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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Prof. Rubens Mauricio


Rubens Maurício
@profrubensmauricio
Previdenciário Diagramado
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BENEFÍCIOS DECORRENTES DE LEGISLAÇÕES ESPECIAIS
PENSÃO ESPECIAL - SÍNDROME DE TALIDOMIDA
LEI Nº 7.070/1982 E SUAS ALTERAÇÕES

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Pensão Especial - Síndrome de Talidomida

Contextualização Histórica

Talidomida é um medicamento utilizado como sedativo, que foi desenvolvido na


Alemanha em 1957, passando a ser comercializado no Brasil a partir de 1958.

Dois anos após o início da comercialização no Brasil, ficou comprovado que a


denominada Talidomida (Amida Nftálica do Ácido Glutâmico), inicialmente
comercializada com os nomes comerciais de Sedin, Sedalis e Slip, quando ingerida
pela gestante, ocasiona malformação fetal, provocando o encurtamento dos
membros junto ao tronco do feto, motivo por que foi proibida sua comercialização
em 1961. No Brasil, essa proibição só se deu a partir de 1965.

Pelos fatos expostos, será garantido o direito à Pensão Especial à pessoa com
Síndrome de Talidomida aos nascidos a partir de 01/03/1958 (data do início da
comercialização da droga no Brasil).

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Pensão Especial - Síndrome de Talidomida

Introdução

Estudaremos nesse módulo a pensão especial, mensal, vitalícia e


intransferível, às pessoas com deficiência física conhecida como
"Síndrome de Talidomida", devida a partir da entrada do pedido de
pagamento (data de entrada do requerimento) no Instituto Nacional do
Seguro Social – INSS.

O benefício será devido sempre que ficar constatado que a


deformidade física for consequência do uso da Talidomida,
independentemente da época de sua utilização.

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Valor e Reajustamento

O valor da pensão especial (Renda Mensal Inicial), reajustável a cada ano


posterior à data da concessão, será calculado em função da multiplicação
do número total dos pontos indicadores da natureza e do grau da
dependência resultante da deformidade física, constante do processo de
concessão, pelo valor fixado em Portaria Ministerial/Interministerial que
trata dos reajustamentos dos benefícios pagos pela Previdência.

O reajustamento do benefício ocorrerá, também, com a multiplicação do


valor constante em Portaria Ministerial/Interministerial, pelo número total
de pontos de cada benefício, obtendo-se a Renda Mensal Atual – RMA.

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Natureza da incapacidade

Quanto à natureza, a dependência compreenderá:

incapacidade para o trabalho;

incapacidade para a deambulação;

incapacidade para a higiene pessoal; e

incapacidade para a própria alimentação.

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Pontuação por grau de dependência

Será atribuído a cada uma das situações acima relacionadas 1 ou 2


pontos, conforme grau de dependência:

grau de dependência parcial: 1 ponto.

grau de dependência total: 2 pontos.

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Valor a ser multiplicado pela pontuação total

Segundo a Portaria Interministerial MTP/ME nº 12, de 17/01/2022, temos


que:

Art. 8º A partir de 1º de janeiro de 2022:


I - o valor a ser multiplicado pelo número total de pontos indicadores da
natureza do grau de dependência resultante da deformidade física, para fins
de definição da renda mensal inicial da pensão especial devida às vítimas da
síndrome de talidomida, é de R$ 1.365,59 (um mil trezentos e sessenta e
cinco reais e cinquenta e nove centavos).

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Exemplo

Irineu, pessoa com deficiência física conhecida como "Síndrome de Talidomida", possui
incapacidade total para o trabalho e dependência parcial para a deambulação, higiene pessoal e
alimentação. Diante do exposto, qual o valor da renda mensal atual de sua “Pensão Especial à
pessoa com Síndrome de Talidomida”, no ano de 2022?
Para responder a questão, inicialmente temos que calcular a pontuação de Irineu:
- incapacidade para o trabalho: TOTAL = 2 pontos;
- dependência para a deambulação: PARCIAL = 1 ponto;
- dependência para a higiene pessoal: PARCIAL = 1 ponto;
- dependência para a própria alimentação: PARCIAL = 1 ponto.

Assim sendo, sua pontuação total será 5 PONTOS. (5 x R$ 1.365,59 = R$ 6.827,95).


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Documentação Comprobatória

A percepção da pensão especial às pessoas com "Síndrome de


Talidomida" dependerá unicamente da apresentação de atestado médico
comprobatório das condições de deformidade física for consequência do
uso da Talidomida, passado por junta médica oficial para esse fim, sem
qualquer ônus para os interessados.

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Acumulação

É vedada a acumulação da Pensão Especial da Talidomida com qualquer


rendimento ou indenização por danos físicos, inclusive a Renda Mensal
Vitalícia que, a qualquer título, venha a ser pago pela União, ressalvado o
direito de opção, salvo a indenização por dano moral concedida por lei
específica.
A Pensão Especial da Talidomida é acumulável com qualquer benefício do
RGPS ou ao qual, no futuro, a pessoa com Síndrome possa vir a filiar-se,
ainda que a pontuação referente ao quesito trabalho seja igual a dois
pontos totais.

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Acumulação

O benefício em questão é de natureza indenizatória, não prejudicando


eventuais benefícios de natureza previdenciária, não podendo ser
reduzido em razão de eventual aquisição de capacidade laborativa ou de
redução de incapacidade para o trabalho, ocorridas após a sua
concessão.

A partir de 7 de julho de 2011 (data de publicação da Lei nº 12.435),


passou a ser permitida a acumulação de Pensão Especial para Vítimas da
Síndrome de Talidomida com o Benefício de Prestação Continuada da Lei
Orgânica da Assistência Social – BPC/LOAS, devida à pessoa com
deficiência ou ao idoso.
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Adicional de 25%

O beneficiário desta pensão especial fará jus a um adicional de 25% sobre


o valor deste benefício se:

for maior de 35 anos;

necessite de assistência permanente de outra pessoa; e

tenha recebido número total de pontos indicadores da natureza e do


grau de dependência resultante da deformidade física, constante do
processo de concessão, superior ou igual a 6.
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Adicional de 35%

Sem prejuízo do adicional mencionado anteriormente (25%), o


beneficiário desta pensão especial fará jus a um adicional de 35% sobre o
valor do benefício, desde que comprove pelo menos:

25 anos, se homem, e 20 anos, se mulher, de contribuição para


qualquer regime de previdência; ou

55 anos de idade, se homem, ou 50 anos de idade, se mulher, e


contar pelo menos 15 anos de contribuição para qualquer regime de
previdência.
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Pensão para Dependentes e Resíduo de Pagamento

A pensão especial para os deficientes com Síndrome de Talidomida não


gera pensão a qualquer eventual dependente ou resíduo de pagamento
a seus familiares.

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Dotação Orçamentária

A pensão especial será mantida e paga pelo INSS, por conta do Tesouro
Nacional.

O Tesouro Nacional porá à disposição da Previdência Social, à conta de


dotações próprias consignadas no Orçamento da União, os recursos
necessários ao pagamento da pensão especial, em cotas trimestrais, de
acordo com a programação financeira da União.

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Isenção do Imposto de Renda

Ficam isentos do imposto de renda a pensão especial e outros valores


recebidos em decorrência da deficiência física conhecida como
"Síndrome de Talidomida", observada a apresentação de atestado
médico comprobatório das condições e avaliação feita por junta médica
oficial para esse fim, quando pagos ao seu portador.

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Formalização do Processo

Para a formalização do processo, deverão ser apresentados pelo


pleiteante, no ato do requerimento, os seguintes documentos:
• fotografias, preferencialmente em fundo escuro, tamanho 12x9
cm, em traje de banho, com os braços separados e afastados do
corpo, sendo uma de frente, uma de costas e outra (s) detalhando
o (s) membro (s) afetado (s);
• certidão de nascimento ou casamento;

• prova de identidade do pleiteante ou de seu representante legal;


e
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Formalização do Processo

Para a formalização do processo, deverão ser apresentados pelo


pleiteante, no ato do requerimento, os seguintes documentos:
• quando possível, eventuais outros subsídios que comprovem o uso
da Talidomida pela mãe do pleiteante, tais como;

- receituários relacionados com o medicamento;

- relatório médico; e

- atestado médico de entidades relacionadas à doença.


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Exame Pericial e Tradução Juramentada

O processo original, com todas as peças, após a formalização, será


encaminhado para realização do exame pericial, na forma definida pela
Subsecretaria de Perícia Médica Federal - SPMF.

A documentação comprobatória da natureza dos valores recebidos em


decorrência da "Síndrome de Talidomida”, quando recebidos de fonte
situada no exterior, deve ser traduzida por tradutor juramentado.

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BENEFÍCIOS DECORRENTES DE LEGISLAÇÕES ESPECIAIS
PENSÃO ESPECIAL DOS SERINGUEIROS
LEI Nº 7.986/1989

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Pensão Especial dos Seringueiros

Contextualização Histórica

São conhecidos como “soldados da borracha” os brasileiros que, entre 1943 e 1945,
foram alistados e transportados para a Amazônia, com o objetivo de trabalhar como
seringueiros, extraindo látex para fazer borracha, com a finalidade de alimentar a
indústria bélica dos EUA durante 2ª Guerra Mundial, fornecendo insumos para armas e
pneus, e contribuindo para o esforço de guerra (do Acordos de Washington).

O contingente de “Soldados da Borracha” é calculado em mais de 55 mil brasileiros,


sendo a maioria da região nordeste do país. Prometia-se a tais seringueiros que, após a
guerra, ganhariam muito dinheiro e retornariam à terra de origem.

Contudo, a maioria deles enfrentou doenças fatais (como malária), passaram fome e
estavam presos aos domínios dos “coronéis” donos dos seringais na região amazônica.
Muitos dos sobreviventes ficaram na Amazônia por não terem dinheiro para pagar a
viagem de volta, ou porque estavam endividados com os seringalistas.
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Pensão Especial dos Seringueiros

Beneficiários

É assegurado o pagamento de pensão mensal vitalícia aos seringueiros


recrutados nos termos do Decreto-Lei nº 5.813, de 14 de setembro de
1943:

que tenham trabalhado durante a Segunda Guerra Mundial nos


Seringais da Região Amazônica, amparados pelo Decreto-Lei nº
9.882, de 16 de setembro de 1946; e

que não possuam meios para a sua subsistência e da sua família.

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Beneficiários

A pensão especial dos seringueiros estende-se aos seringueiros


que, atendendo ao chamamento do governo brasileiro, trabalharam
na produção de borracha, na região Amazônica, contribuindo para o
esforço de guerra.

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Pensão Especial dos Seringueiros

Requisitos

Nos termos do art. 487 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 128 de


28/03/2022, para fazer jus à pensão mensal vitalícia dos seringueiros, o
requerente deverá comprovar que:

não aufere rendimento, sob qualquer forma, igual ou superior a 2 (dois)


salários-mínimos;

não recebe qualquer espécie de benefício pago pelo RGPS ou RPPS; e

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Requisitos

Nos termos do art. 487 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 128 de


28/03/2022, para fazer jus à pensão mensal vitalícia dos seringueiros, o
requerente deverá comprovar que:

encontra-se em uma das seguintes situações:

trabalhou como seringueiro recrutado nos termos do Decreto-Lei nº


5.813, de 14 de setembro de 1943, durante a Segunda Guerra Mundial,
nos seringais da região amazônica, e foi amparado pelo Decreto-Lei nº
9.882, de 1946; ou
trabalhou como seringueiro na região amazônica atendendo ao apelo do
governo brasileiro, contribuindo para o esforço de guerra na produção da
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borracha, durante a Segunda Guerra Mundial.
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Valor e pagamento a dependente

A pensão especial mensal vitalícia dos seringueiros será correspondente


ao valor de 2 salários-mínimos, atualmente R$ 2.424,00 (ano de 2022).

A pensão mensal vitalícia continuará sendo paga ao dependente do


beneficiário, por morte deste último, no valor integral do benefício
recebido, desde que comprove o estado de carência (não aufere
rendimento, sob qualquer forma, igual ou superior a 2 salários-mínimos;
não recebe qualquer espécie de benefício pago pelo RGPS ou RPPS e
não seja mantido por pessoa de quem dependa obrigatoriamente.

A comprovação da carência do beneficiário ou do dependente será feita


com a apresentação de atestado fornecido por órgão oficial.
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Data de Início do Benefício e


Comprovação da Efetiva Prestação dos Serviços

O início da pensão mensal vitalícia do seringueiro será fixado na data de


entrada do requerimento – DER.

A comprovação da efetiva prestação de serviços, inclusive mediante


justificação administrativa ou judicial, só produzirá efeito quando baseada
em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente
testemunhal.

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Acumulação

É vedada a percepção cumulativa da pensão mensal vitalícia com


qualquer outro benefício de prestação continuada mantido pelo RGPS ou
RPPS, ressalvada a possibilidade de opção pelo benefício mais vantajoso.

A prova de que não recebe qualquer espécie de benefício ou


rendimentos será feita pelo próprio requerente, mediante termo de
responsabilidade firmado quando da assinatura do requerimento.

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Prova Plena da Prestação dos Serviços

Para comprovação da efetiva prestação de serviços, serão aceitos como


prova plena:

os documentos emitidos pela Comissão Administrativa de


Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia - CAETA, em que
conste ter sido o interessado recrutado nos termos do Decreto-Lei nº
5.813, de 1943, para prestar serviços na região amazônica, em
conformidade com o acordo celebrado entre a Comissão de Controle dos
Acordos de Washington e a Rubber Development Corporation;

contrato de encaminhamento emitido pela Comissão Administrativa de


Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia - CAETA;
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Prova Plena da Prestação dos Serviços

Para comprovação da efetiva prestação de serviços, serão aceitos como


prova plena:

- caderneta do seringueiro, em que conste anotação de contrato de


trabalho;

- contrato de trabalho para extração de borracha, em que conste o


número da matrícula ou o do contrato de trabalho do seringueiro;

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Prova Plena da Prestação dos Serviços

Para comprovação da efetiva prestação de serviços, serão aceitos como


prova plena:

- ficha de anotações do Serviço Especializado da Mobilização de


Trabalhadores para a Amazônia - SEMTA ou da Superintendência de
Abastecimento do Vale Amazônico - SAVA, em que conste o número da
matrícula do seringueiro, bem como anotações de respectivas contas; e; e

- documento emitido pelo ex-departamento de Imigração do Ministério do


Trabalho, Indústria e Comércio ou pela Comissão de Controle dos Acordos
de Washington, do então Ministério da Fazenda, que comprove ter sido o
requerente amparado pelo programa de assistência imediata aos
trabalhadores encaminhados para o Vale Amazônico, durante o período de
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Justificação Administrativa e Justificação Judicial

Para fins de comprovação da efetiva prestação de serviços, será admitida


a Justificação Administrativa - JA ou a Justificação Judicial -JJ, como um
dos meios para provar que o seringueiro atendeu ao chamamento do
governo brasileiro para trabalhar na região amazônica, desde que
acompanhada de razoável início de prova material.

Caberá à Defensoria Pública, por solicitação do interessado, quando


necessitado, promover a justificação judicial, ficando o solicitante isento
de quaisquer custas judiciais ou outras despesas.
O prazo para julgamento da justificação é de 15 dias.
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Observações

A residência do requerente em casa de outrem, parente ou não, ou sua


internação ou recolhimento em instituição de caridade não será óbice ao
direito à pensão mensal vitalícia do seringueiro.

A comprovação da efetiva prestação de serviços far-se-á perante os


órgãos do Ministério do Trabalho e Previdência.

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Prazo de Processamento do Pedido

Os pedidos de concessão do benefício ou de sua transferência,


devidamente instruídos, serão processados e julgados no prazo de 45
dias, sob pena de responsabilidade.

Os pagamentos de pensão especial iniciar-se-ão no prazo máximo de 30


dias após o reconhecimento do direito.

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Órgão Encarregado do Pagamento

O órgão previdenciário encarregado do pagamento da pensão (INSS)


deverá firmar convênios com outros órgãos públicos federais, estaduais ou
municipais, a fim de possibilitar aos beneficiários deste benefício
perceberem mensalmente as respectivas pensões, preferencialmente nos
locais onde residem, sem necessidade de grandes deslocamentos.

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BENEFÍCIOS DECORRENTES DE LEGISLAÇÕES ESPECIAIS
PENSÃO ESPECIAL ÀS VÍTIMAS DE HEMODIÁLISE DE
CARUARU - LEI Nº 9.422/1996

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Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru

Contextualização Histórica

Em fevereiro de1996, pacientes do Instituto de Doenças Renais – IDR, em


Caruaru (uma clínica privada conveniada com o SUS), passaram mal depois de
uma sessão de hemodiálise e muitos pacientes acabaram morreram por causa
de uma intoxicação, vítimas da água contaminada que fazia a filtragem do
sangue dos doentes.

A causa identificada como Microsystina LR (cianobactéria) só foi descoberta


após 52 dias e 38 pessoas irem a óbito.

Foram vários estudos realizados na barragem Tabocas, de onde os caminhões


pipa costumavam extrair a água do manancial para a clínica, que ficava
localizada no bairro Maurício de Nassau. Esse caso mobilizou pesquisadores do
mundo inteiro, ficando conhecido mundialmente como a Tragédia da
Hemodiálise de Caruaru.
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Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru

Valor e Beneficiários

Trata-se de pensão especial mensal, retroativa à data do óbito, no valor de um


salário-mínimo vigente no País (observada a prescrição quinquenal), devida ao:

cônjuge; das vítimas fatais de hepatite


tóxica, por contaminação em
companheiro ou companheira; processo de hemodiálise no
Instituto de Doenças Renais, com
descendente; sede na cidade de Caruaru, no
Estado de Pernambuco, no
ascendente; e período compreendido entre
fevereiro e março de 1996.
colaterais até segundo grau.
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Pensão Especial às Vítimas de Hemodiálise de Caruaru

Requisitos

A pensão especial devida às vítimas de hemodiálise de Caruaru será


devida mediante evidências clínico-epidemiológicas determinadas pela
autoridade competente.

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Classes de Beneficiários

Consideram-se beneficiários da Pensão Especial Mensal:

Classe 1: o cônjuge, o companheiro ou companheira e o filho não


emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos de idade ou
inválido;
Classe 2: os pais;

Classe 3: o irmão não emancipado de qualquer condição, menor de


21 anos de idade ou inválido; e
Classe 4: os avós e o neto não emancipado de qualquer condição,
menor de 21 anos de idade ou inválido.
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Regras Aplicáveis aos Dependentes

Havendo mais de um pensionista habilitado ao recebimento da pensão


especial devida às vítimas de hemodiálise de Caruaru, será rateada entre
todos em parte iguais, sendo revertida em favor dos demais a parte
daquele cujo direito à pensão cessar.

A existência de dependentes de uma mesma classe exclui os


dependentes das classes seguintes, quanto ao direito às prestações.

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Requisitos

A percepção do benefício dependerá do atestado de óbito da vítima,


indicativo de causa mortis relacionada com os incidentes mencionados
(vítimas fatais de hepatite tóxica, por contaminação em processo de
hemodiálise no Instituto de Doenças Renais, com sede na cidade de
Caruaru, no Estado de Pernambuco, no período compreendido entre
fevereiro e março de 1996), comprovados com o respectivo prontuário
médico, e da qualificação definida acima (cônjuge; companheiro ou
companheira; descendente; ascendente e colaterais até segundo grau),
justificada judicialmente, quando inexistir documento oficial que a
declare.
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Documentação Comprobatória

Para fins de comprovação da causa mortis, deverá ser apresentado:

• certidão de óbito com o indicativo da causa mortis; e

• prontuário médico em que fique evidenciado que a contaminação,


em processo de hemodiálise no Instituto de Doenças Renais de
Caruaru/PE, ocorreu no período de 1º de fevereiro a 31 de março
de 1996, independentemente da data do óbito ter ocorrido após
este período.

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Observações

Aos beneficiários da Pensão Especial Mensal não será devido o


pagamento do abono anual (13º-salário).

A pensão especial devida às vítimas de hemodiálise de Caruaru não se


transmitirá ao sucessor e se extinguirá com a morte do último
beneficiário.

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Acumulação

É permitida a acumulação da Pensão Especial Mensal com qualquer outro


benefício do RGPS ou de RPPS, inclusive o Benefício de Prestação
Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social – BPC/LOAS.

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Suspensão da Pensão Especial

O pagamento da Pensão Especial Mensal será suspenso, imediatamente,


no caso de a Justiça sentenciar os proprietários do Instituto de Doenças
Renais de Caruaru com o pagamento de pensão ou indenização aos
dependentes das vítimas.

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Dotação Orçamentária

A despesa decorrente desta pensão especial será atendida com recursos


alocados ao orçamento do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, à
conta da subatividade "Aposentadorias e Pensões Especiais concedidas
por legislação específica e de responsabilidade do Tesouro Nacional".

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PENSÃO VITALÍCIA ÀS VÍTIMAS DO CÉSIO 137
LEI Nº 9.425/1996

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Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137

Contextualização Histórica

Em setembro de 1987 aconteceu o acidente com o Césio-137 (137Cs) em


Goiânia/GO. O manuseio indevido de um aparelho de radioterapia
abandonado, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, gerou um
acidente que envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas. O césio-137
foi retirado do aparelho abandonado e posteriormente foi vendido a um ferro-
velho. Dados oficiais apontam a morte de quatro pessoas em decorrência da
exposição aguda ao elemento.

Com a violação do equipamento, foram espalhados no meio ambiente vários


fragmentos de Césio-137, na forma de pó azul brilhante, provocando a
contaminação de diversos locais, especificamente naqueles onde houve
manipulação do material e para onde foram levadas as várias partes do aparelho
de radioterapia.

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Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137

Contextualização Histórica

O acidente nuclear com o Césio 137 é registrado como o maior acidente


nuclear do Brasil e o maior do mundo fora de usinas nucleares. Foi
classificado com nível 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares.

(Obs.: a escala vai de de 0 a 7).

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Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137

Introdução

Será concedida pensão vitalícia, a título de indenização especial, às


vítimas do acidente com a substância radioativa CÉSIO 137, ocorrido em
Goiânia, Estado de Goiás.

A pensão especial às vítimas do acidente nuclear ocorrido em Goiânia


(pensão vitalícia às vítimas do césio 137) é personalíssima, não sendo
transmissível ao cônjuge sobrevivente ou aos herdeiros, em caso de
morte do beneficiário.

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Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137

Forma de Cálculo Previsto na Lei

A pensão será concedida do seguinte modo:

300 (trezentas) Unidades Fiscais de Referência - UFIR para as vítimas


com incapacidade funcional laborativa parcial ou total permanente,
resultante do evento;
200 (duzentas) UFIR aos pacientes não abrangidos pelo item anterior,
irradiados ou contaminados em proporção igual ou superior a 100
(cem) Rads.
150 (cento e cinquenta) UFIR para as vítimas irradiadas ou
contaminadas em doses inferiores a 100 (cem) e equivalentes ou
superiores a 50 (cinquenta) Rads.
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Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137

Forma de Cálculo Previsto na Lei

A pensão será concedida do seguinte modo:

150 (cento e cinquenta) UFIR para os descendentes de pessoas


irradiadas ou contaminadas que vierem a nascer com alguma
anomalia em decorrência da exposição comprovada dos genitores ao
CÉSIO 137;

150 (cento e cinquenta) UFIR para os demais pacientes irradiados


e/ou contaminados, não abrangidos pelos itens anteriores, sob
controle médico regular pela Fundação Leide das Neves a partir da
sua instituição até a data da vigência da lei 9.425/1996, desde que
cadastrados nos grupos de acompanhamento médico I e II da
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Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137

Observações

Obs.: A Ufir foi extinta por medida provisória em 2000, mas continua
sendo utilizada como medida de atualização monetária de tributos,
multas e penalidades relacionadas a obrigações com o poder público.
Fonte: Agência Câmara de Notícias.

O valor mensal da pensão será o valor da UFIR à época da publicação da


lei 9.425/1996, atualizado, a partir de então, na mesma época e índices
concedidos aos servidores públicos federais.

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Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137

Ação Civil Pública do MPF

Atualmente, por força de decisão judicial decorrente de Ação Civil Pública


do Ministério Público Federal, em razão da grande defasagem sofrida na
correção desta pensão vitalícia às vítimas do Césio 137, o valor está
definido em 1 salário-mínimo para cada beneficiário, sendo que um dos
beneficiários recebe 2 salários-mínimos. Contudo, para fins de prova,
recomendo levarem a informação prevista na lei 9.425/1996 em relação à
UFIR.

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Pensão Vitalícia às Vítimas do Césio 137

Comprovação

A comprovação de ser a pessoa vítima do acidente radioativo ocorrido


com o CÉSIO 137 e estar enquadrada nas regras para o recebimento da
pensão será feita por meio de junta médica oficial, a cargo da Fundação
Leide das Neves Ferreira, com sede em Goiânia, Estado de Goiás e
supervisão do Ministério Público Federal, devendo-se anotar o tipo de
sequela que impede o desempenho profissional e/ou o aprendizado de
maneira total ou parcial.

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Funcionários da Vigilância Sanitária

Os funcionários da Vigilância Sanitária que, em pleno exercício de suas


atividades, foram expostos às radiações do CÉSIO 137, também serão
submetidos a exame para comprovação e sua classificação como vítimas
do acidente, devendo-se igualmente anotar o tipo de sequela que
impede ou limita o desempenho profissional.

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Condenação Judicial para Pagamento de Indenização

Havendo condenação judicial da União ao pagamento de indenização por


responsabilidade civil em decorrência do acidente nuclear ocorrido em
Goiânia, o montante da pensão ora instituída será obrigatoriamente
deduzido do quantum da condenação.

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Dotação Orçamentária

O pagamento da vantagem pecuniária (pensão vitalícia às vítimas do


césio 137) ocorrerá à conta de encargos previdenciários dos Recursos da
União sob a supervisão do Ministério da Economia, a partir do ano
seguinte à publicação da lei 9.425/1996, com a despesa prevista no
Orçamento da União.

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