Você está na página 1de 3

Walter Landor

O designer Walter Landor foi um designer aclamado e um pioneiro em


branding e técnicas de pesquisa de consumo, sendo um dos primeiros a
enfatizar a importância de compreender as emoções dos utilizadores
para o desenvolvimento das marcas.
Nascido na Alemanha, Landor é fundador de uma das principais
agências de design do mundo, que carrega esse nome. Durante seus
mais de 50 anos de carreira, trabalhou na identidade visual de uma
grande variedade de marcas, incluindo Levi Strauss, FedEx, Bank of
America e Alitalia.
Nasceu em 1913, em Munique, na Alemanha. O seu contato com o
design iniciou-se desde muito cedo, por meio das visitas ao estúdio de
arquitetura do pai. Conviveu com muitas influências importantes, como
a Bauhaus — uma das primeiras escolas de design do mundo.
Considerada um dos expoentes do modernismo na arquitetura e no
design, esta escola influenciou princípios estéticos utilizados até hoje:
“forma segue a função” e “menos é mais” são alguns deles.
Em 1931 mudou-se para Inglaterra devido aos conflitos políticos na
época para concluir os seus estudos na Universidade de Londres.
Quatro anos depois, ajudou a fundar a primeira empresa de consultoria
de design industrial da Grã-Bretanha e, em seguida, tornou-se o mais
jovem membro da Royal Society of Arts.
No final da década de 1930, Landor visitou a América para ajudar a
construir o pavilhão britânico na Feira Mundial de Artes em Nova Iorque.
Lá, ele conheceu designers industriais renomeados, como Henry
Dreyfuss, projetista da câmara Polaroid.
Procurando construir experiências mais versáteis, muda-se para São
Francisco. Em 1941, ele funda — junto de sua esposa — a Landor
Associates.
Nos primeiros anos de atuação, os trabalhos concentravam-se
maioritariamente em embalagens para vinícolas e cervejarias locais,
mas logo se expandiram ao longo de toda costa. Para dar conta dessa
crescente demanda, Landor adotou uma estratégia inusitada:
transformou uma balsa aposentada na sede do seu escritório.
Naquele momento, Landor liderava uma equipa responsável por
projetos ligados à identidade visual de várias empresas globalmente
conhecidas. Logo, a empresa cresceu para uma equipa mundial de mais
de 300 funcionários, com 17 escritórios ao redor do mundo.
Para o designer Walter Landor, uma boa marca deve se esforçar para
criar uma conexão emocional com os seus clientes, pois os produtos
são feitos na fábrica, mas as marcas são criadas na mente.
Assim, ele apostou veementemente em métodos de pesquisa sobre o
consumidor para o desenvolvimento das marcas.
O Brand Storytelling, característica do legado Landor, incorpora na
identidade visual elementos como a origem, o histórico e os valores da
empresa. Assim, constrói-se uma imagem memorável que fortalece o
relacionamento com os clientes.
Para este designer, uma história dá aos clientes uma razão para
escolher, se identificar e defender a causa de uma marca.
A sua equipa desenhou uma das versões da marca do Bank of America
(1964). Uma pesquisa feita a consumidores concluiu que teriam
desenvolvido uma imagem muito impessoal, de um banco focado no
atendimento a empresas.
Para mudar isso, o logo foi desenhado a partir de um monograma com
as iniciais do banco, compondo um conjunto de formas robustas que
representam as relações transparentes e diretas com os seus clientes.
Também foram projetadas identidades para companhias aéreas, como
a italiana Alitalia (1967). O logo conserva o estilo clássico da empresa,
com um A em itálico que simboliza a asa das aeronaves e a sinergia da
cultura italiana.
Um dos logos mais significativos foi o produzido para a Levi Strauss
(1969). O contorno da parte inferior no formato de uma asa de morcego
é inspirado na costura dos bolsos traseiros. Este foi um dos primeiros
logos a misturar fontes em caixa alta e baixa e indica estilo e
durabilidade característicos da linha de jeans.
A Cotton Incorporated (1971), uma então recém-formada associação de
produtores de algodão, queria destacar o algodão como uma alternativa
natural aos tecidos sintéticos. Foi então que se chegou ao conceito do
algodão saindo de dentro da terra, com dois ramos que indicam que é
único e puro, assim como a sua fibra orgânica é composta pela flor e
pelas raízes.
O logo da FedEx Corporation (1994) é um dos seus trabalhos mais
populares. Foi acrescentada uma seta no espaço negativo entre as
letras E/X para simbolizar o segmento da empresa, o fluxo de entrega e
a agilidade do serviço.
A equipa de Landor trabalhou também na modernização de vários
outros logos conhecidos, como os de organizações como WWF (1986),
Del Monte (1967) e uma versão abreviada da tipografia da Coca-Cola
(1985).
Faleceu em 1995, aos 81 anos. No entanto, a sólida carreira que ele
construiu deixou um património de trabalhos nos mais variados
segmentos.
Em 1994, em reconhecimento do seu trabalho, o Museu Nacional de
História Americana estabeleceu uma coleção permanente dos seus
projetos.
O designer Walter Landor não mudou apenas o repertório visual das
marcas: ele transformou a forma de se pensar o design, tornando-o um
aliado poderoso do marketing.
Ao longo de sua carreira, defendeu que todo o projeto deve ter como
foco a satisfação dos seus utilizadores. Assim, garante-se a fidelização
dos clientes, bem como a adequação estética da marca, produzindo
logos atemporais.

Você também pode gostar