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04/ DOUTRINA DH – SUPER REVISÃO (OPINIÕES CONSULTIVAS)

03/  Competência Consultiva da Corte IDH (art. 64, CADH): não exige partes (caráter multilateral) ou litígio (caráter não
contencioso), não exige violação de direitos humanos e não é vinculante. Pode ser de 2 tipos:
17 Controle de interpretação (art. 64.1, CADH): a Corte emite pareceres interpretativos acerca de tratados de direitos humanos
aplicáveis a Estados americanos (vide OC nº 1/1981).
Já houve solicitações de interpretação de normas de tratados fora do sistema interamericano (vide OC nº 16/1999
sobre a Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados e OC nº 17/2002 – sobre a Convenção sobre os Direitos das Crianças).
Controle de convencionalidade (art. 64.2, CADH): a Corte emite pareceres sobre a compatibilidade de atos
normativos internos dos Estados (leis, projetos de lei, normas constitucionais) e tratados de direitos humanos do sistema
interamericano.
O único Estado a fazer solicitações de pareceres sobre a compatibilidade de suas “leis internas” c/a CADH foi a
Costa Rica (vide Oc nº 4/1984, 5/1985, 12/1991 e 14/1994).
 Legitimados: CIDH, Estados-membros da OEA e órgãos da OEA.
 Opinião Consultiva nº 1/1982 (solicitante Peru): a Corte IDH decidiu (interpretação do art. 64, CADH) que possui competência
consultiva sobre toda disposição, concernente à proteção dos direitos humanos, de qualquer tratado internac. «aplicável»
aos Estados americanos, ou seja, não apenas a CADH e nem mesmo apenas tratados do sistema americano. Incluídos tratados
bilaterais (não apenas multilaterais), independentemente do objeto principal do tratado e mesmo tratados com participação de
Estados estranhos ao sistema americano.
Na mesma oportunidade, a Corte IDH entendeu que considera inadmissível a solicitação que promova desvirtuamento de sua
jurisdição contenciosa, podendo deixar de responder a consulta se verificar que pode conduzir a uma alteração ou deblitação em prejuízo
do ser humano ou do regime da CADH.
 Opinião Consultiva nº 2/1982 (solicitante CIDH): a Corte IDH decidiu (interpretação dos arts. 74 e 75, CADH) que um
Estado é parte da CADH a partir da data do depósito do instrumento de ratificação ou adesão.
 Opinião Consultiva nº 3/1983 (solicitante CIDH): a Corte IDH decidiu (interpretação do art. 4º.2, CADH) que é
inconvencional a extensão da pena de morte, não podendo o Estado aplicar pena de morte p/delitos p/os quais ela não
estava prevista, inclusive não podendo o Estado fazer reserva a tal dispositivo da CADH.
O Estado da Guatemala apresentou objeção no sentido de que a solicitação da CIDH tratava-se de “contencioso
encoberto”, pois tal Estado fez reserva ao art. 4º.4, CADH quando da ratificação, bem como não aceitou expressamente a
competência contenciosa da Corte IDH. A Corte IDH não admitiu a objeção, entendendo que as opiniões consultivas podem
eventualmente afetar os interesses de Estados que não tenham a competência contenciosa da Corte, entendimento em
consonância com o da CIJ também em sua jurisdição consultiva.
 Opinião Consultiva nº 4/1984 (solicitante Costa Rica): a Corte decidiu (compatibilidade da Constituição da Costa Rica c/a
CADH) que não é inconvencional a discriminação estipulando condições preferenciais p/obtenção de nacionalidade, por
naturalização, p/nacionais de países americanos, latino-americanos e espanhóis em detrimento dos demais estrangeiros,
bem como que não é inconvencional limitar tais preferências aos aos nacionais natos, em detrimento dos naturalizados.
Na mesma oportunidade, a Corte IDH (interpretação do art. 64.2, CADH) definiu a abrangência da expressão “leis internas” no
sentido de que engloba leis, atos normativos, projetos de lei, normas constitucionais e projetos de emenda constitucional. (vide OC
nº 6 e 7)
 Opinião Consultiva nº 5/1985 (solicitante Costa Rica): a Corte decidiu que (compatibilidade de lei da Costa Rica c/os arts. 13 e
29, CADH) é inconvencional, violando o dir. à liberdade de expressão, a exigência de licenciamento obrigatório de
jornalistas se resultar em impedimento de acesso de qualquer pessoa ao uso pleno dos meios de comunicação. Destaque-se o
entendimento do STF no mesmo sentido (RE 511961) em 2009.
Na mesma oportunidade, a Corte dipôs acerca dos chamados pilares básicos da interpretação do art. 13
(liberdade de expressão):
1_padrão democrático: a ideia de que o desrespeito à liberdade de expressão gera a ameaça à sociedade
democrática em si, sendo aquela pedra angular desta;
2_padrão de duas dimensões: a liberdade de expressão tem a dimensão individual (liberdade de se expressar) e a
social ou coletiva (direito de receber informações e ideias).

04/ DOUTRINA DH – SUPER REVISÃO (OPINIÕES CONSULTIVAS)


03/  Opinião Consultiva nº 6/1986 (solicitante Uruguai): a Corte decidiu (interpretação do art. 30, CADH) que a palavra “leis” (meio
exigido p/promover restrições permitidas a direitos da CADH) significa norma jurídica de caráter geral visando ao bem comum
17 (“interesse geral”), emanada dos órgãos legislativos constitucionalmente previstos e democraticamente eleitos e elaborada
conforme o procedimento estabelecido pelas Constituições dos Estados-partes p/sua criação. (vide OC nº 4/1984 e 7/1986)
 Opinião Consultiva nº 7/1986 (solicitante Costa Rica): a Corte decidiu (interpretação do art. 14.1, CADH) que o direito de
retificação ou resposta é imediatamente exigível, devendo o Estado-parte respeitar e garantir seu livre e pleno exercício
a toda pessoa sujeita à sua jurisdição (art. 1º.1,CADH), mas que, quando esse direito não se possa fazer efetivo no ord.
jur. interno de um Estado-parte, este tem a obrigação de adotar as medidas legislativas ou de outra natureza necessárias
(art. 2º, CADH).
Na mesma oportunidade, a Corte decidiu que a palavra “lei” (art. 14.1, in fine, CADH) compreende todas as disposições
internas que sejam adequadas p/garantir o livre e pleno exercício do dir. de retificação ou resposta . Mas enquanto tais medidas
restrinjam um direito reconhecido pela CADH, será necessária a existência de uma lei formal. (vide OC nº 4 e 6)
 Opinião Consultiva nº 8/1987 (solicitante CIDH): a Corte decidiu (interpretação do art. 27.2, CADH) que os direitos
previstos nos arts. 25.1 (direito de amparo – direito a “recurso” simples e rápido ou efetivo perante o Judiciário que
proteja direitos fundamentais) e 7.6 (direito ao habeas corpus) não podem ser suspensos nos termos do art. 27.2.
 Opinião Consultiva nº 9/1987 (solicitante Uruguai): a Corte decidiu (também sobre a interpretação do art. 27.2, CADH)
que as “garantias judiciais indispensáveis” são as referentes aos arts. 25.1 (direito de amparo), 7.6 (habeas corpus) e
29, c (forma democrática representativa de governo), não englobando o art. 8º (garantias jud.).
Na mesma oportunidade, a Corte decidiu que tais direitos devem ser exercidos conforme o pcp. do devido processo legal
(art. 8º, CADH), mas estes não se confundem c/o dir. insculpido no art. 25.1, sendo de naturezas distintas (no mesmo sentido, caso
Hilaire, Constantine e Benjamin e outros vs. Trinidade e Tobago), aquele referindo-se à forma de tramitação.
06/ DOUTRINA DH – SUPER REVISÃO (OPINIÕES CONSULTIVAS)
03/  Opinião Consultiva nº 10/1989 (solicitante Colômbia): a Corte decidiu (interpretação do art. 64.2, CADH) que tem
competência p/confeccionar opiniões consultivas sobre a interpretação da Declaração Americana dos Direitos e Deveres
17 do Homem.
Na mesma oportunidade, a Corte decidiu que a Declaração Americana de Dir. e Dev. do Homem representa fonte de
obrigações internacionais p/os Estados-membros da OEA, pois, a despeito de não ter força vinculante, determina quais os
direitos humanos a que se refere a Carta da OEA.
 Opinião Consultiva nº 11/1990 (solicitante CIDH): a Corte decidiu (interpretação do art. 46.1 e 2, CADH) que o requisito de
esgotamento dos recursos não precisa ser verificado se, por razões de indigência ou por temor generalizado dos adv. no
patrocínio de sua causa, um reclamante perante a CIDH for impedido de utilizar os recursos internos.
Na mesma oportunidade, a Corte decidiu que, se um Estado comprova que estavam disponíveis recursos internos, cabe
ao reclamante provar a existência de alguma exceção do art. 46.2, CADH e que ficou impedido de obter a assistência legal
necessária.
 Opinião Consultiva nº 12/1991 [melhorar] (solicitante Costa Rica): a Corte decidiu (compatibilidade de projeto de lei
de reforma do duplo grau de jurisdição c/o art. 8.2, h, CADH) por não emitir parecer sobre a solicitação, sob pena de
desvirtuamento da jurisprudência contenciosa da Corte IDH, em vista da existência de petições contra o Estado da
Costa Rica referentes à mesma matéria.
 Opinião Consultiva nº 13/1993 (solicitantes Argentina e Uruguai): a Corte decidiu que (interpretação dos arts. 41 e 42,
CADH) a CIDH é competente p/qualificar qualquer norma do direito interno de um Estado-parte da CADH como
violadora desta, mas não é competente p/qualificá-la como violadora do ordenamento jur. interno deste Estado.
Na mesma oportunidade, a Corte decidiu que (interpretação do art. 41, f c/c 44 e 45.1, CADH) uma vez declarada a
inadmissibilidade de uma petição individual, não cabe qualquer pronunciamento sobre seu mérito.
A Corte decidiu, ainda, que (interpretação dos arts. 50 e 51, CADH) estes 2 dispositivos contemplam relatórios separados,
que podem conteúdo similar, mas o relatório preliminar (art. 50) não pode ser publicado, sendo que o relatório definitivo (art. 51)
pode, desde que haja decisão da CIDH e depois de transcorrido o prazo p/o Estado tomar as medidas adequadas.
 Opinião Consultiva nº 14/1994 (solicitante CIDH): a Corte decidiu que (compatibilidade do art. 4º.2 e 3, CADH c/o art. 140
da Constituição do Peru, comparando-o c/o art. 235 da antiga Constituição do Peru) a produção de uma lei manifestamente
contrária à CADH, bem como o cumprimento desta lei por parte de agentes do Estado gera a violação da CADH e ,
consequentemente, a responsabilidade internacional do Estado.
Na mesma oportunidade, a Corte decidiu que, caso o cumprimento da lei inconvencional por parte dos agentes do Estado
configure crime internacional, gerará também a responsab. internacional dos agentes executores.
 Opinião Consultiva nº 15/1997 (solicitante Chile): a Corte decidiu (interpretação dos arts. 50 e 51, CADH) que pode
haver alteração substancial entre o relatório preliminar (art. 50) e o relatório definitivo (art. 50) da CIDH, mas em
hipótese alguma pode haver a confecção de um 3º relatório.
Na mesma oportunidade, a Corte decidiu que, excepcionalmente é possível a alteração do relatório definitivo
(que só pode ser solicitada pelos peticionários ou pelo Estado e apenas antes da publicação do relatório definitivo) nos
casos de:
1_cumprimento parcial ou total das recomendações e conclusões;
2_existência de erros materiais sobre os fatos; e
3_descobrimento de fatos novos não sabidos à época do relatório definitivo.
A Corte decidiu, ainda, que o Estado que solicita uma opinião consultiva não é o único interessado nela e
mesmo quando pode dela desistir, sua desistência não é vinculativa p/a Corte IDH , que pode continuar a tramitação do
assunto.
 Opinião Consultiva nº 16/1999 (solicitante México): a Corte decidiu (interpretação da Convenção de Viena sobre Relações
Consulares) que:
1_o detido estrangeiro possui direitos individuais reconhecidos pela Convenção de Viena, dentre os quais o dir. à
informação sobre a assistência consular (art. 36);
2_o termo “sem dilação” denota que o Estado deve cumprir o dever de informação sobre os direitos do detido no momento
da privação de liberdade ou, no mínimo, antes da 1ª declaração perante à autoridade (art. 36.1, b);
3_a observância destes direitos (do art. 36) não está subordinada à manifestação do Estado que o envia;
4_o direito à informação (art. 36.1, b) é condição p/que o direito ao devido processo legal (art. 14, PIDCP) tenha eficácia
no caso concreto;
5_a imposição de pena de morte no caso de não observância do direito de informação constitui uma violação do direito a
não ser privado de sua vida “arbitrariamente”.
 Opinião Consultiva nº 17/2002 (solicitante CIDH): a Corte decidiu (interpretação dos arts. 8º e 25 em relação ao art. 19,
CADH), sobre direitos das crianças, que:
1_criança é a pessoa c/até 18 anos de idade incompletos p/os fins dessa opinião consultiva;
2_crianças são titulares de direitos, não só objeto de proteção (doutrina da proteção integral) (interpretação do art. 19,
CADH);
3_o termo “interesse superior da criança” implica que o desenvolvimento e o exercício pleno dos dir. da criança
devem servir como norte p/elaboração de normas (interpretação do art. 3º, Convenção dos Direitos da Criança);
4_a adoção de medidas específicas e tratamento diferenciado p/crianças não viola o pcp. da igualdade
(discriminação positiva) (interpretação do art. 24, CADH)
5_a família é o âmbito preferencial de desenvolvimento e exercício de direitos da criança, devendo o Estado adotar
medidas p/fortalecê-la;
6_deve haver preferência pela manutenção da criança em seu núcleo familiar, salvo exceções. A sepração deve ser
excepcional e temporária;
7_a garantia do direito das crianças envolve inclusive prestações positivas por parte dos Estado, garantindo direitos
econ., soc. e culturais, bem como contra maus-tratos;
8_as crianças que recebam imputação de uma conduta delituosa devem se sujeitar a órgãos jud. distintos dos
correspondentes aos adultos (em consonância c/as Regras de Beijing);
9_podem ser estipulados meios alternativos de resolução de conflitos que afetam crianças (ex. justiça restaurativa), desde que
sejam regulados de modo a não diminuir seus direitos.
 Opinião Consultiva nº 18/2003 (solicitante México): a Corte decidiu (interpretação de diversas normas da DUDH, PIDCP,
Carta da OEA, CADH e Declaração Americana de Dir. e Dev. do Homem), sobre direitos de trabalhadores imigrantes, que:
1_os pcps. da igualdade e da não discriminação são normas de jus cogens, de caráter peremptório e erga omnes, sendo
aplicáveis a todo Estado, faça ou não parte de certo tratado;
2_a obrigação de um Estado de respeitar os direitos humanos independe do status migratório do indivíduo titular desses
direitos.
3_o direito ao devido processo legal é uma garantia mínima a todo indivíduo, devendo ser aplicado aos imigrantes,
independentemente do seu status migratório;
4_os direitos trabalhistas dos imigrantes devem ser garantidos independentemente da sua situação migratória, regular ou
irregular, não podendo o Estado deixar de garantir tais direitos sob alegação de que o indivíduo é estrangeiro ou migrante irregular,
tendo os imigrantes ilegais os mesmos direitos dos demais trabalhadores.
 Opinião Consultiva nº 19/2005 (solicitante Venezuela): a Corte decidiu (interpretação dos arts. 41, 44 e 51, CADH) que o
órgão do sistema interamericano responsável por fazer o controle de legalidade das atuações da CIDH é a Corte IDH
dentro de sua competência.
Na mesma oportunidade, a Corte declarou que a CIDH tem plena autonomia e independência no exercício do seu
mandato e atua dentro do marco legal da CADH.
 Opinião Consultiva nº 20/2009 (solicitante Argentina): a Corte decidiu (interpretação do art. 55, CADH) que a possibilidade de
os Estados-partes, em caso submetido à Corte IDH, nomearem juiz ad hoc quando não se tenha juiz de sua nacionalidade
fica restrita aos casos oriundos de comunicações interestatais (art. 45, CADH), não sendo possível quando oriundo de
petição individual, pelo contrário, nestes casos não deve haver participação de juiz nacional do Estado acusado.
 Opinião Consultiva nº 21/2014 (solicitante Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – seria o MERCOSUL, se fosse
órgão da OEA): a Corte decidiu (interpretação de diversos arts. da CADH, como os 17, 19, 22.7 e 8, 25 e 29), sobre
medidas a serem adotadas quanto a crianças associadas à condição migratória ou à de seus pais, que:
1_criança é toda pessoa com até 18 anos de idade incompleto, sendo que o tratamento a elas deve ser
prevalentemente num enfoque de direitos humanos, a despeito inclusive de qualquer que seja seu eventual status migratório;
2_os Estados têm a obrigação de identificar as crianças estrangeiras em seu território, sua nacionalidade ou condição
de apatridia, se desacompanhadas ou separadas, e adotar medidas de proteção especial;
3_o pcp. do devido processo legal deve ser aplicado ao processo migratório, adm. ou jud., bem como houve o elenco
desses direitos em casos que envolvam crianças;
4_é defeso ao Estado promover a privação de liberdade de crianças: a) p/garantir os fins de um processo migratório,
b) c/base em sua entrada ou permanência ilícita, c) c/base no fato dela se encontrar sozinha ou separa da sua família, d) sob o
argumento de garantia da unidade familiar;
5_os Estados devem adotar medidas não privativas de liberdade durante o proc. migratório, visando a proteção
integral da criança;
6_os alojamentos devem respeitar o pcp. de separação e o direito à unidade familiar, devendo crianças
desacompanhadas ou separadas alojarem-se em locais separados ao dos adultos, exceto no caso de interesse superior da
criança;
7_o Estado deve respeitar o pcp. da não-devolução e da proteção indireta;
8_qualquer decisão de devolução de criança deve se basear no seu interesse superior;
9_os procedimentos de concessão de asilo e declaração de status de refugiado deve incorporar a proteção integral às
crianças;
10_nos casos em que a criança tem direito à nacinalidade do país ou de permanecer legalmente neste, ambos seus
pais não podem ser expulsos por infrações migratórias de caráter administrativo, pois se sacrificaria de forma irrazoável o
direito à vida familiar da criança.
 Opinião Consultiva nº 22/2016 (solicitante Panamá): a Corte decidiu (interpretação do art. 1.2, CADH), sobre o
reconhecimento de direitos humanso a pessoas jurídicas e a possibilidade de seu peticionamento na CIDH, que:
1_os direitos reconhecidos na CADH corresponde apenas a pessoas, ou seja, seres humanos, assinalando, inclusive, que esse é o
entendimento da maioria dos sistemas de direitos humanos, não existindo uma tendência no sentido desse reconhecimento. Interpretação
a contrário senso da jurisprudência interna brasileira (STJ) que reconhece alguns dir. da person. às pessoas jur.
Nesse ponto, a Corte IDH fez uso dos métodos interpretativos previstos na Convenção de Viena sobre Direitos dos
Tratados:
a) sentido recorrente do termo e boa-fé;
b) objeto e fim do tratado;
c) o contexto interno do tratado; e
d) a interpretação evolutiva.
2_comunidades indígenas e tribais são titulares de direitos humanos em vista de sua situação peculiar, o que já é
entendimento reiterado em sua jurisprudência contenciosa (casos povo Xucuru vs. Brasil, Aldeia Chichupac e comunidades
vizinhas vs. Guatemala, Povos Indígenas Kuna de Madungandí e Emberá de Bayano vs. Panamá, Povo Indígena Kichwa de
Sarayaku vs. Equador e muitos outros)
3_sindicatos, federações e confederações constituem pessoas jurídicas diferentes das pessoas de seus membros (interpretação
do art. 8.1.a, Protocolo de São Salvador), possuindo direitos autônomos c/finalidade de serem interlocutores de seus associados, o que
já é entendimento reiterado em sua jurisprudência contenciosa, ressaltando que os arts. 45.c e g, Carta da OEA já reconhece da
personalidade jur. de sindicatos de empregados e empregadores.
Nesse ponto, a Corte IDH também fez uso dos métodos interpretativos previstos na Convenção de Viena sobre Direitos
dos Tratados.
4_o indivíduo que exerça seus direitos por meio de pessoas jur., a título próprio ou representando seus membros, em certas
circunstâncias, cumpre c/o requisito de admissibilidade do art. 46.1.a, da CADH, devendo haver análise do caso concreto, não devendo a
Corte estabelecer uma fórmula única nesse ponto.
5_o requisito de esgotamento dos recursos internos pode ser cumprido por pessoa jurídica , de modo que o art. 46.1.a não faz
distinção entre pessoas físicas ou jur.

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