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Estácio Amazonas

Aluno: Adriano Araújo Reis

Matrícula: 202008390494

AS CONTROVÉRSIAS DE VALLADOLID: Aristóteles, os índios e a guerra

justa
O artigo se refere à ocupação da América Latina que culminou no
genocídio da população indígena através da violência direta, escravidão,
sobreposição de valores, desconsideração do outro e assimilação cultural.
Resgata os ensinamentos do primeiro debate sobre direitos humanos -
“Controvérsia de Valladolid” - entre Bartolome de Las Casas, defensor dos
índios como sujeitos de pleno direito da humanidade, contrapondo Sepúlveda
que apregoava a licitude de uma guerra como meio de propagar a fé cristã
justificando a dominação na superioridade natural dos europeus. A dominação
luso-hispânica foi determinante na formação da identidade cultural latino-
americano e contemporaneamente sobre o papel (e os limites) da pretensão
civilizatória dos direitos humanos. 

Las Casas: Nascido na Espanha, em 1474, o bispo Bartolomeu de Las


Casas, combateu o tratamento desumano praticado pelos colonizadores e lutou
a favor dos direitos dos indígenas, expondo o eu etnocentrismo arrogante e
assassino dos invasores. No texto que contrapõe os ideais de Sepulvera, está
Claro que Las Casas possui um pensamento de fascinação acerca dos
indígenas, excluindo a ideia de que esses são bárbaros que devem ser
escravizados “No todos los bárbaros carecen de razón ni son siervos por
naturaleza o indignos de gobernarse a sí mismos” (La Casas, 1975, p.
22).“Nem todos os bárbaros precisam de uma razão nem são servos por
natureza ou indignos de governar a si mesmos”.

Mas compreendendo suas relações sociais e a complexidade


de suas sociedades, destacando a hipocrisia dos dominadores que
menosprezam esses povos, considerando esta guerra como injusta, ilegal e
perversa.
Sepulvera: Juan Ginés de Sepúlveda, jurista nascido por volta
de 1490,também na Espanha, estudou a filosofia aristotélica em
Bolonha, com filósofo renascentista Pomponazzi e se especializou em
Aristóteles e alcançou grande notoriedade no humanismo filosóficonda
Espanha.
Sepulveda, mesmo sem conhecer a prática da dominação
sobre os índios na América, elaborou uma série de condições para
justificar a guerra, para que esta seja feita de forma piedosa e
mantendo a paz e tranquilidade tirando dos homens maus a
capacidade de realizar suas transgressões. São essas condições:

1) justa causa para ser empreendida;


2) legítima autoridade;
3) reta intenção de quem a faz;
4) reta maneira de fazê-la. (GUTIÉRREZ, 2014)

Este possui uma visão etnocêntrica, pondo-se em posição de


superioridade em relação aos povos originários dessas terras,
justificando a escravização desse povo através da relação d e
desumanização destes com o poder divino. Com um discurso que
impõe sua religião para civilizar estes considerados bárbaros, nem que
seja com o uso da força.

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