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Frei Luís de Sousa é um texto dramático, constituído por 3 atos, esta obra decorre no final

do século XVI e início do século XVII.

O primeiro ato decorre no palácio de Sousa Coutinho descrito como luxuoso, arejado e
iluminado tendo um enorme retrato de Manuel de Sousa Coutinho na sala principal. A cena
começa com Madalena sentada em uma poltrona a ler os Lusíadas, o capítulo de Inês de
Castro no qual a mesma se identifica. Telmo entra em cena e acaba por ter uma discussão
com Madalena em relação ao seu passado e ao seu medo de o enfrentar, devido à forma
como Maria acredita no Sebastianismo (o regresso de D.Sebastião), que para Madalena é
visto como o regresso de D. João de Portugal, algo que sempre a atormentou. Na chegada
de Sousa Coutinho este afirma ter sido avisado de que os governantes espanhóis haviam
decidido ocupar o seu palácio, numa forma patriota e de tentativa de proteger Maria e
Madalena, o mesmo decide incendiar o próprio palácio. O ato acaba com o retrato de
Manuel de Sousa Coutinho sendo destruído pelo fogo.

O segundo ato acontece no palácio de D.João de Portugal que, ao contrário do de Sousa


Coutinho, é escuro, frio, austero e pouco confortável com três grandes retratos, um de D.
Sebastião outro de Luís de Camões e o último de D. João de Portugal.
Neste ato Telmo revela a sua mudança de opinião em relação a Manuel de Sousa Coutinho,
ao mesmo tempo em que Maria demonstra interesse pelo retrato de D. João de Portugal,
apesar da sua mãe pedir a Telmo para que não falasse sobre ele.
Manuel de Sousa Coutinho volta do seu esconderijo e explica a Maria quem era D. João de
Portugal, não tendo receio de falar do passado e acaba por elogiá-lo. Frei Jorge trás a
notícia na qual os governadores espanhóis perdoaram as ações de Manuel e o mesmo terá
de ir a Lisboa agradecer a decisao, Maria tem o desejo de ir com o pai e quer aproveitar
para visitar a sua tia, no entanto Madalena não quer que Manuel a “abandone” novamente,
especialmente por ser sexta-feira, que para Madalena foi o dia de seu casamento com D.
João de Portugal, o dia do desaparecimento de d.Sebastião e em que Madalena
apaixonou-se por Sousa Coutinho enquanto estava casada, o que a mesma considera
pecado. Miranda avisa a Madalena que está um Romeiro à porta que diz vir da Palestina e
que tem um recado importante. Madalena, então, autoriza a sua entrada. Romeiro transmite
a mensagem de que um homem que lhe é querido permanece vivo apontando para o retrato
de D.João de Portugal, deixando Madalena em desespero. Este ato termina com Frei Jorge
acabando por descobrir que o Romeiro é na verdade D.João de Portugal.

O terceiro ato decorreu na cave do palácio de D.João, um espaço religioso, ainda mais
austero e fechado. Manuel de Sousa Coutinho já a saber da situação em conversa com
Jorge assume a sua culpa e manifesta a sua decisão de entrar na vida conventual. Telmo
conversa com o romeiro e o reconhece como D.João de Portugal. Nessa conversa o
Romeiro reconhece o mal causado pelo seu regresso e demonstra-se arrependido. Depois
de Madalena tentar convencer Sousa Coutinho a evitar a separação, esta acaba por desistir
e entrar também para um convento. O último ato acaba na cerimónia da tomada de hábito,
onde Maria acaba por morrer por vergonha de toda aquela situação ( na verdade por
tuberculose)
Personagens:
- Manuel de Sousa Coutinho: atual marido de Madalena e pai de Maria. Um patriota,
racional, culto e preocupado com a família. Representa o patriotismo romântico.
- Madalena: Viúva de D. João e mãe de Maria. Atormentada, preocupada, fraca,
influenciável e supersticiosa.
- Telmo: Cuidador de D. João e agora de Maria. Protetor, amigo, confidente,
sebastianista e fiel. Um homem dividido afetivamente entre o passado e o presente.
- Maria: Filha de Madalena e Manuel. Jovem, doente, culta, curiosa, perspicaz e
sebastianista. Simboliza o nacionalismo romântico.
- D. João de Portugal: Primeiro marido de Madalena. Figura fantasmática e trágica.

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