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RESUMO
ABSTRACT
The use of industrial mortars transmits to the client confidence or safety and quality of
the product, when they used according to manufacturers' specifications. However, at
the construction site they did not respect the time to use the product and the
adequate indication of water. The objective of this study was to evaluate the
performance of industrialized mortar with different application times and water
addition, simulating the scenario at construction sites until the mortar reaches the
workability to apply. The mortar was mixed by mechanical machine and applied as
indicated by the manufacturer, after one hour the mortar was mixed manually with a
hoe and applied, this procedure have done for two and three hours of initial mixing
and with addition of 0.4%, 0.6% and 1.26% of water, respectively. The results indicated
that the water addition and use time influence the behavior in fresh state, however in
the hardened state the water content had become more relevant. The sample with 3
hours presented the lowest performance, but it still can be applied.
Contudo, existem obstáculos a serem superados dentro dos canteiros de obra. Entre
eles, pode-se citar o tempo máximo de utilização da argamassa no estado fresco, assim
como a elevada adição de água, não respeitando o teor de água indicado pelo
fabricante, fatores que interferem no desempenho do produto.
Nos primeiros instantes, a argamassa está suscetível à perda de água por evaporação,
devido às condições do ambiente (1,2). O efeito da evaporação pode até ser desprezível
para poucos minutos após a mistura e em condições de laboratório (3). Entretanto,
quando reportamos aos canteiros de obras, as condições de armazenagem, vento,
umidade relativa e temperatura são difíceis de serem controladas, agindo geralmente
de forma prejudicial, intensificando a evaporação da água da argamassa após a
mistura e promovendo perda de trabalhabilidade.
Desta forma, nas argamassas industrializadas secas são empregados aditivos não
apenas com a finalidade de melhorar a qualidade do produto, mas também propiciar
que o mesmo possa ser utilizado por período prolongado. Os aditivos éteres de
celulose e incorporador de ar são os mais empregados nos revestimentos de
argamassas industrializadas.
A principal ação dos éteres de celulose, no estado a fresco, é aumentar
consideravelmente a retenção de água para que a água de amassamento não seja
absorvida rapidamente pelo substrato, garantindo assim as propriedades mecânicas
(4)
no estado endurecido . Todavia, esse aditivo também atua na diminuição da
segregação devido à alteração da consistência, reduzindo a separação entre as fases
matriz (partículas inferiores a 100 µm) e estrutura granular (agregados).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A argamassa é composta por cimento Portland, filler calcário, areia fina, areia média, e
os aditivos retentor de água e incorporador de ar. A distribuição granulométrica da
argamassa encontra-se na Figura 1.
7
Freqüencia (%)
0
0,1 1 10 100 1000 10000
Diâmetro (µm)
O material foi dividido em 4 caixas plásticas contendo 35 kg em cada uma. Logo após a
mistura inicial, denominado de tempo 0 (zero) hora, foi separado 7,5 kg para análise
em laboratório e o restante foi aplicado in loco.
As remisturas para esses três últimos intervalos de tempo (1, 2 e 3 horas) foram
realizadas com auxílio de uma enxada e dentro do laboratório. À medida que a
consistência não atingia a trabalhabilidade inicial, o aplicador foi adicionando a água
conforme julgava necessário.
Neste ponto, o empirismo prevaleceu. Ainda assim, a ideia é avaliar o quanto o
aplicador jugou ser necessário acrescentar de água a fim de que a argamassa obtivesse
a consistência inicial.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O teor de água inicial da mistura (tempo 0h) para a primeira aplicação in loco e os
ensaios a fresco (squeeze-flow e densidade de massa) foi de 16,8%. Após uma hora
foram realizados novamente os ensaios à fresco e remistura com a adição de mais
0,4% de água, resultando em um teor de água de 17,2% para o tempo 1h, repetindo os
ensaios a fresco e a aplicação in loco.
Após duas horas, foi realizado o mesmo procedimento para o tempo de 1 hora, porém
foi necessário acrescentar 0,6%, ou seja 17,4% de água na mistura para o tempo 2h. Às
três horas decorridas, como esperado, gerou perda de trabalhabilidade superior aos
tempos anteriores, sendo necessário maior esforço para remistura-lá e maior
quantidade de água 1,2%, resultando no teor de 18% de água. É relevante ressaltar
que toda a perda de água resultante da evaporação não foi computada neste estudo.
2 22
18
(g/cm3)
1,8
1,7 16
1,6 14
1,5 12
0 1 2 3
Tempo (horas)
Na amostra com tempo de utilização de 3 horas, foi necessário acrescentar mais 1,2%
de água, resultando em 18%, para que o aplicador considerasse que a trabalhabilidade
do produto estivesse semelhante à inicial.
A densidade para a amostra com o tempo 3h e com a adição de água resultou muito
próxima da densidade da amostra inicial, porem ocorrendo um decréscimo no ar
incorporado, que pode ser atribuído à água adicional. Apesar de autores (5,6) afirmarem
que existe influência do teor de água na incorporação de ar, este ainda é um assunto
pouco explorado na literatura. Contudo, no trabalho de Romano(6) foi verificado que
1% a mais de água também acarretou no efeito de redução do ar incorporado.
O deslocamento máximo para a amostra inicial, tempo 0h, foi de 7,7 mm, o tempo de
espera influenciou no deslocamento máximo para as demais amostras, o que indica
que ocorreu perda de trabalhabilidade. O decréscimo no deslocamento máximo foi de
aproximadamente de 9% para a amostra com 1 hora, 18% para o tempo de utilização
de 2 horas, e 48% para a amostra com tempo de 3 horas.
Em relação ao deslocamento referente ao enrijecimento, que indica resistência ao
fluxo da amostra e resulta em aumento na carga necessária para manter a taxa de
deformação, pode-se observar que o ponto de enrijecimento para os tempos 1h, 2h, e
3h reduziu em relação ao tempo 0h na proporção aproximada de 13%, 32% e 61%,
respectivamente (Figura 3 –A).
6000
5500 16,8 %
t_0h_0,1mm/s A
5000
t_1h_0,1mm/s
4500
4000 t_2h_0,1mm/s
Carga (N)
3500
t_3h_0,1mm/s
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
6000 Deslocamento (mm)
t_0h_0,1mm/s 0h_16,8 % B
5500
5000 t_1h_0,1mm/s_CA
4500
4000 t_2h_0,1mm/s_CA
Carga (N)
A amostra com 18% de água e 16,9% de teor de ar incorporado, tempo 3h, apresentou
maior resistência ao fluxo. Isso pode ser atribuído à menor deficiência em lubrificação
entres as partículas, resultante da menor incorporação de ar. Por outro lado, a
amostra com tempo de 2 hora, a qual apresentou incorporação de ar de 19,6% e teor
de agua final de 17,4% apresentou maior facilidade de fluxo.
20 R² = 0,2979
Ainda na Figura 4, observa-se que, para as amostras com adição de água, os efeitos
dos teores de ar no ponto de enrijecimento apresentaram-se muito próximo,
demonstrando mais uma vez que os perfis reológicos foram semelhantes.
6
5,5
5
4,5
4
3,5
3
0 1 2 3
Tempo (horas)
O teor de água somado ao teor de ar no estado fresco pode apresentar relação direta
com a porosidade total da argamassa endurecida, que por sua vez determina a relação
com o módulo elástico e com a permeabilidade(7). Para o presente trabalho, o teor de
água apresentou maior relação com o módulo elástico do que o teor de ar incorporado
(Figura 6). Quando comparada a soma de ambos os teores com o módulo, a relação foi
praticamente zero para as argamassas com adição de água.
Figura 7 – Resistências de aderência à tração para os tempos de utilização, 0h, 1h, 2h,
e 3h, com teor final de água de 16,8%, 17,2%, 17,4% e 18%, respectivamente. Valores
máximos, médios e mínimos.
0,9
cv 26,58%
Resistência de aderencia a tração (MPa)
0,8
cv 30,91%
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
cv 27,10% cv 32,76%
0,1
0
0 1 2 3
Tempos (horas)
É relevante citar que a argamassa com 3 horas foi a única na qual foi necessário
acrescentar mais água do que o indicado pelo fabricante. Apesar da argamassa
presentar menor incorporação de ar à medida que o tempo de espera aumentou, a
água adicionada em conjunto com a energia de remistura possibilitou atingir a
consistência inicial.
Conforme a análise de variância (ANOVA) para fator duplo sem repetição, tanto o
tempo de espera como a adição ou não de água influenciam significativamente no teor
de ar incorporado. O valor de “F” (39,35) para a variável tempo (1, 2 e 3 horas) é
superior ao F crítico (19,00), indicando que o tempo de espera influência no teor de ar
obtido. Assim como a não adição de água e a adição influenciam no teor de ar
resultante, sendo “F” (44,90) maior que F crítico (18,51).
4. CONCLUSÕES
5. AGRADECIMENTOS