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O falsificacionismo de Karl Popper

(p.96 a 112)

Karl “ A ciência é uma


Popper atividade crítica.”
Karl Popper, Conjeturas e refutações, Ed. 70,
1902 - 1994 2019, p.88
Método de conjeturas e refutações (p. 96-112)
• Para Karl Popper, a ciência é uma aproximação objetiva e racional à
verdade, segundo um método de conjeturas e refutações:

• 1. Problema 1 (situação desconhecida que deve ser investigada porque


os conhecimentos disponíveis são insuficientes para a explicar).
• (Ler texto p. 98)
• 2. Conjetura, tentativa de solução do problema: hipótese explicativa
(processo criativo de produção de uma “solução inadequada” com os
conhecimentos disponíveis; solução provisória).
Método de conjeturas e refutações

• 3. Dedução de consequências observáveis e testáveis;

• 4. Refutação, crítica da conjetura para eliminar o erro


(tentativa de refutação da conjetura).
• A refutação permite eliminar os erros num processo de
aproximação à ideia reguladora de verdade.
• Também permite a descoberta de novos problemas;
Refutação (texto p. 100)
• “Ora, está longe de ser óbvio, de um ponto de vista lógico, haver
justificação para inferir enunciados universais de enunciados
singulares, independentemente de quão numerosos sejam estes; com
efeito, qualquer conclusão colhida desse modo pode sempre revelar-
se falsa: independentemente de quantos casos de cisnes brancos
possamos observar isso não justifica a conclusão de que todos os
cisnes são brancos.” K. Popper, A lógica da pesquisa científica
Modus tollens

• Se teoria então consequência observável.

• Não consequência observável.

• Logo, não teoria.

• Basta um cisne negro para tornar falsa a teoria:

• “todos os cisnes são brancos”.


Método de conjeturas e refutações

• Surgem novos problemas… problema 2….


Para pensar e responder
• Quais são as etapas do método científico proposto por K. Popper?

• Por que razão K. Popper propõe a utilização do modus tollens?

• Por que razão K. Popper dá importância à refutação?

• O que é o critério da falsificabilidade?


A racionalidade científica e a questão da
objetividade: perspetiva de K. Popper) (p. 110-112)
• O problema da evolução e da objetividade da ciência:

• Há progresso científico?

• Se a ciência evolui, como se processa essa evolução?

• A ciência é objetiva?

• As teorias científicas são verdadeiras?


Segundo Popper, haverá progresso científico?

• Sim. Segundo Popper, existe progresso científico possibilitado


pela aplicação do Falsificacionismo, método de conjeturas e
refutações, segundo o modelo hipotético- dedutivo.

• A ciência progride de forma irregular, por tentativas e erros


(conjeturas e refutações), procurando uma imagem cada vez
mais objetiva do mundo.
Critério da Verosimilhança

• Popper apresenta o conceito de verosimilhança: se uma


teoria (conjetura) resiste aos testes empíricos que tentam
refutá-la, ela é mais verosímil e, portanto, está mais próxima
da verdade.
Seleção natural de hipóteses
• “O crescimento do nosso conhecimento é o resultado de um
processo muito parecido com aquilo a que Darwin chamou seleção
natural, ou seja, a seleção natural de hipóteses: o nosso
conhecimento consiste, em cada momento, naquelas hipóteses que
mostraram a sua aptidão (comparativa) ao sobreviver, até agora, na
sua luta pela existência, uma luta competitiva que elimina as
hipóteses inaptas.”
• Karl Popper, O conhecimento Objetivo
O critério da verosimilhança

• “Nunca podemos estar certos de que a nossa melhor


teoria não está perdida. Tudo o que podemos fazer é
procurar o seu conteúdo de falsidade. (…)
• Sempre é possível, sem dúvida, que a teoria possa ser
falsa, mesmo que passe a todos os testes. Isto é uma
concessão devida à nossa busca de verosimilhança.”
• Karl Popper, O conhecimento Objetivo
Há objetividade na ciência?

• A verdade é a meta ideal da investigação científica.

• As teorias mais verosímeis são as que explicam


melhor os factos, sugerem novas experimentações e
superaram testes em que as outras foram derrotadas
num processo de “seleção natural”.
Há objetividade na ciência?

• O crescimento ou progresso do conhecimento é objetivo


porque a nova teoria superou testes precisos e rigorosos.
Confrontou-se com observações tendentes a superá-la e
resistiu.
• Uma teoria está mais próxima da verdade do que outra quando tem
um conteúdo empírico corroborado por mais factos e torna
compreensíveis mais fenómenos do que outra teoria.
Racionalidade (racionalismo crítico de Popper)

• A aproximação à verdade que caracteriza a evolução


da ciência é marcada pela atitude racional traduzida
na vigilância crítica em relação às teorias: nunca se
pode dizer que deixaram de ser conjeturas e se
tornaram verdades.
A verosimilhança é o critério do progresso
• A ciência evolui e progride de forma racional e
objetiva.

• Há progresso em ciência porque as novas teorias,


sobrevivendo a testes rigorosos, eliminam os erros
das anteriores e assim aproximam-se mais da
verdade.
• A verosimilhança é o critério do progresso científico.
A racionalidade científica e a questão da objetividade

• “O que chamamos objetividade científica nada mais é do que o


facto de que nenhuma teoria científica é aceite como um
dogma, e que todas as teorias são provisórias e sempre passíveis
de críticas severas – de uma discussão crítica racional que visa
eliminar erros.

• Quanto à racionalidade da ciência, ela consiste simplesmente


na racionalidade da discussão crítica.”
Em conclusão…

• Segundo Popper, o conhecimento científico é objetivo


porque aplicando o falsificacionismo, o cientista procura
contraexemplos de forma crítica e sem interferência de
elementos subjetivos ao testar severamente as teorias.
• “De cada vez que uma teoria é falsificada, ficamos a saber, de
modo conclusivo, como a realidade objetivamente não é,
avançando progressivamente e de modo irregular, por
afastamento progressivo do erro, em direção a uma
compreensão mais aproximada de como ela objetivamente
é.” (p. 112, do manual)
Distinção entre teorias científicas e não científicas; o
problema da demarcação (p.103-106)

• No século XX, duas teorias tiveram muito impacto porque


pareciam ter um enorme poder de explicação: a psicanálise e
o marxismo.
• Eram consideradas científicas pelos seus criadores e pelos
seus adeptos.

• Luís Rodrigues, Filosofia 11ºano, Plátano Editora (adaptado)


Distinção entre teorias científicas e não científicas
(p.103-106)

• A teoria marxista interpreta a história como uma luta de


classes e exploração de uma classe por outra, que terminará
com o advento do comunismo (sociedade sem classes).
• De acordo com as previsões desta teoria, a passagem do
capitalismo ao comunismo dar-se-ia nas sociedades
altamente industrializadas (Inglaterra, França e Alemanha).
• Mas as previsões não se cumpriram, não aconteceu o
colapso do capitalismo nas ditas sociedades.
Esta teoria marxista é científica?
• Para salvar a teoria e mostrar que os factos não a refutaram,
os marxistas argumentaram que o “inevitável progresso para
o comunismo” fora abrandado pelo surgimento, nas
sociedades capitalistas, do Estado Providência que, ao
melhorar a sua condição económica, enfraqueceu a vontade
e a disposição revolucionárias da classe operária.
• Segundo os marxistas, a teoria permanecia verdadeira. Os
factos só aparentemente a desmentiam.
• Segundo Popper, esta teoria marxista é científica?
Sugestões:

• Karl Popper on Science & Absolute Truth (1974); 6.22mn:


• https://www.youtube.com/watch?v=li0ciaqJ0m0

• Stuart Firestein: A busca pela ignorância (18.33 mn):


• https://www.youtube.com/watch?v=nq0_zGzSc8g
Orientações para o estudo autónomo​

• Estudar no manual: p. 96 a 112.


• PP no Teams.​
• Responder, por escrito, a todas as atividades deste
capítulo.​

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