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A sociedade brasileira na década de 1920

Ao longo da década de 1920  o Brasil atravessava um momento de grave crise econômica.


A nascente burguesia industrial brasileira estava descontente com a política econômica do
governo federal, que era dominada pela oligarquia cafeeira e agro exportadora, exigia
medidas que protegessem os produtos industrializados brasileiros.

O fim da Primeira República


Na década de 1920 o governo das oligarquias cafeeiras se enfraqueceu, pois suas decisões
políticas e econômicas provocaram grande descontentamento em diferentes grupos
sociais brasileiros como os operários, as camadas médias urbanas, pequenos
comerciantes, funcionários públicos, tenentes e os latifundiários que estavam insatisfeitos
com o governo.
O tenentismo: no início da década de 1920 jovens Oficiais do Exército organizaram uma
série de levantes militares que ficou conhecida como tenentismo. Os tenentes criticavam o
sistema eleitoral brasileiro, o crescimento da dívida externa, o descontrole das Finanças
Públicas e o privilégio dado aos grupos agroexportadores.
A República Oligárquica em crise: Na sucessão presidencial de 1929 ocorreu um
desentendimento entre as oligarquias Paulista e mineira. Os mineiros esperavam a
indicação de Antônio Marcos como candidato à presidência da república o presidente
Washington Luiz porém indicou Júlio Prestes governador de São Paulo como candidato
oficial. A oligarquia política de Minas Gerais aliou-se ao Rio Grande do Sul e a Paraíba
formando a aliança liberal. Essa aliança lançou a candidatura oposicionista de Getúlio
Vargas para a presidência e de João Pessoa para vice-presidente. A aliança liberal se
fortalecer com o apoio do partido democrático porém como o governo federal Detinha o
controle da máquina eleitoral Júlio Prestes venceu a eleição.
A aliança liberal toma o poder: A vitória do candidato oficial veio acompanhada de
Protestos. Os militares oposicionistas começaram a planejar um golpe contra o governo 
mas os líderes da aliança liberal não queriam recorrer as armas. Em Julho de 1930 João
Pessoa foi assassinado e esse crime foi utilizado politicamente pelos líderes da aliança
liberal, após convencerem os chefes militares as tropas Rebeldes começaram a
movimentar em 3 de outubro. No dia 23 do mesmo mês os Rebelde ocupavam a Capital
Federal. A Revolução de 1930, como foi denominada pelos seus idealizadores saiu
vitoriosa. Em 3 de Novembro Getúlio Vargas assumiu a chefia do governo provisório.
A Era Vargas: ao assumir o poder Getúlio Vargas iniciou um processo de centralização
política suspendendo a constituição, além de fechar o Congresso Nacional, as assembleias
legislativas estaduais e as câmaras municipais. Assim, passou a controlar os poderes
executivos e legislativo governado por meio de decretos-leis.
A campanha constitucionalista: os paulistas não aceitavam os interventores militares
iniciados por Vargas. As forças oligárquicas destituídas do Poder começaram a se organizar
formando a frente única Paulista, que se deu em torno da campanha constitucionalista
que reivindicava a volta da legalidade com uma nova constituição. Em 9 de julho de 1932,
teve início em movimento revoltoso exigindo a volta do regime constitucional que ficou
conhecido como Revolução Constitucionalista. Os paulistas foram Derrotados porém
houve a  convocação das eleições para uma assembleia constituinte.
A Constituição de 1934: Em Julho de 1934 foi promulgada a terceira constituição brasileira.
A assembleia constituinte elegeu Vargas como presidente, com o mandato de 4 anos. A
constituição instituiu a justiça do trabalho, estabeleceu o salário mínimo e regulamentou a
jornada de trabalho em 8 horas diárias. Foram institucionalizadas o voto secreto e o voto
feminino o ensino primário passou a ser obrigatório e os recursos do subsolo brasileiro
foram nacionalizados.
O movimento operários no Brasil: no final do século XIX foram criadas no Brasil as
chamadas ligas operárias, organizações de trabalhadores que deram origem aos primeiros
sindicatos brasileiros, muitas dessas organizações adotaram os ideais anarquistas como
ideologia predominante, eles buscavam melhorias em suas condições de trabalho,
operários de diversos ramos organizavam as greves nas principais cidades industriais do
Brasil porém a greve era considerada crime o que dificultava os protestos.
O fortalecimento do comunismo no Brasil: em 1922, foi fundado o Partido Comunista
Brasileiro (PCB) no qual participavam principalmente Operários, profissionais liberais e
funcionários públicos. Esse partido seguia as novas tendências socialistas inspiradas no
comunismo soviético e passou a atrair grande número de Operários. Porém no mesmo ano
ele foi considerado ilegal pelo governo passando a atuar na clandestinidade. Em 1935 eles
se uniram a diversos grupos políticos contrários ao fascismo, ao imperialismo e aos
latifúndios formando uma nova organização política, a Aliança Nacional Libertadora (ANL)
que defendia a formação de um governo Popular que garante a liberdade do cidadãos, a
proteção aos pequenas e médias proprietários, a nacionalização em empresas
estrangeiras, o cancelamento da dívida externa e a reforma agrária.
O integralismo:  Fundado em 1932  a Ação Integralista Brasileira (AIB) defendia princípios
que estavam resumidos no lema "Deus pátria e família". Politicamente os integralistas
tinham uma nítido influência fascista, eram nacionalistas, antissocialistas e repudiavam o
liberalismo.
O levante comunista de 1935: contrários à legalidade da ANL e para combater o governo
Vargas, comunistas civis e militares iniciaram o movimento revolucionário. Militares
aderiram ao levante comunista como ficou conhecido esse movimento. O movimento foi
sufocado pelas tropas legalistas do exército e seus participantes foram presos. Vargas
utilizou o exemplo do levante comunista que foi chamado de "intentona comunista",
como justificativa para aumentar a perseguição a grupos políticos contrários ao seu
governo. A situação se agravou com a criação da comissão de repressão ao comunismo.
Foram suspensos os direitos civis e as pessoas consideradas " inimigas da nação" passaram
a ser sistematicamente perseguidas.
O estado novo: enquanto eram organizadas as campanhas para as eleições presidenciais
previstas para 1938, Getúlio Vargas se empenhava em articulações políticas para
permanecer no poder. Um suposto plano para implantar o comunismo no Brasil conhecido
como pano Cohen, foi utilizado pela propaganda política de Vargas. No dia 10 de
novembro de 1937, com o pretexto de combater a ameaça comunista Vargas aplicou um
golpe político dando início a um governo autoritário que ficou conhecido como Estado
Novo. Depois disso Getúlio Vargas fechou o Senado e a Câmara dos Deputados, suspendeu
os direitos constitucionais, extinguiu os partidos políticos e ortogou uma nova constituição
em 1937,  apelidada de "Polaca", que reforçava o poder do presidente, aumentava a
influência do governo federal e reduzia a autonomia dos governos estaduais. Muito dos
elementos da "Polaca" foram inspirados na Constituição do governo fascista. A
constituição do Estado Novo tinha como princípios a afirmação do nacionalismo
econômico e o controle governamental sobre o sindicatos de trabalhadores.
A situação econômica: a economia brasileira deixou de ser exclusivamente agrária e
exportadora, nessa época grandes Comerciantes latifundiários passaram a investir nas
implantações de indústrias no Brasil voltadas ao mercado interno. A intervenção do
Governo na indústria, no comércio na agricultura foi marcante. No setor agrícola,
incentivou o cultivo de produtos diversificados.
Repressão política: Getúlio Vargas utilizou diversos mecanismo de controle social. Durante
o estado novo, o governo interferiu em vários aspectos da vida social do país. A repressão
política e a censura, aliadas ao uso em massa da propaganda e dos meios de comunicação,
tornaram-se marcantes no regime ditatorial de Vargas. Houve perseguição a quem se
opunha ao governo. Políticos liberais ou comunistas, estavam sobre constante vigilância
política, muitos opositores do regime foram presos, torturados, exilados ou assassinados.
Por meio do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criada em 1939, o governo
Vargas submetia a censura todos os órgãos de comunicação do país, como rádio, os jornais
e as revistas o objetivo era impedir a disseminação nos lares brasileiros de "conteúdos
nocivos" aos interesses do governo.
Controle dos sindicatos: além do uso de violência física e da propaganda ideológica, o
estado também monitorava a sociedade. O governo adotou medidas importantes que
amenizaram a péssima situação do trabalho dos trabalhadores da época como a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), considerado uma das grandes realizações do
estado novo. Foi criada em 1943 e garante os direitos como salário mínimo, férias
remunerada, jornada de trabalho de 8 horas diárias, pagamento de horas extras e
descanso semanal remunerado, além de leis específicas para as mulheres e jovens
trabalhadores. Embora  a CLT tenha sido resultado de uma luta Operária de várias
décadas, o estado novo apresentou como benefício oferecido pelo governo aos
trabalhadores. Por causa de sua política populista Getúlio Vargas conquistou o apoio das
massas passando a ser chamado de "pai dos pobres".

Maria Stella Guimarães de Sousa. M3TR03

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