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net/publication/322506361
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Juliana Casali
Federal Institute of Santa Catarina
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All content following this page was uploaded by Gustavo Macioski on 26 April 2018.
Gabriela Mazureki Campos (1); Gustavo Macioski (2); Juliana Machado Casali (3)
Resumo
A argamassa estabilizada é composta das mesmas matérias-primas utilizadas na argamassa convencional,
porém os materiais são combinados com aditivos estabilizadores de hidratação que são adicionados para
manter a sua trabalhabilidade por um período prolongado. Nesse trabalho, foi avaliado o tempo de início de
pega de argamassas aditivadas com estabilizadores por três métodos: semi-adiabático, ultrassônico e
resistência à penetração (método normalizado). Foram estudadas argamassas de cimento com diferentes
teores de aditivo e caracterizadas no estado fresco (índice de consistência, densidade de massa e teor de
ar incorporado) e no estado endurecido (resistência à compressão e tração na flexão). Os principais
resultados e conclusões foram: na maioria dos traços ensaiados, o tempo de início de pega determinado
pelo método normatizado foi superior ao tempo de início de pega determinado pelo método semi-adiabático
e ultrassônico; e verificou-se um aumento do tempo de início de pega conforme o acréscimo do teor de
aditivo estabilizador.
Palavra-Chave: argamassa, aditivo estabilizador de hidratação, tempo de início de pega.
Abstract
The mix mortar is composed of the same materials used in usual mortar, but the materials are combined with
hydration control admixture that is added to maintain the workability of mortar for a long time. This paper
presents a study about of the setting time of hydration control admixture mortar by three methods: semi-
adiabatic method, ultrasound and penetration resistance (Brazilian standardized method). For all methods,
cement mortars were studied with increasing the admixture dosage and mortars were characterized in fresh
and hardened state. The main results and conclusions were: in most cases tested, the setting time
determined by standardized method was superior to the setting time determined by the semi-adiabatic
method and ultrasound; and there was an increase in setting time as the admixture dosage increased in the
composition of mortar.
Keywords: mortar, hydration control admixture, setting time.
2 Materiais e Métodos
2.1 Materiais utilizados
Para a confecção das argamassas foi utilizado agregado miúdo (características na Tabela
1), cimento (característica na Tabela 2) e aditivo (característica na Tabela 3).
Na Figura 1 pode ser visto o molde utilizado e a metodologia pode ser obtida em
Campos, 2012. Após a realização dos ensaios, para cada traço de argamassa, um gráfico
temperatura versus tempo foi desenvolvido para auxílio na determinação do tempo de
início de pega. A Figura 2 exemplifica a metodologia utilizada para determinação do início
de pega, onde através da intersecção de duas retas, uma paralela e outra tangente a
curva de elevação da temperatura, definem o tempo de início de pega das argamassas
ensaiadas.
Figura 2 – Metodologia utilizada para determinação tempo de início de pega pelo método semi-adiabático
(Autoria própria)
2.3.2 Ultrassom
O objetivo de utilizar o ultrassom foi de identificar possíveis variações na
velocidade de propagação das ondas que indicassem qual o tempo de início de pega das
argamassas. Essa variação ocorreria devido à mudança da argamassa do estado líquido
para o estado sólido após o início de pega, modificando a velocidade de propagação das
ondas.
A
B
C
a b
Figura 1 – Tipo de leitura realizada pelo método do ultrassom: a) no molde metálico; b) detalhe da
leitura em três pontos. (Autoria própria)
3 Resultados e discussões
3.1 Propriedades no estado fresco
Os resultados obtidos de índice de consistência, densidade de massa e teor de ar
incorporado das argamassas com e sem aditivo para o traço de 1:6:0,87 são
apresentados na Tabela 4.
Na Tabela 5, observa-se que as argamassas com traço 1:6:0,87 com teores de aditivo de
0,5%, 0,7% e 0,9% apresentaram os maiores valores e bem próximos de resistência à
tração por flexão. Para a resistência à compressão as mesmas considerações podem ser
feitas, pois a argamassa que resultou em uma maior resistência a compressão foi a de
traço 1:6:0,87 com 0,7% de aditivo.
Nota-se que para a argamassa de cimento traço de referência 1:6:0,87 o tempo de início
de pega foi em média de 04:00 (horas: minutos).
Figura 3 - Comparação do tempo de início de pega das argamassas estudadas segundo o método semi-
adiabático.
Analisando os resultados das argamassas estudadas (Figura 5), verifica-se que com o
aumento da porcentagem desse produto, ocorre um aumento do tempo de início de pega,
que variou de 04:00 (horas: minutos) para a argamassa de cimento sem aditivo até 69:00
(horas: minutos) para a argamassa com 0,9% de aditivo.
ANAIS DO 55º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2013 – 55CBC 8
3.4 Método ultrassônico
A Figura 6 apresenta os resultado para o traço 1:6:0,87 de referência. Analisando a Figura
6, verifica-se uma variação (queda) de velocidade após 07:30 (horas: minutos) da mistura
da água com o cimento. Esse tempo de início de pega é maior que o tempo de início de
pega determinado para o traço de referência segundo o método semi-adiabático que foi
de 04:00 (horas: minutos) (Figura 5).
A Figura 7 apresenta uma comparação geral do tempo de início de pega das argamassas
ensaiadas segundo o método ultrassônico.
Figura 5 – Comparação do tempo início de pega para as argamassas estudadas segundo ultrassom.
Figura 7 - Comparação do tempo de início de pega da argamassa estudadas segundo o método semi-
adiabático, ultrassom e resistência à penetração.
Pode ser observado na Figura 9 que para a maioria dos traços, exceto para o teor de
0,1% e 0,7%, o tempo de início de pega determinado pelo método semi-adiabático e
ultrassom foram menores que o tempo determinado pelo método de resistência à
Nota-se ainda que, para a maioria dos casos, o tempo de início de pega determinado pelo
ultrassom ficou bem próximo aos resultados obtidos pelo método semi-adiabático, com
exceção da argamassa com teor de 0,1% de aditivo.
4 Conclusões
A partir dos resultados obtidos nas argamassas estudadas pelo método semi-adiabático
(evolução da temperatura ao longo do tempo), pelo ultrassom (velocidades de
propagação) e pelo método de resistência à penetração, para determinação do tempo de
início de pega, observou-se que o tempo de início de pega determinado pelo método da
resistência à penetração, na maioria dos casos, foi superior ao tempo de início de pega
determinado pelo método semi-adiabático e pelo ultrassom. E uma correlação mais
próxima do tempo de início de pega foi observada entre os resultados do método semi-
adiabático e do ultrassom.
Comparando os resultados obtidos nos três métodos aplicados no que diz respeito ao
aditivo estabilizador de hidratação nota-se um aumento do tempo de início de pega
conforme o acréscimo do teor na composição das argamassas.
5 Referências
______. NBR NM 46: Agregados – Determinação do material fino que passa através da
peneira 75 µm, por lavagem. Rio de Janeiro, 2003.