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Centro de Preparação para Exames de Admissão do Ensino Superior

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ÍNDICE
CAPÍTULO 1: ESTRUTURA DA MATÉRIA ................................................................................................................... 4
1.1. Matéria e sua Constituição ...................................................................................................................................... 4
1.2. Substâncias Puras e sua classificação ................................................................................................................... 4
1.2.1. Substâncias elementares (simples) ..................................................................................................................... 4
1.2.2. Substâncias compostas (ou compostos) .............................................................................................................. 4
1.3. Alotropia ..................................................................................................................................................................5
1.4. Propriedades das substâncias ................................................................................................................................ 5
1.4.1. Propriedades gerais das substâncias .................................................................................................................. 5
1.4.2. Propriedades específicas das substâncias .......................................................................................................... 5
1.4.3. Propriedades funcionais das substâncias ............................................................................................................ 6
1.5. Moléculas e sua classificação .................................................................................................................................6
1.6. Estados físicos ou estados de agregação ............................................................................................................... 7
1.7. Movimentos das partículas ..................................................................................................................................... 8
1.8. Características dos estados físicos ......................................................................................................................... 8
1.9. Mudanças de estados físicos ..................................................................................................................................9
1.10. Misturas e sua Classificação .................................................................................................................................9
1.10.1. Métodos de separação de misturas ................................................................................................................... 9
1.11. Diferenças entre composto e mistura .................................................................................................................. 11
1.12. Fenómenos físicos e químicos ............................................................................................................................ 11
I. EXERCÍCIOS ............................................................................................................................................................ 12

CAPÍTULO 2: TABELA PERIÓDICA E ESTRUTURA ATÓMICA ............................................................................... 16


2.1. Tabela Periódica ................................................................................................................................................... 16
2.1.1. Resumo Histórico ............................................................................................................................................... 16
2.1.2. A Tabela Periódica Moderna .............................................................................................................................. 18
2.1.3. Características da Tabela Periódica .................................................................................................................. 19
2.1.4. Representação de elementos químicos ............................................................................................................. 20
2.2. Estrutura Atómica.................................................................................................................................................. 21
2.2.1. Evolução da Teoria Atómica .............................................................................................................................. 21
2.2.2. Constituição do Átomo ....................................................................................................................................... 23
2.2.3. Caracterização e Representação do Átomo....................................................................................................... 24
2.2.4. Isótopos, Isóbaros e Isótonos ............................................................................................................................ 24
2.3. Teoria Atómica de Bohr ........................................................................................................................................ 25
2.3.1. Distribuição Electrónica segundo o Modelo de Bohr .......................................................................................... 26
2.4. Formação de Iões ................................................................................................................................................. 27
2.4.1. Diferença entre Átomos e Iões ........................................................................................................................... 28
2.5. Valência de Elementos ......................................................................................................................................... 28
2.6. Teoria da Mecânica Quântica ............................................................................................................................... 29
2.6.1. Orbitais s, p, d, f ................................................................................................................................................. 29
2.6.2. Orientações das orbitais..................................................................................................................................... 29
2.6.3. Números quânticos ............................................................................................................................................ 29
2.7. Distribuição Electrónica segundo a Mecânica Quântica ....................................................................................... 32
2.7.1. Princípio de Exclusão de Pauli ........................................................................................................................... 32
2.7.2. Regra de Hund: princípio de máxima multiplicidade .......................................................................................... 32
2.7.3. Diagrama de Linus Pauling ................................................................................................................................ 33
2.8. Transições Electrónicas ........................................................................................................................................ 35
2.9. Propriedades dos Metais ...................................................................................................................................... 36
2.10. Variação das Propriedades Periódicas ............................................................................................................... 37
2.10.1. Raios Atómico e Iónico..................................................................................................................................... 37
2.10.2. Carácter Metálico ou Electropositividade ......................................................................................................... 37
2.10.3. Electronegatividade ou carácter não-metálico ................................................................................................. 38

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2.10.4. Energia (Potencial) de Ionização ..................................................................................................................... 38


2.10.5. Electroafinidade (Afinidade electrónica ou Energia de afinidade electrónica) .................................................. 39
II. EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................... 40

CAPÍTULO 3: LIGAÇÃO QUÍMICA ............................................................................................................................. 51


3.1. Conceito de Ligação Química ............................................................................................................................... 51
3.2. Teoria ou Regra de Octeto .................................................................................................................................... 51
3.3. Estrutura de Lewis. Fórmula Electrónica ............................................................................................................... 52
3.3.1. Determinação da Estrutura de Lewis para moléculas covalentes ...................................................................... 52
3.4. Fórmula estrutural ................................................................................................................................................. 53
3.5. Tipos de Ligação Química..................................................................................................................................... 53
3.5.1. Ligações Intramoleculares ................................................................................................................................. 54
3.5.2. Ligação Iónica .................................................................................................................................................... 55
3.5.3. Ligação metálica ................................................................................................................................................ 56
3.6. Geometria molecular ............................................................................................................................................. 57
3.7. Polaridade das Ligações ....................................................................................................................................... 58
3.8. Polaridade das moléculas ..................................................................................................................................... 58
3.8.1. Importância da polaridade molecular ................................................................................................................. 60
3.9. Ligações Intermoleculares .................................................................................................................................... 60
3.9.1. Forças de Van der Waals ................................................................................................................................... 60
3.9.2. Interacção, ligação ou atracção dipolo-dipolo ................................................................................................... 60
3.9.3. Ligação ou pontes de hidrogénio ...................................................................................................................... 60
3.10. Propriedades das substâncias moleculares ou covalentes ................................................................................. 61
3.11. Ordem de previsão de pontos de fusão e ebulição ............................................................................................. 61
III. EXERCÍCIOS .......................................................................................................................................................... 62

CAPÍTULO 4: REACÇÕES QUÍMICAS E FUNÇÕES INORGÂNICAS ....................................................................... 69


4.1. Reacção Química.................................................................................................................................................. 69
4.1.1. Condições necessárias para uma reacção química ........................................................................................... 69
4.1.2. Acerto de equações químicas ............................................................................................................................ 69
4.1.3. Tipos de reacções químicas............................................................................................................................... 70
4.2. Funções Inorgânicas ............................................................................................................................................. 74
4.2.1. Óxidos ................................................................................................................................................................ 74
4.2.2. Ácidos ................................................................................................................................................................ 79
4.2.3. Bases ou Hidróxidos .......................................................................................................................................... 84
4.2.4. Sais .................................................................................................................................................................... 87
IV. EXERCÍCIOS.......................................................................................................................................................... 90

CAPÍTULO 5: SOLUÇÕES .......................................................................................................................................... 98


5.1. Conceito de Solução ............................................................................................................................................. 98
5.2. Componentes principais de uma solução ............................................................................................................. 98
5.3. Tipos de soluções ................................................................................................................................................. 98
5.4. Concentração de uma solução.............................................................................................................................. 99
5.4.1. Concentração Comum ....................................................................................................................................... 99
5.4.2. Concentração molar ou Molaridade ................................................................................................................. 100
5.4.3. Concentração Normal ou Normalidade ............................................................................................................ 100
5.4.4. Concentração molal ou molalidade .................................................................................................................. 101
5.4.5. Título ................................................................................................................................................................ 102
5.4.6. Percentagem em massa do soluto ................................................................................................................... 102
5.4.7. Fracção molar do soluto ................................................................................................................................... 102
5.4.8. Fracção molar do solvente ............................................................................................................................... 102
5.5. Fórmulas derivadas de concentração ................................................................................................................. 102
5.6. Diluição de soluções ........................................................................................................................................... 103

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5.7. Mistura de soluções com o mesmo soluto ......................................................................................................... 103


V. EXERCÍCIOS......................................................................................................................................................... 104

CAPÍTULO 6: ESTEQUIOMETRIA ............................................................................................................................ 108


6.1. Conceito de Estequiometria ................................................................................................................................ 108
6.2. Conceito de Mole ................................................................................................................................................ 108
6.3. Conversões Estequiométricas............................................................................................................................. 109
6.3.1. Massa Molecular e Massa Molar ...................................................................................................................... 109
6.3.2. Estequiometria em moles e em massa ............................................................................................................ 111
6.3.3. Volume Molar. Lei de Avogadro ....................................................................................................................... 111
6.3.4. Estequiometria em volume ............................................................................................................................... 112
6.4. Reagente limitante e Reagente em Excesso ...................................................................................................... 113
6.5. Conceito de Percentagem. Composição Centesimal .......................................................................................... 113
6.5. Pureza dos Reagentes ........................................................................................................................................ 115
6.5.1. Estequiometria que envolve reagentes não puros ........................................................................................... 115
6.6. Determinação de fórmulas químicas ................................................................................................................... 115
VI. EXERCÍCIOS........................................................................................................................................................ 117

CAPÍTULO 7: TERMOQUÍMICA ................................................................................................................................ 124


7.1. Introdução ........................................................................................................................................................... 124
7.1.1. Entalpia ............................................................................................................................................................ 124
7.1.2. Entropia ............................................................................................................................................................ 125
7.1.3. Energia de Gibbs ............................................................................................................................................. 125
7.2. Gráfico de Entalpia.............................................................................................................................................. 126
7.2.1. Reacção Endotérmica ...................................................................................................................................... 126
7.2.2. Reacção Exotérmica ........................................................................................................................................ 126
7.3. Equação Termoquímica ...................................................................................................................................... 127
7.4. Tipos de Calor (Variação de Entalpia) ................................................................................................................ 127
7.4.1. Entalpia de Formação ...................................................................................................................................... 127
7.4.2. Entalpia de Decomposição............................................................................................................................... 128
7.4.3. Entalpia de Ligação .......................................................................................................................................... 128
7.4.4. Entalpia de Dissociação ................................................................................................................................... 128
7.4.5. Entalpia de Combustão .................................................................................................................................... 128
7.5. Cálculo de variação de entalpia de reacção........................................................................................................ 128
7.6. Determinação Experimental do Calor de Reacção ............................................................................................. 129
7.7. Lei de Hess ........................................................................................................................................................ 130
7.7. Estequiometria Envolvendo Calor das Reacções ............................................................................................... 130
7.7.1. Regras de manipulação de equações termoquímicas ..................................................................................... 131
VII. EXERCÍCIOS....................................................................................................................................................... 132

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CAPÍTULO 1: Estrutura da Matéria


1.1. Matéria e sua Constituição

Matéria é tudo aquilo que tem massa e ocupa espaço e pode de alguma forma ser medido. Exemplos: ferro, ar, água,
etc.

Matéria

Substância Pura Mistura

Homogénea Heterogénea

Substância Substância Elementar


Composta (Simples)

1.2. Substâncias Puras e sua classificação


Substância pura, ou simplesmente substância é uma forma de matéria com composição fixa e propriedades
(características) definidas. Isto quer dizer que uma substância é constituída sempre pelos mesmos átomos. Esses
átomos estão sempre na mesma quantidade. Por isso, as características de uma substância não mudam.

Assim, as substâncias podem ser classificadas em:

1.2.1. Substâncias elementares (simples) – constituídas por átomos do mesmo elemento químico. As
substâncias elementares podem ser encontradas na natureza sob forma de átomos isolados ( ex: Zn, He, Fe, Al) ou
sob forma de dois ou mais átomos iguais ligados quimicamente (ex: H2, O2, O3, N2, P4, S8, F2, Cl2).

1.2.2. Substâncias compostas (ou compostos) - constituídas por dois ou mais elementos químicos diferentes.
Portanto, contêm, pelo menos, dois tipos de átomos. Ex: CO2, H2O, CaCO3, C12H22O11, Ag(NH3)2Cl.

a) Compostos iónicos são sais ou compostos contendo, pelo menos um metal na sua estrutura. Ex: BaO, NaCl.

b) Compostos moleculares são formados exclusivamente por ametais. Ex: H2O, NH3, CH4.

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1.3. Alotropia
Há elementos químicos que se encontram em formas diferentes, chamam-se variedades alotrópicas. São
substâncias simples constituídas pelo mesmo tipo de átomos, mas em quantidades diferentes. Em alguns casos, até
nas mesmas quantidades, mas com propriedades físicas diferentes. Este fenómeno designa-se alotropia.

Ex: P O C

P4 Pn O2 O3 Cn Cn
Fósforo Fósforo Oxigénio Ozono Grafite Diamante
branco vermelho

1.4. Propriedades das substâncias


Uma espécie química é classificada de acordo com as suas propriedades que podem ser gerais, específicas e
funcionais.

1.4.1. Propriedades gerais das substâncias


São as que se podem observar em toda a espécie de matéria.
Exemplo: A massa, extensão, impenetrabilidade, divisibilidade, compressibilidade e elasticidade.

1.4.2. Propriedades específicas das substâncias


São aquelas que são peculiares a cada substância pura. Podem ser físicas, químicas e organolépticas.

1.4.2.1. Propriedades físicas


São aquelas que têm relação com todos os fenómenos físicos. São as constantes físicas que se encontram tabeladas.

Ponto de fusão: Temperatura a que a substância passa do estado sólido ao estado líquido

Ponto de ebulição: Temperatura a que a substância passa do estado líquido ao estado gasoso.

Calor específico: É a quantidade de calor necessária para elevar 1ºC a temperatura de 1 grama de substância.

Densidade/Massa especifica: É a massa da unidade de volume de uma substância. Esta varia com a temperatura
pois geralmente os corpos com o aumento da temperatura dilatam-se e com a sua diminuição contraem-se. Caso não
seja mencionada a temperatura a que foram submetidas as substâncias, deve entender-se que ocorreu a 25ºC.

Coeficiente de solubilidade: o coeficiente de solubilidade de uma substância, a uma certa temperatura, é a


quantidade máxima de massa dessa substância capaz de se dissolver totalmente em uma quantidade de solvente
(normalmente, é a água). Quando ultrapassa estes limites, a solução fica supersaturada e a substância deposita-se no
fundo do recipiente.

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1.4.2.2. Propriedades químicas


São aquelas que estão relacionadas com os fenómenos químicos, ou seja, com a capacidade que as substâncias
possuem de reagir com outras ou quando submetidas a certas condições formarem novas substâncias.

Exemplos: 2C (s) + O2 (g) → 2CO (g)


CaCO3 (s) CaO (s) + CO2 (g)

1.4.2.3. Propriedades organolépticas


São aquelas que impressionam os nossos sentidos.

Cor: A água e o álcool são substâncias incolores; o sal de cozinha que é branco e o iodo que é violeta são
substâncias coloridas.

Odor: Se a substância apresentar cheiro, como é o caso do NH 3, é odorífera; se a substância não apresentar cheiro,
como é o caso do O2, é inodora.

Brilho: É a capacidade que possuem certas substâncias de reflectir a luz.

1.4.3. Propriedades funcionais das substâncias


São as propriedades comuns existentes em certos grupos de substâncias que constituem as funções químicas.
Exemplo: Os óxidos, ácidos, bases e sais.

1.5. Moléculas e sua classificação


Moléculas são agregados de átomos, isto é, átomos ligados quimicamente entre si. Uma molécula contém pelo
menos dois átomos.
Conforme o número de átomos constituintes existem vários tipos de moléculas:

a) Moléculas diatómicas: são constituídas por dois (2) átomos do mesmo elemento ou de elementos diferentes.
Exemplo: H2, F2, Cl2, Br2, I2, N2, O2, CO, NO, etc.

Ex: H2

b) Moléculas triatómicas: são formadas por três (3) átomos iguais ou diferentes.
Exemplo: O3, H2O, NO2, etc.

Ex: H2O

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c) Moléculas tetratómicas: são constituídas por quatro (4) átomos.


Exemplo: NH3, C2H2, PH3, P4, etc.

Também existem outros tipos de moléculas, por exemplo: pentatómicas, hexatómicas, octatómicas (S 8, CH3CH3),
etc, globalmente chamadas poliatómicas.

1.6. Estados físicos ou estados de agregação


Estado físico é o modo como a matéria se apresenta na natureza, conforme a coesão das suas moléculas.

Dependendo das condições de pressão e de temperatura temos os estados: Sólido, Líquido e Gasoso.

Coesão é a ligação recíproca entre as moléculas da mesma substância.

Estado físico Coesão (forças de atracção) Forças de repulsão

Sólido São maiores São menores

Líquido Equilíbrio Equilíbrio

Gasoso São menores São maiores

Sempre que quiser saber o estado de agregação de uma substância a certa temperatura (T x), deve comparar essa
temperatura com o ponto de fusão (P f) e ponto de ebulição (Peb) dessa substância.

Se Tx < Pf < Peb a substância está no estado sólido;


Se Pf < Tx < Peb a substância está no estado líquido;
Se Pf < Peb < Tx a substância está no estado gasoso.

Geralmente em Química usam-se duas escalas de temperatura: a temperatura absoluta (em Kelvin, K) e a
temperatura em graus Celsius (oC).

A relação entre essas duas escalas é:

T (K) = t (oC) + 273,15 Onde: T é temperatura em Kelvin;


t é temperatura em graus Celsius.
Exemplo: A água, dependendo da temperatura pode estar no:

Estado Sólido Líquido Gasoso

Temperatura Pf = 0oC Peb = 100oC


(Pf = 273,15 K) (Peb = 373,15 K)

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1.7. Movimentos das partículas


Movimento de Rotação é um movimento da partícula em torno do seu centro de simetria.

Movimento de Vibração é um movimento oscilatório, durante o qual as ligações entre as partículas distendem-se e
encurtam-se.

Movimento de Translação é um movimento que consiste no deslocamento da partícula.

1.8. Características dos estados físicos

Estado Sólido
As forças de atracção são relativamente maiores;
As partículas estão em posições bem fixas;
Tem forma fixa e volume constante;
Movimentos das partículas: apenas rotação e vibração;
As distâncias entre as partículas são relativamente menores.

Estado Líquido
As forças de atracção são relativamente menores que nos sólidos;
As partículas podem deslocar-se, não estão fixas;
Não tem forma fixa (ganha a forma da parte do recipiente que ocupa);
Tem volume constante;
Movimentos das partículas: vibração, rotação e translação.
As distâncias entre as partículas são maiores que nos sólidos.

Estado Gasoso
As forças de atracção são muito menores (mínimas);
As partículas movimentam-se livremente, ocupando todo o volume disponível;
Não tem forma fixa, ganha a forma do recipiente;
O volume também é variável. Pode-se comprimir ou expandir;
Movimentos das partículas: vibração, rotação e translação;
As distâncias entre as partículas são máximas;

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1.9. Mudanças de estados físicos


Ao aquecer ou arrefecer uma substância ocorrem as seguintes transformações:

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1. Fusão; 2. Solidificação; 3. Vaporização/Ebulição; 4. Condensação/Liquefacção; 5. Sublimação Progressiva (ou
simplesmente Sublimação); 6. Sublimação Regressiva (ou simplesmente Sublimação)

1.10. Misturas e sua Classificação


As misturas são formas da matéria cuja composição pode variar. As propriedades de uma mistura dependem da
composição. Uma mistura é constituída por duas ou mais substâncias, sem composição definida. Numa mistura,
cada substância mantém-se inalterada conservando as suas propriedades.

As misturas podem ser homogéneas ou heterogéneas:


a) Misturas Homogéneas: têm composição uniforme e monofásica. Nestas é impossível distinguir os
componentes.
Exemplos: água e sal de cozinha, água e açúcar, gin, cerveja.

b) Misturas Heterogéneas: são polifásicas, não apresentam as mesmas características em toda a sua extensão. Os
seus constituintes são visíveis a olho nu.
Exemplos: água e areia, salada, sopa.

1.10.1. Métodos de separação de misturas


As misturas, diferentemente das substâncias, podem ser separadas nos seus componentes através de processos
físicos baseados nas suas propriedades físicas, sem alterá-los. Esses meios físicos são conhecidos como métodos de
separação de misturas. Destacam-se:

a) Catação: É o processo mais rudimentar. É empregue quando os componentes são partículas bem distintas que
podem ser separadas com as mãos ou com uma pinça.
b) Peneiração ou tamisação: Outro processo rudimentar empregue quando os componentes têm diferente
granulação.

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c) Ventilação: Empregue no beneficiamento de cereais para separar as cascas – uma corrente de ar arrasta o
componente menos denso.

d) Levigação: Neste processo uma corrente de água arrasta o componente menos denso.
Ex: Separação do ouro nas areias auríferas.

e) Câmara de poeira: A mistura é forçada a passar pelo interior de uma câmara onde encontra uma série de
obstáculos (colunas) que retêm a poeira e deixam passar o ar. Este é um processo usado na indústria.

f) Decantação: Deixa-se a mistura em repouso e por acção da gravidade o componente mais denso (geralmente o
sólido) deposita-se no fundo. Transfere-se com cuidado o líquido para outro recipiente, ficando o sólido no
primeiro recipiente.
Pode-se usar igualmente o funil de decantação para mistura líquido-líquido. É um funil especial que tem uma
torneira na haste. Depois de decantada a mistura, abre-se cuidadosamente a torneira deixando sair o líquido mais
denso.

g) Filtração: A mistura é colocada sobre uma superfície porosa (papel de filtro) que retém o sólido, deixando
passar a fase líquida. O papel de filtro pode ser de papel ou de porcelana. Este processo também é empregue no
aspirador do pó – o componente gasoso atravessa o filtro e o sólido fica retido.

h) Vaporização ou evaporação: baseia-se na diferença de volatilidades (pontos de ebulição) dos componentes.


Usa-se para separar líquidos entre si, ou ainda para separar um líquido e um sólido nele dissolvido. Tanto pode
realizar-se esta separação por aquecimento da mistura usando chama ou expondo a mistura ao sol.

i) Destilação: também se baseia na diferença de volatilidades dos componentes. Usa-se para separar líquidos entre
si, ou ainda para separar um líquido e um sólido nele dissolvido. Realiza-se somente por aquecimento através de
fonte artificial de calor, como uma chama. A mistura é colocada num balão que está acoplado a um
condensador.

j) Extracção (Dissolução fraccionada): baseia-se na diferença de solubilidade entre os componentes da mistura


num dado solvente, isto é, na afinidade de um dos componentes com o agente de extracção.
Usa-se um líquido que dissolve um dos sólidos da mistura e em seguida emprega-se outro processo de
separação de misturas líquido-sólido.

k) Centrifugação: é um tipo de decantação que se realiza com equipamento adequado, chamado


centrifugador/centrífuga. Consiste na separação de um líquido e um sólido não dissolvido por rotação rápida no
centrifugador. Baseia-se na diferença de densidades.

l) Separação magnética: Empregue quando um dos componentes é uma substância metálica que pode ser atraída
por um íman. Exemplo: Separar a mistura de limalha de ferro e enxofre.

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m) Cromatografia: baseia-se na diferença de velocidades entre os componentes da mistura. Um dos componentes é


mais móvel que o outro num mesmo meio.

Adicionalmente a esses métodos, podem ser usadas as mudanças de estados físicos para a separação de diferentes
misturas.

O processo de separação dos componentes de um sistema líquido-gás é de fácil compreensão pois estes separam-se
espontaneamente ou empregando agitação, aquecimento ou simplesmente diminuindo a pressão do sistema.
Exemplo: todos estes processos podem ser verificados a partir de uma garrafa de refresco.

1.11. Diferenças entre composto e mistura


Mistura Composto

Mantém as propriedades dos seus componentes Não mantém as propriedades dos seus componentes

O PF, o PE e a densidade são características de cada


O PF, o PE e a densidade são variáveis
substância

Os componentes misturam-se em proporções variáveis Os componentes combinam-se em proporções fixas

Não é substância É substância

Obtém-se por junção de substâncias Obtém-se por combinação de substâncias

Não tem fórmula química Tem fórmula química

Pode ser decomposto em seus elementos (processo


Pode ser separada em seus componentes (processo físico)
químico)

1.12. Fenómenos físicos e químicos


Num fenómeno físico, a substância não se transforma e as propriedades não se alteram. Exemplos: Pisar grãos,
dilatação dos corpos, queda dos corpos, elasticidade, fusão, dissolução, etc.

Num fenómeno químico, a substância transforma-se e novas propriedades se formam. Exemplos: Combustão de
uma substância, reacções químicas, digestão dos alimentos, etc.

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I. EXERCÍCIOS
1. O amoníaco (NH3) é:
A. Um elemento
B. Um composto
C. Uma mistura de moléculas de hidrogénio e de nitrogénio
D. Uma mistura de 1 átomo de hidrogénio e 3 átomos de nitrogénio

2. Os exemplos mencionados nas alíneas seguintes referem-se a compostos e/ou misturas. Indique a alínea em que
aparecem três (3) misturas:
A. Carbonato de cálcio, iodeto de potássio, sulfato de bário
B. Carbonato de cálcio, água do mar, vinho
C. Água, açúcar, sal de cozinha
D. Vinagre, água do mar, cerveja

3. Das substâncias seguintes, água e cloreto de hidrogénio:


A. Nenhuma é composto
B. Só a água é composto
C. Só cloreto de hidrogénio é composto
D. Ambas são compostos

4. A água do rio pode ser transformada em água quimicamente pura por:


A. Clorar (processo de cloração) B. Ferver
C. Destilar D. Filtrar

5. Considere as afirmações seguintes:


I. A densidade de uma substância no estado gasoso sempre é maior do que a densidade da mesma substância no
estado sólido.
II. O ponto de ebulição da água é de 100 ºC e do álcool etílico é de 78 ºC. Isso significa que as forças entre as
moléculas de água no estado líquido são mais fracas do que as forças entre as moléculas do álcool no estado líquido.
A. I é verdadeira, II é falsa
B. I é falsa, II é verdade
C. I e II são verdadeiras
D. I e II são falsas

6. Quais das seguintes entidades, o sódio (Na), o cloro (Cl2) e o cloreto de sódio (NaCl), são substâncias puras?
A. Só o sódio B. Só o cloreto de sódio
C. O sódio e o cloro D. O sódio, o cloro e o cloreto de sódio

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7. Sulfato de potássio (K2SO4), sulfureto de potássio (K2S) e potássio (K) são, respectivamente, exemplos de:
I Substância pura, substância pura, substância simples.
II Substância pura, substância pura, substância pura.
III Substância composta, substância composta, substância simples
IV Mistura, mistura, substância pura
As certas são:
A. Todas B. Só IV C. I, II e III D. Só III

8. Dadas as seguintes substâncias:


P4; PH3; Ca3P2 e P2I4.
Os compostos moleculares são:
A. P4, PH3 e P2I4 B. PH3, Ca3P2 e P2I4 C. PH3 e P2I4 D. PH3 e P4

9. Os exemplos mencionados nas alíneas seguintes referem-se a substâncias puras e/ou misturas.
I. Sulfato de potássio, sulfureto de sódio, sulfato de bário
II. Potássio, sódio, bário
III. Coca-cola, água, enxofre
Aparecem substâncias puras:
A. Em I, II e III B. Só em I C. Só em II D. Em I e II

10. Uma amostra de uma substância sólida pode ser identificada somente:
I. Pela sua massa
II. Pelos seus pontos de fusão e de ebulição
III. Pelo seu volume
IV. Pela sua cor
As certas são:
A. I, II e III B. I e II C. Só II D. Todas

11. Usando pequenos círculos podemos representar modelos de partículas de substâncias químicas.
Qual das seguintes figuras representa uma substância pura elementar?
I II

A. I e II
B. Nenhum
C. Só II
D. Só I

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12. Na caixa abaixo, e , representam dois tipos de átomos.

A B C D

Que caixa, A, B, C ou D, provavelmente, contém uma mistura de gases?

13. Dados os pontos de fusão e de ebulição (em K) dos compostos CS2 e Cl2O.

Composto Ponto de fusão (K) Ponto de ebulição (K)


CS2 161 319
Cl2O 253 275

Ambos os compostos estão no estado líquido a temperatura de:


A. - 5 ºC B. 30 ºC C. - 30 ºC D. 100 ºC

14. As figuras abaixo (I e II) apresentam respectivamente:


I II

A Substância Pura Substância Pura

B Composto Composto

C Substância Pura Mistura

D Mistura Mistura

I II

15. Quantos átomos existem em cada molécula seguinte?


1. Na2HPO3
2. C12H22O11 (sacarose)
3. C6H12O6 (glicose)
4. K4[Fe(CN)6]
5. Fe4[Fe(CN)6]3

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16. Para separar o ouro existente nas areias auríferas pode-se usar a:
A. Filtração
B. Decantação
C. Atracção magnética
D. Levigação

17. Sob condições normais, um kg de vapor de água tem um volume muito maior do que um kg de água líquida.
Este aspecto pode ser explicado com base no facto de :
A. O vapor de água ter uma temperatura mais alta do que a água líquida.
B. Durante o processo de evaporação as moléculas de água expandirem-se.
C. A distância entre as moléculas no vapor de água, ser muito maior.
D. A velocidade média das moléculas no vapor ser muito maior do que no líquido.

18. Fez-se a destilação de uma certa quantidade de vinho donde foram colectadas sucessivamente doze (12) fracções
em diferentes temperaturas. As fracções mais inflamáveis são:
A. As primeiras, porque contêm mais álcool
B. As últimas, porque são mais puras
C. As últimas, porque foram colectadas em temperaturas mais altas
D. As últimas, porque contêm mais álcool.

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CAPÍTULO 2: Tabela Periódica e Estrutura Atómica

2.1. Tabela Periódica


Em virtude da sua indiscutível utilidade, a classificação periódica dos elementos constitui um dos excepcionais
acontecimentos da história da Química.

Observa-se que certas propriedades de alguns elementos eram análogas às de outros, daí a tentativa de ordená-los de
modo a facilitar o seu estudo.

2.1.1. Resumo Histórico


2.1.1.1. A Lei das Tríadas de Döbereiner
A primeira tentativa de classificação deve-se ao alemão Johann Wolfgang Döbereiner, em 1829. Döbereiner
observou que em grupos de três elementos com propriedades químicas muito semelhantes, o peso atómico do
elemento médio era aproximadamente igual à média aritmética dos pesos atómicos dos elementos externos:

Cl: PA=35.5 Ca: PA=40.0 S:PA=32.0

Br: PA=80.0 Média= 81.2 Sr: PA = 87.6 Média = 88.6 Se: PA = 79.0 Média = 79.8

I: PA = 127.0 Ba: PA = 137.3 Te: PA = 127.6

2.1.1.2. O Parafuso Telúrico de Chancourtois


Em 1862, o geólogo francês A. E. Beguyer de Chancourtois tentou uma classificação dos elementos mais elaborada,
baseada no peso atómico do oxigénio, já estabelecido na época como 16. Para tanto, tomou um cilindro, dividindo-o
em 16 segmentos iguais. Traçou uma hélice na superfície do cilindro, de modo que formasse um ângulo de 45° com
o seu eixo. Sobre ela dispôs os elementos em ordem crescente de pesos atómicos, que foram tomados como
ordenadas sobre várias geratrizes. A hélice atravessava as geratrizes a distâncias cujos valores eram múltiplos de 16
e, os elementos onde os pesos atómicos diferiam em 16 unidades, caíam na mesma geratriz. O grupo de elementos
de cada geratriz possuía propriedades químicas semelhantes.

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2.1.1.3. A Lei das Oitavas de Newlands


Nova tentativa foi proposta em 1864 pelo inglês John Alexander Reina Newlands.
Newlands ordenou os elementos em colunas e em ordem crescente de pesos atómicos. Formada a primeira coluna
com sete elementos, o oitavo apresentava propriedades físicas e químicas semelhantes ao primeiro. Por isso,
começava-se uma nova coluna. Como a cada oito elementos repetiam-se as semelhanças físicas e químicas,
Newlands iniciava colunas a cada oito elementos.

Classificação de Newlands: nas linhas horizontais estão os elementos com propriedades químicas semelhantes.
Como tivesse educação musical, Newlands chamou à regularidade observada de lei das oitavas, estabelecendo
analogia com o que ocorre na escala musical.

2.1.1.4. A Classificação de Mendeleev e a de Lothar Meyer


A base das modernas classificações periódicas surgiu em 1869, com dois trabalhos independentes, mas bastante
semelhantes, desenvolvidos pelo russo Dimitri Ivanovich Mendeleev e pelo alemão Lothar Meyer.

Ambos dispuseram os elementos em colunas (verticais), em ordem crescente de pesos atómicos, de modo que os
elementos situados em uma mesma coluna apresentassem propriedades semelhantes. Quando necessário, deixaram
espaços vazios, de tal forma que as linhas só contivessem elementos de propriedades químicas semelhantes.

Embora o critério de construção das duas tabelas fosse o mesmo (ordem crescente dos pesos atómicos), Meyer
baseou-se principalmente nas propriedades físicas dos elementos, e Mendeleev, nas propriedades químicas.

Em que pese o mérito de Lothar Meyer, o trabalho desenvolvido por Mendeleev acabou impressionando muito mais
não só pela divulgação anterior, mas principalmente pela segurança e coragem do genial cientista russo. Além disso,
Mendeleev conseguiu prever o surgimento de novos elementos.

2.1.1.5. A Classificação de Mendeleev


Por volta de 1869, Mendeleev colocou a existência de alguns elementos por ordem crescente das suas massas
atómicas e verificou que existia uma periodicidade nas propriedades dos elementos e enunciou a Lei Periódica: “As
propriedades dos elementos são uma função periódica dos seus pesos atómicos”.

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Série Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V Grupo VI Grupo VII Grupo VIII

H
1 1

Li Be B C N O F
2 7 9,4 11 12 14 16 19

Na Mg Al Si P S Cl
3 23 24 27,3 28 31 32 35,5
K Ca ? Ti V Cr Mn Fe–56 Co– 59
Ni- 59
4 39 40 44 48 51 52 55
Cu Zn ? ? As Se Br
5 63 65 68 72 75 78 80
Rb Sr ? Zr Nb Mo ? Ru-104 Rh-104
Pd-106
6 85 87 88 90 94 96 100
Ag Cd In Sn Sb Te I
7 108 112 113 118 122 128 127
Cs Ba ? ?
8 133 137 138 140

9
? ? Ta W Os-195 Ir-197
Pt-198
10 178 180 182 184
Au Hg Tl Pb Bi
11 199 200 204 207 208
Th U
12 231 240

2.1.2. A Tabela Periódica Moderna


Em 1913, Moseley lançou o conceito de número atómico e a tabela de Mendeleev foi reorganizada. Os elementos
foram dispostos por ordem crescente de números atómicos e chegou-se então, à tabela actual.

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2.1.3. Características da Tabela Periódica


2.1.3.1. Divisão em períodos

Período: linha da tabela periódica


Nos períodos ou séries encontramos os elementos em ordem crescente dos números atómicos. Elementos de um
mesmo período apresentam o mesmo número de camadas electrónicas.
O número quântico principal (n) da última camada ou nível de um elemento indica o período em que ele se encontra
na tabela.

2.1.3.2. Divisão em famílias


1A 8A

2A 3A 4A 5A 6A 7A

3B 4B 5B 6B 7B 8B 1B 2B

p1 p2 p3 p4 p5 p6
d1 d2 d3 d4 d5 d6 d7 d8 d9 d10
s1 s2

*
**

* 4f
** 5f

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Família: coluna da tabela periódica

Em família ou grupo, encontramos elementos com propriedades químicas semelhantes.

A: famílias dos elementos representativos; apresentam o electrão de diferenciação no último nível, em orbital s ou
orbital p.

B: famílias dos elementos de transição (ou transição externa); apresentam o electrão de diferenciação no
penúltimo nível, em orbital d.

As duas séries abaixo da tabela, que completam os períodos 6 e 7, são denominados elementos de transição
interna, e apresentam o electrão de diferenciação no antepenúltimo nível, em orbital f.

Do elemento lantânio (Z = 57) ao elemento lutécio (Z = 71): série dos Lantanídeos.

Do elemento actínio (Z = 89) ao elemento laurêncio (Z = 103): série dos Actinídeos.

Normalmente os elementos que se encontram no mesmo grupo (família) possuem propriedades semelhantes.
Exemplo de famílias de elementos:

Grupo I A (Família dos Metais Alcalinos): Li, Na, K, Rb, Cs, Fr.

Grupo II A (Família dos Metais Alcalino-terrosos): Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra.

Grupo III A (Família do Boro): B, Al, Ga, In, Tl.

Grupo IV A (Família do Carbono): C, Si, Ge, Sn, Pb.

Grupo V A (Família do Nitrogénio): N, P, As, Sb, Bi.

Grupo VI A (Família dos Calcogénios): O, S, Se, Te, Po.

Grupo VII A (Família dos Halogénios): F, Cl, Br, I, At.

Grupo VIII A (Família dos Gases Nobres ou Gases Raros): He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn.

A partir do grupo III A, a tabela periódica encontra-se dividida em duas partes por meio de uma linha em forma de
escada. Essa linha separa os metais, à esquerda, e os ametais (não-metais), à direita. Nas proximidades da linha
encontram-se os semi-metais ou metalóides.

2.1.4. Representação de elementos químicos


Os elementos químicos podem ser representados abreviadamente por meio de símbolos químicos.
Em 1813, Berzelius propôs que os átomos de cada elemento químico fossem representados por letras. O símbolo
químico de um elemento é universal.

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Os símbolos químicos dos elementos derivam dos nomes desses elementos em grego ou em latim.

Normalmente, o símbolo do elemento é a letra maiúscula inicial desse elemento. Exemplo: Carbono – C

No caso de existirem dois ou mais elementos cuja primeira letra é a mesma, utiliza-se adicionalmente a segunda,
terceira ou a quarta do nome do elemento em letra minúscula.

Exemplos: Cálcio – Ca; Cádmio – Cd; Cloro – Cl.

2.2. Estrutura Atómica


2.2.1. Evolução da Teoria Atómica
Começou por ser uma hipótese que remonta, pelo menos, ao tempo da Grécia Antiga, especialmente com os
filósofos Leucipo (Séc. V a.C.) e seu discípulo Demócrito (460-370 a.C.), contra a opinião de Aristóteles (384-322
a.C.) e de Platão (427-347 a.C.) que a matéria não seria contínua, mas constituída por unidades ou átomos. Esta
visão atómica da matéria foi adoptada filosófica e praticamente por vários cientistas, sendo apenas em 1803, com J.
Dalton (1766-1844), que a teoria atómica se liga fortemente à observação experimental.

2.2.1.1. Teoria atómica de Dalton


Em 1803, o cientista inglês Dalton, baseado em resultados experimentais, enunciou a sua teoria que pode ser assim
resumida:

 A matéria é constituída por pequenas partículas chamadas átomos.


 Os átomos são considerados como esferas maciças, homogéneas, indivisíveis e indestrutíveis.
 Os átomos que possuem as mesmas propriedades são do mesmo tipo (mesmo elemento químico).
 Os átomos combinam-se entre si numa relação de números inteiros para formar compostos.
 Durante a sua combinação, os átomos não são criados nem destruídos, apenas modificam a sua
constituição.

Dalton e os seus contemporâneos consideravam o átomo como uma partícula indivisível, tal como os filósofos
gregos Leucipo e Demócrito. Os trabalhos sobre descargas eléctricas através de gases a pressão reduzida viriam a
demonstrar que o átomo pode ser dividido em partes de carga negativa e de carga positiva; a partícula negativa o
“electrão” apresentava-se comum a todos os átomos, mas a parte de carga positiva era diferente, isso na relação
carga/massa.

A descoberta da radioactividade demonstrou igualmente que os átomos podem ser divididos, pois podem sofrer
destruição.

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2.2.1.2. Modelo Atómico de Thomson


Em 1898, com base em suas evidências experimentais e no facto de a matéria ser electricamente neutra, Thomson
apresentou o seu modelo atómico, que consistia em uma esfera maciça de carga eléctrica positiva, incrustada por
igual número de cargas negativas, os electrões.

Talvez por troca na época o modelo foi cognominado de “ pudim de passas”.

2.2.1.3. Modelo Atómico de Rutherford ou Modelo Planetário


Rutherford já havia observado que havia uma diferença entre a massa e a carga do núcleo, pois as evidências
experimentais discordavam dos cálculos: havia muita massa para pouca carga.

Deduziu, então, que as partículas positivas não continham toda a massa do núcleo, mas que deveria existir uma
partícula neutra de massa semelhante à dessas partículas positivas, à qual foi dado o nome de neutrão.

Com base em resultados experimentais, Rutherford concluiu que a matéria é constituída por protões, electrões e
neutrões. No núcleo existem protões (p+) e neutrões (n), enquanto que na electrosfera encontram-se os electrões (e-)
em movimento circular.

Num átomo, o número de electrões (partículas negativas) é igual ao número de protões (partículas positivas) e é por
isso que o átomo é electricamente neutro.

O modelo de Rutherford apresentou pelo menos uma lacuna: não conseguiu explicar porquê os electrões não são
atraídos pelo núcleo, sabido que possuem cargas de sinais contrários.

2.2.1.4. A Contribuição de Niels Bohr (1913)


Segundo a Física clássica e a teoria do Electromagnetismo, nas condições em que Rutherford enunciou o modelo,
“sistema solar”, o electrão girando em rápidos movimentos em torno de um núcleo dotado de grande força de
atracção, deveria, este electrão, dissipar energia na forma de onda electromagnética, e com isso entraria em órbita
espiralada, indo cair dentro do núcleo. Portanto, o modelo de Rutherford seria instável.

Niels Bohr resolveu esse impasse afirmando, sem mais explicações, que o electrão não obedece a leis da Física
clássica, e que não dissiparia sua energia enquanto permanecesse em sua órbita circular ao redor do núcleo. Para
cada electrão, existiria uma órbita circular que seria um estágio de energia fixa e determinada (quantizada).

Segundo Bohr, a electrosfera era dividida em estágios de energia, e cada estágio constituído por órbitas circulares
para cada electrão.

2.2.1.5. A Teoria da Mecânica Quântica


A Mecânica Quântica surgiu como um melhoramento da teoria de Bohr. Bohr referiu-se à órbita de um electrão,
como sendo a trajectória bem definida que o electrão percorre, enquanto gira em volta do núcleo.

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Segundo a Mecânica Quântica, não é possível localizar num determinado ponto os electrões que se movem a grande
velocidade. Assim, na Mecânica Quântica fala-se em orbital, como sendo a região do espaço onde é maior a
probabilidade de encontrar um electrão. A orbital tem o aspecto de uma nuvem electrónica.

Para a Mecânica Quântica, um nível de energia é constituído por subníveis (orbitais): s, p, d, f.

2.2.2. Constituição do Átomo

O átomo é a unidade fundamental da matéria. O átomo é neutro porque o número de partículas positivas (protões) é
igual ao número de partículas negativas (electrões).

Os protões, electrões e neutrões são partículas subatómicas.

Conjuntamente, os protões e neutrões são também designados por nucleões.

Partículas Carga Massa (Kg)

Protões + 1,67*10-27

Núcleo Neutrões 0 1,67*10-27

Electrosfera Electrões – 9,109*10-31

Por convenção, adoptou-se a unidade de massa atómica (u.m.a) para representar a massa de partículas
subatómicas.

1 u.m.a = 1,66*10-27 Kg

Assim:

mp+ = 1,67*10-27 Kg = 1 u.m.a

mn = 1,67*10-27 Kg = 1 u.m.a

me- = 9,10*10-31 Kg ≈ 0 u.m.a

Desta forma conclui-se que a massa do átomo está concentrada no seu núcleo porque a massa do electrão é
desprezível.

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2.2.3. Caracterização e Representação do Átomo

O átomo é caracterizado por 3 números principais:

Número Atómico (Z) – é número inteiro, invariável e identifica o elemento.

É o número de protões existentes no núcleo do átomo.

Número atómico = número de protões = número de electrões (pois o átomo é electricamente neutro).

Z = p+ = e -

Número de Massa (A) - é número inteiro e é obtido por contagem de protões e neutrões, uma vez que a massa dos
electrões em órbita é considerada nula.

Número de massa = número de protões + número de neutrões

A=Z+N

Massa Atómica (Ar) – é valor experimental e é obtido por pesagem. Normalmente é número decimal.

O átomo é representado por:


A A
Z X ou alternativamente Z X Onde: X é símbolo químico do elemento;

Z – número atómico;
A – número de massa.

2.2.4. Isótopos, Isóbaros e Isótonos


a) Isótopos - são átomos do mesmo elemento químico com diferentes números de massa. Estes átomos são
quimicamente semelhantes pois possuem igual número atómico.
Exemplo: Isótopos do Cloro

35 37
17Cl 17Cl

A = 35; Z = 17 A = 37; Z = 17

17 p+; 18 n0; 17 e- 17 p+; 20 n0; 17 e-

Elemento químico é o conjunto de átomos que possuem o mesmo número atómico (Z), ou seja, o mesmo número de
protões.

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b) Isóbaros – são átomos de elementos químicos diferentes que possuem o mesmo número de massa e
diferentes números atómicos.
Exemplo:
40 40
19K 20Ca

A = 40; Z = 19 A = 40; Z = 20

19 p+; 20 n0; 19 e- 20 p+; 20 n0; 20 e-

c) Isótonos - são átomos de elementos químicos diferentes que possuem números atómico e de massa
diferentes, mas igual número de neutrões.
Exemplo:
27 28
13Al 14Si

A = 27; Z = 13 A = 28; Z = 14

13 p+; 14 n0; 13 e- 14 p+; 14 n0; 14 e-

2.3. Teoria Atómica de Bohr


Os postulados de Bohr podem ser assim enunciados:

1.º Os electrões giram em redor do núcleo, em regiões bem definidas ou permitidas, onde não há ganho nem perda
de energia, isto é, energia fixa e determinada (quantizada). Não há emissão nem absorção de energia enquanto os
electrões estiverem em movimento numa órbita.

2.º Quando um electrão recebe energia, ele poderá passar para uma órbita mais externa, ou seja, mais afastada do
núcleo (K→L; L→M;...). No entanto, essa órbita é uma posição instável e o electrão tende a voltar à órbita original.
Neste retorno, o electrão emite energia (Q→P; P→O; ...).

EK<EL<EM<EN<EO<EP<EQ ; E - energia

3.º Para um electrão é mais fácil mudar de órbita ou até mesmo sair do átomo, quanto mais longe estiver do núcleo.
Cada órbita é caracterizada por um número n bem definido que recebeu o nome de nível de energia. Segundo Bohr,
para a primeira órbita n = 1, para a segunda n = 2, etc.

As diferentes camadas electrónicas designam-se pelas letras K, L, M, N, O, P, Q ou os diferentes níveis energéticos


são designados por números de 1 a 7.

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2.3.1. Distribuição Electrónica segundo o Modelo de Bohr

O número máximo de electrões que cada camada pode conter até ao nível n é dada pela equação:

e- = 2n2
onde:

e- - número máximo de electrões

n - número da camada

Camada ou nível Teórico Prático

e- = 2n2 e- = 2n2

K=1 2 2

L=2 8 8

M=3 18 18

N=4 32 32

O=5 50 32

P=6 72 18

Q=7 98 8

A última camada de qualquer átomo contém no máximo 8 electrões. Os electrões da última camada determinam as
propriedades químicas dos elementos.

Os electrões da última camada (camada de valência) são designados electrões de valência e indicam o grupo do
elemento na tabela periódica.

O número de níveis de energia (camadas electrónicas) indica o período.

NOTA: A distribuição electrónica de Bohr é limitada para o grupo dos elementos representativos (Grupo A).

Electrões de cerne electrões de valência (última camada)

17Cl Z=17; 17p+ e 17e- 17e-: 2e-, 8e-, 7e- 3o período (3 camadas electrónicas); Grupo VII A (7
electrões na última camada electrónica)

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11Na 2e-, 8e-, 1e- 3o período (3 camadas electrónicas); Grupo I A ( 1 electrão na última camada electrónica)

82Pb 2e-, 8e-, 18e-, 32e-, 18e-, 4e- 6o período e Grupo IV A

2.4. Formação de Iões


Um átomo é estável se tem 8 electrões na última camada ou 2 electrões periféricos para os elementos do primeiro
período. Qualquer átomo pode ceder ou captar electrões com o objectivo de atingir a estabilidade de um gás nobre
pela formação de iões.
Os metais têm a tendência de ceder ou perder electrões para formar iões positivos (catiões), enquanto que os ametais
tendem a captar ou ganhar electrões para formar iões negativos (aniões).

Grupo I A: Os elementos deste grupo têm 1 electrão periférico (na última camada) e cedem este electrão para
formar iões monopositivos.

Na Na+ + 1e-

Grupo II A: Têm 2 electrões periféricos e cedem 2 electrões para formar iões com carga 2+.

Ca Ca2+ + 2e-

Grupo III A: Apresentam 3 electrões na última camada e perdem os 3 electrões para formar iões com carga 3+.

Al Al3+ + 3e-

Grupo IV A: Apresentam 4 electrões periféricos. Teoricamente podem ceder assim como podem captar 4 electrões,
mas na prática os ametais deste grupo compartilham os seus electrões formando cadeias que se designam ligações
covalentes. Os metais (Sn e Pb) cedem 4 electrões.

Grupo V A: Têm 5 electrões na última camada e captam 3 electrões para atingir a estabilidade electrónica,
formando assim iões trinegativos.

N + 3e- N3-

Grupo VI A: Apresentam 6 electrões na última camada e captam 2 electrões para formar iões 2-.

O + 2e- O2-

Grupo VII A: Apresentam 7 electrões na camada de valência e captam 1 para formar iões mononegativos.

Cl + 1e- Cl-

Grupo VIII A: Têm 8 electrões periféricos e assim já possuem a estrutura estável.

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2.4.1. Diferença entre Átomos e Iões


Átomos são partículas electricamente neutras, isto é, têm o mesmo número de partículas negativas (electrões) e
positivas (protões). Os iões são partículas com carga eléctrica, positiva (catiões) ou negativa (aniões). O ião de um
elemento que tem mais electrões do que o átomo desse elemento chama-se anião, ou ainda menos electrões que o
átomo desse elemento chama-se catião.

2.5. Valência de Elementos


Valência é uma característica fundamental dos elementos químicos e corresponde ao número de electrões que um
átomo perde ou ganha para atingir a estabilidade electrónica.
A valência de um elemento químico corresponde igualmente ao seu grupo (grupos I A – IV A) ou à diferença entre 8
e o respectivo grupo (para os elementos dos grupos V A – VII A).

Exemplos: 11Na 2e-, 8e-, 1e- Grupo I , valência I

6C 2e-, 4e- Grupo IV, valência IV

7N 2e-, 5e- Grupo V, valência 8-5=3 (III)

17Cl 2e-, 8e-, 7e- Grupo VII, valência 8-7=1 (I)

A valência dos ametais é também designada covalência.

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2.6. Teoria da Mecânica Quântica


A Mecânica Quântica surgiu como um melhoramento da teoria de Bohr. Bohr referiu-se à órbita de um electrão,
como sendo a trajectória bem definida que o electrão percorre, enquanto gira em volta do núcleo.

Segundo a Mecânica Quântica, não é possível localizar num determinado ponto os electrões que se movem a grande
velocidade. Assim, na Mecânica Quântica fala-se em orbital, como sendo a região do espaço onde é maior a
probabilidade de encontrar um electrão. A orbital tem o aspecto de uma nuvem electrónica.

2.6.1. Orbitais s, p, d, f
O electrão possui energia diferente dependendo da orbital em que se encontra. No modelo de Bohr os níveis de
energia foram indicados pelas letras K – Q ou pelo número n. Na Mecânica Quântica fala-se em número n para
indicar o nível de energia. Chama-se a este número, número quântico principal.

Segundo o cálculo da Mecânica Quântica, o nível de energia com número quântico principal, n, possui n2 orbitais
diferentes.

Es<Ep<Ed<Ef ; E- energia

2.6.2. Orientações das orbitais


As diferentes orientações dependem da forma:

Tipo s – uma só orientação.

Tipo p – três orientações diferentes (px, py, pz)

Tipo d – cinco orientações diferentes

Tipo f – sete orientações diferentes.

s p d f

px py pz

2.6.3. Números quânticos


A individualização de qualquer electrão da electrosfera é feita a partir de quatro números quânticos:
n – Número quântico principal
l – Número quântico azimutal ou secundário
ml – Número quântico magnético
ms – Número quântico de spin

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2.6.3.1. Número quântico principal (n)


Significado: nível de energia ou camada que se encontra o electrão.

Valores: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,...........................∞

Cada nível n teoricamente pode apresentar 2n2 electrões. A partir do nível n = 3, a diferença de energia entre dois
níveis consecutivos diminui; assim sendo, antes de completar um nível de n menor ja existem electrões em níveis de
n maior. Por esse motivo, nos átomos reais, a partir de n=5, os valores 2n2 não são encontrados.

2.6.3.2. Número quântico azimutal ou secundário (l)


Significado: subnível de energia do electrão. Os níveis n são divididos em subníveis l.

Valores: 0, 1, 2, 3,................., n – 1 para cada valor de n.

A cada subnível está associada a ideia de um tipo de orbital, que descreveremos com detalhes mais adiante.
Associando n e l, temos a divisão de níveis em subníveis:
n l

1 0

2 0 1

3 0 1 2

4 0 1 2 3

5 0 1 2 3 4

6 0 1 2 3 4 5

7 0 1 2 3 4 5 6

A partir de n = 5 existem subníveis que, nos átomos que conhecemos, não são usados. Você se lembra: de n = 5 em
diante, a fórmula 2n2 é teórica!

2.6.3.3. Número quântico magnético (m ou ml)


Significado: indica o número de orbitais e suas orientações espaciais em cada subnível.

Valores: -l.......0........+l para cada valor de l.

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Associando l e m temos as quantidades de orbitais de cada subnível e suas coordenadas de espaço.

l m = { - l... 0 ... + l}

0...........................0..................................1 orbital

1......................-1 0 +1...........................3 orbitais

2.................-2 -1 0 +1 +2....................5 orbitais

3...........-3 -2 -1 0 +1 +2 +3………...7 orbitais

2.6.3.4. Número quântico de spin (s ou ms)


Significado: sentido do movimento de rotação do electrão.

Valores: +½ e -½.

Resumindo:

Símbolo N.º quântico Significado Valores teóricos Valores reais

N principal nível de energia 1, 2, 3.............∞ 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

L secundário subnível de energia 0............, n – 1 0, 1, 2, 3

M magnético orientação espacial do -l.......0........+l -l.......0........+l


orbital

S spin rotação do electrão +½ e -½ +½ e -½

L Orbital Forma N.º de orbitais

0 s esférica 1

1 p duplo-ovóide 3

2 d indeterminada 5

3 f indeterminada 7

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2.7. Distribuição Electrónica segundo a Mecânica Quântica


2.7.1. Princípio de Exclusão de Pauli

Em um mesmo átomo não podem existir dois electrões com o mesmo conjunto de números quânticos.

De acordo com o princípio de exclusão de Pauli, em cada orbital encontram-se, no máximo, dois electrões. Estes
dois electrões encontram-se orientados em posições opostas de forma que a energia total seja mínima. Isto é o que
diz o princípio de energia mínima.

Se cada orbital pode comportar dois electrões o número de electrões de cada subnível será:

l Quantidade de orbitais Electrões por subnível Convenção a ser adoptada

0 1 orbital s 2 s2

1 3 orbitais p 6 p6

2 5 orbitais d 10 d10

3 7 orbitais f 14 f14

2.7.2. Regra de Hund: princípio de máxima multiplicidade


No preenchimento de orbitais do mesmo subnível (orbitais degeneradas), primeiro ocupam-se orbitais vazias, ou
seja, cada electrão ocupa uma orbital e só depois é que começa o emparelhamento de electrões em orbitais do
mesmo subnível. Isto constitui a Regra de Hund.

No preenchimento das orbitais de um mesmo subnível, faz-se em duas etapas:

1o Colocar inicialmente 1 electrão em cada orbital. Neste caso, estes electrões deverão apresentar spins iguais ou
paralelos.

2o Depois de cada orbital apresentar 1 electrão, iniciar o emparelhamento, isto é, colocar o segundo electrão em cada
orbital.

Exemplo: p4 ↑↓ ↑ ↑

A regra de Hund explica-se pelo facto de existir repulsão entre os electrões, fazendo com que ocupem, se possível,
orbitais vazias de um mesmo subnível, isto diminuirá a repulsão entre eles.

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2.7.3. Diagrama de Linus Pauling

O cientista Linus Pauling formulou um diagrama que possibilita distribuir os electrões em ordem crescente de
energia dos níveis e subníveis.

Os electrões são distribuídos a partir do subnível menos energético (1s) procurando-se colocar o número máximo de
electrões permitido em cada subnível, sendo que o último (o mais energético) pode ficar incompleto.

A sequência de preenchimento é: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2...

Energia aumenta

A) Regras de distribuição de electrões


1.º Construir o diagrama de Pauling.

2.º Verificar quantos electrões o sistema contém.

3.º Preencher a partir do subnível de menor energia.

4.º Nunca ultrapassar o número de electrões de um subnível.

5.º Uma vez preenchido um subnível, passar para o subnível de energia imediatamente superior.

Exemplo: Hidrogénio (Z = 1)
Distribuição electrónica é: 1s1→ electrão
Nível Subnível

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B) Posição dos elementos na tabela periódica

Se a distribuição electrónica terminar em:

 nsx ; x = electrões de valência: indicam o grupo

n = nível de energia: indica o período

Se: x = 1 Grupo I A ;

x = 2 Grupo II A

 nsx npy ou nsx...npy ; x + y = electrões de valência

n – indica o período

 nsx (n-1)dz ou nsx...(n-1)dz ; x + z = electrões de valência

n – indica o período

Se: x + z = 11 Grupo I B

x + z = 12 Grupo II B

8≤x + z ≤ 10 Grupo VIII B

x + z = 3 a 7 Grupos III B – VII B, dependendo do valor.

 nsx (n-2)fz ; Se: n = 6 Lantanídeo

n = 7 Actinídeo

Exemplos:

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C) Distribuição Electrónica em Iões

A distribuição electrónica de iões é semelhante a dos átomos neutros. Lembrando que um ião é formado a partir da
perda ou ganho de electrões que ocorre com um átomo e que os electrões serão retirados ou recebidos sempre da
última camada electrónica (mais externa).

Para a distribuição do ião Fe3+, é necessária a retirada de mais um electrão do subnível d:

2.8. Transições Electrónicas


Correspondem à passagem do electrão de um nível para o outro ou, mais frequentemente, de uma orbital para outra
dentro do mesmo nível pela absorção ou emissão de energia.

O estado de energia mais baixo chama-se estado fundamental, corresponde ao estado de distribuição normal,
enquanto que o estado mais elevado de energia é o estado excitado ou activado.

As transições electrónicas explicam a diversidade de valências apresentadas por elementos químicos.

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Exemplo: 6C

6C 1s2 2s2 2p2 2p2 ↑ ↑ 2p3 ↑ ↑ ↑


2s2 ↑↓ 2s1 ↑
Camada de valência 2e- desemparelhados Promoção de 1e- 4e- desemparelhados
Valência II Valência IV

2.9. Propriedades dos Metais


 Sólidos com pontos de fusão e ebulição elevados.

 Possuem uma cor metálica, esbranquiçada (Ag), amarelada (Au), avermelhada (Cu), acinzentada (Fe). O
brilho metálico é visível quando polidos.

 Bons condutores de calor e electricidade.

 Podem ser soldados (ligados por soldadura).

 Podem ser fundidos e misturados formando ligas metálicas.

 São maleáveis (podem ser dobrados e transformados facilmente em lâminas)

 São dúcteis (podem ser facilmente transformados em fios).

 Não são solúveis em água, apenas alguns reagem com água.

Algumas ligas metálicas são:

Fe + C Aço (com pouco carbono).

Aço + 20% Cr ou 20% Ni Aço iNox

Pb + Sn Solda (erradamente designada como estanho)

Fe + Sn Folha de flandres (lata de refrigerantes)

Cu + Zn Latão (torneiras douradas)

Fe + Zn Ferro galvanizado (erradamente conhecido como zinco para construção).

As ligas de mercúrio são designadas amálgamas.

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2.10. Variação das Propriedades Periódicas


Estão em função da posição do elemento na tabela. Seus valores variam ao longo de cada período e de cada grupo,
assumindo valores máximos e mínimos.

É importante o estudo dessas propriedades, pois elas constituem a própria essência da tabela periódica. Vamos
analisar as seguintes propriedades periódicas:

2.10.1. Raios Atómico e Iónico


Em qualquer Grupo da Tabela Periódica, os raios crescem com o aumento do número atómico, isto deve-se às
variações que sofrem as estruturas electrónicas dos átomos quando se passa dum elemento para o outro, no mesmo
grupo: os electrões de valência ocupam orbitais do mesmo tipo mas em níveis de energia crescente, então
encontram-se a distâncias do núcleo cada vez maiores, logo aumentam de cima para baixo num grupo.

Ao longo de um mesmo Período, os raios diminuem à medida que cresce o número atómico. A carga nuclear cresce
ao longo de todo o período enquanto o nível de energia dos electrões de valência é sempre o mesmo; a carga nuclear
crescente faz com que a nuvem electrónica se apresente menos expandida, logo aumentam da direita para a
esquerda.

Sempre que um átomo perder electrões (tornando-se um ião positivo), o raio diminui.

Sempre que um átomo ganhar electrões (tornando-se um ião negativo), o raio aumenta.

2.10.2. Carácter Metálico ou Electropositividade


O carácter metálico é a tendência que um metal tem de ceder electrões para formar ião positivo
(electropositividade).

Na tabela periódica, observamos que o carácter metálico cresce:

Nas Famílias, de cima para baixo;

Nos Períodos, da direita para esquerda;

Ora vejamos:

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2.10.3. Electronegatividade ou carácter não-metálico


A electronegatividade é a capacidade que os átomos têm de atrair electrões para si numa ligação química. O
elemento mais electronegativo é aquele que atrai mais os electrões.

Esta é a capacidade que possuem certos átomos de receber electrões transformando-se em aniões. A
electronegatividade é tanto mais acentuada quanto maior for o número de electrões na camada de valência e quanto
menor for o tamanho do átomo.

Esta capacidade aumenta:

- nos Grupos: de baixo para cima;

- nos Períodos: da esquerda para a direita.

Nota: A electronegatividade não é definida para os gases nobres.

2.10.4. Energia (Potencial) de Ionização


Energia de ionização é a energia necessária para remover electrões de uma partícula qualquer (metal ou ametal)

1ª Energia de Ionização – é a energia necessária para remover o 1º electrão de um átomo neutro, isolado no estado
gasoso.

2ª Energia de Ionização – é a energia necessária para remover o 2º electrão, ou seja, energia necessária para
remover electrão de um ião X+, isolado no estado gasoso.

À medida que retiramos electrões de um átomo, aumenta a influência da carga positiva sobre os electrões
remanescentes, sendo necessária mais energia para arrancar outros electrões. Assim sendo, a 2ª Energia de Ionização
será maior que a primeira e assim sucessivamente.

Esta capacidade aumenta:

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- nos Grupos: de baixo para cima;

- nos Períodos: da esquerda para a direita.

2.10.5. Electroafinidade (Afinidade electrónica ou Energia de afinidade electrónica)


É a energia que se liberta no processo de captação de electrões.

Esta propriedade aumenta:


- nos Grupos: de baixo para cima;
- nos Períodos: da esquerda para a direita.

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II. EXERCÍCIOS
1. Dalton, Rutherford e Bohr propuseram modelos atómicos com algumas das seguintes características:
Modelo Características
I núcleo com carga positiva e electrões em órbitas circulares
II partículas indivisíveis e indestrutíveis
III núcleo com carga positiva e electrões em órbitas circulares com energia quantizada

A associação correcta modelo/cientista é:


A. I/Rutherford; II/Dalton; III/Bohr B. I/Bohr; II/Dalton; III/Rutherford
C. I/Dalton; II/Rutherford; III/Bohr D. I/Rutherford; II/Bohr; III/Dalton

2. Os símbolos químicos, em sua formulação, são a criação de:


A. Cavendish B. Lavoisier C. Paracelso D. Berzelius

3. Uma partícula tem 10 electrões, 13 neutrões e 13 protões. Qual é a massa desta partícula:
A. 13 u.m.a. (unidade de massa atómica) B. 23 u.m.a.
C. 26 u.m.a. D. 36 u.m.a.

4. Os átomos de ouro têm 79 protões, 118 neutrões e o seu número de massa é 197. Dos valores indicados o que
representa o número atómico é:
A. 197 B. 118 C. 79 D. 78

5. São dados três átomos genéricos A, B e C. O átomo A tem número atómico 70 e número de massa 160. O átomo
C tem 94 neutrões, sendo isótopo de A. O átomo B é isóbaro de C e isótono de A. O número de electrões do átomo
B é:
A. 160 B. 70 C. 74 D. 164

6. Sejam dados os elementos 35X80 ; aYb ; cZ d . Se se considerar que o átomo Z tem 47 neutrões, é isótopo de X e
isóbaro de Y e que o átomo Y é isótono de X; então o átomo Y deve ter:
A. 37 protões B. 82 protões C. 35 protões D. 47 protões

7. São dadas duas partículas neutras, representadas por X e Y, com os respectivos números atómicos e de massa:

200 b
X Y
80 a

Sabendo-se que:
- X e Y apresentam o mesmo número de massa.
- Y tem um neutrão a menos do que X.
Os valores de a e de b que satisfazem a afirmação acima são, respectivamente:
A. 80 e 200 B. 81 e 200 C. 80 e 199 D. 81 e 199

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8. Dada a seguinte informação sobre os átomos X e Y:


X e Y apresentam o mesmo número de massa.
X tem um neutrão a mais que Y
Com base na informação pode-se dizer que estes átomos são:
A. De um mesmo elemento com massas iguais
B. De um mesmo elemento com massas diferentes.
C. De elementos diferentes com massas diferentes.
D. De elementos diferentes com massas iguais.

9. Dadas as partículas neutras X e Y com os respectivos números atómicos e de massa:

40 40
X Y
19 20

Com base na informação acima podemos considerar as seguintes afirmações:


a. X apresenta m protões e Y apresenta (m + 1) protões.
b. X apresenta n neutrões e Y apresenta (n - 1) neutrões.
c. X apresenta (m +1) protões e Y apresenta m protões.
d. X apresenta n neutrões e Y apresenta n neutrões.
As certas são:
A. a e b B. c e d C. só a D. todas

10. Dada a seguinte informação sobre os átomos X e Y:


X apresenta k protões e (z + 1) neutrões.
Y apresenta (k– 1) protões e (z + 1) neutrões.
Com base na informação pode-se dizer que os átomos são:
A. de elementos diferentes com massas diferentes
B. de um mesmo elemento com massas diferentes
C. de elementos diferentes com massas iguais
D. de um mesmo elemento com massas iguais

11. Entre o núcleo dum átomo e os electrões desse átomo encontra-se:


A. Ar B. Hidrogénio C. Nada D. Gás

12. Assinale a afirmação correcta:


A. A passagem de um electrão do nível (camada) L para M o electrão consome energia (processo
endotérmico).
B. A passagem dum electrão do nível (camada) L para M o electrão cede energia (processo exotérmico).
C. A passagem dum electrão do nível L para M acompanha-se da produção de fotões (luz).
D. A passagem dum electrão de um nível para outro não há alteração do conteúdo energético do electrão.

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13. Qual das partículas abaixo representa um anião?


Partícula N.º de protões N.º de neutrões N.º de electrões
A 11 11 10
B 17 18 18
C 12 12 10
D 19 19 18

14. Responda às seguintes perguntas:


a) O elemento ítrio (Y) tem 50 neutrões no seu núcleo. O número de massa de ítrio é 89. Qual é o número atómico
do elemento?

b) O ião do elemento com número atómico 13 tem 13 protões, 14 neutrões e 10 electrões. Qual é a carga do ião?

c) É sempre válido: um átomo (dum elemento) e o seu ião têm massas que são praticamente iguais. Por exemplo: a
massa de Na é igual a de Na+. Explique.

d) Um elemento com número atómico maior também tem quase sempre o número de massa maior. Há umas
excepções. Por exemplo: o potássio tem nº atómico maior do que o árgon (19 e 18 respectivamente). Em
contrapartida, o nº de massa de potássio é menor (K: 39; Ar: 40). Explique esse facto.

15. Qual das partículas na figura tem carga negativa?

10e 9p 10e 10p 10e 11p

Onde: e - electrões Partícula I Partícula II Partícula III


p – protões

A. Partícula I B. Partícula II C. Partícula III D. Partícula I e III

16. Cada fila na tabela abaixo mostra o número de neutrões (n), protões (p) e electrões (e) em duas partículas:

Primeira partícula Segunda partícula


A. 10 n 9p 9e 10 n 10 p 10 e
B. 12 n 10 p 10 e 10 n 10 p 10 e
C. 12 n 11 p 11 e 12 n 11 p 10 e
D. 10 n 9p 9e 9n 9p 10 e

Que fila (A, B, C ou D) contém um átomo Z e seu ião positivo Z+?

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17. Entre as alternativas abaixo, a correcta é:


A. Dois átomos com o mesmo número de neutrões pertencem ao mesmo elemento químico
B. Dois átomos com o mesmo número de electrões de valência pertencem ao mesmo elemento químico
C. Dois átomos com o mesmo número de protões pertencem ao mesmo elemento químico
D. Dois átomos com o mesmo número de massa são isótopos

18. Os números de protões, neutrões e electrões da espécie X 2+, sabendo que X é isótopo da espécie 82Y210 e isótono
da espécie 84Z214 são, respectivamente, iguais a:
A. 84, 214 e 84 B. 80, 214 e 82 C. 82, 128 e 80 D. 82, 130 e 80

19. Os átomos pertencentes à família dos metais alcalino-terrosos e dos halogénios adquirem configuração
electrónica de gases nobres quando, respectivamente, formam iões com número de carga:
A. -2 e -2 B. +1 e -2 C. +1 e -1 D. -1 e +2 E. +2 e -1

20. As espécies Fe2+ e Fe3+, provenientes de isótopos distintos do ferro, diferem entre si, quanto aos números:
A. De protões e de neutrões B. De protões e de electrões
C. De electrões e de neutrões D. Atómico e ao raio iónico
E. Atómico e de oxidação

21. O alumínio está no grupo III do quadro periódico e o enxofre no grupo VI. Qual é a fórmula do sulfureto de
alumínio?
A. Al2S3 B. Al6S3 C. Al3S D. AlS

22. É dada a configuração electrónica de quatro elementos diferentes. Qual deles é um elemento de grupo VI?
Elemento Configuração electrónica
A. A 1 s2 2 s2 2p2
B. B 1 s2 2 s2 2p6
C. C 1 s2 2 s2 2p6 3s2 3p4
D. D 1 s2 2 s2 2p6 3s2 3p6 4s2

23. Quatro elementos apresentam, respectivamente, as seguintes configurações electrónicas:


I. 1s2 2s2 2p6 3s2
II. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4
III. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
IV. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
Podemos concluir que:
1. Os elementos I e II são metais
2. Os elementos I e II são gases nobres
3. Os elementos I e IV são metais
4. O elemento III é um gás nobre
A. Todas as afirmações são correctas B. Apenas 1 e 3 são correctas
C. Apenas 2 e 4 são correctas D. Apenas 3 e 4 são correctas
E. Nenhuma é correcta

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24. Sendo o subnível 4s1 o mais energético de um átomo, pode-se afirmar que:
I. O número total de electrões desse átomo é igual a 19
II. Ele apresenta quatro camadas electrónicas
III. A sua configuração electrónica é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s1
A(s) afirmação(ões) correcta(s) é(são):
A. I B. II C. III D. II e III E. I e II

25. Considerando-se um elemento E genérico que apresenta a configuração electrónica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5,
pode-se afirmar que:
I. seu número atómico é 25
II. possui 7 electrões na última camada
III. apresenta 5 electrões desemparelhados
IV. pertence a família VIIA
Estão correctas as afirmações:
A. Somente I e III B. Somente II e IV C. I e IV D. I, II e III E. II, III e IV

26. Das seguintes configurações electrónicas propostas para o átomo de enxofre (Z = 16), qual delas corresponderá
ao estado fundamental:
A. 1s2 2s2 2p6 3s2 3px1 3py1 3pz1 4s1
B. 1s2 2s2 2p6 3s2 3px2 3py1 3pz1 4s0
C. 1s2 2s2 2p6 3s2 3px2 3py2 3pz0 4s0
D. 1s2 2s2 2p6 3s1 3px2 3py2 3pz1 4s0

27. De acordo com a regra de Hund, a estrutura electrónica do átomo de nitrogénio, no estado fundamental, é
representada por:
A. 1s2 2s2 2p2 B. 1s2 2s2 2px2 2py3 2pz3 C. 1s2 2s2 2px1 2py1 2pz1
D. 1s2 2s2 2p3 E. 1s2 2s2 2px2 2py1 2pz0

28. Quais os elementos com configuração electrónica dada (só electrões valentes) são metais?
I 4s1
II 3d5 4s2
III 4s2 4p5
IV 4s2 4p6
A. I e II B. I, II e III C. III e IV D. Todos

29. A substância formada pelos elementos A e B, de número atómico 12 e 17, respectivamente, tem a fórmula:
A. A3B2 B. A2B3 C. AB2 D. A2B

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30. Dois elementos X e Y formam um composto XY2. As configurações electrónicas possíveis dos elementos X e Y
são:
A. 1s2 2s2 2p6 3s1 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
B. 1s2 2s2 2p5 1s2 2s2 2p6 3s2
C. 1s2 2s2 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
D. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 1s2 2s2 2p6 3s1

31. O elemento X apresenta a seguinte distribuição electrónica:

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2

Pode-se concluir que se trata de um:


A. não metal
B. metal
C. elemento de transição
D. halogénio

32. Os elementos que possuem na última camada: 1) 4s2; 2) 3s23p5; 3) 5s25p6; 4) 2s1 classificam-se dentro dos
grupos da tabela periódica como:
A. alcalino, alcalino-terroso, gás nobre e halogénio
B. alcalino, halogénio, alcalino-terroso e gás nobre
C. alcalino-terroso, halogénio, gás nobre e alcalino
D. alcalino-terroso, gás nobre, halogénio e alcalino

33. Assinale a ordem crescente de energia dos subníveis electrónicos:


A. 4d < 5p < 6s < 4f B. 4d < 4f < 5p < 6s C. 4f < 4d < 5p < 6s
D. 5p < 6s < 4f < 4d E. 6s < 5p < 4d < 4f

34. Assinale a alternativa que não é correcta:


A. O no máximo de electrões em cada orbital é dois.
B. No nível quântico principal quatro, há 16 orbitais.
C. No subnível 5f, há 7 orbitais.
D. 5, 1, 0, -1/2 são os quatro números quânticos de electrões de maior energia de um átomo de elemento que
pertence ao grupo IA da tabela periódica.

35. O último electrão de um átomo no estado fundamental apresenta n=6, l=0, m=0, s=+½. Quantos protões tem o
núcleo desse átomo?
A. 56 B. 55 C. 54 D. 45 E. 25

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36. Um dado elemento químico X apresenta os seguintes números quânticos do último electrão: n=4; l=2; m=0 e
s=+½. Indique a sua posição na tabela periódica.
A. Grupo III A, 3o período B. Grupo III B, 3o período C. Grupo II A, 4o período
D. Grupo V B, 5o período E. Grupo III B, 4o período

37. Em que átomo preenche-se o subnível electrónico p?


A. Ba B. Ti C. Fe D. Po

38. Em que alternativa tem-se somente d-elementos:


A. Mg-S-Ca-Se B. Fe-Co-Ni-Cu C. Fe-Co-Ni-Ca D. Zn-P-Ag-Cr

39. Assinale a afirmação correcta:


Chamam-se electrões de valência:
A. Os electrões que um elemento tem só para compartilhar com outros elementos
B. Os electrões que os elementos cedem a outros elementos.
C. Os electrões que satisfazem a regra de octeto.
D. Os electrões da última camada do átomo.

40. Quantos electrões de valência tem o átomo de enxofre?


A. 4 B. 5 C. 7 D. 2 E. 6

41. Determine o número atómico do elemento com distribuição dos electrões de valência 4s 23d2:
A. 21(Sc) B. 22(Ti) C. 23(V) D. 24(Cr) E. 25(Mn)

42. Quantos electrões desemparelhados existem nos átomos excitados de selénio?


A. 2 B. 3 C. 4 D. 5 E. 6

43. Na crosta terrestre, o segundo elemento mais abundante em massa, tem no estado fundamental a seguinte
configuração electrónica: nível 1 – completo; nível 2 – completo; nível 3 – 4 electrões. A alternativa que indica
correctamente esse elemento é:
A. Silício (Z=14) B. Alumínio (Z=13) C. Oxigénio (Z=8)
D. Ferro (Z=26) E. Nitrogénio (Z=7)

44. Das afirmações seguintes:


I. O cloro é um elemento.
II. O cloro é um átomo.
III. O cloro é um ião negativo.
A. I é verdadeira, II e III são falsas B. I e II são verdadeiras, III é falsa
C. II e III são verdadeiras, I é falsa D. Todas são verdadeiras

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45. Podemos afirmar que a fórmula Br2 corresponde:


I. A um elemento
II: A um não metal
III: A uma molécula
IV: A um ião negativo
A. I, II e III são verdadeiras, IV é falsa
B. II, III e IV são verdadeiras, I é falsa
C. II e III são verdadeiras, I e IV são falsas
D. Todas são verdadeiras
E. Só III

46. O número de electrões do catião X2+ de um elemento é igual ao número de electrões de um átomo neutro que é
um gás raro. Este gás raro tem Z = 10 e A = 20.
Qual é o número atómico de X?
A. 10 B. 12 C. 14 D. 20 E. 30

122 3+
47. (51X ) é uma partícula cuja configuração electrónica apresenta na última camada:
2 2 3 2 6 2 1
A. 5s B. 5s ; 4d C. 5s ; 4d D. 5s ; 6s

48. A estrutura da camada electrónica de valência do ião E3+ do átomo dum elemento E, com carga nuclear 26 é:
A. 4s24p3 B. 3d34s2 C. 3d5 D. 3d7

49. A estrutura electrónica do Níquel é (Ar) 3d8 4s2. A estrutura electrónica do Ni2+ é:
A. (Ar) 3d8 4s2 4p2 B. (Ar) 3d8
C. (Ar) 3d10 D. (Ar) 3d8 4s2

50. Considere as seguintes configurações electrónicas correspondentes aos átomos (I), (II), (III) e (IV):
I. 1s2 2s1 II. 1s2 2s2 2p1 III. 1s2 2s2 2p6 IV. 1s2 2s2 2p6 3s1
Com base nas configurações acima, assinale a afirmação verdadeira:
A. O átomo (II) pertence à família do carbono
B. O raio atómico de (II) é maior que o de (I)
C. A energia de ionização de (III) é igual a de (II)
D. Os átomos (I) e (IV) apresentam propriedades químicas semelhantes
E. Os átomos (II) e (IV) possuem o mesmo número quântico principal

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51. O quadro abaixo representa a tabela periódica dos elementos. As letras não correspondem aos verdadeiros
símbolos.

Pela localização na tabela acima podemos afirmar que a ordem crescente do tamanho dos átomos é:
A. C, D, A, B B. B, A, D, C C. A, B, D, C D. C, D, B, A

52. Na tabela periódica, Rubídio está abaixo de potássio no grupo I e o iodo está debaixo do bromo no grupo VII.
Qual dos seguintes pares de elementos reage mais vigorosamente sob mesmas condições?
A. Potássio e bromo B. Potássio e iodo
C. Rubídio e bromo D. Rubídio e iodo

53. O quadro abaixo representa a porção superior da tabela periódica dos elementos. As letras não correspondem aos
verdadeiros símbolos.

Pela localização da tabela acima, podemos afirmar que:


A. a electronegatividade de D é menor do que a de E
B. D e A são, respectivamente, metal e não-metal
C. E e J apresentam três camadas de electrões
D. A energia de ionização de D é maior do que a de E

54. São feitas as afirmações seguintes, com referência ao elemento flúor:


I - O flúor é um halogénio
II - O flúor localiza-se no segundo período da tabela periódica
III - O flúor é menos electronegativo do que o cloro
IV - O flúor tem propriedades similares às do cloro
São correctas as afirmações:
A. I, II e III B. II, III e IV C. I, II e IV D. I, III e IV

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55. Considere a seguinte informação sobre os elementos químicos E, F e G (as letras não correspondem aos
verdadeiros símbolos).

E: Z=5
F: Z=6 raio atómico = 0,77.10 –10 electronegatividade = 2,50
G: Z=7
A. raio atómico de E > 0,77.10 –10 m e electronegatividade > 2,50
B. raio atómico de E > 0,77.10 –10 m e electronegatividade < 2,50
C. raio atómico de E < 0,77.10 –10 m e electronegatividade < 2,50
D. raio atómico de E > 0,77.10 –10 m e electronegatividade = 2,50

56. O quadro abaixo representa o segundo período da tabela periódica dos elementos.

GRUPOS

I II III IV V VI VII VIII

Período 2 Li Be B C N O F Ne

Pela localização na tabela acima podemos considerar as seguintes afirmações:


1) O nitrogénio é o elemento menos metálico que o carbono.
2) O composto fluoreto de lítio apresenta a fórmula LiF2
3) O oxigénio tem mais de cinco mas menos de sete electrões na sua última camada electrónica
4) O raio atómico do flúor é menor do que o raio atómico do lítio.
As certas são:
A. 2 e 3 B. 1, 2 e 4 C. 1, 3, e 4 D. todas

57. Assinale a afirmação correcta:


A. O carácter metálico aumenta de esquerda para direita na tabela periódica
B. Os elementos mais electronegativos encontram-se no 1º grupo da tabela periódica
C. Os não metais tendem a ganhar electrões para atingir o número de electrões de valência de um gás nobre
D. Nenhuma das afirmações está correcta

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58. Tendo os elementos Li, Mg, C, N, S, Ca, K, Br, Cl os que apresentam carácter metálico são:
A. Li, Mg, C, K, Ca B. Mg, Ca, K, Li
C Li, Ca, C, S, K, N, Br D. Cl, C, S, N

59. São dados quatro átomos A, B, C e D com números atómicos 3, 11, 17 e 19 respectivamente. O carácter
metálico nesta série aumenta na seguinte ordem:
A. A-B-C-D B. A-B-D-C C. C-A-B-D D. D-C-B-A E. não é definido

60. Das propriedades abaixo, a única que é típica dos elementos do grupo VII A da tabela periódica é:
A. Conductividade térmica elevada B. Conductividade eléctrica elevada
C. Electroafinidade elevada D. Energia de ionização baixa
E. Electroafinidade baixa

61. Assinale a afirmação certa.


A energia de ionização é:
A. A energia que dissolve quando um átomo isolado recebe um electrão.
B. A energia que é aplicada no processo de ionização duma partícula neutra.
C. A energia necessária para arrancar um electrão de um átomo.
D. A energia necessária para libertar os iões duma rede iónica.

62. Assinale a reacção que requer a maior energia de ionização:


A. Si3+(g) → Si4+(g) + e- B. Si(g) → Si+(g) + e-
C. Si2+(g) → Si3+(g) + e- D. Si+(g) → Si2+(g) + e-

63. Em quais das filas há aumento da energia de afinidade electrónica?


A. Li-Na-K-Rb B. Si-Se-Te-Po C. Si-P-S-Cl D. O-N-C-B

64. Dadas as configurações electrónicas dos seguintes átomos no estado fundamental:


I. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 II. 1s2 2s2 2p6 3s2 III. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 IV. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
É ERRADO afirmar que:
A. O átomo III tem a maior afinidade electrónica
B. O ganho de um electrão pelo átomo IV ocorre com a libertação de energia
C. O átomo IV é um halogénio
D. O átomo I tem o maior potencial de ionização
E. A perda de 2 electrões pelo átomo II leva a formação do catião Mg2+

65. Num composto, sendo X o catião e Y o anião e a fórmula do composto X2Y3, provavelmente os átomos X e Y no
estado normal tinham os seguintes números de electrões na última camada, respectivamente:
A. 3 e 6 B. 2 e3 C. 3 e 2 D. 6 e 3

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CAPÍTULO 3: Ligação Química

3.1. Conceito de Ligação Química


Muito poucos elementos na natureza se encontram como átomos isolados (livres).
Os átomos associam-se entre si ou com átomos de outros elementos. Assim, moléculas como H2, O2, N2 e
halogénios existem como associações de dois átomos (moléculas diatómicas). O carbono encontra-se na forma de
grafite ou diamante; existe fósforo vermelho, como branco; a molécula de H2O é o resultado da ligação entre átomos
de oxigénio e hidrogénio.

A ligação química é a união estabelecida entre átomos para formarem moléculas que constituem a estrutura básica
duma substância ou composto. (Ligação = força = interacção)

Na formação de uma ligação química há sempre libertação de uma certa quantidade de energia (energia de ligação).
Todos os elementos químicos tendem a ganhar, perder ou compartilhar os electrões para atingir a configuração
electrónica do gás nobre mais próximo, isto é, 8 electrões na última camada, exceptuando o hidrogénio que se
estabiliza com 2 electrões.

Exemplo:
Na molécula de H2, cada átomo tem um electrão na sua orbital 1s, com electrões que correspondem à configuração
electrónica do gás nobre mais próximo o Hélio (1s2).

3.2. Teoria ou Regra de Octeto

Esta regra afirma que os átomos ganham, perdem ou compartilham electrões, de tal forma que a sua camada de
valência fique sempre com oito (8) electrões. Esta teoria surgiu devido ao facto de os gases nobres, em condições
normais, não se ligarem a nenhum átomo. Os elementos do 1 o período (H e He) atingem a estabilidade com 2
electrões à sua volta.
Esta teoria aplica-se essencialmente à maioria dos elementos representativos (família A).

Actualmente conhecem-se muitas excepções a esta regra.

Excepções
a) Se átomos com menos de 4 electrões de valência formarem ligações covalentes pela compartilha de electrões, não
terão um octeto de electrões.
Vejamos a formação do composto trifluoreto de boro:
2B + 3F2 2BF3
Neste composto o B só tem 6 electrões.

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Na formação do cloreto de berílio teremos:


Be + Cl2 BeCl2
Neste composto o Be só tem 4 electrões.

b) Também alguns iões não apresentam 8 electrões na última camada de valência. Vejamos as suas configurações,
começando pelo átomo neutro.
26Fe 1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 4s 2 3d 6

Retirando os últimos electrões teremos Fe2 +:


Fe 2 + 1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 3d 6

Veremos que este ião tem 14 electrões na última camada.

Retirando 3 electrões a partir do átomo neutro de Fe teremos Fe3+:


Fe3+ 1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 3d 5

O ião Fe3+ também não segue a regra de octeto porque tem 13 electrões na última camada .

3.3. Estrutura de Lewis. Fórmula Electrónica

A representação dos pares de electrões com tracinhos (–) foi proposta pelo Prof. Lewis (1875-1946) e em sua
homenagem chama-se Estrutura de Lewis. Um tracinho entre dois átomos representa um par de electrões
compartilhados, que ao mesmo tempo pertencem aos dois átomos. A estrutura de Lewis da molécula de H2 é H-H ou
H· ·H. O par de electrões compartilhados é responsável pela ligação entre dois átomos.

A estrutura de Lewis é limitada às substâncias covalentes (formadas por átomos de elementos ametálicos).

3.3.1. Determinação da Estrutura de Lewis para moléculas covalentes


1.° Passo: Determinar o número de electrões de valência de cada átomo na partícula.
Para tal, deve conhecer-se o número de electrões da última camada de cada átomo componente da substância.
2.° Passo: Determinar o número de electrões necessário para cada átomo atingir a estabilidade.
O H precisa de 2e- para ser estável.
Os outros átomos precisam de 8e-.
3.° Passo: Determinar o número de electrões compartilhados (que é a diferença entre o número de electrões estáveis
e o número de electrões de valência).
4.° Passo: Determinar o número de electrões não-compartilhados (que é a diferença entre o número de electrões de
valência e o número de electrões compartilhados).

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Exemplos:

H N H

NH3 H

1.° Passo 1 · 5 e- + 3 · 1 e- = 8 e- ( 4 pares)


2.° Passo 1 · 8 e- + 3 · 2 e- = 14 e- ( 7 pares)
3.° Passo 14 e- - 8 e- = 6 e- ( 3 pares)
4.° Passo 8 e- - 6 e- = 2 e- ( 1 par)

H 2O
1.° Passo 2 · 1 e- + 1 · 6 e- = 8 e- ( 4 pares)

H O H
2.° Passo 2 · 2 e- + 1 · 8 e- = 12 e- ( 7 pares)
3.° Passo 12 e- - 8 e- = 4 e- ( 2 pares)
4.° Passo 8 e- - 4 e- = 4 e- ( 2 pares)

3.4. Fórmula estrutural

A fórmula estrutural deriva da estrutura de Lewis e apresenta apenas os pares compartilhados, por meio de traços.

Exemplo: NH3 H

H N H

3.5. Tipos de Ligação Química

- Força de Van der Waals (Ex: H2, I2, CO2 , …)


Intermoleculares - Interacção dipolo-dipolo (Ex: HCl, CO, …)
- Pontes de hidrogénio (Ex: NH3, HF, H2O, CH3OH,…)

Ligações - Covalente apolar (Ex: I2)


Intramoleculares - Covalente polar (Ex: HCl)
- Covalente coordenada ou dativa (Ex: NH4+)

Ligação metálica (metais)


Ligação iónica (sais, bases, óxidos metálicos)

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Ligação Intermolecular: Ocorre entre átomos de moléculas covalentes diferentes.


Ligação Intramolecular: Ocorre entre átomos dentro da mesma molécula covalente.
As ligações Intramoleculares são mais fortes do que as ligações Intermoleculares (força de Van der Waals,
interacção dipolo-dipolo e pontes de hidrogénio).

Quando há fusão ou evaporação duma substância quebram-se ou alargam-se as ligações Intermoleculares. As


ligações Intramoleculares só se quebram quando ocorre uma reacção química.

Em relação à rede metálica e à rede iónica não se pode afirmar categoricamente qual delas é a mais forte. Ambas são
fortes e dependem de caso a caso.
Exemplo: Pf do Fe ~ 1500 ºC ; Pf do Pb ~ 300 ºC ; Pf do NaCl ~ 900ºC

3.5.1. Ligações Intramoleculares


3.5.1.1. Ligação covalente ou atómica
Este tipo de ligação caracteriza-se pelo compartilhamento de um ou mais pares de electrões, durante a interacção
entre não-metais.

a) Ligação covalente apolar (Pura)


Nesta ligação, o par de electrões distribui-se simetricamente entre os dois átomos. Ocorre entre átomos de não-
metais do mesmo tipo.
Exemplos: H2, S8, Cl2, P4

Nota: Dependendo da geometria e da polaridade da molécula, mesmo a ligação de átomos diferentes pode ser
apolar.
Exemplos: CH4, CO2

b) Ligação covalente polar


Nesta ligação, o par de electrões compartilhados desloca-se parcialmente para o elemento mais electronegativo,
formando uma carga parcial positiva no elemento menos electronegativo.
Ocorre entre átomos de não-metais diferentes.
Exemplo: HCl, CO, PH3

c) Ligação covalente coordenada ou dativa


Até agora vimos que para a formação da ligação covalente, cada átomo interveniente contribui com um dos electrões
da ligação.
Casos há, porém, onde esta ligação é caracterizada pelo facto de ambos os electrões, serem fornecidos pelos mesmos
átomos ou por um dos átomos ligados. A ligação covalente, assim formada, diz-se Coordenada ou Dativa
significando este último termo que o par de electrões compartilhado é “dado” por um dos átomos. Estas covalências
são, em tudo, análogas às covalências normais, das quais não se distinguem. A diferente designação que se lhe dá
quer, apenas, sublinhar a diferente origem dos electrões à custa dos quais se estabeleceu.

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Por exemplo: O ião amónio, NH4+, forma-se a partir de uma molécula de NH3 e o ião H+. O átomo de N, no
amoníaco, tem um par de electrões não compartilhado, enquanto que o ião H + tem a orbital s livre. Então, os dois
electrões do N são compartilhados entre o H e o N, formando, assim, uma ligação covalente. Ao átomo de N chama-
se o átomo doador enquanto que ao átomo de H, o átomo receptor. Assim temos:

+ +
H H
. . . .
+
H : N : H + H H : N : H H N H
. . . .
H H
H

3.5.2. Ligação Iónica


Ocorre entre átomos de metal e não-metal. Esta ligação é caracterizada pela transferência de electrões entre os
átomos que participam na ligação química. Um dos átomos perde electrões, enquanto que o outro ganha os electrões
libertados.
Exemplo: NaCl

A ligação iónica ocorre entre o cerne atómico de um metal e a camada de valência de um não-metal (entre ião
positivo e ião negativo).
A este tipo de compostos ou substâncias dá-se o nome de substâncias iónicas ou compostos iónicos. Um composto é
iónico quando a diferença de electronegatividade é aproximadamente superior a 1,7.

Nota: Cerne atómico – É o átomo sem os seus electrões de valência, isto é, os núcleos positivos e os electrões das
camadas internas. Em geral, numa reacção química o cerne não sofre mudanças

3.5.2.1. Características dos compostos iónicos


 Devido à grande força entre os iões, a estrutura é compacta, apresentado forma e volume constantes, o que
caracteriza o estado sólido. Porém, guarde bem: todo o composto iónico é sólido, mas nem todo sólido é
iónico.
 Todo composto iónico tem estrutura cristalina, isto é, os iões se distribuem alternadamente, formando
poliedros regulares que são denominados retículos cristalinos.
 Todo composto iónico tem altos pontos de fusão e de ebulição.
 Quando sólidos, não conduzem corrente eléctrica. Porém, quando dissociados em solução aquosa ou no estado
fundido (líquido), são condutores de corrente eléctrica.

3.5.2.2. Rede iónica


É formada por iões positivos e iões negativos. Cristais iónicos são formados pelas substâncias iónicas e são sólidos.
Os iões ligam-se através de forças electroestáticas. As substâncias com rede iónica têm pontos de fusão e ebulição
muito elevados. São isoladores, pois os iões não se movem na rede, no estado sólido; ao se fundir um sólido com

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rede iónica, os iões passam a mover-se, sendo assim destruída a rede, consequentemente sais fundidos conduzem a
corrente eléctrica. Ocorre entre átomos de metal e não-metal.

Exemplo:
Na+ Cl - Na+ Cl - Rede iónica de NaCl
++
Cl -
++ Na+ Cl - Na+

Na+ Cl - Na+ Cl -
+
+++
++
3.5.3. Ligação metálica
Esta ligação é caracterizada pela existência de electrões livres. Os metais têm electronegatividade baixa, pois, a
atracção núcleo – electrões é fraca, logo ocorre entre átomos de metais. Os electrões movem-se formando um par de
electrões. Quanto maior for o número de electrões livres, menor será a intensidade da ligação metálica.
Exemplo: Barras de ferro, utensílios de alumínio, fios de cobre, anéis de ouro, etc.

3.5.3.1. Propriedades das substâncias com ligação metálica

 A rede metálica é cristalina, excepto a de Hg que é líquida.


 Dura e maleável, excepto a dos metais alcalinos que é mole.
 Pontos de fusão e ebulição elevados.
 Conduz a corrente eléctrica e o calor no estado sólido, porque possuem electrões livres da última camada que
se movem na rede.
 Os melhores condutores são os metais preciosos (nobres): Au, Ag, Pt e os semi-preciosos (p.ex: Cu). Não são
corroídos pelo ar, nem pelos ácidos diluídos. Podem ser atacados pelos ácidos concentrados à temperaturas
elevadas.

Normalmente usam-se os fios de Cu e Al como condutores, uma vez que os metais preciosos são de alto valor
económico.

3.5.3.1. Rede metálica


É formada por catiões e electrões livres. A presença de electrões livres na rede metálica significa que existem cargas
que se deslocam facilmente, através da rede, quando sob a acção de uma diferença de potencial eléctrico; os
electrões, movendo-se ao longo do metal, constituem a corrente eléctrica.

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As forças de atracção, em geral, entre os cernes e os electrões livres são fortes, e, consequentemente, os metais
apresentam pontos de fusão e ebulição elevados. O brilho metálico deve-se à existência de electrões livres.

Exemplo:

e- e- e- e-
Na+ Na+ Na+ Na+
e- + e- e- e- Rede metálica de Na

Na+ Na+ Na+ Na+


+-
e- e- - e- e e-
Na+ Na+ Na+ Na+

3.6. Geometria molecular


A geometria das moléculas é a forma como os átomos que constituem uma determinada molécula se dispõem no
espaço.
Para a determinação da geometria das moléculas é necessário:

1o Apresentar a fórmula electrónica da molécula;

2o Contar os pares electrónicos (compartilhados e livres ou não-compartilhados) à volta do átomo central. Cada
ligação dupla ou tripla é contada como um par.

No de pares electrónicos Estrutura geométrica Exemplos


2 Linear CO2, CS2, HCN
3 Triangular planar SO3, BF3
Tetraédrica regular: 4 pares compartilhados CH4
4
Piramidal: 3 pares compartilhados e 1 par livre NH3

Angular: 2 pares compartilhados e 2 pares livres H2O


5 Trigonal bipiramidal PCl5
6 Octaédrica (tetragonal bipiramidal) SF6

Nota: As substâncias formadas por 2 átomos são sempre lineares, p.ex. HF, CO.

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3.7. Polaridade das Ligações


Corresponde à diferença de electronegatividade (Δε) de 2 átomos que possuem os electrões que formam a ligação.

Muito polar
apolar polar ou iónica
0,4 1,7 Δε

Elemento Electronegatividade (ε) Ligação Δε Tipo de ligação


F 3,98 C–H 0,35 Apolar
O 3,44 N–H 0,84 Polar
N 3,04 O–H 1,24 Polar
Cl 3,0 F–H 1,78 Muito polar
C 2,55 C–O 0,84 Polar
H 2,20 Cl – H 0,80 Polar

3.8. Polaridade das moléculas


A molécula é um conjunto de ligações covalentes polares ou apolares.
Vamos verificar se esse conjunto de ligações é ou não polar.
Existe um método relativamente simples para constatar a polaridade de uma molécula.
Siga o roteiro:
Escreva a fórmula estrutural da molécula e verifique a polaridade das ligações:
a) Se todas as ligações forem apolares, então a molécula será apolar;
b) Se uma ou mais ligações forem polares, será necessário verificar a geometria da molécula. Para o efeito:
- Coloque vectores nas ligações polares. Esses vectores são originados de grandeza chamada momento
dipolar (μ) e têm sentido do pólo positivo para o pólo negativo.
- Verifique a resultante vectorial (μR):
 se μR = 0 teremos molécula apolar;
 se μR ≠ 0 teremos molécula polar.

Exemplo 1: H2O
Fórmula estrutural
H O H

Oxigénio é mais electronegativo que o hidrogénio. Logo, teremos 2 ligações polares:

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δ+ δ- δ+
H O H

Tendo em conta a geometria da água e colocando os vectores momentos dipolares (μ):

Oδ-
μ1 μ2
Hδ+ Hδ+
Achando a resultante entre μ1 e μ2: teremos uma resultante não-nula: μR ≠ 0
Logo, a molécula de água é polar.

A molécula polar funciona como se fosse um objecto com 2 pólos, um positivo e outro negativo, e pode ser
representada pelo símbolo:

+ -
--- -
Chamamos de momento dipolar (μ) entre 2 cargas iguais de sinais contrários ao produto da carga (em módulo)
pela distância que separa essas cargas.

d
+q -q
μ = q·d

Exemplo 2: CO2:
Fórmula estrutural:
O=C=O
O oxigénio é mais electronegativo que o carbono. Então, teremos 2 ligações polares:

δ- δ+ δ-
O = C = O

Instalando vectores momentos dipolares (μ):


Oδ- ← Cδ+ → Oδ-
μ1 μ2

A resultante destes vectores será nula: μR = 0 Logo, a molécula CO2 é apolar, apesar de possuir 2
ligações polares.
Por outras palavras, os pólos anulam-se e o conjunto funciona como se não houvesse polaridade alguma.

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3.8.1. Importância da polaridade molecular


A polaridade define a solubilidade e miscibilidade das substâncias:
- Substâncias polares geralmente dissolvem substâncias polares e iónicas;
- Substâncias apolares dissolvem substâncias apolares.

Os compostos que apresentam pontes de hidrogénio são polares.

3.9. Ligações Intermoleculares


São forças de atracção (coesão) que existem entre átomos de moléculas com ligações covalentes.

3.9.1. Forças de Van der Waals


Existem entre moléculas apolares. São as mais fracas das ligações intermoleculares, por conseguinte as substâncias
apolares apresentam pontos de fusão e de ebulição baixos. Estas forças formam-se devido:
1.º A indução: que é a interacção entre dípolos ou pólos induzidos flutuantes e moléculas neutras: I2.

2.º A força de dispersão: que são forcas que actuam em todas as moléculas, ou seja, a atracção recíproca entre todas
as moléculas com pólos induzidos.
Exemplo: H2, CO2, CH4, etc.

3.9.2. Interacção, ligação ou atracção dipolo-dipolo


Existe entre moléculas polares. É caracterizada por formar dois pólos (pólo positivo e pólo negativo). As moléculas
polares têm extremidades com cargas parciais opostas. Num conjunto dessas moléculas, os dípolos individuais
tendem a orientar-se de forma que a carga parcial negativa de uma molécula esteja perto da carga parcial positiva da
outra molécula.
Esta atracção é mais forte do que a que se verifica entre as moléculas apolares, onde só há atracção entre dípolos
flutuantes (instantâneos). Por esta razão, as substâncias polares geralmente têm pontos de fusão e ebulição mais
elevados do que as substâncias apolares de massa molecular equivalente.
Exemplo: HCl, CO, etc.

3.9.3. Ligação ou pontes de hidrogénio


Esta é uma ligação que ocorre entre moléculas polares nas quais o pólo positivo encontra-se invariavelmente no
átomo de hidrogénio, e o negativo nos átomos mais electronegativos: flúor, oxigénio, nitrogénio, etc., daí a razão de
as pontes de hidrogénio serem mais fortes do que as forças de Van der Waals e ligação dipolo-dipolo, pois estas
possuem os pontos de fusão e de ebulição bastante elevados.

Exemplo:
H-F.......H-F

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Nota: Entre duas substâncias covalentes, cujas massas moleculares são iguais ou próximas, aquela que contiver
pontes de hidrogénio geralmente apresentará o maior ponto de ebulição. Isso ocorre porque as pontes de hidrogénio
são mais fortes que as forças de Van der Waals.

3.10. Propriedades das substâncias moleculares ou covalentes


- Apresentam baixos pontos de fusão e ebulição;
- As substâncias moleculares apolares são geralmente gases à temperatura ambiente;
- No estado sólido, as substâncias moleculares são relativamente moles;
- Não conduzem a corrente eléctrica, pois não apresentam iões ou electrões livres.

3.11. Ordem de previsão de pontos de fusão e ebulição


1o Tipo de composto: iónico ou molecular.
Os compostos iónicos apresentam geralmente maiores pontos de fusão e de ebulição.

2o Presença de ligações pontes de hidrogénio.


A formação de pontes de hidrogénio aumenta os pontos de fusão e de ebulição.

3o Polaridade: a polaridade da molécula aumenta os pontos de fusão e de ebulição.

4o Massa molecular: os compostos com maior massa molecular apresentam elevados valores de pontos de fusão e de
ebulição.

5o Ramificação (geralmente para isómeros nos compostos orgânicos): a ramificação diminui os valores de pontos de
fusão e de ebulição.

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III. EXERCÍCIOS
1. Classifique os seguintes compostos em iónicos ou moleculares.
1. NH3 2. Al(HCO3)3

3. NH4Cl 4. H2O
5. B2O3 6. Ag2O

7. CaO 8. H2SO4

9. C6H6 10. SO3


11. BeO 12. SF6

2. Em qual (quais) das moléculas dadas tem lugar a ligação covalente apolar:
1) CO 2) CO2 3) O2 4) Cl2 5) HF

A. 1 e 4 B. 3 e 4 C. 2 e 5 D. 2, 3 e 5

3. No desenho abaixo as letras a e b representam:

H-Cl
a

H H-Cl H
Cl
b Cl
H-Cl
Cl
Cl
A. a representa ligação fraca intramolecular e b representa ligação forte intermolecular
B. a representa ligação forte intermolecular e b representa ligação fraca intramolecular
C. a representa ligação fraca intermolecular e b representa ligação forte intramolecular
D. a e b representam ligações entre moléculas de diferentes substâncias.

4. Dadas as seguintes características dos compostos iónicos:


1) Devido à grande força de atracção entre os iões a estrutura dos compostos iónicos é compacta,
apresentando forma e volume constante.
2) Todo composto iónico é sólido, mas nem todo sólido é composto iónico.
3) Todo composto iónico tem alto ponto de fusão e de ebulição.
4) Quando sólidos, não conduzem corrente eléctrica. Quando dissociados em solução aquosa ou no estado
líquido, são condutores da corrente eléctrica.
Verdadeiras são:
A. 1, 2, 3 e 4 B. 2, 3 e 4 C. 3 e 4 D. 1, 2 e 3

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5. Durante o processo de evaporação da água quebram-se:


A. ligações iónicas entre átomos de oxigénio e hidrogénio
B. ligações intramoleculares
C. ligações atómicas (covalentes) entre átomos de hidrogénio e oxigénio
D. ligações intermoleculares

6. Dois elementos X e Y formam um composto molecular de fórmula XY. As configurações electrónicas possíveis
do átomo dos elementos X e Y são, respectivamente:
X Y
1
A. 1s 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
B. 1s2 2s2 1s2 2s2 2p5
C. 1s2 2s2 2p6 3s2 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
D. 1s2 2s2 1s2

7. Dadas as seguintes informações sobre as substâncias X e Y:


X: é um sólido condutor de energia eléctrica, funde a alta temperatura e não é solúvel
em água.
Y: é um sólido não condutor de energia eléctrica, funde a alta temperatura e é solúvel
em água.
Com base na informação pode-se dizer que:
A. ambas substâncias são moleculares
B. ambas as substâncias são iónicas
C. X é substância metálica e Y é substância iónica
D. Não se pode dizer porque nada se informa sobre o tipo de ligação química.

8. Quatro átomos são rotulados como D, E, F e G. As suas electronegatividades (χ) são as seguintes: χD=3,8 , χE=
3,3 , χF=2,8 , χG=1,3. Se os átomos destes elementos formarem moléculas DE, DG, EG e DF, de que modo disporia
estas moléculas por ordem crescente de ligação covalente?
A. EG<DF<DE<DG B. DE<DG<EG<DF C. DG<EG<DF<DE
D. DG<DF<DE<EG E. DE<DF<EG<DG

9. Durante o processo de evaporação do Hexano (C6H14) são quebradas:


A. Ligações covalentes nas moléculas de Hexano
B. Ligações intramoleculares
C. Pontes de hidrogénio entre moléculas de C6H14
D. Forças de Van der Waals entre as moléculas de C6H14

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10. O bromo evapora a temperatura ambiente, por isso no bromo líquido as forças intramoleculares são:
A. iguais às intermoleculares
B. mais fortes do que as forças intermoleculares
C. mais fracas do que as forças intermoleculares
D. diferentes das forças intermoleculares, não sendo possível quais as mais fortes

11. Os elementos A e B (as letras não correspondem aos verdadeiros símbolos) do primeiro e sexto grupo da tabela
periódica, respectivamente, combinam-se para formar um composto que apresenta:
A. fórmula A2B e ligação iónica
B. fórmula A2B e ligação covalente
C. fórmula A2B e ligação metálica
D. fórmula AB2 e ligação iónica

12. A valência do cloro é 1 e a de enxofre é 2.


Qual das seguintes representa a mais provável fórmula estrutural do S2Cl2
A. Cl-S-S-Cl B. Cl-S=S-Cl C. S-Cl-Cl-S D. Cl-S-Cl

13. Ao aumentar a temperatura, uma barra de ferro dilata-se porque:


A. a distância entre os átomos de ferro aumenta
B. a distância entre cada núcleo de ferro e os seus electrões na última camada aumenta
C. a translação dos átomos de ferro é maior
D. os átomos de ferro dilatam-se

14. No processo de ebulição da água, são quebradas:


A. Só as forças de Van der Waals entre as moléculas de água
B. As ligações covalentes polares nas moléculas de água e as pontes de hidrogénio entre as moléculas de água.
C. As ligações de Van der Waals entre as moléculas de água e as pontes de hidrogénio entre as moléculas de
água.
D. As ligações covalentes polares entre os átomos de hidrogénio e os átomos de oxigénio, nas moléculas de
água.

15. Durante a evaporação do iodo (I2) quebram-se:


A. ligações atómicas (covalentes)
B. ligações intermoleculares
C. ligações iónicas
D. ligações intramoleculares

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16. Numa certa substância existem as seguintes ligações ou interacções químicas:


1. pontes de hidrogénio
2. força de Van der Waals
3. ligações atómicas (covalentes)
A ordem crescente das forças das ligações ou interacções será:
A. 1, 2, 3 B. 3, 2, 1 C. 2, 1, 3 D. 2, 3, 1

17. São dados os seguintes compostos de hidrogénio e os seus pontos de fusão.


Composto Ponto de fusão (ºC) Composto Ponto de fusão (ºC)
1. LiH 680 4. CaH2 1100
2. SiH4 - 185 5. NH3 - 78
3. CH4 - 183 6. HCl - 114

Geralmente os compostos iónicos (sais) têm pontos de fusão mais altos do que os compostos moleculares.
a) Quais dos 6 compostos são iónicos e quais são moleculares?

b) Indique na tabela um composto molecular que dissolve bem com a água e explique.

18. Dado o elemento X.


a) Apresente a distribuição dos electrões, pelos níveis electrónicos, de um átomo de X que tem 16 neutrões e número
de massa igual a 33.
b) Que tipo de ião pode o átomo formar? Justifique a sua resposta.
c) Qual é a valência do elemento X?
d) Represente a estrutura de Lewis do átomo X.

19. Qual das seguintes substâncias apresenta uma ligação covalente apolar?
A. Óxido de ferro B. Fluoreto de hidrogénio
C. Oxigénio D. Amoníaco

20. Assinale a afirmação errada:


A. As moléculas de H2O, NH3 e HF são todas polares
B. H2O não se comportaria como molécula polar se fosse linear
C. Sempre que há ligações polares, a molécula comporta-se polar
D. Devido a sua simetria o dióxido de carbono é apolar

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21. Qual dos seguintes compostos é mais solúvel na água?


A. CH3 - CH2 - CH2Cl.
B. CH3 - CH2 - CH2 - CH2 - OH
C. CH3 - CH2 - CH2 - OH
D. CHCl3

22. Dados três elementos do 3º período da tabela periódica: X (grupo II A); Y (grupo V A) e Z (grupo VII A). As
letras (X, Y e Z) não correspondem com os símbolos reais. Os compostos entre X e Y, entre X e Z e entre Y e Z
podem ser caracterizados por:
Fórmula Ligação
De X e Y De X e Z De Y e Z Entre X e Y Entre X e Z Entre Y e Z
A X3Y2 XZ2 YZ3 iónica iónica atómica
B X2Y3 X2Z Y3Z iónica iónica atómica
C X3Y2 XZ2 YZ3 atómica atómica atómica
D X3Y2 XZ2 YZ3 atómica atómica iónica

23. Um elemento químico A tem a seguinte configuração electrónica:


1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
Qual dos elementos representados a seguir, através da sua configuração electrónica, forma com o elemento A:
X = 1s2 2s2 2p5
Y = 1s2 2s2 2p6 3s1
Z = 1s2 2s2 2p6
a) Um composto iónico?
b) Um composto covalente?

24. Se dois gases têm a mesma massa molecular, qual das seguintes afirmações será verdadeira:
A. Eles têm a mesma solubilidade em água.
B. Eles têm o mesmo ponto de fusão.
C. Eles têm o mesmo número de átomos em uma molécula
D. Nem A, nem B, nem C

25. Uma substância A conduz corrente eléctrica em solução aquosa. Outra substância, B, conduz corrente no estado
sólido. E uma terceira, C, nunca conduz corrente eléctrica. O tipo de ligação química existente nessas substâncias é
respectivamente:
A. Iónica; metálica; covalente polar B. Metálica, iónica; covalente apolar
C. Covalente polar; iónica; covalente apolar D. Iónica; metálica; covalente apolar

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26. As fórmulas Fe, KF e F2 representam, respectivamente, substâncias com ligações químicas dos tipos:
A. Covalente, covalente e metálica
B. Iónica, iónica e covalente
C. Metálica, iónica e covalente
D. Iónica, metálica e metálica
E. Metálica, covalente e iónica

27. Quando a água congela ocorre:


A. redução de ligações intermoleculares
B. redução de ligações intramoleculares
C. aumento de ligações intermoleculares
D. aumento de ligações intramoleculares

28. Considerem-se dois compostos E e F, sendo o primeiro molecular, e o segundo iónico. Pode-se afirmar que:
A. os dois quando fundidos, sempre conduzem corrente eléctrica.
B. os dois quando em solução aquosa, sempre conduzem a corrente eléctrica.
C. somente E pode conduzir electricidade, quando ambos estão em solução aquosa.
D. no composto F, podem ocorrer ligações covalentes entre seus átomos.

29. A ligação química entre o elemento de número atómico 17 e o de número atómico 19 é do tipo:
A. de Van der Waals B. Covalente C. Iónica D. Metálica

30. O diagrama abaixo mostra a estrutura do asbestos (amianto):

O O O
Si Si Si
-
O O - -O O- -O O
2+
Mg Mg 2+ Mg 2+

A ligação no asbestos é:
A. só covalente
B. só iónica
C. ambas covalente e iónica
D. nem covalente nem iónica

31. Qual dos compostos abaixo é melhor exemplo de composto iónico?


A. SnCl4
B. CCl4
C. BF3
D. SiCl4

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32. Pela sublimação da naftalina quebram-se as ligações:


A. iónicas B. atómicas (covalentes)
C. intermoleculares D. metálicas

33. Uma das substâncias a seguir mencionadas apresenta as seguintes propriedades: À temperatura ambiente é um
sólido, não conduz corrente eléctrica e é solúvel em água. Quando aquecida, a mesma substância fundida é
condutora de corrente eléctrica. De acordo com estas características, essa substância poderia ser:
A. Sacarose B. Cloreto de potássio C. Diamante D. Magnésio

34. Misturam-se os seguintes líquidos e/ou sólidos:


1. açúcar + água
2. gasolina + óleo vegetal
3. água + óleo vegetal
4. álcool + água
Indique os casos onde se obtêm misturas homogéneas
A. 1 e 4 B. 1, 2 e 4 C. 2 e 3 D. apenas 1

35. Qual dos compostos a seguir tem o ponto de ebulição mais alto?
A. CH3CH2OCH2CH3 B. CH3CH2CH2CH3 C. CH3CH2OH
D. CH3CH2OCH3 E. Os compostos A e B

36. Coloque os compostos em ordem crescente segundo os seus pontos de ebulição:


I- CH3-CH2-CHO II- CH3-CH2-CH2-CH3
III- CH3-COOH IV- CH3-CH2-CH2OH
A. II, IV, I, III B. II, I, IV, III C. III, IV, I, II D. IV, III, I, II

37. Considere os seguintes compostos:


(1) CH3- CH2-O- CH2- CH3 (2) BaO (3) CH3- CH2-OH (4) CH3- CH2- CH3

A ordem decrescente dos seus pontos de ebulição é:


A. (2), (1), (3) e (4) B. (4), (1), (3) e (2)
C. (2), (3), (1) e (4) D. (2), (1), (3) e (4)

38. Se o líquido Q for um solvente polar e o líquido R um não polar. Deve-se esperar que:
A. Ambos sejam imiscíveis com um outro liquido T
B. Ambos sejam miscíveis entre si
C. Nenhum deles seja miscível com CCl4
D. O líquido Q seja miscível com água

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CAPÍTULO 4: Reacções Químicas e Funções Inorgânicas


4.1. Reacção Química
Reacção química: é qualquer transformação química, em que uma ou mais substâncias se transformam em uma ou
mais substâncias diferentes. As substâncias que são transformadas chamam-se reagentes (as do 1º membro da
equação química) e as que são obtidas chamam-se produtos da reacção (as do 2º membro da equação química).
Durante a reacção química há quebra de ligações intramoleculares.

Equação química: é representação simbólica das substâncias que intervêm na reacção química. Ela dá-nos a
qualidade e quantidade das substâncias reagentes e produtos respectivos.
Toda a reacção química possui uma representação gráfica que se chama equação química. Numa equação química,
você deve distinguir:

Exemplo: 1C2H6O(l) + 3O2(g) → 2CO2(g) + 3H2O(l)


Reagentes: substâncias que reagem (C2H6O; O2)
Produtos: substâncias que se formam (CO2; H2O)
Coeficientes: números que precedem as fórmulas dos reagentes e dos produtos e que indicam as quantidades
mínimas de moléculas das substâncias que reagem e que se formam (1; 3; 2; 3). O coeficiente 1 pode ser omitido da
equação química.

A equação química deve incluir os estados físicos de todas as substâncias envolvidas: s, l, g e ainda a notação aq
(solução aquosa).

4.1.1. Condições necessárias para uma reacção química


Conhecer os reagentes e os produtos da reacção e as respectivas fórmulas ou símbolos químicos.
Organizar o esquema situando:
no 1.º membro os reagentes separados pelo sinal +;
no 2.º membro os produtos separados também pelo sinal +;
A separar os dois membros põe-se uma seta no sentido em que a reacção se desenvolve.
Reagentes → Produtos
A + B → C + D

4.1.2. Acerto de equações químicas


Em qualquer sistema químico verifica-se a Lei de Lavoisier ou Lei da conservação de massa: “Numa reacção
química, a massa total dos reagentes é igual à massa dos produtos”.
Para que isso aconteça é necessário que a equação química esteja acertada ou balanceada. O acerto de equações é
sempre efectuado por meio de tentativas, mas existem alguns princípios que devem ser seguidos:
1.º Acertar o número de átomos de metais;
2.º Acertar o número de átomos de ametais, exceptuando o oxigénio e hidrogénio;

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3.º Acertar o número de átomos de oxigénio;


4.º Acertar o número de átomos de hidrogénio.

Ex: 2H2(g) + O2(g) → 2H2O(g)

2NaHCO3(s) Δ Na2O(s) + H2O(g) + 2CO2(g)

O acerto pode ser efectuado por números inteiros como fraccionários positivos.
2H2(g) + O2(g) → 2H2O(g)
Ou
H2(g) + ½O2(g) → H2O(g)

É interessante notar que as substâncias reagem entre si em proporções determinadas. Assim, 2 moléculas de
hidrogénio necessitam de 1 molécula de oxigénio (e não mais!) para se transformarem em 2 moléculas de água; ou
por outro lado, 1 molécula de hidrogénio necessita de 1/2 molécula de oxigénio para a formação de 1 molécula de
água.
Os coeficientes estequiométricos correspondem às proporções das substâncias.

A Lei de Proust ou Lei das proporções definidas é também uma das leis fundamentais de reacções químicas que o
químico francês Joseph Louis Proust formulou em 1797: “Duas ou mais substâncias combinam-se numa proporção
constante ou definida para formar sempre um dado composto”.

4.1.3. Tipos de reacções químicas


Quando se faz a classificação de reacções químicas, sempre é necessário definir os critérios de classificação. Por
exemplo, considerando o efeito energético, as reacções podem ser exotérmicas ou endotérmicas, porque todas as
reacções decorrem com a variação do conteúdo energético.
A reacção representada pela equação N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g) + calor , pode ser classificada
simultaneamente como sendo uma reacção de síntese, reversível, redox ou reacção exotérmica.

4.1.3.1. Reacção endotérmica


Reacção que ocorre com absorção de calor.
C + 2S + Calor → CS2

4.1.3.2. Reacção exotérmica


Reacção que ocorre com libertação de calor.
2H2 + O2 → 2H2O + Calor

Estes tipos de reacções são estudados num capítulo especial que se constitui numa das partes da Química:
Termoquímica.

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4.1.3.3. Reacção de Síntese (Formação)


Combinação de substâncias simples ou compostas para formar um único composto (produto principal). Exemplo:
H2 + ½ O 2 → H2O;
N2 + 3H2 → 2NH3
SO3 + H2O → H2SO4

4.1.3.4. Reacção de Decomposição ou Análise – é inversa à reacção de síntese.


Reacção em que uma substância composta é fraccionada em outras substâncias simples ou compostas.
a) Termólise
Decomposição sob acção do calor.
CaCO3 (S) Δ CaO (S) + CO2.(g)

b) Electrólise
Decomposição sob acção de corrente eléctrica. Método usado na produção industrial de cloro.
2 NaCl (l) I 2 Na(s) + Cl2 ↑
Onde I é intensidade da corrente eléctrica.

c) Hidrólise
Decomposição sob acção da água.

NH2-CO-NH2 H2O 2NH3 + CO2

d) Fotólise
Decomposição sob acção da luz.

AgCl (S) Luz UV Ag(s) + Cl2 ↑

As películas das chapas fotográficas e filmes são constituídos por AgCl, por isso, devem ser guardados no escuro.

4.1.3.5. Reacção de Combustão


Combinação de combustível com comburente. O oxigénio é o comburente universal. O comburente é aquele que
alimenta as combustões.
Geralmente as combustões originam óxidos.

a) Combustão de Substâncias Simples


S8 + 8 O2 → 8 SO2
Cexc + ½ O2 → CO
C + O2(excesso) → CO2

b) Combustão de Compostos
3
H 2S + /2 O2 → H2O + SO2

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Geralmente a combustão de substâncias compostas origina óxidos dos elementos constituintes do combustível.
C12H22O11 + 12 O2 → 12 CO2 + 11 H2O
sacarose

17
2 CH3-NH2 + /2 O2 → 2 CO2 + 5 H2O + 2 NO2
Metilamina

CH4 + 2 O2 → CO2 + H2O


Metano

C2H2 + 5/2 O2 → 2 CO2 + H2O


Acetileno

4.1.3.6. Reacções de Troca ou Substituição


a) Reacções de deslocamento (Simples troca) – decorrem entre um composto e uma substância simples para
formar um outro composto e uma nova substância simples.
H2SO4 dil + Zn → ZnSO4 + H2↑

b) Reacções de dupla troca ou substituição dupla – reacções entre dois compostos para formar duas novas
substâncias compostas.
NaOH + HCl → 2 NaCl + H2O
NaCl (aq) + AgNO3 (aq) → NaNO3(aq) + AgCl (ppt)
Com relação às reacções de deslocamento e dupla troca, existem certas condições para que elas ocorram. Tais
condições você estudará na parte de Funções Inorgânicas.

4.1.3.7. Reacção de Neutralização – Ocorre entre ácidos e bases.


HCl + NaOH → NaCl + H2O
3 HCl + Al(OH)3 → AlCl3 + 3H2O

4.1.3.8. Reacções de Precipitação – ocorrem com a formação de um produto insolúvel .


As reacções de precipitação mais comuns são aquelas que se verificam entre sais.
NaCl (aq) + AgNO3 (aq) NaNO3(aq) + AgCl (ppt)

Geralmente as reacções de precipitação escrevem-se na forma iónica ou iónico-molecular:


Ag+(aq) + Cl-(aq) AgCl (s)

Para a previsão na formação de precipitados, deve-se ter em conta algumas propriedades de solubilidade:
- Todos os sais de sódio e potássio são solúveis, incluindo os seus hidróxidos;
- Todos os nitratos (NO3-) são solúveis;
- Geralmente os sais de amónio (NH4+) são solúveis;
- A maioria dos sais de prata (Ag), cobre (Cu), Chumbo (Pb) e mercúrio (Hg) é insolúvel.

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4.1.3.9. Reacção irreversível


Reacção que ocorre num único sentido.
CaCO3 (S) Δ CaO (s) + CO2 (g)

Tais reacções ocorrem em geral quando se forma um sólido ou, então, quando a reacção se processa num frasco
aberto e se forma um gás.

4.1.3.10. Reacção reversível


Reacção que ocorre simultaneamente em dois sentidos opostos.
N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g)
Tais reacções são estudadas num capítulo especial chamado Equilíbrio químico.

4.1.3.11. Reacções Espontâneas – decorrem só por juntar os reagentes.


As reacções espontâneas dependem da temperatura.
Na (s) + H2O (l) → NaOH (aq) + H2 (g)

4.1.3.12. Reacções Não Espontâneas – decorrem pelo fornecimento de calor.


CaCO3 (S) Δ CaO (S) + CO2(g)

4.1.3.13. Reacções Redox


Reacções que ocorrem com variações de Nox (número de oxidação).
2H2 + O2 → 2H2O

As reacções redox serão estudadas detalhadamente em Electroquímica.

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4.2. Funções Inorgânicas


Funções inorgânicas são funções caracterizadas por apresentar um conjunto de substâncias com propriedades
químicas semelhantes, denominadas propriedades funcionais.
Uma função química apresenta átomos ou grupos de átomos responsáveis pelas propriedades semelhantes,
denominada radical funcional. Assim, as principais funções existentes da química inorgânica são:
 Função óxido ou simplesmente Óxido
 Função ácido ou simplesmente Ácido
 Função base ou simplesmente Base
 Função sal ou simplesmente Sal.

4.2.1. Óxidos
Óxidos são compostos químicos binários em que um dos elementos é o oxigénio, sendo ele, ao mesmo tempo, o
elemento mais electronegativo.

Consequentemente, o composto OF2 (difluoreto de oxigénio) não é considerado óxido, pois o flúor é mais
electronegativo que o oxigénio.

Os óxidos obedecem à seguinte fórmula: X2On


Onde: X – é o elemento que se combina com oxigénio

n – é a valência do elemento X;

2 – é a valência do oxigénio

4.2.1.1. Classificação
a. Óxidos ácidos (anidridos de ácidos)
Nestes óxidos o oxigénio está ligado a um não-metal ou metal de valência superior a IV. Reagem com água,
produzindo ácido e reagem com base, produzindo sal e água.

Exemplo: SO2 , CO2, N2O5 , N2O3 , CrO3

Veja as reacções químicas nas propriedades químicas de óxidos.

b. Óxidos básicos
Nestes óxidos o oxigénio frequentemente está ligado a um metal do I e II Grupo A e formam ligação iónica. Reagem
com água, produzindo base e reagem com ácido, produzindo sal e água. Exemplo: Na 2O, CaO, K2O, MgO

Aprecie a reactividade na parte das propriedades químicas de óxidos.

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c. Óxidos anfóteros
Nestes óxidos o oxigénio está ligado a semi-metais e metais de transição (centro da tabela Periódica). Reagem com
ácido forte, produzindo sal e água e reagem com base forte, produzindo sal e água.

Exemplo: ZnO, Al2O3, SnO, Fe2O3

d. Óxidos indiferentes ou neutros

Não reagem com água, ácidos ou bases. Exemplo: CO, NO, N 2O.

e. Óxidos mistos ou duplos (óxidos salinos)


Apresentam comportamento como se fossem formados por 2 outros óxidos do mesmo elemento com Nox diferentes.
Estes óxidos reagem com ácidos formando sais e água.

A fórmula geral destes óxidos é: Me3O4, onde Me é metal.


Exemplo: Fe3O4 = FeO.Fe2O3
Pb3O4 = 2PbO.PbO2

f. Peróxidos (O22-)
Apresentam o oxigénio com Nox = -1. Estes óxidos reagem com água, produzindo base e H2O2 e reagem com ácido,
formando sal e H2O2. A fórmula geral dos peróxidos é: X2(O2)n

Onde: X – elemento químico metálico ou hidrogénio


n – valência do elemento

Exemplos: Na2O2 – peróxido de sódio;


H2O2 – peróxido de hidrogénio (água oxigenada);
CaO2 – peróxido de cálcio
Veja a reactividade dos peróxidos nas propriedades químicas de óxidos.

g. Superóxidos ou Polióxidos (O42-)


Apresentam o oxigénio com Nox = -½. Reagem com água, produzindo base, H2O2 e O2 e reagem com ácido,
produzindo sal, H2O2 e O2. A fórmula geral dos polióxidos é: X2(O4)n

Onde: X – elemento químico metálico ou hidrogénio


n – valência do elemento
Exemplos: Na2O4 – polióxido de sódio; CaO4 – polióxido de cálcio; H2O4 – polióxido de hidrogénio

O polióxido de hidrogénio é instável e decompõe-se em H2O2 e O2.

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4.2.1.2. Nomenclatura
4.2.1.2.1. Óxidos de elementos metálicos
a) Elementos metálicos que formam um óxido
Óxidos de elementos dos grupos I A, II A, III A e alguns elementos de transição.

Óxido de (nome do elemento ligado ao oxigénio)

Exemplos: Na2O = óxido de sódio; CaO = óxido de cálcio; Al2O3 – óxido de alumínio

b) Elementos metálicos que formam vários óxidos


Elementos do grupo IV A e alguns metais de transição.

Óxido de (nome do elemento ligado ao oxigénio) (nox do elemento em algarismos romanos)

Ou

Óxido (nome do elemento ligado ao oxigénio) sufixo oso ou ico

Sufixo oso para menor valor de nox

Sufixo ico para maior valor de nox.


Exemplos: FeO = óxido ferroso; Fe2O3 = óxido férrico

FeO = óxido de ferro (II); Fe2O3 = óxido de ferro (III)

Cu2O = óxido cuproso; CuO = óxido cúprico


Cu2O = óxido de cobre (I); CuO = óxido de cobre (II)

4.2.1.2.2. Óxidos de elementos ametálicos


Uma nomenclatura mais racional, oficializada em 1957, manda escrever a palavra óxido e o nome do elemento
precedidos de prefixos indicativos de quantidade de oxigénio e do elemento.

(Prefixo do oxigénio)óxido de (prefixo do elemento)(nome do elemento ligado ao oxigénio)

Omite-se o prefixo mono para os elementos ametálicos.


Exemplos: N2O3 = trióxido de dinitrogénio
P2O5 = pentóxido de difósforo.
CO2 = dióxido de carbono
CO = monóxido de carbono

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4.2.1.3. Métodos de obtenção


a) Combustão de substâncias simples e Compostos
4K + O2 → 2K2O
C + O2 → CO2
CH4 (g) + 2O2 (g) → CO2 (g) + 2H2O (g)
2H2S (aq) + 3O2 → 2SO2 (g) + 2H2O (g)

b) Decomposição de sais oxigenados


CaCO3 (s) → CaO (s) + CO2 (g)

c) Decomposição de bases
Zn(OH)2 (s) → ZnO (s) + H2O (g)

d) Decomposição de ácidos oxigenados


H2CO3 (aq) → CO2 (g) + 2 H2O (l)
O ácido carbónico é instável à temperatura ambiente e origina CO 2 e H2O.

e) Redução de óxidos superiores


Podemos ter dois óxidos de um mesmo elemento com diferença no teor de oxigénio.

Fe2O3 (óxido superior) + C → FeO (óxido inferior) + CO

f) Oxidação de um óxido inferior


É o processo inverso do anterior, ou seja, a transformação de um óxido inferior em óxido superior, por meio de
oxigénio.
SO2 (óxido inferior) + O2 → 2SO3 (óxido superior)

g) Extracção de jazigos minerais


É muito grande o número de óxidos existentes em jazigos naturais (depósitos de rochas), podem ser extraídos por
um processo de purificação.
Exemplo: SiO2 – quartzo; MnO2 – pirolusite; Fe2O3 – hematite; SnO2 – cassiterite;
Fe3O4 – magnetite; Al2O3 – corindon.

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4.2.1.4. Propriedades químicas


Óxidos reagem: Exemplo
CO2 + H2O → H2CO3
Com água Na2O + H2O → 2NaOH
Na2O2 + H2O → 2NaOH + H2O2
Na2O4 + H2O → 2NaOH + H2O2 + O2
Na2O + 2HCl → 2NaCl + H2O
Com ácidos ZnO + 2HCl → ZnCl2 + H2O
Fe3O4 + 4H2SO4 → Fe2(SO4)3 + FeSO4 + 4 H2O
Na2O2 + 2HCl → 2NaCl + H2O2
Na2O4 + 2HCl → 2NaCl + H2O2 + O2
Com bases CO2 + 2NaOH → Na2CO3 + H2O
ZnO + 2NaOH → Na2ZnO2 + H2O
Com óxidos K2O(óxido básico)+ SO3 (óxido ácido) →K2SO4 (sal)

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4.2.2. Ácidos
Um ácido, no final do século XIX e segundo o sueco Svante August Arrhenius, passou a ser definido como uma
substância que, em solução aquosa, liberta iões H+ como único tipo de catião.

Estes obedecem à seguinte fórmula: HnA


Onde:
n – valência do radical ácido ou anião
A – radical ácido

4.2.2.1. Radical ácido (negativo) ou anião


Com auxílio da tabela abaixo, torna-se fácil escrever as fórmulas dos ácidos mais usuais. Basta lembrar a fórmula
geral de um ácido inorgânico.

Aniões
Aniões
Carga Fórmula Nome
Carga Fórmula Nome
F- Fluoreto 2-
S Sulfureto
Cl- Cloreto 2-
SO4 Sulfato
Br- Brometo 2-
SO3 Sulfito
I- Iodeto
2- CO32- Carbonato
ClO4- Perclorato 2-
CrO4 Cromato
ClO3- Clorato
Cr2O72- Dicromato
ClO2- Clorito 2-
MnO4 Manganato
ClO- Hipoclorito
PO43- Fosfato
1- IO4- Periodato 3-
AsO4 Arseniato
IO3- iodato 3-
AsO3 Arsenito
IO2- iodito
SbO43- Antimoniato
IO- Hipoiodito 3-
3- SbO3 Antimonito
NO3- Nitrato
BO33- Borato
NO2- Nitrito
Fe(CN)63- Ferricianeto
CN- Cianeto
SiO44- Silicato
OCN- Cianato
4- Fe(CN)64- Ferrocianeto
SCN- Tiocianato
MnO4- Permanganato

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4.2.2.2. Nomenclatura
Uma regra prática referente à nomenclatura dos ácidos é:
Terminação do anião Terminação do ácido
ato ico
ito oso
eto ídrico

Os prefixos hipo e per (hiper)


 Quando o átomo central estiver com o Nox menor que –oso, será acrescentado o prefixo hipo.
Exemplo: HIO2 – ácido iodoso; HIO – ácido hipoiodoso

 Quando o átomo central estiver com o Nox maior que o –ico, será acrescentado o prefixo per (hiper).
Exemplo: H2SO4 – ácido sulfúrico (Nox do S = +6); H2SO5 – ácido persulfúrico (Nox de S = +8)

Os prefixos orto, meta e piro


orto: prefixo adoptado para o ácido com maior grau de hidratação, do qual se pode remover pelo menos uma
molécula de água (2 átomos de hidrogénio e 1 átomo de oxigénio).
Exemplo: H3PO4 – ácido ortofosfórico.

meta: prefixo adoptado para o ácido obtido de uma molécula do orto pela retirada de uma molécula de água.
Exemplo: HPO3 – ácido metafosfórico

piro: prefixo adoptado para o ácido obtido de 2 moléculas do orto pela retirada de uma molécula de água.

Prefixo tio
Este prefixo é usado para os ácidos resultantes da substituição de oxigénio por enxofre.
Exemplo: H2SO4 → H2S2O3 – ácido tiossulfúrico
HOCN → HSCN – ácido tiociánico

4.2.2.3. Classificação
a) Quanto ao número de elementos diferentes na molécula:
 Ácidos binários – formados por 2 elementos: HF, H2S, HI, etc.
 Ácidos ternários – formados por 3 elementos: HNO2, HCN, H2SO4, etc.
 Ácidos quaternários – formados por 4 elementos: HSCN, H3Fe(CN)6, etc.

b) Quanto à presença ou ausência de oxigénio na molécula:


 Ácidos oxigenados ou oxiácidos – possuem oxigénio na molécula: H3PO3, HNO3, etc.
 Ácidos não-oxigenados ou hidrácidos – não possuem oxigénio na molécula: HCl, HCN, etc.

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c) Quanto à presença ou ausência de carbono na molécula:


 Ácidos orgânicos – possuem carbono na molécula: CH3COOH, H2C2O4, etc.
A fórmula geral de ácidos orgânicos é RCOOH, onde R é radical orgânico ou H (para o caso do ácido fórmico,
HCOOH).

 Ácidos inorgânicos – não possuem carbono na molécula: HBr, HNO3, etc.

Excepção: Existem ácidos como HCN, H2CO3, HOCN que, apesar de possuírem carbono na molécula, são
estudados na química mineral ou inorgânica.

e) Quanto ao número de hidrogénios ionizáveis (substituíveis) na molécula:


 Monoácidos ou ácidos monopróticos – possuem um H ionizável: HBr, HCN, HI, etc.
Nota: No ácido hipofosforoso, H3PO2, só um dos três átomos de hidrogénio é substituído, por isso, é considerado
um monoácido.

 Diácidos ou ácidos dipróticos – possuem 2 H ionizáveis: H2SO4, H2S, H2CO3, etc.


Nota: No ácido fosforoso, H3PO3, só dois dos três átomos de hidrogénio são substituíveis. Por isso, é considerado
um diácido.

 Triácidos ou ácidos tripróticos – possuem 3 H ionizáveis: H3PO4, H3AsO4, H3Fe(CN)6, etc.


 Tetrácidos ou ácidos tetrapróticos – possuem 4 H ionizáveis: H4SiO4, H4Fe(CN)6, etc.

f) Quanto ao grau de ionização (α) ou força do ácido:


 Ácidos fracos – ionizam-se parcialmente: α < 5%
 Ácidos moderados ou semifortes – o grau de ionização varia entre: 5% ≤ α ≤ 50%
 Ácidos fortes – ionizam-se quase completamente: α > 50%
Os ácidos fortes são: HClO4, HClO3, HCl, HBr, HI, H2SO4, HNO3.

4.2.2.4. Propriedades físicas


 São solúveis em água
 São electrólitos
 Têm sabor azedo
 numa electrólise libertam sempre no cátodo H2
 Acção sobre os indicadores: os ácidos modificam a cor de determinadas substâncias, chamadas indicadores.
Tais substâncias adquirem coloração diferente conforme se encontrem numa solução ácida ou numa solução
básica. Os indicadores mais utilizados são os seguintes:

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Indicador Meio ácido Meio básico


Azul de Tornesol Vermelho Azul
Fenolftaleína Incolor Vermelho
Alaranjado de metilo Vermelho Amarelo

4.2.2.5. Métodos de obtenção


a) Método sintético
Basta combinar directamente hidrogénio com determinados não-metais como cloro, bromo, iodo, enxofre. Dessa
combinação obtêm-se os hidretos correspondentes. Esses hidretos são gases, e, quando recebidos em água,
fornecem-nos o ácido.

H2(g) + Cl2(g) → 2HCl(g) cloreto de hidrogénio

HCl(g) + (aq) → HCl(aq) ácido clorídrico

H2(g) + S(s) → H2S(g) sulfureto de hidrogénio

H2S(g) + (aq) → H2S(aq) ácido sulfídrico

b) Combinação de óxido ácido (anidrido) com água


É suficiente colocar um óxido ácido em água para formação de ácido. Aqui, é importante notar que o nox do
elemento é invariável, tanto no óxido assim como no respectivo ácido. Assim sendo, os anidridos têm nomes dos
respectivos ácidos:

SO2 + H2O → H2SO3

Anidrido sulfuroso ácido sulfuroso

SO3 + H2O → H2SO4

Anidrido sulfúrico ácido sulfúrico

CO2 + H2O → H2CO3

Anidrido carbónico ácido carbónico

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4.2.2.6. Propriedades químicas


Ácidos reagem: Exemplos
Com metais menos nobres que o hidrogénio, Zn + 2HCl → ZnCl2 + H2
libertando hidrogénio Mg + H2SO4 → MgSO4 + H2
Com sais, desde que:
a) forme-se um sal insolúvel. HCl + AgNO3 → HNO3 + AgCl sal insolúvel
b) forme-se um ácido mais fraco. HCl + Na2CO3 → NaCl + CO2 + H2O
c) forme-se um ácido volátil. H2SO4 + 2NaCl → Na2SO4 + 2HClácido volátil
Com bases, formando sal e água HCl + NaOH → NaCl + H2O
Óxidos básicos 2HCl + Na2O → 2NaCl + H2O
Com óxidos metálicos Óxidos anfotéricos 2HCl + ZnO → ZnCl2 + H2O
Óxidos salinos Fe3O4 + 4H2SO4 → FeSO4 + Fe2(SO4)3 + 4H2O
Peróxidos 2HCl + Na2O2 → 2NaCl + H2O2
Polióxidos 2HCl + CaO4 → CaCl2 + H2O2 + O2

Os metais nobres (preciosos): Au, Ag e Pt não reagem com ácidos. Os metais semi-nobres (Cu e Hg), também não
são atacados pelos ácidos diluídos, mas podem ser corroídos por ácidos concentrados a quente.

Cu + HNO3 dil

a quente
Cu + 4 HNO3 conc Cu(NO3)2 + 2 NO2 + 2 H2O

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4.2.3. Bases ou Hidróxidos


Bases ou hidróxidos, segundo Arrhenius, são substâncias que ao dissolverem-se em água dissociam-se num catião e
num ião hidróxido (OH -).

A fórmula geral das bases pode ser representada por: X(OH)y


Onde;
X – qualquer catião simples ou metal
OH-– o grupo hidróxido
y – a valência do catião

4.2.3.1. Propriedades físicas


 Formam solução alcalina.
 As bases podem conduzir corrente eléctrica quando fundidas, pois a fusão de um composto iónico destrói o
retículo e os iões passam a movimentar-se.
 Uma solução concentrada de base é escorregadia ao tacto
 Têm sabor idêntico ao do sabão, têm sabor amargo, cáustico, denominado sabor básico.

4.2.3.2. Classificação
a) De acordo com o número de hidróxidos:
 Monobases – possuem 1 OH-: KOH, LiOH, NH4OH, etc.
 Dibases – possuem 2 OH-: Ba(OH)2, Ca(OH)2, etc.
 Tribases – possuem 3 OH-: Fe(OH)3, Al(OH)3, etc.
 Tetrabases – possuem 4 OH-: Ti(OH)4.

b) De acordo com o grau de dissociação iónica ou força (α):


 Fortes – α elevado e próximo de 100%: bases de metais alcalinos e alcalino-terrosos, excepto Be(OH)2 e
Mg(OH)2.
 Fracas – α baixo e próximo de 0%: todas as demais.

c) De acordo com a solubilidade:


 Solúveis – são solúveis as bases dos metais alcalinos, alcalino-terrosos e amónio.
 Insolúveis – são as bases dos demais metais.

d) Poder Anfótero
Bases anfóteras – são bases que perante um ácido, comportam-se como bases, e perante bases fortes, comportam-se
como ácidos.
As bases anfóteras não contêm metais alcalinos, alcalino-terrosos e nem o grupo amónio (NH4+).
Zn(OH)2 + HCl → ZnCl2 + H2O
Zn(OH)2 + NaOH → Na2ZnO2 + H2O

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4.2.3.3. Nomenclatura
a) Hidróxidos de metais ou catiões com um nox

Hidróxido de (nome do metal ou catião associado ao OH-)

Exemplos: NaOH = hidróxido de sódio; Ca(OH)2 = hidróxido de cálcio; NH4OH = hidróxido de amónio

b) Hidróxidos de metais com vários nox

Hidróxido (nome do metal) (nox do metal em algarismos romanos)

Ou Hidróxido (nome do metal) + sufixo oso ou ico

 sufixo oso para aquela em que o elemento tem Nox menor


 sufixo ico para aquela em que o elemento tem Nox maior
Exemplos: Fe(OH)2 = hidróxido ferroso ou hidróxido de ferro (II);
Fe(OH)3 = hidróxido férrico ou hidróxido de ferro (III);
CuOH = hidróxido cuproso ou hidróxido de cobre (I);
Cu(OH)2 = hidróxido cúprico ou hidróxido de cobre (II).

4.2.3.4. Métodos de obtenção


a) Reacção de metais alcalinos e alcalino-terrosos com água
2Na + 2 H2O → 2NaOH + H2
Ca + 2 H2O → Ca(OH)2 + H2

Os restantes metais não reagem com água nas condições normais:

Al + H2O → X

b) Reacção de óxidos básicos com água


K 2O + H2O → 2KOH

c) Reacção de uma base com um sal


Esta propriedade das bases só é possível desde que:
- O sal formado seja insolúvel;
- A base formada seja insolúvel ou fraca;

Aprecie estas condições nas propriedades químicas das bases.

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4.2.3.5. Propriedades químicas


Bases reagem: Exemplos

Com sais, desde que:

1. forme-se um sal insolúvel Ba(OH)2 + Na2SO4 → 2NaOH +BaSO4 sal insolúvel

2. forme-se uma base insolúvel 3KOH + FeCl3 → 3KCl + Fe(OH)3 base insolúvel

3. forme-se uma base mais fraca KOH + NH4Cl → KCl + NH4OH base fraca

Com ácidos, formando sal e água 2NaOH + H2SO4 → Na2SO4 + H2O

Com óxidos ácidos e anfóteros, formando 2NaOH + CO2 → Na2CO3 + H2O


sal e água
2NaOH + ZnO → Na2ZnO2 + H2O

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4.2.4. Sais
Sais são todas as substâncias que apresentam um metal ou radical positivo no lugar do hidrogénio ionizável dos
ácidos.
Verifica-se a substituição equivalente de um ou mais hidrogénios iónicos do ácido por outros catiões.

XnAm
Onde:
X – qualquer catião simples ou radical positivo
A – qualquer anião ou radical negativo
n – a valência de A
m – a valência de X

4.2.4.1. Nomenclatura
Deve-se ter a noção dos nomes dos aniões ou radicais ácidos.
Vejamos, inicialmente, os nomes dos aniões, que são obtidos dos ácidos:
Terminação dos ácidos Terminação dos aniões
-ídrico -eto
-oso -ito
-ico -ato

a) Sais de catiões com um nox


(Nome do anião) de (nome do catião)
Exemplos:
CaCl2 – cloreto de cálcio; Na2SO4 – sulfato de sódio; NH4NO3 – nitrato de amónio

b) Sais de catiões com vários nox

(Nome do anião) de (nome do catião) (nox do catião em algarismos romanos)

Ou

(Nome do anião) (nome do catião) sufixo oso ou ico

Exemplos: FeCl3 – cloreto de ferro (III) ou cloreto férrico


FeCl2 – cloreto de ferro (II) ou cloreto ferroso
CuNO3 – nitrato de cobre (I) ou nitrato cuproso

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4.2.4.2. Classificação
a) Quanto ao número de elementos constituintes:
 Binários – possuem 2 elementos: NaBr, KI, AgBr, etc.
 Ternários – possuem 3 elementos: NaNO2, NaClO, ZnCO3, etc.
 Quaternários – possuem 4 elementos: (NH4)2CO3, KOCN, etc.

b) Quanto à presença ou ausência de oxigénio:


 Oxigenados ou Oxissais – apresentam oxigénio: KNO3, CaSO4, etc.
 Não-oxigenados – não possuem oxigénio: MgI2, NaCl, etc.

c) Quanto à salificação (neutralização) ou natureza dos iões:


 Neutros ou Normais – não apresentam H ionizável e nem OH-. São obtidos pela neutralização total: NaI,
KNO3, etc.
 Ácidos ou hidrogenossais – apresentam 1 ou mais H ionizável. Obtidos pela neutralização parcial de ácidos di,
tri ou tetrapróticos:
KHSO4 – Hidrogenossulfato de potássio
NaHCO3 – Hidrogenocabonato de sódio

 Básicos ou hidroxissais – apresentam 1 ou mais OH-. Obtidos pela neutralização parcial de dibases, tribases ou
tetrabases:
Al(OH)2Cl – cloreto dibásico de alumínio
Ca(OH)NO3 – nitrato monobásico de cálcio.

 Duplos ou mistos – apresentam 2 catiões diferentes ou aniões diferentes que não sejam H ionizável e nem OH -.
Obtidos pela substituição de H por dois catiões diferentes, ou pela substituição de OH - por dois aniões
diferentes:
KNaSO4 – sulfato de potássio e sódio
CaClNO3 - cloreto nitrato de cálcio.

d) Quanto ao grau de hidratação:


 Anidros – quando não apresentam moléculas de água de hidratação: Na2SO4, KNO3, etc.
 Hidratados – quando apresentam moléculas de água de hidratação:
CuSO4.5 H2O – sulfato de cobre (II) pentahidratado
CaCl2. H2O - cloreto de cálcio monohidratado.
Os sais que apresentam a tendência em absorver moléculas de água são chamados de sais higroscópicos.
Quando esta tendência é muito intensa, dizemos que o sal é deliquescente.

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4.2.4.3. Métodos de Obtenção

Existem duas reacções comuns para a obtenção de sais:

a) Reacção de neutralização (reacção ácido-base) para a obtenção de sal e água


HCl + NaOH → NaCl + H2O
2HNO3 + Ca(OH)2 → Ca(NO3)2 + 2H2O

b) Reacção entre metais não nobres e ácidos, formando sal e libertando hidrogénio
Zn + 2HCl → ZnCl2 + H2
Mg + H2SO4 → MgSO4 + H2

As outras reacções alternativas para a obtenção de sais podem ser apreciadas nas propriedades químicas das
diferentes funções inorgânicas.

4.2.4.4. Propriedades químicas


Sais reagem: Exemplo
Com ácidos, desde que:
1. forme-se um sal insolúvel H2SO4 + BaCl2 → 2HCl + BaSO4 sal insolúvel
2. forme-se um ácido fraco HCl + NaCN → NaCl + HCN ácido fraco
3. forme-se um ácido volátil H3PO4 + 3NaCN → Na3PO4 + 3 HCN ácido volátil
Com bases, desde que:
1. forme-se um sal insolúvel Ca(OH)2 + Na2CO3 → 2NaOH + CaCO3 sal insolúvel
2. forme-se uma base insolúvel 3NaOH + NiCl3 → 3NaCl + Ni(OH)3 base insolúvel
3. forme-se uma base mais fraca NaOH + NH4Cl → NaCl + NH3 + H2O
Com sais, desde que haja formação de 1 ou NaCl + AgNO3 → NaNO3 + AgCl sal insolvível

mais sais insolúveis CaCl2 + Na2CO3 → 2NaCl + CaCO3 sal insolúvel

Com metais, conforme a equação:


M + CA → MA + C, desde que o Cu + 2AgNO3 → Cu(NO3)2 + 2Ag
metal M seja mais reactivo que C
Com halogénios, conforme a equação: X2 Cl2 + 2KBr → 2KCl + Br2
+ MX’ → MX + X’2, X deve ser mais Cl2 + 2NaI → 2NaCl + I2
reactivo que X’. Br2 + 2KI → 2KBr + I2

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IV. EXERCÍCIOS
1. Qual das seguintes é a equação correcta da reacção entre ferro e cloro para formar cloreto de ferro III?
A. Fe + 3 Cl → FeCl3
B. Fe + Cl2 → FeCl3
C. Fe + 3 Cl2 → FeCl3
D. 2 Fe + 3 Cl2 → 2 FeCl3

2. A formação de NO2 a partir dos seus elementos decorre de acordo com a equação:
A. N + O2 → NO2
B. 2 N + 2 O2 → 2 NO2
C. N2 + O2 → N2O2
D. N2 + 2 O2 → 2 NO2

3. Numa reacção entre ferro e oxigénio forma-se Fe3O4 Na equação desta reacção os coeficientes dos reagentes
ferro e o oxigénio são respectivamente:
A. 1 e 2 B. 3 e 1 C. 3 e 2 D. 4 e 3

4. Associe as letras da coluna I com a coluna II:


coluna I coluna II
(m) N2 + 2O2 → 2NO2 ( ) reacção de dupla troca
(o) Fe + 2HCl → FeCl2 + H2 ( ) reacção de síntese
(r) MgCO3 → MgO + CO2 ( ) reacção de deslocamento
(a) NaOH + NH4Cl → NaCl + NH4OH ( ) reacção de análise

5. Dadas as reacções:
Fe + H2SO4 → FeSO4 + H2
NaOH + HNO3 → NaNO3 + H2O
K2CO3 → K2O + CO2
NH3 + HCl → NH4Cl
Identificando-as pelos repectivos nomes:
A. Síntese; análise; dupla troca; deslocamento B. Dupla troca; síntese; deslocamento; decomposição
C. Deslocamento; dupla troca; análise; síntese D. Simples troca; síntese; análise; dupla troca
E. Neutralização; decomposição; deslocamento; dupla troca

6. Ocorre uma reacção entre uma substância simples e uma substância composta. Tal reacção:
A. é de deslocamento, obrigatoriamente B. é de análise
C. pode ser de dupla troca D. pode ser de síntese

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7. Das reacções abaixo representadas:


I) SO3 + H2O → H2SO4
II) 4Fe + 3O2 → 2Fe2O3
III) H2 + Cl2 → 2HCl
IV) 2Na + 2H2O → 2NaOH + H2
Pode-se afirmar que:
A. apenas I é de síntese B. apenas II e III são de síntese
C. apenas IV é de deslocamento D. I, II e III são de análise

8. Tem-se uma solução de CuSO4, de cor azulada. A esta solução adicionamos fragmentos de ferro metálico. Depois
de algum tempo a solução perde sua cor azulada e nota-se que as partículas de ferro estão recobertas de cobre
metálico. Esta é a descrição de uma reacção de:
A. Síntese B. Análise C. Dupla troca D. Deslocamento

9. Segurando um tubo de ensaio onde ocorre uma reacção, sinto que o tubo se aquece. Esta reacção é:
A. Obrigatoriamente de síntese B. Exotérmica
C. Obrigatoriamente de dupla troca D. Endotérmica

10. Assinale a associação errada:


A. CaO + CO2 → CaCO3 é uma reacção de análise
B. S + O2 → SO2 é uma reacção de síntese
C. 2AgBr → 2Ag + Br2 é uma reacção de decomposição
D. Fe + 2HCl → FeCl2 + H2 é uma reacção de deslocamento
E. NaCl + AgNO3 → AgCl + NaNO3 é uma reacção de dupla troca

11. Analisando as equações:


CaO + H2O → Ca(OH)2
Cl2 + 2NaI → 2NaCl + I2
Conclui-se que elas representam respectivamente reacções de:
A. síntese e análise B. síntese e síntese
C. análise e síntese D. síntese e deslocamento

12. A Amélia aquece uma substância “A”. Forma-se a substância “B” e a substância “C”. A equação da reacção é:
substância A → substância B + substância C
Qual das substância A, B ou C com certeza é um composto?
A. Só substância A B. Só substância B
C. Só substância C D. Substâncias B e C

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13. Junta-se soluções aquosas de cloreto de cálcio e de fosfato de sódio. Forma-se um precipitado. A equação
iónico-molecular correcta da precipitação será:
A. Na+(aq) + Cl – (aq) → NaCl(s)
B. 3 CaCl2 (aq) + 2 Na3PO4 (aq) → Ca3(PO4)2 (s) + 6 NaCl (aq)
C. 3 Ca 2+(aq) + 2 PO4 3-
(aq) → Ca3(PO4)2 (s)
D. 2 Ca 2+(aq) + 3 PO4 3-
(aq) → Ca2(PO4)3 (s)

14. O cálcio reage com água. Forma-se um precipitado. A equação desta reacção é:
A. Ca (s) + H2O (l) → Ca(OH)2 (s) + H2 (g)
B. Ca (s) + 2H2O (l) → Ca(OH)2 (s) + H2 (g)
C. Ca (s) + 2H2O (l) → Ca 2+ (aq) + 2 OH - (aq) + H2 (g)
D. Ca (s) + 2H2O (l) → Ca 2+ (aq) + 2 OH - (aq) + 2 H2 (g)

15. A formação de óxido de alumínio a partir dos seus elementos decorre de acordo com a equação:
A. 2 Al2 + 3 O3 → 2 Al2O3
B. 4 Al + 3 O2 → 2 Al2O3
C. Al2 + O3 → Al2O3
D. 2 Al + 3 O → Al2O3

16. Óxido é um composto que:


A. É constituído por um átomo de oxigénio e um metal
B. É constituído por dois átomos diferentes
C. É constituído por um ou mais oxigénios e um ou mais átomos de elemento electropositivo
D. As respostas a, b, c estão correctas

17. Qual dos seguintes óxidos não é básico?


A. Na2O
B. Al2O3
C. MgO
D. Li2O

18. Assinale a resposta incorrecta:


A. Óxido ácido + Base → Sal + Água
B. Óxido básico + Ácido → Sal + Água
C. Óxido salino + Ácido → Sal + Outro composto + Água
D. Óxido neutro + Base → Sal + Água

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19. Qual dos óxidos manifesta as propriedades ácidas:


A. BeO B. CrO3 C. K2O D. CaO

20. Os óxidos anfóteros, quando tratados pelos hidróxidos, formam:


A. sal e água B. sal e óxido básico
C. óxido básico D. óxido básico e água

21. Assinale o nome incorrecto:


A. SnO2 – óxido estanoso
B. Sb2O3 – óxido antimonioso
C. SO3 – trióxido de enxofre
D. SnO2 – cassiterite

22. São considerados ácidos inorgânicos:


A. HCl, HBr, CH3COOH, H2S
B. H2SO4, HCN, H2CO3, CH3COOH
C. H3CCOOH, HCOOH, H2CO3, HOCN
D. H2SO4, HCN, H2CO3, HOCN

23. Classifique cada composto, relacionando-o com um dos seguintes conceitos:


A. Monoácido (monoprótico)
B. Diácido (diprótico)
C. Triácido (triprótico)
D. Tetrácido (tetraprótico)
1- H3AsO4
2- H3PO4
3- H3PO3
4- H3PO2
5- HCl
6- H2S
7- H4SiO4
8- H3Fe(CN)6
9- H4Fe(CN)6
10- H2SO4
11- HCN

24. As substâncias HIO, HIO3, HIO4 e HIO2 são respectivamente, chamadas de ácidos:
A. Hipoiodoso; iódico; periódico e iodoso B. Iodoso; periódico; iódico e hipoiódico
C. Iodoso; iódico; periódico e hipoiódico D. Hipoiodoso; periodoso; iódico e iodoso
E. Hipoiódico; iódico; iodoso e periodoso

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25. Dizemos que um ácido é forte quando:


A. Apresenta elevado poder corrosivo
B. Apresenta um elevado valor de α
C. Reage com os metais desprendendo hidrogénio
D. Reage facilmente com as bases

26. Dos ácidos abaixo indicados, qual é o mais forte?


A. H3PO4 B. H3PO3 C. H3PO2
D. São todos igualmente fortes

27. Descubra as fórmulas destes ácidos:


a) Sabendo-se que o ácido ortofosforoso tem fórmula H3PO3, qual será a fórmula do ácido meta fosforoso?
b) H3AsO4 é a fórmula do ácido ortoarsénico. Qual é a fórmula do ácido piroarsénico?
c) O ácido meta silícico tem fórmula H2SiO3. Descubra a fórmula do ácido orto-silícico.
d) O ácido pirocrómico tem fórmula H2Cr2O7. Então, descubra a fórmula do ácido orto crómico.
e) HBO2 é a fórmula do ácido metabórico. Qual é a fórmula do ácido ortobórico?

28. Assinale o anidrido correcto:


A. SO2 – sulfúrico
B. PO3 – fosfórico
C. CO2 – carbónico
D. PO4 – fosfórico

29. Em relação ao número de iões hidróxidos, as bases Ti(OH) 4, Pb(OH)4, Ni(OH)3 e KOH são denominadas,
respectivamente:
A. Tetra, tetra, mono, tribase B. Tetra , tetra, tri, monobase
C. Tri, tetra, tetra, monobase D. Tetra, tri, tetra, monobase

30. Comparando as estruturas das substâncias Ca(OH)2 e Zn(OH)2 podemos deduzir que:
A. Ambas são bases fortes
B. A primeira é covalente e a segunda é iónica
C. A primeira é iónica e a segunda é covalente
D. Ambas são iónicas

31. Assinale o grupo que só contém bases fortes:


A. Ba(OH)2, Zn(OH)2, AgOH, Pb(OH)2 B. KOH, NaOH, Ca(OH)2, Al(OH)3
C. Ca(OH)2, KOH, NaOH, Ba(OH)2 D. Zn(OH)2, Pb(OH)2, Ca(OH)2, Ni(OH)2

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32. A equação de reacção que corresponde a neutralização total que ocorre entre o ácido fosfórico e hidróxido de
cálcio é:
A. 2H2PO3 + 3Ca(OH)2 → Ca(PO3)2 + 6H2O B. 2H2PO4 + 3Ca(OH)2 → Ca2(PO4)2 + 6H2O
C. 2H3PO3 + 3Ca(OH)2 → Ca3(PO3)2 + 6H2O D. 2H3PO4 + 3CaOH → Ca3PO4 + 3H2O
E. 2H3PO4 + 3Ca(OH)2 → Ca3(PO4)2 + 6H2O

33. Que sal se forma na reacção do ácido orto-fosfórico com 1 equivalente do hidróxido de sódio?
A. NaHPO4 B. NaH2PO4 C. Na3PO4 D. Na3PO3

34. Para tratamento de um paciente com uma patologia denominada “úlcera péptica duodenal”, o médico prescreveu
um medicamento que contém um hidróxido metálico, classificado como uma base fraca. Esse metal pertence, de
acordo com a tabela periódica, ao seguinte grupo:
A. Zero B. I A C. III A D. VI A E. VII A

34. A reacção química que mostra as propriedades anfotéricas do hidróxido de zinco, Zn(OH) 2, é:
A. Zn(OH)2 + 2NaOH → Na2ZnO2 + 2H2O B. Zn(OH)2 + 2HCl → ZnCl2 + 2H2O
C. Zn(OH)2 + CO2 → ZnCO3 + H2O D. Zn(OH)2 + H2SO4 → ZnSO4 + 2H2O

35. Dois elementos X e T apresentam somente covalência simples nos compostos oxigenados de fórmulas X 2O e
TO2. Assinale a opção correcta:
A. X pode formar hidróxidos de fórmulas XOH e X(OH) 2
B. T pode formar ácidos de fórmulas HT e H2T
C. X pode formar oxiácidos de fórmulas HXO e HXO4
D. T pode formar hidróxidos de fórmulas TOH e T(OH) 2

36. Exercite a nomenclatura dos sais:


1- NaNO3
2- (NH4)2CO3
3- BaSO4
4- Ca3(PO4)2
5- Al(NO3)3
6- KNO2
7- NH4OCN
8- CaS
9- BaSO4

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37. Um determinado sal apresenta a seguinte fórmula química: X(YO 2)2


Y é um não metal. Os iões deste sal são:
A. X+ e Y2O2 -
B. X2+ e YO2 -
C. X2+ e YO22 -
D. X+ e YO2 -

38. Dadas as substâncias: cloreto de sódio, óxido de potássio, ácido nítrico e hidróxido de cálcio, as fórmulas que as
representam são, respectivamente:
A. NaCl; K2O2; HNO2; Ca(OH)2 B. K2O; Ca(OH)2; NaCl; HNO3
C. Ca(OH)2; HNO2; K2O2; NaCl D NaCl; K2O; HNO3; Ca(OH)2
E. Ca(OH)2; HNO3; K2O; NaCl

39. Obtenha as fórmulas de:


1- Nitrato de cálcio
2- Cloreto de magnésio
3- Pirofosfato de alumínio
4- Borato de sódio
5- Carbonato de ferro (III)
6- Metafosfato de amónio
7- Sulfureto de arsénio (III)
8- Pirossulfato de crómio (III)
9- Hidróxido de alumínio
11- Ácido cloroso
12- Ácido sulfídrico
13- Pirocromato de sódio
14- Fosfato de bário

40. As fórmulas para os compostos bicarbonato de sódio, sulfato férrico e sulfito de cálcio são:
A. NaHCO3, Fe2(SO3)3, CaSO4 B. NaHCO3, FeSO4, CaSO3
C. NaHCO3, Fe2(SO4)3, CaSO3 D. Na2CO3, FeSO4, CaSO3
E. Na2CO3, Fe2(SO4)3, CaSO3

41. Um metal M forma um nitrato de fórmula M(NO3)2. O sulfeto (sulfureto) desse metal terá a fórmula:
A. M2SO3 B. MS C. MSO4 D. MSO3 E. M2S

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42. O sal KMgPO4 é classificado como:


A. Complexo
B. Normal
C. Duplo
D. Nenhuma das respostas anteriores

43. A fórmula química do Pirofosfato de cálcio é Ca2P2O7. As fórmulas do Pirofosfato de sódio e do Pirofosfato
férrico são:
A. Na2(P2O7)2 e Fe4(P2O7)3 B. Na4P2O7 e Fe4(P2O7)2
C. Na4(P2O7)2 e Fe4(P2O7)3 D. Na4P2O7 e Fe4(P2O7)3

44. Escreva e acerte as equações das reacções químicas:


a) Zinco reage com ácido clórico, formando clorato de zinco e libertando hidrogénio.

b) Potássio reage com enxofre, formando sulfureto de potássio.

c) Combustão do sódio, originando óxido de sódio.

d) Monóxido de nitrogénio e água são produtos da reacção entre o amoníaco e o oxigénio.

e) Alumínio reage com o iodo, originando iodeto de alumínio.

f) Os produtos hidróxido de crómio (III) e nitrato de bário são obtidos da reacção do hidróxido de bário com o
nitrato de crómio (III).

g) Cloreto de ferro (II) reage com cloro, formando cloreto de ferro (III).

h) Nitrato de chumbo (II) decompõe-se em óxido de chumbo (II), dióxido de nitrogénio e oxigénio.

i) Hidróxido de cálcio reage com sulfato de alumínio, formando sulfato de cálcio e hidróxido de alumínio.

j) Óxido de cobre (II) reage com ferro, formando cobre metálico e óxido de ferro (II).

k) Óxido de alumínio é o produto da reacção entre o alumínio e o oxigénio.

l) Sulfato de bário, amoníaco e água são os produtos da reacção entre o sulfato de amónio e o hidróxido de
bário.

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CAPÍTULO 5: Soluções
5.1. Conceito de Solução
Uma solução é uma mistura homogénea de várias substâncias/componentes. Uma mistura homogénea é aquela cuja
composição não varia de ponto para ponto. Uma solução constitui uma única fase.

Condição: para que duas substâncias formem uma solução é necessário que se estabeleçam, entre as suas
moléculas/iões, forças suficientemente maiores para que se vençam as forças intermoleculares inicialmente
existentes entre as partículas das substâncias a misturar.
É deste facto que resulta a ideia empírica de que “semelhante dissolve semelhante ”.

5.2. Componentes principais de uma solução


Estas são as partes que constituem a mistura: soluto e solvente.
Soluto: designa normalmente a parte que se encontra em menor quantidade.
Solvente: é o do mesmo estado que a solução resultante e aquele que contribui para a solução com maior
quantidade, ou seja mais abundante.
Exemplo: Prepara-se uma solução por dissolução de 10 g de NaCl em 1 l de água. Aqui, o soluto é o NaCl e o
solvente é a H2O.

5.3. Tipos de soluções


As soluções podem ser classificadas de acordo com vários critérios:

5.3.1. Quanto ao estado de agregação:


a) Soluções líquidas – solvente sempre líquido; soluto pode ser sólido, líquido ou gás .
Exemplos: água e sacarose, água e álcool, água e oxigénio.

b) Soluções gasosas – solvente gasoso; soluto gasoso.


Exemplo: ar atmosférico filtrado.
Nota: Toda mistura de gases é sempre uma solução.

c) Soluções sólidas – solvente sempre sólido; soluto pode ser sólido, líquido ou gás.
Exemplo: liga de cobre e níquel, amálgama de cobre, etc.

5.3.2. Quanto à proporção do soluto em relação ao solvente:


a) Soluções diluídas – muito pouco soluto em grande quantidade de solvente.
Exemplo: 1g de açúcar em 1 l de água.

b) Soluções concentradas – quando a quantidade do soluto é elevada mas não atinge o limite de solubilidade.
Exemplo: 400g de açúcar em 1 l de água.

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c) Soluções saturadas – máxima quantidade permitida de soluto em uma determinada quantidade de solvente
numa certa temperatura.

d) Soluções supersaturadas – contêm excesso de soluto em relação à solução saturada, na mesma temperatura. É
um sistema instável.

Nota bem: Partindo-se de uma certa quantidade de solvente, à medida que se adiciona gradualmente o soluto obtém-
se solução diluída, em seguida solução concentrada, depois solução saturada e, finalmente, solução
supersaturada.

5.3.3. Quanto à natureza das partículas do disperso


a) Soluções moleculares – quando as partículas do disperso são substâncias moleculares (covalentes).
Exemplo: mistura de álcool e água.
CH3CH2OH (l) + (aq) → CH3CH2OH (aq)

b) Soluções iónicas – quando as partículas do disperso são iónicas.


Exemplo: mistura de cloreto de sódio e água.
NaCl (s) + (aq) → Na+(aq) + Cl-(aq)

5.4. Concentração de uma solução


Concentração de uma solução é a razão entre a quantidade ou a massa de uma substância e o volume do solvente em
que esse composto se encontra dissolvido.
A concentração de uma solução pode ser expressa em termos de quantidade de soluto/quantidade de solvente ou
quantidade de soluto/quantidade de solução. As quantidades de soluto e de solvente em solução, por sua vez, podem
ser expressas em massa, volume ou número de moles. Assim, há várias formas de se expressar a concentração de
uma solução:

5.4.1. Concentração Comum (C)

m
C ; m – massa do soluto, em g
V

V – volume da solução, em l ou dm3

A concentração comum é expressa em g/l ou g/dm3.

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5.4.2. Concentração molar ou Molaridade (CM)

n m
CM  ; n  ; n – número de moles, em mol
V M

m
CM  ; m – massa do soluto, em g
M *V

M – massa molar do soluto, em g/mol

V – volume da solução, em l ou dm3

A unidade da concentração molar é M (molar), mol/l ou mol/dm3.

5.4.3. Concentração Normal ou Normalidade (CN)

neq m M
CN  ; neq  ; E
V E eq

De onde resulta em: CN eq * CM ; neq – número de equivalente

m - massa do soluto, em g

E – massa equivalente ou equivalente-grama, em g/mol

M – massa molar do soluto, em g/mol

eq - equivalente

A normalidade é expressa em N (normal).

5.4.3.1. Noção de equivalente (eq) e Cálculo de Equivalente-grama (E)

O equivalente depende do tipo de substância:

A) Equivalente de uma substância simples – é igual a sua valência.

Exemplo: Na eq=1 ; Ca eq=2; H2 eq=2 ; O2 eq=4

O equivalente-grama é dado por: Eelemento = Massa atómica / valência

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B) Equivalente de ácido é igual ao número de hidrogénios ionizáveis.

Exemplo: HCl eq=1 ; H2SO4 eq=2 ; H3PO4 eq=3

Assim, a massa equivalente é: Eácido = Massa molar/no de H ionizáveis

C) Equivalente de base é igual ao número de hidróxidos (OH-).

Exemplo: NaOH eq=1 ; Ca(OH)2 eq=2 ; Al(OH)3 eq=3

A sua massa equivalente é: Ebase = Massa molar/no de OH ionizávis

D) Equivalente de sal é igual à carga total do catião ou do anião.

Exemplo: NaCl eq=1 ; CaCl2 eq=2 ; Ca3(PO4)2 eq=6

O equivalente-grama de um sal é dado por:

Esal =Massa molar/valor absoluto da carga positiva ou negativa total na fórmula

E) Equivalente de redutor ou oxidante é igual ao número de electrões cedidos ou ganhos.

Exemplo: MnO4- + 8H+ + 5e- → Mn2+ + 4H2O ; eq=5

2I- → I2 + 2e- ; eq=2

As massas equivalentes do oxidante e do redutor são dadas por:

Eoxidante = Massa molar/no electrões recebidos por fórmula

Eredutor = Massa molar/no de electrões fornecidos por fórmula

5.4.4. Concentração molal ou molalidade (Cm)

n
Cm  ; n – número de moles do soluto, em mol
m

m – massa do solvente, em kg

A molalidade é expressa em molal.

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5.4.5. Título (T) – é a relação entre a massa do soluto e massa da solução.

m1
T ; m1 – massa do soluto, em g
(m1  m2 )
m2 – massa do solvente, em g
m1+ m2 é massa da solução

5.4.6. Percentagem em massa do soluto (%m)

m1
%m1  *100 ou %m1 = T*100
(m1  m2 )

5.4.7. Fracção molar do soluto (X1) – relação entre o número de moles do soluto e o número de moles da solução.
n1
X1 ; n1 – número de moles do soluto
n1  n2
n2 - número de moles do solvente

5.4.8. Fracção molar do solvente (X2) – relação entre o número de moles do solvente e o número de moles da
solução.
n2
X2 ; n1 – número de moles do soluto
n1  n2
n2 - número de moles do solvente

5.5. Fórmulas derivadas de concentração


Quando se conhece a percentagem em massa do soluto (%m) e a densidade da solução (ρ), pode-se determinar a
molaridade, normalidade e concentração comum. Nestes casos é sempre importante converter as unidades de
densidade para g/l ou g/dm3.

 * %m msolução
a) CM  ; 
100* M Vsolução

Onde : %m – percentagem do soluto


ρ - densidade da solução, em g/l
M – massa molar do soluto, em g/mol

b) CN eq * CM

 * %m
c) C
100

Nota: Na maioria das vezes a densidade aparece sem unidades, pressupondo-se que sejam g/ml ou kg/l.

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5.6. Diluição de soluções


Diluição: processo aplicado a uma solução e que implica um abaixamento da concentração dessa solução. A
diluição pode ser conseguida de dois modos:
 retirando-se uma parte do soluto
 adicionando-se solvente
Evidentemente, dentre os dois modos o muito mais prático é a adição de solvente.
Logo:
Antes da diluição m soluto = C1*V1
Depois da diluição msoluto = C2*V2
Assim concluimos que: C1*V1 = C2*V2
Sabendo que as concentrações podem ser referentes tanto à molaridade, assim como à normalidade, teremos uma
relação análoga no princípio fundamental da volumetria:
CN1*V1 = CN2*V2 referente à normalidade
CM1*V1 = CM2*V2 referente à molaridade

5.7. Mistura de soluções com o mesmo soluto


A mistura de soluções que apresentam o mesmo soluto dissolvido no mesmo solvente, para que não haja acção
química, ocorre a partir de duas soluções ou mais onde resulta numa solução final ou resultante, isto é:
Solução 1 – possui massa de soluto m1
Solução 2 – possui massa de soluto m2
Solução final – possui massa de soluto mf

logo, m1 + m2 = mf

mas como m = C*V


teremos:
C1*V1 + C2*V2 = Cf*Vf ; Vf = V1 + V2

Podemos considerar analogamente as outras concentrações:


CN1*V1 + CN2*V2 = CNf*Vf referente à normalidade
CM1*V1 + CM2*V2 = CMf*Vf referente à molaridade

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V. EXERCÍCIOS
1. Uma solução de ácido sulfúrico foi preparada dissolvendo 98 g de ácido até obter 1 litro de solução. Qual a sua
molaridade?

2. Tendo 4 g de hidróxido de sódio dissolvidos em 0,5 l de água, calcule a sua %.

3. Tendo 60 g de ácido clorídrico em 400 g de solução, calcule a sua %.

4. Qual a % em massa de NaOH numa solução que contém 10 g dessa substância dissolvida em 90 g de água?

5. Qual a normalidade de uma solução de 500 ml de NaI que foi preparada pela dissolução de 11,7 g?

6. Em relação a uma solução formada por 80 g de HCl e 3920 g de H 2O, determine:


a) O seu título.
b) A sua percentagem.

7. Qual será a massa de hidróxido de sódio que se deve dissolver em 200 g de água para se conseguir uma solução
de 0,1 molal?

8. Qual será a massa de solução de ácido clorídrico, sabendo que a sua densidade é 1,5 g/ml em 1 litro?

9. Uma solução é preparada misturando-se 20 g de H2SO4 com 50 g de H2O. Qual será a fracção molar de cada
componente?

10. Calcule o volume de água que se deve adicionar a 200 ml de solução de 0,3 N de nitrato de magnésio, para que a
sua concentração diminua até 0,01 N.

11. Qual a molaridade da solução obtida pela adição de 500 ml de solução 0,1 M de NaOH com 0,2 l de solução 0,3
M de NaOH?

12. Calcule a normalidade de uma solução de nitrato cúprico preparada por dissolução de 1,875 g de sal para um
volume de 250 ml.

13. Mistura-se 1,5 litro de solução 0,35 M de H2SO4 com 500 ml de uma solução 0,70 M de H2SO4, qual é a
molaridade da solução obtida?

14. Uma solução de ácido clorídrico foi obtida dissolvendo 7,3 g em 500 ml de solução. Qual a sua molaridade?

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15. Adicionam-se 300 ml de água a 200 ml de uma solução de 0,5 N de H2SO4. Qual será a sua normalidade?

A. 0,2 N B. 0,4 N C. 0,04 N D. 0,02 N

16. 30 ml de uma solução de 0,1 M de ácido nítrico foram adicionados a 20 ml de uma solução 0,2 M do mesmo
soluto. A solução resultante terá molaridade:
A. 0,28 M B. 0,70 M C. 0,14 M D. 0,35 M

17. Adicionou-se uma certa quantidade de água a 20 cm3 de uma solução aquosa de NaOH 2,0 M. A nova
concentração da solução de NaOH é de 0,5 molar. A quantidade de água adicionada é:
A. 80 cm3
B. 60 cm3
C. 20 cm3
D. nenhuma das respostas

18. O volume de água que se deve adicionar a 200 cm3 de uma solução 0,7 M de hidróxido de sódio para que esta se
transforme numa solução 0,2 M é:
A. 250 cm3 B.400 cm3 C.700 cm3 D.Nenhuma destas.

19. Ao adicionar um pouco de bromo (de cor castanha) a 100 ml de água e agitar, obtém-se uma solução castanha.
Na “linguagem química” este processo é descrito pela:
A. Br2 (l) + aq → Br2 (aq)
B. 2 Br2 (s) + aq → Br2 (aq)
C. Br2 (aq) → Br2 (aq) + aq
D. Br2 (l) + aq → 2 Br - (aq)

20. Uma determinada solução tem a densidade igual a 1,5 g/ml e 30% em massa de soluto. A concentração dessa
solução, em g/l será:
A. 0,45 B. 45 C. 450 D. 2000

21. O ácido sulfúrico concentrado (H2SO4) tem a densidade de 1,84 g/cm3 e é 98% por peso do ácido. Qual é a
molaridade do ácido? (massas atómicas, em g/mol: H-1,01; S-32,07; O-16,00)
A. 18,38 mole/l B. 1,84.10-2 mole/l C. 0,98 mole/l
D. 1,84 mole/l E. 53,26 mole/l

22. Dilui-se com água 200 ml de solução 0,2M de um certo sal até formar 0,8 dm3. 500 cm3 da solução diluída são
aquecidos até formar uma solução 1,5 M. O número de moles na solução final é:
A. 0,010 B. 0,020 C. 0,025 D. 0,040

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23. A concentração de nitratos na água para beber não deve ultrapassar 40 mg/dm3. Uma amostra de 500 cm3 de
água que contém 12 mg de nitratos:
A. pode ser usada para beber
B. não deve ser usada para beber
C. pode ser usada para beber só quando filtrada
D. não é possível responder por falta de dados

24. Têm-se três soluções de H2SO4 designadas por A, B e C:


A = 300 ml; 0,4M, B = 200 ml ; 0,1M C = 500 ml; 0,6M

Qual é a molaridade da solução resultante da mistura das soluções A, B e C?


A. 0,44 M B. 0,46 M C. 0,90 M D. 1,10 M

25. Se se dissolver 12,25 g de sacarose (C12H22O11) em 250 g de água pura, a concentração percentual em peso e
molar serão respectivamente, assumindo que a densidade da água é 1g/cm3: (massas atómicas, em g/mol: H – 1,01 ;
C- 12,01 ; O-16,00)
A. 4,67%; 49 mole/l B. 4,90%; 49 mole/l C. 4,67%; 0,14 mole/l
-4
D. 4,90%; 1,43.10 mole/l E. 4,90%; 0,14 mole/l

26. Pretende-se preparar 100 cm3 de uma solução aquosa de sulfato de cobre (II) com a massa molar 160g e
concentração de 0,1 mol/dm3. Calcule a massa de soluto que se deve utilizar para preparar essa solução:
A. 1 g B. 0,65 g C. 1,2 g D. 1,6 g

27. A 25 cm3 de uma solução de KOH 0,5 M adicionou-se água até duplicar o volume. A nova concentração da
solução de KOH é:
A. 0,25 M
B. 1,0 M
C. 2,5 M
D. depende da força da base

28. A 25 cm3 de uma solução de NaCl 0,5 M evaporou-se até reduzir o volume para metade do volume original.
Todo o sal mantém-se dissolvido. A nova concentração da solução de NaCl é:
A. 1,0 M
B. 0,25 M
C. 2,5 M
D. depende da dissociação do sal

29. Adiciona-se 50 ml duma solução de NaOH 0,2 M a 100 ml de água. A molaridade da solução resultante é:
A. 0,040 M B. 0,067 M C. 0,240 M D. 0,360 M

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30. Aquece-se 800 ml de solução 0,02 mo/l de fosfato de sódio até que o volume da solução seja reduzido até 600
ml. A concentração molar da solução final é:
A. 1,5.10-3 mole/l B. 5,0.10-3 mole/l C. 2,0.10-3 mole//l
D. 2,6.10-2 mole//l E. 8,0.10-2 mole//l

31. Preparou-se uma solução de NaCl dissolvendo-se 5.85 g de NaCl em 500 ml de H2O (solução A). Desta solução
tomaram-se 50 ml para um balão de 250 ml; completou-se o volume de 250 ml com H 2O e agitou-se bem o balão
para homogeneizar a solução (solução B).
a) Qual é a concentração em moles por litro das soluções A e B? (Massas atómicas: Na=23 u.m.a., Cl=35,5
u.m.a.)

32. Misturando-se um volume de uma solução 1 N com o dobro de volume de outra solução do mesmo soluto, mas
com metade da normalidade, resulta uma solução:
A. 2,0 N B. 1,5 N C. 0,66 N D. 0,5 N

33. Qual o volume do ácido sulfúrico concentrado (d = 1,84 g/ml e 98% em peso) que se deve diluir com água para
se obter 200 ml de solução 2,5 molar?
A. 27,1 ml B. 13,6 ml C. 54,2 ml D. 118,4 ml

34. A normalidade de uma solução de ácido sulfúrico 98% em massa e 1,84 Kg/l é igual a:
A. 18,38 B. 1,80 C. 0,038 D. 36,76

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CAPÍTULO 6: Estequiometria
6.1. Conceito de Estequiometria
Estequiometria é a parte da Química que trata dos cálculos de massa, volume, número de moles, etc., aplicados às
reacções químicas.

Estes cálculos, denominados cálculos estequiométricos, envolvem sempre uma proporção, obtida a partir de uma
equação química correctamente balanceada, verificando-se assim a Lei de Lavoisier ou lei da conservação de massa.

6.2. Conceito de Mole


Na nossa vida diária estamos habituados a ouvir termos tais como:

Par – 2

Dúzia – 12

Centena – 100

Grosa – 12 dúzias

Resma – 500

Termos estes que indicam uma determinada quantidade de objectos.

Em química fala-se de uma MOLE:

Mole = 602 000 000 000 000 000 000 000 = 6,02 x 10 23

Definição: Mole é a quantidade de substância que contém 6,02. 1023 partículas.

O valor 6,02 x 1023 corresponde ao Número de Avogadro (NA).

As partículas podem ser: Átomos, Iões, Moléculas, protões(p+), neutrões (nº), electrões (e-), ...

A palavra mole só se aplica para as partículas do micronível. Uma mole de qualquer substância contém o mesmo n o
de partículas:

1 mol O2 - 6,02 1023 moléculas de O2

1 mol Na+ - 6,02 1023 iões de Na+

1 mol O - 6,02 1023 átomos de O

1 mol p+ - 6,02 1023 protões

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6.3. Conversões Estequiométricas


As conversões estequiométricas fundamentais envolvem a seguinte relação:

1 mol Massa molar NA (Número de Avogadro)

A partir desta relação pode-se deduzir a fórmula:

n = m/M ; n – número de moles, mol

m – massa da substância, g

M – massa molar, g/mol

Átomo-grama é a medida utilizada em cálculos químicos e corresponde, num elemento químico, à massa (em
gramas) de 6,02x1023 átomos do elemento.

Molécula-grama é a medida utilizada em cálculos químicos e corresponde à massa (em gramas) de 6,02x1023
moléculas.

Ião-grama é a medida utilizada em cálculos químicos e corresponde à massa (em gramas) de 6,02x1023 iões.

6.3.1. Massa Molecular e Massa Molar

A Massa molecular (Mr) é dada em u.m.a. (unidade de massa atómica) e provém da soma das massas atómicas
(Ar).

Exemplo: Mr(H2O) = 2*Ar(H) + Ar(O) = 2*1 + 16 = 18 u.m.a

A Massa molar (M) é a massa dada em g/mol e corresponde à massa de uma mole de substância.

A massa molar é numericamente igual à massa molecular, diferenciando-se em unidades.

Exemplo: M(H2O) = 18 g/mol

Exemplo: Considere uma amostra de 88 g de CO2. Calcule:

a) O nº de mol de moléculas de CO2.


b) O nº de mol de átomos de carbono.
c) O nº de mol de átomos de oxigénio.
d) O nº de moléculas de dióxido de carbono.
e) O nº de átomos de oxigénio.
f) O nº de átomos de carbono.

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Resolução:

a) Ar (C) = 12 u.m.a. M (CO2) = 12 + 2*16 = 44 g/mol


Ar (O) = 16 u.m.a.
1 mol CO2 44 g x = 1 mol*88 g = 2 mol
x mol CO2 88 g 44 g

b) 1 mol CO2 1 mol C

2 mol CO2 x mol C

x = 2 mol C

c) 1 mol CO2 2 mol O

2 mol CO2 x mol O

x = 4 mol O

d) 1 mol CO2 44 g 6,02 1023 moléculas de CO2

88 g x moléculas de CO2

x = 88 g*6,02 1023 moléculas = 12,04.1023 moléculas CO2


44 g
x = 1,204.1024 moléculas CO2

e) 1 molécula CO2 2 átomos O


24
1,204. 10 moléculas CO2 x átomos O
x = 2,408.1024 átomos O

f) 1 molécula CO2 1 átomo C


24
1,204 x 10 moléculas CO2 x átomos C
x = 1,204.1024 átomos C

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6.3.2. Estequiometria em moles e em massa

N2 (g) + 3 H2 (g) → 2 NH3 (g)


1 mol 3mol 2 mol - coeficientes estequiométricos molares
28 g 6g 34 g - coeficientes estequiometricos mássicos

Exemplo: Da decomposição de calcário (carbonato de cálcio) produz-se 80 g de cal viva. Calcule:


a) A massa do calcário queimado
b) O nº de moles do anidrido carbónico obtidos
Resolução:

100g 56g 44g


CaCO3 (S) Δ CaO(S) + CO2↑
m1 80 g m2

a) m1 = 100 g*80 g = 143 g CaCO3


56 g

b) m2 = 80 g*44 g = 63 g CO2 ; n = m = 63 g = 1,4 mol CO2


56 g M 44 g/mol

6.3.3. Volume Molar. Lei de Avogadro

Amedeo Avogadro, Físico italiano (1776-1856), foi fundador da teoria atómico-molecular.

A Lei de Avogadro relaciona-se com o volume molar através da equação de estado de um gás ideal:

PV = nRT
Onde: P – Pressão, em atm (atmosfera); 1 atm = 760 mm Hg

V – Volume, em litros ou dm3

n- número de moles, em mol

T – Temperatura, em K (Kelvin)

R – Constante Universal de gases; R = 0,08206 l*atm/mol*K;


R = 8,314 J/mol*K (quando a pressão é dada em Pascal).

A equação de estado permite calcular o volume molar (o volume para 1 mol) a quaisquer condições de
temperatura e pressão.

Nas Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP):


Temperatura Normal: T = 0 ºC = 273,15 K
Pressão Normal: P = 1 atm

T = 273,15 K
P = 1 atm
Nas CNTP n = 1 mol
V=?

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PV = nRT V = nRT = 1 mol*0,08206 l*atm/mol*K 273,15 K = 22,4 l


P 1 atm

1 mol O2 22,4 l 1 mol H2 22,4 l

1 mol CO2 22,4 l 1 mol O3 22,4 l

Nas Condições Padrão (Standard):

Temperatura padrão = 25 ºC = 298,15 K


Pressão padrão = 1 atm = 760 mm Hg

PV = nRT V = nRT = 1 mol*0,08206 l*atm/mol*K . 298,15K = 24,5 l


1 atm

Uma mole de qualquer gás nas condições standard ocupa 24,5 litros.

Lei de Avogadro
“Volumes iguais de gases diferentes, nas mesmas condições de temperatura e pressão contêm o mesmo nº de
partículas” ou “gases diferentes, com o mesmo nº de partículas, nas mesmas condições de temperatura e pressão,
ocupam sempre o mesmo volume”.

NB: 1. Quando se pretende resolver um problema, tal que as condições de T e P são outras, deve-se calcular o
volume molar, para essas condições, usando a equação: PV = nRT

2. A Lei de Avogadro só se aplica para substâncias gasosas.

6.3.4. Estequiometria em volume

As conversões estequiométricas que envolvem uma substância gasosa obedecem à relação:

1 mol Massa molar Volume molar NA (Número de Avogadro)

N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g)


22, 4 l : 3*22,4 l : 2*22,4 l CNTP
24,5 l : 3*24,5 l : 2*24,5 l Condições Padrão

Quando se pretende determinar o volume de um dado gás, pode-se relacionar directamente o seu volume molar e o
número de moles ou massa molar de outras substâncias envolvidas no mesmo processo químico.

Exemplo: Calcular o volume de CO2 nas Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP) libertado na
decomposição de 1 kg de calcário.

Resolução:

100 g 22,4 l V = 1000 g*22,4 l = 224 litros


CaCO3 (S) Δ CaO(S) + CO2↑ 100g
1000 g V

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Ou

100 g 56 g 44 g
CaCO3 (s) Δ CaO(S) + CO2↑ m = 1000g * 44g = 440 g
1000 g m 100g

1 mol CO2 44 g 22,4 l V = 440g*22,4 l = 224 l


440 g V 44g

6.4. Reagente limitante e Reagente em Excesso

Numa reacção química, normalmente, os reagentes não se encontram em proporções estequiométricas, que é a
proporção indicada pela equação química, pelo que é necessário identificar o reagente limitante (reagente que se
encontra em défice) e que vai limitar a quantidade do produto formado.

O reagente limitante é aquele que se consome completamente e é usado para o cálculo das quantidades desejadas.

Exemplo: Misturam-se 6 moles de H2 e 4 moles de O2. Calcule o número de moles da H2O que se forma.
2 mol 1 mol 2 mol
2 H2 (g) + O2 (g) → 2 H2O (l)
6 mol 4 mol n mol

8 mol : 3 mol H2 está em défice


6 –8 = - 2 4–3=+1 O2 está em excesso e é igual a1 mol.

H2 – reagente limitante
O2 – reagente em excesso.
Assim, o número de moles da água vai estar relacionado com a quantidade do hidrogénio (reagente limitante).

n = 6 mol * 2 mol = 6 mol H2O


2 mol

6.5. Conceito de Percentagem. Composição Centesimal

Percentagem = razão cujo denominador é 100.

30 1 98
= 30% =1% = 98%
100 100 100

100
=100 %
100

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Composição Centesimal (percentual) indica a quantidade de cada componente presente em 100 unidades de
substância.

a) Composição centesimal mássica

mi
% mi  x 100 % ; mi – massa de um dado componente
mt

mt – massa total da amostra

n
mt = m1 + m2 + m3 + ... mn = Σ mi
i=1

b) Composição centesimal molar

ni
% ni  x 100 % ; ni – número de moles de um dado componente
nt

nt – número total de moles da amostra

c) Composição centesimal volumétrica

vi
% vi  x 100 % ; Vi – volume de um dado componente
vt

Vt – volume total da amostra

Normalmente a percentagem do último componente calcula-se por diferença entre 100% e a soma das percentagens
dos outros componentes.

Exemplo: Calcule a composição centesimal mássica de sacarose (C12H22O11)

mC = 12*12 = 144 g
mH = 22*1 = 22 g
mO = 11*16 = 176 g

mt = soma = 342 g

% C = mC* 100 % = 144 *100 % = 42,11 %


mt 342

% H = mH* 100 % = 22 *100 % = 6,43 %


mt 342

% de O = 100 % - (% C + % H) = 100 %- (42,11 + 6,43) = 51,46 %.

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6.5. Pureza dos Reagentes

6.5.1. Estequiometria que envolve reagentes não puros

Os reagentes existentes e utilizados nos laboratórios e nas indústrias apresentam impurezas resultantes do processo
pelo qual foram obtidos. Deste modo, é importante notar que em qualquer processo químico só participam
substâncias puras. As impurezas não reagem.

Exemplo: Que volume de CO2 se obtém da queima de 1 kg de calcário, nas CNTP, sabendo que calcário tem 83%
de carbonato de cálcio.

100 g 22,4 l
CaCO3 (S) → CaO(S) + CO2 (g) 100 g de calcário 83g de CaCO3
830g V 1000g x
x = 1000g *83g = 830g de CaCO3
100g
V = 830 g * 22,4 l = 185,92 l
100 g

Nota-se que em 1 kg (1000 g) de calcário, apenas 830 g são de carbonato de cálcio.

6.6. Determinação de fórmulas químicas

Fórmula química é expressão simbólica que traduz a composição qualitativa e quantitativa dos átomos que
constituem uma dada substância.

a) Fórmula Empírica (Fórmula mínima)


A fórmula empírica representa a proporção mais simples entre os átomos que formam o composto químico.
Para determinar a fórmula mínima é necessário:
1o Dividir as massas dos elementos pelas suas respectivas massas atómicas relativas, afim de se conhecer o número
de átomos existentes no composto.

2o Dividir todos os números de átomos (geralmente decimais) pelo menor dentre eles. Se desta divisão, algum
resultado for decimal, é necessário multiplicar todos os valores por um número inteiro menor (2, 3, ...) para que os
resultados sejam aproximadamente inteiros.

3o Como não se conhece o número exacto de átomos contidos na molécula temos assim uma fórmula não verdadeira,
conhecida por fórmula empírica.

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b) Determinação da fórmula molecular


1o, 2o e 3o mesmo procedimento para a fórmula empírica.

4o Conhecer, directamente ou indirectamente, o valor do peso molecular.


5o Multiplicar a fórmula empírica por “n” (número inteiro e positivo) igualando-a em seguida ao valor do peso
molecular.
6o Efectuar os cálculos para a determinação do valor de “n”.
7o Substituir na fórmula empírica “n” pelo seu valor, determinando-se assim a fórmula molecular.

Observação: Para n =1, temos a menor fórmula possível, conhecida por fórmula mínima. Logo, a fórmula
molecular coincide com a fórmula mínima ou empírica.

6.6.1. Determinação da massa molecular


A massa molecular (peso molecular) de uma dada substância pode ser determinada conhecendo-se a sua densidade
em relação ao ar e em relação ao hidrogénio.

a) Densidade em relação ao ar

M
d d - densidade relativa em função do ar nas CNTP
28,9
M- massa molecular da substância

b) Densidade em relação ao hidrogénio

M
d d - densidade relativa em função do hidrogénio nas CNTP
2,0
M- massa molecular da substância

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VI. EXERCÍCIOS
1. Qual é o volume ocupado nas CNTP por 84 g de gás nitrogénio?

2. Quantos gramas de gás carbónico são necessários para ocupar o volume de 56 l, nas CNTP?

3. Qual é o número de moléculas existentes em 336 l de gás oxigénio, nas CNTP?

4. Considere 1 g de H2O.
a) Calcule o número de moles de água.
b) Calcule o número de moléculas de água.

5. Quantos gramas há em:


a) 2 mol de enxofre
b) 0,2 mol de HgO

6. Queimando-se 60 g de C, formam-se 220 g de CO2. Qual é a massa de O2 que interveio na reacção?

7. Qual é o volume de H2 medido em CNTP que se forma na reacção de 26 g de Zn com quantidade suficiente de
HCl?

8. O Fe e o S reagem formando sulfureto de ferro (II). A proporção fixa das massas dos reagentes é de 7:4,
respectivamente.
a) Quantos gramas de Fe são necessários para reagirem com 32 g de S e quantos gramas de FeS se formam
após a reacção?
b) Quantos gramas de S podem reagir com 84 g de Fe?
c) Quantos gramas de Fe e de S são necessários para formar 99 g de sulfureto de ferro (II)?

9. Quantos gramas de ZnCl2 podem formar-se a partir de 10 g de Zn e 5 g de HCl?

10. A termólise de CaCO3 dá CaO e CO2. Quantos gramas de CaO se formam a partir de 11 kg de CaCO3 e quantos
litros de CO2 se libertam?

11. A termólise de clorato de potássio produz O2 e KCl.


a) Quantos gramas de KClO3 são necessários para a produção de 19,2 g de O2?
b) Quantos gramas de KCl se formarão?

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12. As substâncias Ca e O2 ao reagirem formam CaO. A proporção das massas dos reagentes é de 5:2. Temos 25 g
de Ca e 12 g de O2 para reagir.
a) Qual é a substância que está em excesso e quantos gramas são?
b) Quantos gramas de CaO teremos após a reacção?

13. A massa de 3 átomo-grama de Alumínio é? (Dado: Al = 27)


A. 3 g B. 27 g C. 9 g D. 81 g

14. Se a sua assinatura escrita a lápis (grafite = carbono) pesa 1 mg, o número de átomos de carbono tem essa
assinatura é: (Dado: C = 12)
A. 6,06.1023 B. 12 C. 5.1019 D. 5.1023

15. A massa de hidrogénio que se obtém, fazendo a reacção completa de 46 g de sódio com água é: (H=1, Na=23)
A. 2 g B. 1 g C. 3 g D. 4 g

16. Qual é a massa (em gramas) de permanganato de potássio (KMnO 4) que contém 58,5 g de potássio? (Massas
atómicas em u.m.a: K-39,10; Mn-54,94; O-16,00)
A. 158,04 B. 39,10 C. 14,37 D. 236,45 E. 58,5

17. A massa de sulfato de cálcio que é obtida quando se tratam 37 g de hidróxido de cálcio pelo ácido sulfúrico
corresponde a:
A. 68 g B. 56 g C. 57 g D. 50 g

18. Sabendo que uma mole de nitrogénio é 28 g, o volume ocupado por 100 g deste gás em CNTP é:
A. 800 l B. 280 l C. 80 l D. 0,28 l

19. O número de moles existentes em 168 g de óxido de cálcio (CaO) é: (Dados: Ar(Ca)=40 u.m.a. e Ar(O)=16
u.m.a)
A. 6 moles B. 3 moles C. 12 moles D. 0,3 moles

20. É dada a equação C3H6O + 4O2 → 3CO2 + 3H2O. Na combustão total de 12,0.1023 moléculas de propanona
(C3H6O), o volume em litros de gás carbónico libertado a 27°C e 1 atm de pressão é de:
A. 134,40 B. 10092,60 C. 13,28 D. 147,60

21. Moléculas de ozono (O3) são constituídas por 3 átomos de oxigénio. Moléculas de oxigénio (O 2) são
constituídas por 2 átomos de oxigénio. Em 12 moléculas de ozono existe igual número de átomos de oxigénio
que em:
A. 18 moléculas de oxigénio B. 24 moléculas de oxigénio
C. 12 moléculas de oxigénio D. 36 moléculas de oxigénio

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22. Considerando a equação, não-balanceada,


H2S + Cd(NO3)2 → CdS + HNO3
partindo-se de 0,5 g de nitrato de cádmio, obtém-se:
A. 0,31 g de CdS numa reacção de simples troca
B. 0,31 g de CdS numa reacção de óxido-redução
C. 0,31 g de CdS numa reacção de dupla troca
D. 0,27 g de HNO3 numa reacção de simples troca

23. A reacção entre duas substâncias A e B2 se realiza de acordo com a equação química: A + B2 → AB2
Para obtenção da substância AB2 foram realizadas, nas mesmas condições, três experiências, não havendo, em
nenhuma delas, excesso de reagentes. Alguns valores fornecidos por estas experiências constam do quadro que se
segue:
Massa em gramas
Experiência A B2 AB2
1 3,6 13,2
2 x 8,0 y
3 40 z

Os valores de x, y e z em gramas são, respectivamente:


A. 18; 26; 130 B. 12; 20; 100 C. 5; 13; 65 D. 3;11; 55

24. Q ue peso de zinco puro liberta 3,01.1027 moléculas de hidrogénio após a acção de ácido em excesso?
A. 0,325 kg B. 3,250 kg C. 32,50 kg D. 325,0 kg

25. Dadas as equações desequilibradas:


I) Fe + H2O → Fe3O4 + H2
II) H2 + CO → C2H6O + H2O
Quantos gramas de ferro são necessários para produzir hidrogénio suficiente para se obter 23 g de C 2H6O?
A. 8,4 g B. 84 g C. 840 g D. 84,5 g

26. Durante a decomposição do calcário CaCO3 libertam-se 11,2 l de CO2 (CNTP). Qual é a massa de KOH
necessária para ligar o gás libertado de forma a se obter um carbonato? MKOH=56 u.m.a.
A. 28g B. 56g C. 84g D. 112g

27. Dada a equação não-balanceada: H2SO4 + NaOH → Na2SO4 + H2O


Qual a massa de hidróxido de sódio que reage e qual a massa de sulfato de sódio que se forma quando 98 g de ácido
sulfúrico são consumidos?
A. 80g e 142g B. 160g e 142g C. 80g e 71g D. 142g e 80g

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28. Quando ZnCO3 é aquecido, ocorre uma reacção química segundo a seguinte equação:
ZnCO3 (s) → ZnO (s) + CO2 (g)
Um tubo de ensaio foi pesado, um pouco de ZnCO 3 foi colocado no tubo e outra vez pesado. O tubo com ZnCO 3 foi
aquecido durante algum tempo e, depois de arrefecido, novamente pesado. Os resultados obtidos foram:
Tubo de ensaio vazio: 19,0 g
Tubo de ensaio + ZnCO3 : 20,0 g
Tubo (depois do aquecimento) com resíduo: 19,9 g
(ZnCO3 = 125 g/mol ZnO = 81 g/mol CO2 = 44 g/mol)

O resíduo no tubo corresponde a:


A. mistura de ZnCO3, ZnO e CO2 B. mistura de ZnCO3 e ZnO
C. ZnO D. ZnCO3

29. É dada a equação NH4NO2 → N2 + 2H2O.


Nas condições normais de temperatura e pressão, pode-se obter, a partir de 500 g de nitrito de amónio, um volume
de nitrogénio, em litros, de:
A. 1428,0 B. 100,0 C. 175,0 D. 142,8

30. Na reacção entre excesso de magnésio e 7,5 ml de H 2SO4 a 0,4 M forma-se o volume máximo de hidrogénio
(quando volume molar = 25 litros) de:
A. 22,4 ml B. 75 ml C. 25 ml D. 40 ml

31. Precisamente 0,7 litros de hidrogénio medidos nas CNTP foram substituídos de um ácido mineral por um metal
com a massa equivalente igual a 28 g/mol.
A massa do metal que reagiu é:
A. 3,50 g B. 2,75 g C. 1,75 g D. 4,25 g

32. Um metal M forma um óxido de fórmula M2O3. A massa de 1,0 mol de óxido é 102 g. Qual é a massa atómica
do metal M? (massa atómica de O = 16 u.m.a.)
A. 54 B. 48 C. 27 D. 24

33. Qual dos seguintes fertilizantes (A, B, C ou D) proporciona maior massa de nitrogénio por cada quilograma de
fertilizante adicionado ao solo? (Massa atómica N = 14 u.m.a.)

Composto Fórmula Massa Molar


A Nitrato de amónio NH4NO3 80 g/mol
B Sulfato de amónio (NH4)2SO4 132 g/mol
C Nitrato de potássio KNO3 101 g/mol
D Ureia (NH2)2CO 60 g/mol

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34. 0,0486 g de magnésio reage completamente com uma solução de ácido clorídrico em excesso. O gás hidrogénio
(libertado como produto da reacção) numa proveta graduada ocupa um volume de 47,3 ml. A partir da massa de
magnésio, do volume de hidrogénio e da equação de reacção pode-se calcular o volume molar nas condições da
reacção.
O volume molar nas condições da reacção é: (Mg = 24,3 g/mol)
A. 23,7 litros B. 22,4 litros C. 24,5 litros D. 25,8 litros

35. Uma massa de água de 18 g representa:


A. 2 moles de água
B. 18 moles de água
C. 6.10 23 moléculas de água
D. 6.10 23 átomos de hidrogénio e 6.10 23 átomos de oxigénio

36. Uma mole de átomos de carbono (sólido):


A. tem uma massa de 6 g
B. contém 6.1023 átomos
C. tem massa igual a uma mole de átomos de oxigénio
D. ocupa um volume de 22,4 litros

37. A massa de uma mol de água é igual a massa de:


A. 24 dm3 de água
B. 1 mol de vapor de água
C. 1 molécula de água
D. 2 moles de hidrogénio (H2) e 1 mol de oxigénio (O2)

38. Na equação da reacção seguinte:


2 Fe(s) + 3 S (s) → 1 Fe2S3 (s)
Os coeficientes “2” e “3” significam que:
A. 2 moles de Fe reagem com 3 moles de S
B. 2 gramas de Fe reagem com 3 gramas de S
C. 44,6 litros de Fe reagem com 73,2 litros de S
D. 2 ml de Fe reagem com 3 ml de S

39. Cerca de 18% da massa do corpo humano provém do átomo de carbono presente em diferentes compostos. Com
base na informação anterior, o número de átomos de carbono no corpo de um indivíduo que pesa 100 kg deve
ser aproximadamente a:
(massa atómica de C = 12; Número de Avogadro: 6,02x1023)
A. 1,5.103 B. 9,0.1026 C. 12,0.1023 D. 2,5.1020

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40. Os ossos possuem 65% de sua massa constituída de matéria mineral. Esta, por sua vez, contém 80% de fosfato
de cálcio (Ca3(PO4)2) e 20% de carbonato de cálcio (CaCO3). Calcule a massa de fosfato de cálcio e de
carbonato de cálcio existente num adulto cujo esqueleto tem 50 Kg de peso. (Massas atómicas, em g/mol: Ca-
40,08; P-30,97; O-16,00; C-12,01)
A. 5,19 kg B. 32,50 kg C. 30,97 kg D. 36,00 kg E. 26,00 kg

41. Quantos gramas de sulfato de bário são obtidos ao se fazer reagir 50 g de cloreto de bário 75% puro com sulfato
de sódio excessivo? (Massas atómicas, em g/mol: Ba-137,34; S-32,07; P-30,97; C-12,01; O-16,00)
A. 20,82 B. 56,04 C. 37,50 D. 42,03 E. 23,34

42. O ar atmosférico é uma mistura de gases contendo cerca de 20% (em volume) de oxigénio.
Qual o volume de ar (em litros) que deve ser utilizado para a combustão completa de 16 litros de monóxido de
carbono segundo a reacção: CO(g) + ½ O2(g) → CO2(g) , quando o ar e o monóxido de carbono se
encontram a mesma pressão e temperatura?
A. 8 B. 16 C. 32 D. 40 E. 4

43. O sulfato de ferro (II) hidratado, quando aquecido a cerca de 120ºC, perde 45,3% de sua massa. Quantas são as
moléculas de água de cristalização no sal hidratado?

44. Em 15,0 g da amostra do sal hidratado (Na 2SO4.xH2O) foram encontrados 7,05 g de água. A fórmula empírica
do sal é: (Considere MA: Na – 22,99; S – 32,066; O – 15,999; H – 1,008 g/mol)
A. Na2SO4.2H2O B. Na2SO4.4H2O C. Na2SO4.7H2O
D. Na2SO4.5H2O E. Na2SO4.3H2O

45. A reacção de combustão de magnésio é:


2 Mg + O2 → 2 MgO (massas atómicas: Mg = 24 u.m.a.; O = 16 u.m.a.)
Em qual das seguintes misturas ficará resíduo (excesso de magnésio) igual a 2 g depois da combustão?
A. 4,8 g magnésio + 3,2 g oxigénio
B. 24 g magnésio + 16 g oxigénio
C. 6,8 g magnésio + 3,2 g oxigénio
D. 6g magnésio + 4,0 g oxigénio

46. Quando magnésio e enxofre são aquecidos, reagem para formar sulfeto de magnésio:
Mg + S → MgS (massas atómicas: Mg = 24 u.m.a.; S = 32u.m.a.)
Em qual das seguintes misturas não ficará resíduo de magnésio nem de enxofre depois do aquecimento?
A. 2,4 g magnésio + 2,4 g enxofre B. 3,0 g magnésio + 4,0 g enxofre
C. 3,2 g magnésio + 2,4 g enxofre D. 3,2 g magnésio + 3,2 g enxofre

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47. Nicotina é um dos compostos prejudiciais à saúde encontrado no tabaco. Um cigarro contém 1,7 mg de
nicotina (C10H14N2).
Quantas moléculas de nicotina um indivíduo pode aspirar fumando dois cigarros?
A. 1,54.1015 B. 1,26.1019 C. 5,13.1023 D. 2,1.1051

48. Considere a reacção da decomposição do ozono em oxigénio: 2 O 3 (g) → 3 O2 (g)


As afirmações acerca desta decomposição:
I A partir de 20 cm3 de ozono formam-se 30 cm3 de oxigénio (P e T constante).
II A partir de 20 g do ozono formar-se-á 30 g de oxigénio.

A afirmação certa é:
A. I e II B. Só I C. Só II D. Nem I, nem II

49. Óxido de titânio é usado como tinta branca para pintar. Uma amostra da tinta contém 9,6 g de titânio
combinado com 6,4 g de oxigénio. Qual é a fórmula da tinta?
(massas atómicas: Ti = 48; O = 16)
A. TiO B. TiO2 C. Ti2O D. Ti2O4

50. A fórmula do óxido contendo 50% do enxofre ( massa atómica S=32; O=16) é:
A. SO3 B. SO2 C. SO D. S2O3

51. Calcular a fórmula empírica de um composto orgânico sabendo que a sua composição centesimal é a seguinte:
32% de C; 64% de O e 4% de H.

52. Calcular a fórmula molecular de um composto orgânico, sabendo-se que a sua composição centesimal, (peso
molecular é 118) é a seguinte: 40,67% de C; 23,73% de N; 8,47% de H e 27,13% de O.

53. Determinar a fórmula molecular de um composto, sabendo que a sua composição centesimal é; 92,31% de C e
7,68% de H e que a sua densidade de vapor em relação ao hidrogénio é 39.

54. A análise elementar de um composto orgânico X revelou que 4 g desse composto contêm 1,548 g de carbono,
0,645 g de hidrogénio e 1,806 g de nitrogénio. Calcular a fórmula molecular de X, sabendo que a sua densidade
de vapor em relação ao ar é 1,08.

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CAPÍTULO 7: Termoquímica
7.1. Introdução
A palavra termo significa calor, e, então, termoquímica relaciona-se com a química de calor.

Termoquímica – capítulo da química que estuda os efeitos energéticos nos processos químicos.

Cada reacção química é acompanhada pelo efeito térmico. Esse efeito aparece como resultado do rearranjo das
partículas, provocando a roptura de ligações nos reagentes e aparecimento de novas ligações nos produtos.

Todos os processos químicos são acompanhados por alteração de conteúdo energético (calor).

Existem reacções endotérmicas (absorvem calor) e exotérmicas (libertam calor). De uma forma geral as reacções de
combustão e de síntese são exotérmicas.

N2 + 2 O 2 → 2 NO2

C + O2 → CO2 combustão

P 4 + 3 O2 → 2 P 2O 3

Exotérmica: ΔH < 0

N2 + 3H2 → 2 NH3

2 Na + Cl2 → 2 NaCl reacção de síntese (formação)

H2 + I 2 → 2 HI

As reacções de decomposição são endotérmicas (ΔH > 0):


CaCO3 → CaO + CO2
N 2O 4 → 2 NO2
2 NH3 → N 2 + 3 H2

A energia envolvida num processo químico chama-se Calor de Reacção (Q).

NOTA: Calor é uma forma de energia.

7.1.1. Entalpia (H)


Quando as reacções decorrem à pressão constante, fala-se de entalpia da reacção (H) em vez de calor de reacção (Q).

Entalpia (H): é calor à pressão constante.

A variação de entalpia duma reacção (ΔHr) é uma função de estado, isto quer dizer que só depende dos estados
inicial e final, não depende do caminho da reacção.

Onde: HP – Entalpia de Produto


ΔHr = HP - HR HR – Entalpia de Reagente

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As unidades de entalpia são:

kJ/mol ou J/mol ; J – Joule

kCal/mol ou Cal/mol ; Cal – Caloria

1 Cal = 4,18 J

7.1.2. Entropia (S)

Como medida da probabilidade do estado do sistema em termodinâmica foi adoptada a entropia (S) do sistema. A
entropia tem dimensão da energia dividida pela temperatura. Habitualmente ela é relacionada com uma mole de
substância (entropia molar) e expressa-se em J/(mol*K).

No caso da entropia é válida a afirmação semelhante a que se analisou anteriormente no caso da ∆H: a variação da
entropia do sistema durante uma reacção química (∆S) é igual à soma das entropias dos produtos menos a soma das
entropias das substâncias iniciais.

Da mesma forma que quando se calcula a entalpia, a soma deve ser feita tendo em conta o número de moles das
substâncias que intervêm na reacção.

A variação de entropia é: ΔSr = SP - SR

7.1.3. Energia de Gibbs (G)

A função do estado que traduz ao mesmo tempo a influência de ambas as tendências que atrás indicamos sobre a
orientação da direcção dos processos químicos é a energia de Gibbs, que se encontra ligada à entalpia e à entropia
através da seguinte equação:

G = H – TS

e a variação da energia de Gibbs é igual a:

∆G = ∆H – T∆S ; T – Temperatura em K (Kelvin)

À semelhança da ∆H e da ∆S, a variação de energia de Gibbs, ∆G, durante a reacção química é igual à diferença
entre a soma das energias de Gibbs de formação dos produtos da reacção e a soma das energias de formação das
substâncias reagentes. Somando, deve ter em consideração o número de moles de cada substância que intervém na
reacção.

A influência dos sinais de ∆H e de ∆S sobre a orientação das reacções é extremamente importante para a definição
do decurso de reacções químicas.

Se: ∆G<0 => a reacção sempre decorre espontaneamente: ∆H<0 e ∆S>0

∆G>0 => a reacção não decorre: ∆H>0 e ∆S<0

∆G=0 => estado de equilíbrio térmico.

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7.2. Gráfico de Entalpia

H
CA
HcA
ΔH = HP - HR
Ea2 HcA = HR + Ea1 ou HcA = Ea2 + HP
HP Ea1 P
ΔH
HR R

0 decurso de reacção
ΔH - Variação da Entalpia
H - entalpia
t - tempo CA - Complexo activado
HR - Entalpia dos reagentes HcA – Entalpia de complexo activado
HP - Entalpia dos produtos
Ea1 - Energia de activação da reacção directa [Reagente (R) → Produto (P)]
Ea2 - Energia de activação da reacção inversa [Produto (P) → Reagente (R)]

7.2.1. Reacção Endotérmica

H
ΔH = HP – HR
HP > HR
P ΔH > 0
HP
R ΔH > 0
HR

decurso da reacção

7.2.2. Reacção Exotérmica

H
ΔH = HP - HR
HP < HR
HR R ΔH < 0
ΔH < 0
P
HP

decurso da reacção

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Pode-se esquematizar uma reacção de seguinte forma:

activação transformação
Reagentes Produtos
Estado activado dos reagentes

No estado activado verifica-se um enfraquecimento das ligações, quebram-se as ligações entre as moléculas, átomos
e iões; os átomos ficam soltos, disponíveis a um novo arranjo para formar produto.

aquece a arrefece a
vizinhança vizinhança

Reacção Reacção
Exotérmica Endotérmica
Exo = para fora Endo = para dentro

7.3. Equação Termoquímica

Dá-se o nome de equação termoquímica à equação representativa de uma reacção, que mostra:

 quais os reagentes e produtos;

 qual o estado físico de cada reagente e produto;

 a variação de entalpia ou calor de reacção;

 a temperatura e a pressão em que a reacção ocorre.

a) Equação de uma reacção exotérmica


C(s) + O2(g) → CO2(g) ; ∆H = -393,5kJ/mol (25ºC , 1 atm)
ou C(s) + O2(g) → CO2(g) ; ∆H < 0
ou C(s) + O2(g) → CO2(g) + 393,5 kJ/mol

b) Equação de uma reacção endotérmica


H2O2(l) → H2(g) + O2(g) ; ∆H = 200 kJ/mol (25ºC , 1 atm)
Ou H2O2(l) → H2(g) + O2(g) ; ∆H > 0
Ou H2O2(l) + 200 kJ/mol → H2(g) + O2(g)

7.4. Tipos de Calor (Variação de Entalpia)


7.4.1. Entalpia de Formação (ΔHºformação)

ΔH formação – é a entalpia necessária para a formação de 1 mole de composto a partir de substâncias simples
(elementares).

Ex: H2 (g) + 1/2 O2 (g) → H2O (g) ; ΔHºform = - 242 kJ/mol

Os valores de ΔHºformação das substâncias encontram-se em tabelas. Convencionou-se que ΔHºformação de substâncias
simples é igual a zero.

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7.4.2. Entalpia de Decomposição (ΔHºdecomp)

É a energia necessária para decompor uma mole de um composto nos seus elementos. Como a decomposição é um
processo inverso à formação; ΔHº decomp = - ΔHºform

Ex: H2O(g) → H2 (g) + 1/2 O2 (g) ; ΔHºdecomp = 242 kJ/mol

7.4.3. Entalpia de Ligação (ΔHºlig)

É a variação de energia durante a ligação de átomo para átomo para formar uma mole de substância, seja ela simples
ou composta.

Ex: H(g) + H(g) → H2 (g) ; ΔHºlig = - 103 kJ/mol

Ex: H(g) + Br(g) → HBr (g) ; ΔHºlig = - 87 kJ/mol

7.4.4. Entalpia de Dissociação (ΔHºdissoc) ou Atomização

É o calor gasto para quebrar as ligações numa molécula formando átomos. A dissociação é um processo inverso à
ligação e por isso; ΔHºdiss = - ΔHºlig

Ex: H2 (g) → H(g) + H(g) ; ΔHºdiss = 103 kJ/mol

Ex: HBr (g) → H(g) + Br(g) ; ΔHºdiss = 87 kJ/mol

7.4.5. Entalpia de Combustão (ΔHºcomb)

É o calor libertado durante a combustão de uma mole de substância.

Ex: C + O2 → CO2 ; ΔHºcomb = - 393,5 kJ/mol

Ex: CO + 1/2 O2 → CO2 ; ΔHºcomb = - 283,0 kJ/mol

7.5. Cálculo de variação de entalpia de reacção (ΔHºreac)

A ΔHºreac pode ser calculada tendo em conta as entalpias de formação (ΔHºf) ou as entalpias de ligação (ΔHºlig) das

substâncias que intervêm na reacção. Para a reacção: aA + bB → cC + dD

ΔHºreac = Ʃ ΔHof, produtos – Ʃ ΔHof, reagentes

ΔHºreac = [c ΔHºf (C) + d ΔHºf (D)] - [a ΔHºf (A) + b ΔHºf (B)]

Ou

ΔHºreac = Ʃ ΔHolig, produtos – Ʃ ΔHolig, reagentes

ΔHºreac = [c ΔHºlig (C) + d ΔHºlig (D)] - [a ΔHºlig (A) + b ΔHºlig (B)]

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Exemplo: Calcule ΔHº da reacção seguinte:

Fe2O3 (s) + 3 CO(g) → 2 Fe(S) + 3 CO2 (g)

Substância Fe2O3- CO - CO2-


ΔHºf (kJ/mol) 882,2 110,5 394

ΔHºreac = [3 ΔHºf (CO2) + 2 ΔHºf (Fe)] – [ ΔHºf (Fe2O3) + 3 ΔHºf (CO) ]

ΔHºreac = [3 (- 394) + 2 (0)] – [ - 822,2 + 3 (-110,5)]

ΔHºreac = - 28,3 kJ/mol

ΔHº < 0 → reacção exotérmica

7.6. Determinação Experimental do Calor de Reacção

Do ponto de vista experimental, o calor libertado ou absorvido por um sistema que sofre uma reacção química é
determinado em aparelhos chamados Calorímetros.

Um calorímetro é constituído por um recipiente com paredes adiabáticas, contendo uma massa conhecida de água,
onde se introduz um sistema em reacção. O recipiente é provido de um agitador e de um termómetro que mede a
variação de temperatura ocorrida durante a reacção.

A determinação do calor libertado ou absorvido num processo termoquímico é efectuada através da expressão:

Q = m.C.∆T
Onde:

Q – Quantidade de calor libertada ou absorvida pela reacção

m – massa, em gramas, de água presente no calorímetro

C – calor específico do líquido presente no calorímetro.


Para a água: Cágua = 1 cal/g.oC = 4,18 J/g.oC
∆T – variação de temperatura (em oC ou K) sofrida pela massa de água devido à ocorrência da reacção.

Com mais rigor, além da capacidade térmica da água, deve considerar-se a capacidade térmica do calorímetro
(Ccalor.):

Q = m.C.∆T + Ccalor..∆T

O calor de reacção pode ser medido a volume constante, num calorímetro hermeticamente fechado, ou a pressão
constante, num calorímetro aberto.

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7.7. Estequiometria Envolvendo Calor das Reacções

Na estequiometria em termoquímica, deve-se relacionar directamente a massa molar, número de moles ou volume
molar de cada substância com o calor padrão absorvido ou libertado na reacção química.

Exemplo: Calcule o calor produzido na queima de 650000 g de carbono, se ΔHº combustão de carbono é de – 393,5
kJ/mol.

12 g - 393,5 kJ
C + O2 → CO2 ; ∆Hreac= - 393,5 kJ
65.104 g Q

Q = 65.104.(-393.5) = - 2,13.107 kJ
12

7.7. Lei de Hess

Em 1840, o cientista G. H. Hess enunciou a seguinte lei: “ A variação de entalpia de uma reacção (ΔHreac) é uma
função de estado, quer dizer que não depende do caminho percorrido, só depende dos estados inical e final”.

• B (fim)

ΔHAB = ΔHB - ΔHA

A •(início)

As equações termoquímicas podem ser consideradas como equações algébricas, com todas as operações
matemáticas permitidas.

Ex:
CO C + 1/2 O2 → CO ; ΔH1
CO + 1/2 O2 → CO2 ; ΔH2
ΔH1 +1/2O2
1
+ /2O2 ΔH2 C + O2 → CO2 ; ΔH

ΔH ΔH = ΔH1 + ΔH2
C +O2 CO2

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7.7.1. Regras de manipulação de equações termoquímicas

Para uma reacção que decorre em várias etapas, a Lei de Hess define o seguinte:
1. Quando uma equação é invertida (reescrita numa direcção oposta), o sinal de ΔH é o simétrico (“deve ser
invertido”) (ΔHreacção directa = - ΔHreacção inversa);
2. O cancelamento de fórmulas de substâncias, nos reagentes e nos produtos, deve ser feito para espécies no
mesmo estado de agregação (físico);
3. Se todos os coeficientes de uma equação são multiplicados ou divididos pelo mesmo factor, o valor de ΔH da
reacção, igualmente, deve ser modificado.

Exemplo: O CO é geralmente usado na metalurgia para a remoção de oxigénio dos óxidos e, deste modo, obter
metais livres. A equação termoquímica da reacção do CO com o óxido de ferro (III) é:
[1] Fe2O3 (s) + 3 CO (g) → 2 Fe (s) + 3 CO2 (g) ; ΔH° = -26,7 kJ
Use esta equação e a equação de combustão do CO,
[2] CO (g) + 1/2 O2 (g) → CO2 (g) ; ΔH° = -283,0 kJ
para calcular o valor de ΔH° para a equação de reacção seguinte:
2 Fe (s) + 3/2 O2 (g) → Fe2O3 (s) ; ΔH° = ?

Análise: Não podemos, simplesmente, adicionar as duas equações, pois assim não obteremos a equação pretendida.
Primeiro temos de manipular as equações, depois adicioná-las e só assim obteremos a equação do problema
colocado.

Resolução: Podemos manipular as duas equações dadas usando o seguinte raciocínio:


1. Temos de tentar colocar o ferro atómico no lado dos reagentes (esquerdo). Assim invertemos a primeira
equação. Logo, devemos inverter o sinal de ΔH°. Repare que após esta operação, automaticamente, colocamos
o óxido de ferro (III) [não trióxido de ferro] no lado dos produtos (direito). Então teremos a equação (1’):
[1’] 2 Fe (s) + 3 CO2 (g) → Fe2O3 (s) + 3 CO (g) ; ΔH°’=-ΔH°=-(- 26,7 kJ)= + 26,7 kJ

2. Na equação global, deve haver 3/2O2 nos reagentes. Após a adição das equações, deve haver cancelamento
de 3CO e 3CO2, pois não aparecem na “equação problema”.

Assim, multiplicando a segunda equação [2] dada por 3 (incluindo o valor ΔH°), obteremos os coeficientes
necessários.
[2’] 3CO (g) + 3/2 O2 (g) → 3CO2 (g) ; ΔH°’=3 x ΔH =3 x (- 283,0 kJ) =- 849,0 kJ
Colocando as duas “equações manipuladas”, [1’] e [2’], e somando-as teremos:
2 Fe (s) + 3 CO2 (g) → Fe2O3 (s) + 3 CO (g) ; ΔH°’ = + 26,70 kJ
3
3CO (g) + /2 O2 (g) → 3CO2 (g) ; ΔH°’ = - 849,0 kJ
3
Soma: 2 Fe (s) + /2 O2 (g) → Fe2O3 (s) ; ΔH° = - 822,3 kJ

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VII. EXERCÍCIOS
1. O fósforo P4 , exposto ao ar queima espontaneamente para dar P 4O10 ; a ΔΗ para essa reacção é - 712 kCal/mol
de P4. A quantidade de calor produzida quando 2,48 g de fósforo são queimados é:
A. 71,20 kCal B. 10,40 kCal C. 17,65 kCal D. 14,24 kCal

2. De acordo com as seguintes entalpias de formação:


CO2 (g) = - 94,1 kCal
H2O(ℓ) = - 68,3 kCal
C2H2(g) = + 54,2 kCal
A quantidade de calor libertada pela combustão de 260 g de acetileno é:
A. 621,4 kCal B. 2174 ,9 kCal C. 1553,5 kCal
D. 932,0 kCal E. 3107,0 kCal

3. As entalpias de formação de SO2(g) e SO3(g) são respectivamente -71,20 e –94,0 kCal. A variação da entalpia da
reacção SO2(g) + ½O2(g) → SO3(g) é:
A. +165,0 kCal B. – 22,8 kCal C. –165,0 kCal
D. – 46,0 kCal E. + 22,8 kCal

4. De acordo com os seguintes dados :


H2O2 (ℓ) → H2 (g) + O2 (g) ΔΗ = + 200 kJ/mol de H2O2
H2O2(ℓ) → H2O(ℓ) + ½O2 (g) ΔΗ = – 90 kJ/mol de H2O2
Qual é a variação de entalpia na formação de 1 mol de H2O(ℓ) a partir de seus elementos constituintes ?
A. – 110 kJ B. - 380 kJ C. + 110 kJ
C. – 290 kJ D. + 290 kJ

5. As questões 6 e 7 referem–se aos seguintes dados a 25° C e 1 atm:


2Al (s) + Fe2O3 (s) → Al2O3 (s) + 2 Fe (s) ; ΔΗ = – 200 kCal/mol

6. Quanto de alumínio deve reagir com Fe2O3, a fim de se obter quantidade de calor necessária para fundir 1 mol de
um metal cujo calor de fusão é 4 kCal/mol?
A. 8 mol B. 4mol C. 0,4 mol
D. 0,04 mol E. 0.08 mol

7. Sabendo–se que a ∆Η de formação do Al 2O3(s) é igual a - 400kCal /mol, qual deve ser a ∆Η de formação do
Fe2O3(s)?
A. – 100 kCal B. – 200 kCal C. – 300 kCal
D. – 400 kCal E. – 600 kCal

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8. O gráfico abaixo indica os calores de combustão do enxofre monoclínico e do enxofre rômbico, a 25°C.
Entalpia
Smonoclínico + O2

Srômbico + O2

ΔH1 ΔH2
SO2 (g)

Sendo ∆Η1 = - 71,1 kCal /mol e ∆Η2 = - 71,0 kCal/mol ,podemos concluir que a variação de entalpia da
transformação do enxofre rômbico para o enxofre monoclínico, nas condições da experiência, é:
A. – 0,1 kCal /mol B. -142 kCal/mol C. + 0,1 kCal/mol
D. + 142 kCal/mol E. + 0,2 kCal/mol

9. Qual é a massa de água que pode ser aquecida de 20° C a 100° C pela queima completa de 120 kg de carvão
(admitindo – se como carbono puro ), sabendo – se que a combustão liberta 94 kCal por átomo– grama de
carbono queimado?
A. 11750 Kg B. 9400 Kg C. 5875 Kg
D. 11,75 Kg E. 5,875 Kg

10. O octano, C8H18, é o constituinte primário da gasolina. Ele queima ao ar de acordo com a reacção:
C8H18 (g) + 25/2 O2 (g) → 8 CO2 (g) + 9 H2O (l)
Supondo que uma amostra de 1,00 g de octano seja queimada num calorímetro que contém 1,20 kg de água, e
temperatura da água e do calorímetro aumenta de 25,00 oC para 33,20 oC, e a capacidade do calorímetro, Ccalorímetro,
seja igual a 837 J/K e da água 4,18 J/g.K, o calor produzido durante a combustão será:
A. – 48,0 B. – 41,2 C. + 6,86 D. + 48,0 E. + 41,2

11. A equação termoquímica : CH4 (g) → C (g) + 4H (g) ; ∆Η = + 1 660 kj/mol


Indica uma reacção:
A. exotérmica a pressão constante.
B. exotérmica a temperatura constante.
C. exotérmica a volume constante
D. endotérmica a pressão constante
E. endotérmica a temperatura constante

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11. Dadas as reacções abaixo e suas respectivas variações de entalpia:


H2 (g) + ½O2(g) → H2O (s) ∆Η1
H2 (g) + ½O2(g) → H2O (ℓ) ∆Η2
H2 (g) + ½O2(g) → H2O (g) ∆Η3
Pode – se afirmar que:
A. ∆Η1 > ∆Η2 > ∆Η3 B. ∆Η2 + ∆Η3 = ∆Η1 C. ∆Η1 < ∆Η2 < ∆Η 3

D. ∆Η1 = ∆Η2 = ∆Η3 E. ∆Η1 + ∆Η2 = ∆Η3

12. Quando em uma reacção química verifica – se, a uma dada temperatura, a entalpia dos produtos é maior que a
entalpia dos reagentes, diz – se que a reacção é:
A. Endotérmica B. Exotérmica C. Isotérmic.
D. Espontânea E. Não–espontânea

13. Se A, B e C representam substâncias que participam das reacções :


A→B ∆Η = - 10 kCal
B→C ∆Η = + 5 kCal
Pode – se prever a reacção : C → A apresentará uma entalpia de reacção igual a:
A. 15 kCal
B. 10 kCal
C. 5 kCal
D. –5 kCal
E. - 15 kCal

14. Dadas as reacções :


C(s) + 2H2(g) → CH4(g) ∆Η = - 20,5 kCal
CH4(g) + 2O2(g) → CO2 + 2H2O(ℓ) ∆Η = - 212,8 kCal
C(s) + O2(g) → CO2(g) ∆Η = - 96,7 kCal
O calor de combustão, a 25°C e pressão de uma atmosfera, da reacção: H2 + ½ O2 → H2O(ℓ)
A. 330 kCal.
B. 95,6 kCal
C. 47,8 kCal
D. 144,5 kCal
E. 68,3 kCal

15. Dadas as equações de combustão :


Camorfo + O2 (g) → CO2(g) + 96,7 kCal
CO (g) + ½O2 (g) → CO2(g) + 67,7 kCal
e a equação Camorfo → Cgrafite + 2,7 kCal
determine o calor libertado na reacção : C grafite + ½O2 (g) → CO (g)

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16. Sabendo–se que as entalpias de formação, em kCal/mol, do gás carbónico, da água e do propano são -94, -68 e
-34, respectivamente, a entalpia de combustão do propano, em kCal/mol, é igual a:
A. – 196
B. - 162
C. – 520
D. - 128
E. - 102

17. A partir dos dados :


I) H2 (g) + ½O2 (g) → H2O(ℓ) ∆Η = - 68, 3 kCal.mol-1
II) CaO(s) + H2O(ℓ) → Ca (OH)2(s) ∆Η = - 15,3 kCal.mol-1
III) Ca(s) + ½O2(g) → CaO (s) ∆Η = - 151,8 kCal.mol-1
A entalpia de formação do Ca(OH)2(s) é:
A. - 15,3 kCal . mol-1
B. + 15,3 kCal . mol -1
C. – 235,4 kCal . mol-1
D. – 220,1 kCal . mo-l
E. + 220,1 kCal .mol -1

18. Considerando – se as equações de combustão abaixo e os respectivos calores de reacção a 25° C :


C2H4 (g) + 3O2 (g) → 2CO2 (g) + 2H2O (ℓ) ∆Η = - 337,3 kCal
H2 (g) + ½ O2 (g) → H2O (ℓ) ∆Η = - 68,3 kCal
C2H6 (g) + 7/2 O2 (g) → 3H2O (ℓ) + 2CO2 (g) ∆Η = - 372,8 kCal
Calcule o calor da reacção, a 25°C, do sistema:
C2H4(g) + H2(g) → C2H6(g)

19. É dada a equação: Cgrafite + 2S rômbico → CS2 líquido


Quando se aquece grafite com enxofre rômbico, constata–se que, para a formação de 3,8 g de CS2, ocorre absorção
de 950 calorias. O calor de formação do CS2, em quilocalorias, é:
A. + 4,00.
B. + 19,00.
C. – 4,00.
D. – 19.00
E. + 3,61

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20. Mostre qual dos gases, hidrogénio, monóxido de carbono ou metano, liberta maior quantidade de calor por mol,
à temperatura ambiente, quando utilizado como combustível na presença de excesso de oxigénio como comburente.
Entalpias de formação (kJ/mol):
H2O(ℓ) = - 285; CO2(g) = - 390; CO (g) = -108 e CH4(g) = - 75.

21. Calcule a energia da ligação Br-Br, sabendo que para reacção representada pela equação:
Br2 (g) + H2 (g) → 2 HBr (g) ; H = -26 KCal
Energia de ligação: H-H = - 103 KCal/mol; H-Br = - 87 KCal/mol

22. Dadas as seguintes reacções e as entalpias de formação:


2 P (s) + 3 Cl2 (g)  2 PCl3 (l) ; H = - 635 kJ
PCl3 (l) + Cl2 (g)  PCl5 (s) ; H = - 137 kJ
A partir destes dados calcula-se a entalpia de formação do PCl5 (s):
A. – 455 kJ/mol B. – 498 kJ/mol C. – 772 kJ/mol D. – 567 kJ/mol

23. Qual é a entalpia de conversão de grafite a diamante: C(grafite)  C(diamante), sabendo que a entalpia de
formação de CO2 a partir de grafite é de – 393,5 kJ/mole e C(diamante) + O2(g)  CO2 (g) ΔH= -395,4 kJ?

A. – 788,9 KJ B. + 1,9 KJ C. – 1,9 KJ D. + 788,9 KJ E. + 393,5 kJ

24. Durante a combinação de 2,1 g de ferro com enxofre libertaram-se 3,77 kJ. Qual é o calor de formação do
sulfureto de ferro ΔHo?
A. –90,2 kJ/mol B. –100,3 kJ/mol C. –110,4 kJ/mol D.–120,5 kJ/mol

25. Em qual dos seguintes casos não é possível levar-se a cabo a reacção a qualquer temperatura?
A. ΔHo>0, ΔSo> 0
B. ΔHo>0, ΔSo< 0
C. ΔHo<0, ΔSo> 0
D. ΔHo<0, ΔSo< 0

26. A equação seguinte mostra uma reacção exotérmica:


Mg (s) + 2 HCl (aq) → MgCl2 (aq) + H2 (g)
Qual afirmação relacionada a esta reacção exotérmica, é falsa:
A. o cloreto de magnésio é solúvel em água
B. 1 mol magnésio produz 1 mol de gás hidrogénio
C. a soma de energia interna dos produtos é maior do que a soma de energia interna dos reagentes
D. o magnésio é um metal não nobre

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27. Derramando-se acetona na mão, tem-se uma sensação de frio, porque:


A. A evaporação da acetona é um processo exotérmico
B. A acetona foi previamente aquecida
C. A acetona sublima
D A acetona reage exotermicamente com a pele
E. A evaporação da acetona é um processo endotérmico

28. O diagrama apresenta o efeito energético do processo de dissolução duma mol de cloreto de amónio. Faça a sua
escolha:

NH4 +(aq) + Cl –(aq)

NH4Cl(s)

Decurso da reacção
A. O processo é exotérmico e a reacção liberta calor.
B. O processo é exotérmico e a reacção absorve calor.
C. O processo é endotérmico e a reacção liberta calor.
D. O processo é endotérmico e a reacção absorve calor.

29. A entalpia de combustão de metano (g) é de – 8,90.102 kJ/mol. Pela combustão de 1000 dm3 de metano liberta-
se uma certa quantidade de energia (entalpia). Essa quantidade em kJ é:
Vm = 24,2 l.
A. - 3,68 x 104 B. - 3,68 x 102 C. - 2,15 x 107 D. - 2,15 x 104

30. Sabendo que um sistema executou trabalho igual a 40 kCal e que a variação de energia interna foi igual a -
60kCal, pode-se afirmar que ele:
A. Recebeu 60 kCal sob a forma de calor B. Cedeu 20 kCal sob a forma de calor
C. Cedeu 40 kCal sob a forma de calor D. Não recebeu nem cedeu calor

31. Com base no calor de formação de dióxido de carbono gasoso (H=-393,5kJ) e do processo termodinâmico:
C(grafite) + 2 N2O(g) → CO2(g) + 2N2(g) , H=-557,5kJ. O calor de formação de N2O(g) é:
A. - 970,0 kJ B. + 164,0 kJ C. - 292,5 kJ D. + 82,0 kJ

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32. Das equações que se seguem:


I- C8H18 (l) + 25/2O2(g) → 8CO2(g) + 9H2O(g) ;
II- H2O(l) → H2O(g) ;
III- CH4(g) → C(g) + 4H(g);
As que representam transformações que se realizam com absorção de energia são:
A. II e III B. I e III C. I e II D. I, II e III

33. Considere a reacção representada pela equação:


N2 (g) + 3 H2 (g → 2 NH3 (g) ; H = -12 kCal/mol
O diagrama que melhor caracteriza a transformação representada pela equação é:

H (KCal/mol) H (KCal/mol)

A B

12 KCal 24 KCal

H(KCal/mol) H (KCal/mol)

C D

24 KCal
12 KCal

34. Considere a reacção A B. Sabendo-se que as energias de activação para as reacções de formação e de
decomposição de B, representadas nos sentidos ( )e ( ) na equação acima, são 25,00 e 30,00 kJ/mole,
respectivamente. A variação de energia para a reacção directa, kJ/mole, será:
A. – 2,5 B. + 2,0 C. + 5,0 D. – 5,0 E. + 3,0

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35. Um palito de fósforo não se acende, espontaneamente, enquanto está guardado. Porém, basta um ligeiro atrito
com uma superfície áspera para que ele, imediatamente, entre em combustão, com emissão de luz e calor.
Considerando-se essas observações, é correcto afirmar que a reacção é:
A. Endotérmica e tem energia de activação maior que a energia fornecida pelo atrito
B. Endotérmica e tem energia de activação menor que a energia fornecida pelo atrito
C. Exotérmica e tem energia de activação maior que a energia fornecida pelo atrito
D. Exotérmica e tem energia de activação menor que a energia fornecida pelo atrito
E. Isotérmica e não tem energia de activação

36. Numa cozinha estão correndo os seguintes processos:


I. Gás queimando numa das ‘bocas’ do fogão
II. Água fervendo numa panela que se encontra sobre essa ‘boca’ do fogão.
Com relação a esses processos, pode-se afirmar que:
A. I e II são exotérmicos
B. I é exotérmico e II é endotérmico
C. I é endotérmico e II é exotérmico
D. I é isotérmico e II é exotérmico
E. I e II são endotérmicos

Arranjos e acabamentos por: Justino Mariano Jamal Rodrigues

Maputo, Março de 2013

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