Ética Profissional do Psicólogo - HP654 - 1° Semestre/2021
Docente: Carolina Walger
Turma: B Discente: Heloise Boschetto GRR20201043
Esta resenha foi construída com base no artigo intitulado: "Psicologia e
Bioética: Diálogos.” publicado no ano de 2007, pela psicóloga Hericka Zogbi Jorge Dias, pelo psiquiatra Gabriel José Chittó Gauer e pelos estudantes de psicologia Rachel Rubin e Alessandro Valério Dias. Nesse artigo os autores discorrem sobre o significado da bioética e seu o papel no campo da psicologia, apresentando exemplos de dilemas os quais o profissional de psicologia pode se deparar em seu dia a dia. A bioética é uma área do conhecimento que “tem como objetivo estudar, sistematicamente, a conduta humana no que diz respeito às ciências da vida e da saúde.” (DIAS et al., 2007, p.6), lidando principalmente com as novas tecnologias que vem surgindo e que estão dando ao ser humano cada vez mais poder sobre a vida. Nesse sentido, a bioética conversa com as mais diversas áreas de profissionais e disciplinas, guiando a decisão de dilemas éticos no sentido de promover o melhor atendimento para aqueles que necessitam de um cuidado em saúde. Entre as áreas comprometidas com a bioética está a psicologia, tendo essa conexão surgido recentemente, em meados dos anos 2000. A psicologia também faz parte da área da saúde no sentido de promover o bem-estar mental para os seres humanos, dessa forma, um psicólogo pode se deparar com os mesmo dilemas éticos enfrentados pelos outros profissionais da saúde. Dentre esses dilemas, os autores destacam as questões éticas que permeiam a contemporaneidade desde o nascimento de um indivíduo - como o debate sobre aborto, maternidade/paterindade, gestação ou o avanço da tecnologia na escolha do sexo do bebê ou no aconselhamento genético para pessoas com transtornos mentais. - até a sua morte, em dilemas de fim de vida como a terminalidade e a eutanásia. Além disso, há as questões pessoais como escolhas individuais em relacionamentos. Nesse sentido, o profissional de psicologia pode se deparar com tudo isso em seu dia a dia, dando abertura para debates sobre o sigilo e a privacidade, nos casos de violência ou suicídio, além do direito à verdade e o direito ao diálogo para os pacientes, por exemplo o dilema de quando comunicar ao enfermo o seu estado de saúde. Sob outro aspecto, a última parte do artigo discorre sobre a autonomia do paciente na tomada de decisões. Para isso, é necessário alguns atributos como a racionalização, autonomia e voluntariedade. Dessa forma, deve-se respeitar a dignidade da pessoa humana, ou seja, tratar a pessoa com um fim em si mesma e nunca com segundas intenções, sempre favorecendo “o diálogo, o entendimento e a confiança mútua que permitem ao paciente dar seu consentimento para a realização de intervenções sobre seu corpo propostas pelo profissional com a intenção de melhorá-lo ou curá-lo.”(DIAS et al., 2007, p. 32). Ou seja, deve se explicitar o consentimento livre e esclarecido, com o objetivo de informar tudo o que o paciente precisa saber sobre os procedimentos aos quais ele poderá ser submetido. Apesar disso existem algumas circunstâncias especiais que restringem a obtenção do consentimento informado e para isso o profissional deve estar atento aos debates bioéticos em torno dessas questões. Em vias de conclusão, o artigo expõe que os avanços da ciência e da tecnologia estão desafiando cada vez mais aqueles que trabalham no ramo da saúde e destaca a necessidade de uma capacitação em relação à ética para os profissionais de psicologia poderem lidar com essas mudanças. Nesse sentido e para finalizar, é enfatizado mais uma vez a importância das discussões bioéticas no campo da psicologia.
Referências:
DIAS, H.Z.J.; GAUER, G.J.C.; RUBIN, R.; DIAS, A.V. Psicologia e Bioética: Diálogos. Psicologia Clínica. v.19, n.1, Rio de Janeiro, p.125-135, 2007.