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UNIVERSIDADE EVANGÉLICA DE GOIÁS

CURSO DE MEDICINA – SEGUNDO PERÍODO

MÓDULO DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE II

ILAMAR JOSÉ FERNANDES FILHO

A CONSTRUÇÃO DO PROFISSIONAL E CIDADÃO MÉDICOS E A MEDICINA DA


FAMÍLIA

1. INTRODUÇÃO

Para o sociólogo e antropólogo francês Émile Durkhein, a família é o cerne da


socialização humana, de tal maneira que, estando essas saudáveis, a sociedade como um
todo também se encontrará. Nesse sentido, tendo em ótica a importância da saúde da família,
não apenas do ponto de vista social como também orgânico, ingressei no segundo módulo de
Medicina da Família e Comunidade com altas expectativas, desejando materializar
academicamente o maior significado da medicina através da atenção primária: o cuidado.
Portanto, minhas expectativas para esse módulo se concentravam em ser capaz de reverter
para a sociedade o aprendizado entregue a mim através dos professores.

Nesse aspecto, o módulo foi fundamental para meu desenvolvimento, pois, apesar das
condições sanitárias privativas por conta da pandemia, conseguiu contornar os obstáculos
impostos por ela concretizando minhas expectativas em exatidão através do ensino da
estimativa da vulnerabilidade familiar pelo uso da escala de Coelho e Savassi e do projeto
social nos Centro Municipais de Educação Infantil (CMEIS’s). Portanto, percebe-se a
importância tida, no meu desenvolvimento pessoal enquanto futuro profissional, de ter
estudado a escala de Coelho e executado um projeto no CMEI.

2. REFLEXÃO

Nessa discussão, a escala de vulnerabilidade familiar é um instrumento de


estratificação de risco, classificando os núcleos familiares quanto a condição social, individual
(debilidades específicas do indivíduo) e programática (nível de acesso a serviço de saúde),
viabilizando a entrega de um atendimento – semelhante a um pronto socorro – prioritário ao
risco. Nesse sentido, enxerga-se a importância desse conteúdo para uma maior compreensão
do acadêmico não somente no funcionamento da seleção da ordem de atendimento em
unidades básicas de saúde ou visitas domiciliares, como também na projeção prática de um
dos princípios do SUS: a equidade. Sendo assim, visualiza-se a importância desse
aprendizado para a compreensão desde o manejo das famílias em uma UBS até a
visualização prática do funcionamento dos princípios do SUS.
Ademais, há de se citar que por ano no Brasil ocorrem, em estimativa, 200.000 casos
de parada cardiorrespiratória (PCR), sendo metade desse número em ambiente extra
hospitalar totalizando um terço do total de mortos por COVID-19 no mundo REFERENCIA.
Nesse aspecto, o projeto social no CMEI (que nos dava a liberdade de identificar e escolher
a demanda a ser suprida através de uma entrevista com a diretora) abriu os nossos olhos
críticos para encontrar e tratar as demandas da sociedade. No caso individual do meu grupo,
percebemos a falta não suprida de uma enfermeira na unidade e operamos em ensinar aos
funcionários suporte básico de vida, especialmente enfocado na realização de compressões
toráxicas haja em vista a alta incidência na população de PCR’s, através da utilização de
bonecos simuladores certificados pela American Heart Society. Desse modo, vê-se
claramente a atuação nesse projeto na criação de um pensamento e atuação críticos -
importantes no dia a dia médico – e no ensino prático do cuidado.

Aditivamente, apesar desses conteúdos terem sidos ministrados em meio a pandemia,


foi possível a realização de atividades práticas, tanto presencialmente nos CMEI’s quanto em
unidades básicas de saúde - utilizando a escala de Coelho - que nos permitiram uma melhor
visualização dos tópicos. No entanto, apesar de isso ter sido possível no nosso ensino, muitos
serviços de saúde ainda encontram dificuldades devido a esse quadro, ao exemplo do
tratamento a pacientes O2 dependentes ou imuno suprimidos que se ausentam de frequentar
os serviços frequentemente por medo de uma eventual contaminação com vírus do COVID-
19. Dessa maneira, é evidente que poderia se ter se extraído mais dos conteúdos através de
atividades práticas em uma situação não pandêmica e conseguir um atendimento mais amplo
por parte dos serviços de saúde, no entanto, diante das circunstâncias apresentadas, tanto
os serviços de saúde quanto os de ensino bacharel em saúde estão fazendo o que podem,
seja, respectivamente, por meio da ampliação de atividades presenciais ou aumento da
quantidade de visitas domiciliares.

3. CONCLUSÃO

Portanto, percebe-se a importância do ensino de ambos a escala de vulnerabilidade


familiar e atuação nos CMEI’s no desenvolvimento pessoal e profissional do aluno. Nesse
sentido, através da escala de Coelho pode-se perceber o funcionamento prático da
classificação de prioridades de atendimento em unidades básicas de saúde e utilização dos
princípios do SUS, e por meio dos projetos nos CMEI’s vislumbrou-se a fundamentalidade de
um olhar e atuação social ativos. Sendo assim, vê-se a importância desse módulo de Medicina
da Família e Comunidade na construção do profissional e cidadão médicos.

4. REFERÊNCIAS

https://cdsa.aacademica.org/000-062/1771.pdf
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46399

https://opascovid.campusvirtualsp.org/covid-19/organizacao-e-fortalecimento-dos-servicos-
de-saude

file:///D:/USUARIO/Downloads/leonardocarnut,+16-Sistematizacao+escala+de+Savassi.pdf

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