Você está na página 1de 48

METALURGIA DA SOLDAGEM

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Universidade Federal do Paraná


MÓDULO MATERIAIS

Depto de Eng. Mecânica


Laboratório de Soldagem

TRINCAS EM JUNTAS SOLDADAS

Esta aula foi baseada nas seguintes fontes


bibliográficas
1. Apostilas de Metalurgia da Soldagem – Prof.
Modenesi – UFMG
2. Welding Metallurgy – Sindo Kou, 2003.
3. Material do Prof. João Rebello - UFRJ
1

METALURGIA DA SOLDAGEM

Uma visão global dos principais problemas de soldagem de aços


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

pode ser vista na tabela abaixo, sumarizada por Kou :


MÓDULO MATERIAIS

1
METALURGIA DA SOLDAGEM

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

TRINCAS - CLASSIFICAÇÃO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

As trincas podem ser classificadas em função de sua localização,


conforme foi apresentado no tópico MPROC 20 – Defeitos em
soldagem.
MÓDULO MATERIAIS

No estudo da Metalurgia da Soldagem, as trincas são


classificadas em função dos mecanismos que levam a sua
ocorrência.

De maneira geral as trincas são, segundo o critério metalúrgico,


classificadas em :
1. Trincas de hidrogênio, também conhecidas como trincas a frio,
2. Trincas de solidificação e liquação, também conhecidas como
trincas a quente;
3. Trincas de reaquecimento;
4. Trinca por decoesão lamelar.

2
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


Trincas de hidrogênio são trincas associadas a presença de
hidrogênio na junta soldada. Pode ocorrer na ZTA ou no Metal de
Solda, sendo mais comuns na ZTA.
MÓDULO MATERIAIS

A presença do hidrogênio durante a soldagem pode ocorrer de


várias maneiras, sendo as mais usuais :

• Resultante da queima do compostos orgânicos presentes nos


eletrodos revestidos (celulose);
• Umidade nos eletrodos revestidos;
• Umidade nos fluxos utilizados em SAW;
• Umidade nos arames de FCAW;
• Gases de proteção contendo umidade em teores elevados;
• Óleo, graxa ou tinta do material base não removidos;
• Produtos da corrosão/oxidação do material base;

TRINCAS DE HIDROGÊNIO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Trinca sob cordão

São trincas muito perigosas, pois podem se formar numa região


de difícil localização, podendo gerar grandes falhas em
operação caso não sejam detectadas.

3
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

Falha em equipamento de grande porte


durante ensaio hidrostático.
7

TRINCAS DE HIDROGÊNIO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

4
MÓDULO MATERIAIS MÓDULO MATERIAIS
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

TRINCAS DE HIDROGÊNIO
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

10
9

5
MÓDULO MATERIAIS MÓDULO MATERIAIS
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

TRINCAS DE HIDROGÊNIO
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

12
11

6
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas Para a ocorrência das trincas de hidrogênio, 4 fatores devem
ocorrer simultaneamente :

1. Presença de hidrogênio;
MÓDULO MATERIAIS

2. Presença de tensões ao redor da junta soldada;


3. Ocorrência de uma microestrutura susceptível ao trincamento
- martensita, em frações volumétricas substanciais;
4. Necessariamente baixas temperaturas, normalmente abaixo
de abaixo de 200ºC, para que seja possível formação da
martensita. A trinca pode ocorrer logo após a soldagem,
porém é comum ocorrer horas ou até mesmo dias após a
soldagem.

13

TRINCAS DE HIDROGÊNIO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Teor em H dissolvido

sólido líquido Curva de solubilidade do


MÓDULO MATERIAIS

hidrogênio na no aço em
γ função da temperatura e
δ estrutura cristalina.
α
Temperatura
Temperatura
de fusão

• No aço, o hidrogênio apresenta uma elevada solubilidade na


fase líquida. Ao solidificar em fase δ , a solubilidade cai
bastante por ser uma fase sólida.
• No resfriamento a seguir, a solubilidade aumenta quando
atingimos a fase γ, devido aos maiores interstícios.
• Continuando o resfriamento, a solubilidade cai novamente,
devido a transformação de γ para α. 14

7
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


Interessante lembrar que :

1. A solubilidade do H varia em função da estrutura cristalina,


MÓDULO MATERIAIS

sendo muito maior na austenita (CFC) do que na ferrita


(CCC), devido aos maiores interstícios da estrutura CFC;

2. Apesar disto, a velocidade com que os átomos difundem na


ferrita e bem maior que na austenita, devido ao menor fator
de empacotamento da estrutura CCC – ver figura a seguir.

3. Por isso, não confunda solubilidade com difusividade !!!

15

TRINCAS DE HIDROGÊNIO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Para uma mesma


temperatura o coeficiente
de difusão é muito maior
na estrutura ferrítica.

Coeficiente de difusão do hidrogênio na ferrita e


austenita em função da temperatura.
16

8
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas MECANISMO DE FORMAÇÃO : As trincas de hidrogênio ocorrem


por uma sucessão de eventos, que podem ser sumarizados :

1. O hidrogênio molecular (H2) presente no arco elétrico se


MÓDULO MATERIAIS

dissocia, formando íons H+ (hidrogênio atômico);


2. Este íon H+ possui um raio iônico bem pequeno, o que favorece
a sua solubilidade na poça se fusão;
3. Durante a solidificação, parte do hidrogênio difunde para o metal
de base. Como a estrutura austenítica possui interstícios
maiores que a estrutura CCC, há uma solubilidade significativa
de H+ na austenita;
4. Ocorre porém que toda a austenita se tranforma, seja em ferrita,
perlita, martensita ou bainita. Sob qualquer hipótese, a
solubilidade do H+ será reduzida significativamente;
5. Em caso de formação de martensita, que já ocasiona tensões na
rede cristalina devido ao excesso de C, a presença de H+ piora
ainda mais a situação. Pode ainda ocorrer a formação de H2 –
ver filme. Baixas temperaturas e tensões mecânicas completam
as condições para o trincamento. 17

TRINCAS DE HIDROGÊNIO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Trincas

Mecanismo de formação de trincas de hidrogênio na ZTA.

18

9
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas Localização da trinca : ocorre mais na ZTA, mas pode ocorrer no
metal de solda. Depende de temperabilidade destas regiões.

Na ZTA : Alguns fatores favorecem esta posição. 1) O metal de


MÓDULO MATERIAIS

adição utilizado para soldar aços C e C-Mn normalmente


possuem menor teor de C e elementos de liga em relação ao
material base, o que acarreta menor temperabilidade do metal
de solda em relação ao metal de base. Assim, para uma mesma
posição da junta soldada, a austenita do metal de base se
transformará depois da austenita do metal de solda. Isto faz com
o H+ presente no metal de solda e que está em excesso devido
a formação de ferrita migre para a austenita da ZTA, logo
abaixo do cordão; 2) Nesta região forma-se a microestrutura de
grãos grosseiros, que tem uma maior temperabilidade que o
restante da ZTA. Em caso de formação de martensita, o risco de
trincamento será portanto maior nesta região.

No metal de solda : ocorre quando o metal de solda apresentar


19
maior temperabilidade que a ZTA.

TRINCAS DE HIDROGÊNIO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

20

10
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas A temperatura de trincamento : Para que a trinca de hidrogênio
ocorra, é necessário a presença de uma quantidade considerável
de martensita. Esta começa a se formar a partir da austenita na
temperatura Ms, e vai se transformando progressivamente com a
MÓDULO MATERIAIS

redução da temperatura até que, ao atingir Ms, toda austenita se


transformou em martensita. A equação para o cálculo de Ms é :

Ms = 550 – 360(%C) – 40(%Mn) – 40(%Cr) – 20(%Ni) – 30(%Mo)

A temperatura Mf fica em torno de 150ºC abaixo de Ms, valor este


aceito como aproximado, podendo ser maior ou menor, pois o
valor exato é de difícil determinação..

Para os aços C e C-Mn as as temperaturas Ms estão na faixa de


250 a 400ºC, o que levaria a Mf para aproximadamente 100-
250ºC. Logo, a temperatura ambiente as trincas poderiam ocorrer.
Para aços com maior quantidade de elementos de liga esta
temperatura é obviamente mais baixa.
21

TRINCAS DE HIDROGÊNIO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

22

11
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas Testes de susceptibilidade de trincas a frio : Servem para
mensurar o risco de trincamento de um determinado material ao
ser soldado sob determinadas condições.
MÓDULO MATERIAIS

Teste de implante :
• Um corpo de prova (test specimen) é entalhado e colocado dentro de
um furo de material similar;
• Efetua-se a solda, de forma que a peça superior do corpo de prova
seja fundido, e a ZTA se localiza próximo ao entalhe;
• Aplica-se uma carga e verifica-se o tempo necessário para romper a
peça. Quanto menor o tempo, maior o risco de trincamento.

Entalhe

23

TRINCAS DE HIDROGÊNIO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Resultado do teste de implante para tubos de aços tipo ARBL,


tensão aplicada quando a temperatura abaixou de 125ºC .

24

12
MÓDULO MATERIAIS MÓDULO MATERIAIS
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

TRINCAS DE HIDROGÊNIO
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

26
25

13
TRINCAS DE HIDROGÊNIO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

27

TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Precaução 1 : Evitar as fontes de hidrogênio:

- Através da remoção de óleo, graxa, tinta, carepa, corrosão e


MÓDULO MATERIAIS

umidade presente no metal de base;


- Seleção de processos de soldagem de baixo potencial de
hidrogênio;
- Seleção de consumíveis de baixo hidrogênio;
- Secagem de consumíveis contendo fluxo;
- Armazenamento adequado dos consumíveis;
- Cuidados quanto a presença de umidade nos gases de
proteção (ponto de orvalho).

28

14
TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


Precaução 2 : Controlar a taxa de resfriamento, de forma a
evitar a formação de martensita.
MÓDULO MATERIAIS

- Selecionar a temperatura de pré-aquecimento e interpasse,


considerando o Cequivalente do material base;
- Selecionar os parâmetros de soldagem adequados,
considerando as características específicas de cada material
– alto ou baixo aporte térmico.

Efeito do pré-aquecimento
na formação de trincas em
aço de alta resistência.

29

TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Existem várias fórmulas utilizadas para o cálculo do carbono


equivalente de um determinado aço.
MÓDULO MATERIAIS

Uma das mais conhecidas, que serve muito bem para os aços
C e C-Mn é a estabelecida pelo IIW, recomendada para aços
com teor de carbono acima de 0,16% :

Para C abaixo de 0,16%, aplicado para aços microligados


recomenda-se a seguinte fórmula :

(PCM)

30

15
TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


Outras fórmulas de carbono equivalente :

CEN = C + A(C) [Si/24 + Mn/6 + Cu/15 + Ni/20 +


MÓDULO MATERIAIS

(Cr+Mo+Nb+V)/5 + 5B]
Sendo A(C) = 0,75 + 0,25tanh[20(C – 0,12)]
Serve para aços em geral, pois se aproxima de CEIIW
e do PCM a medida que o teor de carbono varia.
Desenvolvido por japoneses

CET = C + (Mn+Mo)/10 + (Cr+Cu)/20 + Ni/40


Para aços baixa liga, contendo entre 0,05-0,32%C,
desenvolvido por alemães

31

TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Atenção :
1) temperaturas mínimas não significa exagerar !!
2) Há outras tabelas com recomendações diferentes !!

32

16
TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

Carbono equivalente e pré-


aquecimento recomendado.

33

TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Precaução 3 : Diminuir as tensões geradas durante o resfriamento


e reter o hidrogênio em solução sólida no metal de adição.
MÓDULO MATERIAIS

- Utilizando metais de adição de menor resistência mecânica, que


possam se deformar e absorver parte das tensões;
- Utilizar eletrodos do tipo austenítico, que são deformáveis e
apresentam alta solubilidade de hidrogênio.

34

17
TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


Precaução 4 : Tratamento térmico pós-soldagem – TTPS ou
PWHT (post welding heat treatment)
MÓDULO MATERIAIS

• Elimina a presença de hidrogênio, promove um alívio de


tensões e revine eventual martensita formada, o que reduz
drasticamente o risco de trincamento;

• Deve- ser executado logo após a soldagem. Cuidado : em


materiais que tenham formado martensita, deve-se resfriar
antes a peça abaixo de Mf, para evitar austenita retida !!:

• Nem sempre é possível executar !!! Neste caso pode-se


recorrer ao :
- ´Múltiplos passes ou passe de revenido, que serve para
refinar a microestrutura dos passes anteriores, ajudar na
remoção de hidrogênio ou mesmo revenir uma martensita que
tenha se formado;
- Cuidado com a temperatura de interpasse, para evitar uma 35
soldagem austenítica.

TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Múltiplos passe : quando são executados passes sequenciais. O


passe subsequente gera uma nova ZTA, que afeta o cordão
anterior e sua ZTA. Existem portanto significativas alterações
MÓDULO MATERIAIS

que podem ocorrer em decorrência dos múltiplos passes.

Obviamente a sequencia de passes e parâmetros de soldagem


utilizado afeta as propriedades mecânicas finais da junta soldada
36

18
TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

Influência do segundo passe sobre o primeiro. ZTA do 2º


passe altera toda a microestrutura do 1º, tanto ZF quanto
ZTA.
37

TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

38

19
MÓDULO MATERIAIS MÓDULO MATERIAIS
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Soldou acima de Ms !!!


TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO
TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO

40
39

20
MÓDULO MATERIAIS MÓDULO MATERIAIS
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO


TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO

42
41

21
TRINCAS DE HIDROGÊNIO - PREVENÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas Precaução 5 : Selecionar um material de baixo Carbono


equivalente.
MÓDULO MATERIAIS

Nem sempre é possível, mas quando o custo ou aplicação


permitir, é uma solução das mais simples.

43

TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR

São trincas que ocorrem sempre no material base, abaixo do


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

cordão de solda.
MÓDULO MATERIAIS

Metal de solda

Trinca por decoesão


lamelar
Metal de base

44

22
TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas Quatro fatores básicos favorecem este tipo de trincamento :

• Típica em chapas laminadas, pois dependem da presença de


inclusões deformadas na direção da laminação;
MÓDULO MATERIAIS

• Associadas a inclusões normalmente de sulfetos (são


deformáveis) presentes na microestrutura do material base;
• Ocorre em soldas de elevada espessura, pois as tensões
necessárias para o trincamento são maiores em chapas mais
grossas;
• Alta quantidade de metal de solda, o que aumenta as tensões
geradas por contração do metal de solda;

45

TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Direção da
MÓDULO MATERIAIS

laminação - X

Direção da
espessura - Z

Metalografia de uma chapa


contendo inclusões alongadas
tipo sulfeto na direção da
laminação.

46

23
MÓDULO MATERIAIS MÓDULO MATERIAIS
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR


TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR

48
47

24
TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

49

TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR


Ensaio de susceptibilidade de trincas por decoesão lamelar.
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

: Ensaio Lehigh
MÓDULO MATERIAIS

Força
aplicada

Junta soldada é tensionada através de alavanca e aplicação de carga,


buscando trincar a região suceptível. Mede-se carga necessária para
acarretar o trincamento. 50

25
TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas Ensaio de susceptibilidade de trincas por decoesão lamelar :
Ensaio de janela
MÓDULO MATERIAIS

51

TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR

Ensaio de susceptibilidade de trincas por decoesão lamelar :


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Ensaio Cranfield.
MÓDULO MATERIAIS

52

26
TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas Ensaio de susceptibilidade de trincas por decoesão lamelar :
Ensaio de tração na direção X e Z, com medição de
estricção e limites de resistência a tração.
MÓDULO MATERIAIS

53

TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Influência da presença
de S no aço na redução
de área obtida no ensaio
de tração na direção Z.

O risco de trincamento aumenta com a diminuição da redução de área. O


teor de enxofre aumenta a fração volumétrica de inclusões tipo sulfeto,
normalmente tipo MnS.

Os aços para resistir a este tipo de trincamento devem portanto possui


baixo teor de S. Adições de Ce promovem a formação preferencial de
Sulfetos de Cério, que nã se deformam durante a laminação, reduzindo
portanto o risco deste tipo de trincamento. 54

27
TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas Formas de evitar : Selecionar aços com características de
alta resistência ao trincamento por decoesão lamelar.
MÓDULO MATERIAIS

55

TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Formas de evitar : Reduzir as tensões residuais por meio de:

• Atuar no procedimento de soldagem para minimizar as


tensões residuais (tamanho dos cordões e energia de
MÓDULO MATERIAIS

soldagem);

• Realizar alívios de tensão logo após a solda;

• Utilizar a técnica do martelamento do cordão, para gerar


tensões compressívas e reduzir as tensões trativas;

• Utilizar metais de adição com baixa tensão de


escoamento, que se deformem e reduzam as tensões
residuais.

Formas de evitar : Utilizar processos com baixo teor de


hidrogênio, que favorece a formação deste tipo de trinca.
56

28
TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas Formas de evitar : Mudando o projeto da junta soldada.
MÓDULO MATERIAIS

57

TRINCAS POR DECOESÃO LAMELAR


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Formas de evitar : Realizando um amanteigamento (camada


macia) com metal de adição mais dútil e de menor
resistência mecânica. Se for inoxidável austenítico, ajuda na
prevenção de trincas a frio.
MÓDULO MATERIAIS

58

29
MÓDULO MATERIAIS MÓDULO MATERIAIS
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO
TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO

Trinca de solidificação em junta soldada de aço.

60
59

30
TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

61

TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO

Origem das trincas – Depende de dois fatores :


MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

• Elementos presentes na poça de fusão são segregados durante a


solidificação, formando fases líquidas de baixa temperatura de
solidificação na região onde os grãos colunares vão se encontrar no
MÓDULO MATERIAIS

centro do cordão;
• Presença de tensões trativas, decorrentes do contração do metal de
solda durante e após a solidificação.

A fase líquida não suporta


as tensões geradas na
solidificação e rompe-se
em alta temperatura.

62

31
TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


Precisamos portanto de elementos químicos que possam estar
presentes nos aços e que sejam segregados durante a
solidificação, e formem fases líquidas de baixa temperatura de
MÓDULO MATERIAIS

solidificação.

Dois elementos químicos presentes nos aços possuem esta


característica : S e P

Olhando os diagramas de fases, ambos possuem baixa


solubilidade no ferro, o que acarreta sua segregação durante a
solidificação. O líquido que se forma possui uma temperatura de
solidificação abaixo da temperatura de solidificação da fase
sólida formada.

63

TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

64

32
MÓDULO MATERIAIS MÓDULO MATERIAIS
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO
TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO

66
65

33
TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

A presença de S, P, C, B e Si aumentam a faixa de temperatura


de solidificação em aços baixa liga, o que favorece a ocorrência
de trincas de solidificação.

67

TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Uma forma de evitar a formação de trincas de solidificação e favorecer a


formação de sulfetos de manganês – MnS em vez de formar FeS,
ajustando-se a relação Mn/S na composição dos aços, conforme mostrado
na figura acima. Esta relação depende do teor de C do aço. Este
procedimento serve para aços baixo C, onde a relação é mais baixa e
68
possível de ser utilizada.

34
TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

Teores de C maiores complicam a situação e quando este valor


fica acima de 0,53% a solidificação inicia-se na austenítica, o que
alarga muito a faixa de solidificação, favorecendo fortemente as
trincas por solidificação. O que fazer na soldagem no caso deste
69
tipo de material ? (Aços alto carbono, ferros fundidos)

TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

70

35
MÓDULO MATERIAIS MÓDULO MATERIAIS
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO
TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO

72
71

36
TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

Em aços inoxidáveis, é muito importante controlar a


solidificação primária. Caso ela ocorra em fase gama a
ocorrência de trinca por solidificação é muito maior.
73

TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

74

37
TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas Ensaio de susceptibilidade de trinca de solidificação: teste de


Houldcorft.
MÓDULO MATERIAIS

75

TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

76

38
TRINCAS DE LIQUAÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas O que são ?


São trincas que ocorrem na zona parcialmente fundida, devido a
fusão dos contornos de grão nesta região;
MÓDULO MATERIAIS

PMZ : Partially Melted Zone = Zona parcialmente fundida


77

TRINCAS DE LIQUAÇÃO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

A trinca se forma devido a contração do metal de solda, que


traciona a Zona Parcialmente Fundida e esta não resiste ao
esforço devido a fusão do contorno de grão.
78

39
TRINCAS DE LIQUAÇÃO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


Qual material é mais susceptível a este tipo de trincamento ?

Materiais que apresentam as seguintes características :


MÓDULO MATERIAIS

1. Tiver a tendência a formar fases líquidas em contorno de


grão;
2. Apresentar uma contração significativa devido a solidificação
(diferença volumétrica entre líquido e sólido formado)
3. Alto coeficiente de dilatação térmica.

Estas características são encontradas em vários tipos de ligas de


alumínio.

79

TRINCAS DE LIQUAÇÃO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

O que fazer para minimizar o risco ?

1. Selecionar um metal de adição que minimize o risco;


MÓDULO MATERIAIS

2. Evitar altos aportes de energia, para reduzir o tamanho a


ZPF;
3. Tentar reduzir as tensões durante a solidificação;
4. Selecionar metais de base menos susceptíveis ao
fenômeno;
5. Em alguns casos de peças fundidas, fazer tratamentos
térmicos para reduzir gradientes de segregação.

80

40
TRINCAS DE REAQUECIMENTO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


O que é ?

São trincas que ocorrem em juntas soldadas quando estas são


MÓDULO MATERIAIS

reaquecidas para realizar TTPS (tratamento térmico pos


soldagem) ou TTAT (tratamentos térmicos de alívio de tensão).

Podem ainda ocorrer devido a um segundo passe de solda,


que reaquece a ZTA do 1º passe.

Onde ocorre ?

Geralmente na ZTA de grãos grosseiros.

81

TRINCAS DE REAQUECIMENTO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Material da UFRJ
Prof. João Marcos Rebello e
Valter Santos (Colaborador)
82

41
TRINCAS DE REAQUECIMENTO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

83

TRINCAS DE REAQUECIMENTO

Como ocorrem ?
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Durante a soldagem a elevada temperatura alcançada na


ZTA de grãos grosseiros dissolve carbonetos presentes
MÓDULO MATERIAIS

nesta região, formando uma solução sólida. Como o


resfriamento é relativamente rápido, não há tempo para a
reprecipitação destes carbonetos;

84

42
TRINCAS DE REAQUECIMENTO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

Material da UFRJ
Prof. João Marcos Rebello e
Valter Santos (Colaborador)
85

TRINCAS DE REAQUECIMENTO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Material da UFRJ
Prof. João Marcos Rebello e
Valter Santos (Colaborador)
86

43
TRINCAS DE REAQUECIMENTO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

Material da UFRJ
Prof. João Marcos Rebello e
Valter Santos (Colaborador)
87

TRINCAS DE REAQUECIMENTO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Material da UFRJ
Prof. João Marcos Rebello e
Valter Santos (Colaborador)
88

44
TRINCAS DE REAQUECIMENTO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

Material da UFRJ
Prof. João Marcos Rebello e
Valter Santos (Colaborador)
89

TRINCAS DE REAQUECIMENTO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Material da UFRJ
Prof. João Marcos Rebello e
Valter Santos (Colaborador)
90

45
TRINCAS DE REAQUECIMENTO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

Material da UFRJ
Prof. João Marcos Rebello e
Valter Santos (Colaborador)
91

TRINCAS DE REAQUECIMENTO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas
MÓDULO MATERIAIS

Material da UFRJ
Prof. João Marcos Rebello e
Valter Santos (Colaborador)
92

46
TRINCAS DE REAQUECIMENTO

MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas


MÓDULO MATERIAIS

Material da UFRJ
Prof. João Marcos Rebello e
Valter Santos (Colaborador)
93

TRINCAS DE REAQUECIMENTO
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

Teste de susceptibilidade : Ensaio de Vinckier


MÓDULO MATERIAIS

1. Peças do material a ser testadas são soldadas entre si, e


depois soldadas a uma placa de aço inoxidável;
2. Coloca-se este conjunto no forno e aquece-se a
temperatura de ensaio desejada;
3. A diferença de coeficiente de dilatação térmica gera
tensões, que podem ocasionar trincas no material em teste. 94

47
MÓDULO MATERIAIS MÓDULO MATERIAIS
MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas MMAT 11 – Trincas em Juntas Soldadas

TRINCAS DE REAQUECIMENTO
TRINCAS DE REAQUECIMENTO

96
95

48

Você também pode gostar