase de desenvolvimento – os requerimentos nutricionais alteram-se durante
toda a vida consoante
 Condições socio- económicas
 Cultura e religião
 Fatores psicológicos (nomeadamente imagem corporal )
 Consumo de álcool, medicamentos e outras drogas
 Estado de saúde
Avaliação clínica nutricional:
História alimentar
Exame físico
Dados antropométricos
Dados laboratoriais

Balanço Hídrico:
Necessidade diária de igual = debito urinário + perdas insensíveis – água endógena
Suprimento hídrico:
Alimentos – 1000cc
Fluidos – 1300cc
Reações químicas do organismo – 300cc
Total = ingestão + produção – 2600cc

Eliminação hídrica:
Urina – 1500cc
Fezes - 100cc a 200cc
Pele e respiração – 900cc
Total = 2600cc

Satisfação da necessidade de comer e beber:


A dependência desta satisfação pode resultar de:
 Falta de capacidade
 Falta de vontade
 Falta de conhecimentos

Intervenções de enfermagem
Pessoa totalmente capaz – encorajar a satisfazer a necessidade. Dar autonomia na
toma de decisões relativas à sua dieta
Pessoa parcialmente capaz – encorajar a esforça-se para satisfazer a necessidade.
Pessoa incapaz – dialogar os padrões alimentares usuais normais. Devem ser as
últimas distribuídas e mantidas quentes.

Preservar e incentivar a autonomia possível


Ajudar conforme o nível de dependência e as necessidades da pessoa
Permitir a realização de hábitos associados ao ato da alimentação
Estimular e valorizar esforço
Respeitar tempo

Manter a pessoas na posição em que comeram entre 30 a 60 min


Alimentação enteral
Administração de alimentos através de um tubo inserido no trato gastrointestinal
Tem como indicação doentes que…
… não conseguem
… não queiram
… não devam
Ingerir uma quantidade adequada de alimentos pela boca
 Recém nascidos prematuros
 Alterações do estado de consciência
 Complemento da alimentação oral
 Obstrução do esófago
 Paralisia, traumatismo ou descoordenação da mastigação e deglutição
 Apos cirurgia do pescoço e face
 Mau estado geral
A nutrição enteral pode apresentar-se:
Caseira: a base de alimentos na sua forma original, liquidificada ou passada
Industrializada: pó, líquida em sistema aberto, líquida em sistema fechado
As soluções devem ser constituídas por nutrientes essenciais de forma equilibrada,
de fácil digestão e absorção

As necessidades energéticas são determinadas de acordo com a idade, estado


nutricional da pessoa e taxa calórica que ingeria antes

Tipos de administração:
Intermitente – bólus (250ml, em 15min, 5 a 8 vz ao dia) ou
gravitacional/gotejamento (30 a 60 min, 3 a 6 vz ao dia)
Contínua (12 a 24 horas, 100 a 150ml/hora)

Défice no Autocuidado da Necessidade de Eliminar


Eliminação vesical
Função humana básica humana
Micção composta por 3 fases:
1. Fase de enchimento da bexiga
2. Fase de contração vesical e esfincteriana
3. Fase miccional
A eliminação vesical é regulada por:
Ingestão de líquidos e alimentos – sal, proteínas
Influencia neurológicas – hipertensão, hipervolémia (aumentam a micção)
Influencia hormonal – hormona anti-diurética

Eliminação vesical: volume


1,4L/dia = 1200 a 2000cc/dia
250 a 500cc por micção, 4 a 6 vz ao dia
Anúria - <100cc/24h
Oligúria - <400cc/24h
Poliúria - >2500/24h

Características da urina:
Cor da urina
Volume
Densidade
Odor
Transparência/turva
pH – 4,5 a 7,5

Alterações da necessidade de eliminação vesical


 Formação de urina – anúria, poliúria, oligúria
 Transporte e armazenamento – retenção urinária aguda ou crónica
 Excreção – infeção urinária
 Degenerativas – incontinência urinária:

 Funcional – incapacidade de chegar a wc

 Iatrogénica – medicamentos

 Reflexa – incapacidade para inibir e iniciar voluntariamente a micção


 Esforço – flacidez, enfraquecimento da musculatura pélvica

 Urgência – sensação de urgência miccional

Avaliar alterações da eliminação vesical:


História clínica
Exame físico

Intervenções de enfermagem:
Cateterismo vesical. Obj:
Controlar a incontinência
Esvaziar a bexiga – retenção urinária ou insucesso de outras intervenções
Monitorizar debito urinário
Executar irrigações da bexiga ou instilação de medicamentos
Obtenção de amostras assépticas de urina

Inserção, manutenção e remoção do cateter urinário (PL)

Colheita de amostras de urina


 Analise sumárias de urina – colheita para um frasco, primeira urina da manhã,
realizar higiene, desperdiçar primeiro jato, 10ml, enviar para lab. em 2h
 Urina de 24 horas – desperdiçar primeiro jato da manha e contar a partir dessa
hora, contentor de urina
 Urocultura/ Colheita asséptica de urina - = sumária + ter atenção em não tocar
no interior do frasco e tampa

Eliminação intestinal
A eliminação regular dos resíduos intestinais é essencial para o funcionamento normal
do corpo
Algumas alterações da eliminação podem afetar:
 Equilíbrio hídrico e eletrolítico,
 Estado nutricional,
 Integridade da pele,
 Conforto
 Autoconceito

Elementos de vigilância:
 Frequência – padrão da pessoa
 Quantidade – 200ml
 Cor
 Aspeto
 Consistência
 Forma
 Odor

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