Nomes: Júlia Malheiros e Gustavo Lima

Turmas: DIN 91

REGRAS DE TRANSIÇÃO PARA AS APOSENTADORIAS IMPLEMENTADAS

PELA REFORMA DA PREVIDÊNCIA - EC 103/2019

A emenda constitucional n° 103 de 2019, por meio da reforma da previdência,

que estabelece as regras de transição para a aposentadoria. Isso acontece, pois, a
reforma da previdência, a fim de evitar injustiças e preservar a segurança jurídica,
deve implantar regras de transição, para garantir, por exemplo, que um contribuinte,
a um mês de se aposentar, não se sinta injustiçado pela disposição de nova forma
que altere o tempo de contribuição.
Desse modo, para buscar um equilíbrio entre as antigas e novas leis, foram
implementadas transições graduais, para garantir segurança ao segurado que está
perto de se aposentar.

1- Regra de Pontos

É possível verificar que na lei 8.213/91, que dispõe sobre os planos de

benefícios da previdência social, em seu art. 29-C, existem as regras de pontos,
conhecidas como 96/86, similares às adotadas pela reforma da previdência. Esta
consiste em que, o homem, pode optar pela não incidência do fator previdenciário
se totalizar 96 pontos - idade mais o tempo de contribuição -, assim como a mulher,
se totalizar 86.
Com a regra de transição implantada pela reforma da previdência, a regra
exige o tempo mínimo de contribuição de 35 anos para os homens e 30 anos para
as mulheres. Em 2019 os homens necessitavam de 96 pontos no total. Todavia,
com a reforma, a cada ano aumenta-se em 1 ponto, até alcançar 105 pontos em
2028, para os homens, e 100 pontos em 2033, para as mulheres.
 Como exemplo prático, imagina-se que um homem, em 2021, possua 61
anos de idade e 37 anos de contribuição, ao somar os dois, totalizam 98 pontos, o
necessário para aposentar-se em 2021. Todavia, importante destacar que no ano
seguinte, a partir do dia 1° de janeiro, aumentar-se-à um ponto como requisito para
a aposentadoria.

2 - Idade Progressiva

A aposentadoria por idade progressiva, é diversa à aposentadoria por idade,

que consta como 65 anos para o homem e 62 anos para a mulher. Essa regra de
transição impôs a aumentar essa idade a partir de 2020, no montante de 6 meses
por ano, até o homem alcançar a idade de 65 anos em 2027 e, a mulher, 62 anos,
em 2031.
Todavia, para a aplicação da regra de transição pela idade progressiva, o
homem deve possuir no mínimo 35 anos de contribuição e, a mulher, 30 anos de
contribuição. Para os professores, haverá a redução, tanto da idade, como do tempo
de contribuição (sendo o exercício da função exclusivo de magistério).
Desse modo, como exemplo prático, para uma mulher que deseja se
aposentar no ano de 2026, é imprescindível que ela possua 59 anos e seis meses
de idade e 30 anos de contribuição. Ainda, um professor, homem, que deseja se
aposentar no ano de 2023, deverá possuir 58 anos de idade e 30 anos de
contribuição.

3 - Por Idade

Este tipo de aposentadoria é voltado às pessoas com idade avançada e

menor tempo de contribuição. Desse modo, tanto para homens, quanto para
mulheres, o tempo mínimo de contribuição exigido é de 15 anos - com carência de
180 meses.
Nesse caso, os homens devem ter a idade mínima de 65 anos e, para as
mulheres, 60 anos - de acordo com a exigência de 2019. A partir do dia 1° de
janeiro de cada ano, para mulheres, será acrescido seis meses na idade, até atingir
o máximo de 62 anos.
De forma prática, para uma mulher se aposentar no ano de 2022, deverá
possuir 15 anos de contribuição e 61 anos e 6 meses de idade.

4 - pedágio 50 % - Transição com fator previdenciário

Segundo a regra de transição do pedágio de 50%, as mulheres com mais de 28

anos de contribuição e os homens com mais de 33 anos de contribuição poderão
optar pela aposentadoria sem idade mínima, desde que cumpram um pedágio de
50% sobre o tempo mínimo que faltava para se aposentar (30 anos para elas e 35
anos para eles).

Por exemplo, uma mulher com 29 anos de contribuição poderá se aposentar sem
idade mínima, desde que contribua por mais um ano e meio (desse um ano e meio,
um ano corresponde ao período que originalmente faltava para a aposentadoria, o
meio ano adicional corresponde ao pedágio de 50%.)

O valor do benefício será calculado levando em consideração a média de todas

as contribuições desde julho de 1994, sobre ela aplicando-se o fator previdenciário.

Vale fixar que a regra vale para todos que estiverem a menos de dois anos da
aposentadoria e também cumprir o pedágio de 50% sobre o tempo que falta para se
aposentar.

Trazemos um exemplo no tocante a regra:

a) Marcos possui 34 anos de tempo de contribuição, nesse caso ele ainda

precisará contribuir 1 ano + 50% de pedágio = 1 ano e 6 meses.
b) Maria possui 28 anos de tempo de contribuição, nesse caso ela ainda
necessitará contribuir 2 anos + 50% de pedágio = 3 anos.
5 - pedágio 100% - Transição com fator previdenciário

No tocante a regra de transição do pedágio de 100%, a mesma estabelece uma

idade mínima e um pedágio de 100% do tempo que faltava para atingir o mínimo
exigido de contribuição, ou seja, 30 anos para as mulheres e 35 anos para os
homens. Para mulheres, a idade mínima será de 57 anos e, para homens, de 60
anos.

Por exemplo, uma mulher de 57 anos de idade e 28 anos de contribuição terá de

trabalhar mais quatro anos (dois que faltavam para atingir o tempo mínimo de
contribuição mais dois anos de pedágio), para requerer o benefício. Para
trabalhadores vinculados ao RGPS, o valor da aposentadoria será de 100% da
média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994.

Professores da educação básica que comprovarem, exclusivamente, exercício da

função de magistério na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio terão
redução de cinco anos na idade e no tempo de contribuição (52 anos de idade e 25
de contribuição, para mulheres, e 55 anos de idade e 30 de contribuição, para
homens).

6- cálculo do valor do benefício

Ainda, quanto ao valor do benefício, este será calculado em cima da média dos
salários - a partir de julho de 1994. Desse modo, é atribuída a porcentagem de 60%,
sendo adicionado o percentual de 2% a cada ano de contribuição que passar de 20
anos para o homem e 15 para a mulher.
E por aqui, finalizamos os fundamentos e mudanças trazidas pela Emenda
Constitucional 103/2019.