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Resenha apresentada na disciplina de História da África, como exigência para obter nota
na N2
O primeiro texto irá trabalhar a questão da dominação europeia assim como seus
métodos e instituições, falará sobre a politica indígena, o regime colonial e suas
estruturas, objetivos e imposições do colonialismo, meios de controle e de
administração, ao longo do texto será explicado cada subtema, o segundo texto falará
sobre o colonialismo na África: impacto e significação, que começa falando sobre o
impacto do colonialismo que envolve impacto no plano político, impacto no terreno
econômico, efeito no plano social, e por fim o texto falará também sobre o significado
do colonialismo para África.
A África depois de dominada pelos europeus, foi envolvida em uma rede administrativa
colonial, unificava -se com base em algumas ideias e crenças A política colonial tomou
na África o sentido de “política indígena. Entendendo-se que a expressão correspondia a
inúmeras definições diferentes na administração dos “indígenas” – termo geralmente
empregado para designar os africanos. Esta concepção provinha da situação colonial já
estabelecida pelos europeus que desde o século XIX governavam a África, com exceção
da Argélia e da África austra, basicamente, a África afigurava -se um conglomerado de
Estados tropicais cujas populações deveriam ser ao mesmo tempo arregimentadas e
dirigidas pelos europeus, para fins determinados a partir do exterior. Consequentemente,
de acordo com a ideologia imperialista da época, a finalidade da presença Europeia
definia-se em termos de responsabilidade ou de tutela.
As populações africanas eram convidadas a se deixar conduzir pelos europeus. A
política colonial não tinha objetivos claros e definitivos, a versão britânica apresentava
traços de autonomia administrativa, enquanto as formas francesa e portuguesa
implicavam certa integração política. Oscilando entre esses polos – política de
“diferenciação” e política de “assimilação” –, a administração colonial de entre as duas
guerras era, aos olhos daqueles que deviam aplicá-la, um exercício de adaptação cultural
e política necessariamente empírico. Ainda que a existência da maioria das populações
africanas não tenha sido essencialmente afetada pela presença dos europeus, as
instituições políticas de base, em compensação, foram profundamente alteradas. Do
palácio do sultão do Marrocos ao kraal de um chefe da África oriental ou austral, os
administradores coloniais europeus procuravam e encontravam, entre as “autoridades
indígenas”, aliados ou agentes para transmitir eficientemente as exigências da
dominação estrangeira ao conjunto das populações africanas. No topo da pirâmide
administrativa encontrava-se o governador ou residente -geral, o quadro institucional
em que o governador agia variava consideravelmente em dimensão e complexidade.
África do Sul, país em que a noção de “autoridade indígena” constituía o meio pelo qual
a minoria branca garantia a administração local dos africanos, agora confinados em
reservas territoriais pela política de segregação. Em toda a África subsaariana, no
período de entre guerras o chefe local deixou de ser uma “autoridade indígena”, para
tornar -se agente administrativo. Suas atribuições e poderes tradicionais foram muito
atenuados ou diminuídos. Com o estabelecimento da administração europeia, os chefes
foram manipulados como um pessoal administrativo passível de se transferir e remover
à vontade, para satisfação das necessidades coloniais. As novas exigências sociais
impostas pelo colonialismo não tinham qualquer ponto em comum com o costume
africano, e só foram integradas às instituições autóctones mediante distorções.
Dentre todas as inovações coloniais, o sistema tributário foi o que mais contribui para a
burocratização da administração colonial. Atribuía uma função comum ao
administrador e ao chefe africano que, ao fixar e recolher o imposto, muitas vezes de
acordo com os conselhos locais de anciãos ou de notáveis, relembrava a todos o poder
regulamentador do novo sistema. A introdução de impostos em moeda foi logo seguida
pelos impostos em trabalho, manifestação clara das tentativas europeias para
arregimentar mão de obra na organização econômica da aventura colonial.
O texto fará a seguinte pergunta que herança o colonialismo deixou à África, ou, ainda,
qual foi seu impacto sobre ela? Qual é a significação do colonialismo para a África?
As potências coloniais proporcionaram toda a infraestrutura da qual dependeu o
progresso na época da independência: aparelho administrativo, aliás eficiente, que
alcançava as aldeias mais remotas, uma rede de estradas, de ferrovias e de serviços
básicos em matéria de saúde e de educação. As exportações de matérias-primas
trouxeram considerável riqueza aos povos da África ocidental. O primeiro impacto
político positivo foi a instauração de um grau maior de paz e de estabilidade na África,
o segundo impacto positivo do colonialismo foi a própria criação (no nível geopolítico)
dos modernos Estados independentes da África.
De igual importância, e até maior, foi a herança econômica. O primeiro efeito positivo
do colonialismo foi, a constituição de uma infraestrutura de estradas e vias férreas, a
instalação do telégrafo, do telefone e, às vezes, de aeroportos. Nada disso existia
evidentemente na África pré-colonial. Houve também revolução econômica que teve
consequências de grande alcance. A primeira foi a comercialização da terra, o que a
transformou em valor real. Antes da era colonial, é incontestável que enormes extensões
de terra, em muitas partes da África, estavam subpovoadas e sub-exploradas.
O texto também questiona :O impacto colonial foi então benéfico para o continente no
plano econômico? De maneira nenhuma, e a maior parte dos atuais problemas de
desenvolvimento com que a África se depara provém desse legado. A rede não se
destinava a facilitar as comunicações interafricanas. A infraestrutura fora de fato
concebida para facilitar a exploração dos recursos das colônias e conectá-los às
metrópoles, não para promover o desenvolvimento econômico global da África ou os
contatos entre africanos.
O crescimento econômico das colônias baseava-se nos recursos materiais das regiões,
de modo que as zonas desprovidas de tais recursos haviam sido negligenciadas por
completo. Daí as gritantes desigualdades econômicas dentro de uma mesma colônia,
que acentuavam e exacerbavam, por sua vez, as diferenças e os sentimentos regionais, o
que representou grande obstáculo à constituição das nações na África independente.
Uma das características da economia colonial consistia em negligenciar ou em
desencorajar deliberadamente a industrialização e a transformação das matérias-primas
e dos produtos agrícolas na maioria das colônias.
Mas, se o colonialismo teve alguns efeitos sociais positivos, teve também os negativos,
como por exemplo o problema social grave foi o dos colonos europeus e asiáticos.
Embora houvesse europeus instalados nos Estados da África do norte e na África do Sul
antes da era colonial, o certo é que depois dela o número de colonos aumentou,
instalando-se ainda imigrantes europeus e asiáticos nas Áfricas oriental e central e em
algumas regiões da África ocidental. Em muitas regiões das Áfricas oriental, central e
setentrional, porém, a presença dos europeus provocava a hostilidade dos africanos, já
que eles ocupavam a maior parte das terras férteis, enquanto os asiáticos
monopolizavam o comércio varejista e atacadista.
Para alguns especialistas o colonialismo foi um desastre total para a África, não tendo
gerado senão subdesenvolvimento e atraso. O texto pergunta qual foi a verdadeira
importância do colonialismo para a África? Alguns historiadores, para não dizer muitos,
entre os quais os marxistas e os teóricos do desenvolvimento e do anti desenvolvimento,
argumentaram, com razões muito diferentes, que, embora o colonialismo não
passasse de um breve episódio, apesar disso havia tido enorme influência na África, a
qual ficou indelevelmente marcada, foi o colonialismo que deu origem ao nacionalismo
africano, produto da cólera, do ressentimento, da amargura, da frustração e da
alienação que o sistema colonial engendrou.
O exército é uma das heranças do colonialismo, que já teve papel decisivo na política
da África pós-colonial. No terreno cultural e social, o impacto do colonialismo não foi
relativamente profundo nem permanente. As mudanças introduzidas no domínio
cultural, a discriminação racial e a condenação da cultura africana tal como era
proclamada durante a dominação colonial limitavam -se no essencial às zonas costeiras
e aos centros urbanos, ao passo que a vida nas zonas rurais seguia em grande parte seu
próprio curso.
Portanto tendo em vista tudo que foi citado do texto, a leitura desse capitulo é
interessante pois nos faz analisar sobre as estruturas do colonialismo na África assim
como os impactos causados por ele, a ocupação que ocorreu nesse continente foi por
conta do processo de crescimento industrial que estava acontecendo na Europa após as
revoluções industriais, portanto o continente foi colônia de potencias europeias, e isso
gerou impacto no continente tanto social como político e econômico, segundo o texto
essa colonização gerou resultados tanto positivos e negativos. O texto é indicado para
um ambiente acadêmico que tem interesses sobre questões da colonização na África e
os impactos gerados.
Referências: