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A I República

“Entre Corruptos e Salvadores”

A primeira República foi implantada a 5 de outubro de 1910 depois da queda da Monarquia. Até aos
dias de hoje este acontecimento tem o que falar, visto por alguns como uma salvação e por outros
como a destruição da paz.
Por um lado há a opinião de que a primeira República foi um desastre, como é o caso de Manuel
Silveira da Cunha que escreveu, de certa forma grotesca, para o jornal “O Diabo”, que considera a
monarquia como uma época de grande paz , o mesmo afirma ver Afonso Costa como um “ogre
republicano ligado à maçonaria", o próprio intitula Magalhães Lima e Afonso Costa de criminosos
considerando a primeira República uma "República de ladrões e canalhas”. Manuel da Cunha em
outra publicação, feita no mesmo jornal, com o título de “Celebrar a podridão deste regime”, afirma
que a sucessão de nulidades dos chefes de estado pós 5 de outubro foi notável, intitulando ainda de
“fraco” Bernardino Machado, e de “tonto conciliador" Manuel de Arriaga, continua ainda
considerando muitos destes chefes de estado como incultos e bandidos.
Por outro lado, ainda há em alguns portugueses (assim como alguns dos meus parentes, avô e mãe) a
ideia de que a primeira República foi uma salvação perante a Monarquia, ainda é considerada a
sensação de que a primeira República foi uma espécie de "última oportunidade” ainda que
desperdiçada por falta de organização. José Miguel Sardica, historiador, aponta que apesar do fracasso
global que foi a primeira República, que a mesma dotou Portugal do século XX de um legado
insuperável pois a bandeira nacional, o hino e a nomeação de ruas ainda definem a identidade coletiva
dos portugueses.
António Nóvoa, professor universitário português, assim como António Candeias têm a mesma
opinião de que o melhor da primeira república foi “construído à margem do ensino oficial”.
A reforma de João Camoesas, mesmo sendo um projeto que nunca saiu do papel, é vista por Rómulo
de Carvalho, um professor e poeta, e por António Nóvoa, assim como por muitos outros autores,
como algo que poderia ter realmente mudado alguma coisa na educação em Portugal.
Na minha opinião, a primeira República não foi totalmente um fracasso, embora seja verdade que
tenha sido completamente desorganizado, ou até mesmo o facto de que no discurso político
republicano a palavra “democracia” é raramente referida isto se tivermos em consideração os
conceitos como os de cidadania, liberdade e "consciência", esta foi a forma de mudar estruturalmente
Portugal. A diferença da Monarquia para a primeira República não é diferente a não ser os nomes, no
entanto esta (a primeira República) foi a melhor forma de acabar com a Monarquia. Por outro lado, a
desgraça causada pela primeira República criou algo ainda pior no futuro, o Estado Novo (fascismo).

Diana Bernardo Nº 11 12ºLHA

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