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CRÍTICAS ÀS TEORIAS

DA CIÊNCIA
6.53

Fundamentos do Conhecimento Psicológico


2022.1
Prof. João Manoel Rodrigues Neto
KARL POPPER
(1902-1994)
• Filósofo e professor austro-
britânico.
• Muda-se de Viena para a Nova
Zelândia (1937) e depois para a
Inglaterra (1946) em decorrência da
ascensão do nazismo.
• Cavaleiro da coroa britânica (1965),
membro da Royal Society (1976) e
condecorado Companheiro da
Honra (1982).
• Crítico à indução como justificativa
do conhecimento científico.
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KARL POPPER (1902-1994)

“Racionalismo Crítico” O problema da Indução


• Ciência busca da verdade guiada • Indução: busca pela
por posicionamentos críticos e construção do discurso a partir
racionais. da experiência.
• Parte do pressuposto de que existe
• Do particular para o universal.
uma realidade independente do
sujeito a ser estudada e • Impossibilidade de justificativa
compreendida. lógica para a construção de leis
• Contudo, afirma não haver posição
gerais partindo do observado
ateórica – os pressupostos dirigem
o olhar do observador. para o não observado. (Hume)
• Se faz necessário, averiguar se os • Problema do
pressupostos correspondem à
realidade ou algum aspecto dela. “irracionalismo”

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KARL POPPER (1902-1994)

Exemplo: Cisnes
brancos e cisnes pretos

O problema da Indução Indutivismo: poder-se-ia passar de um "este

é um cisne branco", "ali está outro cisne


Independentemente do
branco", e por aí em diante, para um
número de enunciados
particulares obtidos por enunciado universal como "todos os cisnes
indução, pode-se chegar a são brancos".
um enunciado universal falso
a partir deles. • Inválido em lógica: possível que exista

um cisne não-branco que por algum


• Incerteza inerente. motivo que não tenha sido observado.

• Em 1697 exploradores holandeses na

NZ chegaram a cisnes negros.


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SOLUÇÃO
“Se para Popper não é razoável alegarmos que uma
lei universal, que tenha sido extraída de
observações particulares seja verdadeira, porque
nenhuma quantidade de enunciados particulares
verdadeiros justificaria a conclusão de uma
asserção universal verdadeira, é racionalmente
correto afirmar a falsidade de uma lei universal
baseado no valor de verdade das asserções
particulares (testadas). E assim Popper conclui:
‘não há, pois, indução: nunca argumentamos
passando de fatos para teorias – a não se r com o
objetivo de refutar ou falsear as teorias’”. (Brito,
2014, p. 69)

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KARL POPPER (1902-1994)

O problema da Demarcação O progresso da Ciência

• Ciência: teoria que pode ser “O pesquisador é ativo, dirige a


apoiada por provas empíricos; pesquisa, na medida em que elabora
• Científico X Não-científico ≠ hipóteses, a partir de seus
Significativo X Não-significativo. pressupostos, e planeja pesquisas no
“A possibilidade de refutar teorias sentido de refutá-las” (Moreira Carvalho
por meio de observações constitui et al, 2000 p. 61)
a base de toda experimentação
empírica.” • Uma boa teoria seria aquela que não se
esconde ante o teste de possibilidade de
• Distinção entre sistemas teóricos
equívoco.
e empíricos • A ciência avança na medida em que se
• Existem ideias metafísicas que escolhem teorias de maior poder
explicativo – maior racionalidade.
favorecem o avanço da ciência
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KARL POPPER (1902-1994)

Popper tinha o mesmo foco e apresentou a


falseabilidade como um critério de distinção entre
a ciência empírica e a metafísica (Popper, 1932,
1935), mas posteriormente mudou seu foco para
a distinção entre a ciência e a pseudociência (e.g.,
Popper 1962)

• Metafísica: impõe questões sobre o "ser em si


mesmo", as "causas" dos fenômenos e aquilo
que é imutável.
•Pressupostos, não empíricos.
•Questões ontológicas e epistemológicas
estão submetidas.
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(2) FILOSOFIA EM PEDACINHOS - ENTÃO? É CIÊNCIA OU NÃO? - YOUTUBE

1/7/20XX Título da apresentação 8


THOMAS KUHN
– (1922-1996)

• Físico, Historiador e filósofo


estadunidense.
• Após o doutorado e Física,
tornou-se professor de ciências
para cursos de humanidades o
que lhe exigiu que estudasse
História das Ciências.
• Ensinou ainda em Berkeley,
Princeton e no MIT.

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THOMAS KUHN – (1922-1996)

• Afasta a possibilidade de as
Centralidade do estudo da Contato com as ciências
diferenças entre ciências
História humanas e sociais naturais e sociais serem
creditáveis (apenas) a razões
A história da ciência se
Chamaram-lhe a metodológicas;
mostraria geradora de atenção o número e a • Buscará localizar causas
problemas especiais para efeito
extensão dos externas ao campo da
de reconstrução da
desacordos entre os epistemologia: sociologia ou
racionalidade científica cientistas sociais. psicologia social dos cientistas.
• Problemas legítimos;
• Métodos legítimos;

01/07/20XX Título da apresentação 10


THOMAS KUHN –
(1922-1996)
• Uma disciplina se torna ciência não porque se
dedica a procedimentos de verificação ou
falsificação (tentada) de suas teorizações
• Uma disciplina se torna ciência porque
funcionalmente ingressou em uma fase na
qual os problemas são consensual e
unificadamente enfrentados com base em
padrões estandardizados de abordagem.
• Estágio pré-paradigmático Delimitação
de um paradigma.

1/7/20XX Título da apresentação 11


O trabalho do cientista como parte de um
quadro teórico de referência (paradigma).
O PARADIGMA POSSIBILITA:

A construção de A organização da
determinados pesquisa e a análise
procedimentos dos dados observados.
de experimentação
e observação;

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FASES DA “EVOLUÇÃO” CIÊNCIA

Fase
Crise Revolução
Normal

Enquanto o conhecimento Ao obterem-se resultados Um conjunto cada vez


produzido não se contrapõem diferentes dos esperados maior de anomalias gera
aos princípios básicos do estão se deparando com uma revolução científica por
paradigma o conhecimento é anomalias. meio da pesquisa
acumulado. extraordinária
A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA

Incomensurabilidade Incomensurabilidade Incomensurabilidade


metológica ontológica semântica
Diferentes problemas Diferentes formas de Diferentes significados
relevantes; perceber o mundo; para os conceitos;
Diferentres modelos de “Vêm coisas diferentes O termo não muda,
resolução; quando olham de um mas as significações
Diferentes técnicas de pesquisa mesmo ponto para a mudam
mesa direção”
FILOSOFIA | E SE MUDÁSSEMOS DE PARADIGMA | 11 ANO - YOUTUBE

1/7/20XX Título da apresentação 16


DIVERGÊNCIAS ENTRE POPPER E KUHN

Critério de Papel do cientista Escolha entre


demarcação teorias
“O que é genuinamente • Popper: conduta • Popper: a melhor teoria
• Popper:
científico falseabilidade
para Kuhn mal foi e pode ser
única, crítica
chega diferencia ciência e
a ser ciência para racional. submetida a severas
pseudociência; provas.
Popper, o que é • Kuhn: conduta que
• Mutabilidade. • Kuhn: mudança de
genuinamente científico
• Khun: além de critérios se altera entre os
paraempíricos
Poppere lógicos,
mal chega teorias por uma
razões a momentos da
conversão baseada em
ser ciênciasociais;
para Kuhn ciência
critérios internos e/ou
(Lakatos• ePermanência.
Musgraves)” 17
externos à ciência
DIVERGÊNCIAS ENTRE POPPER E KUHN

Papel da A Verdade Progresso


Experiência

• Popper: ciência
• Popper: Um método • Popper: correspondência essencialmente
peculiar; aos fatos. progressiva, baseada
• Permite comparer sistemas • Submissão de enunciados em escolhas racionais.
teóricos; à experimentação • Kuhn: cumulativo na
• Provas provisórias; • Kuhn: intra-paradigmática; ciência normal,
• Kuhn: solução de enigmas; • Visão dos cientistas num descontínuo no
• Anomalia: puzzle x contra- momento histórico momento da revolução 18
exemplo;

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