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Educação Especial no Rio Grande do Norte:

história, política e memória (1970-2019)


Doutoranda: Maria Mariza Bezerra Lima
Prof. Orientador: Dr. Joaquim Pintassilgo
Introdução
A pesquisa investigará a trajetória da
Educação Especial em território potiguar
(RN), no período de 1970-2019

Rio Grande do Norte: Região Nordeste do Brasil


Capital: Natal - 167 Municípios
População: 3.506.853 (IBGE, 2019)

População com Deficiência: 882.022 (27,8%)


INTRODUÇÃO

- Os processos envolvidos na constituição das primeiras iniciativas


de implantação dos atendimentos educacionais, destinados às
pessoas com deficiências, na rede pública de ensino;

- O percurso histórico das ações e políticas públicas que influíram


na educação especial nesse estado da federação brasileira e
suas articulações com as políticas nacionais.
Problema
Quais as nuances envolvidas no processo evolutivo do ensino
especializado no Centro Estadual de Educação Especial do RN?
O que foi implantado?
O que deu certo?
O que foi modificado?
Os "porquês" relacionados?
Quais as contribuições dos elementos envolvidos nesse processo?
O processo histórico da Educação Especial
no contexto brasileiro, em especial no
estado do Rio Grande do Norte,
ocorreu no cenário da internacionalização
dos conhecimentos teóricos
(princípios, conceitos e métodos) e
práticos (técnicas)
da Educação Especial derivados dos
movimentos de Educação Inclusiva.
Justificativa
Experiência Profissional
Mudanças na Gestão do CEEESP-RN e
consequências na continuidade do trabalho

"Não escolhas os temas da tua investigação por catálogo ou por mera conveniência. Procura, dentro
de ti, os problemas que te inquietam, aquilo que queres saber e compreender" (Nóvoa, 2015, p.2)
Objetivo Geral
Analisar a origem e o desenvolvimento da
organização dos atendimentos em
educação especial no estado do Rio Grande
do Norte, em sua trajetória histórica, os
conceitos e a legislação estabelecidas, no
período de 1970 a 2019.
Objetivos Específicos
Realizar o mapeamento histórico das ações e
políticas de Educação Especial no RN;
Identificar o processo ligado a criação do Centro
Estadual de Educação Especial – CEEESP (1970-2019);
Analisar o projeto político-pedagógico (PPP) do
CEEESP - RN no que se refere à implementação da
educação especial como instrumento de referência
no atendimento educacional especializado;
- Entender como se deu a implantação de atendimentos
de educação especial para pessoas com deficiência no
Estado do Rio Grande do Norte;

- Identificar os processos políticos sociais e educacionais


que impulsionaram as políticas e práticas de educação
de pessoas com deficiência dentro dos órgãos governamentais.

- Compreender as bases conceituais no qual ocorre o


desenvolvimento de modelo dos atendimentos de educação especializada
criados para pessoas com deficiência no RN

- De que forma as políticas de implantação dos


atendimentos especializados no RN, se articulam com as
políticas nacionais e internacionais de educação especial.
Revisão de Literatura
Buiatti (2013): Demonstra ser possível a empreitada a
que nos propomos de estudar.

Machado (2013): reforça a necessidade de fazer o


estudo de caso em uma instituição educacional
indicada nos objetivos desse trabalho, para
compreender o que realmente fora posto em prática
para aprimorar o ensino especial.
Revisão de Literatura
Rodrigues (2021): Estudo de caso é factível e viável
(relatam a história do Lar Branco Rodrigues, obra Lição de
Coisas), consegue trabalhar mais de 100 anos de história.

Levi (1992): Importância de estabelecer contato e dar voz


aos protagonistas, aqueles que vivenciaram os momentos
que se pretende retratar.
Revisão de Literatura
Magalhães (2004): A relação entre as Instituições Escolares e a
História da Educação

Amado (2017): categorias de fontes possíveis de se estudar


in loco, tais como: as personagens (professores, pais,
direção, auxiliares, alunos), os espaços (rotatividade,
adequação, diversidade), as metodologias (ensino adaptado,
integração social, técnicas), o impacto pedagógico e social
(rituais, opções pedagógicas, forma escolar) e a transversal
(a tridimensionalidade e o som).
Fundamentação Teórica
Educação Especial e Educação Inclusiva
- Jönsson (1994): USA e noutros países, busca do direito à vida digna e integral
- surgimento do conceito de inclusão no final da década de 1980.

- Melo (2006): escola para todas as pessoas (UNICEF e UNESCO: Convenção dos
Direitos da Criança, Nova York/EUA/1989; a Conferência Mundial de Educação
para Todos, em Jomtien/Tailândia/1990; a Conferência Mundial sobre
Necessidades Educativas Especiais, em Salamanca/Espanha/1994; o Fórum
Consultivo Internacional para a Educação para Todos, Dakar/Senegal/2000).
Fundamentação Teórica
Atendimento Especializado
Brasil, 2001 - Criação dos mecanismos de auxílio:

Salas Multifuncionais
Centros Especializados
Integração com Institutos já existentes (APAES, cegos, surdos, etc.)
Apoio Pedagógico
Contratação de Profissionais para acompanhamento dos alunos com deficiência
Terminologia das Deficiências
Paradigma

Ambiente Paradigma
Segregacionista

escolar INCLUSÃO


(2011)
Sassaki

“Mudança estrutural no ensino regular, um espaço democrático e competente para


trabalhar com todos os educandos, sem distinção de raça, classe, gênero ou
características pessoais, baseando-se no princípio de que a diversidade deve não só
ser aceita como desejada”. (Brasil, 2001, p. 18)
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NÃO DEVE SER PENSADA DE FORMA
ABSTRATA, MAS SIM, CONCATENADA COM AS REALIDADES
EXISTENTES (NECESSIDADE DE SENSIBILIZAÇÃO E A QUALIFICAÇÃO
DE TODOS OS SUJEITOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO, AS
ESPECIFICIDADES DE CADA INDIVÍDUO, AS CARACTERÍSTICAS
FÍSICAS, COGNITIVAS, SOCIAIS, LINGUÍSTICAS, EXPRESSIVAS).

Glat, Ferreira, Oliveira e Senna (2003, p. 35)


Estudo de Caso
Centro Estadual de Educação Especial - Natal-RN

“O estudo de caso contribui, de forma inigualável, para a compreensão que temos


dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos.” (Yin, 2004, p. 21)
Uma análise de largo espectro do objeto empírico (Vainfas, 2002)

A micro-história do CEESP:
suporte pedagógico e de inclusão educacional na escola comum
386 alunos
períodos matutino e vespertino
atende as redes estadual e municipais
de Natal e municípios vizinhos.
Pesquisa Qualitativa e Descritiva:
com coleta de dados minuciosa e
análise documental (Lüdke & André
(1996); Malhotra (2022)

Análise documental (legislação e outros


Metodologias documentos oficiais, revistas, jornais,
documentos do arquivo CEEESP/NATAL
e da Secretaria Estadual de Educação e
Cultura (SEEC)
Primeiro Objetivo:
Mapear as ações e políticas de
Educação Especial do RN Contextualizar o surgimento dos
centros de educação especial
enquanto política inclusiva, identificar
as estratégias de AEE
desenvolvidas e como foram
estruturadas e organizadas para
atender as propostas das políticas.
A micro história do CEESP/Natal;

A documentação escrita (arquivos,


portarias, ofícios, memorandos,
Metodologias fotos, documentos em jornais e revistas)

A memória dos interlocutores ainda


Segundo e Terceiro Objetivos vivos (diretores, professores
Centro Estadual de Educação Especial aposentados e da ativa e de pais de
alunos) mediante entrevistas
semiestruturadas

Uso da técnica de amostragem:


“bola de neve”, ou “snowball”.
(Bockorni e Gomes (2021); Vinuto (2014));
Bardin (2009)
Obrigada!

Mariza Lima

mamabelli@hotmail.com
Referências
Amado, M. R. (2017, 19 a 22 de setembro). Centro Infantil Helen Keller:
inovar na diversidade. XIX Colóquio de História de la Educación Imágenes,
discursos y textos en Historia de la Educación. Retos metodológicos actuales
El Escorial, Madrid.

Bardin, L. (2009). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Bockorni, B. R. S., & Gomes, A. F. (2021, janeiro/junho). A amostragem em


snowball (bola de neve) em uma pesquisa qualitativa no campo da
administração. 22, 105-117. Revista de Ciências Empresariais da UNIPAR.

Brasil. Ministério da Educação. (2001). Parecer CNE/CEB nº 17/2001, de 3


de julho de 2001. Secretário de Educação Especial.
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB017_2001.pdf.
Referências
Brasil. Ministério da Educação. (2001). Diretrizes Nacionais para Educação
Especial na Educação Básica.
https://www.gov.br/mec/pt-br/publicacoes-secretarias/semesp/diretrizes-
nacion
ais-para-a-educacao-especial-na-educacao-basica.

Brasil. Ministério da Educação. (2008). Política Nacional de Educação


Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alia
s=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-
in
clusiva-05122014&Itemid=30192.

Buiatti, V. P. (2013). Atendimento Educacional Especializado: dimensão


política, formação docente e concepções dos profissionais. (Tese de
doutoramento, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia).
Referências
Glat, R., Ferreira, J. R., Oliveira, E. da S. G. & Senna, l. A. G. (2003). Panorama
Nacional da Educação Inclusiva no Brasil. Relatório de consultoria técnica,
Banco
Mundial. www.cnotinfor.pt/projectos/worldbank/inclusiva.

Jônsson, T. (1994). Inclusive education. THPI.

Levi, G. (1992). Sobre a Micro-história. In: Burke, Peter (Org.). A Escrita da


História. Ed. UNESP, p. 133-161.

Lüdke, M., & André, M. E. D. A. (1994). Pesquisa em educação: abordagens


qualitativas. EPU, L9.

Machado, R. (2013) O atendimento educacional especializado (AEE) e sua


repercussão na mudança das práticas pedagógicas, perspectiva da educação
inclusiva: um estudo sobre as escolas comuns da Rede Municipal ensino de
Florianópolis/SC. (Tese de doutoramento, Universidade de Campinas/SP).
Referências
Magalhães, J. P. de (2004). Tecendo Nexos: história das instituições educativas. Bragança
Paulista/SP. Editora Universitária São Francisco.

Malhotra, N. (2022). Pesquisa de marketing: foco na decisão. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2011. Disponível em: https://www.academia. edu/19104649.

Mazzotta, M. J. S. (1998) A inclusão e integração ou chaves da vida humana. Congresso


Ibero-Americano de Educação Especial, Foz do Iguaçu, Paraná.

Melo, F. R. L. V. (2006). Do olhar inquieto ao olhar comprometido: uma experiência de


intervenção voltada para atuação com alunos que apresentam paralisia cerebral. Biblioteca
Setorial do CCSA.

Nóvoa, Antonio. (2014). Carta a um jovem historiador da educação. Historia y Memoria de


la Educación. Sociedad Española de Historia de la Educación ISSN: (pendiente), 113-129
Pages.

Rodrigues, A. G. (2021). Lição de coisas: uma história do Lar Branco. Santa Casa
Misericórdia de Lisboa.
Referências
Yin, R. K. (2001). Estudo de caso: planejamento e métodos. (Trad.) Daniel Grassi - 2.ed. Porto
Alegre: Bookman.

Sassaki, R. K. (2011). Terminologia sobre deficiência na era da inclusão.

Vainfas, R. (2002). Os protagonistas anônimos da História: micro-história. Rio de Janeiro: Campus,


115 p.

Vinuto, J. (2014) A amostragem em bola de neve na pesquisa qualitativa: um debate em aberto.


Temáticas, Campinas, (22)44, 203-220. https://www.academia.edu/16320788/A_Amostragem_em_
Bola_de_Neve_na_pesquisa_qualitativa_um_debate_em_aberto.

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