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DIREITO

PREVIDENCIÁRIO
Salário de Contribuição

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Salário de Contribuição

Sumário
Bernardo Machado

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Salário de Contribuição.................................................................................................................. 4
1. Salário de Contribuição. . ............................................................................................................. 4
1.1. Introdução................................................................................................................................... 4
1.2. Conceito...................................................................................................................................... 4
1.3. Proporcionalidade. . ................................................................................................................... 8
1.4. Limites Mínimo e Máximo do Salário de Contribuição..................................................... 8
1.5. Características das Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição. . ...................... 10
1.6. Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição.............................................................12
1.7. Parcelas Não Integrantes do Salário de Contribuição.....................................................16
1.8. Observações Finais.. ............................................................................................................... 32
Resumo............................................................................................................................................. 35
Questões de Concurso.................................................................................................................. 37
Gabarito............................................................................................................................................ 50

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Salário de Contribuição
Bernardo Machado

Apresentação
Querido(a) aluno(a)! Na aula de hoje, estuda-se o tema salário de contribuição. Assunto
já inicialmente abordado quando foi estudado o tema financiamento da seguridade social, na
presente aula estuda-se com detalhes quais são as parcelas integrantes e não integrantes do
salário de contribuição. O salário de contribuição é um tema de suma importância para qual-
quer prova de Direito Previdenciário, devendo ser dada uma atenção especial em relação a
esse tema, sendo frequentemente abordado pelas bancas examinadoras de concurso público.

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Salário de Contribuição
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SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO
1. Salário de Contribuição
1.1. Introdução
Para iniciar o estudo em relação ao tema salário de contribuição, é necessário diferenciar
dois conceitos em relação a dois aspectos: salário de contribuição e remuneração como fato
gerador da contribuição previdenciária e salário de contribuição e remuneração como base de
cálculo da contribuição previdenciária.
Quando se menciona fato gerador (fato que o legislador vincula o nascimento da obriga-
ção tributária de pagar um tributo determinado), os dois conceitos se confundem. Ou seja, o
fato gerador da obrigação previdenciária são as parcelas de natureza remuneratórias que são
pagas (pela empresa)/recebidas (pelos segurados). Quando se define salário de contribuição,
tal definição nada mais é do que a remuneração que os segurados recebem das empresas.
Quando se menciona base de cálculo (numerário sobre o qual incide a alíquota da contri-
buição previdenciária), os dois conceitos são completamente distintos.
O salário de contribuição é a base de cálculo de contribuição dos segurados e do emprega-
dor doméstico. Tal base de cálculo possui limite que, atualmente, é de R$ 6.433,57. Nenhum
segurado ou empregador doméstico poderá versar contribuições além do limite mencionado.
Já a remuneração é a base de cálculo de contribuição das empresas. Tal base de cálculo
não possui limite.
Imagine, portanto, uma empresa que contrata um segurado empregado e pague para ele
uma remuneração no valor de R$ 10.000,00.
A contribuição da empresa irá incidir sobre os R$ 10.000,00, tendo em vista que a base de
cálculo da empresa é a remuneração paga, a qual não tem limite.
Entretanto, o segurado empregado será descontado em 11,69% sobre R$ 6.433,57, tendo
em vista que a base de cálculo do segurado é o seu salário de contribuição, a qual tem limite.

Assim, a empresa terá o ônus de R$ 12.000,00, ou seja, R$ 10.000,00 que foi o valor pactu-
ado, além de R$ 2.000,00 de contribuição patronal em relação à remuneração paga.
Já o segurado irá receber da empresa o valor de R$ 10.000,00, descontando o valor de
11,69% sobre R$ 6.433,57.

1.2. Conceito
O art. 28 da Lei n. 8.212/1991 trata do salário de contribuição.
Para cada segurado, existe um conceito de salário de contribuição, o qual passaremos
a estudar.
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1.2.1. Empregado e Trabalhador Avulso

Para o segurado empregado e para o trabalhador avulso, entende-se por salário de contri-
buição: “a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos
rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retri-
buir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob
a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços,
nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou
sentença normativa”.
Assim, estuda-se um caso prático para que você visualize esse conceito.

Exemplo: imagine João, professor, que ministra aulas de matemática em 3 escolas diferentes
(escola A, B e C), sendo segurado empregado do RGPS, auferindo uma remuneração mensal
de R$ 1.500,00 em cada uma delas. Pergunta: qual será o salário de contribuição de João no
mês? Resposta: R$ 4.500,00, tendo em vista que o seu salário de contribuição é a remuneração
auferida em uma ou mais empresas. Portanto, é o somatório das remunerações auferidas.
Dessa forma, cada escola, tendo o conhecimento dos múltiplos vínculos, deverá descontar a
alíquota de 10,70% (alíquota efetiva, conforme tabela progressiva, sobre o valor de R$ 4.500,00)
e não de 7,90% (alíquota efetiva, conforme tabela progressiva, sobre o valor de R$ 1.500,00).

O grande problema são os empregadores terem o conhecimento dos múltiplos vínculos,


uma vez que a obrigação de avisar a existência dessa situação é do empregado.
Assim, João deve avisar, mensalmente, a escola A, a existência dos demais vínculos, ou
seja, vínculo em relação às escolas B e C. Da mesma forma, João deve avisar, mensalmente,
a escola B, a existência dos demais vínculos, ou seja, vínculo em relação às escolas A e C. Por
fim, João deve avisar, mensalmente, a escola C, a existência dos demais vínculos, ou seja, vín-
culo em relação às escolas A e B.
Caso isso ocorra, as escolas, sabendo da existência dos múltiplos vínculos e dos respecti-
vos salários de contribuição, irão efetuar os descontos pela alíquota correta, somando as remu-
nerações e tomando como base a tabela de salário de contribuição estudada na aula anterior.
Caso os empregadores não saibam da existência dos múltiplos vínculos, cada um fará
o desconto com base no salário de contribuição pago pelo próprio, não sendo efetuado o
somatório com as demais remunerações auferidas. Visualiza-se esquematicamente a expli-
cação dada.

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1.2.2. Empregado Doméstico

Para o segurado empregado doméstico, entende-se por salário de contribuição: “a remu-


neração registrada na Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
observados os limites mínimo e máximo”.
Assim, caso a remuneração registrada na CTPS do segurado empregado doméstico seja
de R$ 1.500,00, o seu salário de contribuição será de R$ 1.500,00.
Cabe ressaltar que se considera também salário de contribuição do empregado doméstico
a remuneração comprovada mediante recibos de pagamento.

1.2.3. Contribuinte Individual

Para o segurado contribuinte individual, entende-se por salário de contribuição:

A remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta
própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo.

Assim, estuda-se um caso prático para que você visualize esse conceito.

Exemplo: imagine Pedro, pintor, que presta serviço para 4 empresas durante um mês, auferindo
uma remuneração de R$ 2.000,00 em cada uma delas. Pergunta: qual será o salário de contri-
buição de João no mês? Resposta: R$ 6.433,57, tendo em vista que o seu salário de contribui-
ção é a remuneração auferida em uma ou mais empresas. Portanto, é o somatório das remu-
nerações auferidas, devendo ser observado o limite máximo que, atualmente, é de R$ 6.433,57.

Diferentemente do segurado empregado, que necessita avisar mensalmente a todos os


empregadores os múltiplos vínculos para que seja apurado o seu correto salário de contribui-
ção e a alíquota a ser aplicada, para o contribuinte individual, a obrigação de avisar passa a
existir, a partir do momento que a sua remuneração auferida no mês ultrapassar o limite máxi-
mo do salário de contribuição.
Assim, Pedro, quando prestar o serviço para a empresa D, irá avisar que já recebeu a re-
muneração de R$ 6.000,00 durante o mês, não devendo ser descontado em 11% sobre os R$
2.000,00. Caso ele não avise, será descontado acima do limite máximo, cabendo a ele solici-
tar a restituição dos valores pagos indevidamente. Visualiza-se esquematicamente a expli-
cação dada.

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Por fim, cabe mencionar que, se o contribuinte individual prestar serviço por conta própria,
o seu salário de contribuição será o valor recebido pelo exercício dessa atividade por conta
própria. Portanto, caso o contribuinte individual receba o valor de R$ 1.500,00, o seu salário de
contribuição será de R$ 1.500,00.

Exemplo: imagine uma diarista prestando serviço por conta própria e recebendo o valor em um
determinado mês de R$ 1.500,00. O salário de contribuição dessa diarista para esse mês será
de R$ 1.500,00.

1.2.4. Segurado Facultativo

Para o segurado facultativo, entende-se por salário de contribuição: “o valor por ele decla-
rado, observados os limites mínimo e máximo”.
Assim, se em um determinado mês o segurado facultativo quiser verter a sua contribuição
sobre 1 salário-mínimo, não há problema, tendo em vista que o salário mínimo é o limite míni-
mo do salário de contribuição para o segurado facultativo.
Entretanto, se o segurado facultativo quiser verter a sua contribuição no mês seguinte so-
bre R$ 6.101,06, também não há problema, tendo em vista que o citado valor é o limite máximo
do salário de contribuição de qualquer segurado.
Perceba, portanto, que o segurado facultativo pode contribuir em relação a quanto ele qui-
ser, desde que ele observe os limites mínimo (1 salário-mínimo) e máximo (R$ 6.433,57).

001. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Acerca do custeio da


seguridade social, julgue o próximo item.
O salário de contribuição de segurado empregado deverá corresponder à integralidade de uma
remuneração auferida durante o mês de trabalho.

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O salário de contribuição para o segurado empregado é a remuneração auferida em uma ou


mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados
a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua for-
ma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo
à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ain-
da, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Tal base de cálculo
possui limite máximo, o qual, atualmente, está no valor de R$ 6.433,57. Portanto, ainda que o
segurado empregado venha a receber da empresa uma remuneração de R$ 10.000,00, a alí-
quota de contribuição irá incidir apenas em relação ao limite máximo, ou seja, em relação ao
valor de R$ 6.433,57.
Errado.

1.3. Proporcionalidade
O tema proporcionalidade está previsto no art. 28, § 1º, da Lei n. 8.212/1991, que as-
sim dispõe:

§ 1º Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no curso do


mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efetivo, na forma
estabelecida em regulamento.

Portanto, quando o segurado empregado, inclusive o doméstico, é contratado no dia 26 de


um determinado mês, o seu salário de contribuição será proporcional ao número de dias efeti-
vamente trabalhados, ou seja, será proporcional a 5 dias trabalhados.
Da mesma forma, se um segurado empregado, inclusive o doméstico, é demitido no dia 2
de um determinado mês, o seu salário de contribuição será proporcional ao número de dias
efetivamente trabalhados, ou seja, será proporcional a 2 dias trabalhados.
A mesma sistemática de raciocínio se aplica em relação às faltas injustificadas. Ou seja, o
empregador irá efetuar o desconto dos dias faltosos, sendo o salário de contribuição propor-
cional ao número de dias efetivamente trabalhados.

1.4. Limites Mínimo e Máximo do Salário de Contribuição


O limite mínimo do salário de contribuição deverá ser estudado com base em uma divisão.
Estuda-se o limite mínimo para os segurados empregado, trabalhador avulso e empregado
doméstico. Posteriormente, estuda-se o limite mínimo do salário de contribuição para os se-
gurados contribuinte individual e facultativo.
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Para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, o limite mí-


nimo do salário de contribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da categoria
ou, inexistindo este, ao salário-mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, confor-
me o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.

Perceba que o limite mínimo do salário de contribuição dos segurados empregado, emprega-
do doméstico e trabalhador avulso não é o salário-mínimo, mas sim o piso salarial da catego-
ria. Apenas se inexistir o piso é que o limite mínimo será o salário-mínimo.

O piso salarial pode ser o normativo, ou seja, previsto em acordo ou convenção de trabalho,
ou legal, ou seja, previsto na lei.
Portanto, imagine uma empresa que faz um acordo coletivo de trabalho com o sindicato
dos empregados, determinando que uma determinada categoria dos seus empregados tenha
um piso salarial de R$ 1.500,00. Nessa situação, o limite mínimo do salário de contribuição
para esses empregados será de R$ 1.500,00, não sendo observado o salário-mínimo, uma vez
que existe o piso salarial.
Da mesma forma, vários Estados da Federação possuem leis estaduais estipulando pisos
para diversas categorias profissionais, como é o caso da Lei do Estado do Rio de Janeiro n.
8.315/2019, publicada em Diário Oficial no dia 20/03/2019, cujos efeitos são retroativos, ou
seja, efeitos a partir do dia 01/01/2019.
A título de exemplo, a citada lei estadual determina que os empregados domésticos do
Estado do Rio de Janeiro, a partir de 01/01/2019, possuem um piso salarial de R$ 1.238,11. Tal
piso deverá ser observado, sendo um piso salarial estipulado pela lei.
Já o limite mínimo do salário de contribuição para os segurados contribuinte individual e
facultativo corresponde ao salário-mínimo.
O limite máximo do salário de contribuição é o mesmo para todos os segurados, sendo
estipulado por meio de uma Portaria do Ministério da Economia publicada sempre que ocorrer
alteração do valor dos benefícios previdenciários. Tal alteração ocorre sempre que o salário-
-mínimo é alterado. Atualmente, o limite máximo do salário de contribuição é de R$ 6.433,57.

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002. (CESPE/INSS/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL/2016) A contribuição do segurado em-


pregado e a do trabalhador doméstico recaem sobre o valor dos seus salários de contribuição,
até um teto máximo fixado por lei.

A base de cálculo sobre a qual incide a alíquota de contribuição do segurado empregado e do


empregado doméstico é o salário de contribuição, a qual possui limites mínimo e máximo.
Para esses segurados, assim como para o trabalhador avulso, o limite mínimo do salário de
contribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este,
ao salário-mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o
tempo de trabalho efetivo durante o mês. Já o limite máximo do salário de contribuição é o
mesmo para todos os segurados, sendo estipulado por meio de uma Portaria do Ministério da
Economia publicada sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios previdenciários. Tal
alteração ocorre sempre que o salário-mínimo é alterado.
Certo.

1.5. Características das Parcelas Integrantes do Salário de


Contribuição
Parcelas integrantes do salário de contribuição são as parcelas de natureza remuneratórias.
O legislador não tem como elencar todas essas parcelas. Portanto, qualquer parcela que
possua as características mencionadas no presente tópico é considerada parcela integrante
do salário de contribuição, ou seja, é considerada parcela de natureza remuneratória, devendo
incidir a contribuição previdenciária sobre esse valor.
As parcelas integrantes do salário de contribuição possuem as seguintes características:

A habitualidade se refere à previsibilidade do seu recebimento e não o lapso temporal en-


tre um pagamento e outro. Portanto, caso haja a previsibilidade do seu recebimento, a parcela
é de natureza habitual.

Exemplo: imagine, portanto, um empregado de uma empresa que recebe uma gratificação trie-
nal (gratificação por tempo de serviço). Ou seja, a cada 3 anos de trabalho na empresa, o segu-
rado terá direito a essa gratificação. Uma vez que existe a previsibilidade do recebimento, a
parcela recebida tem a natureza de ser habitual.

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A integração ao patrimônio se refere à integração do valor ao patrimônio jurídico do tra-


balhador, que pode não ser feito de forma direta, mas sim indireta, como, por exemplo, um
benefício que é pago diretamente pela empresa, cujo valor gasto não é recebido diretamente
pelo segurado.

Exemplo: imagine uma empresa que contrata uma funcionária e combina com ela o paga-
mento de sua academia no valor de R$ 200,00. Tal empregada recebe da empresa o salário
de R$ 1.500,00. Perceba que, se a empresa não pagasse a sua academia, essa segurada teria
que pegar R$ 200,00 do seu salário e pagar a academia. Assim, essa segurada, indiretamente,
recebe R$ 200,00, sendo esse valor incorporado ao seu patrimônio jurídico.

O pagamento pelo e não para o trabalho se refere a seguinte análise: o pagamento é feito
para a satisfação do segurado ou é necessário para a execução do trabalho? Caso a resposta
seja para a satisfação, o pagamento está sendo feito pelo trabalho. Entretanto, caso o paga-
mento seja necessário a execução do trabalho, o pagamento é feito para o trabalho, não tendo,
portanto, a natureza remuneratória.

Exemplo: imagine uma empresa que necessita dispor para os seus empregados o protetor
auricular (equipamento de proteção individual – EPI), para atenuar a exposição do segurado a
agente nocivo ruído. Tal equipamento é para o trabalho, portanto não tem a natureza remune-
ratória.

Quando for analisar se o pagamento é pelo e não para o trabalho, não busque uma resposta
única. Dependendo da utilidade, o pagamento pode ser considerado pelo em certos momentos
e para em outros.
Imagine um caso prático!

Exemplo: imagine uma empresa que coloca à disposição do seu empregado um carro, tendo
em vista que ele trabalha como representante comercial da empresa, demonstrando e venden-
do seus produtos. Assim, esse empregado sai de sua casa, pega o ônibus, chega à empresa e
busca o carro para utilizá-lo. No final do expediente, o empregado retorna com o carro à empre-
sa, preenche um relatório e busca o seu ônibus para retornar à sua casa.

Perceba que o carro utilizado é para o trabalho (necessário para a execução do trabalho) e
não pelo trabalho (para a satisfação do empregado).
Diferentemente ocorre no caso em que a empresa coloca o carro à disposição do empre-
gado, podendo, o mesmo, inclusive, utilizá-lo após o seu expediente e nos finais de semana.
Assim, durante o expediente de trabalho, o carro é para o trabalho (necessário para a execução
do trabalho), não tendo, portanto, a natureza remuneratória. Já no período após o expediente,
o carro é pelo trabalho (para a sua satisfação), tendo, portanto, a natureza remuneratória.

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Por fim, a última característica das parcelas integrantes é a irrelevância do título.


As parcelas de natureza indenizatórias e ressarcitórias, como será visto mais adiante, são
parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Entretanto, a empresa pode colocar a nomenclatura que quiser para a parcela, pois a mes-
ma deve ser analisada na sua essência. A pergunta a ser feita deve ser: a parcela paga é
tem a natureza remuneratória, ou é apenas uma indenização ou um ressarcimento que está
sendo feito?

Exemplo: imagine uma empresa pagando uma parcela “indenização para beleza”, que nada
mais é do que a academia paga para a sua empregada. Seria realmente uma indenização, ou
seja, a empresa estaria indenizando um dano causado, ou essa parcela nada mais é do que
uma parcela remuneratória com a nomenclatura de indenização? Lógico que não é uma inde-
nização! A empresa pode colocar a nomenclatura que for, pois, se verificar a habitualidade,
integração ao patrimônio e o pagamento pelo e não para o trabalho, trata-se de uma parcela
integrante do salário de contribuição, ou seja, parcela de natureza remuneratória, independente
da nomenclatura utilizada pela empresa.

1.6. Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição


Uma vez analisadas as características das parcelas integrantes do salário de contribuição,
analisa-se as que foram elencadas pelo legislador.
A primeira parcela integrante do salário de contribuição elencada pelo legislador é o salá-
rio-maternidade.
O salário-maternidade é um benefício previdenciário concedido pela previdência social nas
seguintes situações: parto, aborto espontâneo, guarda judicial para fins de adoção e a adoção.
Assim, apesar de ser um benefício previdenciário, o salário-maternidade é considerado par-
cela integrante do salário de contribuição, havendo a incidência de contribuição previdenciária
sobre esse valor.
Para as seguradas empregadas gestantes, salvo a empregada do MEI, esse benefício é
pago pela própria empresa. Nessa situação a empresa concede o benefício e verte as contri-
buições previdenciárias sobre ele (20% + GILRAT + o eventual adicional para financiar a apo-
sentadoria especial), além de ser efetuado o desconto da segurada.
No caso da empregada doméstica, como o benefício é pago diretamente pelo INSS, no pe-
ríodo do recebimento do salário-maternidade, o empregador doméstico está obrigado a efetu-
ar a sua contribuição sobre o salário-maternidade (8,8% sobre o salário-maternidade), cabendo
ao INSS efetuar o desconto da segurada.
Em relação às demais seguradas, como o benefício é pago diretamente pelo INSS, o des-
conto da segurada é feito no recebimento do benefício.
Apesar de muitos questionamentos acerca da incidência de contribuição previdenciária
sobre o salário-maternidade, o STJ pacificou o entendimento acerca da citada incidência.

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Conforme entendimento do STJ, o salário-maternidade é verba de evidente natureza sala-


rial. Além disso, não há indício de incompatibilidade entre a incidência da contribuição
previdenciária sobre o salário maternidade e a CF, a qual, em seu art. 5º, I, assegura a
igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações. Ademais, o art. 7º, XX, da
CF assegura a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especí-
ficos, nos termos da lei, e, no que se refere ao salário-maternidade, por opção do legis-
lador infraconstitucional, a transferência do ônus referente ao pagamento dos salários,
durante o período de afastamento, constitui incentivo suficiente para assegurar a prote-
ção ao mercado de trabalho da mulher. Por fim, não é dado ao Poder Judiciário, a título de
interpretação, atuar como legislador positivo, a fim de estabelecer política protetiva mais
ampla e, desse modo, desincumbir o empregador do ônus referente à contribuição previ-
denciária incidente sobre o salário-maternidade, quando não foi esta a política legislativa.

Recentemente, o STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei Orgânica da


Seguridade Social (Lei n. 8.212/1991) que instituíam a cobrança da contribuição previdenciária
patronal sobre o salário-maternidade. A decisão, por maioria de votos, foi tomada no Recurso
Extraordinário (RE) 576967, com repercussão geral reconhecida (Tema 72).

Assim sendo, conforme entendimento do STF, por maioria, foi declarada, incidentalmente,
a inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o salário-ma-
ternidade, prevista no artigo 28, § 2º, da Lei 8.212/1991, e a parte final do seu parágrafo
9º, alínea ‘a’, em que se lê “salvo o salário-maternidade”.
A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “É inconstitucional a incidência de con-
tribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário-maternidade”.

Com base na recente decisão exarada pelo STF, foi publicado o Parecer SEI n. 18361/2020/
ME (parecer elaborado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) que entendeu que a ratio
decidendi (razão de decidir) do tema n. 72 não se aplica à contribuição previdenciária devi-
da pela empregada, na medida em que essa exação não foi objeto de julgamento do RE n.
576.967/RJ e possui contornos constitucionais e legais distintos do caso julgado, devendo-se
defender a validade dessa exação em juízo.
Dessa forma, para fins de provas preparatórias para concurso público, deve-se levar o se-
guinte entendimento acerca do salário-maternidade:

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Salário de Contribuição
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A segunda parcela integrante do salário de contribuição elencada pelo legislador são as


férias, inclusive o respectivo adicional de férias (1/3 constitucional).
Importante frisar que são parcelas integrantes os valores das férias gozadas e não as inde-
nizadas. As férias indenizadas e o respectivo adicional de férias (os quais também se tornam
indenizados) são considerados parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Outro ponto a ser abordado é que o adicional de férias (1/3 constitucional) sobre as férias
gozadas é parcela integrante do salário de contribuição. Tal adicional de férias não pode ser
confundido com o abono de férias.
O abono de férias é o período das férias que pode ser convertido em pecúnia (1/3 das fé-
rias que pode ser convertido em dinheiro).
Essa parcela é considerada uma indenização. Portanto, é uma parcela não integrante do
salário de contribuição.
Cabe apenas ressaltar que o STJ tem o entendimento no sentido de que o adicional de fé-
rias é parcela não integrante do salário de contribuição, mesmo quando decorrente de férias
gozadas, tendo em vista o seu caráter indenizatório.
Assim sendo, o citado tribunal superior entende que o terço constitucional de férias tem
por finalidade ampliar a capacidade financeira do trabalhador durante seu período de férias,
possuindo, portanto, natureza “compensatória/indenizatória”. Portanto, tendo em vista que a
importância paga a título de terço constitucional de férias não se destina a retribuir serviços
prestados nem configura tempo à disposição do empregador, é imperioso concluir que a im-
portância paga a título de terço constitucional de férias possui natureza indenizatória/compen-
satória, e não constitui ganho habitual do empregado, razão pela qual sobre ela não é possível
a incidência de contribuição previdenciária.
Entretanto, recentemente, o STF fixou a tese de que é legítima a incidência de contribuição
social sobre o valor satisfeito a título de 1/3 constitucional de férias ocorrendo um verdadeiro
“overrulling” (superação de precedente).

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal


Federal em, apreciando o tema 985 da repercussão geral, prover parcialmente o recurso
extraordinário interposto pela União, assentando a incidência de contribuição previdenci-
ária sobre valores pagos pelo empregador a título de terço constitucional de férias goza-
das e fixar a seguinte tese: “É legítima a incidência de contribuição social sobre o valor
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satisfeito a título de terço constitucional de férias”, nos termos do voto do relator e por
maioria, em sessão virtual, realizada de 21 a 28 de agosto de 2020, presidida pelo Minis-
tro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigrá-
ficas. (RE 1.072.485/PR)

A terceira parcela integrante do salário de contribuição elencada pelo legislador é a gra-


tificação natalina – décimo terceiro salário –, exceto para o cálculo do salário de benefício.

O décimo terceiro salário é parcela integrante do salário de contribuição para todos os


fins, professor?

Resposta: não, tendo em vista que o valor não entra no cálculo do benefício previdenciário!
Alguns benefícios previdenciários são calculados com base no salário de benefício. O salá-
rio de benefício consiste na média aritmética simples dos salários de contribuição correspon-
dentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da
contribuição, se posterior àquela competência.
Perceba que, quando se calcula o benefício previdenciário, que usa como base de cálculo
o salário de benefício, o 13º salário não entra no cálculo da média.
Cumpre mencionar os entendimentos jurisprudenciais que apenas ratificam a incidência
da contribuição previdenciária sobre o 13º salário, salvo para o cálculo do salário de benefício.

Súmula n. 688 do STF


É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário.
Súmula n. 83 da TNU
A partir da entrada em vigor da Lei n. 8.870/1994, o décimo terceiro salário não integra o
salário de contribuição para fins de cálculo do salário de benefício.

003. (CESPE/TCE-SC/2016) De modo geral, a base de cálculo da contribuição previdenciária


do empregado é o salário de contribuição. Conforme o STJ, no caso de a empregada estar rece-
bendo o benefício do salário-maternidade, a base de cálculo passa a ser o salário-maternidade.
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Perfeita a afirmativa! O salário-maternidade é o único benefício previdenciário que sofre a


incidência da contribuição previdenciária, sendo, portanto, considerado parcela integrante do
salário de contribuição, conforme prevê a Lei n. 8.212/1991. A base de cálculo é o próprio
valor do salário-maternidade. Cumpre informar que, recentemente, o STF declarou a incons-
titucionalidade de dispositivos da Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei n. 8.212/1991) que
instituíam a cobrança da contribuição previdenciária patronal sobre o salário-maternidade. A
decisão, por maioria de votos, foi tomada no Recurso Extraordinário (RE) 576967, com reper-
cussão geral reconhecida (Tema 72). A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte:

É inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o sa-


lário-maternidade.
Certo.

1.7. Parcelas Não Integrantes do Salário de Contribuição


As parcelas não integrantes estão elencadas no art. 28, § 9º, da Lei n. 8.212/1991.
As parcelas não integrantes do salário de contribuição, de forma resumida, podem ser
divididas em:

Feita essa sucinta análise, passa-se a estudar as hipóteses de parcelas não integrantes do
salário de contribuição elencadas no art. 28, § 9º, da Lei n. 8.212/1991.

§ 9º Não integram o salário de contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:


a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade;

Os benefícios previdenciários não integram o salário de contribuição, salvo o salário-


-maternidade.

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Portanto, sobre os valores de aposentadorias, pensões por morte, auxílios por incapacida-
de temporária (antigo auxílio-doença), entre outros, não há a incidência de contribuição pre-
videnciária.

b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei n. 5.929, de
30 de outubro de 1973;

Apenas literalidade.

c) a parcela “in natura” recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Minis-
tério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei n. 6.321, de 14 de abril de 1976;

Em relação à alimentação fornecida pela empresa a seus empregados, seguindo a lei e o


RPS, duas informações são importantíssimas. A primeira é a necessária adesão a ser feita pela
empresa no programa de alimentação do trabalhador (PAT). Além da necessária adesão ao
PAT, a empresa é obrigada a seguir os termos da Lei n. 6.321/1976.

Entretanto, apesar de a lei e o RPS determinarem a necessidade de que a empresa faça a de-
vida adesão ao PAT, a jurisprudência entende que o pagamento in natura da alimentação não
tem natureza salarial, de modo que não sofre a incidência da contribuição previdenciária, sen-
do o empregador inscrito ou não no PAT.

Assim sendo, seguindo o citado entendimento, a IN RFB n. 971/2009, especificamente no


seu art. 58, III, determina que é parcela não integrante do salário de contribuição o auxílio-a-
limentação, vedado o seu pagamento em dinheiro, retirando da sua redação a expressão “in
natura” e a necessidade de adesão ao PAT.
Ademais, a alimentação pode ser concedida pela própria empresa que mantém serviço
próprio, bem como a empresa pode firmar convênio com entidades que forneçam (cozinha
transportada, cozinha administrada ou fornecedora de cestas de alimentos e similares) ou
prestem serviços de alimentação (refeição convênio e alimentação convênio), podendo, ainda,
ser concedida a título gratuito ou a preço subsidiado.

Cabe frisar que a alimentação não pode ser concedida em dinheiro. Caso a empresa conceda
o valor da alimentação em dinheiro ou deposite o valor da alimentação na conta corrente do
trabalhador, esse valor será considerado parcela integrante do salário de contribuição.
Cabe, portanto, mencionar a Súmula n. 67 do Tribunal Nacional de Uniformização dos Juizados
Especiais Federais, que assim dispõe:

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O auxílio-alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado ao Regime Geral da Pre-


vidência Social integra o salário de contribuição e sujeita-se à incidência de contribuição
previdenciária.

d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional,


inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Conso-
lidação das Leis do Trabalho-CLT;

Como visto anteriormente, as férias gozadas e o respectivo adicional constitucional são


parcelas integrantes do salário de contribuição.
Entretanto, as férias indenizadas, as quais são pagas na rescisão do contrato de trabalho,
e o respectivo adicional de férias (os quais também se tornam indenizados) são considerados
parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Ademais, as férias devem ser concedidas nos 12 meses subsequentes (período concessi-
vo) à data em que o empregado tiver adquirido o direito (período aquisitivo).
Assim, quando as férias não são pagas nos 12 meses subsequentes à data em que o em-
pregado tiver adquirido o direito, elas devem ser pagas em dobro. Essa dobra da remuneração
de férias, por ter natureza indenizatória, é considerada parcela não integrante do salário de
contribuição.

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e) as importâncias:
1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não
optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço-FGTS;
3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT;
4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei n. 5.889, de 8 de junho de 1973;
5. recebidas a título de incentivo à demissão;
6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT;
7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário;
8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada;
9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º da Lei n. 7.238, de 29 de outubro de 1984;

Passa-se a estudar algumas parcelas indenizatórias mencionadas no art. 28, § 9º, “e” da
Lei n. 8.212/1991.
O item “5” menciona o incentivo à demissão. O incentivo à demissão é o conhecido progra-
ma de demissão voluntária, mais conhecido como o PDV.
O incentivo à demissão é considerado uma indenização. Portanto, não é parcela integran-
te do salário de contribuição.
O item “6” menciona o abono de férias. O abono de férias é o período das férias que pode
ser convertido em pecúnia (1/3 das férias que pode ser convertido em dinheiro).
Essa parcela é considerada uma indenização. Portanto, é uma parcela não integrante do
salário de contribuição.
Por fim, o item “7” menciona os ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados
do salário por força de lei.
Ganhos eventuais são valores concedidos por liberalidade pelo empregador, onde não há a
previsibilidade do recebimento. Uma vez que não existe a habitualidade na sua concessão, os
ganhos são considerados parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Já o abono é uma parcela, normalmente, concedida, tendo em vista as perdas inflacioná-
rias. Conforme entendimento jurisprudencial, tem a natureza salarial. Portanto, é parcela inte-
grante do salário de contribuição.
Assim, os abonos apenas serão considerados parcelas não integrantes quando forem ex-
pressamente desvinculados do salário por força de lei.
Em que pese o citado entendimento, atualmente, por meio da Lei n. 13.467/2017, a qual in-
seriu o art. 28, § 9º, “z”, na Lei n. 8.212/1991, qualquer tipo de abono é considerado parcela não
integrante do salário de contribuição. A citada alínea será estudada ainda na presente aula.

f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria;

O vale-transporte é uma conquista social do trabalhador, devendo, portanto, ser paga em


conformidade com a Lei n. 7.418/1985.

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Constitui benefício que o empregador antecipa ao trabalhador para utilização efetiva em


despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa. Trata-se de uma obrigação do
empregador, salvo se este proporcionar, por meios próprios ou contratados, o transporte do
empregado.
A Lei n. 7.418/1985 dispõe que o empregador participa dos gastos de deslocamento do
trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% de seu salário básico,
ou seja, o valor máximo de VT a ser descontado do empregado é de 6% do salário, ficando a
diferença a cargo do empregador.
Imagine o empregado de determinada empresa que recebe de salário base o valor de R$
1.500,00, necessitando de R$ 300,00 a título de vale-transporte para custear o seu descola-
mento residência-trabalho e vice-versa.
Assim, a participação do empregado no custeio do vale-transporte será de R$ 90,00 (6% x
RS 1.500,00), cabendo a empresa custear a parcela excedente, ou seja, o valor de R$ 210,00.
Dessa forma, caso o vale-transporte seja concedido em conformidade com a lei, será con-
siderado parcela não integrante do salário de contribuição.
A Lei n. 7.418/1985 veda a concessão do vale-transporte em pecúnia (dinheiro). Portanto,
caso o valor do vale-transporte fosse concedido em dinheiro, seria considerado parcela inte-
grante do salário de contribuição.

Entretanto, os mais recentes entendimentos jurisprudenciais vêm no sentido de que, mesmo


que a concessão seja em pecúnia, a parcela não será considerada salário de contribuição, ten-
do em vista o seu caráter indenizatório.

Com base nesses entendimentos jurisprudenciais, foi publicado no Diário Oficial da União
o Ato Declaratório da PGFN n. 04/2016, o qual declara que, reiterando a autorização de dispen-
sa de impugnação judicial decorrente da Súmula AGU n. 60/2011, fica autorizada a dispensa
de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpos-
tos, desde que inexista outro fundamento relevante nas ações fundadas no entendimento de
que não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale-transporte pago em pecúnia,
considerando o caráter indenizatório da verba.
Portanto, nos termos do art. 19, § 4º, da Lei n. 10.522/2002, a RFB não constituirá crédito
tributário em relação a matérias que, em virtude de jurisprudência pacífica do Supremo Tri-
bunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal
Superior Eleitoral, sejam objeto de ato declaratório do Procurador-Geral da Fazenda Nacional,
aprovado pelo Ministro de Estado da Fazenda. Portanto, a partir do citado ato declaratório da
PGFN, o vale-transporte, ainda que pago em pecúnia, é considerado parcela não integrante do
salário de contribuição.

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Tal entendimento já está devidamente positivado, estando previsto no art. 214, § 9º, VI, do
RPS, in verbis:

§ 9º Não integram o salário de contribuição, exclusivamente:


VI – a parcela recebida a título de vale-transporte, ainda que paga em dinheiro, na forma da legisla-
ção própria;

g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local


de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT;

A ajuda de custo, em parcela única, recebida em decorrência de mudança do local de tra-


balho não é considerada parcela integrante do salário de contribuição.
Atente para o fato da necessidade da sua concessão em parcela única. Caso a ajuda de
custo seja paga em mais de uma parcela, será considerada parcela integrante do salário de
contribuição.

Entretanto, apesar de a lei e o RPS determinarem a necessidade de que a ajuda de custo re-
cebida em decorrência de mudança do local de trabalho seja paga em parcela única para não
ser considerada parcela integrante do salário de contribuição, a IN RFB n. 971/2009, especifi-
camente no seu art. 58, VII, determina que é parcela não integrante, simplesmente, a ajuda de
custo. Portanto, qualquer ajuda de custo passa a ser considerada parcela não integrante do
salário de contribuição.

h) as diárias para viagens;

Em relação às diárias para viagens, a legislação previdenciária sofreu uma relevante al-
teração no seu texto, modificando, substancialmente, o tratamento dado à citada rubrica. Tal
alteração ocorreu por meio da Lei n. 13.467/2017.
Antes da citada alteração, as diárias para viagens, desde que não excedessem a 50% da
remuneração mensal do empregado, seriam consideradas parcelas ressarcitórias. Portanto,
seriam consideradas parcelas não integrantes do salário de contribuição.

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Resume-se, por meio de um esquema ilustrativo, o tratamento que era dado as diárias para
viagens, antes da recente alteração na legislação previdenciária.

Com a nova redação implementada pela Lei n. 13.467/2017 no art. 28, § 9º, “h”, da Lei n.
8.212/1991, não existe mais a necessidade de análise do percentual das diárias em relação à
remuneração mensal do segurado, uma vez que as diárias, independentemente do percentual
das mesmas em relação à remuneração do segurado, são consideradas parcelas não integran-
tes do salário de contribuição.
A alteração legislativa é louvável, pois, uma vez que efetivamente ocorra a viagem do se-
gurado, o valor realmente não deve sofrer a incidência da contribuição previdenciária, já que
visa apenas ressarcir valores gastos pelo segurado. Portanto, tais valores não visam integrar o
patrimônio do trabalhador, uma das características básicas das parcelas integrantes do salário
de contribuição.
Por fim, cabe explicar a forma que as empresas adotam quando seus empregados viajam
à sua disposição, no intuito de ressarcir os gastos com o deslocamento, estada, alimentação...
Quando o segurado empregado viaja à disposição do empregador, duas sistemáticas po-
dem ser utilizadas.
Ou a empresa utiliza a sistemática de diárias, ou a empresa utilizada a sistemática de des-
pesas de viagens.

Em relação às diárias para viagens, independentemente do percentual das mesmas em rela-


ção à remuneração do segurado, estas são consideradas parcelas não integrantes do salário
de contribuição.

Quando a sistemática utilizada pela empresa for a de despesas de viagens, deve ser ve-
rificado se as despesas foram ou não comprovadas. Se as despesas forem comprovadas,
trata-se de uma parcela ressarcitória. Portanto, não integram o salário de contribuição. Já
se as despesas não forem comprovadas, trata-se de uma parcela remuneratória. Portanto,
integram o salário de contribuição.

Exemplo: imagine um empregado que viaja a serviço da empresa, gastando o valor de R$


2.000,00, devidamente comprovado com notas fiscais. No retorno à empresa, ele demonstrou
essas notas fiscais e a empresa ressarciu esses valores.

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Perceba que o valor não integrou o patrimônio do trabalhador, pois o empregado gastou os
R$ 2.000,00 e foi ressarcido no valor de R$ 2.000,00.
Atualmente, as empresas têm utilizado a sistemática de despesas de viagens por meio da
utilização de cartão corporativo, as quais são devidamente comprovadas por meio da fatura
do cartão.
Veja as citadas diferenças por meio de um esquema ilustrativo.

i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando


paga nos termos da Lei n. 6.494, de 7 de dezembro de 1977;

A lei que regulamenta o estágio é a Lei n. 11.788/2008, que, entre outras exigências, de-
termina a necessidade de celebração termo de compromisso com a instituição de ensino e
o educando, ou a necessidade de se contratar em favor do estagiário seguro contra aciden-
tes pessoais.

Exemplo: imagine uma empresa contratando um estagiário sem celebrar o termo de compro-
misso ou sem contratar um seguro de acidentes pessoais a favor do estagiário.

Nessa situação, estará contratando em desconformidade com a lei, fazendo com que esse
estagiário seja enquadrado como segurado obrigatório do RGPS na qualidade de segurado
empregado.
Nessa situação, a bolsa de complementação educacional de estagiário é considerada par-
cela integrante do salário de contribuição.
Entretanto, o estagiário pode ser contratado em conformidade com a lei.
Nessa situação, o estagiário, caso queira, poderá contribuir para o RGPS como segurado
facultativo, não sendo o valor recebido a título de bolsa de complementação educacional de
estagiário considerado parcela integrante do salário de contribuição.

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j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei
específica;

A participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa é uma conquista so-


cial que, assim como a alimentação e o vale-transporte, deve ser paga ou creditada de acordo
com a lei específica. A lei que regulamenta essa conquista social é a Lei n. 10.101/2000.

Para a concessão da participação nos lucros ou resultados, a empresa, necessariamente,


deverá ter lucro, professor?

Não, tendo em vista que a concessão poderá ser feita com base nos resultados da empre-
sa. Resultados são metas a serem atingidas.
Dessa forma, a Lei n. 10.101/2000 estipula as regras para a concessão da participação nos
lucros ou resultados.
A primeira regra estipulada na Lei n. 10.101/2000 é a de que a participação nos lucros ou
resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados.
Tal acordo poderá ser feito por uma comissão paritária escolhida pelas partes, integrada,
também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria, ou por meio de
convenção ou acordo coletivo.
Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas
quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive
mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, perio-
dicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser
considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições:
• Índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa;
• Programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente.

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Por fim, a Lei n. 10.101/2000 determina que é vedado o pagamento de qualquer antecipa-
ção ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa
em mais de 2 vezes no mesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 trimestre civil.
Recentemente, a Lei n. 10.101/2000 foi alterada pela Lei n. 14.020/2020. Tal alteração se
refere ao pagamento da participação nos lucros ou resultados com inobservância da mencio-
nada regra da periodicidade, invalidando exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo
com a norma.
Assim sendo, alterando o entendimento pretérito, que determinava que o pagamento em
desconformidade com a Lei n. 10.101/2000 determinava a incidência da contribuição previ-
denciária sobre a totalidade paga da PLR, atualmente, a inobservância à regra da periodicidade
invalida exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo com a norma, assim entendidos:
• Os pagamentos excedentes ao segundo, feitos a um mesmo empregado, no mesmo ano
civil; e
• Os pagamentos efetuados a um mesmo empregado, em periodicidade inferior a 1 tri-
mestre civil do pagamento anterior.

l) o abono do Programa de Integração Social-PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Públi-


co-PASEP;

Apenas literalidade.

m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao


empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de
obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de
proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho;

Nessa alínea, cabe apenas ressaltar o exemplo que está sendo dado em relação a valores
pagos para o trabalho (necessários para a execução do trabalho) e não pelo trabalho (para a
satisfação do segurado).
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Exemplo: imagine trabalhadores que trabalhem em plataformas de petróleo. Tal atividade exige
transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa. Esses valores, tendo em vista
serem para o trabalho, não são considerados parcelas integrantes do salário de contribuição.

n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, desde


que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;

O auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) é um benefício previdenci-


ário concedido quando o segurado é acometido de uma incapacidade temporário para o seu
trabalho em período superior a 15 dias consecutivos.
O auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) é calculado com base no
salário de benefício, que consiste na média aritmética simples dos salários de contribuição
correspondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde
o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Entretanto, o valor do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) não é o
resultado dessa média, mas sim 91% sobre o valor decorrente desse cálculo.

Exemplo: imagine, portanto, um segurado que durante toda a sua vida recebeu um valor equi-
valente a R$ 2.000,00.
Calculando o seu salário de benefício, encontraremos o valor de R$ 2.000,00. Entretanto, o
valor do benefício será 91% x R$ 2.000,00, ou seja, R$ 1.820,00.

Perceba que o segurado, exercendo a sua atividade, recebe da empresa o valor de R$


2.000,00. Entretanto, se passar a receber o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-
-doença), receberá o valor de R$ 1.820,00. Ou seja, o segurado acaba tendo uma perda.
Para que isso não ocorra, a empresa pode conceder a seus empregados a complementa-
ção do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), que consiste na diferença
da remuneração auferida na empresa e o valor do auxílio por incapacidade temporária (antigo
auxílio-doença), que, no caso prático, seria de R$ 180,00.
Se a complementação do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) for
extensiva a todos, não será considerada parcela integrante do salário de contribuição.
Em contrapartida, se a complementação não for extensiva a todos, o valor será considera-
do parcela integrante do salário de contribuição.

o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata o


art. 36 da Lei n. 4.870, de 1º de dezembro de 1965;

Apenas literalidade.

p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previ-
dência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e
dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT;

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O valor das contribuições efetivamente pago pela empresa relativo a programa de previ-
dência complementar não é parcela integrante do salário de contribuição, desde que esse
benefício seja extensivo a todos.
Caso o benefício não seja extensivo a todos, será considerado parcela integrante do salá-
rio de contribuição.

q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa
ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos
ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares;

Mais uma recente alteração na legislação previdenciária, a qual foi implementada por meio
da Lei n. 13.467/2017.
Antes da citada alteração, o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou
odontológico, próprio da empresa ou com ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas
com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras
similares era considerado parcela não integrante do salário de contribuição, desde que esse
benefício fosse extensivo a todos.
Portanto, tal concessão não poderia ser fornecida em razão de cargo ou função.
Imagine, portanto, uma empresa que concedia um plano que dava acesso apenas a en-
fermaria para o pessoal que trabalhava diretamente na linha de produção. Além desse plano,
concedia plano que dava direito a quarto para o pessoal da supervisão. Concedia, ainda, plano
que dava acesso a uma rede diferenciada (melhores hospitais) para o pessoal que exercia a
função de gerência. Por fim, concedia plano que dava acesso a atendimento em rede interna-
cional para os diretores.
Dessa forma, a empresa não estava tendo um tratamento equânime (igualitário) entre seus
empregados, fornecendo o plano de saúde em razão de cargo ou função.
Portanto, o benefício concedido era considerado parcela integrante do salário de
contribuição.
Atualmente, isso não ocorre mais. Com a recente alteração na redação do art. 28, § 9º,
“q”, da Lei n. 8.212/1991, não há mais a necessidade que a cobertura abranja a totalidade dos
empregados e dirigentes da empresa.
Conforme preceitua o art. 458, § 5º, da CLT, o valor relativo à assistência prestada por ser-
viço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medica-
mentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e ou-
tras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas,
não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para
efeitos do previsto na alínea q do § 9º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991.

r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado


e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;

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Nesse inciso, cabe apenas ressaltar o exemplo que está sendo dado em relação a valores
pagos para o trabalho (necessários para a execução do trabalho) e não pelo trabalho (para a
satisfação do segurado).
Tem-se, como exemplo, os EPIs (protetores auriculares para atenuar a exposição ao agen-
te nocivo ruído, ou capacetes e botas na construção civil), além de uniformes necessários a
execução do serviço.
Esses valores, tendo em vista serem para o trabalho, não são considerados parcelas inte-
grantes do salário de contribuição.

s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago em


conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade, quan-
do devidamente comprovadas as despesas realizadas;

Despesa pelo uso de veículo próprio é parcela ressarcitória, desde que as despesas sejam
devidamente comprovadas. Nessa situação, as despesas serão consideradas parcelas não
integrantes do salário de contribuição.
Já, caso as despesas não sejam comprovadas serão consideradas parcelas integrantes
do salário de contribuição.

O reembolso creche deve observar certas regras: limite de idade máximo de 6 anos da
criança e despesas devidamente comprovadas.
Uma vez observadas tais regras, o reembolso creche não é parcela integrante do salário
de contribuição.
Tal entendimento é consolidado na jurisprudência, nos termos do enunciado da Súmula n.
310 do STJ, in verbis:

Súmula n. 310 do STJ


O auxílio-creche não integra o salário de contribuição.

É importante frisar que o RPS menciona a situação no reembolso babá, tendo a seguinte
redação no art. 214, § 9º, XXIV:

XXIV – o reembolso babá, limitado ao menor salário de contribuição mensal e condicionado à com-
provação do registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social da empregada, do pagamento da
remuneração e do recolhimento da contribuição previdenciária, pago em conformidade com a legis-
lação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança; e

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Perceba que o reembolso babá possui limite de valor (menor salário de contribuição men-
sal), comprovação de registro na CTPS da empregada doméstico, pagamento da remunera-
ção e do recolhimento da contribuição previdenciária e o limite máximo de 6 anos de idade
da criança.
Uma vez observadas tais regras, o reembolso babá não é parcela integrante do salário de
contribuição.

t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empre-
gados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à
educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, e:
não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e
2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não ultra-
passe 5% (cinco por cento) da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente
a uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do salário de contribuição, o que for maior;

O art. 28, § 9º, “t”, da Lei n. 8.212/1991 teve a sua redação alterada pela Lei n. 12.513/2011.
Com base na nova redação, o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que
vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às ativida-
des desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados, nos
termos da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e:
• não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e
• o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente,
não ultrapasse 5% da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspon-
dente a uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do salário de contribuição, o
que for maior.

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u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente até quatorze


anos de idade, de acordo com o disposto no art. 64 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990;

Tendo em vista a redação dada pela EC n. 20/1998 ao art. 7º, XXXIII da CF/1988, é proibido
o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 e de qualquer trabalho a menores
de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos.
Portanto, não existe a possibilidade de bolsa de aprendizagem para o menor aprendiz até
os 14 anos, uma vez que só é possível a condição de menor aprendiz a partir dos 14 anos.
Dessa forma, o art. 28, § 9º, “u”, da Lei n. 8.212/1991 não foi recepcionado pela EC n.
20/1998, uma vez que é incompatível materialmente com a redação atual da CF/1988, tendo
sido, por consequência, revogado.

v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;

Apenas literalidade.

x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT.

As parcelas constantes do instrumento de rescisão do contrato de trabalho devem ser


pagas até o 1º dia útil imediato ao término do contrato; ou até o 10º dia, contado da data da
notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dis-
pensa de seu cumprimento.
Quando as parcelas não são pagas nesses prazos, incide uma multa a favor do empregado.
Tal multa é considerada uma indenização. Portanto, é parcela não integrante do salário de
contribuição.

y) o valor correspondente ao vale-cultura.

O vale-cultura é um benefício criado pela Lei n. 12.761/2012, destinado a fornecer aos tra-
balhadores meios para o exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura.

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Assim, será disponibilizado aos usuários das empresas beneficiárias, que são as pessoas
jurídicas optantes pelo Programa de Cultura do Trabalhador e autorizadas a distribuir o vale-
-cultura a seus trabalhadores com vínculo empregatício.
Até o exercício de 2017, ano-calendário de 2016, o valor despendido a título de aquisição
do vale-cultura poderá ser deduzido do imposto sobre a renda devido pela pessoa jurídica be-
neficiária tributada com base no lucro real.
Portanto, conforme preceitua o art. 28, § 9º, alínea “y” da Lei n. 8.212/1991, o valor corres-
pondente ao vale-cultura é parcela não integrante do salário de contribuição.

z) os prêmios e os abonos.

Em relação a essa alínea, vale mencionar o disposto no art. 457, § 2º da CLT, in verbis:

§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, ve-
dado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remunera-
ção do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência
de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.

A MP n. 808/2017 retirou a expressão “abonos” do citado dispositivo.


Vamos entender a lógica de ter sido “tentada” a retirada da expressão “abonos” do art. 457,
§ 2º, da CLT, por meio da MP n. 808/2017.
Pela visão trabalhista, abono é uma antecipação salarial, em regra, em função da perda
provocada pela alta inflação. Portanto, de forma inegável, possui natureza salarial, sendo, por
consequência, parcela integrante do salário de contribuição. Não há lógica o citado dispositi-
vo retirar a natureza salarial dos abonos. Caso isso ocorra, inegavelmente, os empregadores
passarão a remunerar seus empregados por meio de um salário base ínfimo (salário-mínimo),
pagando todos os demais valores a título de abono. Ademais, questiona-se: qual é o conceito
de abono, nos termos da CLT? Não existe!
Dessa forma, conforme já mencionado, a MP n. 808/2017 “tentou” retirar a expressão “abo-
nos” do art. 457, § 2º, da CLT. Entretanto, a MP perdeu a sua validade por decurso de prazo.
Assim sendo, conforme previsto na CLT, o abono não integra a remuneração do empregado,
não se incorpora ao contrato de trabalho e não constitui base de incidência de qualquer encar-
go trabalhista e previdenciário.
Em relação aos prêmios, não há controvérsias, pois, conforme determina o art. 457, § 4º, da
CLT, consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens,
serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempe-
nho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.
Tais valores não são considerados parcelas integrantes do salário de contribuição.
Portanto, conforme determina o art. 28, § 9º, “z”, da Lei n. 8.212/1991, em consonância
com a redação do art. 457, § 2º, da CLT, prêmios e abonos são considerados parcelas não in-
tegrantes do salário de contribuição.

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aa) os valores recebidos a título de bolsa-atleta, em conformidade com a Lei n. 10.891, de 9 de julho
de 2004.

Conforme determina a Lei n. 10.891/2004, a Bolsa-Atleta é um valor concedido priorita-


riamente aos atletas de alto rendimento das modalidades olímpicas e paraolímpicas filiadas,
respectivamente, ao Comitê Olímpico Brasileiro – COB ou ao Comitê Paraolímpico Brasileiro
– CPB e, subsidiariamente, aos atletas das modalidades que não fazem parte do programa
olímpico ou paraolímpico.
Tais valores, conforme preceitua o art. 28, § 9º, “aa” da Lei n. 8.212/1991, são considerados
parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Para terminar todo o estudo dos dispositivos que mencionam parcelas não integrantes do
salário de contribuição, cabe mencionar o art. 214, § 9º, XXV do RPS, in verbis:
XXV – o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio
de seguro de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho
e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts.
9º e 468 da Consolidação das Leis do Trabalho.
O valor das contribuições efetivamente pago pela empresa relativo a prêmio de seguro de
vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho, não é par-
cela integrante do salário de contribuição, desde que esse benefício seja extensivo a todos.
Caso o benefício não seja extensivo a todos, será considerado parcela integrante do salá-
rio de contribuição.

004. (CESPE/DPU/ANALISTA/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2016) Segundo a legislação vi-


gente, deve haver incidência de contribuição previdenciária sobre importância recebida a título
de incentivo à demissão voluntária e abono de férias.

Tanto o incentivo à demissão quanto o abono de férias (período das férias que pode ser con-
vertido em pecúnia) são parcelas indenizatórias. Portanto, não sofrem a incidência da contri-
buição previdenciária.
Errado.

1.8. Observações Finais


Por fim, duas observações são necessárias.
A primeira se refere aos valores recebidos pelo ministro de confissão religiosa, membros
de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister
religioso ou para sua subsistência. Tais valores são considerados remuneração?

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Resposta: não, desde que fornecidos em condições que independam da natureza e da


quantidade do trabalho executado.
Entretanto, caso os valores recebidos dependam da natureza e da quantidade do trabalho
executado, serão considerados remuneração.

Por meio da Lei n. 13.137/2015, foi dada uma interpretação acerca do explicado acima,
tendo o legislador determinado, no art. 21, § 14º, da Lei n. 8.212/1991, que os critérios infor-
madores dos valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacio-
nal aos ministros de confissão religiosa, membros de vida consagrada, de congregação ou de
ordem religiosa não são taxativos e sim exemplificativos e que os valores despendidos, ainda
que pagos de forma e montante diferenciados, em pecúnia ou a título de ajuda de custo de
moradia, transporte, formação educacional, vinculados exclusivamente à atividade religiosa
não configuram remuneração direta ou indireta.
A segunda se refere a uma aposentadoria precedida de auxílio-acidente. Para entender tal
caso, há que se fazer uma breve explicação em relação ao auxílio-acidente.
O auxílio-acidente é uma indenização concedida pela previdência social aos segurados
empregados, empregados domésticos, trabalhadores avulsos e segurados especiais em razão
de um acidente de qualquer natureza, o qual resulta em uma sequela definitiva que implique na
redução da capacidade laborativa do segurado.
O início da concessão do auxílio-acidente é o dia seguinte à cessação do auxílio por incapa-
cidade temporária (antigo auxílio-doença). Portanto, antes do recebimento do auxílio-acidente,
o segurado ficará em gozo do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), para
fins de acompanhamento da consolidação das sequelas e a consequente redução da capaci-
dade laborativa.
Acompanhado por perícias, em uma delas, o segurado é liberado para retornar à atividade.
Entretanto, tendo em vista a sequela definitiva cumulada com a redução da capacidade labo-
rativa, o segurado será indenizado pelo INSS, recebendo, por consequência, o auxílio-acidente.
Perceba que o segurado retornou à atividade, ou seja, voltou a auferir remuneração, e ainda
recebe ao mesmo tempo o auxílio-acidente do INSS.
Assim, conclui-se que o auxílio-acidente não visa substituir a remuneração do segurado,
mesmo porque ele volta a trabalhar. O intuito é apenas complementar a remuneração do segurado,

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tendo em vista a sequela definitiva cumulada com a redução da capacidade laborativa. Portan-
to, o auxílio-acidente pode ser inferior a 1 salário-mínimo.
Visualiza-se o explicado por meio de um esquema ilustrativo.

A pergunta que surge é a seguinte: e quando o segurado se aposentar? Poderá ele cumu-
lar o auxílio-acidente com o valor da aposentadoria, professor?

Não, uma vez que o auxílio-acidente entra no cálculo da aposentadoria “como se fosse”
salário de contribuição.

Perceba que o auxílio-acidente não é salário de contribuição, pois só existe um benefício


previdenciário que é parcela integrante do salário de contribuição que é o salário-maternidade.
Todos os demais são considerados parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Apenas para se calcular a aposentadoria precedida de auxílio-acidente é que o benefício
entra no cálculo “como se fosse” salário de contribuição.
Portanto, o auxílio-acidente nunca poderá ser cumulado com aposentadoria, salvo direito
adquirido, pois ele já entrou no cálculo da aposentadoria.
Chegamos ao fim da parte teórica da nossa Aula 04. Faça com atenção os exercícios pro-
postos, pois são uma ferramenta valiosa para a fixação do conteúdo. Bons estudos e até a
nossa próxima aula.

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RESUMO

Entende-se por salário de contribuição:


• i) Para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais em-
presas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a
qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua
forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adian-
tamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados,
quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa;
• ii) Para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira Profissional e/
ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observados os limites mínimo e máxi-
mo;
• iii) Para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou
pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observados os limites
mínimo e máximo;
• iv) Para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observados os limites mínimo
e máximo.

Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no curso


do mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efetivo, na
forma estabelecida em regulamento.
Para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, o limite mí-
nimo do salário de contribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da categoria
ou, inexistindo este, ao salário-mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, confor-
me o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.
Já o limite mínimo do salário de contribuição para os segurados contribuinte individual e
facultativo corresponde ao salário-mínimo.
O limite máximo do salário de contribuição é o mesmo para todos os segurados, sendo
estipulado por meio de uma Portaria do Ministério da Economia. Atualmente, o limite máximo
do salário de contribuição é de R$ 6.433,57.
Constituem parcelas integrantes do salário de contribuição elencadas na Lei n. 8.212/1991:
• i) Salário-maternidade;
• ii) Férias e o respectivo adicional constitucional;
• iii) Gratificação natalina – décimo terceiro salário –, exceto para o cálculo do salário de
benefício.

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As parcelas não integrantes estão elencadas no art. 28, § 9º, da Lei n. 8.212/1991.
Constituem parcelas não integrantes do salário de contribuição elencadas na Lei n.
8.212/1991:
• i) Benefícios previdenciários, exceto o salário-maternidade;
• ii) Parcelas indenizatórias;
• iii) Parcelas ressarcitórias, quando devidamente comprovadas;
• iv) Conquistas sociais, quando pagas em conformidade com a lei;
• v) Outras conquistas, quando extensivas a todos.

As parcelas não integrantes do salário de contribuição, de forma resumida, podem ser di-
vididas em:

O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário de contribuição, para fins de cálculo


do salário de benefício de qualquer aposentadoria.

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QUESTÕES DE CONCURSO
005. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Roberto é emprega-
do da empresa XYZ ME há trinta anos e pretende requerer ao INSS, em 1º/10/2018, a conces-
são de aposentadoria por tempo de contribuição.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
O salário de contribuição de Roberto corresponde ao valor de sua remuneração, respeitados
os limites mínimo e máximo desse salário.

O salário de contribuição para o segurado empregado é a remuneração auferida em uma ou


mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados
a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua for-
ma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo
à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ain-
da, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Tal base de cálculo
possui limites mínimo e máximo. Para o segurado empregado, o limite mínimo do salário de
contribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este,
ao salário-mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o
tempo de trabalho efetivo durante o mês. Já o limite máximo é estabelecido em Portaria do
Ministério da Economia, sendo, atualmente, no valor de R$ 6.433,57.
Certo.

006. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Acerca do custeio da


seguridade social, julgue o próximo item.
O salário de contribuição de segurado empregado deverá corresponder à integralidade de uma
remuneração auferida durante o mês de trabalho.

O salário de contribuição para o segurado empregado é a remuneração auferida em uma ou


mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados
a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua for-
ma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo
à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ain-
da, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Tal base de cálculo
possui limite máximo, o qual, atualmente, está no valor de R$ 6.433,57. Portanto, ainda que o
segurado empregado venha a receber da empresa uma remuneração de R$ 10.000,00, a alíquota

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Salário de Contribuição
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de contribuição irá incidir apenas em relação ao limite máximo, ou seja, em relação ao valor de
R$ 6.433,57.
Errado.

007. (CESPE/INSS/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL/2016) A contribuição do segurado em-


pregado e a do trabalhador doméstico recaem sobre o valor dos seus salários de contribuição,
até um teto máximo fixado por lei.

Perfeita a afirmativa! A alíquota de contribuição do segurado empregado, assim como do em-


pregado doméstico, incide sobre o valor dos seus salários de contribuição, devendo ser respei-
tado o limite máximo, o qual, atualmente, está no valor de R$ 6.433,57.
Certo.

008. (CESPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2014) No que se refere ao Regime


Geral de Previdência Social (RGPS), julgue os itens seguintes.
Para o empregado doméstico, considera-se salário de contribuição a remuneração registrada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as disposições normativas pertinentes.

Perfeita a afirmativa! O salário de contribuição para o empregado doméstico é a remuneração


registrada na Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observa-
dos os limites mínimo e máximo.
Certo.

009. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Zilda mantem vínculo empregatí-


cio com a empresa Y e com a empresa Z, das quais recebe remuneração mensal equivalente
a dois e três salários-mínimos, respectivamente. Nessa situação, a contribuição previdenciária
de Zilda deverá incidir sobre os valores recebidos de ambos os empregos.

Entende-se por salário de contribuição do segurado empregado a remuneração auferida em


uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou cre-
ditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a
sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adianta-
mentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato
ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Assim sendo,
Zilda irá contribuir sobre os valores recebidos em ambos os empregos.
Certo.

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Salário de Contribuição
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010. (CESPE/DETRAN-ES/ADVOGADO/2010) O salário de contribuição é um instituto de di-


reito previdenciário inaplicável ao segurado facultativo que não exerce atividade remunerada.

O conceito de salário de contribuição para o segurado facultativo é o valor por ele declarado,
observados os limites mínimos e máximos.
Errado.

011. (CESPE/IPAJM/ADVOGADO/2006) Antônio trabalha como frentista em posto de gaso-


lina recebendo remuneração equivalente ao piso salarial de sua categoria profissional, que
corresponde ao salário-mínimo, acrescido de salário in natura (moradia), totalizando o valor
de R$ 475,00. Nessa situação, o valor do salário de contribuição de Antônio corresponde ao
salário-mínimo e não ao piso salarial da categoria profissional.

Para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, o limite mínimo


do salário de contribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou,
inexistindo este, ao salário-mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme
o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. Portanto, existindo o piso salarial da
categoria profissional, este deverá ser devidamente respeitado!
Errado.

012. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2013) Carlos advoga-


va para diversas empresas na justiça do trabalho, sem manter vínculo de emprego, auferindo
valores fixos mensais de cada uma delas. Nessa situação, o salário de contribuição de Car-
los corresponde à soma de todas as remunerações percebidas, independentemente de qual-
quer limite.

O salário de contribuição para o contribuinte individual é a remuneração auferida em uma ou


mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observa-
dos os limites mínimo e máximo. Portanto, há que ser observado o limite máximo do salário
de contribuição, o qual, atualmente, está no valor de R$ 6.433,57.
Errado.

013. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Gustavo inscreveu-se na previ-


dência social na condição de segurado facultativo. Nessa situação, o salário de contribuição
de Gustavo deverá variar entre um salário-mínimo e o teto máximo fixado em portaria inter-
ministerial.

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Salário de Contribuição
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O limite mínimo do salário de contribuição para o segurado facultativo é o valor do salário-mí-


nimo, enquanto o limite máximo do salário de contribuição para o segurado facultativo, assim
como para os demais segurados, é fixado em portaria do Ministério da Economia, sendo, atu-
almente, o valor de R$ 6.433,57.
Certo.

014. (CESPE/DPU/ANALISTA/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2016) Segundo a legislação vi-


gente, deve haver incidência de contribuição previdenciária sobre importância recebida a título
de incentivo a demissão voluntária e abono de férias.

Tanto o incentivo à demissão, quanto o abono de férias (período das férias que pode ser con-
vertido em pecúnia), são parcelas indenizatórias. Portanto, não sofrem a incidência da contri-
buição previdenciária.
Errado.

015. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) Bruna, empregada da empresa


Vargas & Vargas Cia. Ltda., entrou em gozo de licença-maternidade. Nessa situação, haverá
incidência da contribuição previdenciária sobre o valor recebido por Bruna a título de salário-
-maternidade.

O salário-maternidade é o único benefício previdenciário que sofre a incidência da contribui-


ção previdenciária, sendo, portanto, considerado parcela integrante do salário de contribuição.
Cumpre informar que, recentemente, o STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivos
da Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei n. 8.212/1991) que instituíam a cobrança da contri-
buição previdenciária patronal sobre o salário-maternidade. A decisão, por maioria de votos,
foi tomada no Recurso Extraordinário (RE) 576967, com repercussão geral reconhecida (Tema
72). A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte:

É inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador


sobre o salário-maternidade.

Certo.

016. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2016) O contrato de trabalho de Carlos,


empregado da empresa L & M Ltda., foi rescindido antes que ele pudesse usufruir de férias venci-
das. Nessa situação, haverá a incidência de contribuição previdenciária sobre a importância
paga a título de indenização das férias vencidas e sobre o respectivo adicional constitucional.
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Salário de Contribuição
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As férias indenizadas e o respectivo adicional constitucional, por terem a natureza indeniza-


tória, são consideradas parcelas não integrantes do salário de contribuição. Portanto, não so-
frem a incidência de contribuição previdenciária.
Errado.

017. (CESPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2014) Não é considerado salário


de contribuição o salário-maternidade.

Os benefícios previdenciários são parcelas não integrantes do salário de contribuição, salvo


o salário-maternidade. Portanto, o salário-maternidade é o único benefício previdenciário que
sofre a incidência de contribuição previdenciária, sendo considerado parcela integrante do sa-
lário de contribuição. Cumpre informar que, recentemente, o STF declarou a inconstitucionali-
dade de dispositivos da Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei n. 8.212/1991) que instituíam a
cobrança da contribuição previdenciária patronal sobre o salário-maternidade. A decisão, por
maioria de votos, foi tomada no Recurso Extraordinário (RE) 576967, com repercussão geral
reconhecida (Tema 72). A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte:

É inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador


sobre o salário-maternidade.

Errado.

018. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2013) De acordo com


as normas constitucionais e legais acerca do financiamento da seguridade social, julgue o
item seguinte.
Integram o salário de contribuição que equivale à remuneração auferida pelo empregado, as
parcelas referentes ao salário e às férias, ainda que indenizadas.

As férias indenizadas e o respectivo adicional constitucional, por terem a natureza indeniza-


tória, são consideradas parcelas não integrantes do salário de contribuição. Portanto, não so-
frem a incidência de contribuição previdenciária.
Errado.

019. (CESPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2013) As gorjetas não integram o salário de


contribuição do segurado empregado filiado ao RGPS, assim como também não o integra a
parcela recebida a título de vale-transporte.

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Salário de Contribuição
Bernardo Machado

O salário de contribuição para o segurado empregado e para o trabalhador avulso é a remu-


neração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho,
qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de uti-
lidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos
da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença nor-
mativa. Portanto, as gorjetas possuem natureza remuneratória, sendo, por consequência, con-
sideradas parcelas integrantes do salário de contribuição. Entretanto, o vale-transporte é uma
conquista social do trabalhador, devendo ser paga em conformidade com a lei. Dessa forma,
caso o vale-transporte seja concedido em conformidade com a lei, será considerado parcela
não integrante do salário de contribuição, não sofrendo, por consequência, a incidência de con-
tribuição previdenciária. Tal entendimento já está devidamente positivado, estando previsto no
art. 214, § 9º, VI, do RPS.
Errado.

020. (CESPE/TRT-5ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2013) Assinale a opção


correspondente a remuneração considerada para o cálculo do salário de contribuição.
a) importâncias recebidas a título de adicional constitucional de férias.
b) importâncias recebidas a título de incentivo à demissão.
c) salário-maternidade.
d) benefícios da previdência social.
e) importâncias recebidas a título de férias indenizadas.

Os benefícios previdenciários são parcelas não integrantes do salário de contribuição, salvo


o salário-maternidade. Portanto, o salário-maternidade é o único benefício previdenciário que
sofre a incidência de contribuição previdenciária, sendo considerado parcela integrante do sa-
lário de contribuição. Todas as demais afirmativas elencam parcelas indenizatórias, as quais
são consideradas parcelas não integrantes do salário de contribuição, não sofrendo, por con-
sequência, a incidência de contribuição previdenciária. Cumpre informar que, recentemente, o
STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei
n. 8.212/1991) que instituíam a cobrança da contribuição previdenciária patronal sobre o sa-
lário-maternidade. A decisão, por maioria de votos, foi tomada no Recurso Extraordinário (RE)
576967, com repercussão geral reconhecida (Tema 72). A tese de repercussão geral fixada foi
a seguinte:

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Salário de Contribuição
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É inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador


sobre o salário-maternidade.

Todas as demais afirmativas elencam parcelas não integrantes do salário de contribuição.


Letra c.

021. (CESPE/PREVIC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2011) Os


ganhos habituais do empregado, inclusive o valor pago, em dinheiro, a título de vale-transporte,
incorporam-se ao seu salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente reper-
cussão em benefícios.

Conforme determina o art. 201, § 11º, da CF/1988, os ganhos habituais do empregado, a qual-
quer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conse-
quente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. Em relação ao vale-transporte,
este é uma conquista social do trabalhador, devendo ser pago em conformidade com a lei.
Caso o vale-transporte seja concedido em conformidade com a lei, será considerado parcela
não integrante do salário de contribuição, não sofrendo, por consequência, a incidência de con-
tribuição previdenciária. A lei que regulamenta a concessão do vale-transporte não permite o
pagamento em pecúnia. Portanto, em tese, por ser pago em pecúnia, contrariando o disposto
na lei, e, ainda, por ser um ganho habitual, este deveria ser considerado parcela integrante do
salário de contribuição. Entretanto, conforme os mais recentes entendimentos jurispruden-
ciais, o vale-transporte quando pago em pecúnia é considerado parcela não integrante do salá-
rio de contribuição, tendo em vista o seu caráter indenizatório, não sofrendo, por consequência,
a incidência de contribuição previdenciária. Tal entendimento já está devidamente positivado,
estando previsto no art. 214, § 9º, VI, do RPS.
Errado.

022. (CESPE/CEF/ADVOGADO/2010) Considerando que o limite máximo do salário de con-


tribuição, a partir de 1º/1/2010, é de R$ 3.416,54, assinale a opção correta de acordo com a
legislação previdenciária de regência.
a) Se um trabalhador segurado tiver recebido, no mês de dezembro de 2009, o valor de R$
1.220,00 a título de décimo terceiro salário (gratificação natalina), então esse valor integrará o
salário de contribuição desse segurado, em seu valor bruto, sem compensação de eventuais
adiantamentos pagos.
b) Considere que Roberto seja titular de firma individual que atua na área de desenvolvimento
de websites corporativos e que, nessa condição, preste serviços a diversas pessoas jurídicas,
recebendo, por cada trabalho, o valor de R$ 1.500,00. Considere, ainda, que, no mês de janeiro
de 2010, Roberto tenha prestado serviços a 4 empresas e que tenha recebido à vista por tais
serviços. Nessa situação hipotética, será considerado salário de contribuição a totalidade dos
rendimentos auferidos por Roberto durante o mês de janeiro.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Salário de Contribuição
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c) Se uma empregada doméstica que recebe R$ 600,00 de remuneração mensal faltar ao seu
trabalho, injustificadamente, por quatro dias durante determinado mês, apesar de o emprega-
dor poder descontar os valores referentes às faltas injustificadas de sua remuneração, o valor
do salário de contribuição dessa empregada permanecerá inalterado.
d) A indenização compensatória, correspondente a 40% do montante depositado em sua con-
ta vinculada do FGTS, recebida por trabalhador demitido sem justa causa integra o salário de
contribuição desse trabalhador, observado o limite máximo legalmente previsto.
e) A parcela paga, anualmente, aos empregados de pessoa jurídica a título de participação nos
lucros e resultados da empresa integra o salário de contribuição dos empregados, se for paga
ou creditada em consonância com lei específica.

A gratificação natalina – 13º salário – integra o salário de contribuição, exceto para o cálculo
do salário de benefício, sendo devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da últi-
ma parcela ou na rescisão do contrato de trabalho. A contribuição sobre o 13º salário incide
sobre o valor bruto da gratificação, sem compensação dos adiantamentos pagos, mediante
aplicação, em separado, da tabela de salário de contribuição estabelecida em Portaria do Mi-
nistério da Economia.
b) Errada. O salário de contribuição para o contribuinte individual é a remuneração auferida em
uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês,
observados os limites mínimo e máximo. Portanto, há que ser observado o limite máximo do
salário de contribuição. Perceba que a questão é do ano de 2010, onde o limite máximo do
salário de contribuição era no valor de R$ 3.416,54. Como Roberto prestou serviços a 4 empre-
sas, recebendo em cada empresa o valor de R$ 1.500,00, este não poderá contribuir em relação
a totalidade da remuneração (R$ 6.000,00), mas apenas em relação ao limite máximo citado.
c) Errada. Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no
curso do mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efe-
tivo, na forma estabelecida em regulamento. Portanto, o salário de contribuição será alterado
na proporção dos dias faltantes (dias que serão devidamente descontados), uma vez que o
salário de contribuição é proporcional ao número de dias de trabalho efetivo.
d) Errada. A indenização compensatória, correspondente a 40% do montante depositado em
sua conta vinculada do FGTS, recebida por trabalhador demitido sem justa causa, por ter na-
tureza indenizatória, é parcela não integrante do salário de contribuição desse trabalhador.
Portanto, não sofre a incidência de contribuição previdenciária.
e) Errada. A participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa é uma conquista
social que, assim como a alimentação e o vale-transporte, deve ser paga ou creditada de acor-
do com a lei específica. A lei que regulamenta essa conquista social é a Lei n. 10.101/2000.
Dessa forma, uma vez paga ou creditada em consonância com a citada lei, esta é considerada
uma parcela não integrante do salário de contribuição, não sofrendo, por consequência, a inci-
dência de contribuição previdenciária.
Letra a.

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Salário de Contribuição
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023. (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2009) Os planos de benefícios das entidades


fechadas podem, como regra geral, ser oferecidos a alguns ou a todos os empregados dos
patrocinadores e, em qualquer hipótese, o valor da contribuição efetivamente pago pelo pa-
trocinador, destinado ao programa de previdência complementar, não integrará o salário de
contribuição do empregado, para efeito de incidência de contribuição para a seguridade social.

O plano de previdência privada é outra conquista do trabalhador, a qual, para que seja consi-
derada parcela não integrante do salário de contribuição, deve ser extensiva a todos. Portanto,
caso o plano seja oferecido apenas a alguns empregados do patrocinados, o valor pago por
este destinado ao programa de previdência complementar é considerado parcela integrante do
salário de contribuição, havendo, por consequência, a incidência de contribuição previdenciária.
Errado.

024. (CESPE/INSS/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL/2008) Pedro trabalha em empresa que,


anualmente, paga a seus empregados participação nos lucros, de acordo com lei específica.
Em fevereiro de 2008, Pedro recebeu, por participação nos lucros de sua empresa referentes
ao ano que passou, o equivalente a 10% de sua remuneração no mês de dezembro de 2007,
incluindo 13º salário e férias. Nessa situação, o montante recebido a título de participação nos
lucros integrará a base de cálculo do salário de contribuição de Pedro, deduzidos os valores
referentes a 13º salário e férias.

A participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa é uma conquista social


que, assim como a alimentação e o vale-transporte, deve ser paga ou creditada de acordo com
a lei específica. A lei que regulamenta essa conquista social é a Lei n. 10.101/2000. Dessa
forma, uma vez que a empresa pagou a participação nos lucros em conformidade com a lei,
esta é considerada uma parcela não integrante do salário de contribuição, não sofrendo, por
consequência, a incidência de contribuição previdenciária.
Errado.

025. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2008) Maria, segurada empregada da


previdência social, encontra-se afastada de suas atividades profissionais devido ao nascimen-
to de seu filho, mas recebe salário-maternidade. Nessa situação, apesar de ser um benefício
previdenciário, o salário-maternidade que Maria recebe é considerado salário de contribuição
para efeito de incidência.

Apesar de ser um benefício previdenciário, o salário-maternidade é parcela integrante do sa-


lário de contribuição, havendo, portanto, a incidência de contribuição previdenciária. Cumpre
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Salário de Contribuição
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informar que, recentemente, o STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei Or-


gânica da Seguridade Social (Lei n. 8.212/1991) que instituíam a cobrança da contribuição pre-
videnciária patronal sobre o salário-maternidade. A decisão, por maioria de votos, foi tomada
no Recurso Extraordinário (RE) 576967, com repercussão geral reconhecida (Tema 72). A tese
de repercussão geral fixada foi a seguinte:

É inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador


sobre o salário-maternidade.

Certo.

026. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2008) Luís é vendedor em uma grande


empresa que comercializa eletrodomésticos. A título de incentivo, essa empresa oferece aos
empregados do setor de vendas um plano de previdência privada. Nessa situação, incide con-
tribuição previdenciária sobre os valores pagos, pela empresa, a título de contribuição para a
previdência privada, a Luís.

O plano de previdência privada é outra conquista do trabalhador, a qual, para que seja conside-
rada parcela não integrante do salário de contribuição, deve ser extensiva a todos. Entretanto,
no caso em comento, a empresa oferece apenas aos empregados do setor de vendas. Dessa
forma, o valor é considerado parcela integrante do salário de contribuição, havendo, portanto,
a incidência de contribuição previdenciária.
Certo.

027. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2008) Claudionor recebe da empresa


onde trabalha alguns valores a título de décimo terceiro salário. Nessa situação, os valores
recebidos por Claudionor não são considerados para efeito do cálculo do salário de benefício,
integrando-se apenas o cálculo do salário de contribuição.

Perfeita a afirmativa, pois o 13º salário é parcela integrante do salário de contribuição, salvo
para o cálculo do salário de benefício.
Certo.

028. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL/2008) A empresa em que Maurício traba-


lha paga a ele, a cada mês, um valor referente à participação nos lucros, que é apurado mensal-
mente. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre o valor recebido mensalmente
por Maurício a título de participação nos lucros.

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Salário de Contribuição
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Há incidência de contribuição previdenciária sobre o valor recebido a título de participação nos


lucros, tendo em vista que é vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de
valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em mais de 2 vezes no
mesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 trimestre civil. Como o valor é pago mensalmen-
te, a participação nos lucros é considerada parcela integrante do salário de contribuição. Cum-
pre informar que, recentemente, a Lei n. 10.101/2000 foi alterada pela Lei n. 14.020/2020. Tal
alteração se refere ao pagamento da participação nos lucros ou resultados com inobservância
da mencionada regra da periodicidade, invalidando exclusivamente os pagamentos feitos em
desacordo com a norma. Assim sendo, alterando o entendimento pretérito, que determinava
que o pagamento em desconformidade com a Lei n. 10.101/2000 determinava a incidência
da contribuição previdenciária sobre a totalidade paga da PLR, atualmente, a inobservância
à regra da periodicidade invalida exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo com a
norma, assim entendidos:
• Os pagamentos excedentes ao segundo, feitos a um mesmo empregado, no mesmo ano
civil; e
• Os pagamentos efetuados a um mesmo empregado, em periodicidade inferior a 1 tri-
mestre civil do pagamento anterior.
Certo.

029. (CESPE/IPAJM/ADVOGADO/2006) Pedro trabalhava para a pessoa jurídica Ômega, des-


de janeiro de 2004, e nunca gozou férias. Em 10 de março de 2006, Pedro teve seu contrato
individual de trabalho rescindido, tendo recebido, no ato da homologação da rescisão, o valor
correspondente à gratificação de férias e demais verbas trabalhistas. Nessa situação, com
base na ordenação normativa vigente, o valor das férias indenizadas e seu respectivo adicional
pagos a Pedro não integram o valor do salário de contribuição.

As férias indenizadas e o respectivo adicional constitucional, por terem a natureza indeniza-


tória, são consideradas parcelas não integrantes do salário de contribuição. Portanto, não so-
frem a incidência de contribuição previdenciária.
Certo.

030. (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2004) Não integram o salário de contribuição os


benefícios pagos, na forma da lei, pelo RGPS, salvo o salário-maternidade.

Os benefícios previdenciários são parcelas não integrantes do salário de contribuição, salvo


o salário-maternidade. Portanto, o salário-maternidade é o único benefício previdenciário que

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Salário de Contribuição
Bernardo Machado

sofre a incidência de contribuição previdenciária, sendo considerado parcela integrante do sa-


lário de contribuição. Cumpre informar que, recentemente, o STF declarou a inconstitucionali-
dade de dispositivos da Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei n. 8.212/1991) que instituíam a
cobrança da contribuição previdenciária patronal sobre o salário-maternidade. A decisão, por
maioria de votos, foi tomada no Recurso Extraordinário (RE) 576967, com repercussão geral
reconhecida (Tema 72). A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte:

É inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador


sobre o salário-maternidade.

Certo.

Uma empresa celebrou acordo coletivo de trabalho em que foram estipuladas, entre outras, as
seguintes cláusulas: pagamento de participação nos lucros referente ao exercício de 2002, em
4 parcelas trimestrais, no valor correspondente a R$ 300,00 cada uma, por empregado; paga-
mento mensal de vale-refeição no valor de R$ 120,00 para cada empregado e complementação
do valor do auxílio-doença para os empregados expostos, efetivamente, a riscos ambientais no
ambiente do trabalho.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, relacionados ao salário de
contribuição.

031. (CESPE/INSS/AUDITOR-FISCAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL/2003) O pagamento a títu-


lo de complementação do auxílio-doença não constitui fato gerador da obrigação previdenciá-
ria, haja vista sua evidente natureza assistencial.

A complementação do auxílio-doença é outra conquista do trabalhador, a qual, para que seja


considerada parcela não integrante do salário de contribuição, deve ser extensiva a todos.
Entretanto, no caso em comento, a empresa oferece apenas aos empregados expostos, efeti-
vamente, a agentes nocivos. Dessa forma, o valor é considerado parcela integrante do salário
de contribuição, havendo, portanto, a incidência de contribuição previdenciária.
Errado.

032. (CESPE/INSS/AUDITOR-FISCAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL/2003) A participação nos


lucros é garantia constitucional do trabalhador e, da forma como foi concedida, atende à legis-
lação específica, determinando a não incidência da contribuição previdenciária sobre ela.

Há incidência de contribuição previdenciária sobre o valor recebido a título de participação nos


lucros, tendo em vista que é vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de

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valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em mais de 2 vezes no


mesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 trimestre civil. Portanto, uma vez que o valor da
participação nos lucros foi pago em 4 parcelas trimestrais, ou seja, em desconformidade com
a lei, esta é considerada parcela integrante do salário de contribuição. Cumpre informar que,
recentemente, a Lei n. 10.101/2000 foi alterada pela Lei n. 14.020/2020. Tal alteração se refere
ao pagamento da participação nos lucros ou resultados com inobservância da mencionada
regra da periodicidade, invalidando exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo com
a norma. Assim sendo, alterando o entendimento pretérito, que determinava que o pagamento
em desconformidade com a Lei n. 10.101/2000 determinava a incidência da contribuição previ-
denciária sobre a totalidade paga da PLR, atualmente, a inobservância à regra da periodicidade
invalida exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo com a norma, assim entendidos:
• Os pagamentos excedentes ao segundo, feitos a um mesmo empregado, no mesmo
ano civil; e
• Os pagamentos efetuados a um mesmo empregado, em periodicidade inferior a 1 tri-
mestre civil do pagamento anterior.
Errado.

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GABARITO
5. C 15. C 25. C
6. E 16. E 26. C
7. C 17. E 27. C
8. C 18. E 28. C
9. C 19. E 29. C
10. E 20. c 30. C
11. E 21. E 31. E
12. E 22. a 32. E
13. C 23. E
14. E 24. E

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Auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil. Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), bacharel em Direito pela Universidade Cândido Mendes (Ucam) e pós-
graduado em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Professor de Direito Previdenciário em
cursos preparatórios para concurso público.

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