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DE LOCAÇÃO E
CONDOMÍNIOS
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
Impresso por:
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade,
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil:
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba,
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades
de todos. Para continuar relevante, a instituição
de educação precisa ter pelo menos três virtudes:
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
promover a educação de qualidade nas diferentes
áreas do conhecimento, formando profissionais
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quando
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou
profissional, nos transformamos e, consequentemente,
Pró-Reitor de
Ensino de EAD
transformamos também a sociedade na qual estamos
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com
os desafios que surgem no mundo contemporâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
Diretoria de Graduação
e Pós-graduação este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe
de professores e tutores que se encontra disponível para
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
AUTORES
ADMINISTRAÇÃO DE LOCAÇÃO E
CONDOMÍNIOS
SEJA BEM-VINDO(A)!
Normalmente, as empresas imobiliárias e os corretores de imóveis é que desenvolvem
as operações imobiliárias de LOCAÇÃO e ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS e algumas es-
tão iniciando o trabalho de ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS, garantindo com esses
honorários a receita suficiente para promover a manutenção da empresa, visto que a
COMPRA e VENDA e as demais operações imobiliárias não acontecem com a frequência
necessária ou que gostariam.
Sendo assim, por qual motivo TODAS não fazem essa opção? A resposta dessa pergunta
você obterá neste livro.
As operações imobiliárias que abordaremos demandam muito conhecimento, preparo,
qualificação e atualização constante. São documentos a serem analisados, leis a serem
interpretadas, regras a serem seguidas e acima de tudo, demanda o uso da ética e do
bom senso.
Nas primeiras unidades, abordaremos a LOCAÇÃO e a ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS nas
quais estudaremos vários aspectos interessantes da Lei de Locação, como os direitos e
deveres do LOCADOR e LOCATÁRIO, os tipos de garantia contratual, revisionais e reno-
vatórias de aluguel, direito de preferência e muito mais.
Reservamos as últimas unidades para abordarmos sobre esse assunto interessante e
atual chamado CONDOMÍNIOS EDILÍCIOS. Trataremos das responsabilidades do síndico,
direitos e deveres do condômino, reformas, além do assunto mais delicado de todos:
harmonia na convivência do dia a dia, afinal quem nunca ouviu falar de algum problema
relacionado com comportamento dentro de um condomínio?
Com certeza, se você se empenhar, desenvolverá um ótimo trabalho e nós, professoras,
estaremos a disposição para lhe atender sempre que precisar!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
21 O Cliente Locador
24 Contrato de Administração
32 Considerações Finais
39 Referências
40 Gabarito
UNIDADE II
43 Introdução
44 O Cliente Locatário
48 Contrato de Locação
59 Garantias Locatícias
64 Considerações Finais
67 Referências
68 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
71 Introdução
72 Direito de Preferência
78 Benfeitorias
83 Entrega do Imóvel
85 Considerações Finais
90 Referências
91 Gabarito
UNIDADE IV
95 Introdução
96 O Condomínio
121 Referências
122 Gabarito
UNIDADE V
125 Introdução
149 Referências
151 Gabarito
152 CONCLUSÃO
Professora Esp. Kelli Renata da Silva
ADMINISTRAÇÃO DE
I
UNIDADE
LOCAÇÃO - ANGARIAÇÃO
DO IMÓVEL
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender os processos básicos e técnicos da administração de
imóveis.
■■ Conceituar o cliente locador e conhecer suas obrigações e direitos.
■■ Definir as cláusulas e itens essenciais em um Contrato de
Administração.
■■ Estudar os aspectos do Código de Defesa do Consumidor (CDC) com
relação ao locador.
■■ Entender a legalidade da Declaração de Informação sobre Atividades
Imobiliárias (DIMOB).
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ A intermediação nas transações imobiliárias
■■ O cliente LOCADOR
■■ Contrato de Administração
■■ Aspectos do Código de Defesa do Consumidor (CDC)
■■ Prestação de contas na Administração de Imóveis
15
INTRODUÇÃO
É uma tarefa que parece simples, mas no decorrer de nossos estudos, veremos
como o processo de locação deve ser minucioso e detalhado.
Isso é ainda mais complexo quando além de realizarmos a locação, adminis-
tramos esse bem imóvel. Sim, porque são duas operações imobiliárias diferentes
- locação e administração. No processo de administração do imóvel que tem a
duração do prazo contratual teremos entre variadas atividades, a responsabili-
dade de: receber o valor do aluguel do locatário, descontar as despesas devidas
e repassar o valor líquido ao proprietário. Entender por completo os direitos e
deveres que cabe a cada uma das partes envolvidas (o gestor, o proprietário, o
locatário e o fiador) é extremamente importante para que essa operação se dê
de forma transparente e pacífica.
O gestor poderá cometer equívocos que consequentemente trarão prejuízos
às partes envolvidas no processo se não se atentar a todos os detalhes. Firmar
compromisso para administração de bens de terceiros exige clareza, objetividade
e, principalmente, ética. Além disso, você terá a incumbência de gerir negó-
cios com imóveis de terceiros e isso exige a maior responsabilidade possível, de
forma a render boa lucratividade ao proprietário, garantir a manutenção e cui-
dado com o imóvel, sem esquecer a satisfação do locatário e fiador, que também
são seus clientes.
Para tanto, convido você, futuro(a) gestor(a), a mergulhar nesta série de
detalhes que envolvem a locação e administração imobiliária e a perceber que
o seu papel envolve, além de gerir negócios alheios, comprometimento e ética.
Preparado(a)? Então, vamos lá!
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A INTERMEDIAÇÃO NAS TRANSAÇÕES
IMOBILIÁRIAS
Quem nunca alugou um imóvel? Talvez tenha participado de uma locação como
fiador ou quem sabe auxiliando um amigo ou parente. O processo basicamente
é este: o interessado pesquisa e visita o imóvel, mostra para pessoas que decidi-
rão em conjunto, faz a proposta de valor para o proprietário e depois de cessar
a negociação, inicia a longa e muitas vezes cansativa tarefa de encontrar um fia-
dor. Prossegue reunindo toda a papelada solicitada pela imobiliária, para então
ter seu cadastro analisado e se aprovado, assinar o Contrato de Locação. Após
esse longo processo, pode, enfim, ter as chaves do imóvel em mãos. “Será que
todo esse procedimento é realmente necessário ou tratam-se apenas de ‘buro-
cracias’ desnecessárias”?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Desta forma, caro(a) aluno(a), sua capacitação deverá ser contínua! Você já deu
o primeiro passo ao ingressar em um curso de nível superior e isso é elogiável,
mas esta não deve ser a última capacitação que você deve obter! Continue adqui-
rindo conhecimento, especializando-se e utilizando todas as técnicas aprendidas
na rotina diária de sua administração imobiliária. Mas, lembre-se: o atendi-
mento ao público, seja qual for a àrea, requer além de domínio técnico, ética e
responsabilidade!
Porém, na maioria das vezes ambas as operações são confiadas ao gestor, por
isso, veremos quais atividades são exercidas em cada uma delas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d. Confecção de aditivos de contratos.
e. Emissão de recibos.
f. Prestação de contas etc.
O CLIENTE LOCADOR
O Cliente Locador
22 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
plataforma digital integrada com todos os cartórios.
Fonte: Registradores (on-line)¹.
Obrigações do LOCADOR
a. Pagar ao administrador a remuneração ajustada em contrato pelos ser-
viços de administração prestados.
b. Ressarcir as despesas que o administrador teve de efetuar no desempenho
de suas funções, desde que essas tenham sido comunicadas previamente,
salvo em casos de extrema urgência.
c. Cumprir todas as obrigações assumidas pelo administrador, desde que
dentro dos poderes que lhe foram outorgados.
Obrigações do ADMINISTRADOR
a. Zelar pelo imóvel, realizando a intermediação da manutenção de forma
segura para o proprietário.
b. Cumprir e fazer cumprir as estipulações contidas no Contrato de Loca-
ção como: recebimentos, pagamentos, manutenção etc.
c. Repassar os valores ao locador do modo estipulado, subtraindo apenas o
que foi ajustado a título de remuneração ou ressarcimento.
d. Prestar contas de sua administração ao locador.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O Cliente Locador
24 UNIDADE I
CONTRATO DE ADMINISTRAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Saiba que é importante a execução do contrato para que a relação esteja
amparada legalmente. Não sendo vedado por lei, as partes que podem estipular
tudo o que lhes for cômodo. Especificamente, no Contrato de Administração de
Imóveis, algumas cláusulas são tidas como necessárias:
1ª Descrever a responsabilidade pelo pagamento dos impostos, taxas, con-
domínio, conservação do imóvel, seguro etc.
2ª Dispor sobre eventual garantia ao proprietário pelo pagamento do alu-
guel e encargos e em caso positivo, também qual o período garantido.
3ª Delimitar prestação ou não de assistência jurídica gratuita e a responsa-
bilidade pelo ajuizamento de ações contra o locatário, bem como sobre
custos e honorários advocatícios.
4ª Definir a remuneração do administrador, devendo aferir Tabela de Hono-
rários.
5ª Especificar a exigência de fiador ou outra modalidade de garantia.
6ª Expor o prazo de vigência ou condições de renovação ou prorrogação
contratual.
7ª Estipular do local e forma de pagamento ou repasse ao proprietário.
PROCURAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Contrato de Administração
26 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ASPECTOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR (CDC)
Visto que a relação existente entre locador e locatário é disciplinada pela Lei
8.245/91, na relação de locação de imóvel, o CDC se aplica entre imobiliária -
prestadora de serviço - e proprietário (consumidor final). Isso porque além da
locação a terceiros, o administrador tem dentre as suas responsabilidades: o
pagamento de taxas, impostos do imóvel, a manutenção do bem a ela confiado.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão
quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou
comunicação publicitária cabe a quem as patrocina (BRASIL, 1990,
on-line)³.
O próximo aspecto que deve ser levado em consideração sob a ótica do CDC são
os contratos. Ao redigir contratos ao cliente, você, como administrador deve ser
claro e dar ciência de todos detalhes inseridos nas claúsulas deste documento de
forma simples e de fácil compreensão.
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obri-
garão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar
conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumen-
tos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido
e alcance.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você, ao administrar bens de terceiros deve dar muita atenção aos valores decla-
rados, pois esses devem ser iguais, tanto pela imobiliária quanto pelo proprietário,
pois a retificação do documento posterior à entrega pode suscitar dúvidas e pos-
terior investigação por parte da Receita.
Veremos agora alguns detalhes importantes sobre a DIMOB de forma
resumida.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
doras ou construtoras estão desobrigadas da entrega, caso haja a contratação
de intermediador, este deverá declarar. Todas essas informações são facilmente
encontradas no site da Receita Federal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, você deve ter constatado que o principal atributo
que você deverá ter na sua caminhada ao gerir imóveis de terceiros é responsa-
bilidade. A responsabilidade aliada à ética, ao comprometimento e a vontade de
buscar qualificação constante, proporcionarão a você, futuro(a) gestor(a) imo-
biliário(a), a conquista de clientes fiéis que ao reconhecerem a qualidade de seu
trabalho o indicarão a seus amigos e parentes. E nesse mercado de prestação de
serviços, o profissional capaz de galgar esse feito é “peça rara” não é mesmo?
Estudamos todo o processo de locação e administração de um imóvel: a
angariação do imóvel, recolhimento da documentação do proprietário, elabo-
ração do contrato de administração de imóveis e da procuração, definição das
principais cláusulas a serem inseridas para que a intermediação seja clara, entre
outros aspectos. Conhecemos as obrigações e direitos do nosso cliente - pro-
prietário do imóvel, a responsabilidade da administradora frente ao Código de
Considerações Finais
34
Art. 3º A DIMOB será entregue, até o último dia útil do mês de fevereiro do ano sub-
sequente ao que se refiram as suas informações, por intermédio do programa Recei-
tanet disponível na Internet.
§ 1º Para a apresentação da DIMOB referente aos fatos geradores ocorridos a partir
do ano-calendário 2010, é obrigatória a assinatura digital da declaração me-
diante utilização de certificado digital, exceto para as pessoas jurídicas optan-
tes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições
devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional).
Parágrafo único. A multa a que se refere o inciso I do caput tem, por termo inicial,
o primeiro dia subsequente ao fixado para a entrega da declaração e, por termo
final, o dia da apresentação da DIMOB ou, no caso de não apresentação, a data da
lavratura do auto de infração.
Art. 5º A omissão de informações ou a prestação de informações falsas na DIMOB
configura hipótese de crime contra a ordem tributária prevista no art. 2º da Lei nº
8.137, de 27 de dezembro de 1990, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
Parágrafo único. Ocorrendo a situação descrita no caput, poderá ser aplicado o re-
gime especial de fiscalização, previsto no art. 33 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro
de 1996.
Art. 6º Fica aprovado o programa gerador da DIMOB, versão 2.3, de livre reprodução
e disponível na Internet, no endereço mencionado no caput do art. 3º, e as respec-
tivas instruções para preenchimento, o qual deverá ser utilizado para apresentação
de declarações a partir de 2011, inclusive para entrega de declarações em atraso ou
retificadoras de anos-calendário anteriores a 2010.
Art. 7º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 8º Fica revogada a Instrução Normativa SRF nº 694, de 13 de dezembro de 2006.
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO.
Fonte: Instrução… (on-line)².
MATERIAL COMPLEMENTAR
Acesse o link e assista a uma palestra interessante que aconteceu no CRECI -SP sobre a
obrigatoriedade, penalidades e modelos de fichas exigidas pela DIMOB proferida pela contadora
e corretora de imóveis Márcia Ruiz Alcazar.
Referências On-Line
¹Em: <https://www.registradores.org.br/VisualizarMatricula/DefaultVM.aspx?-
from=menu>. Acesso em: 25 fev. 2016.
²Em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=ano-
tado&idAto=16087#>. Acesso em: 25 fev 2016.
³Em: <http://www.idec.org.br/consultas/codigo-de-defesa-do-consumidor/capitu-
lo-v>. Acesso em: 12 ago. 2016.
GABARITO
ADMINISTRAÇÃO DE
II
UNIDADE
LOCAÇÃO - ASPECTOS
BÁSICOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conceituar o cliente locatário e conhecer suas obrigações e direitos.
■■ Elencar os elementos essenciais que devem conter um Contrato de
Locação de imóveis.
■■ Definir o Termo de Vistoria e relacionar os documentos e protocolos
práticos à locação do imóvel.
■■ Entender como funcionam os prazos contratuais das locações
residenciais.
■■ Estudar os principais aspectos das modalidades de garantia previstos
na Lei de Locação.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ O cliente Locatário
■■ Contrato de Locação
■■ Termo de Vistoria e Protocolo para Documentos
■■ Prazos Contratuais na Locação Residencial
■■ Garantias Locatícias
43
INTRODUÇÃO
Introdução
44 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O CLIENTE LOCATÁRIO
O conceito de locação vem expresso no artigo 565 do nosso Código Civil que
dispõe que: “Na locação de coisas, umas das partes obriga-se a ceder à outra por
tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa
retribuição”, ou seja, na locação, o locador é obrigado a entregar a posse do imó-
vel durante um prazo determinado ao locatário, que por sua vez se responsabiliza
a pagar o valor ajustado pela ocupação.
A locação de imóvel urbano é regida pela Lei 8.245/91 que em 2009 foi alte-
rada pela Lei 12.112 com o intuito de aperfeiçoar as regras e normas sobre a
locação de um imóvel urbano. Em resumo, essa Lei regula a relação entre loca-
dor e locatário estabelecendo os direitos e obrigações de cada um e os aspectos
jurídicos que envolvem o Contrato de Locação. Onde você como gestor(a) imo-
biliário(a) entra nessa relação? Como vimos na unidade anterior, você será o
intermediador(a), garantindo que ela seja pacífica.
O Cliente Locatário
46 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou con-
tratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto
dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro
local não tiver sido indicado no contrato;
b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas de uso co-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mum;
O Cliente Locatário
48 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dade especificar de forma correta as condições do imóvel na entrada do locatário
ao imóvel. Ao recolher as assinaturas do locatário e fiador, anexando-o ao con-
trato, objetiva-se garantir o cumprimento dessas obrigações.
CONTRATO DE LOCAÇÃO
■■ Duração do contrato.
■■ Cláusula de vigência em caso de alienação do imóvel.
Contrato de Locação
50 UNIDADE II
Art. 18. É lícito às partes fixar, de comum acordo, novo valor para o
aluguel, bem como inserir ou modificar cláusula de reajuste.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ser alterado durante este prazo, salvo determinação legal ou oficial do governo.
O índice de reajuste obedece às determinações oficiais do governo, podendo as
partes escolherem dentre estes índices que reflitam a variação de preços o Índice
Geral de Preços do Mercado (IGP-M), Índice Geral de Preços (IGP), Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) etc.
Exemplos: um cliente americano aluga um imóvel sob sua administração e
exige que no contrato o valor do aluguel seja estipulado em dólar. Para não per-
der o cliente, o que você faria? Seu cliente locador exige o pagamento antecipado
do aluguel, mesmo tendo o locatário apresentando uma modalidade de garan-
tia? O locador exige um reajuste acima do índice estabelecido em contrato no
primeiro ano de renovação do aluguel?
Qual deve ser a atitude, futuro(a) gestor(a) diante de situações como essas?
Você deve explicar que tais exigências são vedadas pela Lei de Locação e que
você não trabalha em desacordo com a lei. É claro que deve buscar orientar seus
clientes através de uma argumentação coerente. Essa deve ser a sua postura com
relação a todas as situações em que se deparar na carreira profissional, especial-
mente as que te colocam contrárias aos artigos da lei.
Se sua administração transcorrer de forma ética, ela não passará desperce-
bida por esses e outros clientes que futuramente vier a atender.
SUBLOCAÇÃO
SEÇÃO II
Das sublocações
Art. 15. Rescindida ou finda a locação, qualquer que seja sua causa,
resolvem-se as sublocações, assegurado o direito de indenização do su-
blocatário contra o sublocador.
Art. 16. O sublocatário responde subsidiariamente ao locador pela im-
portância que dever ao sublocador, quando este for demandado e, ain-
da, pelos aluguéis que se vencerem durante a lide.
Contrato de Locação
52 UNIDADE II
Para que você entenda a essência dos artigos expostos vamos exemplificar:
“João, locatário de uma sala comercial nota que suas vendas cairam nos últimos
seis meses. Jorge, seu cunhado, que é contador propõe a ele sublocar o mezanino da
sala e dividir com ele as despesas de aluguel e encargos. Após três meses do ocor-
rido, percebendo que a situação não melhorou, João desocupa a sala, deixando a
locação do imóvel sob a responsabilidade de seu cunhado”.
Após a leitura dos artigos e do caso hipotético, o que podemos concluir? Caso
Jorge não pague o aluguel da sala, João será responsável pela inadimplência?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A lei admite a sublocação somente com autorização prévia e escrita do loca-
dor do imóvel e isso não foi feito pelo locatário exemplificado. Tão séria é essa
exigência que a demora do locador em manifestar-se não deve ser presumida
como consentimento. Venosa (2013, p. 95) diz que a oposição do proprietário,
“partindo do pressuposto de que não houve autorização prévia, poderá vir dire-
tamente por meio da ação de despejo por infração legal”. Portanto, o locador,
nesse caso, pode pedir a desocupação do imóvel.
Respondendo à segunda questão do nosso caso podemos perceber por meios
dos artigos que tratam do assunto que: o sublocatário responderá subsidiaria-
mente pelo aluguel e encargos decorrentes da locação, ou seja, primeiramente
responde o locatário, e depois o sublocatário. Caso essa sublocação estivesse de
acordo com a lei, ou seja, autorizada pelo locador, ambos seriam responsáveis
pelo pagamento, porém, a responsabilidade primária seria do locatário, que neste
caso passa a ser o sublocador do imóvel. Então no caso abordado, João não tem
direito de cobrar o aluguel do seu cunhado.
É importante destacar que todas as cláusulas contidas no Contrato de Locação
assinado pelo locatário devem ser acolhidas pelo sublocatário.
Fonte: a autora.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O Termo de Vistoria deverá ser anexado junto ao Contrato de Locação,
podendo ser executado na forma de formulário impresso com a estrutura pronta,
ficando o vistoriador responsável apenas por completar os espaços com os dados
daquele imóvel definindo, a condição e estado de cada item: novo, usado, bom,
regular, ou ainda de forma pós-elaborada com todas as informações descritas
item a item detalhadamente. O ideal é que essa vistoria seja feita durante o dia,
pois nem sempre a energia estará ligada, de forma criteriosa e que constem os
seguintes itens com registros por escrito, fotos e dependendo do caso filmagens:
■■ Portas e Janelas - avaliar as condições visuais, testar o funcionamento e
descrever possíveis danos.
■■ Instalações Elétricas - nem sempre é possível testar o funcionamento,
principalmente se o medidor estiver desligado, porém, fiações soltas,
interruptores danificados precisam ser descritos no laudo.
■■ Instalações Hidráulicas – nesse item é preciso verificar todas as torneiras
a fim de identificar possíveis vazamentos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Parágrafo único. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não estará obriga-
do a observar o prazo excedente.
A partir da leitura desse artigo, você, aluno(a), conseguiu identificar o que fala-
mos na introdução dessa unidade? O legislador protege a parte que julga mais
fraca da relação - o locatário. Este, pode devolver o imóvel a qualquer tempo,
desde que pague a multa contratual. Mas, a cobrança de rescisão deve ser pro-
porcional ao período que falta para vencer o contrato, ou seja, não podemos
cobrar o valor integral de multa se o locatário cumpriu parte do prazo contratual.
Geralmente, o valor estabelecido é de até três vezes o valor do aluguel, valo-
res superiores a isso podem ser entendidos como abusivos. E mais: se o motivo
da desocupação decorrer de transferência de trabalho, o locatário ficará isento
de multa, se avisar por escrito o locador com no mínimo 30 (trinta) dias de
antecedência.
Por outro lado, o locador não pode reaver o imóvel locado. Para ajudá-lo(a)
a entender, vamos considerar um exemplo: Após a assinatura do Contrato e ocu-
pação do locatário no imóvel, o proprietário fica sabendo que o imóvel do vizinho
foi locado por um valor maior que o dele. Ele pode reaver o imóvel para alugar
para outro pelo mesmo preço? Não! Motivos similares a esses não dão direito
ao locador de reaver o imóvel.
É claro que isso não significa que independente da situação, a locação nunca
poderá ser desfeita. A Lei de Locação estabelece algumas hipótese em que a loca-
ção poderá ser desfeita vejamos.
Se por mútuo acordo, ou seja, locador e locatário decidirem por fim a locação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do imóvel, a locação poderá ser desfeita sem prejuízo as partes. O artigo tam-
bém cita infração legal ou contratual como motivo válido para o fim da locação
e isso inclui a falta de pagamento do aluguel.
E ainda, os danos estruturais que precisem de reparos urgentes pode por
fim à locação de um imóvel, pois pode trazer até mesmo risco a segurança de
quem ocupa o imóvel. Trataremos detalhadamente sobre os motivos de disso-
lução contratual (denuncia) na unidade III.
CONTRATO DE TEMPORADA
GARANTIAS LOCATÍCIAS
Garantias Locatícias
60 UNIDADE II
I - caução.
II - fiança.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IV - cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005).
Parágrafo único. É vedada, sob pena de nulidade, mais de uma das mo-
dalidades de garantia em um mesmo contrato de locação.
I - morte do fiador.
IV - exoneração do fiador.
Garantias Locatícias
62 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
averbado junto à matrícula no Registro de Imóveis.
■■ No caso de caução em dinheiro, tão logo a locação se encerre, não res-
tando nenhuma obrigação, o administrador levanta o depósito com todos
os acréscimos que a conta recebeu e restitui o locatário ou ainda pode este
valor ser utilizado para cobrir tanto o valor do aluguel quanto os encar-
gos dessa locação.
A forma mais tradicional utilizada nas garantias é sem dúvida a fiança, na qual
um terceiro garante pessoalmente o cumprimento das responsabilidades advindas
do contrato firmado entre locador e locatário. O Novo Código Civil disciplina a
fiança ao afirmar que: “Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao
credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra” (Art. 818).
Venosa (2013, p. 172) afirma que “o fiador responde desde a eventual defi-
ciência do locatário no cumprimento do contrato principal até a sua total
inadimplência”. Por isso, muitas vezes, essa modalidade de garantia se vale da
amizade entre locatário e fiador na base de total confiança. E se essa amizade se
desfazer? E quando o laço que liga ambos se rompe? Situações como essas podem
acontecer e criar problemas de garantia nesse contrato.
Você, como futuro(a) gestor(a), deve saber que esse fiador(es) têm o direito
de se desobrigar dessa responsabilidade. Vejamos:
EXONERAÇÃO DO FIADOR
Garantias Locatícias
64 UNIDADE II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vimos de forma exemplificada como estão dispostas as regras que envolvem os
prazos contratuais e as garantias locatícias previstas na Lei de Locação. Entender
sobre esses assuntos é fundamental para intermediação da locação e admins-
tração do imóvel.
Além disso, por meio do estudo desses aspectos básicos percebemos que a
administração da locação de um imóvel é rica em pequenos detalhes, e por essa
razão, exigirá de você, domínio técnico, análise criteriosa de documentações,
preenchimento de termos, protocolos, recibos, elaboração de contratos, entre
outras atividades. Qualquer erro poderá ter grandes consequências futuras,
por isso, o conhecimento da legislação, faz com que o gestor tenha segurança e
garanta a ele mesmo, aos clientes, LOCADOR e LOCATÁRIO, o cumprimento
dos DIREITOS e DEVERES.
Mesmo que não venha a se aventurar no universo da locação e administração
imobiliária, todo profissional do mercado imobiliário deve, obrigatoriamente,
conhecer todas as práticas para poder prestar consultoria a seu cliente, pois é
de praxe que investidores o questionem sobre o assunto e tendo capacidade de
esclarecer todas dúvidas, você será um diferencial e criará uma vantagem com-
petitiva frente a outros que sabem talvez o mínimo sobre a Lei de Locação.
A Lei de Locação, assim como as demais leis exigem do bom profissional
estudo e dedicação. Não basta conhecer, é preciso estudar, é preciso se qualifi-
car, é preciso praticar.
Bom trabalho!
1. Assim como o locador, o LOCATÁRIO deve estar ciente de suas obrigações e ter
atestado os seus direitos. A Lei de Locação no intuito de contribuir para que a
relação locador/locatário seja a mais pacífica posssível, elencou nos artigos 22 e
23 os deveres de cada um. Descreva 03 deveres do locatário:
3. Explique o que é sublocação, o que a lei estabelece para que ela seja legal.
No site do CRECI -PE você encontrará uma série de modelos documentais pertinentes à rotina
imobiliária, entre eles o Modelo de Contrato de Locação.
BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI
Nº 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991. Dispõe sobre as locações dos imóveis ur-
banos e os procedimentos a elas pertinentes. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l8245.htm>. Acesso em: 27 jun. 2016
BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI
Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 27 jun. 2016.
BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI
Nº 12.112, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2009. Altera a Lei no 8.245, de 18 de outubro de
1991, para aperfeiçoar as regras e procedimentos sobre locação de imóvel urbano.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/
L12112.htm>. Acesso em: 27 jun. 2016.
DINIZ, M. H. Lei de Locações de Imóveis Urbanos Comentada. 11. ed. Rev. e atual.
São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
JUNQUEIRA, G. J. P. Teoria e Prática do Direito Imobiliário. Bauru, 2008.
JUSBRASIL. STJ - AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL : AREsp 627979 SP
2014/0334067-2. Disponível em: <http://stj.jusbrasil.com.br/jurispruden-
cia/180423683/agravo-em-recurso-especial-aresp-627979-sp-2014-0334067-2>.
Acesso em: 27 jun. 2016.
VENOSA, S. de S. Lei do Inquilinato Comentada - Doutrina e Prática. 12. ed. São
Paulo: Editora Atlas, 2013.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.azevedosette.com.br/pt/noticias/nova_sumula_sobre_fianca_e_
aprovada_pelo_stj/694>. Acesso em: 05 maio 2016.
GABARITO
ADMINISTRAÇÃO DE
III
UNIDADE
LOCAÇÃO - ASPECTOS
LEGAIS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender a Lei no que diz respeito a venda de imóveis alugados.
■■ Entender a diferença entre denúncia cheia e vazia.
■■ Elencar os tipos de benfeitorias .
■■ Destacar as particularidades da Ação Revisional e Renovatória de
Aluguel.
■■ Conhecer o processo de entrega das chaves, termo de Vistoria final e
suas especificidades.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Direito de Preferência.
■■ Denúncia Cheia e Denúncia Vazia
■■ Benfeitorias
■■ Revisional de Aluguel e Ação Renovatória
■■ Entrega do Imóvel
71
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), estamos na reta final da nossa jornada pela locação de imó-
veis! Até agora vimos a responsabilidade que envolve administrar um imóvel sob
a ótica do administrador, conceituamos os direitos e deveres do locador e loca-
tário e abordamos os aspectos básicos da locação.
De fato, locar e administrar um imóvel de terceiros não é tarefa fácil, mas
com empenho e vontade é possível desempenhar seu papel de forma eficaz. Você
como futuro(a) gestor(a) está sendo preparado(a) no decorrer de seu curso para
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
entender que somente com muito trabalho, ética e bom senso será capaz de fazer
a diferença no mercado imobiliário.
Abordaremos nessa última unidade assuntos relevantes para a administra-
ção da locação de um imóvel. Apesar de mais complexos, são aspectos legais que
exigirão de você domínio, ética profissional e bom senso. A venda de um imóvel
alugado, a denúncia de um contrato de locação ainda em vigência, a execução
de uma benfeitoria, a entrega de um imóvel, entre outros fazem parte da rotina
imobiliária e são situações que você vivenciará como administrador.
Entender o que a lei diz nesses casos, o auxiliará ao prestar consultoria e
assessoria aos seus clientes (locador, locatário e fiador) e o seu atendimento e
entendimento contribuirão para o seu crescimento profissional.
Espero que, ao final da leitura dessa última unidade, você esteja preparado
para iniciar a próxima etapa: a prática imobiliária e que o sucesso profissional
seja o resultado de todo o seu empenho como acadêmico(a)!
Introdução
72 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DIREITO DE PREFERÊNCIA
A venda de imóveis que, por ventura, estejam alugados é uma situação comum no
dia a dia da administração de locação, uma vez que a vida do nosso cliente pode
mudar de uma hora para outra. Muitas vezes, a venda daquele imóvel investido
para locação é a saída para um imprevisto ou a entrada para outro tipo de inves-
timento. Nesse momento, você deve dar suporte tanto a quem vende o imóvel
(seu cliente locador) como para quem reside no imóvel (seu cliente locatário).
De um lado está o locador ansioso em vender e de outro o locatário frustrado
pela incerteza de permanecer ou não no imóvel locado. Qual deve ser a sua ati-
tude, visto ser o elo que liga as duas partes?
Vamos analisar a seguinte situação hipotética: você acaba de elaborar um
Contrato de Locação de 30 (trinta) meses. Seu cliente locatário chegou à cidade a
pouco tempo e está animado com a nova moradia, matriculou os filhos na escola
do bairro, decorou o jardim da casa e lhe disse que gostou tanto do imóvel que
se o novo emprego der certo, pretende após os 03 (três) anos de contrato, adquirir
um imóvel na cidade e quer contar com seus préstimos para isso. No 6°(sexto) mês
de vigência do contrato, porém, seu cliente locador (proprietário) o comunica que
pretende vender o imóvel. E de acordo com ele, a venda precisa acontecer o mais
breve possível, pois, surgiu um imprevisto financeiro.
O imóvel alugado pode ser vendido? Como fica o locatário nesse caso e como
intermediar essa situação? Lembrando que ambos são seus clientes e precisam
ser tratados com imparcialidade.
Observe o que a Lei de Locação aponta sobre o assunto:
Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de
cessão de direitos ou dação em pagamento, o locatário tem preferência
para adquirir o imóvel locado, em igualdade de condições com tercei-
ros, devendo o locador dar - lhe conhecimento do negócio mediante
notificação judicial, extrajudicial ou outro meio de ciência inequívoca.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Percebemos com a leitura desses artigos que a venda do imóvel locado é permitida
e disciplinada pela Lei de Locação. O seu cliente locador tem o direito de vender o
imóvel, porém, o seu cliente locatário tem a preferência na aquisição. “Com a pre-
ferência do Inquilino, a Lei visa não só diminuir os riscos de uma venda simulada,
que rompe na maioria das vezes a locação, como também facilitar a permanên-
cia do inquilino no imóvel, sua moradia ou seu comércio” (Venosa, 2013, p.153).
Direito de Preferência
74 UNIDADE III
Você, que será intermediador(a) dessa relação e, deve fazer o possível para
que essa situação seja resolvida da forma mais pacífica possível. Isso inclui comu-
nicar ao locatário por escrito e dar a ele ciência de todas as condições do negócio
em igualdade com terceiros. Em situações em que o locatário se frustra com a
venda do imóvel, é comum que eles talvez venham dificultar ou até mesmo se
recusar a assinar a comunicação.
Como tornar essa ciência inequívoca (segura, não duvidosa, clara)? Umas
das maneiras é fazer isso através de carta registrada via de Aviso de Recebimento
(AR) ou ainda por meio do cartório de títulos e documentos no qual um oficial
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de justiça que tem fé pública, atestará a comunicação. Apesar do custo que esses
serviços possam ter, saiba que irão assegurar o seu trabalho e evitarão maiores
transtornos. Como podemos atestar no artigo 33, o locatário somente poderá
reclamar por perdas e danos se o requerer no prazo de seis meses, a contar do
registro do ato no cartório de imóveis, desde que o contrato de locação esteja
averbado pelo menos trinta dias antes da alienação junto à matrícula do imóvel.
Por esse motivo existem duas correntes a respeito do assunto: uma que assegura
não haver necessidade de oferecer o direito de preferência, pois RARAMENTE
um locatário averba o Contrato de Locação junto à matrícula do imóvel e a outra,
pela qual me simpatizo que defende a importância dessa notificação, afinal, faz
parte do senso comum o entendimento que em caso de venda o locatário tem
direito de preferência e ao deixarmos de notificar, estaremos correndo risco de
provocar uma possível jurisprudência e prejudicar nossos clientes. A prudência
é uma ferramenta indispensável na nossa profissão.
Não tendo interesse na aquisição do imóvel ora locado, o locatário poderá
permanecer no imóvel somente se cumulativamente: o contrato estiver no prazo
vigente, conter cláusula de vigência em caso de venda e for averbado junto à
matrícula do imóvel. Caso contrário, se não for do interesse do novo proprie-
tário do imóvel prosseguir com a locação, o locatário deverá desocupá-lo no
prazo de 90 (noventa) dias.
Da locação residencial
Art. 46. Nas locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior
a trinta meses, a resolução do contrato ocorrerá findo o prazo estipula-
do, independentemente de notificação ou aviso.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Contratos ajustados com prazo inferior a 30 meses, vencido este prazo a locação
prorroga-se automaticamente a prazo indeterminado e o locador somente poderá
retomar o imóvel se demonstrar os seguintes motivos (DENÚNCIA CHEIA):
- Mútuo acordo (artigo 9º).
- Término do contrato de trabalho, se o imóvel for ocupado por motivo do
emprego do locatário.
- Para uso próprio do locador, de seu cônjuge ou companheiro, ascendente
ou descendente, que não disponham de imóvel próprio para moradia.
Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo in-
ferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga-se
automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser re-
tomado o imóvel:
próprio.
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BENFEITORIAS
Adequações podem ser feitas no imóvel pelo locatário antes ou durante o prazo
contratual. Antes, para adequar o imóvel às necessidades do locatário ou para
melhorias, segurança ou mesmo conforto. Observe o que diz a Lei de Locação
sobre as benfeitorias:
Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeito-
rias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas
pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indeni-
záveis e permitem o exercício do direito de retenção.
As necessárias como o próprio nome diz são imprescindíveis para o bom uso
do imóvel e por essa razão podem ser realizadas sem a anuência do proprietário
diante da urgência e emergência. Estamos falando de ruptura de encanamentos,
curto circuito, vazamentos, infiltrações etc.
O conserto imediato não depende de autorização expressa, porque é dever
do locador deixar o imóvel em condições de uso.
São úteis as que atendem as necessidades peculiares àquele locatário como:
cobertura para veículo, colocação de grades nas janelas, portão eletrônico, cerca
elétrica, dentre outros, e em caso de autorização pelo locador poderão ser inde-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cado.
Perceberam que a cada três anos de vigência do contrato a lei possibilita às par-
tes discutir sobre o assunto e mais, dá a parte que se sentir prejudicada o direito
de solicitar REVISÃO JUDICIAL.
Quando isso acontecer, a parte que ingressar com a ação deverá apresentar
três Pareceres Técnicos de Avaliação Mercadológica (PTAMs) de forma a com-
provar o que ele está reivindicando.
Quando falamos em locação comercial precisamos esclarecer aos nossos
clientes locatários que essa é uma modalidade diferente da residencial com arti-
gos específicos.
Os contratos de locação comercial poderão ser ajustados a qualquer prazo,
porém, ao final deste prazo, ao contrário da locação residencial, o locador (pro-
prietário) poderá denunciar o contrato com prazo de 30 dias para desocupação.
Caso o locatário permaneça no imóvel após esse prazo sem a manifestação do
locador, esse contrato passa a vigorar por tempo indeterminado e o locador pode
pedir a desocupação do imóvel com prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 56. Nos demais casos de locação não residencial, o contrato por
prazo determinado cessa, de pleno direito, findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso.
Art. 57. O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser de-
nunciado por escrito, pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias
para a desocupação.
Visto, que o imóvel comercial via de regra é o local em que a empresa fixa sua
clientela, e este passa a ser referência para ele, é importante que você, gestor(a),
esclareça à seu cliente locatário a importância de um prazo razoável. Afinal de
contas, este cliente pode vir a investir valores expressivos na abertura da empresa
e precisa de uma garantia de permanência neste imóvel.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Mais uma vez, o legislador tende a proteger a parte que julga mais fraca na rela-
ção imobiliária - o locatário. Por isso, por meio do art. 51, estabelece o direito à
renovação compulsória do contrato em casos de locação comercial. Para isso, o
locatário deve preencher cumulativamente os seguintes requisitos:
- Contrato a renovar por prazo determinado e por escrito.
- Prazo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos deve ser
de 5 (cinco) anos.
- O locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, no prazo
mínimo e sem interrupção de 3 (três) anos.
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário
terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumu-
lativamente:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a perten-
cer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo
locatário ou pela sociedade.
ENTREGA DO IMÓVEL
Entrega do Imóvel
84 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lidade do locatário.
e. Receber os dias de aluguel e multa de rescisão contratual, se esse for o caso.
f. Entregar ao locatário a Carta de Quitação de Débitos devidamente datada
e assinada.
Nesta fase de entrega, futuro(a) gestor(a), precisa haver critério lógico, e principal-
mente bom-senso, pois, as divergências vão ocorrer e você, como intermediador(a),
da relação deverá agir de modo a buscar a conciliação e o cumprimento do que
foi acordado em contrato.
Para isso, tenha toda a documentação do imóvel em dia, acompanhe o paga-
mento do condomínio durante a locação e elabore no ato da locação um Termo
de Vistoria bem detalhado, se possível anexe fotos dos itens mais importantes.
Isso destacará o seu bom trabalho e diminuirá as divergências normais decor-
rentes do encerramento dessa relação que intermediou.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
preenderem esses aspectos legais. As denúncias cheia e vazia então, fazem com
que encontremos muitos contratos firmados por trinta meses, sem que os cor-
retores saibam o porquê, sendo que para facilitar para as partes eles podem ser
firmados por 36 meses e dessa forma não criar confusão no momento do adita-
mento contratual para renovação ou para reajuste de aluguel.
As benfeitorias se bem compreendidas e bem explicadas, podem deixar as
partes mais seguras e confortáveis para tomar qualquer atitude, porque saberão
seus direitos e deveres muito bem explicados por você.
A possibilidade de uma revisão no valor do aluguel, como você pode apren-
der, é legal e totalmente possível, ao contrário do que pensam alguns colegas
desavisados. E, finalmente, a entrega do imóvel pode e deve ser o ponto alto da
relação imobiliária, na qual você com prudência, conhecimento, ética e bom-
-senso termina um Contrato de Locação em que todas as partes ficam satisfeitas
e você usufruindo de um bom conceito pela sociedade e mercado imobiliário,
além é claro de ter recebido, os honorários mais que merecidos, afinal, condu-
ziu com maestria essa tão dificil operação imobiliária.
Considerações Finais
86
Material Complementar
REFERÊNCIAS
DINIZ, M. H. Lei de Locações de Imóveis Urbanos Comentada. 11. ed. Rev. e atual.
São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI
Nº 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991. Dispõe sobre as locações dos imóveis ur-
banos e os procedimentos a elas pertinentes. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l8245.htm>. Acesso em: 27 jun. 2016.
BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 27 jun. 2016.
REFERÊNCIAS ON-LINE
Em: <http://www.gazetadopovo.com.br/imoveis/quais-os-deveres-do-inquilino-
¹
2. Isso pode ser feito por meio de carta registrada via AR ou ainda por meio do car-
tório de títulos e documentos nos quais um oficial de justiça que tem fé pública
atestará a comunicação.
3. A alternativa “d” está correta.
4. Maria realizou uma benfeitoria útil. Somente caberá reembolso em caso de au-
torização pelo locador.
5. Contrato a renovar por prazo determinado e por escrito; - prazo do contrato a
renovar ou a soma dos prazos ininterruptos deve ser de 5 (cinco) anos; - o loca-
tário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, no prazo mínimo e sem
interrupção de 3 (três) anos.
Professora Esp. Claudete Cristina Iwata
IV
ADMINISTRAÇÃO DE
CONDOMÍNIOS:
UNIDADE
INSTITUIÇÃO, CONVENÇÃO E O
SÍNDICO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conceituar os tipos de condomínio.
■■ Entender os aspectos legais de um condomínio e as formas de
instituição.
■■ Elencar as principais normas e instrumentos da Convenção do
condomínio.
■■ Discutir acerca da eleição do síndico e suas responsabilidades.
■■ Discorrer sobre o Conselho Consultivo e sua atribuições.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ O Condomínio
■■ Instituição do Condomínio
■■ A Convenção do Condomínio
■■ O síndico e suas atribuições
■■ Conselho Fiscal
95
INTRODUÇÃO
Introdução
96 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O CONDOMÍNIO
Para darmos início aos conteúdos que serão abordados nesta unidade, faremos
uma breve explanação sobre a origem dos condomínios e as vantagens e des-
vantagens desse tipo de habitação.
A preocupação com o aproveitamento econômico do solo não é recente. De
acordo com Lopes (2008, p.27) “é certo que, já na Idade Média, era conhecido um
sistema de propriedade algo semelhante ao condomínio de que nos ocupamos”.
O mesmo autor afirma que a ‘crise habitacional’ que decorreu de uma série de
fatores (êxodo rural, explosão demográfica, duas grandes guerras etc), “provo-
cou o surgimento de uma nova técnica de construção e de um complexo jurídico
cuja perfeita compreensão desafia os estudiosos” (2008, p.27). Isso se dá pelo fato
de que o proprietário de uma unidade em condomínio exerce pleno direito do
imóvel e simultaneamente o domínio sobre partes comuns como coproprietário,
gerando limitações e obrigações perante a comunidade a qual pertence. Tendo em
vista essa coparticipação no uso da propriedade, fez-se necessárias instituições de
limites de gozo, imposição de deveres e regulamentação do exercício de direitos.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
97
O Condomínio
98 UNIDADE IV
Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade ex-
clusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e
as demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são
utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados
separadamente, ou divididos.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
99
TIPOS DE CONDOMÍNIOS
O Condomínio
100 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
testamento para dar início ao processo da sucessão hereditária, sendo finalizado
o condomínio ao término da partilha. Não é estabelecida a temporariedade de
existência, dessa forma pode ser de caráter transitório ou perpétuo.
Exemplo: o pai viúvo se casa novamente e quando ele vem a falecer, são her-
deiros: os filhos e a viúva. Eles serão condôminos até que a partilha dos bens
termine.
Art. 1.327. O condomínio por meação de paredes, cercas, muros e valas
regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307).
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
101
O Condomínio
102 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ano e as despesas são rateadas em partes iguais. A multipropriedade é conhecida
também como “time sharing”.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
103
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INSTITUIÇÃO DO CONDOMÍNIO
O Condomínio Especial Edilício foi criado pela Lei 4.591/64. Atualmente é tra-
tado pelo Código Civil e sua instituição será feita da seguinte forma:
Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou tes-
tamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo cons-
tar daquele ato, além do disposto em lei especial:
Instituição do Condomínio
104 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de garagem etc.
■■ A denominação ou indicação cadastral com número ou letra da unidade
(exemplo: casa 22, apartamento 901, sala B , vaga de garagem 5 etc).
■■ O pavimento em que se localiza e sua posição dentro do pavimento.
■■ A indicação da área privativa, da área de uso comum e sua fração ideal
no terreno.
■■ A divisão interna do imóvel, que opcional com número de quartos, banhei-
ros, salas, cozinha etc.
■■ A indicação das áreas comuns como corredores de acesso, áreas de recre-
ação e lazer , garagens, piscina, sauna, quadras poliesportivas, espaço para
crianças, academia de ginástica, cinema, churrasqueira, salão de festas,
salas de jogos, espaço pet, ou seja, tudo que pertence aos bens de proprie-
dade de todos os condôminos em comum.
■■ A menção do fim a que as unidades se destinam.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
105
FORMAS DE INSTITUIÇÃO
Instituição do Condomínio
106 UNIDADE IV
FRAÇÃO IDEAL
O legislador determinou que a cada unidade caberá, como parte inseparável, uma
fração ideal do terreno e coisas comuns atribuida a cada unidade expressa sob
forma decimal ou ordinária. A determinação da fração ideal é muito importante
no dia a dia do condomínio, pois pode determinar a forma que será realizado o
rateio das despesas comuns, os votos em caso de assembleia etc.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VAGAS DE GARAGEM
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
107
A CONVENÇÃO DO CONDOMÍNIO
A Convenção do Condomínio
108 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo cons-
tar daquele ato, além do disposto em lei especial:
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os inte-
ressados houverem por bem estipular, a convenção determinará:
V - o regimento interno.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
109
O SÍNDICO E SUAS
ATRIBUIÇÕES
O síndico deverá ser escolhido por meio de assembleia e para isso não precisa
ser necessariamente condômino. Quando eleito, seu mandato tem duração não
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
superior, ou seja, máxima de dois anos, porém, não significa que ele não possa
ser reeleito. Caso os condôminos decidam que é bom para o condomínio ficar
sob a responsabilidade dele, a lei permite que o mandato seja renovado.
Art. 1.348. Compete ao síndico:
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
111
Esse artigo apresenta as competências do síndico que começa pelo dever de con-
vocar a assembleia dos condôminos, o que ele deve fazer de forma inequívoca
para que todos tenham plena ciência da data e horário. Percebeu que nos con-
domínios é afixada a Convocação em murais de aviso e nos elevadores? É uma
forma do síndico cumprir com o seu dever de forma inconteste.
É ele que representa, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em
juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns. A pessoa
que vai exercer esse papel deve ser idônea e íntegra, pois a escolha por meio de
assembleia dá poderes para que ele represente todos os condôminos. Muitas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembleia
dos condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de aprovar o
orçamento das despesas, as contribuições dos condôminos e a presta-
ção de contas, e eventualmente eleger-lhe o substituto e alterar o regi-
mento interno.
É tão séria a alteração da Convenção que não pode ser decidida por maioria
simples. É preciso que no mínimo dois terços dos condôminos esteja de acordo.
Ainda mais importante é a mudança da destinação do edifício (de comercial
para residencial, por exemplo) ou da unidade imobiliária, pois só ocorre com a
unanimidade, ou seja, pela vontade de todos os condôminos.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
113
condôminos presentes, desde que a fração que lhes cabe seja no mínimo a metade
das fraçoes ideais. A lei institui dessa forma, pois estudamos que os condômi-
nos podem ter unidades com frações ideais diferentes.
A fração ideal de um condôminio proprietário de um apartamento tipo com
150m² por exemplo é inferior a fração ideal do proprietário da cobertura que é
um duplex e tem 290m². Dessa forma, nem sempre a fração ideal de metade dos
condôminos representa necessariamente a metade das frações ideais que com-
põe o condomínio.
Art. 1.353. Em segunda convocação, a assembleia poderá deliberar por
maioria dos votos dos presentes, salvo quando exigido quorum espe-
cial.
uso dos elevadores preferindo as escadas e por esse motivo não tomou conhe-
cimento da convocação.
“Art. 1.355. Assembléias extraordinárias poderão ser convocadas pelo sín-
dico ou por um quarto dos condôminos” (BRASIL, 2002).
O direito de convocação não se limita a figura do síndico sendo extensiva a
um quarto dos condôminos quando o caráter for extraordinário.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSELHO FISCAL
A lei diz que “poderá” haver no condomínio um conselho fiscal composto por
três membros eleitos em assembleia pelo mesmo período da gestão do síndico,
ou seja, não superior a dois anos.
Cabe ao conselho dar parecer sobre as con-
tas do síndico. Significa de alguma forma que
o conselho pode (e deve) fiscalizar as ações do
síndico.
É comum que as convenções já determinem
a existência de um conselho fiscal para que as
finanças do condomínio possam ser acompa-
nhadas de perto. Trata-se de um complemento a
serviço do condomínio tendo a função de ana-
lisar as contas e emitir parecer recomendando
ou não a sua aprovação.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
115
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
116 UNIDADE IV
Como você sabe, nosso material serve de referência para o início dos seus
estudos. O bom profissional deve procurar conhecimento sempre. Acredito que
a maior lição que deve ficar para você nessa unidade é que ao locar ou admi-
nistrar um imóvel que faz parte de um condomínio é imprescindível que você
tenha em mãos a Convenção de Condomínio e o Regimento Interno e da mesma
forma você deve fornecer esses documentos aos locatários por meio de proto-
colo de recebimento, para que ele não venha a alegar no futuro que infringiu
alguma norma por não ter conhecimento.
Não se esqueça que seu papel legal é zelar pela satisfação e segurança das
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
partes, por isso não se esqueça de documentar todas as suas ações. A prevenção
faz parte do bom atendimento.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
117
Nos apartamentos, que são propriedades privadas, também existem regras de convi-
vência que devem ser observadas. Muitos pensam que a chamada “lei do silêncio” vale
somente para depois das 22 horas, mas não é bem assim.
Independentemente do horário, deve ser observado o bom senso, a urbanidade e o
respeito mútuo entre os vizinhos. Vez ou outra, alguém pode fazer uma festinha em
casa e aumentar o volume do som, mas som altíssimo, todos os dias, com “pancadão” na
cabeça dos vizinhos, viola princípios de convivência social e pode ser reprimidos.
A questão é muito delicada, pois é subjetiva. O respeito ao direito alheio de forma do-
sada, sabendo quando se encerra o direito de um e começa do outro, é muito sutil e
depende, em muitos casos, de que ângulo se observa a questão.
Uma reforma no apartamento, com quebra de piso e marretadas, certamente incomoda
muito mais do que qualquer música alta, mas é necessário realizá-la e, apesar de irri-
tante, precisa ser tolerada pelos demais moradores. Brigas de casal aos gritos, com pa-
lavrões e quebra-quebra, todo dia, independente do horário, podem ser interpretadas
como comportamento antissocial, pois ferem princípios morais do senso geral e podem
causar constrangimento aos vizinhos, especialmente às crianças e idosos.
Não existe uma receita pronta, depende de cada caso, mas, certamente, a melhor medi-
da em todas as situações é sempre o diálogo e o bom senso.
Se os problemas não forem resolvidos de forma amistosa, a aplicação de multas e, em
último caso, a expulsão do morador encrenqueiro, mesmo que dono do apartamento
são medidas possíveis.
Fonte: O que síndico… (2014, on-line)2.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Revolucionando o Condomínio
Rosely Benevides O. Schwartz
Editora: Saraiva
Sinopse: Fruto de pesquisas e da experiência adquirida
nas consultorias realizadas em condomínios por Rosely
Schwartz, este trabalho fornece o conhecimento
preliminar dos principais tópicos que envolvem um
condomínio. Com essas informações, o síndico poderá
fazer uma gestão mais eficiente, tranquila e segura. Já os
condôminos terão a chance de avaliar se a administração
está sendo eficaz, se os itens de segurança estão sendo
observados e se a legislação que envolve o condomínio
está sendo cumprida, facilitando a compreensão do papel
do síndico, dos problemas e das dificuldades para administrar um condomínio.
BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI
Nº 4.591, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1964. Dispõe sôbre o condomínio em edificações
e as incorporações imobiliárias. Acesso em: 30 jun. 2016.
BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI
Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. Institui o Código Civil. Acesso em: 30 jun.
2016.
CAVALCANTE, B. Locação predial urbana e condomínio edilício: teoria e prática.
Leme: Editora Cronus, 2010.
COUTO, M. do C. de R. C. Instituição do Condomínio e Incorporação Imobiliária.
Disponível em: <http://www.serjus.com.br/on-line/trabalho_09.html>. Acesso em:
18 maio 2016.
DANTAS, I. O que vale mais no condomínio? Disponível em: <http://www.sindi-
conet.com.br/8245/Informese/Inaldo-Dantas/O-que-vale-mais-no-condominio>.
Acesso em: 18 maio 2016.
FRANCO, J. N. Condomínio. 5. ed. Rev. atual e. Ampl. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2005.
LOPES, J. B. Condomínio. 10. ed. Rev. atual e. Ampl. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2008.
NORBIM, F. D. Administração de Condomínios: Aspectos Práticos e Jurídicos. Rio
de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2010.
SECOVI-SP. Perguntas e Respostas: Direito Civíl. Disponível em: <http://www.se-
covi.com.br/condominios/perguntas-e-respostas-direito-civil>. Acesso em: 18 maio
2016.
SCHWARTZ, R. B. de O. Revolucionando o condomínio. 12. ed. Rev. atual e. Ampl.
São Paulo: Saraiva, 2009.
REFERÊNCIAS ON-LINE
¹Em: <http://oab-mg.jusbrasil.com.br/noticias/2860827/comissao-de-direito-urba-
nistico-da-oab-mg-promove-debate-sobre-lei-80-2011>. Acesso em: 28 jun. 2016.
2
Em: <http://silascorreiaimv.blogspot.com.br/2014/01/o-que-sindico-e-moradores-
-podem-ou-nao.html>. Acesso em: 14 jun. 2016.
GABARITO
1. No tipo geral ou tradicional toda a coisa fica sujeita ao regime comum, não se
fala em propriedade individual, ou seja, toda sua extensão incide sobre a in-
tegralidade da coisa, e não apenas em parte desta. Todos são donos de tudo.
No condomínio tipo especial ou relativo ou conhecido como horizontal ocorre
quando além das partes comuns relativas a todos os proprietários, existem as
partes autônomas de propriedade de modo singular ou coletiva.
2. Via testamentária: o proprietário ao fazer o testamento de um imóvel que com-
porte divisão, institui o condomínio, individualizando cada unidade autônoma e
sua respectiva fração ideal, descrevendo todas as partes comuns.
Acordo de vontades: ocorre quando um grupo de pessoas detentoras do direito
sobre um determinado terreno decidem construir um edifício ou mais de um e
determinam desde já a unidade futura que caberá a cada um deles.
Força legal: quando para solucionar um litígio o Juiz decide pela instituição do
condomínio, que nascerá portanto, por força de uma sentença judicial.
3. Na Convenção de Condomínio é tratada a estrutura do condomínio e os direitos
e deveres dos condôminos e no Regimento Interno constam as regras de convi-
vência do cotidiano dos condôminos.
4. I - convocar a assembleia dos condôminos; II - representar, ativa e passivamente,
o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa
dos interesses comuns; III - dar imediato conhecimento à assembleia da exis-
tência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio;
IV - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determina-
ções da assembleia.
Professora Esp. Claudete Cristina Iwata
V
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
UNIDADE
DIREITOS E DEVERES DOS
CONDÔMINOS, ASPECTOS DAS NBRS
5674/99 E 16280/2014
Objetivos de Aprendizagem
■■ Estudar os direitos e deveres dos condôminos em especial os artigos
que os definem.
■■ Conceituar as regras que normatizam a realização das obras a serem
realizadas em um condomínio.
■■ Conhecer as duas normas de manutenção e conservação do
condomínio, suas implicações e importância.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Direitos e deveres dos condôminos
■■ Obras em um condomínio
■■ Aspectos da NBR - 5674/99 e da NBR - 16280/2014
125
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), um dos temas mais delicados para se tratar quando o assunto
é condomínio diz respeito às regras de convivência entre condôminos. Temos
notícias de várias brigas constatadas em condomínios que acabam em vias de
fato com lesões corporais e algumas vezes até em morte.
O dia a dia atribulado das pessoas, as pressões sociais, financeiras e familia-
res levam ao estresse e muitas vezes a perder o controle diante de uma situação
de descontentamento ou contrariedade.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Talvez esse seja o maior motivo que leva a diminuir o interesse dos condô-
minos a assumir o papel de síndico. Nem o atrativo de remuneração ou isenção
de pagamento da taxa condominial despertam interesse para esse difícil papel.
Porém, como comentamos na unidade IV, as regras pré-estabelecidas e levadas
ao conhecimento de todos os elementos envolvidos na convivência minimizam
os conflitos e facilitam a tomada de decisão.
Nessa unidade, estudaremos esses dispositivos legais, bem como tratare-
mos de um assunto muito importante que são as normas brasileiras - NBRs
- que dizem respeito ao deveres de manutenção e conservação do condomínio e
os cuidados com as obras a serem realizadas no interior das unidades privadas.
Infelizmente foi preciso acontecer uma tragédia para que esses normas fos-
sem criadas. Vamos conhecer o conteúdo delas para que possamos ser agentes
propagadores dessas informações e dessa forma exercer nosso papel com pro-
priedade na sociedade.
Introdução
126 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DIREITOS E DEVERES DOS CONDÔMINOS
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
127
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(três) dias, contados da citação.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
129
Trataremos do assunto REFORMA nas páginas a seguir, visto que deve obede-
cer as normas da ABNT.
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas.
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não
as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança
dos possuidores, ou aos bons costumes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O legislador de alguma forma reconhece a habilidade que deve ter o síndico e o
condomínio no trato de questões de comportamento ou falta de cumprimento
de obrigações, por isso de acordo com a não obediência às normas do bom con-
vívio, as cominações pecuniárias vão aumentando podendo chegar até a 10 vezes
o valor da contrinuição condominial.
Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veí-
culos, preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a
estranhos, e, entre todos, os possuidores.
Esse dispositivo legal foi alterado pela Lei 12.607 de 04 de abril de 2012, proibindo
o aluguel das vagas para pessoas estranhas ao condomínio a menos que a autori-
zação venha expressa na Convenção de Condomínio. Observe o artigo a seguir:
Art. 1o O § 1o do art. 1.331 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
Código Civil, passa a vigorar com a seguinte redação:
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
131
...................................................................................” (NR)
partes acessórias.
Mais uma vez percebe-se a preocupação do legislador em evitar que haja comercia-
lização das partes acessórias a terceiros sem expressa autorização do condomínio.
Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de
um condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve.
OBRAS EM UM CONDOMÍNIO
O condomínio é instituido a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
partir de uma obra e assim
como todas as obras da
engenharia civil, precisa de
manutenção, conservação e
de tempos em tempos passa
por benfeitorias.
Para manter tudo em
perfeito estado há a necessi-
dade de investimento e claro
que os condôminos sejam
chamados à essa responsabilidade. Para que tudo transcorra da melhor forma
possível é preciso estar bem informado.
Tudo deve ser realizado utilizando-se do procedimento correto de aprovação
em assembleia, da forma correta e dentro da Lei, dessa forma, evita-se problemas
futuros e dores de cabeça, caso algum condômino venha questionar a legitimi-
dade da benfeitoria aprovada.
Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende:
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
133
teresse comum.
Obras em um Condomínio
134 UNIDADE V
Você compreendeu o que significa esse artigo? Quem compra a unidade é res-
ponsável pelos débitos do devedor do condomínio incluindo nesse valor multa
e juros, por isso imagina se você gestor imobiliário se esquece de solicitar a cer-
tidão negativa de débitos condominiais e existirem débitos? O comprador com
certeza ficará extremamente aborrecido e você poderá responder em juízo pela
falta de atenção.
“Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o
risco de incêndio ou destruição, total ou parcial” (BRASIL, 2002).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nesse caso, o síndico é que será responsabilizado por eventuais sinistros em caso
da não contratação do seguro.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
135
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Manutenção: conjunto de atividades a serem realizadas para conservar
ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de suas partes cons-
tituintes de atender as necessidades e segurança dos seus usuários.
■■ Necessidades dos usuários: exigências de segurança, saúde, conforto,
adequação ao uso e economia cujo atendimento é condição para realiza-
ção das atividades previstas no projeto.
■■ Planejamento (dos serviços de manutenção): elaboração de uma pre-
visão detalhada dos métodos de trabalho, ferramentas e equipamentos
necessários, condições especiais de acesso, cronograma de realização e
duração dos serviços de manutenção.
■■ Previsão orçamentária: estimativa do custo para a realização de um pro-
grama de manutenção.
■■ Programação (dos serviços de manutenção): elaboração de um crono-
grama para a realização dos serviços de manutenção.
■■ Projeto: descrição gráfica e escrita das características de um serviço ou
obra de Engenharia ou de Arquitetura, definindo seus atributos técnicos,
econômicos, financeiros e legais.
■■ Proprietário: pessoa física ou jurídica que tem o direito de dispor da
edificação.
■■ Serviço de manutenção: intervenção realizada sobre a edificação e suas
partes constituintes, com a finalidade de conservar ou recuperar a sua
capacidade funcional.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
137
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
consideradas as condições de uso e exposição ambiental relevantes ao desem-
penho da edificação, para se poder estimar o comportamento futuro da mesma
e de seus componentes.
Para facilitar as inspeções, é bem-vinda uma lista de conferência padronizada
(check-lists) e também um planejamento de manutenção definido em planos de
curto, médio e longo prazo. Depois disso é preciso que haja o controle da exe-
cução dos serviços de manutenção.
Finalmente um sistema de manutenção deve possuir uma estrutura interna
de gestão da qualidade, tendo por atribuição elaborar ou compilar normas e pro-
cedimentos para o sistema de manutenção que inclui a supervisão e a qualidade
das atividades desenvolvidas no sistema de manutenção e avaliar continuamente
a eficiência do sistema de manutenção.
Geralmente, a manutenção fica sob responsabilidade do Síndico e a falta
dela, vícios ou má execução, podem levar a sanções pecuniárias e até judiciais.
A NBR - 16280/2014 tem como objetivo regulamentar e ordenar todos os
tipos de reformas em edificações, tanto nas unidades individuais quanto nas
áreas comuns, determinando procedimentos a serem obedecidos em todas as
fases da obra.
A necessidade da norma se deu porque sabemos que os clientes compram um
apartamento ou outro tipo de imóvel em condomínio edilício e querem adaptar
conforme suas necessidades ou gostos, para isso tiram paredes, colocam pare-
des sem consultar o responsável técnico pela obra. Pode acontecer que algumas
paredes não possam ser removidas sob risco de abalo da estrutura. Para evitar
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
139
que muitos casos trágicos dos quais temos conhecimento se reproduzam, sur-
giu a norma.
Conforme a NBR 16.280, qualquer tipo de reforma no imóvel que possa vir
a comprometer a estrutura e a segurança da edificação, ou comprometer as edi-
ficações vizinhas, terá que ser submetida a análise técnica.
Para isso, deverá ser contratado profissional responsável que assinará o
projeto que será apreciado pelo síndico ou administradora. O projeto será ana-
lisado e poderá ser autorizado com ou sem ressalvas ou até mesmo proibido de
ser executado sempre buscando a segurança e bem estar dos condôminos e das
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todo serviço de reforma deve ter um plano que deve ser elaborado por um profis-
sional habilitado, porque nele deve conter a descrição de impactos nos sistemas,
subsistemas, equipamentos e afins da edificação. É ele também que deve enca-
minhar o plano ao responsável legal da edificação em comunicado formal para
análise antes do início da obra de reforma.
O plano deve atender às seguintes condições:
■■ O atendimento às legislações vigentes e normas técnicas pertinentes para
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
realização das obras.
■■ O estudo que garanta a segurança da edificação e dos usuários, durante
e após a execução da obra.
■■ A autorização para circulação, nas dependências da edificação, dos insumos
e funcionários que realizarão as obras nos horários de trabalho permitidos.
■■ A apresentação de projetos, desenhos, memoriais descritivos e referên-
cias técnicas, quando aplicáveis.
■■ O escopo dos serviços a serem realizados.
■■ A identificação de atividades que propiciem a geração de ruídos, com pre-
visão dos níveis de pressão sonora máxima durante a obra.
■■ A identificação de uso de materiais tóxicos, combustíveis e inflamáveis.
■■ A localização e implicações no entorno da reforma.
■■ O cronograma da reforma.
■■ Os dados das empresas, profissionais e funcionários envolvidos na rea-
lização da reforma.
■■ A responsabilidade técnica pelo projeto, pela execução e pela supervisão
das obras, quando aplicável, deve ser documentada de forma legal e apre-
sentada para a nomeação do respectivo interveniente.
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
141
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
142 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
responsabilidade social e devemos acima de tudo zelar pelo bom atendimento
ao cliente.
Estude sempre e se mantenha atualizado(a)!
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS:
143
Para você tomar consciência da importância da norma 1628/2014, veja a seguir a repor-
tagem e saiba como foi o desabamento do Ed. Liberdade no Rio de Janeiro.
OBRAS NO 3º E 9º ANDARES DO EDIFÍCIO LIBERDADE ESTAVAM IRREGULARES,
DIZ CREA-RJ
Corpo de Bombeiros realizam buscas nos escombros dos três prédios que desabaram no
centro da cidade na quarta-feira em busca de 22 desaparecidos
Para o especialista, como a região onde estão os prédios é muito próxima do mar e as
construções são antigas, pode ter havido corrosão e infiltração na última laje, provocan-
do o desabamento em efeito cascata; a outra hipótese seria as obras de reforma nos 3º e
9º andares do prédio, que poderiam ter levado ao comprometimento das vigas de sus-
tentação. A última possibilidade, também em função das obras, seria o excesso de peso
nos andares devido ao acúmulo de material, como cimento, areia e pisos.
Antônio Eulálio enfatizou que a obra que estava sendo feita não tinha autorização do
Crea. “Essas obras devem ter sido feitas por leigos. Isso é considerado pelo Crea como
exercício ilegal da profissão. Só que esse exercício é punido como contravenção, quando
deveria ser punido como crime. Mas isso tem que mudar no código penal. Não é o Crea
que muda isso”, desabafou.
Fonte: Obras… (2012, on-line)1.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Acesse o site a seguir e veja a reportagem veiculada no Bom Dia Brasil sobre as Novas regras de
Reforma - NBR 16280:
Para expandir seu conhecimento, assista a essa interessante palestra ministrada por um
engenheiro civil e técnico em edificações sobre a aplicação da NBR 16280.
<http://www.sinduscon-caxias.com.br/uploads/files/nbr_05674_nb_595__manutencao_de_
edificacoes__procedimento.pdf>.
<http://www.arcoiriscondominios.com.br/downloads/abnt.pdf>.
149
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ON-LINE
¹Em: <http://www.cartacapital.com.br/sociedade/sete-vitimas-confirmadas-no-de-
sabamento>. Acesso em: 30 jun. 2016.
151
GABARITO
Caro(a) aluno(a), você já teve ter ouvido algum conhecido dizer que gosta muito do
que faz e que está muito feliz com a profissão que escolheu? Nós também já ouvi-
mos e por algum tempo também gostaríamos que fosse esse snosso sentimento.
Hoje, nós professoras e gestoras Imobiliárias podemos dizer que gostamos muito
do que fazemos e estamos felizes com a escolha da nossa profissão e a melhor parte
é que sabemos a razão.
Todo trabalho desempenhado com conhecimento e com propriedade é muito mais
fácil e agradável. Não traz insegurança ou insatisfação aos clientes.
Estudamos os aspectos legais da Locação e Administração de Imóveis e todo o pro-
cesso para o desempenho dessas operações imobiliárias. Abordamos o atendimen-
to aos clientes locador, locatário e fiador, estudamos os elementos e a importância
dos Contratos de locação e Termos de Vistoria, os aspectos do Código de Defesa
do Consumidor, prazos contratuais, garantias locatícias, direito de preferência, de-
núncia cheia e denúncia vazia, benfeitorias, revisionais e renovatórias de aluguel,
prestação de contas, repasses de valores, até chegarmos na devolução do imóvel.
Encerramos nosso livro abordando a Administração de Condomínio, em especial o
conceito, a instituição de condomínio, o regimento interno e a Convenção de Con-
domínio, o síndico e suas atribuições, a função do Conselho Fiscal, os direitos e de-
veres dos condôminos, as obras em condomínio e as normas brasileiras que dizem
respeito à manutenção e as reformas com responsabilidade técnica.
Os temas abordados devem ser o início de um estudo constante na busca de atuali-
zação por quem deseja desempenhar essas operações.
Dedique-se ao seu aprimoramento e estude lembrando que é o melhor e mais efi-
caz investimento para a sua carreira. Dessa forma, aos poucos você se sentirá mais
seguro, conquistará e encantará clientes e acima de tudo terá a mesma sensação de
satisfação que temos com o trabalho e, acima de tudo, a certeza de ter escolhido a
profissão certa. Sucesso!