Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O enrolmento, está disposto na maior zona periférica do rotor que constitui a zona dos
pequenos dentes, sendo a outra zona mais pequena do rotor (não bobinada) a zona do grande
dente Fig 2.19. Desprezando a influência das ranhuras que dão a forma em escada à curva da
1
F.M.M., podemos considerar que a F.M.M. de excitação está distribuída ao longo da periferia
do rotor cilíndrico ranhurado, segundo uma lei trapezoidal (Fig. 2.19).
Fig 2.19: F.m.m. do enrolamento de excitação de uma máquina síncrona de rotor ranhurado.
A relação entre a parte enrolada do pólo e todo o passo polar está geralmente compreendida
entre 0,67 e 0,8.
8 Fexc 1 v
Fexcv sen senv
2 v2 2 2
(2.8)
2
Para harmónico fundamental (ʋ = 1), tira-se de (2.8):
8sen
Fexc1 2 F k F (2.10)
2 exc f exc
em que o coeficiente
8sen
kf 2 (2.11)
2
A F.M.M. de excitação para iexc const . mantém-se invariável no tempo porque o enrolamento
de excitação é alimentado em c.c.
O conteúdo mínimo relativo em harmónicos é obtido para gama ( = 0,75) e por esta razão
procura-se geralmente nos turbo-alternadores ter para um valor desta ordem. Por exemplo,
para 24 ranhuras enroladas dentro de um número total de intervalos de ranhura igual a
32, o que é característico de alguns turbo-alternadores de algumas fábricas.
24
0,75.
32
Procuremos o valor da F.M.M. de excitação que gera o mesmo fluxo que a onda fundamental
de reacção do induzido de um dado valor. Visto que para um circuito magnético não saturado
os fluxos são proporcionais às F.M.M. que os geram, podemos, separando a amplitude da onda
fundamental da F.M.M. do sistema de excitação e igualando à amplitude da onda fundamental
da F.M.M. de reacção do induzido, encontrar a expressão da F.M.M. de reacção do induzido à
escala da F.M.M. de excitação. A amplitude da onda fundamental da F.M.M. do enrolamento
de excitação de um pólo é dada pela equação (2.10). A amplitude da onda fundamental de
reacção do induzido de uma máquina trifásica com carga equilibrada sendo I a corrente de fase,
será pois
m 2 wk b
Fa I. (2.12)
p
Podemos calcular o valor da F.M.M. de excitação Fexce equivalente a um dado valor da F.M.M.
de reacção do induzido Fa , substituindo na expressão (2.9) F.exc por uma F.M.M. de
excitação equivalente Fexce e calculando este valor pelas igualdades relativas aos harmónicos
fundamentais da F.M.M. (2.10) e (2.12).
Deste modo
3
8sen
Fa 2 F k F
2 excce f excce
Fexce
ka (2.13)
Fa
temos
2 1
ka
k f (2.14)
8sen
2
Para cada máquina , o coeficiente k a tem um valor determinado e
m 2 wk b
Fexce k a Fa ka I (2.15)
p
Fazendo em (2.15)
Ea xa I (2.16)
4
A grandeza x a chama-se reactância indutiva de reacção do induzido de uma máquina de rotor
ranhurado e segundo a relação
0 Di l w 2 k b21
x1 2mf (2.17)
k k p 2
(onde x 1 é a reactância de auto-indução da fase , entrando em consideração mútua das outras
fases, para a onda principal).
2.2.3. Reacção do induzido de uma máquina síncrona de pólos salientes (Teoria das duas
reacções)
5
Fig.2.21: Perfil de chapas laminadas utilizadas nos núcleos magnéticos de rotores.
Os geradores síncronos são construídos com rotores de pólos lisos (rotor ranhurado) ou
salientes.
Pólos lisos: São rotores nos quais o entrefero é constante ao longo de toda a periferia do núcleo
de ferro.
Pólos salientes: São rotores que apresentam uma descontinuidade no entreferro ao longo da periferia
do núcleo de ferro. Nestes casos, existem as chamadas regiões interpolares, onde o entreferro é muito
grande, tornando visível a saliência dos pólos.
Numa máquina de pólos salientes o entreferro não é constante (mesmo abstraindo das ranhuras
do estator) em consequência da existência de um grande espaço interpolar.
6
A curva sinusoidal do harmónico fundamental da F.M.M. de reacção do induzido em interacção
com o harmónico fundamental da F.M.M. do enrolamento do induzido, cria uma F.M.M.
resultante cujo eixo está deslocado em relação ao eixo dos pólos no sentido oposto ao sentido
de rotação.
Visto que o entreferro, que é simétrico em relação ao eixo dos pólos, é forçosamente
assimétrico em relação ao eixo da F.M.M. resultante deslocada do eixo dos pólos, a curva
resultante do campo obtida a partir da F.M.M. resultante será assimétrica e conterá harmónicos
bastante importantes. A forma do campo resultante e a amplitude da onda fundamental do
campo para a mesma amplitude da F.M.M. resultante, mudarão em função do ângulo .
componente longitudinal cujo valor máximo coincide com o eixo dos pólos; e
7
componente transversal cujo máximo coincide com o meio do espaço inter-polar.
Fig. 2.22: Eixos longitudinal e transversal de uma máquina síncrona de pólos salientes.
A amplitude da componente longitudinal da onda fundamental da reacção do induzido será:
Visto que nenhuma destas componentes muda de posição em relação ao eixo dos pólos,
podemos calcular para cada uma delas os coeficientes correspondentes:
os quais permitirão exprimir para cada uma destas componentes a F.M.M. de reacção do
induzido à escala da F.M.M. de excitação, do mesmo modo que para uma máquina de rotor
ranhurado se calcula um coeficiente k a que fica invariável para todos os valores do ângulo
A única diferença é que para uma máquina de rotor ranhurado se considera no enrolamento
estatórico uma f.e.m. única E a devida à onda fundamental de reacção do induzido e numa
máquina de pólos salientes consideram-se duas f.e.m., E ad e Eaq devidas respectivamente às
duas componentes longitudinal e transversal da reacção do induzido, desfasados de 90 o.
8
Visto que a forma do campo criado pela mesma onda fundamental da reacção do induzido não
será a mesma para = 0 e =
, é evidente que os coeficientes
k ad e k aq serão diferentes.
2
Fig 2.23 (a) F.M.M. e campo magnético da reacção do induzido segundo o eixo longitudinal
de uma máquina síncrona de pólos salientes.
Fig 2.23 (b) Campo magnético segundo o eixo longitudinal do enrolamento de excitação de
uma máquina síncrona de pólos salientes.
A relação entre a largura da peça polar e o intervalo polar (coeficiente do arco polar) é
designado por . As superfícies tracejadas correspondem à indução criada pela onda
sinusoidal da componente longitudinal da reacção do induzido admitindo que o entreferro é
constante ao longo da expansão polar mas o seu valor é muito pequeno, 0 (o que permite
desprezar o efeito das bordas), e que a permeabilidade do material que constitui o circuito
magnético é infinitamente grande. Desprezando a relutância do ferro no circuito magnético
assim como a permeância do espaço compreendido entre os pólos e entre as expansões polares
9
(o que é válido para entre-ferros relativamente pequenos), podemos admitir que a curva de
indução no entre-ferro ao longo da sapata polar tem a mesma forma que a curva da F.M.M.
Visto que o campo perde a sua forma sinusoidal, induzirá no enrolamento estatórico f.e.m. do
harmónico fundamental e também dos harmónicos superiores. Determinemos o coeficiente k d
que exprime a diminuição da amplitude da onda fundamental do campo em relação ao
entreferro uniforme; para esse fim calculemos o harmónico fundamental do campo
representado pela superfície tracejada Fig 2.23 (a).
Se colocarmos a origem das coordenadas no centro do pólo, como na Fig 2.23 (a) desaparecem
os termos em seno, ficando os termos em co-seno. Para a amplitude do harmónico fundamental
do campo Bad 1 obtemos neste caso:
a
2 2
2 2
Bad 1
B cosd B a
ad cos2 d (2.21)
2 2
Porque no caso considerado a indução B difere de zero só na zona limitada por
2 2
, na qual tem o valor
O coeficiente
Bad 1
kd (2.24)
Bad
10
Que nos dá o grau de diminuição da amplitude do harmónico fundamental do campo de reacção
do induzido longitudinal, é chamado factor de forma do campo de reacção do induzido
longitudinal, devendo-se o seu aparecimento ao facto de existir ar entre as expansões, o que
dá origem a uma irregularidade na conformação do entreferro. Segundo (2.23) e (2.24), para
const. 0
sen
kd (2.25)
A indução máxima do campo de reacção do induzido ao longo do eixo longitudinal, é no caso
geral e tendo em consideração os dentes do estator
0
Bad Fad
k
(2.26)
2 2
4
Bexc1
Bexc cos d
sen
2
Bexc (2.27)
2
No caso geral Bexc representa o valor máximo da indução do campo de excitação sob o centro
da expansão e é igual a:
0
Bexc Fexc (2.28)
k
11
Podemos determinar a F.M.M. do enrolamento de excitação Fexcd , equivalente à F.M.M. de
reacção do induzido ao longo do eixo longitudinal, Fad , partindo da condição de igualdade dos
harmónicos fundamentais do campo magnético criados por estas F.M.M.
0
Fexcd k f 0 Fad k d
k k
donde
kd
Fexcd Fad k ad Fad
kf
o coeficiente
kd
k ad (2.31)
kf
Os dados práticos respeitantes aos coeficientes introduzidos acima são indicados a seguir.
Para um valor dado de k ad , a F.M.M. de excitação equivalente Fexcd é calculada pela relação:
m 2 wk b
Fexcd k ad Fad k ad Isen (2.33)
p
m 2 wk b
iexcd k ad I d (2.35)
pwexc
12
indução mútua devida às outras fases do estator. Para const , a f.e.m. E ad é proporcional
a Fad e por consequência à componente longitudinal I d da corrente:
E ad xad I d (2.36)
0 Di l w 2 k b2
xad 2mf kd
k k p 2 (2.37)
13