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Instituto Politécnico de Santarém

Escola Superior de Gestão e Tecnologia

Análise artigo “International Business Strategy: Does a Female Presence


Matter?”,

por, Mariasole Bannò , Giorgia Maria D’Allura, Marco Traversi and Celeste
Amorim Varum

Ana Pereira nº190100159

Mafalda Mendes nº190100189

Licenciatura em Negócios Internacionais

3ºano

Unidade curricular: Seminários de Internacionalização

Professor: Nuno Leitão

Santarém 2021/2022
Índice

Introdução .................................................................................................................................. 3
Estratégias de crescimento internacional e a presença das mulheres ........................................ 4
Dados, fontes, variáveis ............................................................................................................. 5
Conclusão ................................................................................................................................... 9
Netgrafia .................................................................................................................................. 10

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Introdução

No artigo, foi feita a investigação da relação entre a presença de mulheres nos cargos de
tomada de decisão nas empresas e organizações, com as trajetórias e estratégias de crescimento
internacional, dessas mesmas empresas, analisando duas teorias de expansão internacional: o
esforço internacional e a diversificação internacional. A interpretação feita pelos autores do
artigo é baseada na Social Identity Theory (Stets e Burke, 2000) e na Critical Mass theory
(Greed, 2000; Kanter, 1977; Torchia, Calabrò and Huse, 2011).

Cada vez mais, as mulheres encontram-se presentes em altos cargos em empresas e


organizações, quando comparamos com o passado. Porém, a existência de poucas mulheres em
cargos de direção das empresas, pode causar relações interpessoais negativas e conflitos, ou
até mesmo levar à desvalorização de opiniões, devido a preconceitos e estereótipos criados pela
sociedade. Estes conflitos podem levar a que na altura da tomada de decisões, sejam feitas más
escolhas e influenciar decisões estratégicas sejam estas, ou não, relacionadas com a
internacionalização. Por outro lado, à medida que a quantidade de mulheres em cargos de
direção aumenta, numa organização, a probabilidade das suas vozes e ideias serem ouvidas é
maior, melhorando a dinâmica da organização.

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Estratégias de crescimento internacional e a presença das mulheres

Estudos comprovam, nas equipas de administração das empresas que o género é um


aspeto importante tanto a nível de gestão diária das operações da organização, como a nível da
procura de estratégias mais complexas, como é o exemplo das estratégias de
internacionalização.

De acordo com o artigo e com as bases onde este se suporta, mulheres gerentes
enriquecem uma organização com maior experiência e flexibilidade de pensamento, assim
como compreensão e sensibilidade que são essenciais para concorrer ao mercado externo, para
além disso, as mulheres preferem adotar medidas mais inclusivas e são mais abertas ao diálogo.
Assim, qualquer organização, que possui na sua gestão diferentes géneros, estará fortalecida e
com melhores processos de tomada de decisões.

Está registada uma menor internacionalização de empresas detidas e/ou administradas


por mulheres, mas isso não depende da diferença de género, mas sim das características das
próprias empresas. Para além dos obstáculos clássicos que as empresas têm de enfrentar,
existem alguns mais específicos, relativos ao género. Incluem-se obstáculos a nível de aspetos
culturais e acima de tudo em preconceitos criados pela sociedade em relação às mulheres, como
a falta de confiança nas habilidades femininas.

Com base nas pesquisas existentes, foram desenvolvidas duas teorias distintas e dois fios
condutores de expansão internacional: o esforço internacional, ou seja, o número de
subsidiárias estrangeiras e a diversificação internacional, ou seja, o número de países em que
cada empresa investe.

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Dados, fontes, variáveis

Os dados usados para fazer a testagem das hipóteses, foi o contexto italiano, ou seja, as
empresas italianas que realizaram qualquer processo de internacionalização. A escolha da
amostra foi realizada aleatoriamente e verificaram que 897 empresas selecionadas eram
representativas da população de empresas multinacionais italianas e refletiam as características
do grupo.

Todas as variáveis dependentes, independentes e de controlo, que servem de apoio a este


estudo, encontram-se representadas e descritas no quadro abaixo (“Table 1: Dependent and
independent variables”).

Foram consideradas como variáveis dependentes o esforço internacional, medido através


da variável “International_FDI” e a diversificação internacional, medido pela variável
“International_Countries”. Cada uma destas representa um modelo de estudo distinto:

• Modelo 1: International_FDI=ƒ (Token; Critical_mass; Control Variables)


• Modelo 2: International_Countries = ƒ (Token; Critical_mass; Control Variables)

Como variável independente, foi considerada a “Token”, esta verifica a presença, ou não,
de mulheres em cargos de administração de empresas. Assume o valor de 1, caso seja
encontrada pelo menos 1 mulher num cargo de administração e assume o valor 0, caso não seja
encontrada nenhuma. A segunda variável independente considerada, foi a “Critical Mass” que
representa a composição de mulheres nos quadros de direção, para verificar se a presença de
pelo menos 3 mulheres em cargos de direção se é decisiva ou não em termos de crescimento
internacional.

Foram ainda estudadas outras variáveis de controlo consideradas importantes que podem
influenciar as atividades internacionais. Uma dessas variáveis tidas em consideração foi a
“Age” que representa a idade da organização e a “International_age” que é o número de anos
nos quais a empresa marcou presença nos mercados internacionais. Para além destas duas, foi
levada em consideração a variável “Sales” que representa o volume de vendas em euros, assim
como a variável “ROI” que representa o Return on Investment, sendo este um rácio que
representa a rentabilidade de uma empresa. Para além destes, são levados em conta outras

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variáveis como: “Family_Business”, “Patents”, “Financial_constraints”, ”North” e
“Industry”.

Fonte: ContentServer.asp (ebscohost.com)

Foi feito um teste preliminar com a questão da pesquisa, onde se cruza a


internacionalização (número de FDI e número de países estrangeiros) e a ‘’critical mass’’. De
acordo com a tabela 2, a média de FDI é de 11,11 e o número médio de países estrangeiros é
de 7. Portanto, menos de 9% das empresas, atingem a massa critica, e duas a cada 5 empresas
têm pelo menos uma mulher envolvida na governação de uma empresa.

Fonte: ContentServer.asp (ebscohost.com)

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Relativamente à tabela 3, esta mostra a distribuição das empresas entre os dois grupos
de empresas onde a massa crítica é atingida em 107 de 897 empresas e onde não é atingida, em
790 empresas. Em média as empresas do grupo 2 são mais velhas e maiores do que as empresas
do grupo 1. Ou seja, quando a massa critica é atingida, as empresas apresentam maior intenção
de patentear. No entanto, e como podemos verificar, as empresas do grupo 1 apresentam um
maior grau de lucro.

Fonte: ContentServer.asp (ebscohost.com)

Na tabela 4, nos dois modelos, a variável ‘’token’’ não apresenta coeficiente


significativo. Em comparação, a massa critica é positiva e, por esse motivo, indica que o
aumento do número de mulheres nas empresas vai trazer efeitos benéficos como também vai
influenciar relacionamentos mais positivos. Portanto, a mínima presença feminina indica
ausência de efeitos internacionalização, mas o aumento do número de mulheres tem um efeito
positivo. Quanto às variáveis de controlo, o tamanho da empresa e a experiência internacional
mostram um impacto positivo, enquanto ser uma empresa familiar e estar localizada no Norte
tem um impacto negativo, tanto no modelo 1 como no modelo 2.

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Fonte: ContentServer.asp (ebscohost.com)

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Conclusão

Os resultados obtidos através das variáveis, mostram que a participação feminina nas
organizações é importante. Enquanto a mera presença de mulheres em funções decisórias
(token) não está ligada à expansão no mercado global, quando a percentagem de mulheres em
altos cargos aumenta e atinge determinado nível (massa critica), a significância aumenta e
assume um papel positivo. A alta presença de mulheres gera um impacto positivo também a
nível da internacionalização, tanto em termos de esforço, quanto de diversificação
internacional.

Concluímos também, que a presença de apenas uma mulher pode causar efeitos negativos
devido ao fenómeno de categorização social, estereótipos e preconceitos. Esta interpretação é
apoiada através da massa critica, segundo a qual confirma que a existência de apenas uma ou
duas mulheres, prejudica a dinâmica e o desempenho do grupo, fazendo com que os
estereótipos prevaleçam. Portanto, à medida que o número de mulheres aumenta, a
probabilidade das suas ideias serem ouvidas e discutidas aumentam e melhoram a dinâmica de
todas as empresas.

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Netgrafia

Artigo: ContentServer.asp (ebscohost.com)

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