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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL

CENTRO DE EDUCAÇÃO – CEDU

NEUZA MARINA MOURA SANTOS


 
 

 
POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL
ATIVIDADE AVALIATIVA 
PROF. DR. JAILTON LIRA

 
 
 

 
 
Maceió - Al

Set/2021
As políticas educacionais podem ser definidas como um conjunto de ações,
programas e atividades promovidas pelos órgãos governamentais, no intuito de garantir
à população os direitos referentes a educação, ou seja, são políticas públicas voltadas
para a área educacional. O período anterior à Constituição Federal de 1988 foi marcado
pelos resquícios de um longo autoritarismo, onde o povo foi censurado, silenciado e
impedido de participar ativamente da política, contudo, posterior a isso, tem-se a
participação da sociedade civil, que ao lado da Assembleia Nacional Constituinte
contribuiu para a criação da constituição por meio das emendas populares. Partindo
dessa premissa, vê-se a importância do envolvimento das pessoas no meio político, visto
que para haver mudanças, precisa-se apresentar as demandas e buscar as melhorias ou
implementações necessárias no meio educacional.

Apesar da participação da sociedade civil ser imprescindível para alcançar mais


espaço no mundo político, nem sempre ela ocorre da maneira esperada, visto que, o
número de pessoas realmente envolvidas nestes processos não é muito animador, isso
para não dizer na quantidade de cidadão que estão leigos e alheios a tudo isso. Em
outras palavras, os indivíduos acreditam que estão mais e melhor informados pela
quantidade de conhecimento disponível no mundo atual, quando na verdade, o
conhecimento permanece nas mãos de uma minoria elitizada e é usado como
instrumento altamente nocivo e alienante, desestabilizando a curto e a longo prazo toda
a conjuntura do país e o ideal democrático. As mudanças educacionais de 1988 até o
presente, de fato, foram notáveis se comparado o número de pessoas com acesso ao
ensino e apredizagem, ou a adesão de novos modelos de ensino, por exemplo.
Entretanto, segue ainda o padrão de aprender o que é predeterminado para preparar o
indivíduo para atuar como parte do proletariado e não para que ele se torne um ser
pensante, desenvolvedor de seu senso crítico, que busca obter seus direitos e estar
envolvido com os preceitos políticos, ao invéz de simplesmente acatar o que lhe é posto.
Tal afirmação é fundamentada no Artigo 205 da Constituição Federal, que diz:

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (Brasil, 1988).

Desenvolver a sociedade para pensar e ter um olhar político não é o objetivo


daqueles que representam o povo brasileiro, por isso a educação destas pessoas é tão
importante, ela tem o poder de preparar a população, conscientizando-a da importância
de participar das mudanças educacionais, a começar por esse objetivo; voltar a educação
para aqueles que necessitam dela para conhecer seus direitos e, por fim, lutar por eles.

Segundo Gadotti:

“A participação popular e a gestão democrática fazem


parte da tradição das chamadas “pedagogias participativas”.
Elas incidem positivamente na aprendizagem. Pode-se dizer que
a participação e a autonomia compõem a própria natureza do
ato pedagógico. A participação é um pressuposto da própria
aprendizagem. Mas, formar para a participação é, também,
formar para a cidadania, isto é, formar o cidadão para participar,
com responsabilidade, do destino de seu país.” (GADOTTI,
2014).

Trata-se, portanto, de educar para participar e através dessa participação


promover a aprendizagem. A prática, isto é, o exercício da política é um ato pedagógico,
como Freire elucida em A importância do ato de ler, e deve ser de responsabilidade da
sociedade civil, para além da constitucional, pois a população está a par das próprias
demandas. Portanto, com base nos materiais apresentados, é possível concluir que,
apesar de ainda vista como preparação para o trabalho, a educação tem se remodelado
na busca de promover o pensamento crítico. Falta ainda o apoio do Estado e o olhar da
população para a importância de letrar o indivíduo e um incentivo de transformar uma
sociedade alienada em uma sociedade de seres éticos e pensantes.

Referências:
BRASIL. Artigo 205, Constituição Federal de 1988. Disponível em:
<https://www.jusbrasil.com.br/topicos/1241734/artigo-205-da-constituicao-federal-de-
1988>. Acesso em: 24 de março de 2021.

CUNHA, Analice. A construção da participação popular na Assembleia Nacional


Constituinte. Jus, 2015. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/41724/a-
construcao-da-participacao-popular-na-assembleia-nacional-constituinte>. Acesso em:
24/09/2021.

FREIRE, Paulo. A Importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São
Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989

GADOTTI, Moacir. Gestão democrática com participação popular no planejamento e na


organização da educação nacional. 2014

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