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MURILO NOGUEIRA DITZZ DE SOUZA

BENEFÍCIOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE AMINOÁCIDOS DE


CADEIA RAMIFICADA EM ATLETAS

CAMPO GRANDE - MS
2020
MURILO NOGUEIRA DITZZ DE SOUZA

BENEFÍCIOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE AMINOÁCIDOS DE


CADEIA RAMIFICADA EM ATLETAS

Projeto apresentado ao Curso de Bacharelado


em farmácia da Instituição Universidade
Anhanguera Uniderp.

Orientadora: Profª. Juliana Akemi Imazu


Rezende

CAMPO GRANDE - MS
2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
1.1 O PROBLEMA....................................................................................................... 4
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 5
2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO ...................................................................... 5
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS ................................................ 5
3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 6
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 7
5 METODOLOGIA..................................................................................................... 10
6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO .......................................................... 11
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1 INTRODUÇÃO

Durante as atividades físicas, a musculatura sofre um desgaste que demanda


uma grande quantidade de nutrientes e proteínas para se recuperar, em muitos
casos a alimentação cotidiana não consegue suprir essa demanda, sobretudo em
atletas de alto rendimento que se dedicam por um tempo maior e de maneira mais
vigorosa aos exercícios, necessitando assim de suplementação nutricional para
adequarem suas necessidades.

De maneira geral os aminoácidos são estruturas que possuem um grupo


amino ligados a duas moléculas de carbono, sendo assim substâncias orgânicas
relativamente simples. Os aminoácidos são os predecessores das proteínas, que
são formadas pela união de dois ou mais aminoácidos, e estas exercem importantes
funções no organismo. Os aminoácidos então são fundamentais para a síntese
proteica e apesar de haver 20 aminoácidos no total, nove deles não são produzidos
no organismo.

É proposto que o aminoácido de cadeia ramifica tenha a função de evitar o


desgaste físico trabalhando de forma a reparar os danos musculares e aumentar o
desempenho físico dos atletas, além de favorecer outros benefícios como o aumento
do sistema imunológico, melhora de cicatrização e melhora na qualidade da pele e
cabelos.

Estudo científicos são desenvolvidos a mais de 30 anos e continuam a


identificar cada vez mais de seus efeitos e propriedades. Os benefícios são
propostos significativamente em maior quantidade em comparação aos malefícios
que dificilmente são relacionados.

1.1 O PROBLEMA

Quais os benefícios da suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada


em atletas?
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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO

Analisar por meio de revisão bibliográfica os benefícios da suplementação de


aminoácidos de cadeia ramificada em atletas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS

• Verificar o mecanismo de ação dos aminoácidos de cadeia ramificada


no metabolismo;

• Verificar se há melhora no desempenho de atletas que fizeram


suplementação dos aminoácidos de cadeia ramificada;

• Verificar se há sobrecarga metabólica oriunda da suplementação de


aminoácidos de cadeia ramificada.
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3 JUSTIFICATIVA

O setor de suplementação alimentar movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano


no mercado brasileiro. Atletas de alto rendimento movimentam bilhões todos os anos
somente em seus preparos para as competições. Entender como uma substância
pode atuar na melhora do desempenho de atletas é de suma importância, não
apenas para a saúde dos mesmos, como para a economia global.
Esta pesquisa visa encontrar na revisão da bibliografia atual os fatores que
são relevantes na suplementação dos BCAA, e como isso pode contribuir para o
preparo de atletas, tanto os de alto rendimento como os amadores, demonstrando a
forma de atuação dos aminoácidos de cadeia ramificada e compreendendo como a
fisiologia é afetada pelos mesmos. Assim podendo definir os benefícios em sua
suplementação, como também verificar se é possível haver sobrecarga metabólica
em um possível consumo demasiado.
A relevância deste trabalho tange a segurança em se conhecer a eficácia de
um suplemento alimentar que já é bastante difundido e consumido pela sociedade.
Trazendo clareza quanto ao seu uso e sintetizando informações que apesar de
estarem disponíveis podem não estar organizadas de maneira que traga lucidez ao
debate relacionado à suplementação dos aminoácidos de cadeia ramificada.
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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Rahimi et al. (2017) afirmam que os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA


– isoleucina, leucina e valina) são conhecidos por aumentar o desempenho durante
a prática de exercícios físicos, sendo uma importante estratégia na redução dos
danos ao músculo induzidos pelo treinamento e indica que o BCAA não é apenas
importante como estimulante durante o exercício, por poupar o uso de glicogênio
muscular, mas pode afetar favoravelmente a composição corporal, uma vez que
estimula a síntese de proteínas musculares e reduz sua degradação. Pinheiro (2014)
afirma que nos aminoácidos essenciais incluem-se os aminoácidos de cadeia
ramificada, BCAAs (valina, leucina e isoleucina). Os BCAAs correspondem a 35%
dos aminoácidos utilizados na síntese de proteínas musculares e a 40% dos
aminoácidos indispensáveis para os mamíferos.
Gonçalves e Silva (2010) afirmam que sendo em um indivíduo adulto a
massa muscular corresponde de 40 a 45% da massa corporal total, desta forma
torna-se evidente a valor que estes aminoácidos correspondem. A concentração de
ACR também difere em relação ao tipo de fibra muscular, sendo 20-30% maior em
fibras de contração lenta, tipo I, em comparação aquelas de contração rápida, tipo
IIb.
Segundo RAHIMI et al. (2017) o mecanismo responsável por estes benefícios
está associado ao ciclo de nucleotídeos de purina (CNP). A primeira função do CNP
é auxiliar na manutenção do status energético celular, removendo AMP e permitindo
que a reação adenilato quinase produza mais ATP. Durante o déficit energético, o
BCAA no músculo é degradado para produção de energia, induzindo a proteólise
muscular.
Pinheiro (2014) relata que a primeira investigação sobre o efeito de BCAAs
no desempenho físico foi feita por Blomstrand et al. em Estocolmo. Utilizou 193
indivíduos do sexo masculino durante uma maratona tendo-os dividido
aleatoriamente em dois grupos; um grupo experimental que tomou BCAAs e um
grupo controlo que consumiu apenas água com sabor. Os atletas podiam consumir,
também, livremente bebidas com carboidratos. Não se verificou grande diferença
nos resultados dos dois grupos. No entanto, quando o grupo experimental foi
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dividido em corredores mais rápidos e mais lentos, e se deu aos mais lentos BCAAs,
verificou-se que estes tiveram uma redução significativa no tempo da maratona. Este
estudo, apesar de ter sido o primeiro, foi considerado pouco relevante, uma vez que,
por exemplo, não foram comparados os resultados dos atletas que ingeriram BCAAs
durante a corrida, com os resultados que tinham obtido em anteriores desempenhos,
sem tomarem BCAAs.
Gonçalves e Silva (2010) afirmam que durante exercícios de longa duração a
suplementação de BCAAs possui inúmeros papeis na instalação do quadro de
fadiga central. O maior consumo desses aminoácidos gera uma maior competição
com triptofano, em consequência disso ocorre a diminuição de um dos principais
neurotransmissores envolvidos na modulação da fadiga central que é a serotonina.
Ainda afirma que a suplementação com BCAA também pode ser sugerida pelos
efeitos ergogênicos que eles apresentam, como o auxílio na hipertrofia muscular,
ação anti-catabolica, retardador da fadiga central, economia dos estoques de
glicogênio muscular, Aumento dos níveis plasmáticos de glutamina após exercício
intenso, e melhora do sistema imunológico.
Gomes Júnior et al. (2009) salientam, uma outra linha de raciocínio que
justificaria o consumo de BCAA baseada na possível modulação exercida por estes
aminoácidos sobre a atividade do sistema imunológico. Segundo esta hipótese, o
consumo de BCAA promoveria a manutenção da concentração de glutamina pós-
exercício que, por sua vez, estaria envolvida na atenuação da imunossupressão
observada após o término do exercício. Vale ressaltar que a correlação entre a
redução da glutamina plasmática e a imunossupressão não está totalmente
comprovada. Apesar do grande interesse nesse efeito dos BCAA sobre o sistema
imunológico, os estudos ainda são insuficientes para permitir o entendimento da
interação entre estes aminoácidos e o sistema imunológico.
De acordo com GOMES JÚNIOR et al. (2009), após a ingestão os BCAAs
são absorvidos no intestino através do transporte ativo sódio-dependente e
transportados até o fígado via circulação porta. No fígado, os BCAAs podem ser
utilizados como substrato para síntese proteica. Os BCAAs são distribuídos no
organismo via circulação sistêmica e se depositam, preferencialmente, no músculo
esquelético.
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Watanabe (2017) complementa que o metabolismo dos BCAA’s apresenta


características próprias. Uma das características é que seu catabolismo envolvem
dois passos comuns, a primeira reação é a transaminação reversível do BCAA para
produzir a-cetoacidos de cadeia ramificada, catabolizado pela amino transferase de
aminoácidos de cadeia ramificada, os a-acetoácidos podem ser precursores da
síntese de glutamina e da alanina, a partir da conversão do a-acetoglutarato em
glutamato. A segunda reação é uma oxidação irreversível de descarboxilação dos a-
acetoácidos de cadeia ramificada para formar compostos de coenzima.
Cabrita e Barata (2018) afirmam que os BCAA, em oposição aos restantes
aminoácidos, sofrem o seu metabolismo nos tecidos extra-hepáticos (músculos,
cérebro, rim, tecido adiposo). São elementos indispensáveis na síntese ou na
degradação proteica, dependendo do contexto, representam substrato para a
neoglicogénese e garantem a manutenção dos níveis corporais de glutamato-
glutamina.

Cabrita e Barata (2018) concluem que os BCAA ingeridos sob a forma de


suplemento são rapidamente absorvidos pelo organismo. Como não sofrem um
moroso processo de digestão, são imediatamente absorvidos pelo intestino,
provocando rápida elevação da insulina circulante, o que lhes garante um efeito
anabolizante na síntese proteica muscular. Ainda afirma que a suplementação com
BCAA revelou-se segura e sem associação a efeitos adversos relevantes, ainda que
esta temática não tenha sido extensivamente estudada pela comunidade científica.
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5 METODOLOGIA

O tipo de pesquisa a ser realizada será uma Revisão de Literatura, onde


serão pesquisados dissertações e artigos científicos selecionados através de busca
na base de dados do Google Acadêmico. O período dos artigos pesquisados serão
os trabalhos publicados nos últimos 20 anos As palavras-chave utilizadas na busca
serão: “BCAA”, “Atletas” e “Aminoácidos de Cadeia Ramificada”.
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6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
ATIVIDADES JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN
Escolha do tema X
Definição do
problema de X
pesquisa
Definição dos
objetivos, X
justificativa
Definição da
X
metodologia
Pesquisa
bibliográfica e
elaboração da X
fundamentação
teórica
Entrega da primeira
X
versão do projeto
Entrega da versão
X
final do projeto
Revisão das
referências para X X X X X X
elaboração do TCC.
Elaboração do
X X X
capítulo 1
Revisão e
reestruturação do
capítulo 1 e X X
elaboração do
capitulo 2
Revisão e
reestruturação do
capítulo 1 e 2, X X
elaboração do
capítulo 3
Elaboração das
considerações X X X X
finais.
Revisão da
X X X X
introdução
Reestruturação e
revisão de todo o
texto. Verificação X X X X X X
das referências
utilizadas.
Elaboração de
todos os elementos X X X X X X
pré e pós textuais.
Entrega da
X X
monografia
Defesa monografia X
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REFERÊNCIAS

CABRITA, André Filipe Oliveira; BARATA, Doutor José Luís Themudo.


Suplementação Proteica. 2018. Revista de Medicina Desportiva Informa.

GOMES, João Luís Pereira. O uso de suplementos proteicos na prática de


atividades físicas: uma revisão sistemática. 2014.

GOMES JUNIOR, Carlos Alberto et al. Influência da suplementação de BCAA sobre


a carga neuromuscular. 2009. Trabalho de conclusão de curso.

GONÇALVES, G. Helen; SILVA, Rafael Milhossi. A suplementação com aminoácidos


de cadeia ramificada na atividade física. 8º Mostra Acadêmica Unimep, v. 8, 2010.

PINHEIRO, João Luis Lourenço Páscoa. A influência dos aminoácidos de cadeia


ramificada (BCAAS) na performance do atleta. 2014. Dissertação de Mestrado.

RAHIMI, Mohammad Hossein et al. Branched-chain amino acid supplementation and


exercise-induced muscle damage in exercise recovery: A meta-analysis of
randomized clinical trials. Nutrition, v. 42, p. 30-36, 2017.

WATANABE, Selma Chiyoko. Efeitos da suplementação de aminoácidos de cadeia


ramificada para o aumento de massa muscular e redução da gordura corporal: uma
revisão sistemática. 2017. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

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