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1. EXAME DE ADMISSIBILIDADE
Os Relatórios de Admissibilidade são aprovados se uma petição atender aos requisitos de admissibilidade
estabelecidos nos artigos 46 e 47 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de acordo com o
procedimento estabelecido nos artigos 30 a 36 do Regulamento da Comissão. No caso de um Relatório de
Admissibilidade ser aprovado, a petição se torna um caso, recebe um número de caso e entra no estágio de
Mérito.
Artigo 46
b. que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em que o
presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva;
Os peticionários alegam que o Estado violou os direitos do senhor José Luis Hernández à
integridade física, liberadade, garantias judiciais, proteção da honra e da dignidade, proteção da
família, igualdade perante a lei e proteção judicial, direitos contidos nos artigos I, II, V, XVIII, XXV e
XXVI da Declaração Americana de Direitos Humanos, assim como nos artigos 5, 7, 8, 11, 17, 24 e
25, da Convenção Americanda, além da violação ao artigo 7 da Convencão Interamericana para
Prevenir e Sancionar a Tortura.
A petiação aponta que em 7 de fevereiro de 1989 o Senhor José Luis Hernández foi detido
na Provincia de Buenos Aires por tentativa de roubo qualificado. Ficou preso por 1 ano e 6 meses em
condições inadequadas, local onde contraiu a doença meningite e nunca foi assistido devidamente, o
que ocasionou a piora do estado de saúde e danos permanentes, tais como perda da visão de um
olho, incapacidade parcial e permanente do membro superior esquerdo e perda da memória. Em
liberdade, o senhor Hernández demandou do Estado reparação, mas a ação foi rejeitada por estar
prescrita. Alega que a proteção judicial que teria direito foi negada.
O Estado, por sua vez, sustenta que o senhor Hernández foi hospitalizado em diversas
ocasiões e recebeu atenção médica. Alega que os tribunais indeferiram a demanda por ter excedido
o prazo estabelecido pela legislação interna para sua interposição e que a pretensão do autor e que a
Comissão revise resoluões internas que foram adversas à pretenção da vítima. Por isso o Estado
sustenta que o caso deve ser inadmitido.
Diante dos argumentos e provas apresentados a Comissão conclui que:
- É compentente para decidir sobre a reclamação apresentada e que a petição está
admitida à luz do disposto no artigo 46 da Conveção Americana, nos termos dos
artigos 5 (integridade), 7 (liberdade), 8 (garantias judiciais) e 25 (proteções judiciais)
da Conveção Americana, mas não quanto aos artigos 11, 17 e 24 da mesma;
Também admite quanto ao artigo 7 da Convenção Interamericana para prevenir e
Sancionar a tortura;
- En consequência, a Comissão notificará as partes, continuará a análise de mérito
relativa às supostas violações da Convenção Americana e publicará o presente
informe de admissibilidade.
2. RELATÓRIO DE MÉRITO
Na etapa de mérito, a CIDH decide se houve ou não violações de direitos humanos no caso analisado. O
procedimento da fase de mérito é regulado nos artigos 48 e 50 da Convenção Americana sobre Direitos
Humanos e nos artigos 37, 38, 39, 43 e 44 do Regulamento da Comissão. O estágio de mérito culmina com a
aprovação de um "relatório de mérito". Se o relatório de mérito concluir que os fatos do caso constituem
violações dos direitos humanos, também inclui recomendações ao Estado. Os relatórios de mérito aprovados
não são publicados imediatamente. Quando um relatório sobre o mérito é aprovado em conformidade com o
artigo 50 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, ele é confidencial e a Comissão o notifica apenas
às partes (Estado e peticionário).
Artigo 48
Artigo 50
1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo que for fixado pelo Estatuto da
Comissão, esta redigirá um relatório no qual exporá os fatos e suas conclusões. [...]
2. O relatório será encaminhado aos Estados interessados, aos quais não será facultado
publicá-lo.
3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular as proposições e
recomendações que julgar adequadas.
A - Sobre a falta de tratamento adequado constituindo tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes:
1. A Comissão reitera que o Estado tem função de garante de direitos das pessoas
privadas de liberade, em particular, por meio do juiz da causa que estava
obrigada o oferecer proteção judicial em relação às violações declaradas
anteriormente.
2. O papel do juiz da causa se limitou a ordenar atenção médica quando a mãe
denunciou suas doenças sem checar a realização do tratamento correspondente.
Aém disso, após denúncia das forte dores da vítima, o juiz demorou semanas
para ordenar atenção médica especializada. O juiz tinha conhecimento da piora do
quadro, mas não deu uma resposta oportuna e efetiva.
3. RECOMENDAÇÕES