PTD no campo da bioética (2012 - 2022)

OBJETIVO:
● Objetivo geral:
Compreender como se desenvolveram as práticas decisórias no campo da bioética nos
últimos dez anos (2012 - 2022).

● Objetivo específico:
○ identificar na literatura os aspectos que influenciam na tomada de decisão
bioética;

○ Apresentar abordagens relacionadas ao processo decisório em bioética

acerca das questões que levam a essa decisão;

○ Identificar melhorias para a tomada de decisão na área bioética.

MÉTODOS:

Para compreender algumas das principais questões relevantes para a tomada de decisão
no tratamento clínico (biológico), usamos a pesquisa bibliográfica como estratégia de busca.
Assim, em 10/02/2022 foi feita uma pesquisa na base de dados do Google Acadêmico, com
as palavras-chave "processo de tomada de decisão" e "Bioética" adicionando a busca filtros
a fim de delimitar a consulta apenas as obras que estivessem em português e no período de
2012-2022. Após utilizar as palavras chaves, encontramos como resultados 1.750
publicações, dos quais selecionamos, após leitura de título e posteriormente resumo e texto
integral dos selecionados, 6 (seis) trabalhos que se relacionavam às questões de bioética e
no processo de tomada de decisão em saúde. Sendo essas, as obras de (FERREIRA,
SILVA Jr. e BATISTA, 2015); (FORTES, 2010); (FORTES e PEREIRA, 2012); (MOTTA,
2016); (SIQUEIRA-BATISTA, 2014) e (VASCONCELLOS, 2010).

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Este estudo nos permitiu entender que os aspectos mais comumente utilizados na bioética
para a tomada de decisão baseiam-se em cinco (5) modelos: principialista, utilitarista, ética
do cuidar, casuística e deliberação moral.

No entanto, apesar das variedades de métodos a operacionalização destes princípios

podem esbarrar em algumas questões. Por exemplo, a tomada de decisão baseada no
principialismo que se baseia na decisão por princípios defensáveis (código de ética médica)
esbarram, muitas vezes, com as normas de conduta que pode apresentar ideias conflitantes
entre si, além do profissional precisar decidir com quais normatizações irá seguir, de acordo
com suas inclinações morais.

Já na Tomada de decisão baseada no pensamento utilitarista, que toma decisões baseadas

em suas consequências, onde as decisões devem envolver uma coletividade para atender a
melhor solução, esbarra nos limites do julgamento individual e das ponderações das
consequências que podem surgir nos níveis individuais. E assim acontece com os outros
três modelos que também se deparam com limitações.
Nesse sentido, notamos que nem sempre é possível estabelecer maneiras ideais de se
tomar uma decisão sobre um problema ético, independentemente da perspectiva adotada,
principalmente, pela complexidade em que estão orbitadas algumas decisões. No entanto,
percebemos que o maior desafio quanto à tomada de decisão bioética nos últimos dez
anos, recai exatamente em praticar métodos que focam nas intuições morais individuais e
não em uma abordagem sistemática rigorosa e facilmente
reproduzível.

Assim, cada vez mais se constata que os modelos utilizados (principialista, utilitarista, ética
do cuidar, casuística e deliberação moral) não são os suficientes para dar conta dos
problemas mais complexos envolvendo as práticas bioéticas, existindo outras opções
capazes de orientar esse processo decisório.

Desse modo, identificamos alguns modelos visando melhorar o processo decisório na

bioética. O primeiro seria a utilização de ferramentas tecnológicas (softwares) para que as
decisões ocorram de forma científica e com base em informações. A segunda seria a
aplicação de um processo sistêmico, além do aperfeiçoamento das práticas assistenciais e
dos comitês de ética para auxiliar o indivíduo na tomada de decisão. A terceira seria toda
uma abordagem que envolveria uma análise de cenários, para prever situações futuras;
uma lógica de ramificações, para tratar mais facilmente dilemas complexos; e uma definição
de critérios explícitos para decidir se cada componente individual seria de natureza ética ou
técnica.

Deve-se enfatizar, no entanto, que deve ser exercida determinada cautela, pois não é
razoável imaginar que esses modelos possam fornecer grandes soluções para dilemas
e/ou conflitos éticos. Claro que é quase impossível alcançar soluções absolutas, muito
menos identificar teorias gerais que possam ser aplicadas a todos os casos. No entanto, os
três métodos identificados fazendo parte de um conjunto de processos e práticas já
adotadas e estabelecidas contribuirão para expor os fatos, analisar argumentos e identificar
valores conflitantes, melhorando a escolha em uma série de decisões possíveis.

Resposta do objetivo geral: Quanto ao objetivo geral do estudo, compreendemos que as

práticas decisórias no campo bioético nos últimos 10 anos apresentaram métodos que
focam, especialmente, nas intuições morais individuais, sendo todo o processo de tomada
de decisão extremamente desafiadora, conflitante, geradora de estresse e sofrimento para o
tomador de decisão, bem como para os pacientes, equipe profissional e familiares
envolvidos.