Seminário de Imunopatologia (MEDB21) – Atuação do Sistema Imune nas Infecções a
Fungos e Protozoários
Subtema 1: Visão Geral das Respostas Imunes aos Microrganismos (Wellington)
Proposta de divisão do subtema:
Quais os mecanismos de reposta imune que agem nessas infecções? (colocar
gráfico do mecanismo x tempo)
Fatores que influenciam na sobrevida e patogenicidade dos microrganismos
em um hospedeiro
Infecções latentes ou persistentes
Mecanismos gerais para manifestação das doenças (toxinas do
microorganismo e resposta do hospedeiro)
Subtema 2: Atuação do Sistema Imune nas Infecções a Protozoários (Wellington e Daiane)
OBS.: Trazer também o contexto de outros parasitas (ex.: helmintos, como no caso da esquistossomose)
Proposta de divisão do subtema:
Introdução
Imunidade Inata aos Parasitas
Fagocitose e ação eosinofílica
Via alternativa do complemento
Imunidade Adaptativa aos Parasitas
Mecanismos de defesa contra protozoários intracelulares (resposta
Th1, balanço Th1 x Th2 e determinação do desfecho das infecções, respostas específicas de anticorpo e CTL) buscar mecanismos na explicação de outros microrganimos de infecção intracelular (vírus, bactérias intracelulares)
Mecanismos de defesa contra parasitas extracelulares (ex.: helmintos)
(IgE e eosinófilos) Resposta Imune adaptativa e lesão tecidual (formação de granulomas, obstrução linfática, complexos antígeno-anticorpo)
Imunoevasão por parasitas
Imunidade Adaptativa aos parasitas
1. Mecanismo de defesa contra protozoários intracelulares
a. Diferentes parasitas induzem respostas imunes adaptativas diferentes. Isso se dá em função das inúmeras variações existente entre suas propriedades estruturais e bioquímicas, ciclos de vida e mecanismos patogênicos. b. Alguns desses parasitas, a exemplo de certos protozoários, evoluíram para sobreviverem dentro das células, de modo que a imunidade protetora contra esses agentes terá mecanismos idênticos àqueles contra bactérias e vírus intracelulares. c. O principal mecanismo de defesa contra os protozoários que sobrevivem dentro de macrófagos é a imunidade celular (ativação de fagócitos mediados pela célula T). Em particular, a ativação de macrófagos a partir de citocinas liberadas por linfócitos TCD4+ do tipo Th1. i. Células TCD4 virgem viram células Th1 e liberam citocinas como IFN-γ e TNF, o que leva a ativação de macrófagos para conter a infecção por tais parasitas intracelulares. (produção de células Th1) (função de células Th1) (ativação do macrófago por Th1) ii. Um estudo feito na infecção de camundongos por L. major (protozoário que sobrevive no interior do endossomos de macrófagos) mostrou que o sistema imune pode ativar uma resposta Th1 clássica, e resistir à infecção de forma eficaz, ou uma resposta Th2 (verificada principalmente na linhagem murina consaguínea BALB/c), resultando em uma sobrevivência de parasitas e exacerbação das lesões. Isso se dá porque as citocinas liberadas pelos Linfócitos TCD4+ Th2 (IL-4,IL-10, IL- 13) inibe a ativação clássica de macrófagos. Esse balanço entre uma resposta Th1/Th2 determina a resistência ou a suscetibilidade à doença Leishmaniose nesses camundongos. d. Ainda se tratando de protozoários intracelulares, existe a ação de células T citotóxicas (TCD8) e de anticorpos específicos. Isso ocorre, por exemplo, contra o parasita da malária (plasmodium), que se replica dentro de várias células (hemácias, hepatócitos) e geram a sua lise. A citocina IFN-γ é muito importante na ação protetora contra protozoários, como ocorre no caso da malária, toxoplasmose e criptosporidiose. i. Os anticorpos específicos agem no estágio extracelular desses microrganismos, tal como ocorre na morte das células infectadas, através da lise resultante da alta reprodução desses protozoários no meio intracelular. Esses anticorpos atuam como anticorpos neutralizadores, prevenindo a entrada desses protozoários em células hospedeiras. ii. Uma vez que se encontram no meio intracelular, esses hospedeiros são eliminados a partir da ação de células T citotóxicas (CTLs – linfócitos TCD8). Essas células matam as células infectadas. 2. Mecanismos de defesa contra parasitas extracelulares (ex.: helmintos, tal como na esquistossomose) a. Mediada pela ativação de células Th2 (secretam IL-4 e IL-5), que resulta na produção de anticorpos IgE e ativação de eosinófilos. i. IL-4 estimula a produção de IgE ii. IL-5 ativa eosinófilos b. O IgE cobre os parasitas e os eosinófilos se ligam à IgE nesses parasitas, de modo a liberar seus grânulos citoplasmáticos que contêm enzimas degradantes que destroem os helmintos c. As ações combinadas de mastócitos e eosinófilos também contribuem para a expulsão dos parasitas do intestino. Além disso, esse processo de expulsão intestinal também pode se dar através do aumento do peristaltismo, em si.
Lembrar sempre que ao induzir a transformação de células TCD4 naive em
células Th2, IL-4 acaba inibindo a produção de células Th1 e th17 (lembrar que eu preciso de um equilíbrio entre th1 e th17, ver exemplo da aula em leishmaniose, para uma manifestação mais branda da doença ao organismo). 3. Resposta Imune Adaptativa e Lesão tecidual. a. Alguns parasitas e seus produtos induzem respostas granulomatosas com fibrose concomitante i. Ovos de Schistosoma mansoni depositados no fígado estimulam células TCD4, ativando macrófagos e induzindo reações DTH (Hipersensibilidade do Tipo Tardio). Essas reações resultam na formação de granulomas ao redor dos ovos (esses granulomas estão associados a resposta Th2, ainda que comumente sejam induzidos por resposta Th1). ii. Esses granulomas servem para conter os ovos, porém a fibrose intensa associada a resposta imune celular crônica leva à cirrose, interrupção do fluxo de sangue venoso no fígado e hipertensão portal b. DTH i. Reação inflamatória prejudicial, mediada por citocinas, resultante da ativação de células TCD4. ii. Sensibilização primeiro contato com o antígeno; elicitação contato subsequente com o antígeno e reação inflamatória iii. Em torno de vênula pós-capilar: acumulação de neutrófilo + células T e monócitos sanguíneos; + intumescimento de células endoteliais + aumento de organelas biossintéticas; + extravasamento de macromoléculas plasmáticas com todo esse conteúdo para região intersticial (escape de fibrinogênio fibrina): acúmulo de fibrina + edema + acúmulo de células T e monócitos = inchaço e endurecimento do tecido. iv. Essas reações crônicas de DTH se desenvolvem quando há uma falha na eliminação dos microrganismos. Se eles estão localizados em uma área pequena, a reação produz nódulos de tecido inflamatório chamados granulomas. Isso se dá em função dos sinais prolongados de citocinas. 1. Células T e macrófagos ativados continuam a produzir citocinas e fatores de crescimento que amplificam as reações de ambos os tipos celulares e modificam progressivamente o ambiente local do tecido ciclo de lesão tecidual e inflamação crônica, seguido por substituição por tecido conectivo (fibrose) 2. Os macrófagos também sofrem alterações citoplasma e organelas aumentam (células epitelioides) 3. Esse processo de inflamação granulomatosa causa lesão tecidual significativa e prejuízo funcional.