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1º Teste de

Português

21 DE OUTUBRO 2021

Salesianos de Évora
Tomás Martins Ferreira
Colégio Salesianos de Évora 2021/2022

Matriz
1.1 Matriz do teste de avaliação

→ Grupo I: Análise de uma cantiga de amigo;


→ Grupo II: Texto de interpretação rápida (escolha múltipla e verdadeiro/falso);
→ Grupo III: Produção escrita (texto expositivo ou de opinião).

Conteúdos:
→ Processos fonológicos de inserção e de queda;
→ Paralelismo e paralelismo perfeito;
→ Cantigas de amigo: características

Características das cantigas de amigo


Paralelismos
2.1 Paralelismo
Repetição de versos numa determinada sequência, apenas substituindo as palavras em
posição de rima.

2.2 Paralelismo perfeito


Para esta “regra” acontecer, o poema tem de ter o
número de estrofes (coblas) par.
O primeiro par de estrofes irá “emparelhar” com o
segundo par de estrofes. O segundo par de estrofes irá
“emparelhar” com o terceiro par de estrofes e assim
sucessivamente.
A forma disto acontecer é a seguinte:
→ O segundo verso da primeira e segunda estrofe
irá ser o primeiro verso da terceira e quarta estrofe;
→ O segundo verso da terceira e quarta estrofe irá
ser o primeiro verso da quinta e sexta estrofe;
→ A única coisa que se altera nestes versos é a última
parte dos mesmos que constitui a rima, e o refrão, que tende
a permanecer sempre o mesmo.

Cantigas de amigo: características


3.1 Relação com a Natureza
A natureza é o espaço privilegiado nas cantigas de amigo. É junto a elementos naturais, tais
como o mar, a fonte, o rio, as árvores, as aves, ou os cervos (que significam o amigo) que a
donzela se manifesta.
Quando o amor da donzela é correspondido, ou seja, há felicidade amorosa, a paisagem
encontra-se verde, num cenário que convida o amor. Quando o amor não é correspondido, as
aves não têm água, ou seja, o cenário não é convidativo ao amor. Quando o vento e o mar
costumam estar agitados a donzela está inquieta e receosa.

3.2 Confidência amorosa


Nas cantigas de amigo, a donzela tem 3 tipos de confidentes:
→ A natureza, a quem a donzela por vezes se confessa. Para isto acontecer, na cantiga é
atribuída à natureza características humanas, ou seja, a natureza é personificada.

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→ As amigas. Neste caso, a donzela assume a função de sujeito poético e partilha com as
suas amigas o segredo duma paixão ou pede-lhes informações sobre o paradeiro do seu amigo.
→ Mãe. A mãe assume em muitas cantigas a função de confidente e pode ser impulsionadora
dum amor ou o entrave do mesmo. Funciona muitas vezes como o conselheiro experiente.

3.3 Variedade do sentimento amoroso


O sentimento da donzela, nas várias cantigas de amigo varia, pois, a situação em questão
também é diferente. Assim, podemos dizer que estes são os vários estados de espírito da donzela:
→ Alegria ou felicidade amorosa, por amar ou por ser amada;
→ Ansiedade, pela proximidade do encontro com o amigo, pela ausência do amigo ou pelo
atraso do mesmo visto que o a data do encontro se está a aproximar;
→ Sofrimento ciúme e desespero, se o amigo já não a ama ou se o amor foi atraiçoado;
→ Saudade, se o amigo partiu para a guerra, e assim pergunta a todos por ele.

3.4 Espaços, protagonistas e circunstâncias.


O espaço privilegiado das cantigas de amigo são os espaços naturais (fonte, rio ou
praia), mas, também, há cantigas onde o espaço onde as mesmas decorrem é popular (uma romaria,
por exemplo).

Fonética e fonologia
Processos fonológicos
4.1 Inserção de Unidades
Prótese (no início da palavra) Scutu → Escudo; Scala → Escala.
Epêntese (no meio da palavra) Omro → Ombro; Creo → Creio.
Paragoge (no fim da palavra) Ante → Antes.

4.1 Supressão de Unidades


Aférese (no início da palavra) Attonto → Tonto
Síncope (no meio da palavra) Nuda → Nua;
Apócope (no fim da palavra) Male → Mal; Legale → Legal

Enquadramento histórico da lírica galego-portuguesa


Enquadramento histórico da poesia trovadoresca
5.1 A língua
A língua na qual estão expressas a poesia trovadoresca é o galego-português, língua que
existiu na faixa ocidental da península ibérica entre o século X e o século XIV. O galego
português é um derivado do latim, e o português de hoje é um derivado do galego-português.
5.2 A poesia trovadoresca e os seus fundamentos
A poesia trovadoresca consiste em 1680 textos de assunto profano divididos em 3
cancioneiros (cancioneiro da ajuda, cancioneiro da biblioteca nacional e cancioneiro da
vaticana). Estes poemas eram e são apelidados de cantigas pois eram cantados e tocados pelos
trovadores. Existem dois conjuntos de cantigas: cantigas de amor (cantigas de amigo + cantigas
de amor); e as cantigas satíricas (cantigas de escárnio e de maldizer).
Os maiores impulsionadores da poesia trovadoresca são dois monarcas: Afonso X de Leão
e Castela, e D. Dinis de Portugal.
A origem da lírica galego-portuguesa é, sobretudo, do lirismo provençal, muito comum
no século XI na região do sul de França, onde se falava a langue d’oc.

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