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Será que a ciência progride em direção à verdade?

Neste ensaio vou começar por explicar a noção de verdade. Uma das características do
ser humano é a busca permanente pela verdade, o desejo de explicar os factos e
distinguir o verdadeiro do falso. Contudo, frequentemente coloca-nos dúvidas acerca
das teorias apresentadas.
A este propósito, David Hume diz que o nosso conhecimento é aproximado/verosímil,
como consequência da fragilidade da indução. Para Hume o raciocínio indutivo tem um
caracter limitado, pois basta um acontecimento inesperado para pôr em causa o
conhecimento. Assim fazemos inferências que ultrapassam os limites da experiência.
Exemplificando a tese, todos os cisnes são brancos passará a falsa se observarmos um
cisne negro.
Popper partilha a mesma perspetiva de Hume acerca do raciocínio indutivo. Segundo
Popper, a ciência nunca pode afirmar-se como detentora da verdade. As teorias devem
ser sempre falsificáveis, ou seja, testáveis. Mesmo no caso das teorias corroboradas,
uma vez que, há sempre a hipótese de serem refutadas no futuro. Por isso, apenas
podemos mostrar que a teoria é verosímil. Popper identifica essa verossimilhança com
o grau com que a teoria capta a verdade, como exemplo: “uma teoria T é mais
verosímil do que uma teoria rival T’ apenas no caso de T implicar mais verdades e
menos falsificadas do que T’ ” uma vez que a ciência é conjetural, ela não atinge a
verdade, apenas se aproxima dela.
Como contra-argumento, Kuhn afirma que não existe uma verdade absoluta certa,
universal e necessária, existem apenas verdades relativas aos diferentes quadros
paradigmáticos. Como exemplo, Einstein deu o golpe final da ciência absoluta ao
propor a teoria relativista, que revolucionou a ciência, dando assim um novo ponto de
vista à mesma.
Na minha perspetiva a resposta à pergunta é negativa, tendo em conta as teorias
apresentadas eu concordo com kuhn, uma vez que a evolução da ciência é resultado
de roturas entre paradigmas. Por outro lado, eu concordo com Popper pois a ciência
de hoje é muito mais rápida a dar-nos soluções do que a ciência do passado assim
como as verdades.

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