A Sociologia surge tardiamente como ciência, sendo fruto do processo desencadeado
pelas revoluções comportamentais e de produção que liquidaram o sistema feudal e
consolidaram a sociedade capitalista. Essas revoluções, francesa e industrial, transformaram a sociedade de maneira tão rápida e profunda, e criaram situações tão novas e adversas que colocaram a sociedade pela primeira vez num plano de análise, onde ela se constituía em problema a ser investigado. A Revolução Industrial não alterou apenas o processo produtivo fabril, mas toda a sociedade em que este estava inserida. O empresário capitalista concentrou sob seu poder os meios de produção, transformando o restante da população em uma massa trabalhadora sem recursos para produzir e criando novas relações de trabalho e de comportamento. Houve maciço êxodo rural, o que fez com que as populações urbanas aumentassem numa velocidade que as condições estruturais das cidades não seriam capazes de comportar adequadamente. À grande massa operária criada no período deu-se o nome de proletariado. Os pensadores que viram essas transformações em curso e, mais do que apenas conhecer esses fenômenos, se propuseram a extrair deles orientações para agir, independentemente de qual fosse seu posicionamento ideológico, foram os precursores da Sociologia. Além das transformações materiais operadas pela Revolução Industrial, havia também uma transformação intelectual, que começaria com o movimento Iluminista e culminaria na Revolução Francesa. A crescente racionalização que ocorria no período foi, portanto, determinante no surgimento da Sociologia, visto que essa se inseria num novo contexto de obtenção de conhecimento, pautada pela observação, experimentação e pelo emprego sistemático da razão. Em meio à destruição do antigo regime e ao surgimento de uma nova sociedade, um grupo de pensadores acreditou ser sua função encontrar um estado de equilíbrio na nova ordem e que, pra isso, deveriam conhecer as leis que regem a sociedade, instituindo pra isso uma ciência. Esse é o surgimento da Sociologia de fato. Nesse início, a Sociologia adquire caráter moderado, buscando o equilíbrio numa sociedade rachada pela oposição entre burguesia e proletariado. Assim, começa-se a estudar os grupos, instituições e figuras de autoridade que teriam importância para a estruturação da ordem social. Para Comte, um de seus pais e expoente desse caráter moderado com a sua teoria positivista, a Sociologia deveria se limitar a conhecer as leis imutáveis da vida social, abstendo-se de críticas quaisquer. Mais tarde é que a Sociologia, em sua crítica ao capitalismo, fornecerá diretrizes e bases teóricas para apoiar a classe trabalhadora em sua luta, engajada com o objetivo de transformar o estudo da sociedade em meio para transformá-la. Resumo
A Sociologia surge tardiamente como ciência, sendo fruto do processo
desencadeado pelas revoluções comportamentais e de produção que liquidaram o sistema feudal e consolidaram a sociedade capitalista.
Essas revoluções, francesa e industrial, transformaram a sociedade de
maneira tão rápida e profunda, e criaram situações tão novas e adversas que colocaram a sociedade pela primeira vez num plano de análise, onde ela se constituía em problema a ser investigado.
Os pensadores que viram essas transformações em curso e, mais do
que apenas conhecer esses fenômenos, se propuseram a extrair deles orientações para agir, independentemente de qual fosse seu posicionamento ideológico, foram os precursores da Sociologia.
A crescente racionalização que ocorria no período foi, portanto,
determinante no surgimento da Sociologia, visto que essa se inseria num novo contexto de obtenção de conhecimento, pautada pela observação, experimentação e pelo emprego sistemático da razão.
Em meio à destruição do antigo regime e ao surgimento de uma nova
sociedade, um grupo de pensadores acreditou ser sua função encontrar um estado de equilíbrio na nova ordem e que, pra isso, deveriam conhecer as leis que regem a sociedade, instituindo pra isso uma ciência.
Mais tarde é que a Sociologia, em sua crítica ao capitalismo, fornecerá
diretrizes e bases teóricas para apoiar a classe trabalhadora em sua luta, engajada com o objetivo de transformar o estudo da sociedade em meio para transformá-la. Síntese: Cap 1 do livro O Que é Sociologia Carlos Benedito Martins
A sociologia chega precocemente como ciência, sendo resultado de um
processo desencadeado pelas revoluções comportamentais e produtivas que desmantelaram o sistema feudal e consolidaram a sociedade capitalista.
Essas revoluções, francesa e industrial, transformaram a sociedade tão
rápida e profundamente e criaram situações tão novas e desvantajosas que, pela primeira vez, colocaram a sociedade em um nível de análise em que era um problema a ser estudado. Os pioneiros da sociologia foram pensadores que viram as mudanças em curso e, não apenas conhecendo esses fenômenos, propuseram extrair deles diretrizes de ação, independentemente de sua posição ideológica. A crescente racionalização ocorrida nesse período foi, portanto, decisiva para o surgimento da sociologia, pois ela se inseriu em um novo contexto de aquisição de conhecimento, pautado pela observação, experimentação e uso sistemático da razão. Em meio ao colapso do antigo regime e ao surgimento de uma nova sociedade, um grupo de pensadores acreditava que seu papel era encontrar um estado de equilíbrio na nova ordem, e que para isso deveriam conhecer as leis que regem a sociedade estabelecendo a ciência.
Só mais tarde a sociologia, em sua crítica ao capitalismo, fornecerá
orientação e fundamentos teóricos para apoiar a classe trabalhadora em sua luta para transformar o estudo da sociedade em um meio de transformá-la.