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HISTÓ RICO:

Teatro popular que aparece na Itá lia em meados do séc XVI, se


desenvolvendo posteriormente na França, permanecendo até o séc XVIII. Atinge
o auge de sua popularidade no século XVII e entra em declínio a partir do século
XVIII.

GÊ NERO:

Como gênero de teatro a Comédia Dell Arte atravessou


quase 3 séculos em vá rios países da Europa, exercendo
fascínio e influência em diversos dramaturgos, encenadores
e atores.
Shakespeare, Moliere e Dario Fo sã o alguns
herdeiros desse gênero.
O termo dell’arte traduz bem uma das suas
principais características, trata-se de uma comédia
representada nã o por atores amadores, mas sim, por
profissionais.
O modo de estruturaçã o das primeiras
companhias nos auxiliam a compreender esse tipo de
teatro que se fundamenta no profissionalismo, na
itinerâ ncia e no frequente convívio com pú blicos
heterogêneos.
ATO DE CONSTITUIÇÃ O:

Em 1545 na Itá lia, Saiu um ato de constituiçã o de uma Fraternal


Companhia, esse foi o primeiro registro conhecido de formaçã o de uma trupe de
comédia dell’arte. Por este documento, oito atores se comprometem a atuar
juntos, por um determinado período de tempo, e em locais diversos, inclusive no
exterior. O contrato estabelece algumas clá usulas que evidenciam os fins
lucrativos, e direitos e deveres na convivência e trabalho em grupo.
Explicitando o cará ter empresarial da trupe, o
ato de constituiçã o prevê a criaçã o de um cofre
comum, neste cofre seriam guardados os ganhos
provenientes dos espetá culos, para posterior
repartiçã o entre o grupo. Pelas normas estipuladas,
quem deixasse a companhia antes do tempo previsto,
nã o faria mais jus a sua parte do cofre e ficaria sujeito
a multa. Quanto aos direitos, garantia e plena
assistência se qualquer um dos membros adoecessem
durante a vigência do contrato.
Por esse contrato de trabalho já nota-se a
estrutura profissional que alicerçava o trabalho
daquelas trupes, surgida na metade do século XVI.
Arte, no italiano antigo, significava OFICIO, MISTER, PROFISSÃ O. A
designaçã o comédia dell’arte indica entã o um tipo de teatro realizado por atores
profissionais, que viviam do oficio de representar, contrapondo-se a tradiçã o do
amadorismo, predominante até entã o. Entretanto, alguns estudiosos defendem
outra interpretaçã o para a palavra arte. Afirmam que seu principal significado é
o de habilidade especial. De fato, os atores da comedia dell’arte em sua maioria
eram também, acrobatas, bailarinos, cantores e mú sicos. A profissã o demandava
muita técnica e habilidades físicas, corporais e vocais.
A Itá lia atravessa uma grave crise econô mica no
sec XVI, onde provoca o desemprego e
consequentemente vem o surgimento de “novos
pobres”. É neste contexto de instabilidade politica e
econô mica que sã o formadas as primeiras trupes de
comédia dell’arte, nascidas da necessidade de
sobrevivência. As companhias profissionais de teatro
foram refú gio nã o só de artistas isolados mas também
de jovens estudantes que vivendo como “novos
pobres”, viram-se obrigados a buscar uma profissã o
que lhes garantisse a subsistência.
A comédia dell’arte resultou no acumulo e do
cruzamento de uma série de elementos diferentes
entre si. Descedendo da farsa atelana, que eram
peças cô micas curtas, da cidade de Atela, dos festejos
carnavalescos, dos mímicos, dos cô micos, além de
incorporar vá rios elementos da comédia clá ssica,
tanto no que diz respeito na tipologia dos
personagens, quanto no que se refere a construçã o de
intrigas das peças.
Com a crise econô mica da Itá lia, e com o
surgimento dos “novos pobres” , originou também a
constituiçã o de novas categorias profissionais, com
ampliaçã o e diversificaçã o do mercado de
especializaçõ es artísticas. Com este processo de
transformaçã o propiciou o aparecimento das atrizes,
ou seja, a chegada das mulheres ao palco, uma
inovaçã o da comédia dell’arte. Desde o surgimento do
teatro as mulheres eram impedidas de encenar, e os papéis
femininos eram apresentados pelos homens.

AS APRESENTAÇÕ ES

As trupes de comédia dell’arte se deslocavam em


carroças e faziam apresentaçõ es nã o só em feiras e
praças pú blicas, como também nos teatros das cortes,
a convite de nobres e príncipes. Tratava-se de
representaçõ es baseadas em um roteiro, um
esqueleto de açõ es, denominado: scenario ou
canovaccio, a partir deles os atores improvisavam .
Estes roteiros indicavam apenas os personagens que
participariam de cada cena, e a sequência de
acontecimentos. O chefe da companhia, era o ator,
diretor e autor dos roteiros. Na maioria das vezes os
roteiros giravam em torno do amor contrariado de
um jovem casal apaixonado, que para ficar junto,
precisaria vencer a oposiçã o dos pais, contando com
ajuda de criados.
Muitas vezes a comédia dell’arte foi definida
como um tipo e teatro baseado na improvisaçã o dos
atores. Mas o improviso na comedia dellarte nã o era
pura espontaneidade, nem exatamente uma criaçã o
de momento. Existia uma estrutura interna rigorosa.
Além disso, por interpretarem sempre os
mesmos personagens, os atores estudavam e
ensaiavam os seus papéis durante toda uma vida.
Os Lazzi tinham efetivamente a funçã o de
interligar as cenas dos canovacci e preencher os
espaços de tempo tempo vazio, gerados pela
representaçã o improvisada. Os atores que
interpretavam os papéis, principalmente dos
Arlequins, ficavam encarregados dos lazzi, exibindo
todo o seu virtuosismo corporal e acrobá tico.

MÁ SCARAS:

O uso de má scaras é a marca fundamental da


comédia dell’arte. Diferente da má scara do teatro
grego, estas nã o expressavam dor nem alegria. Eram
meias-má scaras, que deixavam descobertos a boca e a
parte inferior do rosto dos atores, permitindo uma
dicçã o perfeita e uma respiraçã o fá cil, sua funçã o
primordial era provocar a imediata identificaçã o dos
personagens pelo pú blico e destacar o virtuosismo
corporal dos atores, pois através da inclinaçã o, ritmo
e movimento, que os personagens demostravam
diferentes sentimentos e estados de espírito.
Desta maneira estava garantida a comunicaçã o com
plateias de diferentes lugares do mundo.

PERSONAGENS TIPOS:

Os papeis distribuíam-se da seguinte forma:


A parte dos velhos (os pais e patrõ es)
A parte dos servos também chamado de Zanni,
abreviaçã o de Giovanni, nome muito comum na Itá lia.
(classe social mais baixa)
Os Enamorados, era os papéis sérios, e os atores que
os interpretavam nã o usavam má scara.

Os papéis cô micos, que demandavam maior


virtuosismo e habilidades corporais, ficavam para os
atores formados na tradiçã o da cultura cô mica
popular.

As performances seguiam um repertó rio de situaçõ es


constantes: adultério, ciú mes, velhice, amor. Os
diá logos e açõ es podiam ser facilmente ajustadas para
satirizar escâ ndalos locais, eventos recentes, gostos
regionais e misturados com piadas antigas. Os
personagens eram identificados através dos figurinos
e mascaras.

A tipificaçã o levava os intérpretes a especializar-se


numa personagem em particular.

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