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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM
CAMPINAS,
2015
JEZREEL GABRIEL LOPES
______________________________
Roxane Helena Rodrigues Rojo
CAMPINAS,
2015
RESUMO
Esta pesquisa teve por objetivo analisar, por meio de pesquisa de observação
participante, uma experiência de uso de material didático digital interativo
(MDDI) para tablets a fim de verificar como se realizam os processos de
produção e condução da prática docente nessas condições. Para isso, buscou-
se, inicialmente, definir o contexto contemporâneo mediado pelas novas
tecnologias da informação e comunicação, cujas práticas sociais, nos mais
diversos âmbitos da vida humana, tornam-se cada vez mais permeadas por
multiletramentos (COPE; KALANTZIS, 2006 [2000]), e novos letramentos
(LANKSHEAR; KNOBEL, 2007). Por meio da definição desses conceitos,
construiu-se embasamento para orientar a produção do MDDI utilizado no
estudo. Além disso, a pesquisa evidencia os conflitos decorrentes da
coexistência de dois ethos distintos, elucidados, entre outros fatores, pela
popularização das tecnologias móveis (tablets e celulares). A inserção desses
dispositivos móveis na escola gerou conflitos entre professores, instituições e
alunos, pois rupturas nos paradigmas educacionais tornaram-se evidentes. As
abordagens teóricas para embasamento da análise da pesquisa voltaram-se
para a estruturação da aula mediada por MDDI (BAZERMAN, 2005; ROJO,
2007) e os processos de interação, por meio da constituição da interlocução
em sala de aula (BATISTA, 1997), entre professores e alunos e também os
processos de interação estabelecidos entre alunos e MDDI. Todos esses
objetos de análise foram organizados por meio de três planos de análise
constitutivos (institucional/comunitário, interpessoal e pessoal) de uma
atividade sociocultural (ROGOFF, 1995) . Ao término do estudo, foi possível
constatar que a mera disponibilidade tecnológica não é suficiente para que as
práticas de ensino englobem os multiletramentos e os novos letramentos. Faz-
se necessário, para isso, um projeto pedagógico que considere claramente os
propósitos da introdução da tecnologia em sala de aula. Além disso, o trabalho
com MDDI construído a partir do conceito de protótipo faz com que o professor
assuma um papel ativo na seleção de gêneros, escritos e/ou multissemióticos,
que constituem o material, na escolha de objetivos pedagógicos a serem
alcançados e os caminhos de estudo pelo MDDI ao longo de uma aula. Nossos
resultados apontaram também para, nesse contexto, o professor assumindo
um papel de mediador e organizador das informações constituintes do objeto
de ensino ao longo da aula. Quanto ao uso do MDDI por alunos, percebeu-se a
tendência a manter práticas de leitura linear e pouco incidência no uso dos
recursos oferecidos pelo MDDI e dispositivo móveis para pesquisa. Por fim,
embora não tenha sido o foco da pesquisa, foi possível constatar que
atividades em que alunos se engajam no contexto de ensino mediado por
MDDI podem ser conduzidas de forma a valorizar práticas colaborativas, que
fazem uso de novas tecnologias e exigem o trabalho com a habilidade de
interpretar e estabelecer relação entre as informações de gêneros constituídos
por semioses diversas.
INTRODUÇÃO
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Segundo artigo publicado pela Folha /Uol, em janeiro de 2012, o governo anunciou a
distribuição de 600 mil tablets para alunos do Ensino Médio. (Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/23424-mec-gasta-r-110-mi-em-tablets-sem-plano-
pedagogico-previo.shtml>, acesso em 19/08/2012). Além disso, diversas escolas particulares
já adotaram a tecnologia em suas salas de aula, como reportado no artigo “Enfim, o badalado
tablet chega à sala de aula”, da Veja On-line de 14 de agosto 2011. (Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/tablets-chegam-as-escolas-de-ponta-do-brasil-
%E2%80%93-e-trazem-um-velho-desafio>, acesso em 19/08/2012).
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Para Batista (1997), a produção discursiva em sala de aula se organiza em duas instâncias ―
a instância da aula e a instância do exercício. Segundo o autor, ambas oferecem “diferentes e
relacionadas condições de produção de discurso, isto é, diferentes e relacionadas
modalidades de enunciação, objetivos e estratégias discursivas” (p. 33). No capítulo 2 desta
pesquisa, detalharemos a sustentação teórica para as instâncias discursivas da aula.
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Segundo Lemke (2002) e Santaella (2007), a hipermídia consiste na integração de textos,
sons e imagens em hipertextos.
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Mídia, de acordo com a definição de Kress (2005), é um meio de circulação de mensagens
culturalmente significativas.
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Ainda segundo Kress (2005), modalidade é um meio de representação baseado em uma
materialidade específica, compartilhado social e culturalmente.
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Embora Kress, em seus estudos, adote a terminologia “modalidades de linguagem” ou
“multimodalidade”, o conceito de “multissemiose”, preferido por Santaella e Rojo, parece-nos
mais pertinente para lidar com enunciados contemporâneos. Em comunicação pessoal, a
autora explica que a semiose consiste em um sistema de signos. Já a modalidade refere-se
aos diferentes modos de manifestação de uma semiose, às suas materialidades, como, por
exemplo, o oral e a escrita nos sistemas linguísticos ou a imagem estática e em movimento.
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“Meanings are made through the co-deployment of different modalities with one another, both
consciously and unconsciously or automatically”. Todas as traduções para o português de
obras em inglês nos trechos citados neste trabalho são de nossa autoria.
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Figura 1: Ilustrativa dos sistemas multimodais e de seus elementos a serem considerados (GRUPO
DE NOVA LONDRES, 2006[2000], p. 26)
Já a proposta de análise de enunciados multimodais de Cope e
Kalantzis (2006), conforme explica Rojo (2013), relaciona os elementos das
linguagens a níveis e categorias de análise, retiradas da mesma teoria
proposta por Kress (2003; 2006; 2010) e Kress e Van Leeuwen (1996; 2001),
tais como os níveis:
• Representacional: As significações referem-se a quê?
(referenciação) – relações anafóricas e dêiticas no
linguístico e sons naturalísticos e representações
icônicas no sonoro e no visual, por exemplo;
• Social: Como as significações conectam as pessoas
que envolvem? (interação) – processos,
atributos/circunstâncias e lugar do enunciador no
linguístico; tempo, tonalidade e acompanhamento na
música, por exemplo;
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Figura 2: Elementos da Teoria Bakhtiniana dos Gêneros Discursivos revisitados (ROJO, 2013, p. 30)
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Gee faz uso do mesmo termo utilizado por Bakhtin (1985[1934-35/1975]).
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“ability to express and represent multilayered identity appropriate to the different lifeworlds,
civic spaces, and work contexts that all citizens encounter; the extension of cultural repertoires
appropriate to the range of contexts where difference has to be negotiated; [...] capacity to
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engage in collaborative politics which matches differences in relationships of
complementarity.”
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“They are content with being no less than actors rather than audiences, players rather than
spectators, agents rather than voyeurs and users rather than readers of narrative. Not content
with programmed radio, these children build their own playlists on their iPods. Not content with
programmed television, they read the narratives on DVDs and Internet-streamed video at
varying depth (the movie, the documentary about the making of the movie) and dip into
“chapters” at will. Not content with the singular vision of sports telecasting on mass television,
they choose their own angles, replays and statistical analyses on interactive digital TV.”
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Neste caso, os autores se referem aos critérios de gerenciamento de busca de informação
do Google, os quais podem se submeter a políticas da empresa, interesses financeiros ou
questões políticas. Assim, ao utilizar o buscador pode haver, ainda que seja amplo, um
espectro delimitado de resultados obtidos, que, de uma forma ou outra, direciona os
resultados apresentados.
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“What is appropriate education for women; for indigenous peoples; for immigrants who do not
speak the national language; for speakers of non-standard dialects? What is appropriate for all
in the context of the ever more critical factors of local diversity and global connectedness?”
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Sobre esse assunto, Street et al. (2009) fazem uma discussão análoga à de Moita-Lopes e
Rojo (2004), citando outros dois autores importantes na discussão sobre o estudo dos novos
letramentos. O autor defende que "o currículo escolar de hoje está fortemente focado em
letramentos impressos e tais letramentos estão sendo rapidamente suprimidos pela realidade
da comunicação contemporânea. Este argumento, para os novos letramentos, foi defendido
fortemente por Lankshear e Knobel em uma série de livros que criticam a inabilidade
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ato de decorar fatos sobre a história, ciência e linguagens. Além disso, leitura e
escrita eram trabalhadas superficialmente e a disciplina se demonstrava pela
mera reprodução de informações em avaliações, pela “regurgitação de
verdades rigidamente definidas” (KALANTZIS; COPE; HARVEY, 2003, p. 16).
Toda a rigidez intrínseca a esse modelo fordista de educação, cujas
características eram (são?) visíveis na inegociável organização em linha reta
das carteiras, na aquisição acrítica de fatos dificilmente aplicados em contextos
extraescolares e na centralização de todo o conhecimento nas mãos do
professor ― ou talvez do livro didático ― atingia seu objetivo máximo ao
produzir lotes e mais lotes de alunos passivos, educados para receberem
verdades absolutas e “aceitar uma determinada autoridade, fazendo
exatamente o que lhes era dito” (p. 20).
Esse sistema configurou uma educação para um tempo específico.
Com o advento das novas tecnologias comunicacionais e do funcionamento
sociopolítico da modernidade recente, é preciso repensar a estrutura
educacional, pois, no âmbito do trabalho,
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“diversity is everywhere in the new economy organization [...]. Instead of Henry Ford’s
assertion in which individual customer needs are irrelevant because customers are all the
same, organizations now want to be close to customers, to find out what they really want, and
to service their needs in a way which works for them.”
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“The decline of the old, monocultural, nationalistic sense of ‘civic’ has vacated a space that
must be filled again. We propose that this space be claimed by a civic pluralism. Instead of
states that require one cultural and linguistic standard, we need states which arbitrate
differences.”
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(...) new literacies have what we call new “technical stuff” and new “ethos stuff”.
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Paradigm cases of new literacies have both new “technical stuff ” (digitality) and new “ethos
stuff.” Peripheral cases of new literacies have new “ethos stuff” but not new “technical stuff.” In
other words, if a literacy does not have what we call new ethos stuff we do not regard it as a
new literacy, even if it has new technical stuff.
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Mentalidade 1 Mentalidade 2
• O mundo opera basicamente de acordo • O mundo opera, cada vez mais, de
com princípios e lógicas físicas/materiais acordo com princípios e lógicas não-
e industriais. materiais (ou seja, ciberespaciais) e pós-
• O valor varia em função da escassez industriais. O mundo é descentralizado e
• A produção é baseada num modelo planificado.
“industrial” • O valor varia em função da dispersão
• Produtos são artefatos materiais e • Uma visão pós-industrial da produção
mercadorias • Produtos gerados a partir dos serviços
• Produção é baseada na infraestrutura e que o requerem (customização)
em unidades e centros de produção (por • Foco no processo de alavancagem e de
exemplo, uma firma ou uma companhia) participação não finita
• Ferramentas são, em sua maioria, • Cada vez mais, ferramentas são de
ferramentas de produção mediação e tecnologias para
• O indivíduo é a unidade de produção, relacionamento
competência e inteligência • O foco é, cada vez mais, no coletivo como
• Habilidades e autoridade estão a unidade de produção, competência e
localizadas no indivíduo e nas instituições inteligência
• O espaço é fechado e obedece a • Habilidades e autoridade são distribuídas
finalidades específicas e coletivas; habilidades híbridas
• Relações sociais marcadas pela • O espaço é aberto, continuo e fluido
hegemonia do livro prevalecem; uma • Relações sociais marcadas pela
estável “ordem do texto” crescente participação das mídias digitais
são cada vez mais visíveis; textos em
mudança contínua
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Figura 3: Algumas variações entre diferentes mentalidades (LANKSHEAR; KNOBEL,
2007, p. 11)
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2. Mundos em choque
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“The need for flexibility, autonomy, collaboration, problem-solving skills, broad
knowledgeability, and diverse intelligence are all underlined by changes to the traditional area
of literacy. Yet the trend to Multiliteracies is simply a very visible example of broader trends
within the new economy, which suggest the need for new orientations to knowledge.”
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PETITAT, A. Produção da escola, produção da sociedade: Análise sócio-histórica de alguns
momentos decisivos da evolução escolar no ocidente. Artes Médicas, Porto Alegre, 1994.
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Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/000000129623051220132340
16242127.pdf. Acesso em: 17/05/2014.
28
Disponível em: http://www.sinprodf.org.br/wp-content/uploads/2011/03/lei-nº-4.131-de-02-de-
maio-de-2008.pdf. Acesso em: 17/05/2014.
29
Disponível em: http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2008/decreto-52625-
15.01.2008.html. Acesso em: 28/06/2015.
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Disponível em: http://www.cetic.br/educacao/2013/apresentacao-tic-educacao-2013.pdf.
Acesso em: 04/07/2015.
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Atos de fala, para Bazerman.
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Por meio desta análise, forjada a partir de conceitos como fatos sociais,
atos de fala39, gêneros, sistema de gêneros e sistema de atividades, o autor
sugere o modo “como as pessoas criam novas realidades de significação,
relações e conhecimento fazendo uso dos textos” (p.19).
Com o propósito de ilustrar suas asserções, o educador norte-americano
parte de uma típica situação acadêmica, na qual um conselho de uma
universidade decide estabelecer um regulamento que exija a aprovação em um
número específico de disciplinas de escrita intensiva para que os alunos
obtenham seu diploma. A partir de tal resolução, oficializada por meio de um
regulamento que estabelece os critérios necessários para que uma disciplina
seja considerada de escrita intensiva, diversos documentos administrativos e
orientacionais são confeccionados para que se coloque a nova regra em
prática. Em seguida, disciplinas são criadas com base nos critérios
estabelecidos, trabalhos são feitos pelos alunos, tendo em vista aprovação em
tais disciplinas para obtenção das condições necessárias à graduação.
Neste exemplo descrito por Bazerman, percebe-se que, uma vez
aprovada a resolução referente às novas exigências para um aluno obter um
diploma de graduação, uma série de eventos motivados e realizados por uma
sequência interdependente de textos passa a criar diversos fatos sociais, pois
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uma esfera social e caracterizados por seu tema, estilo, pela construção formal
que os compõe e pela valoração que os orienta.
Para Bazerman, “os gêneros são parte do modo como os seres
humanos dão forma às atividades sociais” (p. 31). Ou seja, por meio deles as
pessoas são convencidas a se organizarem de determinada forma, assumindo
papéis específicos em determinadas atividades. Assim,
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Rogoff menciona especificamente, em sua justificativa para definição da unidade de análise,
que “a ênfase atribuída por Vygotsky à interrelação de funções do indivíduo e do meio social
no desenvolvimento microgenético, ontogenético, sociogenético e filogenético inclui o
individual e o ambiental juntos em amplas e sucessivas estruturas temporais” (ROGOFF,
1995, p. 139, tradução nossa). “Vygotsky's emphasis on the interrelated roles of the individual
and the social world in microgenetic, ontogenetic, sociocultural, and phylogenetic development
includes the individual and the environment together in successively broader time frames.”
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Rogoff ainda explica que, em pesquisas cujo foco situa-se sobre o plano
de processos de comunidade, examina-se a estrutura institucional e as
tecnologias culturais da atividade intelectual. A autora explica que o contexto
social é constituído por “instituições, normas e práticas desenvolvidas e
apropriadas pelas gerações passadas” (ROGOFF, 1990, p. 138, tradução
nossa)45. Ao longo do tempo, as gerações mudam a história cultural do curso
do desenvolvimento e deixam “um legado para o indivíduo em forma de
tecnologias, tais como o letramento, o sistema numérico e computadores, tanto
quanto os sistemas de valores, “scripts” e normas para lidar com as situações
encontradas por esse indivíduo” (ROGOFF, 1998, p. 682, tradução nossa)46.
Em suma, é possível afirmar que, ao focar tal plano de análise, encoraja-se a
reconhecer que esforços empregados em uma atividade sociocultural
envolvem propósitos – que são determinados em termos institucionais ou
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“(...) it focuses on a system of interpersonal involvements and arrangements in which people
engage in culturally organized activity (...).”
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“(...) in which apprentices become more responsible participants.”
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“ (...) craft apprenticeship to include participation in any other culturally organized activity,
such as other kinds of work, schooling, and family relations. The idea of apprenticeship
necessarily focuses attention on the specific nature of the activity involved, as well as on its
relation to practices and institutions of the community in which it occurs (...).”
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“ (...) the institutions, technologies, norms, and practices developed by and appropriated from
previous generations.”
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“ (...) a legacy for the individual in form of technologies such as literacy, number system, and
computers, as well as value systems and scripts and norms for the handling of situations met
by the individual.”
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“It includes direct interaction with others as well as engaging in or avoiding activities
assigned, made possible, or constrained by others, whether or not they are in each other's
presence or even know of each other's existence. Guided participation may be tacit or explicit,
face-to-face or distal, involved in shared endeavors with specific familiar people or distant
unknown individuals or groups - peers as well as experts, neighbors as well as distant heroes,
siblings as well as ancestors. It includes deliberate attempts to instruct and incidental comments
or actions that are overheard or seen as well as involvement with particular materials and
experiences that are available, which indicate the direction in which people are encouraged to
go or discouraged from going.”
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“(...) participating in a cultural activity with guidance involving interactions with the teacher,
classmates, family members, librarian and authors, and publishing industry (...)”
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CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA
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Podemos pensar em uma definição de tablets como dispositivos móveis em formato de
tabuletas, com telas sensíveis ao toque, que permitem a interação por gestos e aceitam
conexão sem fio à Internet (AGNER, 2011 apud STUMPF; GONÇALVES, 2012).
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Ver Material completo no Anexo 1 deste trabalho. Para visualizá-lo como MDDI, acesse
https://www.dropbox.com/sh/otvoi0bym5q795c/AABpauNP_wJ2I_XmQ-Cn6OWza?dl=0 em
que estão disponíveis as versões *.ibook para ser visualizada em tablets IPad e *.pdf como
pdf navegável para outras plataformas, mas já com prejuízo de algumas funções do IBooks
tais como as galerias de imagens e os objetos digitais interativos, por exemplo.
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Disponível em: https://itunes.apple.com/us/app/ibooks-author/id490152466?ls=1&mt=12,
acesso em 10/10/2012.
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Figuras 8 e 9).
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55 “In observation the primary research instrument is the self, consciously gathering sensory
data through sight, hearing, taste, smell and touch. By various means of record-keeping, traces
of those impressions are stored for careful scrutiny and analysis after the event.”
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1. Organização da análise
A análise e interpretação dos dados desta pesquisa será
organizada a partir dos planos de análise e de seus respectivos processos de
desenvolvimento sugeridos por Rogoff (1995). Assim, ao sistematizar os
objetos de análise nesses planos, temos a seguinte organização:
Planos de análise/processo de
Objetos de análise
desenvolvimento
* Contexto sociocultural em que as aulas foram
ministradas;
Plano institucional ou
* Infraestrutura tecnológica disponível;
comunitário/aprendizibilidade
* Material didático digital interativo;
* Estrutura das aulas ministradas.
* Interação entre professor e alunos durante as aulas;
Plano Interpessoal/participação guiada * Interação entre alunos e material didático digital
interativo em momento prévio à aula.
* Breves percepções sobre o desempenho dos alunos
ao longo de atividades durante as aulas com base em
notas de campo;
Plano pessoal/apropriação participatória
* Breves percepções sobre Desempenho dos alunos
em atividade após as aulas com base em notas de
campo.
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variáveis que o envolvem; (b) analisar por meio desse fenômeno temáticas de
espectro mais amplo, tais como a neutralidade científica e o papel da mídia na
divulgação científica; (c) ler, analisar, interpretar e produzir textos em gêneros
escritos e multissemióticos. Para que se alcançasse os objetivos gerais, cada
uma das partes das seções apresentava objetivos pedagógicos específicos.
Nas tabelas a seguir encontra-se a descrição de todo o material quanto
a seus objetivos, gêneros que o compõem, sistema semiótico em que esses
gêneros se enquadram e as modalidades de linguagem presentes. Nele, há
especificações quanto aos títulos dos textos presentes no material para
orientar análises posteriores.
Gêneros que compõem a parte da
Parte da Seção Objetivos pedagógicos Sistema semiótico Modalidades
seção
*&Animação&curtametragem& *&Verbal;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*&Escrita;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
1.&Contextualizar&o&aquecimento&global,&definindo:
(vídeo&introdutório);&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*&Visual. *Imagem&estática&
o,&analisando&suas&causas,&consequências&presentes&
*&Reportagem&(fatos&do& (desenhos,&pictogramas,&
e&futuras;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
aquecimento);&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& fotografias&e&imagens&
2.&Identificar&recursos&linguísticos&e&demais&recursos&
*&Infográfico&(infográfico&1&e& computadorizadas);&&&&&&&&&&&&&&&&&
em&outras&semioses,&tais&como&diagramação,&
infográfico&2);&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& *&Imagem&em&movimento&
escolha&de&imagens&e&cores&(em&infográficos&e&
*&Charges;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& (imagens&
charges),&que&constroem&o&caráter&de&verdade&
Fatos&do&aquecimento *&imagens&ilustrativas&da& computadorizadas).
incontestável&das&informações&apresentadas&pelos&
temática&da&parte&da&seção.
gêneros&que&compoem&a&parte&da&seção;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
3.&Analisar&e&interpretar&uma&reportagem;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
4.Analisar&e&interpretar&&infográficos;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
5.&Analisar&e&interpretar&charges;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
6.&Analisar&os&efeitos&de&sentido&construídos&pelas&
imagens&ilustrativas&da&parte&da&seção.
*&Questão&escolar;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*&Verbal;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*&Escrita;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
1.&Relacionar&o&conceito&de&adaptação,&da&Biologia&
*&Glossário;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*&Visual;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*&Imagem&em&movimento&
evolutiva,&ao&processo&de&aquecimento&global&
*&Vídeo:propaganda. *&Musical. (imagens&
motivado&pela&ação&predatória&do&homem;&&&&&&&&&&&&&&
Atividades&Seção&1&:&1 computadorizadas);&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
2.&Analisar&e&interpretar&uma&vídeo:propaganda,&
*&Música&criada&por&
considerando&os&sietemas&semióticos&que&a&
Seção&1&:&O&aquecimento&global
computador.
compõem&(verbal,&visual,&músical).
*&Texto&explicativo&(CO2&=& *&Verbal;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*&Escrita;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
1.&Compreender&os&processos&de&produção&de&CO2& calor);&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*&Visual. *&Imagem&estática&
CO2&=&Calor e&seus&impactos&no&meio&ambiente;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& *&Infográfico&(infográfico&3).& (imagens&
2.&Analisar&e&interpretar&um&infográfico. computadorizadas,&
gráficos&e&diagramas).
1.&Compreender&o&processo&de&tentativa&de& *&Texto&explicativo& *&Verbal;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*&Escrita;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
construção&de&um&discurso&científico&incontestável;& (Introdução&ao&artigo&Mitos& *&Visual. *Imagem&estática&
2.&Identificar&os&recursos&utilizados¶&a&tentativa& do&aquecimento);&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& (fotografias&e&imagens&
de&construção&de&um&discurso&científico& *&Artigo&de&divulgação& computadorizadas);&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
incontestável;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& científica&(Mitos&do& *Imagem&em&movimento&
Mitos&do&aquecimento 4.&Refletir&sobre&os&interesses&que&guiam&a& aquecimento);&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& (imagens&
*&Imagens&ilustrativas.
construção&de&um&discurso&científico&incontestável;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& computadorizadas).&&&&&&&
3.&Analisar&os&efeitos&de&sentido&construídos&pelas&
imagens&ilustrativas&da&parte&da&seção;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
4.&Analisar&e&interpretar&um&artigo&de&divulgação&
científica.
*&Questão&escolar;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*&Verbal;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*&Escrita;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
1.&Compreender&as&origens&do&CO2&e&sua&relação& *&Animação& *&Visual;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
*Imagem&estática&(imagem&
com&o&aquecimento&global;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
curtametragem(vídeo&1&das& *&Musical. computadorizada);
2.&Analisar&um&curtametragem&animado;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
atividades&2&da&seção1);&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
3.&Analisar&e&interpretar&gêneros&(texto&explicativo,& *&Vídeo:propaganda(vídeo&2&
vídeo:propaganda&e&diagrama)&em&sistemas& das&atividades&2&da&seção1);&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
Atividades&Seção&1&:&2 semióticos&distintos&(verbal&e&visual),&estabelecendo& *&Diagrama&(diagrama&eco:
relações&quanto&às&suas&significações&pretendidas;&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
ego).
4.&Analisar&e&interpretar&uma&vídeo:propaganda&e&
uma&animação&curtametragem,&considerando&os&
sistemas&semióticos&que&a&compõem&(verbal,&visual,&
musical).&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
Tabela 2: Seção 1 do MDDI.
105
Gêneros que compõem a parte da
Parte da Seção Objetivos Sistema semiótico Modalidades
seção
1.*Compreender*a*influência*de*fatores*políticos,** **Texto**introdutório*(*A*farsa* **Oral;**********************************************************************************Escrita;*************************************************************************
ideológicos*e*econômicos*na*construção*do* do*aquecimento*global)***********************************************
**Escrita;******************************************************************************************
**Imagem*estática*
discurso*científico*e*em*sua*valoração;*********************************************************************************
**Artigo*de*opinião*(A*farsa* **Visual. (fotografias*e*imagens*
2.*Perceber*a*existência*de*"verdades"*científicas* do*aquecimento);********************************************************* computadorizadas);******************************************************
cotrastantes;**********************************************************************************
**Entrevista*oral*(Jô*Soares* **Imagem*em*movimento*
Contraponto 3.*Identificar*discursos*científicos*marginais;********************************************************************************************************************************
entrevista*o*climatologista* (fotografia).******
3.*Analisar*e*interpretar*um*artigo*de*opnião;******************************************************************************************
Ricardo*Felicio);********************************************************************
4.*Analisar*os*efeitos*de*sentido*construídos*pelas* **Verbete***************************************************************************
imagens*ilustrativas*da*parte*da*seção. **Glossário;***********************************************************************
**Imagens*ilustrativas.
1.*Compreender*o*papel*dos*veículos*de* **Questão*escolar;***********************************************************
**Verbal;*********************************************************************************************
**Escrita;*************************************************************************
comunicação*na*construção*e*disseminação*de* **Reportagem*(O*Guru*do* **Visual. **Imagem*estática*
verdades*científicas;**********************************************************************************
aquecimento*Global);***************************************************************** (fotografias*e*imagens*
2.*Analisar*a*orientação*ideológica*de*um* **Infográfico**Infográfico*4)*;*************************************************************************
computadorizadas).***************************************************
determinado*jornal*impresso*em*relação*ao*
Seção*2*V*Contraponto
aquecimento*global*por*meio*da*observação*da*
abordagem*adotada*para*o*assunto*
Atividades*Seção*2*V*1
(posicionamento*explícito*e*implícito*no*texto,*tom*
da*linguagem,*escolhas*lexicais,*espaço*destinado*
ao*assunto*e*sua*localização*no*jornal);***********************************************************
3.*Contrapor*discursos*científicos*contrastantes;*************************************************************************
4.*Identificar*o*processo*de*reconstrução*de*
verdades*científicas;********************************************************************************************************************************
5.*Analisar*e*interpretar*uma*reportagem;******************************************************************************************
1.*Compreender*a*influência*de*fatores*políticos,** **Texto*explicativo;********************************************************* **Verbal;*********************************************************************************************
**Escrita;*************************************************************************
ideológicos*e*econômicos*na*construção*do* **VídeoVdocumentário*(A* **Visual. **Imagem*em*movimento*
discurso**científico*e*em*sua*valoração;*****************************************************
grande*farsa*do*aquecimento* (fotografia).******
2.*Contrapor*discursos*científicos*contrastantes;********************************************
global);*****************************************
A*Grande*farsa*do* 3.*Analisar*e*interpretar*um*vídeoVdocumentário;********************************************
**Questão*escolar.
aquecimento*global 4.*Refletir*sobre*as*consequências*para*a*sociedade*
de*um*discurso*científico*unilateral*e*incontestável.***
1.*Compreender*a*influência*de*fatores*políticos,** **Textos*explicativos;*********************************************************************************************
**Verbal;*********************************************************************************************
**Escrita;*************************************************************************
ideológicos*e*econômicos*na*construção*do* **Questão*escolar. **Visual. **Imagem*estática*
Notas discurso*científico*e*em*sua*valoração;****************************************************** (imagem*
2.*Refletir*sobre*a*relação*entre*aquecimento*global* computadorizada).******
e*desenvolvimento*sustentável.***
Gêneros que compõem a parte da
Parte da Seção Objetivos Sistema semiótico Modalidades
seção
1."Compreender"o"conceito"de"tirania"de"muitos"do" *"Artigo"de"opinião"(A"tirania" *"Verbal;"""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""
*"Escrita;""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""
filósofo"John"Stuart"Mill;""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""
de"muitos);"""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""
*"Visual. *Imagem"estática"(imagem"
2."Relacionar"o"conceito"à"questão"do"aquecimento" computadorizada);
global;""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""
3."Analisar"os"efeitos"de"sentido"construídos"pelas"
A"tirania"de"muitos imagens"ilustrativas"da"parte"da"seção.
Seção"3"V"Propostas"de"produção"textual
107
Ativação,de,
Pedido,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
conhecimento,prévio,
__ Explicação,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
sobre,o,aquecimento,
análise
global
Reportagem,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
Leitura,de,texto Seção,1,,/,Fatos,do,aquecimento Explicação,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
Pedido
Pedido,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
Infográfico,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
Leitura,do,Infográfico,1 Seção,1,/,Fatos,do,aquecimento
Explicação,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
análise,
Introdução,ao,
__ Explicação
contraponto
Texto,introdutório,,,,,,,,,,,,
Leitura,de,texto ,Seção,2,/,Contraponto
Explicação
108
Análise(da( Charges((((((((((((((((((((((((((((((
desqualificação(do( (Seção(1/(Fatos(do(aquecimento Explicação(((((((((((((((((((((((((((((
contraponto Análise
Exposição(das(
Infográfico((((((((((((((((((((((((((((
consequências(do( (Seção(1/(Fatos(do(aquecimento
Análise
aquecimento(global
VídeoEpropoaganda((((((((((
Atividade(de( Questão(escolar((((((((((((
Seção(1(/(Atividade(1
interpretação Explicação(sobre(procedimento((((
Verbete(de(glossário(((((((((((
Apresentação(de( Respostas(de(questões(escolar((
__
respostas Enunciado(explicativo
Texto(Explicativo((((((((((((((
Infográfico((((((((((((((((((((((
Explicação(((((((((((((((((((((((((((
Leitura(de(texto(e( Verbete(de(enciclopédio(online(
Seção(1(/(C02=Carbono
pesquisa(na(Web Gráfico((((((((((((((((((((((((((((((((((((
Tabela(numérica(((((((((((((((((((((((
Artigo(de(opinião((((((((((((((((
Análise
Explicação(((((((((((((((((((((((((((((((((
Artigo(de(divulgação(científica(((((
Leitura(de(texto(e(
Seção(1(/(Mitos(do(aquecimento Análise(((((((((((((((((((((((((((((((((((((((
pesquisa(na(Web
Artigo(de(opinião(((((((((((((
Comentário(em(site
Entrevista(em(talkshow(
Discussão(de(entrevista(
Seção(2(/(Contraponto Explicação((((((((((((((((((((((((((((
em(talkshow
Análise
Explicação(((((((((((((((((((((((((((((((((
Reportagem((((((((((((((((((((((((
Análise(do(papel(da(
Seção(2(/(Atividade(1 Infográfico(((((((((((((((((((((((((((((((
mídia
Análise(((((((((((((((((((((((((((((((((((((((
Questão(escolar(((((((((((((
Artigo(de(opinião(((((((((((((((
Leitura(de(texto Seção(3(/(A(tirania(de(muitos Explicação((((((((((((((((((((((((((((
Análise(((((((((((((
Explicação(de(
Seção(3(/(Propostas(de(produção(textual(
propostas(de(produção( Propostas(de(produção(textual
1,2(e(3
textual
Tabela 4: Sistema de atividades e de gêneros na aula dupla ministrada.
109
3. Plano interpessoal
Para análise do plano interpessoal, será verificada como se deu a
interação em sala de aula por meio da análise das estratégias de interlocução
durante uma aula abordadas por Batista (1997). Assim, considerando a
instância da aula, analisaremos a constituição global, intermediária e local da
interlocução, além da forma como se estabelecem os polos de interlocução ao
longo da aula. Embora o trabalho de Batista investigue aulas com foco em
leitura e gramática, em nosso caso, devido à especificidade da disciplina
Produção e Interpretação textual, focaremos apenas em práticas de leitura e
interpretação.
110
111
Turno
57
A transcrição completa da aula pode ser encontrada nos anexos desse trabalho.
112
Turno
113
Turno
24. Professor – Então, olha só. O que acontece aí? Se você é contrário ao
aquecimento global segundo o texto, você acaba sendo taxado como alguém
que é adepto de teoria conspiratória, alguém que defende a indústria de
petróleo e a depredação ambiental. Certo? E olha o final aí (leitura do texto).
Vocês concordam com isso?
25. Alunos – cada um fala algo diferente. Inaudível
26. Aluno 1 – Não tem como a poluição desde muito tempo não ter causado nada.
27. Aluno 7 – Não, eu acho...
28. Professor – Algum efeito tem, né?
29. Aluno 7 – Acho que a poluição tem algum efeito, mas tem aquele negócio do
ciclo do planeta: tem a era gelada.. era glacial e uma era mais quente. Acho
114
que isso vai variando. Não só é a poluição, a poluição pode agravar, mas acho
que ia acontecer de qualquer jeito.
30. Aluno 1 – Eu concordo porque, se você for ver, o planeta continua girando
normal, nada muda incompreensível
31. Alunos discutem entre si – incompreensível
32. Professor – Beleza. E olha aí, pessoal, pra provar, de repente, aquilo que eles
estavam falando. Olha umas charges que a gente encontra por aí. Para isso, a
gente volta lá na página 2 do livro tá? (Análise da charge projetada) Qual que é
o humor aí?
115
Aluno 1
Aluno 2
• Leitura
Galeria de detalhada e
• Leitura Infográ?ico 1
charges
Infográ?ico 3
Seção 2
• Retorna à • Leitura apreciação das
detalhada
leitura
imagens
• Leitura • Leitura de detalhada
• Leitura • Navegou pela • Leitura rápida
detalhada
todas as detalhada
ilustrativas
seção sem
charges
fazer leitura
Reportagem "Fatos Reportagem
do aquecimento"
"Fatos do Infográ?ico 2
Notas
aquecimento"
Artigo "Mitos do
aquecimento
58 A técnica de protocolo verbal ou think-aloud, segundo Lankshear e Knobel (2004), foi
desenvolvida para resolver o problema de como se obter dados acerca das estratégias e
processos de pensamento de pessoas no momento em que elas estão completando uma
determinada tarefa. Os pesquisadores explicam que tal método envolve o estudo da fala do
participante da pesquisa durante a realização de uma ação. Nesse contexto, o engajamento
do pesquisador por meio de perguntas e comandos é fundamental para que se obtenham
dados eficazes para o objetivo visado.
116
Aluno 3
Aluno 4
• Assistiu ao
Reportagem Galeria de vídeo todo
• Analisou
Infográ?ico 2
Vídeo das • Leitura • Leitura
"Fatos do charges
atividades
atividades 1 da
• Assistiu ao • Leitura detalhada
detalhada e
vídeo todo
aquecimento"
detalhada
seção 1
• Leitura de • Leitura Infográ?ico 3
apreciação
todas as Vídeo da detalhada
Texto de
charges
atividade 1 explicativo ilustrações
Vídeo • Leitura
detalhada
Infográ?ico 1
da seção 1
• Assistiu ao = CO2 =
Introdutório
Atividades 1 -‐ vídeo todo
Calor
• Leitura detalhada
Seção 1
117
118
4. Plano pessoal
O foco dessa pesquisa não reside no plano pessoal, ou seja, não foram
coletados dados para que se analisem os processos de apropriação do aluno e
seu desempenho posterior em atividades socioculturais relacionadas.
Entretanto, com base em notas de campo, será possível fazer breves
considerações acerca do desempenho dos estudantes em dois momentos
específicos de atividades: atividades em sala de aula e atividades após as
aulas.
Turno
120
adiante colocar “é que isso significa isso e isso”. Não. Tem que fazer aquela
contextualização. Ou seja, a propaganda acima retrata isso, isso, isso com
referências à adaptação... (Professor anda pela sala, conversando com os
grupos e auxiliando-os na formulação da resposta e em pesquisas)
44. Professor – Beleza, gente? Vamos lá então. Começa com o grupo de vocês.
Espelhem aí a resposta. Pessoal, os demais grupos já vão se preparando.
Vocês precisam se conectar na “rede carlos”, a senha é essa aqui. A senha é
nuggets. Pessoal a resposta do grupo é essa aqui então. Leia aí aluno 7.
45. Aluno 7 – A propaganda abaixo faz referência à adaptação do seres às
circunstâncias da natureza durante a evolução das espécies. Ela utiliza esse
artifício para fazer uma crítica ao pensamento das pessoas em relação ao
aquecimento global, às falta de mobilização das pessoas e aos danos
ambientais do progresso industrial. A propaganda tem como objetivo iniciar
uma reflexão individual relacionada às ações das pessoas e seu impacto no
meio ambiente.
46. Professor – O que vocês acharam?
47. Aluno 1 e Aluno 4 – Bem bom.
48. Professor – Vamo lá, ó, vamo retoma a pergunta então. Considerando, né, a
frase “não é o planeta que tem que se adaptar é você”, que é aquela frase que
chega no final do vídeo, você vai precisar considerar o conceito de adaptação
evolutiva e justificar a propaganda com base na temática discutida. Não é?
Então, você justificou dizendo que objetivo é iniciar uma reflexão individual
relacionada às ações das pessoas e seu impacto no meio ambiente. E a
adaptação do ser humano?
49. Aluno 7 – A gente colocou incompreensível da evolução das espécies.
50. Professor – É, eu imagino que poderia ter ficado um pouquinho mais claro
essa questão da adaptação entendeu? O ser humano tenta fazer o planeta se
adaptar a ele e não o contrário. Você consegue enxergar. Você, vocês,
colocaram, sim, o conceito de adaptação, mas não o elevaram a esse nível
para especificar um pouco mais. O que faltou... gera uma quebra e falha na
resposta tá? Mas ela tá muito boa.
51. Aluno 3 – Pode mandar a resposta.
52. Professor – Manda aí.
53. Aluno 3 – Como é que é? É a rede um?
54. Professor – Não, tem que entrar em “Carlos” (nome da rede).
55. Alunos – incompreensível
56. Professor- A senha é Nuggets. Olha, mas vale lembrar que a construção deles
está excelente... Foi? (há dificuldades em conectar na rede para espelhar a
resposta). Lê aí... (há dificuldades em formatar a resolução)
57. Professor – Gente é só ler. Sem complicar. Não precisa.
58. Aluno 3 – Ao longo dos milênios, os seres vivos passaram por uma série de
transformações: os dinossauros foram extintos, os mamíferos desenvolveram
pelos e anfíbios, nadadeiras. Contanto, nos últimos anos, o ser humano vem
alterando com frequência o meio ambiente, o que acarretou uma série de
mudanças no cenário do planeta. O efeito estufa, a extinção das espécies e o
aquecimento global são algumas das consequências dessa transformação. O
comercial institucional YGA retrata exatamente essa alteração: ao invés de
nos adaptarmos ao mundo, estamos querendo que o mundo se adapte a nós.
Este fato está criando um profundo desequilíbrio ambiental que pode gerar um
grande problema a todos os seres vivos.
59. Professor – O que vocês acharam?
60. Aluno 1 – Sensacional.
61. Alunos – (vários elogios à resposta).
121
122
123
CONSIDERAÇÕES FINAIS
124
125
126
127
128
REFERÊNCIAS
129
COPE, B.; KALANTZIS, M. Designs for social futures. In: COPE, B.;
KALANTZIS, M. (Eds). Multiliteracies – Literacy Learning and the design of
social futures. New York: Routledge, 2006[2000], p. 203-234.
130
COSTA, E.; LIRA, M. Como a Mente se Torna Social para Barbara Rogoff?
A Questão da Centralidade do Sujeito In Psicologia: Reflexão e Crítica, v.15,
n.3, 2002, p. 637-647.
131
132
KALANTZIS, M.; COPE, B. Language Education and Multliteracies. In: MAY, S.;
HORNBERGER, N. H. (Orgs.). Encyclopedia of Language and Education,
133
KRESS, G. Gains and losses: New forms of texts, knowledge, and learning.
Computers and Composition, v.22 , n.1, p. 5-22, 2005.
KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Multimodal discourse: The modes and media
of contemporary communication. London: Arnold, 2001.
LANKSHEAR, C.; KNOBEL, M. Sampling “the new” in new literacies. In: _____.
(Orgs.) A new literacies sampler: New literacies and digital epistemologies. New
York: Peter Lang, 2007. Vol. 29, p. 1-24.
134
135
136
137
STREET, B.; PAHL, K.; ROWSELL, J. Multimodality and New Literacy Studies.
In: C. JEWITT (Ed.). Routledge Handbook of Multimodal Analysis. London,
New York: Routledge, 2009, p. 191-200
138
ANEXO A
Material didático digital interativo utilizado em aula.
139
140
141
142
143
144
145
146
147
148
ANEXO B
Transcrição da aula ministrada.
1. P- A aula de hoje será sobre o aquecimento global. Vocês já ouviram
falar sobre isso, né? Então, nós vamos falar acerca dos consensos e
controvérsias que cercam esse tema. Então, o que vocês sabem sobre o
aquecimento global? Oque é o aquecimento global para vocês?
2. A1 – Pode causar danos irreparáveis ao planeta.
3. P– Como?
4. A2 – Destrói a camada de ozônio.
5. A3 – inaudível
6. A1 - É, derrete as calotas polares.
7. P – Tá, vamo organizar a informação: destrói a camada de ozônio,
derrete as calotas polares.
8. A1 – Daí, o nível do mar sobe muito e começa a ultrapassar água.
Então, a terra vai cada vez ficar menor.
9. P – Certo. E o que faz esse aumento de temperatura? O que provoca
esse aumento de temperatura?
10. A 4 – Os gases... CO2. Causa o efeito estufa.
11. P – É, os raios, né? Eles acabam ficando presos na atmosfera por causa
do efeito estufa. Vocês já viram que quando abrimos o livro tem um
vídeo que só vai mostrar o planeta sendo degradado tudo o mais. E é
basicamente a temática que segue essa questão do aquecimento global.
Então, a emissão de gases vai provocar o aquecimento do planeta e a
destruição do meio ambiente e tudo mais. Então, peguem aí primeiro
texto, Fatos do aquecimento, ele foi Publicado há dois anos na revista
Veja. Então olha o que ele diz. (Professor faz a leitura do texto)
12. P – Quando a gente lê esse texto, eu tenho uma certeza do
aquecimento global ou ele é colocado como uma possibilidade?
13. Alguns alunos – certeza.
14. P – Como que vocês conseguem enxergar que é uma certeza pela
análise do texto?
15. A3 – Ah, ele fala que vai subir 4 graus até final do século.
16. A5 – E tem Ongs trabalhando para reverter isso.
17. P – O que mais? Mas tem um fator aí que é primordial para isso.
18. Alunos – inaudível.
19. P- Qual órgão?
20. A3 – IPCC.
21. P – é o IPCC, né? Que é o Painel Intergovernamental de mudanças
climáticas. Então ele dá como uma certeza, né? Vocês veem aí que ele
fala: não, os pesquisadores já alertavam, né? Hoje a gente não precisa
mais de alerta. Agente já sabe, né. E todo mundo já sabia que o homem
era o causador desse tipo de problema. Aí o IPCC se posicionou e
confirmou isso. Tá. Olhem aí essa imagem interativa. Abriram, pessoal?
22. Aluno – Sim.
23. P – Então, olhem aí, deem uma boa analisada (projeta o infográfico na
lousa) . A gente tem ameaças do aquecimento. E ai a gente tem várias
149
150
50. P- Beleza. E olha aí, pessoal, pra provar, de repente, aquilo aqueles
estavam falando, olha umas charges que a gente encontra por aí. Para
isso, a gente volta lá na página 2 do livro tá. (Análise da charge
projetada) Qual que é o humor aí.
51. A1 - Que eles estão considerando rever.
52. P – que ainda não...
53. Alunos - cada um fala algo diferente. Inaudível
54. P - Que a gente ainda não tem certeza de que o aquecimento global é
real.
55. A7 – Acho que a gente nunca vai ter certeza.
56. P – Será? E olha, aí a gente tem várias charges. Todas elas defendendo
a perspectiva de que o aquecimento global é real. (leitura e análise de
algumas das charges).
57. P – Leitura do infográfico 2 e explicação. CORTE NA GRAVAÇÃO
58. Aluno - incompreensível
59. P – O brasil tem pouca coisa, vocês viram?
60. A7 – Só 60% da Amazônia vai virar cerrado.
61. P – Ah, só isso.
62. A7 – Não é muito.
63. P – É pouco. Pessoal, e vocês sabem que o IPCC publicou
recentemente, faz um mês, um novo relatório. A gente vai falar sobre
isso daqui a pouco, guardem essa informação. Vamos para a página 4.
Vou passar esse vídeo para vocês. (vídeo é exibido na lousa)
64. P – Alguém já jogou aquele jogo, Spore? Parece , né? Parece o jogo
Spore. Então olha só: lembra que eu falei para vocês que a cada aula eu
vou sempre dar atividades valendo aqueles pontinhos para vocês
complementarem depois. Essa uma das atividades. (Leitura da
atividade).
65. P - O que é justificar a propaganda?
66. A1 – Mostrar oque ela retrata.
67. P – Exatamente! Você vai mostrar o que tá retratando, mas tendo por
base a discussão feita até o momento e a questão da adaptação. Se
você clicar nesse link aí, clica aí. Esse “adaptação”. Tá vendo? Aí ele vai
dar a definição de adaptação. Como que agente vai fazer? Esses grupos
que estão reunidos, vocês vão ter uns 6, 7, minutos para poder escrever
no iPad mesmo a resposta e aí cada um de vocês vai projetar. E aí, a
melhor resposta, eu posso dar três pontos para vocês complementar
uma redação. Para o grupo.
68. A7 – É 0,3 ou é 3 mesmo?
69. P – Não, é três pontos mesmo, mas aí você coloca e vai fazer toda
aquela divisão.
70. Aluno – Para cada grupo?
71. P – Não, para a melhor resposta. Eu vou avaliar tanto gramaticalmente
quanto a coerência da resposta...
72. Aluno – Por grupo?
73. P – Por grupo. Cada pessoa do grupo ganha três pontinhos. Então vamo
lá. Vocês têm 7 minutos para fazer isso e daí vocês só espelham a
resposta e todo mundo vai ler avaliar juntos. Agora são 11:06. Vocês
têm até 11:15. (Alunos se organizam). Lembrando, só mais uma dica.
Pessoal? Pessoal? Quando a gente fez aquele questionário do
151
152
153
154
135. P – Olha o número que ele coloca: 73% das emissões de gás são
dos países desenvolvidos. Houve um aumento significativo do CO2. Mas
a gente não consegue ver dados de quanto é esse aumento nessa
reportagem que também é da Veja. É um trechinho daquela mesma
reportagem que a gente viu no começo. Passem para a próxima página.
A gente tem uma artigo que está em forma de galeria. Ele é de um site
de divulgação científica chamado Hypescience. Um site é bem legal.
Depois vamos ler com mais calma isso, mas vamos para a parte dois
dele. Ele diz. (leitura do trecho do artigo). Ele diz o que a ciência diz em
relação a essa questão. Olha só que interessante. A gente sabe que
existem cientistas que são ditos céticos do aquecimento global. Eles são
cientistas também não são? Mas eles são chamados do que aqui no
artigo?
136. A7 – Céticos.
137. P – Não. Do que eles são chamados? De mito. Não é? Você
consegue ver a descaracterização do cientista que é contrário ao
aquecimento global? Então, eles são chamados de mito. (leitura do
trecho do artigo) Fazendo uma pesquisa por aí também. Olha o que
encontrei na Veja, no começo do ano. ( professor tem problemas com a
conexão). Essa notícia é de 02/01 de 2014. E ela diz o seguinte:
“Cientistas tentam provar o aquecimento global e acabam presos no
gelo”. (Leitura do artigo de opinião do blog). Vocês viram que o colunista
é contrário e, vendo os comentários, olha o quem eu achei. Esse cara a
gente vai ver um vídeo dele daqui a pouco no Jô. Ele é o Ricardo
Felício, um climatologista da USP. (Leitura do comentário). O que é
panaceia? É um remédio para todos os males. Então, ele tá dizendo que
se você cuidar do carbono no planeta, você vai salvar o mundo, quando
155
156
157
era de que o planeta deveria ter acabado, tinha os negócios dos mais
também, e daí o que aconteceu. O cara viu que não era bem assim.
Então, olha o que ele disse (leitura do trecho da entrevista com
Lovelock). Então, as previsões dele era que depois de 2010 haveria um
aquecimento absurdo. Uma das hipóteses dele era que os países perto
dos trópicos se tornariam desertos e as pessoas migrariam para os
polos e haveria muitas guerras. A gente tem um infográfico que a Folha
fez com o que ele tinha previsto, olha as bolinhas, e o que de fato
aconteceu.
171. A2 – Ele tinha previsto os esquemas?
172. P – Ele tinha previsto pelas pesquisas dele.
173. A2 – Ele viajou...
174. P – Mas, ainda hoje, o IPCC, que divulgou o estudo deles, foi há
dois meses atrás, eles deram uma abrandada nisso, mas continua esse
alarmismo. Sabe o que o Felício fala no final da entrevista dele? Vocês
não pegaram o final da guerra fria, eu também não, mas existiam vários
modelos: o que acontece se os EUA jogarem uma bomba nuclear não
sei onde, o que acontece se a Rússia jogar uma bomba nuclear não sei
onde. E aí, esse cientistas faziam esses modelos que deixavam o
pessoal assustado, e aí surgia aquelas coisas daqueles mutantes,
animais que cresceram, Godzzila e tudo mais. Segundo o Felício, os
mesmos caras que faziam essas pesquisas, começaram a fazer
projeções sobre o aquecimento global. Houve uma migração. Em vez de
falar do terror da URRS, fim do mundo, guerra nuclear, a gente fala de
aquecimento global.
175. A3 – Eles até falavam que os EUA tinham o poder de destruir o
mundo.
176. P – É. Então olha só – (chama atenção de dois alunos ao proferir
seus nomes) - isso aqui é uma folha do jornal. Vocês lembram que
quando saía algum do relatórios do IPCC as revistas, até a Veja teve
várias capas, os jornais tinham a primeira página. Isso aqui foi a matéria
que saiu quando o cara que criou o aquecimento global disso que não ia
acontecer nada. A folha de SP deu esse espaço para o cara, no caderno
de ciência, pouco mais de meia página. E eles ainda chamaram um
outro climatologista que disse que o Lovelock está velho demais e não
sabe o que está dizendo. Por que estou mostrando isso para você? Para
a gente pensar que a tendência da mídia atual é dar mais espaço para
que vertente do assunto?
177. Alunos – a favor
178. P – Isso. A favor do aquecimento. Né? Sem a gente partir para
teorias conspiratórias, mas só constatando que a presença é maior
mesmo de quem defende o IPCC e tudo mais.
179. A7 – É o interesse em comum...
180. P – É aí, eles jogam. O aluno 4 falou do Molion, que chamam os
cara de teoria da conspiração, mas ele diz que quando pede pra cortar
os gastos, as emissões de gases, você limita a produção dos países
emergentes enquanto os desenvolvidos estão caindo, vejam as crises
nos EUA, na União Europeia. Antes de a gente ir para as tarefas finais,
faltam 1o minutos, vamos para a página 13. A gente tem um texto que foi
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