Você está na página 1de 23

PLANNER 2 23

Planejador mensal
inspirado na Agenda
2023 Assistente Social,
com o calendário de
lutas do Serviço Social
brasileiro, para auxiliar na
organização das tarefas e
compromissos cotidianos!
Use seu celular para
escanear o QR code e ter
acesso a textos e outros
Gestão ‘Melhor ir à luta com raça e
classe em defesa do Serviço Social’
extratos da Agenda!
(2020-2023)

Escreva seu nome aqui!


@CfessOficial
PLANNER 2 23 APRESENTAÇÃO

O
planner (ou planejador) 2023 movimentos sociais e nos direcionam para
chegou, assistente social! O essas reflexões importantes e necessárias
material é um extrato da Agenda em nosso compromisso de levar a profissão
produzida anualmente para a categoria para o campo das lutas emancipatórias
e tem, para além da função prática e e da labuta da classe trabalhadora em
EXPEDIENTE instrumental do cotidiano, o intuito de construir uma sociabilidade anticapitalista.
contribuir para fortalecer e dar visibilidade Com as publicações, mergulhamos em
Uma publicação do Conselho Federal de Serviço Social - CFESS ao Serviço Social e seu projeto ético-político. análises, poesias e músicas que apontam
Gestão ‘Melhor ir à luta com raça e classe em defesa do Serviço Social’ (2020-2023) que temos de seguir na direção em que
Você pode imprimir este material ou utilizá- acreditamos e defendemos.
DIRETORIA REALIZAÇÃO lo na versão digital (computador) e, além do
Presidenta Elizabeth Borges (BA) Comissão de Comunicação CFESS acesso ao conteúdo teórico-político produzido O projeto gráfico é inspirado na arte
Vice-presidenta Maria Rocha (PA) Emilly Marques (coordenação), para a Agenda Assistente Social 2023, você da campanha de gestão e, além de
1ª Secretária Dácia Teles (RJ) Agnaldo Knevitz, Elizabeth Borges, tem em mãos uma publicação prática, para fazer referência ao Código de Ética
2ª Secretária Carla Pereira (MG) Kênia Figueiredo e Lylia Rojas agendar seus compromissos mensais e da/o Assistente Social e seus princípios,
1ª Tesoureira Kelly Melatti (SP) conhecer as datas do calendário de lutas. traz ilustrações em linhas - ora suaves,
2ª Tesoureira Franciele Borsato (MS) ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO E ora firmes, mas sempre leves, soltos e
REVISÃO DE TEXTOS Para este ano, a Agenda e o Planejador livres! - que ‘costuram’ e conectam lutas,
Conselho Fiscal Diogo Adjuto - JP/DF 7823 Assistente Social têm como tema central e desafios e resistências de mulheres em sua
Lylia Rojas (AL) Rafael Werkema - JP/MG 11732 compõem a campanha do triênio - “Nós, diversidade.
Priscilla Cordeiro (PE) mulheres, assistentes sociais de luta!”,
Alessandra Dias (AP) ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDO E lembrando o nosso engajamento nas lutas São rostos, corpos e ideias que ocupam não
EDIÇÃO DE TEXTOS das mulheres e feministas. somente páginas, mas territórios, políticas
Suplentes Emilly Marques e Mauricleia Soares sociais, continentes! Imagens conectadas
Elaine Pelaez (RJ) Entre os objetivos da campanha, estão a com os textos que acompanham as
Mauricleia Soares (SP) PROJETO GRÁFICO, EDITORAÇÃO valorização do trabalho das assistentes divisórias, carregando o tom que nos
Agnaldo Knevitz (RS) ELETRÔNICA E ILUSTRAÇÕES
sociais e a denúncia das formas de conecta às lutas das mulheres.
Dilma Franclin (BA) Rafael Werkema com colaboração das estagiárias
exploração das mulheres; o incentivo a um
Emilly Marques (ES) Juliana Dourado e Rebecca Santos
olhar apurado da categoria às questões Evocando Clarice Lispector, quando diz
Ruth Bittencourt (CE)
Eunice Damasceno (MA)
de classe, raça e gênero; a valorização da que “liberdade é pouco; o que desejo ainda
Kênia Figueiredo (DF) diversidade e pluralidade das mulheres não tem nome” (da obra Perto do coração
a este assistentes sociais! selvagem), convocamos a categoria a
Imprim or
ja d
plan e
ganizar
viver 2023 com esse espírito de busca, de
Siga o CFESS nas p a r a o r
efas e
suas tar sos do
No Serviço Social, somos a maioria, com inquietação e de crença num mundo em
principais redes sociais! comp ro m is 92,5% da categoria. Entender o caminho que a mulher seja reconhecida em sua
@CfessOficial ! Ele está pelo qual forjamos nossa profissão e nossas potência plena.
dia-a-dia do em
formata gem) lutas, sob a perspectiva de gênero, raça
a
A4 (pais
e classe, é essencial e, por isso, a Agenda Boa leitura!
e o Planejador 2023 trazem textos de
várias assistentes sociais mulheres, para Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
nos contar um pouco dessas histórias. Gestão Melhor ir à luta com raça e classe em
Elas trazem percepções de militância nos defesa do Serviço Social (2020-2023)

2
PLANNER 2 23
CALENDÁRIO 2023
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 1 2 3 4
CALENDÁRIO 2022

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL 8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11 5 6 7 8 9 10 11


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 12 13 14 15 16 17 18
2 3 4 5 6 7
1
8 6 7 8
1
9
2 3
10
4
11
5
12 6 7 8
1
9
2 3
10
4
11
5
12 3 4 5 6 7 8
1
9
2 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 19 20 21 22 23 24 25
9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16 29 30 31 26 27 28 26 27 28 29 30 31
16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23
23 24 25 26 27 28 29 27 28 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30
30 31
ABRIL MAIO JUNHO
MAIO JUNHO JULHO AGOSTO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 1 2 1 2 3 4 5 6 1 1 2 3 4 5 6 1 2 3
8
15
9
16
10
17
11
18
12
19
13
20
14 5 6
21 12 13
7
14
8
15
9
16
10
17
11 3 4
18 10 11
5
12
6
13
7
14
8
15
9 7 8 9
16 14 15 16
10
17
11
18
12
19
13
20 2 3 4 5 6 7 8 7 8 9 10 11 12 13 4 5 6 7 8 9 10
22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 9 10 11 12 13 14 15 14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17
29 30 31 26 27 28 29 30 24 25 26 27 28 29 30 28 29 30 31 16 17 18 19 20 21 22 21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24
31
23 24 25 26 27 28 29 28 29 30 31 25 26 27 28 29 30
SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO 30
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

4 5 6 7 8
1
9
2 3
10 2 3 4 5 6 7
1
8 6 7 8
1
9
2 3
10
4
11
5
12 4 5 6 7 8
1
9
2 3
10
JULHO AGOSTO SETEMBRO
11 12 13 14 15 16 17 9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 11 12 13 14 15 16 17 D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30 25 26 27 28 29 30 31 1 1 2 3 4 5 1 2
30 31 2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9
1º/1 Conf. Universal • 10/3 Carnaval • 15/4 Paixão de Cristo • 21/4 Tiradentes • 1º/5 Dia do/a Trabalhador/a • 9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16
16/6 Corpus Christi • 7/9 Independência • 12/10 N. Sra. Aparecida • 2/11 Finados • 15/11 República • 25/12 Natal 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23
23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30
30 31
CALENDÁRIO 2024

D
JANEIRO
S T Q Q S S
FEVEREIRO
D S T Q Q S S D S
MARÇO
T Q Q S S D S
ABRIL
T Q Q S S
OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
1 2 3 4 5 6 1 2 3 1 2 1 2 3 4 5 6 D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
7 8 9 10 11 12 13 4 5 6 7 8 9 10 3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13
14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 1 2
21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11 3 4 5 6 7 8 9
28 29 30 31 25 26 27 28 29 24 25
31
26 27 28 29 30 28 29 30 15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 10 11 12 13 14 15 16
22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 17 18 19 20 21 22 23
MAIO JUNHO JULHO AGOSTO 29 30 31 26 27 28 29 30 24 25 26 27 28 29 30
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
31
1 2 3 4 1 1 2 3 4 5 6 1 2 3

FERIADOS
5 6 7 8 9 10 11 2 3 4 5 6 7 8 7 8 9 10 11 12 13 4 5 6 7 8 9 10
12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15 14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17
19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22 21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24
26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 29 28 29 30 31 25 26 27 28 29 30 31
30
1o/Janeiro (domingo) Confr. Universal 7/Set (quinta) Independência do Brasil
SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO 21/Fevereiro (terça) Carnaval 12/Out (quinta) N. Sra. Aparecida
D
1
S
2
T
3
Q
4
Q
5
S
6
S
7
D S T
1
Q
2
Q
3
S
4
S
5
D S T Q Q S
1
S D
2 1 2 3
S T Q
4
Q
5
S
6
S
7
7/Abril (sexta) Paixão de Cristo 2/Nov (quinta) Finados
8 9 10 11 12 13 14 6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9 8 9 10 11 12 13 14 21/Abril (sexta) Tiradentes 15/Nov (quarta) Proclam. da República
15 16 17 18 19 20 21 13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16 15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23 22 23 24 25 26 27 28 1º/Maio (segunda) Dia do/a Trabalhador/a 25/Dez (segunda) Natal
29 30 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30 29 30 31
8/Jun (quinta) Corpus Christi
1º/1 Conf. Universal • 13/2 Carnaval • 29/4 Paixão de Cristo • 21/4 Tiradentes • 1º/5 Dia do/a Trabalhador/a •
30/6 Corpus Christi • 7/9 Independência • 12/10 N. Sra. Aparecida • 2/11 | Finados • 15/11 República • 25/12 Natal 3
PLANNER 2 23

JANEIRO
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1

2 3 4 5 6 7 8

9 10 11 12 13 14 15

LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
16 17 18 19 20 21 22
01 Confraternização Universal
21 Dia Nacional de Combate à
Intolerância Religiosa
24 Aniversário da Previdência
Social (Lei Eloi Chaves) e de
23 24 25 26 27 28 29 fundação do Movimento dos/
as Trabalhadores/as Sem Terra
(MST)
29 Dia Nacional da Visibilidade
Trans

30 31

4
PLANNER 2 23

FEVEREIRO
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1 2 3 4 5

6 7 8 9 10 11 12

13 14 15 16 17 18 19
LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
07 Dia Internacional dos Povos
Indígenas
21 Carnaval
20 21 22 23 24 25 26

27 28

5
PLANNER 2 23

MARÇO
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1 2 3 4 5

6 7 8 9 10 11 12

13 14 15 16 17 18 19
LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
08 Dia Internacional de luta das
Mulheres
13 Aniversário de 30 anos Código
20 21 22 23 24 25 26 de Ética da/o Assistente Social
(1993)
14 Data do assassinato da
vereadora Marielle Franco.
Permanece o mistério sobre a
motivação para o crime.
21 Dia Internacional de
27 28 29 30 31 Eliminação da Discriminação
Racial
30 Dia Mundial da Juventude

6
PLANNER 2 23

ABRIL
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1 2

3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16
LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
06 Aniversário de aprovação
da Política Nacional de Saúde
Mental (lei 10.216/2001)
17 18 19 20 21 22 23 07 Dia Mundial da Saúde
Paixão de Cristo
17 Dia Nacional de Luta
pela Reforma Agrária e Dia
Internacional das Lutas
Camponesas
24 25 26 27 28 29 30
19 Dia da Luta Indígena
21 Tiradentes
28 Dia Internacional da
Educação

7
PLANNER 2 23

MAIO
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21
LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
1º Dia Internacional do/a
Trabalhador/a
02 Dia Nacional de Combate ao
22 23 24 25 26 27 28 Assédio Moral
15 Dia da/o Assistente Social
17 Dia internacional de Combate à
LGBTQIA+fobia
18 Dia internacional da Luta
Antimanicomial e Dia Nacional
de Enfrentamento ao Abuso e
29 30 31 Exploração Sexual Infanto-Juvenil
25 Dia do/a Trabalhador/a Rural
28 Dia Mundial de Luta pela
Saúde da Mulher e Dia Nacional
de Redução da Mortalidade
Materna
8
PLANNER 2 23

JUNHO
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1 2 3 4

5 6 7 8 9 10 11

12 13 14 15 16 17 18
LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
05 Dia Mundial do Meio Ambiente
07 Aniversário da Lei 8.662/93, que
regulamenta a profissão de Assistente
Social
19 20 21 22 23 24 25
08 Corpus Christi
12 Dia Mundial de Enfr. ao Trabalho
Infantil
15 Dia Mundial de Enfrentamento da
Violência contra a Pessoa Idosa
20 Dia Mundial das/os Refugiadas/os
26 27 28 29 30 21 Dia Internacional da Educação
não-sexista
26 Dia Internacional de luta contra a
Tortura
28 Dia Mundial do Orgulho
LGBTQIA+
9
PLANNER 2 23

JULHO
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1 2

3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16

LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
17 18 19 20 21 22 23
13 Aniversário do Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei
8.069/1990)
25 Dia Internacional da Mulher
Negra latino-americana e
Caribenha
24 25 26 27 28 29 30

31

10
PLANNER 2 23

AGOSTO
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1 2 3 4 5 6

7 8 9 10 11 12 13

14 15 16 17 18 19 20
LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
7 Aniversário da Lei Maria da
Penha (Lei 11.340/2006)
9 Dia Internacional de Luta dos
21 22 23 24 25 26 27 Povos Indígenas
11 Dia Nacional do/a Estudante
12 Dia de Luta contra a Violência
no Campo
19 Dia de Luta do Movimento
Nacional da População em
Situação de Rua
28 29 30 31
29 Dia Nacional da Visibilidade
Lésbica

11
PLANNER 2 23

SETEMBRO
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1 2 3

4 5 6 7 8 9 10

11 12 13 14 15 16 17
LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
7 Independência do Brasil e Grito
dos/as Excluídos/as
21 Dia Nacional de Luta das
18 19 20 21 22 23 24 Pessoas com Deficiência
23 Dia Internacional das Línguas
de Sinais e Dia internacional
contra a Exploração Sexual e o
Tráfico de Mulheres e Crianças
28 Dia Latino-Americano
e Caribenho pela
25 26 27 28 29 30 Descriminalização e Legalização
do Aborto

12
PLANNER 2 23

OUTUBRO
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1

2 3 4 5 6 7 8

9 10 11 12 13 14 15

LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
16 17 18 19 20 21 22
1º Aniversário do Estatuto da
Pessoa Idosa (Lei 10.741/2003)
5 Aniversário da Constituição
Federal do Brasil (1988)
10 Dia Nacional de Luta Contra a
23 24 25 26 27 28 29 Violência à Mulher e Dia Mundial
da Saúde Mental
12 Nossa Senhora Aparecida
15 Dia do/a Professor/a

30 31

13
PLANNER 2 23

NOVEMBRO
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1 2 3 4 5

6 7 8 9 10 11 12

13 14 15 16 17 18 19
LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
2 Finados
15 Proclamação da República
20 Dia Nacional da Consciência
20 21 22 23 24 25 26 Negra
25 Dia Internacional de luta
contra a Violência contra a
Mulher

27 28 29 30

14
PLANNER 2 23

DEZEMBRO
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
1 2 3

4 5 6 7 8 9 10

11 12 13 14 15 16 17
LEMBRETES E
CALENDÁRIO DE LUTAS
1º Dia Mundial de Luta contra a
Aids
3 Dia Internacional da Pessoa com
18 19 20 21 22 23 24 Deficiência
7 Aniversário da Lei Orgânica de
Assistência Social (lei 8.742/1993)
10 Dia Internacional dos Direitos
Humanos
25 Natal
25 26 27 28 29 30 31

15
tentam justificar as práticas de submissão, por atendermos muitas mulheres em nosso sua orientação, podendo contribuir para seu
inferiorização e exploração do trabalho. Esses cotidiano de trabalho. Portanto, as relações enfrentamento ou ser instrumento de sua
mecanismos ideológicos de dominação são patriarcais permeiam nossa profissão de diferentes reprodução; nesse sentido, assumem também uma
historicamente mantidos e indissociáveis do formas e trazem impactos em nosso trabalho dimensão contraditória. Tais políticas podem,
capitalismo. profissional. a depender de sua orientação e das tendências
que assumem em determinadas conjunturas,
Refutamos, desde já, análises rasas, que É preciso, no cotidiano, compromisso real com o contribuir para favorecer a autonomia das
consideram que as questões vinculadas às enfrentamento das opressões, da exploração e da mulheres ou sua subordinação. É nestes limites e
mulheres e às opressões são vinculadas apenas alienação, e refletirmos sobre a contribuição da contradições que se dá a intervenção profissional.
à cultura ou, ainda, que tal debate (na práxis nossa profissão ao enfrentamento das opressões
política) fragmenta a classe trabalhadora. patriarcal e racista, no modo de produção O fato de as mulheres serem a maioria das usuárias
capitalista. das políticas sociais e, portanto, a quem se destina
Nós, mulheres, assistentes sociais, compomos a majoritariamente a ação profissional, torna
classe trabalhadora e defendemos uma concepção evidente que a atuação profissional se defronta
de classe trabalhadora concreta, una e diversa. necessariamente com as expressões do patriarcado,
A visão reducionista de classe e de opressões agravadas pela sua condição de classe e racial.
traz impactos nas análises da realidade e, Dentre estas problemáticas, se impõe a violência
consequentemente, para as lutas sociais. Assim dos homens contra as mulheres, que persiste e se
Mulher, raça, classe e como uma visão homogeneizadora de mulher,
desconsiderando classe e raça e desconsiderando
agrava na atual conjuntura brasileira, incitada pelas
forças neoconservadoras alardeadoras dos mais
o trabalho profissional a história com o colonialismo e imperialismo,
novamente cai numa visão abstrata e não
terríveis discursos patriarcais na sociedade, e que
no governo atuam para desestruturar as políticas
avança na compreensão das causas da opressão/ e redes de enfrentamento. É de fundamental
AUTORAS exploração e porque nossas lutas precisam ser importância visibilizar que a rede de atenção à
Dacia Teles, Emilly Marques e Mauricleia Soares - anticapitalistas, antirracistas e não vinculadas a saúde, assim como a rede socioassistencial, em
conselheiras do CFESS (Gestão 2020-2023) um empoderamento individual ou à busca de uma seus diferentes níveis, são porta de entrada de
igualdade dentro do capitalismo. As relações de mulheres e meninas em situação de violência

I
niciamos a Agenda Assistente Social 2023, exploração também são balizadas por relações de sexista, incluindo-se aí a violência sexual e seus
afirmando que, assim como se intitula o livro opressão e vice-versa, formando uma totalidade agravos à saúde, à autonomia e à vida de mulheres
de Angela Davis, para falarmos de mulheres, contraditória e dinâmica. e meninas. A atuação do Serviço Social tem sido
precisamos necessariamente pensar raça e classe, decisiva frente a estas situações, em que pesem
para orientar nossa práxis. Em outras palavras, as O Código de Ética Profissional do/a Assistente os limites concretos que marcam o cotidiano dos
opressões patriarcal e racista são estruturantes das Social (1993) possui, entre seus princípios serviços, resultado da política de desmonte que
relações sociais capitalistas e, por isso, precisam fundamentais, a referência ao nosso “empenho, vem acompanhada de medidas conservadoras de
fundamentar nossas análises e intervenções
profissionais.
na eliminação de todas as formas de preconceito,
incentivando o respeito a diversidade, à
Relações patriarcais de caráter misógino, que atentam contra a autonomia
e reforçam o teor controlista sobre as mulheres.

Para melhor apreensão histórica dos processos


participação de grupos socialmente discriminados
e à discussão das diferenças”. Nesse sentido, a luta
gênero e políticas sociais É o caso das terríveis tentativas de cercear o
e expressões de desigualdades, discriminações, histórica pela equidade e justiça social precisa ser AUTORA direito de meninas vítimas de violência sexual
violências e violações, é necessário realizar sustentada por ações cotidianas de combate a Verônica Ferreira - assistente social e à interrupção da gravidez, direito previsto
análises críticas para compreensão das opressões todas as formas e manifestações de dominação- professora da UFRN em lei. As possibilidades desta intervenção,
relativas a gênero, classe, raça, etnia, sexualidade, exploração, cujo horizonte é a transformação todavia, vêm sendo ameaçadas pelas diretrizes

A
gerações e outras categorias sociais. No entanto, do presente e a projeção de uma sociedade sem s políticas sociais, campo por excelência da conservadoras como as do governo Bolsonaro,
cabe também considerar que o capitalismo exploração, sem desigualdades e alienação. atuação de nós, assistentes sociais, incidem que em seu conjunto tentam impor uma política
se estruturou a partir do modo de produção sobre as desigualdades produzidas pelas de redomesticação das mulheres, especialmente
escravagista, justificado por teorias raciais que Falar sobre mulheres e o trabalho profissional do relações sociais de classe, de sexo e de raça. Mas acentuando o controle de sua sexualidade e
sustentaram discurso da supremacia branca Serviço Social possui profunda conexão. Tanto além disso, expressam, elas mesmas, a dimensão cerceando sua autodeterminação reprodutiva, mas
e ocidental, que resultou na objetificação, por sermos mulheres quase na totalidade da patriarcal e racista do Estado capitalista, com os também reforçando uma orientação familista e
dominação e expropriação de pessoas negras. Do composição da nossa categoria, e incluindo as matizes próprios da formação social brasileira. maternalista no âmbito das políticas sociais.
mesmo modo, o capital também se alimenta do diversas identidades femininas que a compõem,
alijamento da vida política e pública e destituição como mulheres cis, mulheres trans e travestis; As desigualdades estruturais entre homens As desigualdades enfrentadas pelas mulheres
de direitos das mulheres, que são explicados a as diversas orientações sexuais, como lésbicas, e mulheres são, a um só tempo, objeto da no mundo do trabalho, produzidas pela divisão
partir das diferenças sexuais e biológicas que bissexuais, heterossexuais, dentre outras; quanto intervenção destas políticas, como norteiam sociossexual do trabalho, se expressam na maior

PLANNER 2 23 16
desproteção social que as atinge. São as mulheres levadas adiante pelo movimento feminista e que houve maior resistência. Inclusive em 1866, no os movimentos pelo fim da ditadura e em seu
as mais impactadas pela Reforma da Previdência, de mulheres e outros sujeitos comprometidos congresso da Internacional dos Trabalhadores, os enfrentamento.
uma vez que são a maioria em situação de com o enfrentamento dessas tendências delegados se posicionaram contrários ao trabalho
desemprego e trabalho precário, com pouca ou neoconservadoras e neoliberais nas políticas feminino. Esta decisão provocou reação imediata Além disso, fomos incansáveis na busca por uma
nenhuma capacidade contributiva. Seguem, ainda, sociais, que impactam as usuárias e profissionais, das mulheres socialistas, que intensificaram as política pública de saúde universal e que garantisse
majoritariamente encarregadas - e sobrecarregadas mulheres da classe trabalhadora, com quem manifestações e as petições públicas e fundaram a a integralidade da saúde das mulheres, que
- pelo trabalho doméstico e de cuidado não estamos, e quem somos! primeira associação feminista, chamada de Liga das resultou na criação do Sistema Único de Saúde
remunerado, em um contexto de retração brutal Mulheres, em 1868. (SUS). Atuamos com firmeza na reivindicação das
da já insuficiente política de socialização deste delegacias de proteção à mulher e na elaboração
trabalho no âmbito da reprodução social. Pelo Na continuidade, várias organizações internacionais da Lei Maria da Penha e de todos os mecanismos
contrário, essa situação se agravou no contexto da foram criadas e eram realizadas conferências, que de prevenção, denúncia e punição dos atos de
pandemia e de pandemônio ultraneoliberal, com o definiam as lutas e estratégias do movimento de violência e feminicídio. Apesar disso, ainda temos
desfinanciamento das políticas de educação e saúde. mulheres, em nível mundial. Sendo numa dessas muito a fazer na defesa da vida das mulheres.
reuniões, na segunda Conferência Internacional
Em 2021, apenas 20% das crianças brasileiras da Mulher, em 1921, que foi definido o dia 8 de Também estivemos presentes na defesa de um
tinham acesso à creche. O desmonte em curso tem março como o Dia Internacional da Mulher, em sistema de Seguridade Social que reconhecesse
como contraface a maior apropriação do tempo homenagem ao motim iniciado pelas mulheres o cuidado exercido pelas mulheres como uma
e do trabalho não remunerado das mulheres na russas nesse mesmo dia em 1917, que culminou com atividade essencial para a sociedade, e que
reprodução social, seja realizando o que deveria ser o estabelecimento da Revolução Russa. garantisse proteção e bem estar para a família.
provido pelas políticas sociais, seja despendendo Aliás, a ideia de família como laços de afetos e
mais tempo na batalha pelo acesso a direitos, seja A consolidação do capitalismo e a nascente como uma instituição social diversa e sem modelo
pela imposição de condicionalidades que reforçam industrialização provocaram alterações de específico também foi elaborada pelo feminismo,
a divisão sexual do trabalho e sua responsabilização ordem econômica, social e política, que tiveram em sua luta por uma justa divisão do trabalho
no âmbito das famílias e da própria política. Exemplo repercussões na vida das mulheres, que, no doméstico, no combate à violência e na questão dos
cabal dessa tendência que associa neoliberalismo entanto, continuavam excluídas dos direitos civis direitos sexuais e reprodutivos. Nesse campo, ainda
e neoconservadorismo é a recente proposta do e políticos. É nesse contexto que surge a luta podemos destacar a conquista da aposentadoria
homeschooling, que preconiza a transferência da sufragista. para a trabalhadora rural e a regulamentação do
educação infantil para a responsabilidade das famílias,
o que significa, sobre as costas das mulheres. A luta histórica Dentre as particularidades deste movimento, o
trabalho doméstico também como frutos da luta
incessante das mulheres na sociedade.

Dessa maneira, vem se reforçando, na atual das mulheres e dos seu caráter de massa, já que mobilizou milhões de
mulheres por sete décadas em diferentes países Tudo isso só foi possível com a atuação
conjuntura, uma tendência histórica das políticas
sociais no capitalismo dependente: a realização de movimentos feministas do mundo, desafiou as feministas socialistas
no interior das organizações sindicais e foi
permanente das mulheres na conjuntura
brasileira, mediante um processo de construção
políticas sociais a baixo custo, pela oneração da fundamental para o posicionamento político da consciência feminista, baseado na formação
carga de trabalho não remunerado das mulheres AUTORA de articular a luta das mulheres com a luta pela politica, ação militante e na identificação de
mais pauperizadas da classe trabalhadora, Telma Gurgel - assistente social e professora emancipação humana. pontos comuns na realidade vivida pelas mulheres.
majoritariamente mulheres negras. É no contexto aposentada da Uern
dessas tendências que vemos emergir discursos A conquista do direito ao voto, no entanto, não Conhecemos bem essa força da luta das mulheres,

A
conservadores, que apelam à valorização da o longo da história, as mulheres organizadas encerrou as dificuldades e violências sofridas pelas pois, como profissionais e como indivíduos, sentimos
família e do lugar subordinado das mulheres nesse estiveram presentes nos embates políticos mulheres no mundo da política. Basta lembrar que no nosso dia a dia, no atendimento e nas nossas
âmbito. Esses discursos encobrem um interesse da luta entre a classe trabalhadora e a somos apenas 15% de parlamentares na Câmara vidas, como é duro ser mulher numa sociedade
material concreto: o reforço de uma orientação burguesia. Foi assim nas revoltas populares ainda Federal e que, muitas de nós são vítimas cotidianas machista, racista e capitalista. Visualizamos, em
maternalista e heterossexista das políticas, da nos séculos XV e XVI, no processo da Revolução da violência política de gênero, que chegou ao nosso exercício profissional, as expressões reais da
divisão sexual do trabalho, da sobrecarga das Francesa, nas revoluções de 1848, na Comuna seu auge com o assassinato de Marielle Franco, questão social, como a fome, desemprego, violência,
mulheres na reprodução social e a usurpação do de Paris, nas revoluções do século XX; enfim, vereadora e ativista dos direitos humanos no Rio abandono no rosto das mulheres, em sua maioria
fundo público para os interesses do capital. não existe um movimento com radicalidade, no de Janeiro, em 14 de março, no Dia da Poesia, em negra, pobre e da periferia.
processo de transformação da sociedade, que 2018, há exatos 5 anos.
O compromisso ético-político de nós, assistentes não tenha a presença das mulheres e sua luta Essa condição histórica só reforça a importância
sociais, com a autonomia e a liberdade das específica. No Brasil em particular, as mulheres foram da aliança estratégica entre o Serviço Social e o
mulheres deve se traduzir no reconhecimento protagonistas de várias lutas que culminaram feminismo para que juntas possamos encontrar
das determinações do patriarcado capitalista e Apesar de as mulheres contarem com o apoio do na garantia de direitos sociais fundamentais, saídas coletivas e de solidariedade, baseadas nas
racista nas políticas sociais e nas demandas das movimento dos trabalhadores em suas pautas, foi como a luta por creches e contra a carestia, em experiências da organização coletiva da mulher da
usuárias. Isto exige tomar parte das lutas sociais particularmente com relação ao direito ao trabalho plena ditadura, além de somarem em todos classe trabalhadora.

PLANNER 2 23 17
não apenas no que se refere ao corte de verbas nas De acordo com o “Balanço Geral do Orçamento
políticas públicas, mas no aumento das distintas da União”, realizado pelo Instituto de Estudos
formas de violência que geram processos de Socioeconômicos (Inesc), referente aos anos
adoecimentos físicos e mentais. de 2019 a 2021, vários setores foram atingidos
pelo corte de recursos necessários ao seu bom
Para além da consubstancialidade das relações funcionamento. O documento salienta que, entre
sociais que estruturam a sociedade patriarcal, as políticas mais afetadas, estão a saúde, educação,
capitalista e racista, há, em cada uma dessas meio ambiente, moradia, criança e adolescente e
relações, particularidades que expressam a nossa combate ao racismo. As políticas para mulheres
diversidade. Dessa forma, o atendimento à tiveram uma queda de 46% de investimentos
saúde também tem distinção de acesso entre as de 2020 para 2021, e as políticas para igualdade
periferias, centros urbanos, cidades interioranas racial perderam mais de 8 vezes da quantidade de
e os povos do campo. Sobre estes últimos, recursos nos últimos três anos.
englobando comunidades ribeirinhas, quilombolas
e também os povos indígenas, apontamos não Referente à saúde das mulheres, além da queda de
apenas a ausência de políticas públicas, mas um investimentos, houve retrocessos no atendimento
constante ataque à demarcação de terras e aos com integralidade às mulheres e garantia do
modos de existir desta população, reiterando respeito à diversidade, principalmente no que se
violências históricas. refere aos direitos sexuais e reprodutivos. Exemplo
disso foi a extinção da Rede Cegonha - que tinha
A luta antimanicomial
Ao situar os povos do campo, ressaltamos que como perspectiva uma atenção humanizada e a saúde mental das
Saúde das mulheres o modo de vida e de alimentação interfere
diretamente nas condições de saúde e,
e em equipe multidisciplinar – e substituição
pela Rede de Atenção Materno Infantil (Rami), mulheres
contrariamente a estes cuidados, nos últimos com uma perspectiva mais hospitalocêntrica e
AUTORA 3 anos (2019 a 2021), cresceu a liberação do uso medicalocêntrica; proibição do uso do termo AUTORA
Janaiky Almeida - assistente social, professora de pesticidas (agrotóxicos), com aprovação do violência obstétrica; mudança em orientações Rachel Gouveia - assistente social e professora
da UFRN, e integrante da Comissão Intersetorial governo federal, o que afeta a qualidade da da caderneta da gestante, bem como portarias e da UFRJ
de Saúde da Mulher - Cismu/CNS alimentação, que já é escassa. De acordo com o normativas com viés de policiamento sobre a vida

N
inquérito nacional realizado pela Rede Brasileira das mulheres, referentes ao acesso aos serviços de o interior dos hospitais psiquiátricos

F
alar sobre saúde em um contexto de de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar aborto legalizado. brasileiros, diferentes fissuras ocorreram
pandemia, de aumento da pobreza e das e Nutricional (Penssan), referente à segurança por meio de expressões éticas, estéticas
diversas expressões de violência é um alimentar no contexto da pandemia de Covid-19 Nesse contexto de desmonte do SUS e das demais e poéticas insubmissas, tendo diferentes
desafio não apenas no campo profissional, mas no Brasil, apenas 4 entre 10 famílias conseguem políticas públicas, que afetam as condições de mulheres protagonizando tamanha ruptura e
na dinâmica de vida da classe trabalhadora como acesso pleno à alimentação. saúde e qualidade de vida da classe trabalhadora, insubordinação ao poder e saber ordenador do
um todo. Desde a década de 1980, por meio do o/a assistente social sofre diversos rebatimentos: espaço asilar. Essas atuações foram esquecidas por
Movimento de Reforma Sanitária, das conferências Nessa condição familiar, as mulheres são as que se como trabalhador/a que se insere nos diferentes muitas de nós, já que são corpos e subjetividades
de saúde e dos movimentos em defesa da encontram em maior situação de desnutrição, por espaços sócio-ocupacionais, pela precarização das considerados desviantes, perigosos e tomados por
democracia no Brasil, avançamos na compreensão muitas vezes abrir mão do seu alimento ou não se condições de trabalho; como usuário/a também supostas paixões que lhes “retira a sanidade”.
do significado sobre saúde e adoecimento. alimentar adequadamente, para priorizar maridos das políticas públicas e como sujeito coletivo, pelo
e filhos. Esta realidade de escassez de alimento modo como o desmonte das políticas, associado A considerada “rebeldia feminina” foi silenciada
Tal compreensão é referendada pela Organização gera adoecimento físico e psicológico, associado à ao direcionamento conservador das ações estatais, diferentes vezes com a institucionalização
das Nações Unidas (ONU) e diversos organismos sobrecarga de trabalho doméstico. afeta a efetivação do nosso projeto ético-político. de jovens e adultas nas escolas internas, nos
internacionais, ao explicitar que a condição de conventos ou nos manicômios. No caso daquelas
saúde não se expressa pela ausência de doença, São as mulheres também as que sofrem depositadas nas alas psiquiátricas brasileiras, a
mas pelo bem-estar físico, mental e social. Dessa maior impacto com o acelerado processo de “natureza feminina” era uma justificativa para
forma, compreendemos que as relações de desfinanciamento das políticas públicas sob afirmar que instabilidades emocionais vinculadas
exploração/dominação de classe, de raça e de três ângulos: 1 – o chamado ao voluntariado e à a uma suposta “condição natural” poderiam gerar
gênero/sexo interferem diretamente nas condições responsabilização familiar, a qual historicamente alterações comportamentais. O “desvio” dessa
de saúde. recai sobre as mesmas, via cuidado com crianças, “natureza” seria a manifestação da doença em si
pessoas idosas e demais familiares; 2 – impacto na ou consequência dela.
Dada a situação de pobreza que se agravou no própria condição de saúde; 3 – Maiores desafios
Brasil nos últimos anos, os povos negros e as para acesso às políticas de saúde específicas, dados Dessa forma, mulheres que não desejavam casar,
mulheres são os que mais sofrem os rebatimentos os constantes ataques ao Sistema Único de Saúde. as que estudavam demais ou que rompiam com a

PLANNER 2 23 18
família, eram vistas como “loucas” e necessitavam mulheres, em especial, das negras, pobres, faveladas, trabalhadora e sua relação campo-cidade; no grande uma peleja de mais de 60 anos na luta dos
de tratamento psiquiátrico. Não podemos deixar LGBTQIAP+. A precarização das condições de vida, fluxo migratório e o crescimento das ocupações movimentos sociais urbanos, e na qual a categoria
de destacar aquelas que amavam outras mulheres a intensificação da violência e a banalização da urbanas e sua periferização; na precarização da esteve sempre presente, significa uma batalha
ou que transgrediam com a identidade de existência intensificam o aumento do sofrimento e vida cotidiana, com impacto sobre o custo do pela desmercantilização das cidades, um novo
gênero hegemônica, também eram submetidas da demanda por respostas. Portanto, a luta “por uma valor trabalho na cidade-campo e com uma frágil projeto político societário que esteja embasado
às intervenções terapêuticas clássicas, como os sociedade sem manicômios” precisa ser radicalmente infraestrutura urbana, como pavimentação, água, no compartilhamento e controle social da
eletrochoques, a lobotomia, a camisa de força ou a feminista, antirracista, antiLGBTQIAP+fóbica, transporte, luz, dentre outros. Essas revelações na produção social e dos bens comuns, sob o qual
cela forte. Portanto, a medicalização cumpre um papel antiproibicionista e anticapitalista, uma vez que o vida cotidiana da classe que vive do trabalho se rege-se a acumulação da riqueza do capital. A
importante na reprodução do discurso disciplinador aparato manicomial cumpre uma função estratégica reconfiguraram no tempo-espaço e numa dinâmica vida urbana está a cada dia sendo matéria “da
sobre a mulher, sua sexualidade e seu corpo. na perpetuação do modelo vigente. articulada ao ciclo de recomposição do capital, para esperteza internacional” e se apresenta como o
assegurar sua capacidade de expansão e lucro, e estas “centro das ambições” , com uma reordenação do
A medicalização do corpo feminino é uma mudanças na base produtiva e na reprodução social espaço urbano, que intensifica as desigualdades
estratégia de controle que se diferencia quando coloca, para nós, novas requisições, que se articulam e num contexto socioeconômico e ideopolítico,
partimos da intersecção entre raça, gênero e com a luta por direitos nas ruas, nas praças e na que promove criminalizações da luta urbana e o
classe. No caso das mulheres negras, que fogem dinâmica institucional. genocídio negro nas ruas e periferias urbanas.
completamente da idealização do “ser mulher”
e de sua “natureza feminina”, uma vez que não A luta pelo direito à cidade é um desafio constante, Neste campo de luta, temos avanços e recuos que
são vistas como humanas, a medicalização da por trazer em si um potencial de questionamento devem ser matéria da nossa reflexão, para ampliar
existência é prática recorrente ainda hoje e a ordem urbana instituída e imposta pela lógica do nossa análise e práxis profissional. Temos, nacional e
atualizada pelo higienismo. São elas as que mais capital, com a mercantilização da vida social, que está localmente, algumas referências da luta política que
sofrem com a esterilização coercitiva, a retirada expressa no alto custo da moradia, água, transporte, se incorporou à institucionalidade, como argumento
compulsória dos bebês ou o assassinato de dentre outros. A luta pelo direito à cidade e a reforma e base legal para o acesso aos direitos sociais urbanos,
seus filhos, ocasionados pela violência armada. urbana ganham forma diariamente pela precariedade para ampliar as condições de habitabilidade, como
Além disso, sempre estiveram presentes nas das condições de vida da população trabalhadora, o Estatuto da Cidade de 2001 e as políticas nacionais
alas psiquiátricas, sejam como trabalhadoras ou dentre esta as mulheres chefes de família, moradoras e programas de habitação, água e saneamento
pacientes. Como o racismo é a pedra angular do das periferias urbanas, que em sua maioria são negras, ambiental, transporte, trânsito e mobilidade urbana,
manicômio brasileiro, que cumpre a tarefa de revelando que as comunidades periféricas, de lutas e construídos na primeira década deste século.
manutenção da ordem e dos bons costumes. resistências, enfrentam, por meio da ação do Estado, o Mas estas políticas, no atual percurso de inflexão
racismo estrutural legado da formação social brasileira conservadora, promoveu uma destituição do legado
Nesse caminho, é necessário que nós, assistentes colonial-racista. e reconhecimento delas como direito social, o que
sociais, venhamos a assumir a Luta Antimanicomial implica garantias pela ação estatal. Os ataques à
e seus princípios – a liberdade, a emancipação O centro da nossa ação profissional, o objeto da estrutura da gestão democrática e participativa, como
e os direitos humanos, como componentes do intervenção de profissionais de Serviço Social, nas a destituição do Conselho Nacional das Cidades e o
projeto profissional e de sua direção. Lembramos múltiplas expressões da questão social, e de forma desfinanciamento das políticas urbanas, nos últimos
que maio é o mês de muitas lutas: o Dia da/o
Assistente Social, o Dia Internacional contra a
Mulheres e o particular a questão urbana, nos coloca muitos
desafios pela sua amplitude. É uma ação político-
4 anos, demonstram que é preciso restaurar toda
uma base de referência da luta urbana, articulada a
Homofobia, a Transfobia e a Bifobia e o Dia da
Luta Antimanicomial. Dessa maneira, é urgente
direito à cidade profissional territorializada e diversa, por estar
articulada a uma vida cotidiana da classe que vive
um modelo de desenvolvimento que seja contra a
gentrificação nas cidades e a megaempreendimentos e
desnaturalizar as formas de controle e de produção AUTORA do trabalho, usuários/as das políticas e serviços projetos que promovem danos ambientais e expulsão
de sofrimento e adoecimento psicossocial, que Mércia Alves - assistente social, integrante do urbanos – moradia, água e saneamento, transporte, da população, com despejos em massa.
criam e atualizam práticas e instituições que Instituto Feminista SOS Corpo e conselheira do terra urbanizada, dentre outros -, que está marcada
silenciam corpos e subjetividades considerados CRESS-PE também por uma heterogeneidade, de classe, A nossa formação e ação profissional tem ainda
desviantes e perigosos. Para isso, é preciso étnico-racial, sexo/gênero, o que demonstra a muitos desafios neste campo de luta política, como

A
reconhecer que há uma diferenciação dessas questão social urbana sempre foi um dos vivência diferente e desigual nas cidades. a inclusão nos núcleos que integram a formação
intervenções quando analisamos a realidade a partir centros da ação ético-política profissional profissional, como o Núcleo de Fundamentos
das intersecções de raça, gênero e classe. do Serviço Social. A sua expressão está Como profissional de Serviço Social, militante Teórico-metodológicos da Vida Social; Núcleo de
articulada à posse da terra e como se deu seu feminista e da luta urbana, vejo que lutar Fundamentos da Particularidade da Formação
Tratar de saúde mental não pode ser algo restrito processo de distribuição no Brasil, em decorrência pelo direito à cidade e uma vida urbana, e em Sócio-histórica da Sociedade Brasileira; Núcleo de
às profissionais que atuam na política de saúde da escravidão, determinante do surgimento do diálogo com nosso projeto ético-político, com Fundamentos do Trabalho Profissional; de uma
mental, álcool e outras drogas. Aqui falamos latifúndio no país. Esse processo foi seguido pela seus princípios e valores, significa ir além da literatura e referências do campo do feminismo
de concepções de saúde mental que estão em ebulição da industrialização, após os anos de 1950, formalidade jurídico-legal e institucional. A luta materialista negro e decolonial, como contribuição
disputa e que atravessam todas as esferas da que provocaram inflexões na vida urbana, em pela terra faz mais de 500 anos! O princípio da ao nosso pensamento crítico e uma perspectiva
vida social, rebatendo diretamente na vida das múltiplas manifestações; na recomposição da classe luta pelo direito à cidade e a reforma urbana, interseccional que oriente nossa práxis.

PLANNER 2 23 19
Em terras brasileiras, foi por meio da Lei Como vimos até aqui, mulheres pretas estão
12.987/2014 que o dia 25 de julho passou a ser sempre em movimento. Organizadas nos
considerado oficialmente com o Dia Nacional de partidos políticos, nas associações de bairro,
Tereza de Benguela e da Mulher Negra. nos movimentos de mulheres; nos movimentos
feministas antirracistas e tantos outros espaços
“Femenagear” Tereza é também uma forma de de organização e vivências coletivas. Nosso lugar
femenagear e reverenciar a liderança, potência e social e político é coletivo!
resistência das mulheres pretas deste país.
É das mulheres pretas o choro, mas também
Durante o século 18, Tereza de Benguela, ou a liderança na busca por justiça por filhos/as
Rainha Tereza, como era conhecida, foi uma líder desaparecidos/as e assassinados/as pela violência,
quilombola e esteve, durante muitos anos, à frente principalmente aquela praticada pela polícia; é
do Quilombo do Piolho (também conhecido como de mulheres do campo: quilombolas, ribeirinhas,
Quilombo do Quariterê ), atual fronteira entre o indígenas e muitas outras – o grito pelo acesso à
Mato Grosso e a Bolívia. Ela foi responsável pela terra; é das jovens estudantes a cobrança crescente
organização política, econômica e administrativa pela educação pública e de qualidade.
Patriarcado do Quilombo. No auge da colonização, conseguiu
sustentar seu quilombo por quase duas décadas, Nós, mulheres pretas, dia após dia, consolidamo-
e racismo resistindo até 1770. Não se tem registros de como
Tereza morreu. Existe uma versão que conta
nos como força motriz de mudança para uma
sociedade livre de toda forma de preconceito,
AUTORA sobre o suicídio de Tereza após ser capturada por violências e discriminação.
Patricia Maria - assistente social da prefeitura bandeirantes, e uma outra que afirma que Tereza
de São Paulo e conselheira do CRESS-SP foi assassinada e teve a cabeça exposta no centro
do quilombo.
E costurando o protagonismo das mulheres pretas
para transformação social, com a relevância do Mulheres no plural:
dia 25 de julho, destaco o “Julho das Pretas”,
diversas e unas
I
nicio esse texto saudando nossas mais velhas, Falando para nós: eu, você e o Serviço Social que se estende por todo o mês de julho, visa a
nossas ancestrais, que há séculos lutam contra fortalecer as ações coletivas das mulheres pretas,
o racismo, o machismo e todas as formas de AUTORA
No período pós-abolição da escravatura, o Estado que seguem denunciando o racismo estrutural, as
violência contra o nosso povo. Peço licença a essas brasileiro não ofertou políticas sociais específicas desigualdades, preconceitos e todas as expressões
mais velhas, assim como peço licença às nossas Mirla Cisne - assistente social e professora da Uern
as pessoas recém-libertas – a falsa abolição do das violências praticadas contra o nosso povo.
mais novas, pois o ato de escrever para uma pessoa Brasil relegou a população preta recém-liberta
preta nunca é e nunca será um ato individual, é o lugar da ausência do Estado, situação que se E para nós, do Serviço Social, ler, estudar, falar,
um ato político coletivo. Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu,
mantém até os dias de hoje. reverenciar, enaltecer as mulheres pretas que é outr[a], é as outr[as]. Quando eu puder sentir
contribuíram para o fortalecimento da profissão plenamente [a] outr[a] estarei salva e pensarei:
Escrevo sobre o meu povo, escrevo para aquelas No dia 14 de maio de 1888, tínhamos uma é urgente e necessário. Assim como é urgente
que vieram antes, assim como escrevo para eis o meu porto de chegada
“população recém-liberta” sem acesso à terra; sem e necessário compreender as complexidades (Clarice Lispector)
aqueles que estamos gestando, nutrindo, acesso à educação, desempregada; desqualificada sociais, econômicas, culturais, de gênero e etnia da
educando. Escrevo para meu filho, escrevo para

A
profissionalmente; sem políticas públicas que lhe população atendida por nós, nos mais diferentes diversidade é constitutiva da humanidade;
nossas crianças, que são nossa esperança mais garantissem a possibilidade de sobreviver. espaços sócio-ocupacionais.
bonita de futuro: nossos passos vão longe. logo, entre mulheres não pode ser diferente.
Somos múltiplas, diversas, plurais, diferentes
Antes e depois da “abolição da escravidão”, as Nesse sentido, destaco aqui a última e a atual e até mesmo desiguais na concretude dos nossos
E agora, vamos falar um pouco sobre a história mulheres pretas exerceram papel fundamental campanha de gestão do Conjunto CFESS-CRESS,
que a história não conta? corpos racializados, sexualizados, etarizados,
na organização do povo preto. Uma de nossas que versa sobre assuntos extremamente relevantes proletarizados, patriarcalizados, precarizados,
referências acadêmicas e políticas, Lélia Gonzalez, para nossa categoria profissional. violentados. Segundo essas dimensões, cada
O ano era 1992, o local Santo Domingo (República no livro “Primavera para as Rosas Negras”, destaca:
Dominicana), que sediava o 1º encontro de mulher, na sua diversidade, vivencia, de maneira
“ainda que o elemento masculino fosse maioria, No triênio 2017-2020, a campanha “Assistentes particular, opressões, apropriações e explorações
mulheres afro latino-americanas e afro-caribenhas, em termos populacionais, as mulheres tiveram Sociais no Combate ao Racismo” trouxe, para
que teve por objetivo dar visibilidade à luta das de uma sociedade patriarcal, racista-capitalista,
papel relevante no período pré e pós-abolição: centralidade do exercício profissional, o debate que mutila nossa autonomia e liberdade
mulheres negras contra a opressão de gênero, a organizando Quilombos, elaborando estratégias sobre as expressões do racismo, na profissão e em
exploração e o racismo. Desde então, o dia 25 de diariamente. Tratar, portanto, a mulher como
de luta e resistência, sendo uma força moral para toda a sociedade. [....]* uma categoria abstrata, isolada da realidade,
julho foi reconhecido pela ONU (Organização seu homem, filho, filhos e irmãos de cativeiro (Lélia
das Nações Unidas) como o Dia Internacional da e homogênea, não é só uma anemia teórico-
Gonzalez – Primavera para as Rosas Negras – analítica, é alimentar a reprodução do racismo,
Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. página 38).

PLANNER 2 23 20
do patriarcado e da desigualdade de classe e seus
corolários nas relações de exploração e opressão,
para seguirmos e termos condição de saber quem
são nossas aliadas e nossos inimigos.
direitos e autodeterminação reprodutiva das
mulheres é íntima: 97% dos abortos realizados Autonomia das
inclusive, entre mulheres.
Somos diversas como a mais bela primavera,
de forma insegura acontecem nos países em
desenvolvimento. mulheres e pessoas
Nossos corpos, porém, também são marcados
por resistências, como territórios em disputa,
repleta de flores múltiplas, mas tratada no
singular. Assim deve ser o feminismo, como uma Apesar dos ventos da mudança, haja vista que engravidam
engendrados por lutas em defesa da sobrevivência, primavera de uma síntese de diversas e múltiplas as importantes conquistas recentes pela
da autonomia e da liberdade. Assim, ao mulheres em luta, que encontram sentido na legalização do aborto no México e Argentina, AUTORA
mesmo tempo em que afirmo a importância do busca pela emancipação humana. em alguns outros países, as forças conservadoras Valquiria Ferreira - assistente social do Centro
reconhecimento crítico da materialidade da nossa estão se recompondo e encontrando eco Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam)
diversidade, é igualmente importante que sejamos Que o colorido, a força e o cheiro de poesia e na sociedade. O aborto é um tema sensível,

P
unas em torno da nossa capacidade de luta pela liberdade dessa primavera de mulheres em luta devido ao malabarismo moral realizado pelas ensar em decidir sobre a própria
construção de um projeto societário feminista, inspire-nos a trilhar os caminhos da construção da forças fundamentalistas, ao rebaixar a vida das maternidade, ou não maternidade, se
antirracista e anticapitalista. estratégia emancipatória. mulheres e a sua capacidade de decisão. O aborto transformou em peleja para as mulheres,
não é um procedimento perigoso ou traumático; pessoas que engravidam e profissionais que
É nas lutas anticapitalistas, antirracistas, o que humilha, mata e maltrata as mulheres é trabalham para o reconhecimento de direitos,
feministas (dentre as quais, a da população a criminalização do aborto, promovida pelas pois, em meio a tudo isso, está a necessidade de
LGBTQIA+) e anticapacitistas, que nos desigualdades de gênero, racismo e estruturas conquistar autonomia, ainda hoje um campo de
encontramos e nos reconhecemos como de classe. O moralismo reacionário ignora tantos luta dessa população para o reconhecimento dos
companheiras em solidariedade e fortalecimento outros eixos que se articulam ao direito ao aborto direitos relativos aos seus corpos.
mútuo, na busca de igualdade social real entre nós legal, seguro e gratuito, tais como: maternidade
e para além de nós, o que exige reivindicar pelo fim livre, saúde sexual e reprodutiva, enfrentamento A Conferência de População e Desenvolvimento do
de qualquer privilégio e hierarquia. à violência contra as mulheres, mortalidade Cairo (Egito) em 1994 foi um marco decisório para
materna e desigualdades no mundo do trabalho. conceituar justiça reprodutiva e estabelecer que as
A unidade é, necessariamente, feita por diferentes. A legalização do aborto está atrelada a um mulheres são sujeitas de direito, que devem possuir
Quando ressalto a importância de sermos unas contexto mais amplo de garantia de direitos e exercer o controle das decisões sobre suas vidas,
na nossa diversidade, não é, de maneira alguma, humanos e justiça social, efetivando a justiça o que só se efetivará com acesso à informação,
no sentido de nos homogeneizar e anular nossas reprodutiva para as mulheres. atenção integral à saúde, serviços gratuitos e de
diferenças quando nos unificamos. Ao contrário, qualidade, educação adequada, segurança, moradia
considerar as diferenças, particularidades e até O aborto é uma das principais causas de morte e emprego.
mesmo as desigualdades que nos atravessam, materna. A cada dois dias, uma mulher morre
é indispensável para construir nossa unidade
em uma perspectiva de totalidade, ou seja, Em defesa delas, por realizar um aborto; uma mulher morre,
porque decidiu sobre o próprio corpo; ou morre,
A violação de direitos básicos, como a decisão
de quando gestar e parir, que são negados às
não cair nas armadilhas do identitarismo e das
políticas identitárias, isoladas das relações sociais de todas nós porque foi abandonada pelo Estado e não teve
seu direito humano à vida garantido. As mulheres
mulheres e pessoas que engravidam, concorre
fortemente para a ocorrência de procedimentos
que estruturam a desigualdade social e seus feministas seguem em marcha, denunciando inseguros, a exemplo dos abortos clandestinos.
desdobramentos em opressões e explorações AUTORA as injustiças em torno da criminalização do Estudos diversos mostram a relação entre
diversas. Tais armadilhas não só nos fragmentam Nathalia Diórgenes - assistente social e aborto e reinvidicando justiça reprodutiva para autonomia e classe social, raça, geração,
e, por vezes, levam-nos a tratar como inimiga professora da Unilab as mulheres. Uma importante ferramenta de escolaridade e estado civil, e quais pessoas são
quem pode ser nossa aliada, como também, luta é a Frente Nacional contra a Criminalização mais vulneráveis a compor a estatística dos 721

N
distanciam-nos do encontro entre o que nos deve o dia 28 de setembro de 1990, diversas das Mulheres e pela Legalização do Aborto, que óbitos maternos entre 2009 e 2018, registrados
ser comum, a luta pela emancipação humana. mulheres reunidas no V Encontro articula diversos movimentos e organizações oficialmente.
As identidades precisam, necessariamente, ser Feminista Latino-Americano e Caribenho, em torno do direito ao aborto, direitos sexuais e
mediadas pelas relações sociais de sexo, raça e definiram tal data como o Dia Latino-Americano reprodutivos, direito à maternidade livre e segura. São pobres, pretas, jovens, de baixa escolaridade.
classe de maneira dialeticamente imbricadas. e Caribenho pela Descriminalização e Legalização A Frente denuncia os abusos do Estado brasileiro Sofrem mais preconceitos e falta de acesso a
Do contrário, além de nos fragmentar, podemos do Aborto, com o objetivo de fomentar uma sobre as nossas vidas e capacidade reprodutiva, serviços de qualidade, fatos que instigam a reflexão
deslocar a responsabilidade de questões sistémicas rede de lutas nesta região. A América Latina desrespeitando o princípio da laicidade e sobre em qual seguimento social as pessoas têm de
para indivíduos atomizados em caixinhas e o Caribe apresentam a maior parte dos promovendo uma verdadeira cruzada sobre os fato autonomia. Acabar com a morte materna por
identitárias. países com o aborto totalmente criminalizado nossos corpos. A legalização do aborto é condição aborto inseguro é uma questão de justiça social.
ou com alguns permissivos, concentrando para a democratização da vida cotidiana. Apenas
A busca do entendimento crítico da materialidade os maiores números de abortos inseguros. A quando as mulheres tiverem a apropriação sobre Nesse sentido, ressalta-se a importância da
histórica das nossas vidas, das nossas consciências relação entre o capitalismo imperialista e seu os seus corpos e as suas vidas, podemos falar em intersetorialidade na agenda das ações previstas
e escolhas políticas, parece-me o melhor caminho projeto de subdesenvolvimento e a restrição dos justiça social. pelas políticas de Saúde e Assistência Social .

PLANNER 2 23 21
as mulheres chegam a 92%. Dentro de casa, também barato em condições dignas, se a violência policial AUTORA
vivemos a desigualdade de gênero, sobrecarregadas é uma constante que mata e impõe um terrorismo Maria Elisa Braga - assistente social e
com as tarefas domésticas e os cuidados com permanente; tudo isso determina as condições sob representante do CFESS no Grupo de Estudos
crianças, idosos/as e outros membros da família. De as quais as famílias garantirão sua reprodução social. sobre o Aborto (GEA)
acordo com pesquisa de 2021, mulheres dedicam Portanto, não se trata só da desigualdade de gênero,

P
quase o dobro do tempo semanal para o trabalho mas o racismo se impõe com força em todos os or mais de 7 mil anos de construção histórica
doméstico, cerca de 21 horas, em contraposição a aspectos da vida. de uma sociedade patriarcal, que construiu
uma média de 11 horas dos homens. o machismo, subalternizou as mulheres e
O processo histórico de formação da classe materializou a violência contra elas, é que temos
A conta é simples e o resultado quase sempre trabalhadora brasileira é marcado por sequestros, homens algozes e também mulheres (a serviço
é a nossa sobrecarga física e mental. Sempre tortura, estupros e todo tipo de violência cometida desta estrutura), reproduzindo relações opressoras
nos sentimos “sem tempo pra nada”, tentando contra a população afrodescendente e indígena. e desiguais contra a maioria das mulheres.
“equilibrar trabalho e família”, com uma sensação Nosso capitalismo dependente se constituiu a partir
de esgotamento, muitas vezes acompanhada por do desenvolvimento desigual e combinado a nível Mas a sociedade está despertando nestes últimos
ansiedade, depressão, estresse. A verdade é que internacional, de forma histórica e estrutural. A duzentos anos, e de forma mais contundente apenas
a vida no capitalismo, ainda mais nos tempos de Teoria Marxista da Dependência (TMD) se propõe há algumas décadas no Brasil, para o grau de
crise, espreme as mulheres constantemente entre a investigar as complexas relações entre centro e alienação construído historicamente para manter
a necessidade de gerar renda e de manter a sua periferia. De acordo com Ruy Mauro Marini, um essa desigualdade entre homens e mulheres. É
família bem alimentada, as crianças estudando, dos intelectuais fundadores da TMD, uma das fundamental trazer a discussão e desconstrução da
as/os idosas/os com saúde, tentando ser feliz. É características do capitalismo dependente é a supremacia masculina, especialmente de uma classe
A superexploração um verdadeiro cabo de guerra entre a produção
de lucro para o capital, que mói os corpos de
superexploração do trabalho, que é a remuneração
da força de trabalho abaixo do seu valor. Só
social/raça e orientação sexual valorizada em cada
sociedade e seus mecanismos para mantê-la.
da força de trabalho trabalhadores/as e, por outro lado, a reprodução
da vida, por meio de um trabalho desgastante,
podemos compreender como esse processo se dá
graças ao racismo e o machismo estruturais na Isso só está sendo possível pela resistência de
das mulheres gratuito e invisível. É o que a autora Nancy Fraser
nomeia como crise da reprodução social.
sociedade capitalista. E isso se expressa não apenas
nos patamares de precarização do trabalho do
mulheres, por meio de coletivos de lutadoras que
construíram o movimento feminista e que foram
conjunto da classe, mas também em suas condições denunciando, produzindo e espalhando ondas de
AUTORA A teoria da reprodução social (TRS) busca de reprodução social da vida. visibilização e formas de combater a desigualdade
Clara Saraiva - mestra em serviço social e responder à pergunta: se é o trabalho do de gênero contra as mulheres, desigualdade que
servidora da UFRJ trabalhador que produz toda a riqueza em nossa provoca tanta violência, opressão e morte.
sociedade, quem então produz (e reproduz)

N
ós, assistentes sociais, trabalhamos e o próprio trabalhador? Como os dados já Segundo o levantamento do Instituto Datafolha,
vivemos todos os dias como vivem as demonstram, são as mulheres trabalhadoras as encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança
mulheres trabalhadoras de nosso país e principais responsáveis pela reprodução social Pública de 2021, 4,3 milhões de mulheres brasileiras
continente latino-americano. Lidamos com elas da força de trabalho. Esse trabalho envolve 3 de 16 anos ou mais foram agredidas fisicamente com
como usuárias das políticas sociais, mas também processos em particular: a reprodução diária tapas, chutes ou socos. Isso significa que, durante
nos reconhecemos nelas, buscando formas de dos homens e mulheres que estão trabalhando, a pandemia de Covid-19, no referido ano, a cada 8
garantir a sobrevivência e a qualidade de vida a mesma reprodução dos membros da família minutos, uma mulher sofreu violência física no Brasil.
de nossas famílias. Vivemos no centro do que que não trabalham (idosos/as, crianças,
podemos chamar de crise da reprodução social. desempregados/as, etc) e a renovação geracional Segundo o mesmo levantamento, em 2020, foram
Mas, afinal de contas, o que quer dizer isso? da classe trabalhadora (gestar, parir, amamentar...). registrados 60.460 estupros, sendo que 73,7% eram
de vulneráveis, 60,6% tinham até 13 anos e, em
O quadro não nos deixa enganar: atualmente no Mas a reprodução social envolve também a 85,2% dos casos, o autor era conhecido da vítima.
Brasil, estamos mais desempregadas e ganhamos socialização, disciplinamento, educação, adaptação
em média 22% a menos que os homens nos mesmos a uma determinada cultura e, por isso, está também Quando eu era pequena, minha vó me ensinou
trabalhos. Entre as profissões mais ligadas à ideia do atravessado por ideologias, religiões e papéis sociais a ter medo da rua. Quando cresci, descobri, com
cuidado, normalmente as mais desvalorizadas, somos pré-determinados. Portanto, mesmo entre famílias os dados e fatos, que meninas e adolescentes são
a grande maioria, chegando a (dados de 2021) 85% trabalhadoras, a depender do bairro em que se ainda mais molestadas e estupradas em casa,
das enfermeiras, 96% das professoras de educação vive, da quantidade de cômodos na casa, se há por pai, padrasto, avô, tio e, por último, por um
infantil, 92% de empregadas domésticas, sendo saneamento básico, água limpa, se o ar é mais ou desconhecido da rua.
que, dentre elas, 65% são mulheres negras e muitas
são meninas, por vezes trabalhando em condições
menos puro, se possui ou não eletrodomésticos
para otimizar o trabalho de limpeza e cozinha, se
Violência contra as Uma vez atendi, como assistente social, no CRM
análogas à escravidão! Entre nós, assistentes sociais, há creches e escolas públicas acessíveis, transporte mulheres onde trabalhei, uma estudante de Direito que

PLANNER 2 23 22
tinha sido vítima de um “boa noite cinderela” elas e filhos/as das que já viviam ou se tornaram de se apresentar como universal, tal declaração de gênero; do capacitismo e dos preconceitos e
(bebida entregue a ela sem saber que continha vulnerabilizadas e o aumento da violência se fundamenta numa universalidade abstrata, discriminações geracionais. A violência, o racismo,
uma substância que a deixava inconsciente), numa doméstica sexual e do feminicídio. que desconsiderou as mulheres e a diversidade as relações cis-heteropatriarcais, o desemprego
festa a que foi, em um sítio. Acordou sozinha humana em muitas de suas expressões. e a destruição socioambiental são estruturais.
numa cama, percebendo que tinha sido estuprada. A vida das mulheres, nesta sociedade secular Todas as dimensões da vida social se tornam
Com vergonha, não contou para ninguém e desigual, nunca foi fácil. E nos momentos de crise, Nós, assistentes sociais, em face da renovação permeáveis à força bruta do capital, que aniquila
acabou engravidando. Uma amiga da faculdade elas são mais profundamente impactadas. Ainda teórico-metodológica e ético-política do individualidades ao determinar condições
a encaminhou ao CRM. Só aí entendeu que tinha bem que somos uma profissão que, há mais de Serviço Social no Brasil, temos, como categoria materiais e subjetivas de barbárie e ao intensificar
direito ao aborto previsto em lei, se assim o desejasse. quarenta anos, possui um projeto ético-político profissional, avançado na defesa dos direitos os processos de adoecimento mental, em um
E assim foi encaminhada a um hospital de referência comprometido com a construção de uma outra humanos. Na esteira do amadurecimento das cotidiano marcado pelo incentivo e naturalização
e materializado o seu direito ao aborto legal, sociabilidade, com equidade de gênero raça, classe reflexões éticas, fortalecemos o compromisso com do individualismo, da competitividade, da
assegurado pela Constituição Brasileira desde 1940. e orientação sexual. a democratização da vida social, com a liberdade superficialidade e do pragmatismo.
como valor ético central e com a defesa dos
Relatei essas experiências pessoais, tendo Lutamos para que as mulheres tenham uma direitos do trabalho. Foi assim que definimos como Que mundo é este? As necessidades reais dos
consciência de que cada uma/um de nós tem vida sem violência e morte por serem mulheres; um dos princípios fundamentais do Código de indivíduos estão longe de se constituírem
inúmeras situações vivenciadas de invisibilização lutamos para que todas as mulheres possam viver Ética Profissional (1993), “a defesa intransigente prioridade. A pandemia de Covid-19 explicitou
da violência contra as mulheres, bem como com liberdade, autonomia por serem mulheres; dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do que, nesta sociedade, de fato, são os interesses
situações de não materialização ou impedimento lutamos para que todas as mulheres tenham autoritarismo”. econômicos que prevalecem em detrimento da
de acesso a direitos de meninas e mulheres. o direito de decidir sobre suas escolhas e vida; vida, que vale cada vez menos. Só que não! Se é
lutamos para que toda mulher seja respeitada Por isso, é tão importante compartilhar, em assim para as classes dominantes na sustentação
E há diferenças que acirram as desigualdades e em seus direitos e apoiada nos direitos que ainda nossos espaços de trabalho e de atuação política, das relações capitalistas, para nós, assistentes
agravam situações de violência, como: raça/etnia, estão por construir. que a concepção de DH que defendemos se sociais, que temos compromisso com o projeto
orientação sexual, condição socioeconômica, faixa diferencia radicalmente da visão liberal que ético-político, a vida tem sentido mesmo quando
etária, ser migrantes ou refugiadas, ou em situação entende estes direitos de forma abstrata, sem as condições objetivas e subjetivas estão em
de rua, entre outros. considerar a realidade da desigualdade social ruínas. “Vidas Negras importam!”. Queremos
e da violação da diversidade humana. Esta que a juventude, as pessoas idosas, as crianças e
Dados para conhecermos: concepção liberal dos DH fica restrita aos adolescentes, enfim, que a classe trabalhadora,
postulados das leis, declarações, conferências em toda sua diversidade, possa “amar e mudar as
- Feminicídio: 74,7% das vítimas tinham entre e convenções. Ainda que estes documentos e coisas”. A defesa dos direitos humanos expressa,
18 a 44 anos, 61,8% eram negras e 81,5% foram ações tenham relevância social, sabemos que no assim, nossa resistência de classe contra o sistema
mortas por seus companheiros ou ex-companheiros capitalismo prevalece um abismo estrutural entre do capital, que universaliza exploração e opressão.
(Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021); o a dimensão jurídico-política, expressa na forma Vimos, em cada mês desta agenda, nossos
Brasil ocupou o quinto lugar no mundo em número da lei, e a vida concreta. De tal modo que falar compromissos e pautas coletivas. Lutar por DH é
de feminicídios (e há suspeita de subnotificação) em DH tem sido explicitar processos intensos não ter ilusões jurídico-políticas. Que possamos,
(Alto Comissariado das Nações Unidas para os de exploração da força de trabalho e de formas com pertencimento de classe, apreender a
Direitos Humanos - ACNUDH, 2020); de opressão. Sabemos bem disso, pois nossa lição que diz que: “quem sabe faz a hora, não
população usuária sofre as dramáticas implicações espera acontecer”. E dos versos desta canção de
- Pandemia: 65% dos 6 milhões de profissionais das expressões da questão social. E nós, como resistência, possamos habitar as ruas, em horas,
da área da Saúde são do sexo feminino. E mais: profissionais, também vivenciamos precarização dias e jornadas de luta. Como assistentes sociais
profissionais do Serviço Social do sexo feminino, das condições de trabalho, intensificação no ritmo e nos espaços coletivos de organização política,
na área da Saúde, representam mais de 90% de desenvolvimento das atividades, mediante quiçá, fortaleceremos consciência de classe e
(Conselho Nacional de Saúde, 2020/2021). aumento expressivo das demandas. saberemos, cada vez mais, trilhar o chão histórico
Destacamos o quão difícil foi a pandemia para
‘Nada deve parecer As classes dominantes, especialmente em
anticapitalista, contra o cis-heteropatriarcado e
antirracista.
todas as mulheres trabalhadoras de todas as
políticas, inclusive as assistentes sociais, que
impossível de mudar’ tempos de crise estrutural do capital, violam,
de forma permanente, os direitos do trabalho,
tiveram que fazer plantões presenciais, correndo AUTORA com ataques destrutivos à Seguridade Social
risco de se contaminar e medo de propagar o Silvana Mara - assistente social e professora da UFRN e às relações trabalhistas. Convivemos com
vírus aos/à familiares. Não deixamos de lembrar a reprodução do racismo; com as inúmeras

A
o quanto foi quase impossível para todas as data de 10 de dezembro marca o Dia iniciativas de destruição da vida e da cultura
mulheres administrar a casa, os filhos e filhas em Internacional dos Direitos Humanos (DH), indígena; da misoginia; do sexismo; da violência
casa sem escola presencial, o trabalho remoto, instituído em face da aprovação, pela ONU, contra a mulher; da violação da diversidade e da
a perda do trabalho remunerado, a fome para da Declaração Universal dos DH em 1948. Apesar liberdade de expressão sexual e da identidade

PLANNER 2 23 23

Você também pode gostar