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IFCE – Campus Maracanaú

Área de Indústria
Curso Técnico em Automação Industrial

Acionamentos de Máquinas

Celso Rogério Schmidlin Júnior

Schmidlin Júnior, Celso R. Acionamentos de Máquinas IFCE – Campus Maracanaú


Sumário

Elementos de Comandos Elétricos

1. Dispositivos Elétricos

2. Dispositivos de Comando e de Proteção

3. Fusíveis

4. Relés de Sobrecarga

5. Disjuntores Motores

6. Contatores

7. Relés Auxiliares
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1. Dispositivos Elétricos

Botoeiras: São chaves comandadas manualmente e têm a finalida-


de de interromper ou estabelecer momentaneamente, por pulso, um
circuito de comando para iniciar, interromper ou comandar um
processo de automação.

Suas cores são definidas por


norma, de acordo com a função:

Verde ou preto: ligar, partida.

Vermelho: parar, desligar ou botão de emer-


gência.

Amarelo: iniciar um retorno, eliminar uma


condição perigosa.

Branco ou azul: qualquer função diferente das anteriores.


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1. Dispositivos Elétricos

Quanto à instalação, devem estar dispostas com espaçamento cor-


reto e padrão, e o botão “desliga” deve ficar sob o botão “liga” na
posição vertical.

Na posição horizontal, o botão “desliga” geralmente está à direita do


botão “liga”.

Dispositivos de Comando: São elementos de comutação que per-


mitem ou não a passagem da corrente elétrica entre um ou mais
pontos do circuito.

Chave Impulso (ou sem Retenção): Só permanece acionada me-


diante aplicação de força externa. Cessada a força, o dispositivo
volta à posição inicial.

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1. Dispositivos Elétricos

Contato Normalmente Aberto (NA ou NO, do inglês): Sua posi-


ção original é aberta, ou seja, permanece aberto até que seja aplica-
da uma força externa.

Contato Normalmente Fechado (NF ou NC, do inglês): Sua po-


sição original é fechada, ou seja, permanece fechado até que seja
aplicada uma força externa.

Chave com Retenção (ou Trava): Uma vez acionada, reu retorno à
situação anterior somente acontece com um novo acionamento.

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1. Dispositivos Elétricos

A figura abaixo mostra a representação dos contatos NA e NF com


retenção.

Contatos Auxiliares: Suportam baixas intensidades de corrente,


sendo usados nos circuitos de comando.

Sua marcação é feita por dois dígitos: o primeiro representa o


número sequencial do contato e o segundo representa o código de
função (1 e 2 para NF e 3 e 4 para NA).

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1. Dispositivos Elétricos

Contato de Força: São contatos de alta capacidade de condução


de corrente, sendo destinados à aplicação em ramais de motores ou
de carga, onde existem altas intensidades de corrente elétrica.

Sua marcação é feita por um dígito: números ímpares para o lado


da fonte e números pares para o lado da carga.

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1. Dispositivos Elétricos

Chaves de Contatos Múltiplos com ou sem Retenção: São


chaves com vários contatos NA e/ou NF agregados.

Chave Seletora: Possui duas ou mais posições e permite


selecionar uma entre várias posições em um determinado processo
com (C) ponto de contato comum.

Também pode ser chamada de chave comutadora,


contato three-way ou contato paralelo.

Esse tipo de chave representa uma função composta,


sendo a parte superior um contato NF e a inferior um NA.

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1. Dispositivos Elétricos

Interruptores Fim de Curso: São dispositivos auxiliares de coman-


do, de acionamento, que atuam num circuito com função bastante
diversificada, como:

• Controle – sinalizando os pontos de início ou de parada de um


determinado processo.

• Segurança – desligando equipamentos quando há abertura de


porta ou equipamento e alarme.

São basicamente constituídas por uma alavanca ou haste, com ou


sem roldanas na extremidade, que transmite o movimento
aos contatos que se abrem ou se fecham
de acordo com a sua função.

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1. Dispositivos Elétricos

As funções de um dispositivo elétrico


de baixa tensão usado na partida de
um motor são classificadas dentro das
seguintes categorias:

• Seccionamento;

• Proteção contra curtos-circuitos e contra sobrecargas;

• Comutação

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2. Dispositivos de Comando e de Proteção

Uma chave (ou circuito) de partida de um motor é composta por


todos os componentes necessários ao comando e proteção de um
motor elétrico.

Desses dispositivos, distinguem-se três tipos de circuito:

• Circuito Principal (ou de Força): constitui o conjunto de todos


os circuitos associados, em que os dispositivos de comando ou
proteção têm a função de fechar ou abrir.

• Circuito de Comando: comanda a operação de fechamento,


abertura ou ambas.

• Circuito Auxiliar: diferente dos dois primeiros, é usado também


para outras finalidades, como sinalização, intertravamento, etc.

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2. Dispositivos de Comando e de Proteção

Algumas definições:

• Polo: é uma parte do circuito principal de um dispositivo de ma-


nobra associada apenas a uma fase do circuito.

• Operação: é o movimento dos contatos móveis do circuito princi-


pal do dispositivo de manobra, de uma posição para outra.

o Ponto de Vista Elétrico: estabelecer ou interromper corrente.

o Ponto de Vista Mecânico: abrir ou fechar os contatos.

• Ciclo de Operação: sucessão de operações de uma posição à


outra e de volta à posição inicial.

• Sequência de Operações: sucessão de operações especifica-


das em determinados intervalos de tempo.
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2. Dispositivos de Comando e de Proteção

2.1 Dispositivos de Seccionamento

O seccionamento consiste em isolar eletricamente uma instalação


da rede que a alimenta, de acordo com os critérios de segurança
definidos pelas normas.

O seccionamento é necessário para intervir com toda a segurança


nas instalações, ou nas máquinas e nos equipamentos elétricos.

Pode-se, então, considerar dois grandes grupos de equipamentos


responsáveis pelo seccionamento:

Seccionadores: são constituídos por um bloco de contatos e por


um dispositivo de comando frontal ou lateral, sendo o fechamento e
a abertura comandados manualmente por manopla.

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2. Dispositivos de Comando e de Proteção

A velocidade de fechamento/abertura depen-


de da ação do operador.

O seccionador nunca deve ser manobrado


com carga e a corrente deve ser interrompi-
da previamente no circuito pelo aparelho de
comutação previsto para esse efeito (contator
ou disjuntor).

Interruptor: conforme a norma internacional IEC, “o interruptor é um


aparelho mecânico de manobra capaz de estabelecer, suportar e
interromper correntes nas condições normais do circuito, inclusive
nas condições especificadas de sobrecarga em serviço, e de
suportar, durante um tempo determinado, correntes em condições
anormais especificadas do circuito, tais como as e curto-circuito”.

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2. Dispositivos de Comando e de Proteção

A abertura e o fechamento rápido do interrup-


tor são assegurados por um mecanismo liga-
do ao dispositivo de comando manual, garan-
tindo o fechamento e a abertura brusca dos
contatos independentemente da velocidade
da manobra do operador.

O interruptor é, portanto, um aparelho conce-


bido para ser manobrado em carga com toda segurança.

2.2 Dispositivos de Proteção

Para evitar certos incidentes causem avarias nos componentes e


perturbações na rede de alimentação, os circuitos e partida dos mo-
tores devem ser providos de proteção contra:

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2. Dispositivos de Comando e de Proteção

• Curtos-Circuitos (fusíveis e proteções magnéticas)

• Sobrecargas (proteções térmicas)

Estas proteções são feitas pelos seguintes equipamentos: fusíveis,


disjuntores e relés de proteção térmica.

De acordo com o tipo de circuito, podem ser previstas proteções


complementares, tais como: de inversão de fase, falta de fases, de
temperatura dos enrolamentos, entre outras.

2.3 Dispositivos de Comutação

A comutação consiste em estabelecer, interromper e, no caso da


variação de velocidade, regular o valor da corrente absorvida por
um motor.

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2. Dispositivos de Comando e de Proteção

Conforme as necessidades, essa função é assegurada pelos se-


guintes componentes:

• Eletromecânicos: contatores e disjuntores-motor;

• Eletrônicos: relés e contatores estáticos, partidas progressivas,


conversores de frequência

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3. Fusíveis

São componentes de circuito de alimentação


que têm como função a proteção contra
curto-circuito.

Sua operação é baseada em um elemento


fusível (fio ou lâmina) que abre o circuito, interrompendo-o na
ocorrência de uma falha.

Ao lado representa-se um fusível NH:

1. Contatos do fusível e base


2. Elo fusível
3. Corpo cerâmico
4. Areia de quartzo
5. Indicador de estado
6. Terminal de conexão
7. Base
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3. Fusíveis

Ao lado tem-se uma representação de


um fusível Diazed:

1. Contato superior
2. Elo fusível
3. Corpo cerâmico
4. Areia de quartzo
5. Contato inferior

A corrente elétrica que pode percorrer o


fusível sem que o seu elo se rompa é
chamada de corrente nominal.

Um valor acima do nominal causa um


rompimento do elo fusível de acordo
com a sua curva de atuação.

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3. Fusíveis

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3. Fusíveis

Além da corrente nominal, os fusíveis têm como classificação a fai-


xa de interrupção ou classe de função, sendo:

• g: Atuam na menor intensidade de sobrecorrente, sendo conside-


rados de fusíveis de faixa completa.

• a: Reage a partir de um valor elevado de sobrecorrente, sendo


considerado fusível de faixa parcial.

As classes de objetos protegidos são:

• L-G: cabos e linhas / proteção geral;


• M: equipamentos eletromecânicos;
• R: semicondutores;
• B: instalações em condições pesadas (minas).

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3. Fusíveis

Os fusíveis devem ser especificados por classes de serviço, que


são compostas de classe de função e classe do objeto protegido
e são representados por duas letras::

• gL: proteção total de cabos e linhas;

• aM: proteção parcial de equipamentos eletromecânicos;

• aR: proteção parcial de equipamentos eletrônicos;

• gR: proteção total de equipamentos eletrônicos;

• gB: proteção total de equipamentos em minas.

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3. Fusíveis

Fusível Tipo D

O diametral (Diazed/Siemens) é utilizado em


residências ou na indústria, sendo indicado
para correntes nominais de 2 a 63 A, capaci-
dade de ruptura de 50 kA e tensão máxima
de 500 V.

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3. Fusíveis

Fusível Tipo NH

É um fusível de alta capacidade para uso industrial, sendo constitu-


ído para corrente normalizada de 4 a 630 A, capacidade de ruptura
de 120 kA e tensão máxima de 500 V.

São próprios para proteger os circuitos que, em ser-


viço, estão sujeitos a sobrecargas de curta duração,
como, por exemplo, na partida direta de motores trifá-
sicos com rotor em gaiola.

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3. Fusíveis

Fusíveis Ultra-Rápidos

Os fusíveis ultra-rápidos são indicados para a proteção de diodos e


tiristores contra curto-circuito, sendo na prática recomendados para
retificadores e conversores de frequência.

A proteção de conversores estáticos contra sobrecor-


rentes durante períodos prolongados é feita por dis-
positivos de proteção convencionais, como relés bi-
metálicos, disparadores rápidos de sobrecorrente e
relés de sobrecorrentes de tempo inverso.

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3. Fusíveis

Resumo das Características dos Fusíveis:

• Operação simples;

• Geralmente de baixo custo;

• Não possuem capacidade de realizar manobras, sendo então as-


sociados a chaves;

• São dispositivos unipolares suscetíveis a causar danos a motores


pela possibilidade de operação desequilibrada;

• Possuem característica tempo-corrente não-ajustável;

• Não são de operação repetitiva;

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3. Fusíveis

• Não têm uma curva tempo x corrente bem definida, mas uma fai-
xa provável de atuação;

• Constituem, fundamentalmente, proteção contra correntes de


curto-circuito, sendo mais rápidos que os disjuntores para sobre-
correntes elevadas e lentos para pequenas sobrecorrentes;

• Podem apresentar defeitos sob a ação de correntes elevadas que


sejam interrompidas (por outros dispositivos) antes de provocar a
sua fusão.

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4. Relés de Sobrecarga

Pode ser definido como um dispositivo de proteção cuja operação é


baseada em um método indireto de detecção de sobrecarga em
motores, em que é criado um modelo térmico do motor a ser protegi-
do por um elemento térmico.

Um relé térmico apresenta em cada um de seus polos um elemento


bimetálico, o qual é constituído por dois metais unidos por lamina-
ção com diferentes coeficientes de dilatação e um enrolamento de
aquecimento em volta de cada elemento bimetálico.

A passagem da corrente pelos enrolamentos


de aquecimento provoca uma deformação nos
bimetálicos, a qual provoca dois efeitos:

• Liberação do dispositivo de trava: que


ocasiona a abertura dos contatos principais do relé.

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4. Relés de Sobrecarga

• Abertura de um contato fechado: que causa a abertura do cir-


cuito de comando do circuito de acionamento do motor.

São utilizados para proteger motores e transformadores de possí-


veis superaquecimentos ocasionados por:

• Sobrecarga mecânica; • Falta de fase;


• Tempo de partida muito alto; • Elevada frequência de manobra;
• Rotor bloqueado; • Desvio de tensão e/ou frequência.
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4. Relés de Sobrecarga

Um relé disparado uma vez não volta à sua posição de repouso au-
tomaticamente, devendo ser rearmado manualmente, sendo que o
rearme só pode ser feito quando os bimetálicos estiverem frios.

Isso é fundamental para evitar uma alimentação inesperada do mo-


tor após ser desligado pela ação do relé térmico.

Os relés são adaptados ao tempo


de partida de acordo com as se-
guintes classes de disparo:

• Classe 10: inferior a 10 s;

• Classe 20: até 20 s;

• Classe 30: até 30 s.

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4. Relés de Sobrecarga

Por meio de botões localizados na parte frontal do relé é possível


parametrizar sua atuação de acordo com as seguintes funções:

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5. Disjuntores Motores

Os disjuntores motores são simultaneamente dispositivos de prote-


ção e manobra, exercendo as seguintes funções:

• Efetuar a proteção elétrica do circuito com a detecção de sobre-


correntes (sobrecarga e curto-circuito) e da abertura do circuito.

• Permitem comandar, por meio da abertura e fechamento voluntá-


rio sob cargas, os circuitos em que são instalados.

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5. Disjuntores Motores

Características Básicas:

• Ao contrário dos fusíveis, apresentam atuação multipolar, evitan-


do a operação desequilibrada nos equipamentos trifásicos.

• Oferecem larga margem de escolha de correntes nominais e, em


muitos casos, podem admitir ajustes dos disparadores.

• Operação repetitiva, isto é, podem ser religados após atuação.

• Sua característica tempo x corrente, além de ajustável em muitos


casos, não é afetada por correntes que fizeram com que outros
dispositivos atuassem.

• Em alguns casos, permite comando a distância.

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5. Disjuntores Motores

Dispositivos de Partida com Disjuntor Motor:

É recomendado o uso do disjuntor motor em partidas de motores so-


mente quando:

• O comando for local;

• A frequência de operação for baixa;

• Houver pouco espaço, pois o disjuntor-motor atende às


necessidades de comutação e proteção de sobrecargas e curtos-
circuitos.

OBS: É recomendável, sempre que possível, a associação do dis-


juntor motor com o contator.

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6. Contatores

São os elementos principais de comandos eletromecânicos, que


permitem o controle de elevadas correntes por meio de um cir-
cuito de baixa corrente.

O contator é caracterizado como uma chave de operação não-ma-


nual, eletromagnética, com uma única posição de repouso, capaz
de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições nor-
mais do circuito de força (principal).

É constituído de uma bobina que, quando


alimentada, cria um campo magnético no
núcleo fixo que atrai o núcleo móvel que
altera os estados dos contados NA e NF.

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6. Contatores

Cessando a alimentação da bobina, é interrompido o campo magné-


tico, provocando o retorno do núcleo por meio de mola.

As quatro principais partes de um contator são:

• Bobina: devem ser escolhidas de acordo com a tensão e o tipo


de energia de alimentação (CC ou CA) dos circuitos de controle.

• Núcleo de ferro: dividido em núcleo fixo e núcleo móvel.

• Contatos: elementos que abrem


Ou fecham, dependendo se são
NA ou NF.

• Mola: leva de volta os contatos às


suas posições iniciais.

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6. Contatores

A figura ao lado mostra a simbologia de um


contator utilizada em diagramas multifilares.

Observar que o símbolo de atuação eletro-


mecânica (tracejado), a linha de acoplamento
direto e os contatos de força.

Há a possibilidade de acrescentar blocos adicionais de contatos au-


xiliares para aumentar o número de contatos auxiliares disponíveis.

Assim, pode-se definir os dois tipos de circuitos utilizados:

• Circuito principal (força)

• Circuito auxiliar (comando)

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6. Contatores

Os contatores devem ser compatíveis com a potência da carga, pois


a capacidade dos contatos de força de conduzir e comutar corrente
é a sua principal função.

A classificação dos contatores é feita de acordo com o seu empre-


go, dependendo dos seguintes fatores:

• Natureza da carga

• Condições de fechamento e
abertura

As diversas categorias de empre-


go, segundo a norma IEC 947, são designadas por AC_
(em corrente alternada) ou DC_ (em corrente contínua).

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6. Contatores

Categorias de Emprego em Corrente Alternada

• AC1: aplica-se para aparelhos em CA com fator de potência ≥


0,95, ou seja, cargas resistivas ou pouco indutivas.

• AC2: utilizada para motores com manobras leves, para controlar


partida e desligamento em regime, frenagem por contracorrente,
bem como partida para motores de anéis coletores.

• AC3: aplica-se aos motores de indução gaiola de esquilo, com in-


terrupção com o motor em regime, sendo o mais utilizado nas
instalações industriais.

• AC4: utilizado para manobras pesadas, como partir motores à


plena carga, comando intermitente, reversão à plena carga, para-
das por contracorrente.

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6. Contatores

Categorias de Emprego em Corrente Contínua

• DC1: destinam-se a operar cargas resistivas ou pouco indutivas.

• DC2/DC3: utilizada para acionamento de motores de corrente


contínua com excitação do tipo paralelo.

• DC4/DC5: aplicados para a partida de motores de corrente contí-


nua com excitação série.

Principais Características dos Contatores

• Ligação rápida e segura do motor;

• Controle de alta corrente por meio de baixa corrente;

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6. Contatores

• Comando local ou a distância;

• Possibilidade de cons-
truir chaves de partida;

• Proporciona proteção
efetiva do operador;

• Garantia de desliga-
mento do motor em
caso de sobrecarga;

• Possibilidade de sim-
plificação do sistema
de operação e supervisão de instalação.

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7. Relés Auxiliares

Dentro dos circuitos de acionamento de máquinas, é comum o uso


de relés para controle de acionamentos, alarme, proteção, etc.

Relés mais comumente usados na prática:

• Relé de tempo com retardo na energização

• Relé de tempo estrela-triângulo

• Relés de proteção de mínima e máxima tensão

• Relé de proteção de sequência de fase

• Relé de proteção de falta de fase

• Relé de proteção PTC

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7. Relés Auxiliares

Relé de Tempo com Retardo na Energização

Comuta seus contatos após transcorrido o tempo selecio-


nado, sendo que a temporização inicia quando os terminais
A1 e A2 do relé são energizados.

Sendo:

• a: instante da comutação;

• b: Retorno ao estado inicial;

• T: tempo selecionado.

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7. Relés Auxiliares

Relé de Tempo Estrela-Triângulo (Y-Δ)

Possui dois circuitos de temporização em separado: um


controla o contator estrela (T1) e o outro, com tempo fixo
de aproximadamente 100 ms (T2), controla o contator que
faz a ligação das bobinas em triângulo.

Aplicando-se tensão aos terminais A1-A2, o contato de


saída da temporização estrela comuta.

Passado o tempo da tempori-


zação selecionado (T1), o con-
tato de saída Y volta ao seu
estado inicial, começando a
contagem do tempo fixo (T2)
que, após ser transcorrido,
fecha o contato de saída Δ.
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7. Relés Auxiliares

Relé de Sequência de Fase

Utilizado na detecção da inversão da sequência de


fases R, S e T de sistemas trifásicos.

Em caso de inversão de fases o contato de saída do


relé comuta, bloqueando o comando do sistema.

Relé de Falta de Fase (ou Subtensão)

Detecta subtensões menores que o nível


selecionado em uma ou mais fases e desliga
um contato quando a falta ocorre.

Tem um retardo de aproximadamente cinco segundos


para que não opere no caso de faltas breves.

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7. Relés Auxiliares

Relé de Proteção PTC

Utilizado em motores que usam sondas PTC


(Positive Temperature Coeficient), um termis-
tor cuja resistência aumenta bruscamente pa-
ra um valor definido de temperatura.

A instalação do PTC é feita entre as espiras, no


início das bobinas, sempre no lado oposto ao
ventilador.

Em geral, é instalado
um PTC por fase, os
quais são ligados em
série.

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7. Relés Auxiliares

Relés de Mínima e Máxima Tensão

Dada uma variação de tensão na rede (monofásica ou trifásica) fora


dos limites estabelecidos em dois potenciômetros, um para tensão
máxima (Vmáx) e outro para tensão mínima (Vmín), fecham um conta-
to de saída para sinalização.

Assim, o relé é energizado dentro da faixa ajustada e


desenergizado fora dela.

Eles também atuam por falta de fase e podem ter um retardo de cin-
co segundos, como os relés falta de fase.
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