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25/09/2022

POLITÉCNICO DO PORTO.
INSTITUTO SUPERIOR DE
CONTABILIDADE E
ADMINISTRAÇÃO DO PORTO

CONTABILIDADE GERAL

ATIVIDADE ECONÓMICA
Conteúdos preparados pelos docentes:

Benjamim de Sousa
Cláudia Maria Pereira
Helena Santos Oliveira

Ano letivo 2022/2023

A EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO

A) As unidades económicas

A empresa carateriza-se por ser um:


Organismo social;

Conjunto de meios;

Sistema de relações;

Centro de decisões.

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A EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO

Empresa: é um conjunto complexo e estruturado


que exige uma direção e organização e que exerce
uma atividade remuneradora através da produção
e/ou distribuição de bens e/ou serviços.

A EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO

B) A atividade económica
As unidades que dinamizam o sistema económico e que
são responsáveis pelas atividades de:
Produção;
Distribuição;
Consumo.
São:
As Famílias (unidades essencialmente de consumo);
As Empresas (unidades essencialmente de produção);
O Estado (unidade responsável pela satisfação das necessidades
coletivas).

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A EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO

C) A empresa no circuito económico


Atividade económica  é o conjunto de operações que
consistem em utilizar os recursos disponíveis
para a produção de bens e serviços e que se
dirigem basicamente à satisfação das
necessidades.

No desenvolvimento da atividade económica estabelecem-


se múltiplas relações entre os diversos agentes económicos
que originam fluxos económicos e que, por sua vez, originam
fluxos reais e fluxos financeiros.

A EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO

Três óticas distintas:

Ótica Financeira;

Ótica Económica;

Ótica de Tesouraria.

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A EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO

Três ópticas distintas:


Ótica Financeira
Está diretamente relacionada com os fatores
dos bens e serviços transacionados. Nesta
óptica distingue-se:
Receitas - correspondem à remuneração das
vendas efetuadas ou dos serviços
prestados;
Despesas - correspondem à remuneração dos
fatores produtivos.

A EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO

Ótica Económica ou produtiva


Está ligada à transformação e incorporação dos
diversos materiais, mão-de-obra, etc., até se
atingir o produto ou serviço final:

Rendimentos - correspondem aos produtos


acabados de fabricar e aptos para a
venda;
Gastos - valores incorporados e gastos na
produção.

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A EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO

Ótica de Tesouraria ou de caixa


Corresponde às entradas e saídas monetárias
da empresa:

Recebimentos - correspondem às entradas de


valores monetários na empresa;
Pagamentos - correspondem às saídas de valores
monetários da empresa;

A EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO

No âmbito da classificação dos fluxos, escolha a resposta que


melhor se adequa as seguintes transacções:

1) A empresa adquiriu mercadorias a pronto, no montante de


25 000 €.
a) Despesa de 25 000 €;
b) Despesa e gasto de 25 000 €;
c) Pagamento e gasto de 25 000 €;
d) Despesa e pagamento de 25 000 €.

2) A empresa adquiriu um lote de mercadorias a prazo, no


montante de 5000 €.
a) Despesa de 5 000 €;
b) Despesa e receita de 5 000 € cada;
c) Despesa e gasto de 5 000 €;
d) Gasto de 5 000 €.

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A EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO

3) A empresa vendeu mercadorias por 3000 €, pelo qual recebeu


no imediato 50%, sendo o restante pago a 8 dias.
a) Rendimento de 3 000 €;
b) Receita e rendimento de 3 000 € cada;
c) Receita e rendimento de 3 000 € e recebimento de 1500 €;
d) Receita, rendimento e recebimento de 1500 €.

6) Pagamento da renda mensal do estabelecimento, 1 000 €.


a) Despesa de 1 000 €;
b) Despesa e gasto de 1 000 €;
c) Despesa, gasto e pagamento de 1 000 €;
d) Despesa, receita e gasto de 1 000 €.

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CONCEITO E DIVISÕES DA CONTABILIDADE

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CONCEITO E DIVISÕES DA CONTABILIDADE


CONTABILIDADE
O que é?

Existem numerosas definições de contabilidade, orientadas por pontos de vista muito


diferenciados.

“… a ciência do equilíbrio patrimonial” (Jaime Lopes de Amorim, 1929)

“…a técnica da relevação patrimonial” (F. Gonçalves da Silva, 1975)

“… é um sistema de informação.(…) é uma aplicação da teoria geral da informação para os


problemas de eficiência das operações económicas.” (AAA - American Accounting Association,
1996)

Objetivo:
“… o dar a conhecer o património da empresa, debaixo de alguns pontos de vista; e o de
permitir, com o conhecimento adquirido, estabelecer normas de orientação para efeitos
gestivos.” (Joaquim Ribeiro, 1985)

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CONCEITO E DIVISÕES DA CONTABILIDADE


CONTABILIDADE

Evolução do conceito
Ex.:
American Institute of Certified Public Accountants (AICPA) em meados dos anos 50 do
século XX:
“…o acto de registar, classificar e sumariar de uma forma organizada e em termos de
unidades monetárias, as transacções e eventos que são, pelo menos em parte, de
natureza financeira de forma que permita a sua interpretação subsequente”

a mesma entidade vinte anos mais tarde:

Uma atividade cuja “…função é a de fornecer informação quantitativa, em primeira


instância de natureza financeira, sobre entidades económicas, que se assume como
sendo útil na formulação de decisões de natureza económica…”

Borges et al (2014)

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DIVISÕES DA CONTABILIDADE

Gonçalves da Silva (1975) considerava a seguinte classificação de acordo com a diferente


natureza das unidades económicas:

Contabilidade empresarial;
Contabilidade pública;
Contabilidade nacional (macrocontabilidade).

Tendo em consideração o período a que a relevação dos factos respeita, teremos ainda:

Contabilidade previsional, a que exprime os resultados das previsões


traduzindo a estrutura e a atividade desejável no futuro;

Contabilidade histórica, dá a conhecer o passado. É uma contabilidade que reflete o


passado, fundamental para o estabelecimento e controlo da
contabilidade previsional.

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DIVISÕES DA CONTABILIDADE

Atendendo à diferente natureza das empresas, também a Contabilidade


empresarial apresenta especificidades diversas, tendo em conta o mesmo
objetivo.

Assim, podemos ter:


Contabilidade comercial;
Contabilidade industrial;
Contabilidade agrícola;
Contabilidade bancária;
Contabilidade de transportes;
Contabilidade de seguros;
Etc..

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DIVISÕES DA CONTABILIDADE

No domínio da Contabilidade empresarial, duas grandes divisões podemos


considerar, tendo em conta a informação contabilística como medida do
desempenho e como instrumento de gestão:

Contabilidade Financeira versus Contabilidade de Gestão

Contabilidade Financeira, Geral, Externa – tem caráter obrigatório, regista as


operações no seu todo, apura o resultado global e prepara os papéis finais: as
demonstrações financeiras.

Contabilidade de Gestão, Custos, Interna, Analítica – de caráter facultativo,


preocupa-se com as operações no interior da empresa para conhecer melhor a
estrutura de resultados. É uma importante técnica de gestão.

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DIVISÕES DA CONTABILIDADE
Diferentes perspetivas Contabilidade de Gestão Contabilidade Geral
1. Utilizadores Gestores a vários níveis da empresa. Investidores; Organismos
governamentais; Gestores.
2.Liberdade de escolha Sem restrições exceto a relação custo Restrições em virtude dos
beneficio de decisões de gestão p.c.g.a..
melhoradas.
3. Implicações Preocupação com a forma como as Preocupação com a medida e
comportamentais medidas e relatórios irão influenciar o a comunicação de fenómenos
comportamento diário dos gestores. económicos. O impacto no
comportamento é secundário.
4. Orientação temporal Orientação para o futuro: utilização Orientação para o passado:
formal de orçamentos e registos avaliação histórica.
históricos.

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DIVISÕES DA CONTABILIDADE

5. Âmbito temporal Flexível variando a unidade de Menos flexível geralmente o ano


tempo desde a hora até períodos de ou o trimestre.
10 ou 15 anos.
6. Relatório Relatórios detalhados: Relatórios sintéticos:
preocupação com pormenores preocupação, fundamentalmente,
sobre partes da empresa, produtos, com a empresa como um todo.
departamentos, etc..
7. Definição de O campo é menos definido. Maior O campo é mais definido. Menor
atividades utilização da economia, ciências da utilização de outras disciplinas.
decisão e do comportamento.

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Património

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Património

Conceito e classificação

◦ Significado etimológico: “coisas relativas ao pai”. Conjunto dos bens de


família, transmitidos por herança.

◦ Significado corrente: “…aquilo que pertence a uma ou mais pessoas… e que


nas empresas privadas se costuma designar por ’Capital’ (Amorim, 1929:
297); conjunto dos bens próprios, herdados ou adquiridos; conjunto dos
bens materiais e imateriais transmitidos pelos antepassados e que
constituem uma herança coletiva.

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Património

 Conceito de património: …“um conjunto de valores que é objecto


dos cuidados constantes duma administração (Amorim: 1929, p.
298); “…como um agregado de valores atribuíveis aos bens que
alguém possua ou tenha o direito de receber ou a obrigação de
entregar a outrem” (Amorim, 1929: 300); “...um conjunto de valores
que é objecto de cuidados constantes de uma administração”.
(Amorim, 1929: 311).

Caraterização do património
 Conjunto de elementos materiais e não materiais, disponíveis em
qualquer unidade económica, que se tornam os meios utilizados
pela gestão, para atingir os fins que se propôs alcançar. A esse
conjunto de elementos, designamos elementos patrimoniais.
(Ribeiro, 1985:119).

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Património

Caraterísticas dos elementos patrimoniais


Titularidade
 O vínculo legítimo que liga o detentor desses elementos
patrimoniais, o seu proprietário, pessoa física ou moral.
Heterogeneidade
 Elementos patrimoniais que detêm caraterísticas diferentes:
dinheiro, em nosso poder ou estar depositado em instituições de
crédito, mercadorias, títulos de crédito, produtos em curso de
fabrico, móveis, edifícios, terrenos, etc.

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Património

Caraterísticas dos elementos patrimoniais (cont.)

Pecuniaridade
 À maior ou menor susceptibilidade de quantificarmos os elementos
patrimoniais em unidades monetárias, isto é, expressando esses elementos
patrimoniais em valor.
Homogeneização
 A expressão monetária dos diferentes elementos patrimoniais com
diferentes caraterísticas;
 É a qualidade agregativa da Contabilidade.
Algebricidade
 Elementos positivos e negativos.

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Património
Primeiro conceito de património
 “um conjunto de elementos monetários e pecuniários, positivos e
negativos, afetos a uma unidade económica”. (Ribeiro, 1985:120).

Conceito mais adiantado de património


 O património tem uma finalidade a alcançar. Os elementos tornam-se
indispensáveis, encontram-se interligados – uma outra caraterística, a
complementaridade.
 “um conjunto de elementos monetários e pecuniários complementares
e com valor objetivo, afetos a determinada unidade económica para
através de uma gestão, alcançarem os fins que essa unidade económica
se propõe atingir”. (Ribeiro, 1985:121).

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Património

Composição do património

• Elementos corpóreos ou materiais

• Elementos incorpóreos ou não materiais


• Elementos que, embora não tendo a forma corpórea, são utilizados pela
unidade económica, contribuindo para a melhor realização dos fins a que a
empresa se propôs.

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Património

Composição do património (cont.)

Elementos plurienais
• Trespasses – custos de passagem de estabelecimento; os alvarás – títulos
legais do exercício de uma actividade; as patentes – direitos de exclusividade
de fabrico legalmente autorizados; os direitos de propriedade industrial –
marcas registadas e despesas de fundação e instalação.
• Amortização ao longo de um período previamente admitido.

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Património

Composição do património (cont.)


Elementos alheios detidos pela empresa
Outros elementos existem, detidos pela empresa, que lhe não
pertencem.
 As mercadorias de conta alheia, entregues à unidade económica para venda,
mas cuja posse é de terceiros (Credores por Mercadorias de conta Alheia);
 As ações depositadas nas sociedades anónimas mas que continuam a ser
pertença de estranhos (Credores por acções depositadas);
 As cauções depositadas para cumprimento de disposições estatutárias das
sociedades e cuja propriedade pertence às pessoas caucionadas (Credores
por cauções);
 As máquinas, edifícios e outros elementos do imobilizado corpóreo em
regime de locação financeira (leasing) em que a unidade económica figura
como locatária e a entidade que os aluga figura como locadora (Imobilizado
corpóreo de c/ alheia).

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Património

Composição do património (cont.)

Relevação versus não relevação:

◦ elementos patrimoniais;
◦ elementos extrapatrimoniais.

Os primeiros, ao entender esses valores como elementos patrimoniais,


justificam a sua posição pelo facto de, através da relevação a que dão lugar,
surgirem outros elementos patrimoniais negativos, compensadores dos que se
consideram como positivos.

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Património

Distinção entre valores patrimoniais e valor do património

A atribuição de valor dependerá de dois pontos de vista:

 A variável tempo, influencia o valor dos elementos patrimoniais.


 A variável espaço, influencia o valor dos elementos patrimoniais.

Assim, haverá um conjunto de disposições, geralmente aceites ou


impostas que levarão a uma maior objetividade na atribuição de valor
aos elementos patrimoniais.

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Património

A equação fundamental da contabilidade

 Valores patrimoniais
◦ A caraterística da pecuniaridade esta constitui a denominação comum,
convertendo os elementos patrimoniais em unidades monetárias.
 Valor do património
◦ É um somatório algébrico de valores patrimoniais.
◦ O valor do património (situação líquida) será, portanto, a soma algébrica
dos elementos patrimoniais positivos (ativo) e negativos (passivo).

A - P = SL

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Património

Conceitos relevantes na estrutura conceptual segundo o SNC

Ativo
Conjunto de todos os elementos ativos constitui a parte ativa do
património.
É um recurso controlado por uma empresa como consequência de
acontecimentos passados e do qual benefícios económicos futuros
sejam esperados que fluam para a empresa. (Estrutura Conceptual do
SNC).

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Património

Passivo

Conjunto de todos os elementos passivos constitui a parte passiva do


património

É uma obrigação presente da empresa proveniente de


acontecimentos passados, cuja liquidação se espera que resulte num
exfluxo de recursos da empresa que incorporem benefícios
económicos. (Estrutura Conceptual do SNC).

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Património

Situação Líquida

A diferença entre a parte ativa e a parte passiva do património, ou seja


aquela parte do património que restaria à empresa se esta, liquidasse
toda a parte passiva.

Capital próprio

É o interesse residual nos ativos da empresa após dedução de todos os


seus passivos. (Estrutura Conceptual do SNC).

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Património

Conceito final de património

“conjunto de valores económicos, objetivos e


complementares, afetos a uma unidade económica, como
meios destinados à consecução de determinado fim, para o
que são objeto de uma administração regular”.

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Inventário Patrimonial

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INVENTÁRIO PATRIMONIAL

“Relação (lista, rol, arrolamento) de todos os elementos activos e passivos


dum património com a indicação do valor desses elementos”. (Silva, 1949:
77)

“Toda a relação discriminativa de elementos patrimoniais activos e/ou


passivos com a indicação das quantidades e/ou valores desses elementos”.
(Ferreira, 1977: 14)

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INVENTÁRIO PATRIMONIAL

FASES DA INVENTARIAÇÃO

A inventariação do Património compreende as seguintes quatro


operações:

1.° - Identificação ou arrolamento;


2.° - Descrição;
3.° - Classificação;
4.° - Avaliação ou valoração.

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INVENTÁRIO PATRIMONIAL

A complexidade da composição do património de algumas empresas


torna os inventários muito longos e trabalhosos, daí utilizar-se, na
prática a justaposição de vários inventários parciais.

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INVENTÁRIO PATRIMONIAL

Elementos patrimoniais ativos


Instrumentos (Ex.: imóveis; móveis; outro material durável)
Mercadorias (Ex.: fava; milho; aveia)
Dívidas a receber
Dinheiro – depositado em bancos e em caixa

Elementos patrimoniais passivos


Dívidas a pagar

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INVENTÁRIO PATRIMONIAL

A INVENTARIAÇÃO DOS INVENTÁRIOS (Existências)

Dispor convenientemente as mercadorias e preparar folhas com


traçado adequado para serem preenchidas à medida que se efetua a
contagem, medida e pesagem das mesmas em armazém.

Ponderar da inclusão das mercadorias que não estejam em poder da


empresa e pela exclusão de certas mercadorias detidas nos
armazéns.

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INVENTÁRIO PATRIMONIAL

A INVENTARIAÇÃO DOS DÉBITOS E CRÉDITOS

A partir das indicações dos livros (?) de Clientes, Fornecedores, Contas


Correntes, etc., após regularização e conferência de cada conta por
meio de extratos de contas que, com a devida antecedência, se pedem
aos credores e se enviam aos devedores (circularização de clientes e
de fornecedores)

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INVENTÁRIO PATRIMONIAL

CLASSIFICAÇÃO DOS INVENTÁRIOS

− Inventário Geral
Quando figuram todos os elementos patrimoniais ativos e
passivos.

− Inventário Parcial

Quando apenas abrange o Ativo ou o Passivo, ou uma parte do


Ativo ou do Passivo

Exemplo: inventário das mercadorias em armazém; dos títulos em carteira;


etc.

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INVENTÁRIO PATRIMONIAL

− Inventário Ordinário

Quando se verifica periodicamente dentro das normas


internas da empresa ou por disposição legal.

− Inventário Extraordinário

Quando têm lugar após se verificarem circunstâncias


excecionais.

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INVENTÁRIO PATRIMONIAL

− Inventário Simples, Corrido ou Empírico


Quando a descrição dos elementos patrimoniais se faz sem
qualquer ordem, por grupos ou grau de liquidez ou
exigibilidade.

− Inventário Classificado

Quando a descrição dos elementos patrimoniais se apresenta


de acordo com uma ordem estabelecida (segundo a sua
natureza, caraterísticas ou função).

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Conta

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A CONTA
CLASSES
O conjunto de todos os objetos ou seres que possuem um caráter comum e
dependem da mesma circunstância.
Caraterísticas das classes

− Homogéneas
Todos os elementos constitutivos de uma classe devem possuir, sem qualquer
exceção, o caráter que define essa classe.
− Integral

A classe não deve omitir qualquer elemento que possua o caráter que a define.

− Compreensão
A maior ou menor definição que damos à classe/conta

− Extensão
O número de elementos contidos

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A CONTA

SÉRIES
Conjuntos de classes dispostas por uma ordem que se estabelece,
face a uma maior conveniência, para o fim que se tem em vista.

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A CONTA
Conceitos de conta

“Conjunto de elementos patrimoniais com determinadas características comuns e


específicas” (Pereira, João Manuel Esteves, 1978, p. 49).

“Agrupamento ou classe de elementos ou componentes patrimoniais expressos em


unidades de valor, susceptível de sofrer variações no espaço e no tempo” (Amorim,
Jaime Lopes de, 1929, p. XXX)

“Uma classe de elementos patrimoniais expressos em unidades de valor,


essencialmente variável no espaço e no tempo”. (Amorim, Jaime Lopes de, 1929, p.
158 e 376).

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A CONTA

“A representação gráfica de uma classe de unidades na sucessão dos instantes, ou seja a


série de lançamentos (registos, assentos ou inscrições) relativos a uma classe de unidades
ordenadamente dispostos num quadro ad hoc.” (Gonçalves da Silva, F.V., 19XX, p. XXX).

“A conta é uma série de notações respeitantes a um dado objecto e que tem por fim pôr
em evidência variável e comensurável a grandeza do mesmo.” (Zappa, 19XX, p. XXX).

“classes de valores – patrimoniais e ideais – com denominação própria e valor ou


expressão numérica”. (Sarmento, José, 19XX, “Teoria da Contabilidade”, p. XXX).

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A CONTA
Requisitos da conta

− Homogeneidade
Todos os valores nelas incluídos deverão possuir um ou mais carateres comuns, isto
é, aquele (s) que definem compreensiva e extensivamente a conta;

− Integralidade

Todos os valores que possuem o caráter ou caracteres definidores das contas


devem estar incluídos nessas contas, sem qualquer exceção;

− Imutabilidade do ponto de vista

Determinado um ponto de vista, não pode incluir-se valores que não assumam
esse ponto de vista de uma conta, e que implica a formação de uma classe de
valores de outra ordem.

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A CONTA

Funções da conta

− Histórica
Dá a conhecer toda a vida das contas que têm por objeto, já que
são registos históricos

− Administrativa

Recordar o passado e conhecer o presente são as condições


necessárias da prevenção, da indução, da previsão. Servem de
base ao planeamento. Instrumento de controlo.

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A CONTA
− Análise estática do património

Determinando o valor do património em cada momento.

S = Saldo; d = débito e c = crédito

o valor de uma certa conta num dado instante, n, é-nos fornecida pela seguinte
expressão:

Se o somatório d for maior que c, a conta apresentará, como valor, um saldo devedor
(valor positivo). Se se der o contrário aparecerá com o sinal menos e o valor da conta
apresentará um saldo credor (valor negativo).

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A CONTA

− Análise dinâmica do património

Determinando o valor do património através de uma


sucessão de momentos a cujo saldo no instante n se
adiciona o saldo no instante inicial:

S n  S1   d   c

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A CONTA

− Objeto do método de relevação


Permitir que esse método possa fazer-se incidir em classes de
valores determinadas compreensiva e extensivamente, sem
qualquer sombra de dúvidas.

− Estatística

Contabilizar é distribuir por contas; é classificar e sumariar dados


numéricos. As contas resultam da relevação (recolha ou notação)
do apuramento e do agrupamento de unidades estatísticas.

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A CONTA

Seriação de contas
“Seriação é, portanto, a passagem de uma classe ou conta geral
para as suas subclasses ou subcontas.” (Amorim, 1929:381).
Subclasses ou subcontas: “Uma classe ou conta é subclasse ou
subconta de outra quando o seu ponto de vista compreende não só
todos os caracteres que formam o ponto de vista dessa outra, mas
também outros caracteres que o ponto de vista ou denominação dessa
outra não deixa transparecer.” (Amorim, 1929:381).

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A CONTA

ATIVO
Conta, cuja compreensão é definida pelo englobamento de todos os
elementos patrimoniais positivos.
PASSIVO
Conta definida pelo englobamento de todos os elementos patrimoniais
negativos.
SITUAÇÃO LÍQUIDA
Situação Líquida, conta que engloba todos os valores ideais que exprimem a
diferença entre os elementos positivos ou ativos e os elementos negativos ou
passivos.

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A CONTA
INTEGRAÇÃO E DESINTEGRAÇÃO DE CONTAS

Ligam-se mediata ou imediatamente com o problema da classificação


e seriação das contas.

Desintegração

Dá-se quando a partir das classes ou contas se subdividem em


subclasses ou subcontas provocando a respetiva diferenciação.

Integração

O movimento operado em sentido inverso.

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Harmonização
Contabilística

Harmonização Contabilística

Sumário:
Introdução à Harmonização Contabilística
Internacional

1.1. A harmonização contabilística internacional


1.2. A harmonização contabilística a nível internacional protagonizada pelo
IASB
1.3. IASB
1.3.1. O IASB e o papel que desempenha
1.3.2. O processo de elaboração das NIC/NIRF, seus objetivos e modo
de aplicação

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Harmonização Contabilística

• Harmonização

• Harmonia: “Um estado em que existe um certo grau de

coordenação entre dois ou mais assuntos”.(Van der Tas, 1992, citado por

Rodrigues e Guerreiro, 2004).

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Harmonização Contabilística

Harmonização vs Normalização

Normalização: movimento no sentido da uniformidade global;

Harmonização: processo em que se avança no sentido da diversidade


para a comparabilidade global.

A harmonização deve evoluir no sentido da comparabilidade

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Harmonização Contabilística

Com a globalização a Harmonização Contabilística tornou-se numa necessidade


imperiosa.
São vários os organismos que se dedicam à tarefa difícil de harmonizar as práticas
contabilísticas a nível mundial:

Caráter público:
- ONU (Organização das Nações Unidas)
- OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico)
- OMC (Organização Mundial do Comércio)

Caráter privado:
- IFAC (International Federation of Accounts)
- IFAD (International Forum on Accountancy Development)
- IASB (International Accounting Standards Board)

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Harmonização Contabilística

Organismos que se dedicam à tarefa de harmonizar as práticas contabilísticas a


nível regional:

Caráter público:
- UE (União Europeia)
- MERCOSUR (Mercado Común del Sur)
- OMC (Organização Mundial do Comércio)

Caráter privado:
- FEE (Fédération des Experts Comptables Européens)
- IAA (International Accounting Association)
- CAPA (Confederation of Asian and Pacific Accountants)
- ASEAN (Association of Southeast Asian Nations)
- ECSAFA (Eastern Central and Southern African Accountants)
- IRFAA ( International Regional Federation of Accountants and Auditors)

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Harmonização Contabilística

 O IASB e o papel que desempenha

- Criado em 29/6/73 pelas organizações profissionais de 9 países


(Austrália, França, Japão, México, Canadá, Holanda, Reino
Unido; EUA e Alemanha).

- Objetivos:
- Formular e difundir normas de contabilidade e promover a
sua aceitação;
- Trabalhar com os vários países na procura de soluções de
convergência das práticas contabilísticas.

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Harmonização Contabilística

Normas elaboradas pelo IASB:

International Accounting Standards – IAS


(Norma internacional de contabilidade – NIC)
Standing Interpretations Committee - SIC

A partir de Janeiro de 2001:


International Financial Reporting Standards – IFRS
(Normas Internacionais de relato Financeiro - NIRF)
International Financial Reporting Interpretations - IFRI

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Harmonização Contabilística

O processo de elaboração das NIC/NIRF, seus objetivos e modo de


aplicação:

Processo de elaboração: aprovadas pelo conselho fiscal do IASB, de


seguida são submetidas à apreciação de associações profissionais
representativas dos países membros.

Objetivos: Harmonizar as práticas contabilísticas.

Modo de aplicação: A aplicação de uma norma torna-se efetiva a partir da


data nela expressa e, a menos que o contrário seja indicado, não tem
efeitos de retroatividade.

67

Harmonização Contabilística

A utilização das NIC/NIRF pelas empresas e pelas Bolsas de Valores

 A U.E. procedeu à harmonização contabilística ao emitir o


Regulamento 1606/2002/CE com o objetivo de aumentar a
comparabilidade das DF entre os Estados Membros de modo a
facilitar a concorrência e a circulação de capitais.
 Todas as sociedades cotadas em Bolsa, a partir de 1 de Janeiro de
2005, têm que preparar e apresentar as DF com base nas normas
internacionais de contabilidade.

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34
25/09/2022

Normalização Contabilística Nacional


- As fontes da regulação
- Sistema de Normalização Contabilística – SNC

A Normalização Contabilística em Portugal


As Fontes de Regulação

Em Portugal existem 4 entidades normalizadoras:

- O Banco de Portugal (BP)


- Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASSFP)
- A Comissão de Normalização contabilística (CNC)
- A Comissão dos Mercados de Valores Mobiliários (CMVM)

Entidades que superintendem a aplicação dos normativos


contabilísticos

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35
25/09/2022

A Normalização Contabilística em Portugal

O Processo de Normalização Contabilística resulta da interligação


de um vasto conjunto de fatores.

A normalização contabilística atual


- forte influência de alguns fatores, tais como: tecido
empresarial, fiscalidade, mercado de valores mobiliários,
internacionalização, entre outros;
- orientação jurídico/fiscal;
- modelo misto;
- âmbito nacional;
- sob a forma de plano de contas.

71

A Normalização Contabilística em Portugal –


Planos de contabilidade

PLANOS EXISTENTES APÓS 01/01/2016:

1 – Sistema de Normalização Contabilística (SNC)


-NCRF / NCRF-PE / NC-ME / NCRF-ESNL

2 - Plano de Contas para as Empresas de Seguros (PCES)

3 - Plano de Contas das Associações Mutualistas (PCAM)

4 - Plano de Contas para o Sistema Bancário (PCSB)

5 – Sistema de Normalização Contabilística para a Adm. Pública (SNC-AP)

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36
25/09/2022

A Normalização Contabilística em Portugal

Atual instrumento contabilístico nacional em vigor:

SNC
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

(DL. 158/2009 de 13 de julho, alterado por; Declaração de Retificação 67-B/2009 de 11


de setembro; Lei 20/2010 de 23 de agosto; DL. 36-A/2011 de 9 de março; Lei 66-B/2012 de
31 de dezembro; Lei 83-C/2013 de 31 de dezembro; DL. 98/2015 de 2 de junho)

73

A Normalização Contabilística em Portugal


SNC

LEGISLAÇÃO MAIS IMPORTANTE:

• Decreto-Lei nº 158/2009 de 13 de Julho (alterações já descritas);


• Anexo ao Decreto-Lei nº 158/2009 de 13 de Julho e alterações decorrentes do
DL. 98/2015;
• Modelos de demonstrações financeiras (MDF) (Portaria 220/2015)
• Estrutura Conceptual (EC) (Aviso 8254/2015)
• Normas de Contabilidade e de Relato Financeiro (Aviso 8256/2015)
• Normas Interpretativas (Aviso 8258/2015)
• Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades (Aviso
8257/2015)
• Código de contas e notas de enquadramento (Portaria 218/2015)

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37
25/09/2022

A Normalização Contabilística em Portugal

O modelo de Normalização Contabilística em Portugal (SNC):

- Modelo de normalização em conexão com a legislação contabilística da


U.E. e com as Internacional Financial Reporting Standards (IFRS) emitidas
pela International Accounting Standards Board (IASB);

- Quatro categorias diferenciadas de Entidades Económicas mas subordinadas


a um única estrutura concetual:

1º nível – Grandes entidades;


2º nível – Médias entidades;
3º nível – Pequenas entidades;
4º nível – Microentidades.

75

A Normalização Contabilística em Portugal

Potencialidades do modelo de normalização contabilística:

- Proporcionar um salto qualitativo no relato


financeiro nacional;
- Reduzir a atitude essencialmente mecanicista no
raciocínio e na boa aplicação dos instrumentos
contabilísticos;
- Promover a elevação do nível do ensino das
Matérias Contabilísticas;
- Promover o desenvolvimento da profissão
contabilística;
- Proporcionar o incremento de quadros técnicos de
nível europeu e internacional.

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38
25/09/2022

Origem do SNC

O Regulamento (CE) nº 1606/2002 determinou a adoção e a utilização na


Comunidade das normas internacionais de contabilidade IAS/IFRS e as
respetivas interpretações SIC/IFRIC acolhendo as necessidades alargadas
em termos de relato financeiro, no decurso das profundas alterações
ocorridas no ambiente económico e financeiro.

Essas alterações consubstanciam-se por: concentração de atividades


empresariais, criação de grandes espaços económicos, regionalização e
globalização dos mercados financeiros e das bolsas de valores,
liberalização do comércio e globalização da economia e
internacionalização das empresas.

Para se aproximar dos novos padrões comunitários a normalização


contabilística nacional dá origem ao SNC.

77

Composição do SNC
O Sistema de Normalização Contabilística é composto genericamente por:

-A Estrutura Conceptual: referencial que está por trás de todo o sistema ;


-As Bases para a apresentação das DF’s: regras sobre o que constitui e a
que princípios deve obedecer um conjunto completo de DF’s;
-Modelos de DF’s: formatos padronizados mas com flexibilidade para o
balanço e as demonstrações de resultados, de alterações no capital próprio
e dos fluxos de caixa bem como para o anexo;
-Código de contas;
-As Normas Contabilísticas e de relato financeiro (NCRF), retiradas e
adaptadas das NIC acolhidas pela UE, onde se determina os vários
tratamentos técnicos em termos de reconhecimento, mensuração,
apresentação e de divulgação das entidades.

78

39
25/09/2022

Composição do SNC

Valores em vigor a partir de 01/01/2016:


(considerar 2 de três limites em cada categoria)

NC-ME NCRF-PE NCRF NCRF-ESNL


Limite Microenti Pequenas Médias Grandes
dades entidades entidades entidades

Total Balanço 350.000 4.000.000 20.000.000 > 20 000 000


Vol. Negócios 700.000 8.000.000 40.000.000 > 40 000 000 > 150 000
Número de
empregados
10 50 250 > 250
durante o
período
Nota: (> dois
dos três
limites)

79

Linhas mestras essenciais do SNC

-Conjunto de normas compatíveis com as NIC em vigor na UE e com


base inicial nas 4ª e 7ª diretivas.

-O SNC é um instrumento ao serviço das empresas não cotadas em bolsa


mas inseridas num ambiente globalizado de negócio.
-Inteira compatibilidade e coerência entre os normativos aplicáveis aos
três grupos seguintes de entidades:

- Empresas com valores cotados que aplicam as NIC,


obrigatoriamente nas contas consolidadas e facultativamente nas
contas das empresas filiais e associadas;
- Restantes setores não financeiros (aplicam as NCRF);
- Empresas de menor dimensão (aplicam as NCRF-PE; NC-ME);
- Entidades do setor sem fins lucrativos (aplicam NCRF-ESNL).

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40
25/09/2022

SNC - Âmbito
É obrigatoriamente aplicável às seguintes entidades:
-Sociedades abrangidas pelo Código das Sociedades Comerciais;
-Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial;
-Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada;
-Empresas públicas;
-Cooperativas;
-Agrupamentos complementares de empresas e agrupamentos
europeus de interesse económico;
-Entidades do setor não lucrativo.
Nota: Estão dispensadas da sua aplicação as pessoas que, exercendo a título individual
qualquer atividade comercial, industrial ou agrícola, não realizem na média dos
últimos três anos um volume de negócios superior a € 200.000.

81

SNC - Âmbito

Casos da sua não aplicabilidade:


-Nos casos em que exista obrigatoriedade do uso das NIC;
-Entidades que não estavam sujeitas ao POC (Plano Oficial de Contabilidade);
-Competência das entidades de supervisão financeira.

Entrada em vigor: primeiro exercício iniciado em ou após 1 de Janeiro


de 2010.

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41
25/09/2022

SNC - Demonstrações Financeiras


As entidades sujeitas ao SNC são obrigadas a apresentar as
seguintes DF’s:
- Balanço;
- Demonstração dos resultados por naturezas;
- Demonstração das alterações no capital próprio;
- Demonstração dos fluxos de caixa;
- Anexo.

As entidades a que se aplique a NCRF-PE e NC-ME estão


dispensadas de apresentar a Demonstração de alterações no
capital próprio e a demonstração dos fluxos de caixa.
As entidades a que se aplique a NC-ME estão dispensadas de
apresentar o Anexo (com exceção de alguma informação
financeira restrita)

83

SNC - Inventário Permanente

As entidades a que seja aplicável o SNC ou as NIC adotadas pela EU


ficam obrigadas a adotar o sistema de inventário permanente, e da
forma seguinte:
-Proceder às contagens físicas dos inventários com referência ao final
do exercício, ou, ao longo do exercício, de forma rotativa, de modo a
que cada bem seja contado, pelo menos uma vez, em cada exercício;

-Identificar os bens quanto à sua natureza, quantidade e custos unitários


e globais, por forma a permitir a verificação, a todo o momento, da
correspondência entre as contagens físicas e os respetivos registos
contabilísticos.

84 84

42
25/09/2022

SNC - Dispensa de Inventário permanente

• As entidades enquadradas nas Microentidades;

Ficam dispensadas as entidades que desenvolvam as seguintes


atividades:
• Agricultura, produção animal, apicultura e caça;
• Silvicultura e exploração florestal;
• Indústria piscatória e aquicultura;
• Pontos de venda a retalho que, no seu conjunto, não apresentem, no período de
um exercício, vendas superiores a € 300.000 nem a 10% das vendas globais da
entidade.
Ficam também dispensadas as entidades prestadoras de serviços, sendo
aquelas que apresentem, no período dum exercício, um custo das
mercadorias vendidas e das matérias consumidas que não exceda €
300.000 nem 20% dos respetivos custos operacionais.

85 85

SNC - Apresentação
-É um modelo de normalização mais assente em princípios do que em
regras em conformidade com as NIC emitidas pelo IASB e adotadas na
UE.
-Apresenta as seguintes componentes:
-Bases para a apresentação de demonstrações financeiras (BADF);
-Modelos de demonstrações financeiras (MDF);
-Código de contas (CC);
-Normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF);
-Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades
(NCRF-PE), para microentidades (NC-ME) e para entidades sem
fins lucrativos (NCRF-ESNL);
-Normas Interpretativas (NI)
- A Estrutura Conceptual é um documento autónomo.

86 86

43
25/09/2022

SNC – Apresentação

Em caso de lacunas na aplicação do SNC recorre-se supletivamente e


pela ordem indicada:

-1 - Às NIC adotadas pela UE;


-2 - Às NIC e NIRF do IASB e respetivas interpretações SIC-IFRIC.

87

Bases para a apresentação de demonstrações financeiras: âmbito,


finalidades e componentes

Pretendem assegurar a comparabilidade quer intraentidade, quer com outras entidades.

O objetivo das DF’s é proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho e dos
fluxos de caixa de uma entidade que seja útil a uma vasta gama de utentes na tomada de decisões
económicas.

As DF’s dão informação sobre: ativos, passivos, capital próprio, rendimentos (réditos e ganhos),
gastos (gastos e perdas), outras alterações no capital próprio e fluxos de caixa.

Um conjunto completo de DF’s inclui:


- Balanço;
- Demonstração dos resultados por naturezas;
- Demonstração das alterações no capital próprio;
- Demonstração dos fluxos de caixa;
- Anexo.

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25/09/2022

Bases para a apresentação de demonstrações financeiras : âmbito,


finalidades e componentes

As DF’s devem apresentar, de forma apropriada, a posição


financeira, o desempenho e os fluxos de caixa duma entidade.

A apresentação apropriada implica:


- Selecionar e adotar políticas contabilísticas de acordo com as NCRF;
- Proporcionar informação relevante, fiável, comparável e compreensível;
- Efetuar divulgações adicionais se o cumprimento das NCRF não for
suficiente para a compreensão das DF’s.

89

Bases para a apresentação de demonstrações financeiras

Continuidade
- O órgão de gestão , aquando da elaboração das DF’s, deve avaliar a capacidade da entidade
prosseguir numa base de 12 meses.
- Devem ser divulgadas as incertezas materiais relativas a acontecimentos que possam gerar
dúvidas.

Regime de acréscimo (periodização económica)


- Deve ser utilizado de acordo com a EC. A exceção é a Demonstração dos Fluxos de Caixa.

Consistência de apresentação
- Deve ser mantida de um período para outro.
- Exceto se outra apresentação for considerada mais apropriada, após alteração significativa
das operações ou da revisão das DF’s ou uma NCRF estabelecer uma alteração.

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25/09/2022

Bases para a apresentação de demonstrações financeiras

Materialidade e agregação
-Apresentação separada para classes materiais de itens semelhantes.
-As omissões ou declarações incorretas de itens são materiais quando
podem influenciar as decisões económicas dos utentes.
-A intensidade da materialidade influi em termos de divulgação no
anexo.
Compensação
-Não deve existir, exceto quando for exigido ou permitido por uma
NCRF como:
- deduções de obsolescência nos inventários;
- deduções de dívidas duvidosas nas contas a receber;
- rédito considerando descontos comerciais e rappel;
- mensuração de ativos líquidos de deduções de valorização.

91

Bases para a apresentação de demonstrações financeiras

Informação comparativa
- O Balanço de abertura de um período corresponde ao balanço de
encerramento do período anterior.
- A regra geral é que deve ser divulgada informação comparativa
com respeito ao período anterior para todas as quantias relatadas
nas demonstrações financeiras. Abarca a informação narrativa e
descritiva.
- Reclassificação quando existirem emendas na apresentação e
classificação, devendo ser divulgada a natureza, quantia e razão.
- Se for impraticável a reclassificação deve ser divulgada a razão e
a natureza dos ajustamentos que teriam sido efetuados.

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46
25/09/2022

Bases para a apresentação de demonstrações financeiras

Mensuração
- As rubricas reconhecidas nas demonstrações financeiras são
mensuradas ao custo de aquisição ou ao custo de produção,
exceto se uma NCRF dispuser diferentemente.
- Considera-se custo de aquisição o preço a pagar e as despesas
acessórias, uma vez deduzidas as reduções acessórias.
- Considera-se custo de produção o custo de aquisição das
matérias-primas e dos consumíveis, os custos diretamente
atribuíveis ao produto em questão, bem como os custos gerais
fixos e variáveis indiretamente atribuíveis aos produtos em
questão, na medida em que digam respeito ao período de
produção. Não são incluídos no custo de produção os custos de
distribuição.

93

ESTRUTURA CONCEPTUAL DO SNC

47
25/09/2022

A Estrutura Conceptual
- As DF’s preparadas para proporcionar informação útil à tomada de
decisões económicas devem satisfazer as necessidades da maior parte
dos seus utentes.
- As decisões económicas podem ser:
- Decidir quando comprar, deter ou vender um investimento
em capital próprio;
- Avaliar o zelo ou a responsabilidade do órgão de gestão;
- Avaliar a capacidade da entidade pagar e proporcionar
outros benefícios aos seus empregados;
- Avaliar a segurança das quantias emprestadas à entidade;
- Determinar as políticas fiscais;
- Determinar os lucros e dividendos distribuíveis;
- Preparar e usar as estatísticas sobre o rendimento nacional;
- Regular a atividade das entidades.(§ 1)

95

A Estrutura Conceptual
Finalidade:

Harmonizar as regulamentações, as normas contabilísticas e os


procedimentos relacionados com a preparação e a apresentação das
Demonstrações Financeiras e designadamente:
- Ajudar os preparadores das DF’s na aplicação das NCRF;
- Ajudar a formar opinião sobre a aderência das DF’s às NCRF;
- Ajudar os utentes na interpretação da informação contida nas
DF’s preparadas.

Esta EC não é uma NCRF e havendo conflito entre elas prevalece a


NCRF (§ 2 a 4)

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48
25/09/2022

A Estrutura Conceptual
Âmbito:
A Estrutura Conceptual trata de:
- Objetivo das Demonstrações Financeiras;
- Caraterísticas qualitativas que determinam a utilidade da
informação nas demonstrações financeiras;
- Definição, reconhecimento e valorimetria dos elementos a partir
dos quais se constroem as Demonstrações Financeiras;
- Conceitos de capital e de manutenção de capital.
Esta EC aplica-se a todas as entidades que relatam, sendo aquelas
relativamente às quais existem utentes que confiam nas DF’s
como sua fonte principal de informação a seu respeito.
(§ 5 a 7)

97

A Estrutura Conceptual
Um conjunto completo de DF’s é composto por:

. Um balanço;
. Uma demonstração de resultados por naturezas;
. Uma demonstração das alterações na posição financeira;
. Uma demonstração de fluxos de caixa;
. As notas e outras demonstrações e material explicativo que
constituam parte integrante das demonstrações (§ 8)

98

49
25/09/2022

Estrutura Conceptual Utentes das demonstrações financeiras


(§ 9 a 11)
Fornecedores e outros Governos
Investidores
credores comerciais
(risco/retorno)
(quantias devidas)

Clientes (envolvimento
e continuação da utentes
entidade)

Empregados
Mutuantes (estabilidade/lucratividade)
(empréstimos)
Público

99

A Estrutura Conceptual
O objetivo das Demonstrações Financeiras

 A informação sobre a posição financeira é dada no balanço, sobre o


desempenho é proporcionada na demonstração de resultados, no que diz
respeito às alterações na posição financeira é geralmente apresentada em
Demonstrações Financeiras separadas (por ex. demonstração dos fluxos
de caixa).

 O objetivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar


informação, acerca da posição financeira, desempenho e alterações na
posição financeira de uma unidade económica, que seja útil aos utentes
na tomada de decisões.
(§ 12 a 14)

100

50
25/09/2022

A Estrutura Conceptual
Posição financeira
- A posição financeira de uma empresa é afetada pelos recursos
económicos que controla, pela sua estrutura financeira, pela sua liquidez e
solvência e pela sua capacidade de se adaptar às alterações no ambiente
em que opera.
- A informação acerca da posição financeira é principalmente
proporcionada num balanço.
- Recursos económicos: predição da capacidade da empresa para gerar no
futuro caixa e equivalentes;
- Estrutura financeira: predição de futuras necessidades de empréstimos
e de como os lucros futuros e fluxos de caixa serão distribuídos, bem
como do sucesso de obtenção de fundos adicionais;
-Liquidez (curto prazo) e solvência (prazo mais longo): predição da
capacidade da empresa de satisfazer os seus compromissos à medida que
vencerem.
-(§ 15 a 21)

101

A Estrutura Conceptual
Desempenho

Lucratividade a fim de determinar as alterações potenciais nos


recursos económicos que seja provável que controle no futuro, sendo
proporcionada pela demonstração de resultados.

Alterações na posição financeira


Avaliação das atividades de investimento, de financiamento e
operacionais, sendo proporcionada por uma demonstração separada.

102

51
25/09/2022

A Estrutura Conceptual

Pressupostos Subjacentes:
• Regime de Acréscimo (ou da periodização económica)

Os efeitos das operações e de outros acontecimentos são


reconhecidos quando eles ocorrem e não quando o dinheiro ou o
seu equivalente seja recebido ou pago (§ 22)
• Continuidade

Pressuposto de que a empresa continuará a operar no futuro


previsível (§ 23).

103

A Estrutura Conceptual
Caraterísticas qualitativas das demonstrações financeiras
Atributos que tornam a informação proporcionada nas DF’s útil aos utentes

- Compreensibiliddade (§ 25)
Rapidamente compreensível pelos utentes
- Relevância (§ 26 a 28)
Influencia as decisões económicas dos utentes
- Fiabilidade (§ 31 a 32)
Digna de confiança, isto é, isenta de erros materiais e de
preconceitos
- Comparabilidade (§ 39 a 42)

104

52
25/09/2022

A Estrutura Conceptual

Afetação da relevância
materialidade (a relevância da informação é afetada pela sua natureza e
materialidade) (§ 29 a 30)

Qualidades da fiabilidade
representação fidedigna (para ser fiável, a informação deve representar
fidedignamente as transações e outros acontecimentos) (§ 33 a 34)
 substância sobre a forma (as transações e outros acontecimentos sejam
contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e não com a sua
forma legal) (§ 35)
 neutralidade ( informação livre de preconceitos) (§ 36)
 prudência ( é a inclusão dum grau de precaução ao fazer estimativas
necessárias em condições de incerteza, de forma que os ativos e rendimentos não
devem ser sobreavaliados e os passivos ou os gastos não sejam subavaliados) (§
37)
 plenitude (completa dentro dos limites de materialidade e de custo) (§ 38)

105

A Estrutura Conceptual
Constrangimentos à Informação Relevante e Fiável

• Tempestividade (se houver demora no relato a informação pode perder


relevância) (§ 43)

• Balanceamento entre benefício e custo (os benefícios da informação


devem exceder o seu custo) (§ 44)

• Balanceamento entre caraterísticas qualitativas (a importância das


caraterísticas em casos diferentes implica um juízo de valor profissional)
(§ 45)

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25/09/2022

A Estrutura Conceptual

Imagem verdadeira e apropriada/apresentação apropriada

As demonstrações financeiras devem evidenciar uma imagem verdadeira e


apropriada de, ou como apresentando razoavelmente, a posição financeira, o
desempenho e as alterações na posição financeira de uma empresa.

A aplicação das caraterísticas qualitativas e das normas apropriadas


originam DF’s que transmitem a imagem verdadeira e apropriada de tal
informação.
(§ 46)

107

A Estrutura Conceptual
Quadro resumo das Caraterísticas qualitativas

Características Qualitativas

Compreensibilidade Relevância Fiabilidade Comparabilidade

Materialidade

Representação fidedigna Substância sobre a forma Neutralidade Prudência Plenitude

Constrangimentos à informação relevante e fiável: Tempestividade; Balanceamento entre benefício e custo;


Balanceamento entre características qualitativas.
Imagem verdadeira e apropriada/
apresentação apropriada

Fonte: Adaptado de Cañibano Calvo et. al. (2000), in Rua e carvalho (2006), Contabilidade Pública - Estrutura
Conceptual, Publisher Team, pg. 127.

108

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25/09/2022

A Estrutura Conceptual
Posição financeira (§ 49 a 51)

Os elementos relacionados com a mensuração da posição financeira são: os ativos, os


passivos e o capital próprio.

 Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos


passados e do qual se espera que fluam para a entidade benefícios económicos
futuros. (§ 52 a 58)
 Passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos
passados, da liquidação da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da
entidade incorporando benefícios económicas. (§ 59 a 63)
 Capital próprio é o interesse residual nos ativos da empresa depois de deduzir
todos os seus passivos (§ 64 a 67)

Os benefícios económicos futuros incorporados num ativo são o potencial de


contribuir direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa e de seus equivalentes de
caixa para a entidade.

109

A Estrutura Conceptual
Desempenho
Lucro é a medida do desempenho ou a base para outras medições, tais como
retorno do investimento ou os ganhos por ação. Os elementos relacionados
diretamente s com a quantificação do lucro são os rendimentos e os gastos.
(§ 68 a 71)
 Rendimentos são os aumentos nos benefícios económicos durante o período
contabilístico na forma de influxos ou melhorias de ativos ou de diminuições
de passivos que resultem em aumentos na capital próprio, que não sejam
relacionados com as contribuições dos participante no capital próprio.
(§ 72 a 75)
 Gastos são diminuições nos benefícios económicos durante o período
contabilístico na forma de exfluxos ou deperecimento de ativos ou na
incorrência de passivos que resultem em diminuições do capital próprio, que
não sejam as relacionadas com distribuições aos participantes no capital
próprio. (§ 76 a 78)

110

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25/09/2022

A Estrutura Conceptual
• Rendimentos/Gastos
• Os rendimentos englobam quer os réditos, quer os ganhos. Os réditos
provêm do decurso das atividades correntes (ou ordinárias) de uma
empresa sendo referido por uma variedade de nomes diferentes incluindo
vendas, honorários, juros, dividendos, “royalties”. Os ganhos
representam aumentos nos benefícios económicos e como tal não são de
natureza diferente dos réditos. Exemplo são os que provêm da alienação
de ativos não correntes.

• Os gastos incluem as perdas assim como os gastos que resultem do


decurso das atividades correntes (ou ordinárias) da empresa. As perdas
incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como o fogo e as
inundações bem como as que provêm da alienação de ativos não
correntes

111

A Estrutura Conceptual
Reconhecimento dos elementos das DF’s

• Reconhecimento é o processo de incorporar no balanço e na


demonstração de resultados um item que satisfaça a definição de um
elemento (descrição do item por palavras e por um quantitativo
monetário) e satisfaça os seguintes critérios de reconhecimento:
• for provável que qualquer benefício económico futuro associado com o
item, fluirá para, ou de, a empresa; e
• o item tiver um custo ou um valor que possa ser mensurado com
fiabilidade
(§ 80 a 96)

112

56
25/09/2022

A Estrutura Conceptual
Probabilidade

O conceito de probabilidade é usado nos critérios de reconhecimento para


referir o grau de incerteza com que os benefícios económicos associados com
um elemento fluirão para, ou de, a entidade. Por exemplo, quando for provável
que uma dívida a receber por uma empresa seja paga, é justificável então , na
ausência de provas em contrário, reconhecer a dívida a receber como um ativo.
Para uma grande população de dívidas a receber, porém, é considerado
geralmente provável um grau de não-pagamento; daqui que seja reconhecido
um gasto que represente a redução esperada de benefícios económicos

113

A Estrutura Conceptual

Fiabilidade de mensuração

• O segundo critério para o reconhecimento de um item é que este possua


um custo ou um valor que possa ser mensurado com fiabilidade
(representação fidedigna, substância sobre a forma, neutralidade,
prudência e plenitude).

• Um item que possua as caraterísticas essenciais de um elemento mas


falhe em satisfazer os critérios de reconhecimento pode no entanto exigir
divulgação nas notas, material explicativo ou em quadros suplementares.

114

57
25/09/2022

A Estrutura Conceptual
Reconhecimento de ativos

• Um ativo é reconhecido no balanço quando for provável que os


benefícios económicos futuros fluam para a entidade e o ativo tenha um
valor que possa ser mensurado com fiabilidade.

• Um ativo não é reconhecido na balanço quando o dispêndio tenha sido


incorrido relativamente ao qual seja considerado improvável que
benefícios económicos fluam para a empresa para além do período
contabilístico corrente. Em vez disso, tal transação resulta no
reconhecimento de um gasto na demonstração de resultados.
(§ 87 a 88)

115

A Estrutura Conceptual
Reconhecimento de passivos

•Um passivo é reconhecido no balanço quando for provável que um


exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos resulte da
liquidação de uma obrigação presente e que a quantia pela qual a
liquidação tenha lugar possa ser mensurada com fiabilidade.

•É conveniente que seja feita uma distinção entre uma obrigação presente e
um compromisso futuro. Por exemplo, uma decisão de uma empresa
adquirir ativos no futuro não dá, por si própria, origem a uma obrigação
presente. Uma obrigação surge normalmente somente quando o ativo é
entregue ou a empresa entra num acordo irrevogável para adquirir o ativo.
(§ 89)

116

58
25/09/2022

A Estrutura Conceptual

Reconhecimento de rendimentos

Os rendimentos são reconhecidos na demonstração de resultados


quando tenha surgido um aumento dos benefícios económicos futuros
relacionados com um aumento num ativo ou com uma diminuição de um
passivo e que possa ser quantificados com fiabilidade.

(§ 90 a 91)

117

A Estrutura Conceptual
Reconhecimento de Gastos
 Os gastos são reconhecidos na demonstração de resultados quando
tenha surgido uma diminuição dos benefícios económicos futuros
relacionados com uma diminuição num ativo ou com um aumento de
um passivo (por exemplo, o acréscimo de direitos dos empregados ou
a depreciação do equipamento).
 Os gastos são reconhecidos nas demonstração dos resultados na base
de uma correlação direta entre os custos incorridos e a obtenção de
itens específicos de proveitos.
 Quando se espera que surjam benefícios económicos durante vários
períodos contabilísticos e a associação com proveitos só possa ser
determinada de forma geral ou indiretamente, os gastos são
reconhecidos na demonstração de resultados na base de
procedimentos sistemáticos e racionais de imputação.
(§ 92 a 96)

118

59
25/09/2022

A Estrutura Conceptual
Mensuração dos elementos das DF’s (§ 97 a 99)
Mensuração é o processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os
elementos da DFs devem ser reconhecidos e inscritos no balanço e na
demonstração dos resultados.
Bases de mensuração:
• Custo histórico: registo pela quantia de dinheiro para os adquirir no
momento da sua aquisição. É esta a base mais geralmente adotada.
• Custo corrente: registo pela quantia de dinheiro se o mesmo ou um ativo
equivalente fosse correntemente adquirido. Por exemplo, aplicável nos
títulos negociáveis.
• Valor realizável (de liquidação): registo pela quantia de dinheiro que possa
ser obtido numa alienação ordenada. Por exemplo, aplicável nos inventários.
• Valor presente (atual): registo pelo valor presente descontado dos futuros
fluxos líquidos de caixa. Por exemplo, aplicável nos passivos por pensões de
reforma.
• Justo valor: quantia pela qual um ativo poderia ser trocado ou um passivo
liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transação em
que não exista relacionamento entre elas.

119

A Estrutura Conceptual
• Conceito de capital e manutenção de capital

• conceito financeiro: ativos líquidos ou capital próprio da entidade,


associado à manutenção do capital nominal investido ou no poder
de compra do capital investido. Um lucro só é obtido se a quantia
financeira no fim do exercício exceder a de início.

• conceito físico: capacidade produtiva da entidade baseada em, por


exemplo, unidades de produção diárias. Um lucro só é obtido se a
capacidade operacional no fim do exceder a de início.
(§ 100 a 108)

120

60
25/09/2022

A Estrutura Conceptual

Diferenças entre os dois conceitos (§ 102 a 108)


 A principal diferença entre os dois conceitos de manutenção do capital é o tratamento dos
efeitos das alterações de preços nos ativos e passivos da empresa. Em termos gerais, uma
empresa mantém o seu capital se tiver tanto capital no fim do período como tinha no começo
do mesmo.
 Pelo conceito de manutenção do capital financeiro quando o capital seja definido em termos
de unidades monetárias, o lucro representa o aumento do capital monetário nominal durante o
período. Por conseguinte, os aumentos dos preços dos ativos detidos durante o período,
convencionalmente referidos como ganhos de detenção são, conceptualmente, lucros. Podem
porém, não ser reconhecidos como tais até que os ativos sejam alienados numa transação de
troca. Quando o conceito de manutenção do capital financeiro seja definido em termos de
unidades de poder de compra constante, o lucro representa o aumento de poder de compra
investido durante o período. Por conseguinte, apenas aquela parte do aumento nos preços dos
ativos que exceda o aumento no nível geral de preços é vista como um lucro. O resto do
aumento é tratado como ajustamento da manutenção do capital e, daqui, como parte do
capital próprio

121

A Estrutura Conceptual

• Pelo conceito de manutenção do capital físico quando o capital seja


definido em termos da capacidade produtiva física, o lucro representa o
aumento nesse capital durante o período. Todas as alterações de preços
que afetam os ativos e passivos da empresa são vistas como alterações na
mensuração da capacidade produtiva física da empresa; daqui que seja
tratadas como ajustamentos da manutenção do capital, fazendo parte do
capital próprio, não sendo tratadas como lucro.

• Neste momento, trata-se de um assunto em aberto e será revisto à luz dos


desenvolvimentos mundiais.

122

61
25/09/2022

O BALANÇO - NCRF 1

123

O BALANÇO

Conceitos:

- “expressão da relação que existe entre o Ativo, o Passivo e a Situação Líquida”


(Dumarchey)

- “aglomerado de valores antitéticos (positivos e negativos) em equilíbrio ou igualdade


numérica” (José Sarmento)

- “mapa sintético da situação patrimonial da empresa em dado momento da sua


existência” (Gonçalves da Silva)

- “Todo o sistema comparativo de duas categorias de elementos contrapostos, mais ou


menos ordenados e desdobrados, expressos em unidades de valor, determinados
segundo raciocínios, convenções e objectivos pré-estabelecidos” (Rogério Fernandes
Ferreira)

124

62
25/09/2022

O BALANÇO

Atualmente a noção de balanço ligada ao património como conjunto de


elementos juridicamente pertencentes à empresa, está posta de lado,
dando lugar à noção de controlo sobre os elementos em detrimento da
posse jurídica.

“O Ativo é um recurso controlado pela empresa como resultado de


acontecimentos passados e do qual se espera que fluam para a
empresa benefícios económicos futuros” (SNC)

“O Passivo é uma obrigação presente da empresa proveniente de


acontecimentos passados, da liquidação da qual se espera que
resulte um exfluxo de recursos da empresa, incorporando
benefícios económicos futuros” (SNC)

125

O BALANÇO
Requisitos do Balanço

- Clareza
Todas as contas devem refletir o ponto de vista que
esteve na origem da sua constituição.

- Exatidão
A valorimetria usada para avaliação de cada uma das
rubricas, seja a mais correta e corresponda à situação e
momento a que o Balanço se reporta.

- Integralidade
Não devem ser omitidos quaisquer fenómenos
patrimoniais ocorridos, que produzam modificações
quantitativas ou qualitativas na estrutura patrimonial.

126

63
25/09/2022

O BALANÇO

Estrutura do Balanço – ordenação dos elementos patrimoniais

Ativo:
Elementos patrimoniais dispostos segundo uma
ordem crescente de liquidez
Passivo:
Elementos patrimoniais dispostos segundo uma
ordem crescente de exigibilidade
Capital próprio:
Atendendo à antiguidade da formação;

Equação do balanço:
A + Sp = P + Sa

127

O BALANÇO
Entidade:…………………………………………
BALANÇO (INDIVIDUAL OU CONSOLIDADO) EM XX DE YYYYYY DE 20NN UNIDADE MONETÁRIA - EURO
DATAS
Rubricas Notas
XX/YY/N XX/YY/N-1
ATIVO
Ativo não corrente:
Ativos f ixos tangíveis - -
(...) - -
- -
Ativo corrente :
Inventários - -
(…) - -
- -
Total do Ativo - -
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital próprio
Capital subscrito - -
(…) - -
Resultado líquido do período - -
Total do Capital Próprio - -
Passivo
Passivo não corrente:
Provisões - -
(…) - -
- -
Passivo corre nte:
Fornecedores - -
(…) - -
- -
Total do Pass ivo - -
Total do Capital Próprio e do Passivo - -

128

64
25/09/2022

O BALANÇO

Funções dos Balanços:

- Função analítica
Instrumento de análise empresarial
- Função relevação
Relevação do património
- Função jurídica
Relevam juridicamente a responsabilidade patrimonial
- Função fiscal
Servem como base tributável empresarial

129

O BALANÇO

Classificação dos Balanços


- Balanços iniciais e finais

Levam em conta a especialização dos exercícios

- Balanços estáticos e dinâmicos

Posição do património num determinado momento e resultado de ações


num determinado período

- Balanços empíricos e sistemáticos

Os primeiros não resultam de nenhum método de relevação técnicas


unigráficas). Os segundos resultam da aplicação do método digráfico.

130

65
25/09/2022

O BALANÇO

Classificação dos Balanços (cont.)


- Balanços verificação e situação
Os primeiros resultam da igualdade da soma dos débitos
acumulados com os créditos acumulados. Os segundos
resultam da igualdade da soma dos saldos devedores e credores
de cada uma das contas.

- Balanços ordinários e extraordinários


Os primeiros elaboram-se em períodos estabelecidos.
Os segundos elaboram-se em situações especiais.

- Balanços em função das motivações


De fundação; de previsão; fiscais; de gestão; de cessão; de
liquidação.

131

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 1


ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

• A NCRF foi publicada em 7 de Setembro através do Aviso n.º 15655/2009,


substituído pelo Aviso nº 8256/2015, de 29/7

• Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma

Internacional de Contabilidade IAS 1 – Apresentação de Demonstrações

Financeiras .

• Esta Norma deve ser aplicada a todas as demonstrações financeiras de

finalidades gerais preparadas e apresentadas de acordo com as Normas

Contabilísticas e de Relato Financeiro.

132

66
25/09/2022

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 1


ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Objetivo:
 Prescrever as bases para a apresentação e preparação das DF (balanço;
demonstração dos resultados; demonstração das alterações no capital próprio
e anexo).
Âmbito:
 Esta norma deve ser aplicada na apresentação de todas as DF de acordo com
as NCRF(s).
Finalidades das DF
 Proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho e de
fluxos de caixa de uma empresa que seja útil a uma larga escala de utentes na
tomada de decisões.
Responsabilidade pelas DF:
 Órgão de Gestão.

133

Exercício

1.1. A empresa Alfabeta, Lda., com sede em Matosinhos, comercializa a mercadoria M


(isenta de IVA). Em 30/12/N, apresentava o seguinte balanço:

Balanço da sociedade Alfabeta Lda., à data de 30/12/N (valores em u.m.)


ATIVO CAPITAL PRÓPRIO
Ativo não corrente Capital subscrito 5 000,00
Ativos fixos tangíveis 2 000,00 Resultado líquido do período 1 000,00
Ativo corrente Total do Capital Próprio 6 000,00
Inventários 2 200,00 PASSIVO
Clientes 2 000,00 Passivo corrente
Depósitos bancários 1 500,00 Fornecedores 2 800,00
Caixa 1.100,00
Tota Total do Pass. 2 800,00
Total do Ativo 8 800,00 Total do Cap. P. e Passivo 8 800,00

134

67
25/09/2022

Exercício:

No dia 31/12/N, registou os seguintes factos patrimoniais:


- Depósito no Banco CCC, no valor de 600 u.m. que estavam em caixa.
- Compra a F1, sua fatura n.º 124, da mercadoria M, no valor de 2.000 u.m.;
PEDIDO: Elabore o balanço final a 31/12/N.

135

Demonstração dos Resultados

68
25/09/2022

Demonstração dos Resultados

Demonstrações dos Resultados por naturezas – Conceito:

“É a demonstração financeira que apresenta os resultados das operações de

uma empresa durante um determinado período, em que os gastos (Gastos),

perdas, réditos (Rendimentos) e ganhos, são classificados de acordo com

as respectivas naturezas” (Costa, 2005)

137

Demonstração dos Resultados

As DR segundo várias óticas:

I) Ótica patrimonialista:
- resultado é o acréscimo ou decréscimo dos elementos patrimoniais: A = P + SL
ou de acordo com a equação fundamental do balanço: A + SP = P + SA
Os resultados são assim representados pelo Balanço em que:
Resultado do período = Situação Líquida Final – Situação Líquida Inicial

II) Ótica reditualista:


- resultado é dado pela diferença entre o somatório dos Rendimentos e dos
Gastos: Resultado do período = Rendimentos – Gastos

Os resultados são assim representados pela Demonstração ou Balanço de


Resultados

138

69
25/09/2022

Demonstração dos Resultados

Articulação entre as duas correntes:

- Ótica patrimonialista:
Balanço inicial A1 = P1 + SL1
Balanço Final A2 = P2 + SL2
Resultado = SL2 – SL1
- Ótica reditualista:
Resultado = Rendimentos – Gastos
- Articulação entre as duas óticas:
SL2 – SL1 = Rendimentos - Gastos

139

Demonstração dos Resultados

Fenómenos patrimoniais

• Eventos que envolvem transferência ou troca

• Obtenção/entrega de algo de valor

• Contração/obtenção de uma responsabilidade/direito

• Podem ser classificados por atividades, sendo estas ações fundamentais


levadas a efeito por empresa para assegurar o seu crescimento e
sobrevivência

140

70
25/09/2022

Demonstração dos Resultados

Classificadas em três tipos de atividades:


• Atividades de financiamento
• Atividades de investimento
• Atividades operacionais
No seu conjunto, estas atividades encerram todos os passos da
vida de qualquer empresa.

141

Demonstração dos Resultados

Atividades de financiamento
• Têm subjacente a obtenção de meios financeiros (dinheiro) para iniciar,
manter, expandir o negócio

Fontes de financiamento
• Financiadores
• Proprietários
• Empresa (retenção de lucros)

142

71
25/09/2022

Demonstração dos Resultados

• Atividades operacionais

• Incluem as operações inerentes ao negócio central da

empresa (o “core”), i.e. as que estão ligadas à produção e

venda de bens e serviços.

143

Demonstração dos Resultados

Atividades de financiamento

Lucros gerados
pelas atividades
operacionais e
retidos são fonte de
financiamento

Atividades de Atividades
investimento operacionais

144

72
25/09/2022

Demonstração dos Resultados

A DR é uma demonstração económica que


Comunica os resultados das operações de um determinado período de
tempo.
Fornece informação sobre:
 Rendimentos e ganhos obtidos
 Gastos e perdas incorridos
 Resultado (lucro/prejuízo)

145

Demonstração dos Resultados

Identificação das DR (aspetos formais)


• Segundo a NCRF 1 as Demonstrações Financeiras devem ser
identificadas claramente:
• Nome da entidade;

• Data a que respeita;

• Moeda de apresentação.

146

73
25/09/2022

Demonstração dos Resultados

As Demonstrações dos Resultados, respeitam a um determinado período e


baseiam-se nos:
- Movimentos verificados nos Gastos;
- Movimentos verificados nos Rendimentos.

Na elaboração deste mapa, podemos ter os Gastos e os Rendimentos


classificados por natureza, ou por função, daí derivando as:

- Demonstrações dos Resultados por naturezas e,


- Demonstrações dos Resultados por funções.

Na classificação por natureza, atende-se à qualificação intrínseca do


gasto ou do rendimento, na classificação por função atende-se ao destino
do gasto ou do rendimento.

147

Demonstração dos Resultados

A DR por naturezas segundo o SNC:

PERÍO DO S
RENDIM ENTO S E G A STO S Notas
N N-1

V endas e Serviços Prestados


Subsídios à exploração
Ganhos/Perdas imput. subsid., assoc. e empreendimentos conjuntos
V ariação nos inventários da produção
Trabalhos para a própria entidade
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
Fornecimentos e serviços externos
Gastos com o pessoal
Imparidade de inventários (perdas/reversões)
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reduções)
Imparidade de activos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
A umentos/reduções de justo valor
Outros rendimentos
Outros gastos
Resultados antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos
Gastos/reversões de depreciações e de amortização
Imparidade de activos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)
Juros e rendimentos similares obtidos
Juros e gastos similares suportados
Resultado antes de impostos
Imposto sobre o rendimento do período
Resultado líquido do período

148

74
25/09/2022

Demonstração dos Resultados

A DR por funções segundo o SNC:

PERÍO DO S
RUBRIC A S Notas
N N-1

Vendas e serviços prestados


Custo das vendas e dos serviços prestados
Resultado bruto
Outros rendimentos
Gastos de distribuição
Gastos administrativos
Gastos de investigação e desenvolvimento
Outros gastos
Resultado operacional(antes de gastos de financiam ento e im postos)
Gastos de financiamento (líquidos)
Resultados antes de im postos
Imposto sobre o rendimento do período
Resultado líquido do período

149

Demonstração dos Resultados

A DR segundo o SNC:

Portaria 986/2009 de 7 de Setembro


Portaria 220/2015 de 24 de Julho

150

75
25/09/2022

O BALANCETE

151

O BALANCETE

Balancete

Quadro resumo de todas as contas movimentadas na contabilidade de uma


entidade, onde consta para cada uma, o valor acumulado dos débitos e dos
créditos, relativos aos movimentos nela efetuados durante um determinado
período (balancete verificação).

Face àqueles acumulados, existirá um saldo devedor ou credor para cada uma
daquelas contas. Assim, o conjunto dos respetivos saldos devedores e
credores, são também parte integrante do balancete (balancete de situação)

Nota: A soma dos totais acumulados a débito e a crédito, deve ser


igual e igualará também o total do Diário

152

76
25/09/2022

O BALANCETE

Exemplo de traçado:
SALDOS
CONTAS DÉBITOS CRÉDITOS
Devedores Credores

Total D C Sd Sc

De notar que: D = C e Sd = Sc
e
D = C = Total do Diário

153

O BALANCETE

De acordo com o maior ou menor número de dígitos que compõe o


código das contas usadas na Contabilidade, assim podemos ter balancetes
mais ou menos desdobrados, de acordo com os dispositivos informáticos
atualmente utilizados.
Exemplo:

Contas com 2 dígitos, denominadas “contas de Razão”, no seu conjunto


dão origem ao Balancete de Razão:
SALDOS
CONTAS DÉBITOS CRÉDITOS
Devedores Credores
11 - Caixa 25.630,00 24.510,00 1.120,00
12 - Depósitos à ordem 124.510,00 110.580,00 13.930,00
21 - Clientes 184.520,00 152.700,00 31.820,00
22 - Fornecedores 185.490,00 210.420,00 24.930,00
(…)

Total D C Sd Sc

154

77
25/09/2022

O BALANCETE

As contas resultantes de desdobramentos (subcontas) acumulam os seus valores às contas


imediatamente anteriores, conforme desdobramento a que pertencem, até à conta inicial que lhe
dá origem dentro da mesma raiz.

Exemplo:

Contas Valores

Conta de grupo 12 …… 6.500,00 A = B + J


Conta de grupo 121 …… 3.300,00 B = C + G
Conta de grupo 1211 …… 1.500,00 C = D + E + F
Conta de movimento 12111 …… 200,00 D
Conta de movimento 12112 …… 300,00 E
Conta de movimento 12113 …… 1.000,00 F
Conta de grupo 1212 …… 1.800,00 G = H + I
Conta de movimento 12121 …… 700,00 H
Conta de movimento 12121 …… 1.100,00 I
Conta de movimento 122 …… 3.200,00 J

As contas de grupo (ou coletivas) têm desdobramento. As contas de movimento, não têm
desdobramento.

155

O BALANCETE

O denominado balancete de grau máximo ou analítico, é um balancete onde constam todas as contas
com movimento na contabilidade, com todos os desdobramentos nelas existentes.

Exemplo (extrato de balancete):


SALDOS
CONTAS DÉBITOS CRÉDITOS
Devedores Credores

11 - Caixa 25.630,00 24.510,00 1.120,00


111 - Caixa A 25.630,00 24.510,00 1.120,00
12 - Depósitos à ordem 124.510,00 110.580,00 13.930,00
121 - Banco A 95.120,00 84.200,00 10.920,00
122 - Banco B 29.390,00 26.380,00 3.010,00
21 - Clientes 184.520,00 152.700,00 31.820,00
211 - Clientes c/c 184.520,00 152.700,00 31.820,00
2111 - Clientes gerais 184.520,00 152.700,00 31.820,00
2111001 - Cliente A 110.200,00 94.520,00 15.680,00
2111002 - Cliente B 74.320,00 58.180,00 16.140,00
22 - Fornecedores 185.490,00 210.420,00 24.930,00
221 - Fornecedores c/c 185.490,00 210.420,00 24.930,00
2211 - Fornecedores gerais 185.490,00 210.420,00 24.930,00
2211001 - Fornecedor A 98.420,00 110.200,00 11.780,00
2211002 - Fornecedor B 87.070,00 100.220,00 13.150,00
(…)
Total D C Sd Sc

Nota: Contas de movimento em cor amarelo.


156

78
25/09/2022

O BALANCETE

Questões a ter em atenção:

- Se não se verificar a igualdade entre os acumulados a débito e a crédito,


e consequentemente entre os saldos devedores e os saldos credores,
poderá ter havido um erro, cuja origem estará no não cumprimento da
regra contabilística das partidas dobradas, em qualquer lançamento
efetuado. Desta forma, poderá entender-se o balancete como método de
controlo de verificação contabilística.

- Através do balancete, não se poderá detetar outro tipo de erros, como


p.e. substituição, inversão, omissão ou duplicação de lançamentos,
mesmo atualmente, usando os meios informáticos disponíveis para o
efeito, tais erros não são detetáveis, sem uma análise ao movimento de
cada uma das contas efetuado e respetivos documentos.

157

O BALANCETE

Disposição:

A ordem de apresentação das contas num balancete, é numérica em


relação aos códigos das contas de razão. A sua leitura imediata, pelo
menos no que respeita aos saldos das contas, não é tão conclusiva como a
do balanço, onde a diferente disposição do saldo das mesmas classes de
valores, principalmente após apuramento dos resultados, é notoriamente
evidente para uma análise imediata da posição financeira da empresa
p.e..

158

79
25/09/2022

O BALANCETE

Notas finais:

O maior ou menor desdobramento das contas da contabilidade de uma


entidade, deverá ser em função das necessidades de informação que a
mesma necessita para a sua gestão corrente, e em função de informações
legais a que possa estar obrigada, nomeadamente para fins fiscais.

Desta forma, o estudo da estrutura de um plano de contas da


contabilidade de uma entidade, deverá ser elaborado com todo o cuidado
necessário, de forma que, o desdobramento das várias contas, seja o mais
possível esclarecedor e não se preste a confusão. Balancetes com contas
mais desdobradas, chegam a ter dezenas de páginas em algumas
entidades.

159

APURAMENTO DE RESULTADOS

160

80
25/09/2022

APURAMENTO DE RESULTADOS – encerramento e reabertura de


contas

O apuramento de resultados, tem como finalidade apurar o acréscimo


ou decréscimo de valor patrimonial, conseguido num determinado
período de tempo (podendo ser um ano, equivalente a um exercício
económico).

Tal valor é obtido através da diferença entre os rendimentos e os


gastos desse período.

De acordo com a estrutura daquelas rubricas, podemos obter vários


tipos resultados de acordo com as suas componentes.

161

APURAMENTO DE RESULTADOS – encerramento e reabertura de


contas

Resultado Bruto das Vendas – (RBV)

(Contas 71 + 72 - 61)

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos (EBITDA)

(RBV + contas 73+74+75+76+77+78+79-62-63-65-66-67-68)

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) (EBIT)

(EBITDA + contas76-64-65)

Resultados antes de impostos (EBT)

(EBIT + contas79-69)

Resultado líquido do período (RL)

(EBT – conta 812)

162

81
25/09/2022

APURAMENTO DE RESULTADOS – encerramento e reabertura de


contas

Balanço

Ativo Passivo

Os resultados assim obtidos, Cap. Próprio

farão parte do Capital Resultado


Próprio, até que outro
destino lhes seja dado, Resultado igual em ambos ao mapas

quando positivos (Ex.: Demonstração dos resultados


distribuição de dividendos). Resultado
Rend. e Ganhos
Gastos e Perdas

163

APURAMENTO DE RESULTADOS – encerramento e reabertura de


contas

Ativo Passivo
Atendendo ao uso da técnica
digráfica, os dois mapas Capital Próprio

complementam-se
formando um conjunto em
perfeito equilíbrio anti- Rend. e Ganhos
Gastos e Perdas
tético.

164

82
25/09/2022

APURAMENTO DE RESULTADOS – encerramento e reabertura de


contas

Reabertura de contas

Face à transferência dos saldos das contas de gastos e rendimentos,


para as contas de resultados, aquando do apuramento dos mesmos,
os seus saldos, após esta operação, encontram-se nulos.

Assim, constarão do balancete inicial relativo ao novo período (ou


exercício), sem qualquer valor como saldo, prontas a receber os
novos gastos e rendimentos que irão ocorrer.

165

83

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