Você está na página 1de 24

EXEGESE DE ROMANOS 12.

1-2 – O CULTO RACIONAL A DEUS

Estrutura de Contexto 1.3) Contexto canônico Em Romanos 12.1, na


Nova Aliança, Paulo traz um novo sentido à linguagem sacrificial. Moisés
aspergiu o sangue sobre o povo de Israel como sinal de que os israelitas
aceitavam os termos da aliança com Yahweh (Êxodo 24.1-8).[10] No
Antigo Testemento, sacrifícios de “aroma agradável”, especialmente o
holocausto, proveram a base para o apelo de Paulo para que
oferecessem seus corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus. O holocausto, que no hebraico quer dizer “aquilo que sobe” (Lv.
1.3-17, 6.8-13), e na septuaginta é traduzido como holokaustosis, que
quer dizer “oferta totalmente queimada”, requeria um novilho, um
carneiro, um cabrito ou uma ave (Lv 1.3-5,10,14). O ofertante trazia o
animal, impunha sua mão sobre ele e o matava no lado norte do altar
(Lv 1.3-5,11). O sacerdote pegava o sangue, apresentava-o diante do
Senhor e o aspergia ao redor do altar. A ênfase do rito muitas vezes era
a purificação, que demandavam holocausto assim como oferta pelo
pecado: depois do nascimento (Lv 12.6-8), após o fluxo (Lv 15.14,15) e
após hemorragias (Lv 15.29,30). O holocausto significava então
completa entrega a Deus associado a oferta pelo pecado no processo
de expiação.[11] Ou seja, Paulo, depois de falar sobre o sacrifício de
Cristo para expiação pelos nossos pecados, agora exorta a igreja, a
continuamente oferecer ao Senhor seus corpos como sacrifício vivo,
santo e agradável a ele, uma entrega completa a Deus e contínua. A
aliança é renovada por meio de Josué, no capítulo 24 e o próprio povo é
convocado como “testemunhas vivas” da aliança. Agora, Paulo, em
Romanos 12.1,2, exorta os cristãos a aceitarem os termos da nova
aliança: obedecer a Deus com mente renovada, e isso significa que eles
devem ser sacrifícios vivos. Devem dar testemunho da aliança sendo
obedientes a Deus.[12] O texto de Romanos 12.1 também remonta à
figura do sacerdote no Antigo Testamento. No Antigo Testamento o
sacerdócio levítico e o sistema sacrificial estavam em vigor, porém a
partir da morte e ressurreição de Cristo, esse sacerdócio foi extinguido.
Agora, Cristo é o sumo sacerdote (Rm 3.25) que oferece a si mesmo
como expiação por nossos pecados, assegurando ao seu povo o acesso
contínuo a Deus (Hb 10.19-25). Além disso, todo o povo de Deus é
sacerdote no Novo Testamento (1 Pe 2.5,9; Hb 13.15 e Rm 12.1).[13] 2)
Estudo Textual 2.1) Tradução do Texto 2.1.1) Texto Grego Romanos
12.1,2 1 Παρακαλῶ οὖν ὑμᾶς, ἀδελφοί, διὰ τῶν οἰκτιρμῶν τοῦ θεοῦ
παραστῆσαι τὰ σώματα ὑμῶν θυσίαν ζῶσαν ἁγίαν εὐάρεστον τῷ θεῷ,
τὴν λογικὴν λατρείαν ὑμῶν· 2 καὶ μὴ συσχηματίζεσθε τῷ αἰῶνι τούτῳ,
ἀλλὰ μεταμορφοῦσθε τῇ ἀνακαινώσει τοῦ νοός, εἰς τὸ δοκιμάζειν ὑμᾶς τί
τὸ θέλημα τοῦ θεοῦ, τὸ ἀγαθὸν καὶ εὐάρεστον καὶ τέλειον.[14] Tradução:
Vs 1 Tradução Por esta razão, exorto-vos, ó irmãos, pelas misericórdias
de Deus, que oferteis o vosso corpo em sacrifício, que é vivo, santo,
aceitável para Deus, este é o vosso culto racional. ARA 1 Rogo-vos,
pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso
corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional. ACF 1 Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que
apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional. NVI 1 Portanto, irmãos, rogo-lhes
pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Católica 1. Eu vos
exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos
corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto
espiritual. Comentários A tradução Corrigida Fiel traduz o termo
“οἰκτιρμῶν” como “compaixão”, ao passo que as demais traduziram
como “misericórdias”. Quanto ao verbo “παραστῆσαι” que é um infinitivo
aoristo ativo, a NVI traduziu como “se ofereçam” ocultando a palavra
corpo. Quanto a palavra “λογικὴν”, todas as versões traduzem como
“racional”, ao passo que a tradução Católica traduz como “espiritual”. Vs
2 Tradução E não sede conformados com esta geração, mas sede
transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis
a vontade de Deus que é boa, aceitável e perfeita. ARA 2 E não vos
conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da
vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus. ACF 2 E não sede conformados com este
mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e
perfeita vontade de Deus. NVI 2 Não se amoldem ao padrão deste
mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que
sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus. Católica 2. Não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais
discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o
que é perfeito. Comentários O verbo “συσχηματίζεσθε” que é um
imperativo presente passivo foi traduzido como “sede conformados” na
ACF. Ao passo que a NVI traduziu como “se amoldem”. Nós traduzimos
assim como a ARA: “vos conformeis”. O termo grego “μεταμορφοῦσθε”
que é um verbo imperativo presente passivo, foi traduzido como
“transformem-se” na NVI, como “transformai-vos” na ARA e Católica, e
nós traduzimos como a ACF: “sede transformados”. O termo grego
“δοκιμάζειν” que é um verbo infinitivo presente ativo, foi traduzido como
“possais discernir” na Católica, como “sejam capazes de experimentar”
na NVI, e nós traduzimos como a ARA e ACF: “experimenteis”. 2.1.4)
Estrutura do Texto Por esta razão, exorto-vos, ó irmãos, (Oração
principal) pelas misericórdias de Deus, (frase preposicional) que oferteis
o vosso corpo em sacrifício, (oração subordinada objetiva) que é vivo,
santo, aceitável para Deus, (clausula infinitiva) este é o vosso culto
racional. (clausula aposicional) E não sede conformados com esta
geração, (Oração principal) mas sede transformados (oração
subordinada adversativa) pela renovação da vossa mente, (frase
preposicional) para que experimenteis a vontade de Deus (oração
subordinada consecutiva) que é boa, aceitável e perfeita. (clausula
infinitiva). 2.1.5) Comentário vs 1. Παρακαλῶ οὖν ὑμᾶς, ἀδελφοί, διὰ τῶν
οἰκτιρμῶν τοῦ θεοῦ παραστῆσαι τὰ σώματα ὑμῶν θυσίαν ζῶσαν ἁγίαν
εὐάρεστον τῷ θεῷ, τὴν λογικὴν λατρείαν ὑμῶν· vs 1. Por esta razão,
exorto-vos, ó irmãos, pelas misericórdias de Deus, que oferteis o vosso
corpo em sacrifício, que é vivo, santo, aceitável para Deus, este é o
vosso culto racional. A conjunção “portanto” (oún) nos dá a ideia de uma
conclusão de tudo aquilo que Paulo já falou até aqui. O que será dito,
baseia-se no que já foi dito e continua falando sobre isso concluindo. É
uma conjunção conclusiva. Depois de discorrer nos primeiros 11
capítulos sobre a Justiça de Deus que é recebida pela fé, deve levar à
santificação e é uma justiça soberana, agora Paulo trata de como os
romanos devem agir frente a essa justiça. Paulo inicia seu discurso com
o verbo “Παρακαλῶ”. Paulo utiliza esse verbo no presente do indicativo
ativo que traz uma ideia de uma súplica constante do Apóstolo Paulo. O
verbo parakaleo denota um senso de urgência com uma nota de
autoridade (12.8; 15.30; 16.17).[15] Essa palavra pode ter muitos
significados como “implorar”, “convidar”, “solicitar” ou mesmo “consolar”.
[16] Este termo foi usado no grego clássico para exortar tropas que
estavam prestes a entrar em batalha. Embora o parakaleo seja uma
palavra forte, vale a pena notar que a forma substantiva (parakletos) é
usada para descrever o Espírito Santo que conforta, encoraja e exorta.
Paulo utiliza esse termo mais no sentido de “exortar”, denotando um
apelo sério, fundamentado no evangelho, aos que já são cristãos a
viverem em conformidade com o evangelho que receberam. Segundo
Cranfield, o termo parakalo passa a ser usado como um termo técnico
para uma exortação cristã, exprime premência e seriedade, mas
também denota autoridade, a intimação autoritária à obediência emitida
em nome do evangelho.[17] Enquanto nos capítulos anteriores Paulo faz
uma exposição, a partir de agora, Paulo passa a exortação.[18] O
apóstolo nos exorta a responder às misericórdias de Deus. A exortação
de Paulo é com base nas misericórdias de Deus (διὰ τῶν οἰκτιρμῶν τοῦ
θεοῦ), levando em conta aquilo que Deus fez por nós[19]. A preposição
διὰ (diá) está com o artigo no genitivo (τῶν) denotando uma ideia de
agência e meio.[20] Ou seja, Paulo exorta que as misericórdias de Deus
são o meio pelo qual o Espírito Santo age no cristão para que possam
oferecer-se como sacrifício em culto racional. Uma vez que somos
justificados, salvos, eleitos, adotados, predestinados, tudo isso por
causa das misericórdias de Deus, seu amor pactual. Por causa da
aliança de Deus devemos nos apresentar diante dele. Não parte do
nosso esforço, mas das misericórdias do Senhor. Isso nos mostra que
todo esforço moral do cristão é teocêntrico, tendo a origem não no
anseio humano de ter uma superioridade moral e nem na esperança
ilusória do legalista que pensa que pode guardar a lei por si só, mas o
cristão tem sua ação baseada tão somente na ação graciosa de Deus
para com ele. A palavra “misericórdias” (οἰκτιρμῶν) é um substantivo
genitivo de meio que indica o meio,[21] ou a instrumentalidade pela qual
ele devem apresentar seus corpos a Deus. É com base nestas
misericórdias que o cristão pode tornar-se um sacrifício a Deus. Esse
substantivo no NT sempre está no plural e denota a compaixão de Deus.
(cf. 2Co 1.3). É de Deus que procede toda compaixão e então a concede
aos eleitos.[22]No Antigo Testamento, essa palavra traduz a palavra
hebraica hesed que tem a ver com a relação de Deus com seu povo, na
qual é proeminente a ideia de graça.[23] A hesed de Deus culmina em
sua aliança com Israel. A misericórdia de Deus se manifesta em seus
atos savíficos, que consistem em seu perdão (cf. Dt 13.17, Sl 25.6, Os
1.6-7), libertação de Israel (Cf. Sl 69.16-18, Is 30.18) e em sua
restauração dos exilados (cf. Dt 30.3, Is 49.10,123, Jr 12.15, Ez 39.25).
Essa misericórdia, a qual Paulo se refere do Antigo Testamento, se
estende a todos os povos, e agora, por meio de Jesus, os atos salvíficos
de Deus chegam a todas as nações por meio de sua morte na cruz. É
por meio da misericórdia que os eleitos são salvos, e é com base nas
misericórdias de Deus que o cristão deve andar em fidelidade. O verbo
parastesai (apresenteis) é um infinitivo final, que acompanha o verbo
principal (rogo). Neste caso, Paulo roga com o objetivo de que os
romanos apresentem seus corpos a Deus. Desta maneira, esse verbo
indica o propósito da exortação de Paulo.[24] O verbo também é um
aoristo, que dá a ideia de uma entrega de uma vez por todas.[25] O
apresentar o corpo ao Senhor deve ser uma resposta à suas
misericórdias em um ato e não em um processo de entrega. Assim como
os noivos se entregam um ao outro de uma vez por todas na cerimônia
do casamento, devemos entregar-nos ao Senhor. Paulo exorta-os a
oferecerem “vossos corpos” (τὰ σώματα ὑμῶν). Dentro da antropologia
judaico-cristã, o corpo abrange a pessoa como um todo.[26] É a
totalidade da vossa vida concreta, toda a sua pessoa deve ser oferecida
a Deus em sacrifício.[27] O cristão deve oferecer a Deus toda a sua vida
como sacrifício. Quanto a corpos, Calvino declara: “Por corpos ele tem
em mente não só nossa pele e ossos, mas a totalidade daqulo que
somos compostos”.[28] O cristão já é de Deus por ser criação dele, e
além disso, torna-se de Deus por meio da redenção em Cristo, agora,
ele precisa tornarse de Deus em virtude da sua própria entrega livre de
si mesmo. Quanto isso, Stott afirma que nenhum culto é agradável a
Deus quando é unicamente interior, abstrato e místico; nossa adoração
deve expressar-se em atos concretos de serviço manifestados em nosso
corpo.[29] Paulo repete as palavras de Romanos 6: “apresenteis os
vossos corpos a Deus”. Segundo Lopes, glorificamos a Deus em nosso
corpo quando contemplamos o que é santo, quando nossos ouvidos se
deleitam no que é puro, quando nossas mãos praticam o que é reto e
quando nossos pés caminham por veredas de justiça.[30] O substantivo
sacrifício (θυσίαν) está no acusativo de modo,[31] ou seja, seus corpos
devem ser apresentados como um sacrifício a Deus. Apesar de ter um
amplo significado, o apelo do apóstolo é que eles apresentem os seus
corpos em “sacrifício” a Deus, relembrando de modo especial os
sacrifícios de ações de graças (cf. Lv 1.1–2.16; Sl 27.6; 50.14,23; 96.8;
107.22; 116.17). Ao usar o termo sacrifício Paulo usa um meio claro e
eficaz de indicar a necessidade de oferenda complete do cristão a Deus.
Os cristãos devem ser totalmente dedicados a Deus.[32] Esse sacrifício
não consiste em apresentar a Deus o que por direito é nosso, e sim a
nossa vida corporal em ação de graças a Deus, que não apenas nos
criou e formou, mas também se entregou por nós e para nós em Cristo.
Esse sacrifício é a simples abertura de nossa vida na aceitação do amor
de Deus em Cristo. O conceito de apresentação da vida corporal como
sacrifício, que transcende e suplanta qualquer oferta de grãos ou de
animais, tem raízes nos profetas e nos salmos (cf. Sl 40.6-8).[33] O
sacrifício deve ser vivo, em contraste com um sacrifício morto. O
particípio ζῶσαν (que é vivo) é um particípio de maneira[34], ou seja,
mostra como deve ser o sacrifício, seguido de dois adjetivos acusativos.
Segundo Bruce, a nova ordem tem seus sacrifícios, que não consistem
na vida de outrem, como os antigos sacrifícios de animais (Hb 13.15s;
1Pe 2.5).[35] Esses sacrifícios devem ser vivos, ou seja, devem
proceder da nova vida do cristão. Paulo indica então que o cristão
oferece a si mesmo para viver na “vida nova”(Rm 6.4).[36] Assim como
os sacrifícios do AT devem seguir os requisitos de Deus, o sacrifício
deve ser santo, e agradável a Deus. O sacrifício deve ser santo, produto
da influência santificadora do Espírito. Uma vez que o cristão oferece a
si mesmo a Deus, ele não mais pertence a si próprio, mas a Deus. A
palavra santo (ἁγίαν) é um adjetivo acusativo de maneira, ou seja,
mostra como deve ser o sacrifício oferecido. Essa palavra significa algo
reservado a Deus, pertencente a Deus, e uma vez que o cristão se torna
um sacrifício vivo e santo, ele também adquire o conteúdo ético a partir
do caráter de Deus, tornando-se santo, como Deus é santo.[37]
Ridderbos afirma que aquilo que é dedicado a Deus deve ser puro e
sem defeito. Por isso, “santo” também pode ser sinônimo de imaculado,
inculpável, irrepreensível (cf. Cl 1.22).[38] Além disso, o sacrifício é
agradável (εὐάρεστον), que designa o sacrifício como verdadeiro e
próprio, que é desejado por Deus e este o aceitará. Esse adjetivo
também é um acusativo que aponta a maneira que deve ser o sacrifício:
agradável a Deus. Não é um sacrifício oferecido de qualquer maneira,
deve ser do modo de Deus, da forma que agrada a Deus. Segundo
Murray, as palavras “santo e agradável a Deus” são contrastadas com a
corrupção que caracteriza o corpo do pecado e a concipiscência sexual.
A santidade é o caráter fundamental, bem como o princípio normativo do
crente para que este seja agradável a Deus.[39] Este é o culto racional
de vocês. A palavra culto (λατρείαν)[40] às vezes é associada com o
ritual do templo.[41] Paulo afirma que os cristãos romanos ao ofertarem
a si mesmos são o sacerdote, o sacrifício e o altar.[42] Em duas
ocasiões Paulo utiliza o termo latreia em Romanos. Primeiramente em
Romanos 9.4, com uma denotação do culto a Deus no Antigo
Testamento, e agora em Romanos 12.1, onde Paulo aplica o termo à
vida dos crentes no Novo Testamento. No caso, Paulo não está
aplicando o termo no contexto de reuniões, mas à caminhada diária da
igreja. A vida toda é um culto espiritual a Deus e todo crente é um
sacerdote. Dessa maneira, há uma mudança fundamental em relação ao
Antigo Testamento, pois no Novo Testamento não há uma pessoa santa
que realiza, de modo substitutivo, o serviço de Deus para todo o seu
povo, e nem lugares, épocas ou atos sagrados que criam uma distância
entre a religião e a vida diária e de todos os lugares. Todos os cristãos
tem igual acesso a Deus, a vida como um todo é serviço a Deus.[43] O
culto deve ser λογικὴν. O adjetivo logikev está na posição atributiva,
onde o adjetivo recebe mais ênfase do que o substantivo “culto”[44]. Ou
seja, a ênfase de Paulo não está no culto em si, mas em como deve ser
o culto. Essa palavra também é traduzida como espiritual, porém não é o
mesmo usualmente traduzido por espiritual no Novo Testamento.[45]
Para F. F. Bruce, a tradução deveria ser “culto espiritual” em contraste
com as exterioridades do culto do templo de Israel.[46] Da mesma
maneira, Hodge afirma que é um serviço mental e espiritual em oposição
a observações externas.[47] Para Pohl, o culto racional é um culto que
responde adequadamente às misericórdias de Deus.[48] Na filosofia
grega e no judaísmo helenístico, esse termo é traduzido como racional,
com o sentido de apropriado ou adequado. Uma tradução mais literal
seria “adequado” ou “razoável” ou “racional”.[49] Sem dúvida, a
apresentação do corpo como sacrifício vivo é um serviço espiritual, sob
orientação do Espírito Santo (cf. 1Pe 2.5). Porém, Paulo utiliza um termo
distinto, não usado por ele em nenhum outro de seus escritos e apenas
mais uma vez em todo o Novo Testamento (1 Pe 2.2). O culto que Paulo
focalizou é o de adoração a Deus, tendo uma característica racional,
porque a adoração deriva de um caráter santo e agradável diante de
Deus.[50] A mudança de mentalidade é o imperativo que exprime o
ponto essencial do que é oferecido em 12.1: sacrifício vivo, santo e
agradável começa com uma transformação de mentalidade. Só isso
possibilitará ao cristão a “experiência” (testada e confirmada) de que a
vontade de Deus é “boa, perfeita e agradável”. Ou seja, a adoração
envolve a mente, razão e intelecto do cristão. É algo racional em
contraste com aquilo que é mecânico e automático. Enquanto o
sacrifício pagão era morto e mecânico, o sacrifício a Deus deve ser vivo
e racional, fruto de um entendimento sobre aquilo que agrada a Deus
vivendo de modo santo e agradável para ele. Vs 2. καὶ μὴ
συσχηματίζεσθε τῷ αἰῶνι τούτῳ, ἀλλὰ μεταμορφοῦσθε τῇ ἀνακαινώσει
τοῦ νοός, εἰς τὸ δοκιμάζειν ὑμᾶς τί τὸ θέλημα τοῦ θεοῦ, τὸ ἀγαθὸν καὶ
εὐάρεστον καὶ τέλειον. Vs 2. E não sede conformados com esta geração,
mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis a vontade de Deus que é boa, aceitável e perfeita. Ainda
que gramaticalmente paralelo ao vs. 1, esse versículo explica de forma
mais detalhada como o oferecimento de nós mesmos como sacrifícios a
Deus deve ser realizado.[51] O pensamento central do versículo 2 é o
padrão de conduta do cristão. O que Deus requer de nós é nada menos
do que uma transformação total de nossa visão de mundo. O verbo
συσχηματίζεσθε é um imperativo médio-passivo presente, que dá a ideia
de não permitir que sejam conformados. Primeiramente o verbo é um
presente, o que dá a ideia de que eles constantemente não devem
deixar-se amoldar. Em segundo lugar, o verbo é uma voz médio-passiva
permissiva, que sempre acompanha um imperativo e está relacionado a
permissão e desejo.[52] Nesse caso, o verbo dá a ideia de não permitir e
nem desejarem serem levados e moldados por esse mundo. Por fim, é
um imperativo que mostra que o cristão deve lutar contra qualquer forma
desse século. A raiz squema significa tomar forma, ser conformado a,
ser dirigido por.[53] Desta maneira, Paulo afirma que eles não devem
permitir que sejam conformados, que não tomem a forma do presente
século. Traduzindo o imperativo presente na segunda pessoa do plural
seria “deixai de permitir que vos conformeis”. Segundo Kittel, squema se
refere à decência na conduta humana e por facilmente ter uma
referência especial ao vestuário.[54] O squema, deste modo, é um
caráter distintivo, que revela o interior por meio daquilo que é exterior.
Paulo traz uma ordem aos romanos: não se deixem amoldar pela
presente era (τῷ αἰῶνι). Há um padrão que deve ser abandonado, e há
um padrão daquilo em que devemos ser transformados.[55] O apóstolo
João em 1Jo 2.17 diz: “o mundo passa, bem como a sua
concupiscência; aquele porém, que faz a vontade de Deus, permanece
eternamente”. O padrão do presente século é o padrão do mundo que
João afirma em 1Jo 2.15-17, um mundo que passa, que é temporário. A
presente era, para Paulo, tem a conotação de um contexto de vida
dominado e determinado pelo pecado.[56] O presente século (τῷ αἰῶνι),
segundo Moule, é o curso e estado das coisas que seguem o pecado e
a morte.[57] Diferentemente, o padrão do cristão é permanente, eterno,
proveniente da era vindoura. Enquanto os sacrifícios pagãos, e mesmo
judaicos eram oferecidos apenas externamente, sem qualquer busca por
santidade, Deus exige do cristão que ele não haja da mesma maneira. O
cristão é chamado a não aparentar com aquilo que é deste século. A
busca por prazer, por enriquecimento, a busca por uma religião que
satisfaça o ego, a centralidade do homem, tudo isso são formas desta
era. O cristão é chamado a não permitir que a cosmovisão mundada
norteie e molde seus pensamentos, antes, deve negar todas essas
coisas. O cristão ainda vive nesta era, porém se entender o que Deus
fez por ele em Cristo, saberá que não pode mais se permitir ser moldado
e ajustado segundo o modelo e valores desta era.[58] Apesar de já ter
sido salvo por Cristo, o cristão terá pressões para se conformar à
presente era, sejam externas, sejam internas, mas pelo Espírito, ele
pode e deve resistir. F. F. Bruce afirma que “é pelo poder do Espírito
neles, penhor da sua herança no século vindouro, que podem resistir à
tendência de viverem ao nível deste século”.[59] O verbo
μεταμορφοῦσθε (sede transformados) é um imperativo presente passivo.
Traduzindo seria: “continuai a deixar-vos transformar”. Primeiramente é
no tempo presente. Não é algo meramente pontual, mas uma
transformação que deve ser contínua, equivale à santificação
progressiva.[60] Em segundo lugar está na voz passiva permissiva, que
é um passivo confinado ao imperativo que dá indeia de vontade e
permissão.[61] Neste caso, o verbo mostra que a transformação não
vem deles mesmos, o agente da transformação é o próprio Deus, porém
eles devem tanto querer quanto permitir essa transformação. Em
terceiro lugar, o verbo está no imperativo, ou seja, é uma ordem ao
cristão, é necessário que o cristão não apenas não permita que seu
pensamento e atitudes sejam moldados pelo sistema mundano, mas
também é necessário que ele permita que sua mente seja transformada
por Deus. Não é algo meramente passivo, mas uma responsabilidade do
cristão. Seu dever é cooperar ao máximo. Em contrapartida com os
padrões passageiros deste século, agora Paulo exorta os romanos a
passarem por uma profunda transformação que é permanente. A
santificação é um processo de transformação na consciência humana.
Paulo está propondo uma transformação na consciência de modo que
eles a cada dia sejam mais parecidos com Jesus, que a cada dia, sua
mente esteja mais transformada e conformada com as Escrituras.
Ridderbos afirma que a transformação da mente também deve ter como
objetivo e resultado o fato do homem transformado, desse modo e
retirado de dentro do modo de agir do mundo presente, ser preparado e
capacitado para experimentar “qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus”.[62] Deus transforma a mente do cristão para que ele
viva a sua vontade. É impossível andar na lei, sem que haja a
transformação dada pelo Espírito da mente humana.[63] À medida que o
Espírito Santo renova a mente decaída, o homem para de pensar
egocentricamente e passa a pensar nas coisas do alto, centrado na
vontade de Deus e não na sua própria vontade. F. F. Bruce afirma ainda
que o Espírito Santo transforma o homem para que não apenas aprove
sua vontade, mas a faça.[64] Pelo Espírito o homem cumpre o propósito
da lei que é ser santo, como Deus é santo. A palavra “renovação”
(ἀνακαινώσει) é um substantivo dativo de agência,[65] ou seja, a
transformação da mente do cristão se dá pela renovação aplicada pelo
Espírito à mente do eleito. Essa palavra significa uma “renovação
completa”, uma “restauração”, uma “mudança para melhor”. Desta
maneira, o que o Espírito faz, é uma restauração completa na mente do
cristão. A palavra “mente” (τοῦ νοός) é um substantivo genitivo de fonte
ou origem.[66]Ou seja, a renovação deve acontecer a partir da mente do
cristão. No caso de mente, Paulo está falando da racionalidade do
cristão, todo seu intelecto sendo restaurado pelo Espírito e transformado
para ser conforme a imagem de Cristo. A conjunção εἰς nos dá a ideia
de propósito, que significa “para que”, “afim de”. O cristão deve deixar de
permitir conformar-se com este século e continuar a permitir ser
transformado em sua mente, com o propósito de experimentar a vontade
de Deus em sua vida. O verbo δοκιμάζειν significa “discernir”, “provar”,
“pôr à prova” ou “aprovar” (como resultado de pôr à prova). Paulo então
nos afirma que o discernimento da vontade de Deus será seguido pela
aceitação obediente dela.[67] Desta maneira, Paulo expõe que o cristão
é transformado em sua mente de modo que ele próprio seja capaz de, à
luz do evangelho, discernir qual é a vontade de Deus. Além disso,
poderá experimentar e comprovar que a vontade de Deus é boa, não no
sentido de que Deus precise de aprovação, mas para ele próprio viver
essa vontade. A vontade de Deus, a ética da nova aliança, conduz para
o caminho correto, caminho de vida, e não legalismo. O cristão tem sua
mente renovada, de modo que tem a restauração de sua mente, antes
caída, escravizada e espiritualmente morta. O homem que foi criado à
imagem e semelhança de Deus, por causa da queda, tornou-se nulo em
seus pensamentos (cf. Rm 1.21), mortos espiritualmente. Contudo, por
causa das misericórdias de Deus, que por meio de Cristo trouxe
redenção aos eleitos, agora, o homem é transformado à imagem de
Cristo (cf. Rm 8.29). Neste caso, ser transformado significa compartilhar
novamente da presença de Deus, e agora poder experimentar e cumprir
sua vontade. A palavra vontade (θέλημα) está diretamente relacionada a
Deus. A vontade de Deus que Paulo que refere é a vontade que pode
ser comprovada e experimentada, e foi revelada em todo o livro de
Romanos: a vontade salvífica de Deus.[68] Paulo explica em Romanos
2.17ss, que os mestres judaicos da lei pensam que conhecem a vontade
de Deus a partir da lei, porém não passam de guias de cegos. A vontade
de Deus está revelada na lei, mas não na salvação por meio da lei,
como pensavam os escribas e fariseus, mas na salvação pela fé em
Cristo. Na revelação da justiça de Deus proveniente pela fé em Jesus
Cristo, que por sua morte na cruz trouxe redenção para os eleitos. A
vontade de Deus que pode ser experimentada pelos eleitos, é a
salvação, justificação, adoção e a santificação por meio dos méritos de
Cristo outorgados a eles, e aplicados por meio do Espírito Santo em
suas vidas. Neste caso, Paulo está falando da vontade preceptiva de
Deus, ou seja, da vontade que Deus prescreve segundo sua própria
vontade, o que devemos fazer ou deixar de fazer. A vontade preceptiva
de Deus é sua vontade revelada nas Escrituras, seus preceitos como
normas do dever para com suas criaturas racionais.[69] O fato de a
vontade ser boa, agradável e perfeita deve levar o crente ao
comportamento apropriado. A palavra boa (ἀγαθὸν) provém do termo
grego que significa “bom”, “prestativo”, que tem um significado de bem
moral.[70] Jesus utiliza essa palavra para dizer: “ninguém é bom senão
somente Deus” (Mt 19.17). Um adjetivo que está diretamente
relacionado ao caráter de Deus, que é totalmente bom, e por causa
disso, a sua vontade é boa. Para os cristãos que vieram do paganismo,
talvez fosse possível pensar na religião como uma comunhão mística
não-ética e sem restrições morais.[71] Porém Paulo afirma que o cristão,
tendo sua mente renovada, passa a experimentar a vontade de Deus,
que é moralmente boa e não dá espaço para imoralidade em nenhum
sentido. A palavra agradável (εὐάρεστον) ocorre oito vezes nas cartas
de paulo e uma vez em Hebreus. Em Filipenses 4.18 Paulo afirma que a
oferta dos filipenses para ele é um sacrifício agradável a Deus. Em
Efésios 5.10, Paulo também exorta aos cristãos a provar, experimentar
aquilo que é agradável a Deus. Na LXX, essa palavra ocorre como algo
que apraz a Deus (Nm 23.27), ou agradável a Deus (Ml 3.4).[72] Dessa
forma, Paulo se opõe qualquer coisa que seja contrária à bondade de
Deus. Com “agradável”, Paulo enfatiza que a bondade que se trata não
é antropocêntrica e sim determinada pela revelação da vontade de
Deus, é uma questão de obediência aos mandamentos de Deus,
revelados na escritura. Não é possível ser agradável e nem bom, se não
estiver de acordo com a vontade revelada de Deus. Por fim, a vontade
de Deus é “perfeita” (τέλειον). Essa palavra significa “completo”, “levado
até o fim”, “íntegra”. Ao olhar para Marcos 12.30s temos: “(…) amarás o
Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma, de todo o
entendimento e com todas as tuas forças (…) Amarás o teu próximo
como a ti mesmo”. A vontade de Deus é aquilo que Deus exige de nós e
essa vontade é completa, é perfeita.[73] Uma vez que Deus nos reclama
totalmente para si e para nosso próximo, isso significa que a vontade de
Deus não é manejável ou cumprida apenas parcialmente, mas uma
exigência absoluta de Deus, que só Cristo cumpriu, e agora por meio da
renovação da mente, o cristão é capacitado e deve estar inteiramente
comprometido em viver essa vontade. Lloyd-Jones afirma que nós
somente encontraremos contentamento quando formos restaurados,
quando nossa mente for transformada e nos tornarmos “participantes da
natureza divina” (2Pe 1.4); seremos semelhantes a Ele, “sem mácula,
nem ruga, nem coisa semelhante” (Ef 5.27).[74] 2.1.6) Mensagem para a
Época da Escrita À luz de tudo que Paulo havia explicado sobre a justiça
de Deus nos capítulos anteriores, agora ele faz uma transição da parte
explicativa para a exortativa. Paulo exorta os romanos que, depois de
entenderem que são justificados, adotados, que devem andar em
santidade, depois de compreenderem as doutrinas da graça na eleição,
a persevernança e o cuidado da providência de Deus, agora ele suplica
dizendo que todas estas coisa são as misericórdias de Deus, e é com
base nelas que eles devem oferecer seu corpos como sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus em um culto que é racional, proveniente de
uma mente transformada pelo Espírito, diferentemente do culto pagão e
do culto prestado pelos judeus no templo, meramente formal e exterior.
Paulo os ordena a se permitirem terem suas mentes, ou seja, todo seu
intelecto, vontade e emoções transformados internamente pelo Espírito
Santo e ao mesmo tempo não se permitirem ser conformados com o
presente século, deixando-se levarem pelo legalismo, hedonismo e
cultos idólatras, antes ao serem transformados, estarão habilitados tanto
para aprovar a vontade de Deus, quanto para agir em conformidade com
sua lei, que é boa, perfeita e agradável. 2.1.7) Mensagem para todas as
Épocas A mensagem de Paulo é atual e fala para todas as épocas
também. O cristão é desafiado a viver em santidade, consagrando toda
a sua vida a Deus, não vivendo uma dicotomia entre o que é sagrado e
o que é secular, antes deve ter sua vida como um culto a Deus.
Buscando agir em conformidade com a palavra, não andando segundo
os costumes dessa época, não flexibilizando a palavra de Deus, e não
buscando moldar o culto a Deus em padrões mundanos. Antes, deve
não cultuar a si mesmo mas, oferecer a si mesmo como culto a Deus.
Antes, oferecia seus membros ao pecado, agora, oferece para honrar e
glorificar a Deus. O seu culto não é meramente exterior mas é racional.
Ele entende, aplica e vive a palavra de Deus em adoração ao Senhor.
Assim, o cristão luta ativamente para não se conformar com este mundo,
mas se deixa ser transformado pelo Espírito, pois não é controlado pelo
padrão do pensamento do mundo, mas pela Escritura. A transformação
exterior é a defesa do cristão contra a conformidade com o espírito do
tempo presente. Quando o corpo é consagrado a Deus, então a mente é
transformada, o culto torna-se racional e ele passa a experimentar a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 2.1.8) Teologia do Texto
2.1.8.1) Implicações para a Teologia Bíblica Sacrifícios e o Culto O apelo
do apóstolo a que apresentemos o corpo em “sacrifício” relembra de
modo especial os sacrifícios de ações de graças (cf. Lv 1.1–2.16; Sl
27.6; 50.14,23; 96.8; 107.22; 116.17). Esse sacrifício não consiste em
apresentar a Deus o que por direito é nosso, e sim a nossa vida corporal
em ação de graças a Deus, que não apenas nos criou e formou, mas
também se entregou por nós e para nós em Cristo. Esse sacrifício é a
simples abertura de nossa vida na aceitação do amor de Deus em
Cristo. O conceito de apresentação da vida corporal como sacrifício, que
transcende e suplanta qualquer oferta de grãos ou de animais, tem
raízes nos profetas e nos salmos (cf. Sl 40.6-8).[75] Enquanto no Antigo
Testamento, tínhamos a figura do Sumo Sacerdote como mediador e
líder da comunidade no ensino e nos sacrifícios, agora, no Novo
Testamento, cada crente é um sacerdote, e o sacrifício não é mais algo
visível e exterior, mas uma vida dedicada ao Senhor. No Antigo
Testamento o sacerdócio levítico e o sistema sacrificial estavam em
vigor, porém a partir da morte e ressurreição de Cristo, esse sacerdócio
foi extinguido. Agora, Cristo é o sumo sacerdote (Rm 3.25) que oferece
a si mesmo como expiação por nossos pecados, assegurando ao seu
povo o acesso contínuo a Deus (Hb 10.19-25). Além disso, todo o povo
de Deus é sacerdote no Novo Testamento (1 Pe 2.5,9; Hb 13.15 e Rm
12.1).[76] Segundo F. F. Bruce, a nova ordem tem seus sacrifícios, que
não consistem na vida de outrem, como os antigos sacrifícios de animais
(Hb 13.15s; 1Pe 2.5).[77]Esses sacrifícios devem ser vivos, ou seja,
devem proceder da nova vida do cristão. Paulo indica então que o
cristão oferece a si mesmo para viver na “vida nova” (Rm 6.4).[78] Assim
como os sacrifícios do AT devem seguir os requisitos de Deus, o
sacrifício deve ser santo, e agradável a Deus. O sacrifício deve ser
santo, produto da influência santificadora do Espírito. Uma vez que o
cristão oferece a si mesmo a Deus, ele não mais pertence a si próprio,
mas a Deus. O sacrifício é santo pois é algo reservado a Deus,
pertencente a Deus, e uma vez que o cristão se torna um sacrifício vivo
e santo, ele também adquire o conteúdo ético a partir do caráter de
Deus, tornando-se santo, como Deus é santo.[79] Por isso, “santo”
também pode ser sinônimo de imaculado, inculpável, irrepreensível (cf.
Cl 1.22).[80] Além disso, o sacrifício é agradável, que designa o
sacrifício como verdadeiro e próprio, que é desejado por Deus e este o
aceitará. Não é um sacrifício oferecido de qualquer maneira, deve ser do
modo de Deus, da forma que agrada a Deus. A santidade é o caráter
fundamental, bem como o princípio normativo do crente para que este
seja agradável a Deus. 2.1.8.2) Implicações para a Teologia Sistemática
Teologia Paulo nos ensina sobre a vontade de Deus que pode ser
compreendida e experimentada pelo cristão quando este tem sua mente
transformada pelo Espírito. Neste caso, Paulo está falando da vontade
preceptiva de Deus, ou seja, da vontade que Deus prescreve segundo
sua própria vontade, o que devemos fazer ou deixar de fazer. A vontade
preceptiva de Deus é sua vontade revelada nas Escrituras, seus
preceitos como normas do dever para com suas criaturas racionais.[81]
Santificação Paulo utiliza o processo de santificação como uma ordem
(imperativo) a partir do indicativo, ou seja, a santificação é um processo
que tem como base as misericórdias de Deus.[82] O significado
específico do conceito de santificação para Paulo é que a nova vida do
cristão, como um todo, deve ser qualificada pela santificação como
resposta em pureza à eleição de Deus pela graça, como dedicação de si
mesmo a Deus em caráter irrepreensível como santo sacrifício. O
caráter religioso teocêntrico da nova obediência certamente encontra
sua expressão mais cheia de significado no conceito de santificação,
assim como, por outro lado, a base e origem dessa obediência não é
designada em parte alguma de maneira mais clara do que na graça
eletiva e gratuita de Deus.[83] A santificação na vida do cristão é um
processo contínuo e é o propósito de Deus para os romanos. Assim
como em 1Coríntios 6.13,14 onde Paulo diz que o corpo do crente deve
ser preservado da imoralidade porque todo cristão é uma pessoa
santificada, pertencente a Cristo.[84] Hodge afirma que o Espírito habita
o povo de Deus e é a fonte permanente de todas as atividades desta
vida espiritual que ele implanta na alma.[85] Antropologia Por corpo
(somata), Paulo traz um significado não apenas de carne ou parte
exterior do homem, mas contribui para uma compreensão do indivíduo
como um todo. É uma maneira de referir-se ao indivíduo demodo
concreto em sua existência.[86] Além disso, Paulo utiliza o termo mente
(nous) em um sentido de entendimento, onde normalmente Paulo coloca
mente e coração como sinônimos. Esse entendimento pela renovação
faz com que o cristão possa discerner a vontade de Deus.[87] Desta
forma, temos neste texto uma contribuição tanto para corpo, quanto para
mente em Paulo. 2.1.8.3) Implicações para a Teologia Prática O texto de
Romanos 12.1-2 nos mostra o que é muito característico nos ensinos de
Paulo: a ética deve fundamentar-se sobre a obra da redenção.
Apresentada de maneira mais específica, essa afirmação pode assumer
que a ética se origina da união com Cristo, e por isso, da participação na
graça pertencente a ele e exercida pore le. Desta maneira, somos
chamados à santificação a partir da redenção por meio de Cristo. A ética
não é desvinculada da doutrina, antes se baseia no ensino moral que
vem da doutrina.[88] Não somos espirituais no sentido bíblico, exceto
quando o uso de nossos corpos se caracteriza por uma devoção
consciente, inteligente e consagrada ao serviço a Deus. Essa expressão
é dirigida contra o externalismo mecânico e, deste modo, a adoração é
contrastada com o ceremonial externo dos cultos tanto judaicos como
dos cultos pagãos.[89] Crisóstomo diz: Como pode o corpo tornar-se um
sacrifício? Deixe que o olho não veja nada mau, e ele se tornará um
sacrifício; permita que a língua não diga nada vergonhoso, e ela se
tornará uma oferta; deixe que a mão não faça nada illegal, e ela se
tornará uma oferta de holocaust. Não, isso não será suficiente, mas
precisamos ter a prática ativa do bem – a mão precisa dar esmola; a
boca precisa abençoar em lugar de amaldiçoar; o ouvido precisa dar
atenção sem cessar aos ensinamentos divinos.[90] Enquanto o sacrifício
pagão era morto e mecânico, o sacrifício a Deus deve ser vivo e
racional, fruto de um entendimento sobre aquilo que agrada a Deus
vivendo de modo santo e agradável para ele. o meio e o resultado do
compromisso com Cristo. O meio consiste em não amoldar a esta era,
mas ser transformado para a era vindoura pela renovação da mente. Os
cristãos devem rejeitar continuamente a presente era a favor da era
vindoura. O resultado é que o cristão faz a vontade de Deus. Quanto
isso, Stott afirma que nenhum culto é agradável a Deus quando é
unicamente interior, abstrato e místico; nossa adoração deve expressar-
se em atos concretos de serviço manifestados em nosso corpo.[91]
Paulo repete as palavras de Romanos 6: “apresenteis os vossos corpos
a Deus”. Segundo Lopes, glorificamos a Deus em nosso corpo quando
contemplamos o que é santo, quando nossos ouvidos se deleitam no
que é puro, quando nossas mãos praticam o que é reto e quando
nossos pés caminham por veredas de justiça.[92] 3) Sermão Título do
Sermão: O culto racional a Deus Tema: A base, a oferta, o modo e o
resultado do culto racional a Deus. Doutrina: Santificação Paulo desafia
os crentes, com base nas misericórdias de Deus, a oferecerem suas
vidas como sacrifício santo, vivo e agradável a Deus, em um culto que é
racional e não meramente externo, não se conformando com a presente
era, mas deixando-se serem transformados pelo Espírito com o
propósito de viverem e experimentarem a vontade de Deus que é boa,
agradável e perfeita. Necessidade: Fazer com que os cristãos
compreendam que devem viver para Deus diariamente. Que não há
dicotomia para o cristão. Que o culto não é meramente externo. Exortá-
los a não seguirem modismos, invencionices que não são baseadas na
Escritura e portanto não são agradáveis a Deus e nem santas.
Exortação à santidade cristã, a um modo de viver digno diante da
eleição. Imagem: Poesia O Altar de George Herbert. Nascido no País de
Gales em 1593, esse poeta e escritor tornou-se um pároco emu ma
igreja no interior: “Senhor, este servo edifice um altar quebrado, feito de
um curacao, com pranto cimentado: suas partes, como tua mão as
moldou, instrumento humano nunca o tocou. Somente o coração é essa
formação, pois nada o vai lavrar, só teu poder sem par. E assim cada
parte, do duro baluarte se une neste altar para teu nome louvar: possam
estas pedras sempre te louvar. Oh! Faz teu santo sacrifício meu e
santifica esse altar para ser teu.[93] Objetivo: Causar uma mudança na
visão sobre a devoção do cristão, que deve ser racional, em uma
compreensão do que é o evangelho e na prática do mesmo. Rejeitando
tudo aquilo que é contrário à Escritura, e buscando ser transformado
pelo Espírito para cumprir a lei do Senhor. Esboço: Introdução Muitas
pessoas acham que uma devoção a Deus é um esvaziar-se, perdendo
sua pessoalidade, buscando uma espiritualidade subjetiva, ascética e
que tem aparência de espiritualidade, mas que não leva a uma vida
santa, em conformidade com a Escritura. Hoje nas igrejas há muita
ênfase em experiências sobrenaturais e quase nenhuma em viver de
modo santo. Pontos e Subpontos  A base do culto racional a Deus
(12.1a) A base do culto racional são as misericórdias de Deus.  A oferta
do culto racional a Deus (12.1b) O cristão deve oferecer a si mesmo
como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Essa oferta é diária,
consagrada e do modo de Deus.  O Modo do culto racional a Deus
(12.2a) O culto racional deve levar a rejeitar o padrão do mundo e
submeter-se ao Espírito para ter sua mente transformada para
compreender a vontade de Deus.  O resultado do culto racional a Deus
(12.2b) O resultado do culto racional é que o cristão, depois de ter sua
mente transformada pelo Espírito, ele passa a compreender, aprovar e a
cumprir a vontade de Deus, baseado nas Escrituras em uma vida de
santificação. Conclusão e Aplicação Uma vez que somos salvos,
devemos oferecer a Deus um culto racional:  Compreendendo que só
cultuamos porque o Senhor nos salvou, o amamos porque Ele nos amou
primeiro;  Tendo uma vida agradável ao Senhor, deixando que nossa
mão faça o bem, nossa boca o louve, nossos ouvidos ouçam sua
palavra;  Rejeitando ao padrão do mundo e sendo transformados pelo
Espírito, não seguindo modismos ou invencionices, antes sendo guiados
pela palavra de Deus;  Experimentando e comprovando a vontade de
Deus na prática, vivendo e aplicando a palavra a cada área de nossa
vida. Conclusão Podemos perceber, após esse trabalho de Romanos
12.1,2, que Paulo inicia as exortações sobre a aplicação da doutrina,
após toda a exposição teológica do que Cristo fez. Desta maneira, uma
vez que Deus nos chamou, predestinou, justificou, adotou e elegeu em
Cristo, devemos, baseados nas misericórdias de Deus, reveladas a nós
por meio de Cristo, que nos redimiu, então devemos ofertar nossa vida
inteira em sacrifício vivo, ou seja, um sacrifício constante, não apenas
externo, e que provém de uma vida dedicada ao Senhor. O sacrifício
deve ser santo e agradável a Deus, consagrado a ele, e da maneira
dele. Desta forma, estaremos oferecendo a Deus um culto racional, fruto
da compreensão da graça de Deus que nos leva à obediência e
devoção. Uma vez que sua vida deve ser dedicada a Deus, há dois
imperativos presentes passivos aos cristãos: continuai não deixando vos
conformar com este século e continuai tendo vossas mentes
transformadas. A transformação não vem dele mesmo, mas do Espírito
e é continua. Depois de ter sua mente transformada pelo Espírito, o
cristão agora, não apenas compreende a vontade de Deus, como é
habilitado a se agradar dela e cumpri-la, experimentando-a na prática e
comprovando que a vontade preceptiva de Deus é boa, agradável e
perfeita. Bibliografia [1] CARSON, D. A; MOO, Douglas J.; MORRIS,
Leon; Introdução ao Novo Testamento; São Paulo: Vida Nova, 1997, p.
270 [2] ERDMAN, Charles R.; Comentário aos Romanos; São Paulo:
CEP, 1993, p. 13. [3] VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo;
História para ensino médio: história geral e do Brasil: Volume Único. São
Paulo: Scipione, 2001 – Série Parâmetros [4] PATE, C. Marvin;
Romanos; São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 236 [5] HAWTHORNE,
Gerald F.; MARTIN, Ralph P.; REID, Daniel G.; Dicionário de Paulo e
suas cartas; São Paulo: Edições Loyola, 2008, p. 362s. [6] BOA,
Kenneth; KRUIDENIER, William; Romans – Holman New Testament
Commentary; Nashville: Holman Reference, 2000, p. 363. [7] CARSON,
D. A.; Comentário Bíblico Vida Nova; São Paulo: Vida Nova, 2009, p.
1730. [8] HODGE, Charles; Commentary on the Epistle to the Romans;
Boston: Ives & Dennet; 1843, p. 13 [9] STOTT, John; Romanos; São
Paulo: Editora ABU; 2008, p. 41s [10] PATE, C. Marvin; Romanos; São
Paulo: Vida Nova, 2015, p. 235 [11] RAINEY, A. F.; Sacrifícios e Ofertas;
in: TENNEY, Merril C.; Enciclopédia da Bíblia; São Paulo: Cultura Cristã,
Volue 5, 2008, p. 333s [12] PATE, C. Marvin; Romanos; São Paulo: Vida
Nova, p. 235 [13] FEINBERG, C. L; Sacerdotes e Levitas; in: TENNEY,
Merril C.; Enciclopédia da Bíblia; São Paulo: Cultura Cristã, Volue 5,
2008, p. 317 [14] Holmes, M. W. (2011–2013). The Greek New
Testament: SBL Edition (Rm 12). Lexham Press; Society of Biblical
Literature. [15] HOEHNER, Harold W., “Romans” in The Bible
Knowledge Word Study; Colorado Springs: Victor, 2006, p. 188 [16]
VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; WHITE Jr., William; Dicionário Vine; Rio
de Janeiro: CPAD, 2013, p. 635. [17] CRANFIELD, C. E. B.; Comentário
de Romanos; São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 267. [18] HENDRIKSEN;
William; Romanos; São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 502. [19]
HODGE, Charles; Commentary on the Epistle to the Romans; Michigan:
WM. EerdmansPublishing Company, 1947, p. 383. [20] WALLACE,
Daniel B.; Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do Novo
Testamento; São Paulo: Editora Batista Regular, 2009, p. 368s. [21]
WALLACE, Daniel B.; Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do
Novo Testamento; São Paulo: Editora Batista Regular, 2009, p. 125. [22]
KITTEL, Gerhard; FRIEDRICH; Gerhard; Dicionário Teológico do Novo
Testamento – Vol 2; São Paulo: Cultura Cristã, 2013, p. 21. [23]
HAWTHORNE, Gerald F.; MARTIN, Ralph P.; REID, Daniel G.;
Dicionário de Paulo e suas cartas; São Paulo: Edições Loyola, 2008, p.
825s. [24] WALLACE, Daniel B.; Gramática Grega: Uma Sintaxe
Exegética do Novo Testamento; São Paulo: Editora Batista Regular,
2009, p. 590. [25] WALLACE, Daniel B.; Gramática Grega: Uma Sintaxe
Exegética do Novo Testamento; São Paulo: Editora Batista Regular,
2009, p. 557. [26] HOEHNER, H. W.; Corpo, conceito bíblico do; in:
Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã; São Paulo: Vida Nova,
2009, p. 359-360. [27] HAWTHORNE, Gerald F.; MARTIN, Ralph P.;
REID, Daniel G.; Dicionário de Paulo e suas cartas; São Paulo: Edições
Loyola, 2008, p. 298. [28] CALVINO, Juan; Comentario a la epístola a
los romanos; Michigan: Libros Desafio, 2005, p. 273. [29] STOTT, John;
Romanos; São Paulo: Editora ABU; 2008, p. 389. [30] LOPES,
Hernandes Dias; Romanos; São Paulo: Hagnos, 2010, p. 399-400. [31]
WALLACE, Daniel B.; Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do
Novo Testamento; São Paulo: Editora Batista Regular, 2009, p. 200. [32]
HAWTHORNE, Gerald F.; MARTIN, Ralph P.; REID, Daniel G.;
Dicionário de Paulo e suas cartas; São Paulo: Edições Loyola, 2008, p.
1127. [33] BEALE, G. K.; CARSON, D. A.; Comentário do Uso do Antigo
Testamento no Novo Testamento; São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 846s.
[34] WALLACE, Daniel B.; Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do
Novo Testamento; São Paulo: Editora Batista Regular, 2009, p. 627. [35]
BRUCE, F. F.; Romanos: Introdução e Comentário; São Paulo: Vida
Nova, 2014, p. 182. [36] CRANFIELD, C. E. B.; Comentário de
Romanos; São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 267-268. [37] CRANFIELD,
C. E. B.; Comentário de Romanos; São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 268.
[38] RIDDERBOS, Herman; Teologia do Apóstolo Paulo; São Paulo:
Editora Cultura Cristã, 2013, p. 296. [39] MURRAY, John; Romanos; São
José dos Campos: Missão Evangélica Literária, 2003, p. 475. [40]
ARNDT, William F.; GINGRICH, F. Wilbur; A Greek-English Lexicon of
the New Testment; Michigan: Zondervan Publishing House, 1952, p.
468. [41] HODGE, Charles; Commentary on the Epistle to the Romans;
Michigan: WM. EerdmansPublishing Company, 1947, p. 383. [42]
MOULE, H. C. G.; The Epistle to the Romans; London: Pickering &
Inglits Ltd.; 1975, p. 326. [43] RIDDERBOS, Herman; Teologia do
Apóstolo Paulo; São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013, p. 533. [44]
WALLACE, Daniel B.; Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do
Novo Testamento; São Paulo: Editora Batista Regular do Brasil, 2009, p.
306. [45] ARNDT, William F.; GINGRICH, F. Wilbur; A Greek-English
Lexicon of the New Testment; Michigan: Zondervan Publishing House,
1952, p. 477. [46] BRUCE, F. F.; Romanos – Introdução e Comentário;
São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 183. [47] HODGE, Charles; Commentary
on the Epistle to the Romans; Michigan: WM. EerdmansPublishing
Company, 1947, p. 384. [48] POHL, ADOLF; Carta aos Romanos;
Curitiba: Editora Esperança, 1999, p. 200. [49] HENDRIKSEN, William;
Romanos; São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 503. [50] MURRAY, John;
Romanos; São José dos Campos: Missão Evangélica Literária, 2003, p.
475. [51] CARSON, D. A.; Comentário Bíblico Vida Nova; São Paulo:
Vida Nova, 2009, p. 1731. [52] WALLACE, Daniel B.; Gramática Grega:
Uma Sintaxe Exegética do Novo Testamento; São Paulo: Editora Batista
Regular, 2009, p. 440. [53] ARNDT, William F.; GINGRICH, F. Wilbur; A
Greek-English Lexicon of the New Testment; Michigan: Zondervan
Publishing House, 1952, p. 803. [54] KITTEL, Gerhard; FRIEDRICH,
Gerhard; Dicionário Teológico do Novo Testamento; São Paulo: Editora
Cultura Cristã, 2013, p. 517. [55] HENDRIKSEN, William; Romanos; São
Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 506. [56] RIDDERBOS, Herman; Teologia
do Apóstolo Paulo; São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013, p. 102. [57]
MOULE, H. C. G.; The Epistle to the Romans; London: Pickering &
Inglits Ltd.; 1975, p. 327. [58] CRANFIELD, C. E. B.; Romanos; São
Paulo: Vida Nova, 2005, p. 269. [59] BRUCE, F. F.; Romanos –
Introdução e Comentário; São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 138. [60]
HENDRIKSEN, William; Romanos; São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p.
508. [61] WALLACE, Daniel B.; Gramática Grega: Uma Sintaxe
Exegética do Novo Testamento; São Paulo: Editora Batista Regular,
2009, p. 441. [62] RIDDERBOS, Herman; Teologia do Apóstolo Paulo;
São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013, p. 293. [63] CRANFIELD, C. E.
B.; Romanos; São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 270. [64] BRUCE, F. F.;
Paul: Apostle of the Heart Set Free; Michigan: Grand Rapids, 1990, p.
200. [65] WALLACE, Daniel B.; Gramática Grega: Uma Sintaxe
Exegética do Novo Testamento; São Paulo: Editora Batista Regular,
2009, p. 163. [66] WALLACE, Daniel B.; Gramática Grega: Uma Sintaxe
Exegética do Novo Testamento; São Paulo: Editora Batista Regular,
2009, p. 109. [67] CRANFIELD, C. E. B.; Romanos; São Paulo: Vida
Nova, 2005, p. 270. [68] MULLER, D.; Vontade; in: COENEN, Lothar;
BROWN, Colin; Dicionário Internacional de Teologia do Novo
Testamento – Vol 2., São Paulo: Vida Nova, 2000, p. 2680. [69] HODGE,
Charles; Teologia Sistemática; São Paulo: Hagnos, 2001, p. 303. [70]
BEYREUTHER, E.; Bom; in: COENEN, Lothar; BROWN, Colin;
Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento – Vol 1., São
Paulo: Vida Nova, 2000, p. 241. [71] CRANFIELD, C. E. B.; Romanos;
São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 270. [72] BIETENHARD, H.; Agradar; in:
COENEN, Lothar; BROWN, Colin; Dicionário Internacional de Teologia
do Novo Testamento – Vol 1., São Paulo: Vida Nova, 2000, p. 28. [73]
CRANFIELD, C. E. B.; Romanos; São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 271.
[74] LLOYD-JONES, Martin; Romanos: Exposição sobre o Cap. 12; São
Paulo: PES, 2003, p. 178. [75] BEALE, G. K.; CARSON, D. A.;
Comentário do Uso do Antigo Testamento no Novo Testamento; São
Paulo: Vida Nova, 2014, p. 846s. [76] FEINBERG, C. L; Sacerdotes e
Levitas; in: TENNEY, Merril C.; Enciclopédia da Bíblia; São Paulo:
Cultura Cristã, Volue 5, 2008, p. 317 [77] BRUCE, F. F.; Romanos:
Introdução e Comentário; São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 182. [78]
CRANFIELD, C. E. B.; Comentário de Romanos; São Paulo: Vida Nova,
2005, p. 267-268. [79] CRANFIELD, C. E. B.; Comentário de Romanos;
São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 268. [80] RIDDERBOS, Herman;
Teologia do Apóstolo Paulo; São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013, p.
296. [81] HODGE, Charles; Teologia Sistemática; São Paulo: Hagnos,
2001, p. 303. [82] RIDDERBOS, Herman; Teologia do Apóstolo Paulo;
São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013, p. 289. [83] RIDDERBOS,
Herman; Teologia do Apóstolo Paulo; São Paulo: Editora Cultura Cristã,
2013, p. 298. [84] WHITE, R. E. O.; Santidade; in: ELWELL; Walter A.;
Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã; São Paulo: Vida Nova,
2009, p. 347. [85] HODGE, Charles; Teologia Sistemática; São Paulo:
Hagnos, 2001, p. 1184. [86] RIDDERBOS, Herman; Teologia do
Apóstolo Paulo; São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013, p. 123. [87]
RIDDERBOS, Herman; Teologia do Apóstolo Paulo; São Paulo: Editora
Cultura Cristã, 2013, p. 125s. [88] MURRAY, John; Romanos; São José
dos Campos: Missão Evangélica Literária, 2003, p. 473. [89] MURRAY,
John; Romanos; São José dos Campos: Missão Evangélica Literária,
2003, p. 475. [90] CRISÓSTOMO, João; apud in: GREATHOUSE,
William M.; A epístola aos Romanos; Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.
159. [91] STOTT, John; Romanos; São Paulo: Editora ABU; 2008, p.
389. [92] LOPES, Hernandes Dias; Romanos; São Paulo: Hagnos, 2010,
p. 399-400. [93] PATE, C. Marvin; Romanos; São Paulo: Vida Nova,
2015, p. 239.

Você também pode gostar