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PREVIDENCIÁRIO
Salário de Contribuição
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Livro Eletrônico
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Salário de Contribuição
Sumário
Bernardo Machado
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Salário de Contribuição.................................................................................................................. 4
1. Salário de Contribuição. . ............................................................................................................. 4
1.1. Introdução................................................................................................................................... 4
1.2. Conceito...................................................................................................................................... 4
1.3. Proporcionalidade. . ................................................................................................................... 8
1.4. Limites Mínimo e Máximo do Salário de Contribuição..................................................... 8
1.5. Características das Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição. . ...................... 10
1.6. Parcelas Integrantes do Salário de Contribuição.............................................................12
1.7. Parcelas Não Integrantes do Salário de Contribuição.....................................................16
1.8. Observações Finais.. ............................................................................................................... 32
Resumo............................................................................................................................................. 35
Questões de Concurso.................................................................................................................. 37
Gabarito............................................................................................................................................ 50
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Salário de Contribuição
Bernardo Machado
Apresentação
Querido(a) aluno(a)! Na aula de hoje, estuda-se o tema salário de contribuição. Assunto
já inicialmente abordado quando foi estudado o tema financiamento da seguridade social, na
presente aula estuda-se com detalhes quais são as parcelas integrantes e não integrantes do
salário de contribuição. O salário de contribuição é um tema de suma importância para qual-
quer prova de Direito Previdenciário, devendo ser dada uma atenção especial em relação a
esse tema, sendo frequentemente abordado pelas bancas examinadoras de concurso público.
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Salário de Contribuição
Bernardo Machado
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO
1. Salário de Contribuição
1.1. Introdução
Para iniciar o estudo em relação ao tema salário de contribuição, é necessário diferenciar
dois conceitos em relação a dois aspectos: salário de contribuição e remuneração como fato
gerador da contribuição previdenciária e salário de contribuição e remuneração como base de
cálculo da contribuição previdenciária.
Quando se menciona fato gerador (fato que o legislador vincula o nascimento da obriga-
ção tributária de pagar um tributo determinado), os dois conceitos se confundem. Ou seja, o
fato gerador da obrigação previdenciária são as parcelas de natureza remuneratórias que são
pagas (pela empresa)/recebidas (pelos segurados). Quando se define salário de contribuição,
tal definição nada mais é do que a remuneração que os segurados recebem das empresas.
Quando se menciona base de cálculo (numerário sobre o qual incide a alíquota da contri-
buição previdenciária), os dois conceitos são completamente distintos.
O salário de contribuição é a base de cálculo de contribuição dos segurados e do emprega-
dor doméstico. Tal base de cálculo possui limite que, atualmente, é de R$ 6.433,57. Nenhum
segurado ou empregador doméstico poderá versar contribuições além do limite mencionado.
Já a remuneração é a base de cálculo de contribuição das empresas. Tal base de cálculo
não possui limite.
Imagine, portanto, uma empresa que contrata um segurado empregado e pague para ele
uma remuneração no valor de R$ 10.000,00.
A contribuição da empresa irá incidir sobre os R$ 10.000,00, tendo em vista que a base de
cálculo da empresa é a remuneração paga, a qual não tem limite.
Entretanto, o segurado empregado será descontado em 11,69% sobre R$ 6.433,57, tendo
em vista que a base de cálculo do segurado é o seu salário de contribuição, a qual tem limite.
Assim, a empresa terá o ônus de R$ 12.000,00, ou seja, R$ 10.000,00 que foi o valor pactu-
ado, além de R$ 2.000,00 de contribuição patronal em relação à remuneração paga.
Já o segurado irá receber da empresa o valor de R$ 10.000,00, descontando o valor de
11,69% sobre R$ 6.433,57.
1.2. Conceito
O art. 28 da Lei n. 8.212/1991 trata do salário de contribuição.
Para cada segurado, existe um conceito de salário de contribuição, o qual passaremos
a estudar.
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Para o segurado empregado e para o trabalhador avulso, entende-se por salário de contri-
buição: “a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos
rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retri-
buir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob
a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços,
nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou
sentença normativa”.
Assim, estuda-se um caso prático para que você visualize esse conceito.
Exemplo: imagine João, professor, que ministra aulas de matemática em 3 escolas diferentes
(escola A, B e C), sendo segurado empregado do RGPS, auferindo uma remuneração mensal
de R$ 1.500,00 em cada uma delas. Pergunta: qual será o salário de contribuição de João no
mês? Resposta: R$ 4.500,00, tendo em vista que o seu salário de contribuição é a remuneração
auferida em uma ou mais empresas. Portanto, é o somatório das remunerações auferidas.
Dessa forma, cada escola, tendo o conhecimento dos múltiplos vínculos, deverá descontar a
alíquota de 10,70% (alíquota efetiva, conforme tabela progressiva, sobre o valor de R$ 4.500,00)
e não de 7,90% (alíquota efetiva, conforme tabela progressiva, sobre o valor de R$ 1.500,00).
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A remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta
própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo.
Assim, estuda-se um caso prático para que você visualize esse conceito.
Exemplo: imagine Pedro, pintor, que presta serviço para 4 empresas durante um mês, auferindo
uma remuneração de R$ 2.000,00 em cada uma delas. Pergunta: qual será o salário de contri-
buição de João no mês? Resposta: R$ 6.433,57, tendo em vista que o seu salário de contribui-
ção é a remuneração auferida em uma ou mais empresas. Portanto, é o somatório das remu-
nerações auferidas, devendo ser observado o limite máximo que, atualmente, é de R$ 6.433,57.
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Por fim, cabe mencionar que, se o contribuinte individual prestar serviço por conta própria,
o seu salário de contribuição será o valor recebido pelo exercício dessa atividade por conta
própria. Portanto, caso o contribuinte individual receba o valor de R$ 1.500,00, o seu salário de
contribuição será de R$ 1.500,00.
Exemplo: imagine uma diarista prestando serviço por conta própria e recebendo o valor em um
determinado mês de R$ 1.500,00. O salário de contribuição dessa diarista para esse mês será
de R$ 1.500,00.
Para o segurado facultativo, entende-se por salário de contribuição: “o valor por ele decla-
rado, observados os limites mínimo e máximo”.
Assim, se em um determinado mês o segurado facultativo quiser verter a sua contribuição
sobre 1 salário-mínimo, não há problema, tendo em vista que o salário mínimo é o limite míni-
mo do salário de contribuição para o segurado facultativo.
Entretanto, se o segurado facultativo quiser verter a sua contribuição no mês seguinte so-
bre R$ 6.101,06, também não há problema, tendo em vista que o citado valor é o limite máximo
do salário de contribuição de qualquer segurado.
Perceba, portanto, que o segurado facultativo pode contribuir em relação a quanto ele qui-
ser, desde que ele observe os limites mínimo (1 salário-mínimo) e máximo (R$ 6.433,57).
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1.3. Proporcionalidade
O tema proporcionalidade está previsto no art. 28, § 1º, da Lei n. 8.212/1991, que as-
sim dispõe:
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Perceba que o limite mínimo do salário de contribuição dos segurados empregado, emprega-
do doméstico e trabalhador avulso não é o salário-mínimo, mas sim o piso salarial da catego-
ria. Apenas se inexistir o piso é que o limite mínimo será o salário-mínimo.
O piso salarial pode ser o normativo, ou seja, previsto em acordo ou convenção de trabalho,
ou legal, ou seja, previsto na lei.
Portanto, imagine uma empresa que faz um acordo coletivo de trabalho com o sindicato
dos empregados, determinando que uma determinada categoria dos seus empregados tenha
um piso salarial de R$ 1.500,00. Nessa situação, o limite mínimo do salário de contribuição
para esses empregados será de R$ 1.500,00, não sendo observado o salário-mínimo, uma vez
que existe o piso salarial.
Da mesma forma, vários Estados da Federação possuem leis estaduais estipulando pisos
para diversas categorias profissionais, como é o caso da Lei do Estado do Rio de Janeiro n.
8.315/2019, publicada em Diário Oficial no dia 20/03/2019, cujos efeitos são retroativos, ou
seja, efeitos a partir do dia 01/01/2019.
A título de exemplo, a citada lei estadual determina que os empregados domésticos do
Estado do Rio de Janeiro, a partir de 01/01/2019, possuem um piso salarial de R$ 1.238,11. Tal
piso deverá ser observado, sendo um piso salarial estipulado pela lei.
Já o limite mínimo do salário de contribuição para os segurados contribuinte individual e
facultativo corresponde ao salário-mínimo.
O limite máximo do salário de contribuição é o mesmo para todos os segurados, sendo
estipulado por meio de uma Portaria do Ministério da Economia publicada sempre que ocorrer
alteração do valor dos benefícios previdenciários. Tal alteração ocorre sempre que o salário-
-mínimo é alterado. Atualmente, o limite máximo do salário de contribuição é de R$ 6.433,57.
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Exemplo: imagine, portanto, um empregado de uma empresa que recebe uma gratificação trie-
nal (gratificação por tempo de serviço). Ou seja, a cada 3 anos de trabalho na empresa, o segu-
rado terá direito a essa gratificação. Uma vez que existe a previsibilidade do recebimento, a
parcela recebida tem a natureza de ser habitual.
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Exemplo: imagine uma empresa que contrata uma funcionária e combina com ela o paga-
mento de sua academia no valor de R$ 200,00. Tal empregada recebe da empresa o salário
de R$ 1.500,00. Perceba que, se a empresa não pagasse a sua academia, essa segurada teria
que pegar R$ 200,00 do seu salário e pagar a academia. Assim, essa segurada, indiretamente,
recebe R$ 200,00, sendo esse valor incorporado ao seu patrimônio jurídico.
O pagamento pelo e não para o trabalho se refere a seguinte análise: o pagamento é feito
para a satisfação do segurado ou é necessário para a execução do trabalho? Caso a resposta
seja para a satisfação, o pagamento está sendo feito pelo trabalho. Entretanto, caso o paga-
mento seja necessário a execução do trabalho, o pagamento é feito para o trabalho, não tendo,
portanto, a natureza remuneratória.
Exemplo: imagine uma empresa que necessita dispor para os seus empregados o protetor
auricular (equipamento de proteção individual – EPI), para atenuar a exposição do segurado a
agente nocivo ruído. Tal equipamento é para o trabalho, portanto não tem a natureza remune-
ratória.
Quando for analisar se o pagamento é pelo e não para o trabalho, não busque uma resposta
única. Dependendo da utilidade, o pagamento pode ser considerado pelo em certos momentos
e para em outros.
Imagine um caso prático!
Exemplo: imagine uma empresa que coloca à disposição do seu empregado um carro, tendo
em vista que ele trabalha como representante comercial da empresa, demonstrando e venden-
do seus produtos. Assim, esse empregado sai de sua casa, pega o ônibus, chega à empresa e
busca o carro para utilizá-lo. No final do expediente, o empregado retorna com o carro à empre-
sa, preenche um relatório e busca o seu ônibus para retornar à sua casa.
Perceba que o carro utilizado é para o trabalho (necessário para a execução do trabalho) e
não pelo trabalho (para a satisfação do empregado).
Diferentemente ocorre no caso em que a empresa coloca o carro à disposição do empre-
gado, podendo, o mesmo, inclusive, utilizá-lo após o seu expediente e nos finais de semana.
Assim, durante o expediente de trabalho, o carro é para o trabalho (necessário para a execução
do trabalho), não tendo, portanto, a natureza remuneratória. Já no período após o expediente,
o carro é pelo trabalho (para a sua satisfação), tendo, portanto, a natureza remuneratória.
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Exemplo: imagine uma empresa pagando uma parcela “indenização para beleza”, que nada
mais é do que a academia paga para a sua empregada. Seria realmente uma indenização, ou
seja, a empresa estaria indenizando um dano causado, ou essa parcela nada mais é do que
uma parcela remuneratória com a nomenclatura de indenização? Lógico que não é uma inde-
nização! A empresa pode colocar a nomenclatura que for, pois, se verificar a habitualidade,
integração ao patrimônio e o pagamento pelo e não para o trabalho, trata-se de uma parcela
integrante do salário de contribuição, ou seja, parcela de natureza remuneratória, independente
da nomenclatura utilizada pela empresa.
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Assim sendo, conforme entendimento do STF, por maioria, foi declarada, incidentalmente,
a inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o salário-ma-
ternidade, prevista no artigo 28, § 2º, da Lei 8.212/1991, e a parte final do seu parágrafo
9º, alínea ‘a’, em que se lê “salvo o salário-maternidade”.
A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “É inconstitucional a incidência de con-
tribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário-maternidade”.
Com base na recente decisão exarada pelo STF, foi publicado o Parecer SEI n. 18361/2020/
ME (parecer elaborado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) que entendeu que a ratio
decidendi (razão de decidir) do tema n. 72 não se aplica à contribuição previdenciária devi-
da pela empregada, na medida em que essa exação não foi objeto de julgamento do RE n.
576.967/RJ e possui contornos constitucionais e legais distintos do caso julgado, devendo-se
defender a validade dessa exação em juízo.
Dessa forma, para fins de provas preparatórias para concurso público, deve-se levar o se-
guinte entendimento acerca do salário-maternidade:
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satisfeito a título de terço constitucional de férias”, nos termos do voto do relator e por
maioria, em sessão virtual, realizada de 21 a 28 de agosto de 2020, presidida pelo Minis-
tro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigrá-
ficas. (RE 1.072.485/PR)
Resposta: não, tendo em vista que o valor não entra no cálculo do benefício previdenciário!
Alguns benefícios previdenciários são calculados com base no salário de benefício. O salá-
rio de benefício consiste na média aritmética simples dos salários de contribuição correspon-
dentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da
contribuição, se posterior àquela competência.
Perceba que, quando se calcula o benefício previdenciário, que usa como base de cálculo
o salário de benefício, o 13º salário não entra no cálculo da média.
Cumpre mencionar os entendimentos jurisprudenciais que apenas ratificam a incidência
da contribuição previdenciária sobre o 13º salário, salvo para o cálculo do salário de benefício.
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Feita essa sucinta análise, passa-se a estudar as hipóteses de parcelas não integrantes do
salário de contribuição elencadas no art. 28, § 9º, da Lei n. 8.212/1991.
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Portanto, sobre os valores de aposentadorias, pensões por morte, auxílios por incapacida-
de temporária (antigo auxílio-doença), entre outros, não há a incidência de contribuição pre-
videnciária.
b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei n. 5.929, de
30 de outubro de 1973;
Apenas literalidade.
c) a parcela “in natura” recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Minis-
tério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei n. 6.321, de 14 de abril de 1976;
Entretanto, apesar de a lei e o RPS determinarem a necessidade de que a empresa faça a de-
vida adesão ao PAT, a jurisprudência entende que o pagamento in natura da alimentação não
tem natureza salarial, de modo que não sofre a incidência da contribuição previdenciária, sen-
do o empregador inscrito ou não no PAT.
Cabe frisar que a alimentação não pode ser concedida em dinheiro. Caso a empresa conceda
o valor da alimentação em dinheiro ou deposite o valor da alimentação na conta corrente do
trabalhador, esse valor será considerado parcela integrante do salário de contribuição.
Cabe, portanto, mencionar a Súmula n. 67 do Tribunal Nacional de Uniformização dos Juizados
Especiais Federais, que assim dispõe:
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e) as importâncias:
1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não
optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço-FGTS;
3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT;
4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei n. 5.889, de 8 de junho de 1973;
5. recebidas a título de incentivo à demissão;
6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT;
7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário;
8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada;
9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º da Lei n. 7.238, de 29 de outubro de 1984;
Passa-se a estudar algumas parcelas indenizatórias mencionadas no art. 28, § 9º, “e” da
Lei n. 8.212/1991.
O item “5” menciona o incentivo à demissão. O incentivo à demissão é o conhecido progra-
ma de demissão voluntária, mais conhecido como o PDV.
O incentivo à demissão é considerado uma indenização. Portanto, não é parcela integran-
te do salário de contribuição.
O item “6” menciona o abono de férias. O abono de férias é o período das férias que pode
ser convertido em pecúnia (1/3 das férias que pode ser convertido em dinheiro).
Essa parcela é considerada uma indenização. Portanto, é uma parcela não integrante do
salário de contribuição.
Por fim, o item “7” menciona os ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados
do salário por força de lei.
Ganhos eventuais são valores concedidos por liberalidade pelo empregador, onde não há a
previsibilidade do recebimento. Uma vez que não existe a habitualidade na sua concessão, os
ganhos são considerados parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Já o abono é uma parcela, normalmente, concedida, tendo em vista as perdas inflacioná-
rias. Conforme entendimento jurisprudencial, tem a natureza salarial. Portanto, é parcela inte-
grante do salário de contribuição.
Assim, os abonos apenas serão considerados parcelas não integrantes quando forem ex-
pressamente desvinculados do salário por força de lei.
Em que pese o citado entendimento, atualmente, por meio da Lei n. 13.467/2017, a qual in-
seriu o art. 28, § 9º, “z”, na Lei n. 8.212/1991, qualquer tipo de abono é considerado parcela não
integrante do salário de contribuição. A citada alínea será estudada ainda na presente aula.
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Com base nesses entendimentos jurisprudenciais, foi publicado no Diário Oficial da União
o Ato Declaratório da PGFN n. 04/2016, o qual declara que, reiterando a autorização de dispen-
sa de impugnação judicial decorrente da Súmula AGU n. 60/2011, fica autorizada a dispensa
de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpos-
tos, desde que inexista outro fundamento relevante nas ações fundadas no entendimento de
que não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale-transporte pago em pecúnia,
considerando o caráter indenizatório da verba.
Portanto, nos termos do art. 19, § 4º, da Lei n. 10.522/2002, a RFB não constituirá crédito
tributário em relação a matérias que, em virtude de jurisprudência pacífica do Supremo Tri-
bunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal
Superior Eleitoral, sejam objeto de ato declaratório do Procurador-Geral da Fazenda Nacional,
aprovado pelo Ministro de Estado da Fazenda. Portanto, a partir do citado ato declaratório da
PGFN, o vale-transporte, ainda que pago em pecúnia, é considerado parcela não integrante do
salário de contribuição.
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Tal entendimento já está devidamente positivado, estando previsto no art. 214, § 9º, VI, do
RPS, in verbis:
Entretanto, apesar de a lei e o RPS determinarem a necessidade de que a ajuda de custo re-
cebida em decorrência de mudança do local de trabalho seja paga em parcela única para não
ser considerada parcela integrante do salário de contribuição, a IN RFB n. 971/2009, especifi-
camente no seu art. 58, VII, determina que é parcela não integrante, simplesmente, a ajuda de
custo. Portanto, qualquer ajuda de custo passa a ser considerada parcela não integrante do
salário de contribuição.
Em relação às diárias para viagens, a legislação previdenciária sofreu uma relevante al-
teração no seu texto, modificando, substancialmente, o tratamento dado à citada rubrica. Tal
alteração ocorreu por meio da Lei n. 13.467/2017.
Antes da citada alteração, as diárias para viagens, desde que não excedessem a 50% da
remuneração mensal do empregado, seriam consideradas parcelas ressarcitórias. Portanto,
seriam consideradas parcelas não integrantes do salário de contribuição.
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Resume-se, por meio de um esquema ilustrativo, o tratamento que era dado as diárias para
viagens, antes da recente alteração na legislação previdenciária.
Com a nova redação implementada pela Lei n. 13.467/2017 no art. 28, § 9º, “h”, da Lei n.
8.212/1991, não existe mais a necessidade de análise do percentual das diárias em relação à
remuneração mensal do segurado, uma vez que as diárias, independentemente do percentual
das mesmas em relação à remuneração do segurado, são consideradas parcelas não integran-
tes do salário de contribuição.
A alteração legislativa é louvável, pois, uma vez que efetivamente ocorra a viagem do se-
gurado, o valor realmente não deve sofrer a incidência da contribuição previdenciária, já que
visa apenas ressarcir valores gastos pelo segurado. Portanto, tais valores não visam integrar o
patrimônio do trabalhador, uma das características básicas das parcelas integrantes do salário
de contribuição.
Por fim, cabe explicar a forma que as empresas adotam quando seus empregados viajam
à sua disposição, no intuito de ressarcir os gastos com o deslocamento, estada, alimentação...
Quando o segurado empregado viaja à disposição do empregador, duas sistemáticas po-
dem ser utilizadas.
Ou a empresa utiliza a sistemática de diárias, ou a empresa utilizada a sistemática de des-
pesas de viagens.
Quando a sistemática utilizada pela empresa for a de despesas de viagens, deve ser ve-
rificado se as despesas foram ou não comprovadas. Se as despesas forem comprovadas,
trata-se de uma parcela ressarcitória. Portanto, não integram o salário de contribuição. Já
se as despesas não forem comprovadas, trata-se de uma parcela remuneratória. Portanto,
integram o salário de contribuição.
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Salário de Contribuição
Bernardo Machado
Perceba que o valor não integrou o patrimônio do trabalhador, pois o empregado gastou os
R$ 2.000,00 e foi ressarcido no valor de R$ 2.000,00.
Atualmente, as empresas têm utilizado a sistemática de despesas de viagens por meio da
utilização de cartão corporativo, as quais são devidamente comprovadas por meio da fatura
do cartão.
Veja as citadas diferenças por meio de um esquema ilustrativo.
A lei que regulamenta o estágio é a Lei n. 11.788/2008, que, entre outras exigências, de-
termina a necessidade de celebração termo de compromisso com a instituição de ensino e
o educando, ou a necessidade de se contratar em favor do estagiário seguro contra aciden-
tes pessoais.
Exemplo: imagine uma empresa contratando um estagiário sem celebrar o termo de compro-
misso ou sem contratar um seguro de acidentes pessoais a favor do estagiário.
Nessa situação, estará contratando em desconformidade com a lei, fazendo com que esse
estagiário seja enquadrado como segurado obrigatório do RGPS na qualidade de segurado
empregado.
Nessa situação, a bolsa de complementação educacional de estagiário é considerada par-
cela integrante do salário de contribuição.
Entretanto, o estagiário pode ser contratado em conformidade com a lei.
Nessa situação, o estagiário, caso queira, poderá contribuir para o RGPS como segurado
facultativo, não sendo o valor recebido a título de bolsa de complementação educacional de
estagiário considerado parcela integrante do salário de contribuição.
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j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei
específica;
Não, tendo em vista que a concessão poderá ser feita com base nos resultados da empre-
sa. Resultados são metas a serem atingidas.
Dessa forma, a Lei n. 10.101/2000 estipula as regras para a concessão da participação nos
lucros ou resultados.
A primeira regra estipulada na Lei n. 10.101/2000 é a de que a participação nos lucros ou
resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados.
Tal acordo poderá ser feito por uma comissão paritária escolhida pelas partes, integrada,
também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria, ou por meio de
convenção ou acordo coletivo.
Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas
quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive
mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, perio-
dicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser
considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições:
• Índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa;
• Programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente.
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Salário de Contribuição
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Por fim, a Lei n. 10.101/2000 determina que é vedado o pagamento de qualquer antecipa-
ção ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa
em mais de 2 vezes no mesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 trimestre civil.
Recentemente, a Lei n. 10.101/2000 foi alterada pela Lei n. 14.020/2020. Tal alteração se
refere ao pagamento da participação nos lucros ou resultados com inobservância da mencio-
nada regra da periodicidade, invalidando exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo
com a norma.
Assim sendo, alterando o entendimento pretérito, que determinava que o pagamento em
desconformidade com a Lei n. 10.101/2000 determinava a incidência da contribuição previ-
denciária sobre a totalidade paga da PLR, atualmente, a inobservância à regra da periodicidade
invalida exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo com a norma, assim entendidos:
• Os pagamentos excedentes ao segundo, feitos a um mesmo empregado, no mesmo ano
civil; e
• Os pagamentos efetuados a um mesmo empregado, em periodicidade inferior a 1 tri-
mestre civil do pagamento anterior.
Apenas literalidade.
Nessa alínea, cabe apenas ressaltar o exemplo que está sendo dado em relação a valores
pagos para o trabalho (necessários para a execução do trabalho) e não pelo trabalho (para a
satisfação do segurado).
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Salário de Contribuição
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Exemplo: imagine trabalhadores que trabalhem em plataformas de petróleo. Tal atividade exige
transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa. Esses valores, tendo em vista
serem para o trabalho, não são considerados parcelas integrantes do salário de contribuição.
Exemplo: imagine, portanto, um segurado que durante toda a sua vida recebeu um valor equi-
valente a R$ 2.000,00.
Calculando o seu salário de benefício, encontraremos o valor de R$ 2.000,00. Entretanto, o
valor do benefício será 91% x R$ 2.000,00, ou seja, R$ 1.820,00.
Apenas literalidade.
p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previ-
dência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e
dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT;
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Salário de Contribuição
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O valor das contribuições efetivamente pago pela empresa relativo a programa de previ-
dência complementar não é parcela integrante do salário de contribuição, desde que esse
benefício seja extensivo a todos.
Caso o benefício não seja extensivo a todos, será considerado parcela integrante do salá-
rio de contribuição.
q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa
ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos
ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares;
Mais uma recente alteração na legislação previdenciária, a qual foi implementada por meio
da Lei n. 13.467/2017.
Antes da citada alteração, o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou
odontológico, próprio da empresa ou com ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas
com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras
similares era considerado parcela não integrante do salário de contribuição, desde que esse
benefício fosse extensivo a todos.
Portanto, tal concessão não poderia ser fornecida em razão de cargo ou função.
Imagine, portanto, uma empresa que concedia um plano que dava acesso apenas a en-
fermaria para o pessoal que trabalhava diretamente na linha de produção. Além desse plano,
concedia plano que dava direito a quarto para o pessoal da supervisão. Concedia, ainda, plano
que dava acesso a uma rede diferenciada (melhores hospitais) para o pessoal que exercia a
função de gerência. Por fim, concedia plano que dava acesso a atendimento em rede interna-
cional para os diretores.
Dessa forma, a empresa não estava tendo um tratamento equânime (igualitário) entre seus
empregados, fornecendo o plano de saúde em razão de cargo ou função.
Portanto, o benefício concedido era considerado parcela integrante do salário de
contribuição.
Atualmente, isso não ocorre mais. Com a recente alteração na redação do art. 28, § 9º,
“q”, da Lei n. 8.212/1991, não há mais a necessidade que a cobertura abranja a totalidade dos
empregados e dirigentes da empresa.
Conforme preceitua o art. 458, § 5º, da CLT, o valor relativo à assistência prestada por ser-
viço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medica-
mentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e ou-
tras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas,
não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para
efeitos do previsto na alínea q do § 9º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991.
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Nesse inciso, cabe apenas ressaltar o exemplo que está sendo dado em relação a valores
pagos para o trabalho (necessários para a execução do trabalho) e não pelo trabalho (para a
satisfação do segurado).
Tem-se, como exemplo, os EPIs (protetores auriculares para atenuar a exposição ao agen-
te nocivo ruído, ou capacetes e botas na construção civil), além de uniformes necessários a
execução do serviço.
Esses valores, tendo em vista serem para o trabalho, não são considerados parcelas inte-
grantes do salário de contribuição.
Despesa pelo uso de veículo próprio é parcela ressarcitória, desde que as despesas sejam
devidamente comprovadas. Nessa situação, as despesas serão consideradas parcelas não
integrantes do salário de contribuição.
Já, caso as despesas não sejam comprovadas serão consideradas parcelas integrantes
do salário de contribuição.
O reembolso creche deve observar certas regras: limite de idade máximo de 6 anos da
criança e despesas devidamente comprovadas.
Uma vez observadas tais regras, o reembolso creche não é parcela integrante do salário
de contribuição.
Tal entendimento é consolidado na jurisprudência, nos termos do enunciado da Súmula n.
310 do STJ, in verbis:
É importante frisar que o RPS menciona a situação no reembolso babá, tendo a seguinte
redação no art. 214, § 9º, XXIV:
XXIV – o reembolso babá, limitado ao menor salário de contribuição mensal e condicionado à com-
provação do registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social da empregada, do pagamento da
remuneração e do recolhimento da contribuição previdenciária, pago em conformidade com a legis-
lação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança; e
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Perceba que o reembolso babá possui limite de valor (menor salário de contribuição men-
sal), comprovação de registro na CTPS da empregada doméstico, pagamento da remunera-
ção e do recolhimento da contribuição previdenciária e o limite máximo de 6 anos de idade
da criança.
Uma vez observadas tais regras, o reembolso babá não é parcela integrante do salário de
contribuição.
t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empre-
gados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à
educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, e:
não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e
2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não ultra-
passe 5% (cinco por cento) da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente
a uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do salário de contribuição, o que for maior;
O art. 28, § 9º, “t”, da Lei n. 8.212/1991 teve a sua redação alterada pela Lei n. 12.513/2011.
Com base na nova redação, o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que
vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às ativida-
des desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados, nos
termos da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e:
• não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e
• o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente,
não ultrapasse 5% da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspon-
dente a uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do salário de contribuição, o
que for maior.
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Tendo em vista a redação dada pela EC n. 20/1998 ao art. 7º, XXXIII da CF/1988, é proibido
o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 e de qualquer trabalho a menores
de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos.
Portanto, não existe a possibilidade de bolsa de aprendizagem para o menor aprendiz até
os 14 anos, uma vez que só é possível a condição de menor aprendiz a partir dos 14 anos.
Dessa forma, o art. 28, § 9º, “u”, da Lei n. 8.212/1991 não foi recepcionado pela EC n.
20/1998, uma vez que é incompatível materialmente com a redação atual da CF/1988, tendo
sido, por consequência, revogado.
Apenas literalidade.
O vale-cultura é um benefício criado pela Lei n. 12.761/2012, destinado a fornecer aos tra-
balhadores meios para o exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura.
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Salário de Contribuição
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Assim, será disponibilizado aos usuários das empresas beneficiárias, que são as pessoas
jurídicas optantes pelo Programa de Cultura do Trabalhador e autorizadas a distribuir o vale-
-cultura a seus trabalhadores com vínculo empregatício.
Até o exercício de 2017, ano-calendário de 2016, o valor despendido a título de aquisição
do vale-cultura poderá ser deduzido do imposto sobre a renda devido pela pessoa jurídica be-
neficiária tributada com base no lucro real.
Portanto, conforme preceitua o art. 28, § 9º, alínea “y” da Lei n. 8.212/1991, o valor corres-
pondente ao vale-cultura é parcela não integrante do salário de contribuição.
z) os prêmios e os abonos.
Em relação a essa alínea, vale mencionar o disposto no art. 457, § 2º da CLT, in verbis:
§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, ve-
dado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remunera-
ção do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência
de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
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Salário de Contribuição
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aa) os valores recebidos a título de bolsa-atleta, em conformidade com a Lei n. 10.891, de 9 de julho
de 2004.
Tanto o incentivo à demissão quanto o abono de férias (período das férias que pode ser con-
vertido em pecúnia) são parcelas indenizatórias. Portanto, não sofrem a incidência da contri-
buição previdenciária.
Errado.
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Salário de Contribuição
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Por meio da Lei n. 13.137/2015, foi dada uma interpretação acerca do explicado acima,
tendo o legislador determinado, no art. 21, § 14º, da Lei n. 8.212/1991, que os critérios infor-
madores dos valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacio-
nal aos ministros de confissão religiosa, membros de vida consagrada, de congregação ou de
ordem religiosa não são taxativos e sim exemplificativos e que os valores despendidos, ainda
que pagos de forma e montante diferenciados, em pecúnia ou a título de ajuda de custo de
moradia, transporte, formação educacional, vinculados exclusivamente à atividade religiosa
não configuram remuneração direta ou indireta.
A segunda se refere a uma aposentadoria precedida de auxílio-acidente. Para entender tal
caso, há que se fazer uma breve explicação em relação ao auxílio-acidente.
O auxílio-acidente é uma indenização concedida pela previdência social aos segurados
empregados, empregados domésticos, trabalhadores avulsos e segurados especiais em razão
de um acidente de qualquer natureza, o qual resulta em uma sequela definitiva que implique na
redução da capacidade laborativa do segurado.
O início da concessão do auxílio-acidente é o dia seguinte à cessação do auxílio por incapa-
cidade temporária (antigo auxílio-doença). Portanto, antes do recebimento do auxílio-acidente,
o segurado ficará em gozo do auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), para
fins de acompanhamento da consolidação das sequelas e a consequente redução da capaci-
dade laborativa.
Acompanhado por perícias, em uma delas, o segurado é liberado para retornar à atividade.
Entretanto, tendo em vista a sequela definitiva cumulada com a redução da capacidade labo-
rativa, o segurado será indenizado pelo INSS, recebendo, por consequência, o auxílio-acidente.
Perceba que o segurado retornou à atividade, ou seja, voltou a auferir remuneração, e ainda
recebe ao mesmo tempo o auxílio-acidente do INSS.
Assim, conclui-se que o auxílio-acidente não visa substituir a remuneração do segurado,
mesmo porque ele volta a trabalhar. O intuito é apenas complementar a remuneração do segurado,
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tendo em vista a sequela definitiva cumulada com a redução da capacidade laborativa. Portan-
to, o auxílio-acidente pode ser inferior a 1 salário-mínimo.
Visualiza-se o explicado por meio de um esquema ilustrativo.
A pergunta que surge é a seguinte: e quando o segurado se aposentar? Poderá ele cumu-
lar o auxílio-acidente com o valor da aposentadoria, professor?
Não, uma vez que o auxílio-acidente entra no cálculo da aposentadoria “como se fosse”
salário de contribuição.
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RESUMO
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As parcelas não integrantes estão elencadas no art. 28, § 9º, da Lei n. 8.212/1991.
Constituem parcelas não integrantes do salário de contribuição elencadas na Lei n.
8.212/1991:
• i) Benefícios previdenciários, exceto o salário-maternidade;
• ii) Parcelas indenizatórias;
• iii) Parcelas ressarcitórias, quando devidamente comprovadas;
• iv) Conquistas sociais, quando pagas em conformidade com a lei;
• v) Outras conquistas, quando extensivas a todos.
As parcelas não integrantes do salário de contribuição, de forma resumida, podem ser di-
vididas em:
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QUESTÕES DE CONCURSO
005. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Roberto é emprega-
do da empresa XYZ ME há trinta anos e pretende requerer ao INSS, em 1º/10/2018, a conces-
são de aposentadoria por tempo de contribuição.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
O salário de contribuição de Roberto corresponde ao valor de sua remuneração, respeitados
os limites mínimo e máximo desse salário.
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de contribuição irá incidir apenas em relação ao limite máximo, ou seja, em relação ao valor de
R$ 6.433,57.
Errado.
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O conceito de salário de contribuição para o segurado facultativo é o valor por ele declarado,
observados os limites mínimos e máximos.
Errado.
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Tanto o incentivo à demissão, quanto o abono de férias (período das férias que pode ser con-
vertido em pecúnia), são parcelas indenizatórias. Portanto, não sofrem a incidência da contri-
buição previdenciária.
Errado.
Certo.
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Conforme determina o art. 201, § 11º, da CF/1988, os ganhos habituais do empregado, a qual-
quer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conse-
quente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. Em relação ao vale-transporte,
este é uma conquista social do trabalhador, devendo ser pago em conformidade com a lei.
Caso o vale-transporte seja concedido em conformidade com a lei, será considerado parcela
não integrante do salário de contribuição, não sofrendo, por consequência, a incidência de con-
tribuição previdenciária. A lei que regulamenta a concessão do vale-transporte não permite o
pagamento em pecúnia. Portanto, em tese, por ser pago em pecúnia, contrariando o disposto
na lei, e, ainda, por ser um ganho habitual, este deveria ser considerado parcela integrante do
salário de contribuição. Entretanto, conforme os mais recentes entendimentos jurispruden-
ciais, o vale-transporte quando pago em pecúnia é considerado parcela não integrante do salá-
rio de contribuição, tendo em vista o seu caráter indenizatório, não sofrendo, por consequência,
a incidência de contribuição previdenciária. Tal entendimento já está devidamente positivado,
estando previsto no art. 214, § 9º, VI, do RPS.
Errado.
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c) Se uma empregada doméstica que recebe R$ 600,00 de remuneração mensal faltar ao seu
trabalho, injustificadamente, por quatro dias durante determinado mês, apesar de o emprega-
dor poder descontar os valores referentes às faltas injustificadas de sua remuneração, o valor
do salário de contribuição dessa empregada permanecerá inalterado.
d) A indenização compensatória, correspondente a 40% do montante depositado em sua con-
ta vinculada do FGTS, recebida por trabalhador demitido sem justa causa integra o salário de
contribuição desse trabalhador, observado o limite máximo legalmente previsto.
e) A parcela paga, anualmente, aos empregados de pessoa jurídica a título de participação nos
lucros e resultados da empresa integra o salário de contribuição dos empregados, se for paga
ou creditada em consonância com lei específica.
A gratificação natalina – 13º salário – integra o salário de contribuição, exceto para o cálculo
do salário de benefício, sendo devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da últi-
ma parcela ou na rescisão do contrato de trabalho. A contribuição sobre o 13º salário incide
sobre o valor bruto da gratificação, sem compensação dos adiantamentos pagos, mediante
aplicação, em separado, da tabela de salário de contribuição estabelecida em Portaria do Mi-
nistério da Economia.
b) Errada. O salário de contribuição para o contribuinte individual é a remuneração auferida em
uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês,
observados os limites mínimo e máximo. Portanto, há que ser observado o limite máximo do
salário de contribuição. Perceba que a questão é do ano de 2010, onde o limite máximo do
salário de contribuição era no valor de R$ 3.416,54. Como Roberto prestou serviços a 4 empre-
sas, recebendo em cada empresa o valor de R$ 1.500,00, este não poderá contribuir em relação
a totalidade da remuneração (R$ 6.000,00), mas apenas em relação ao limite máximo citado.
c) Errada. Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no
curso do mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efe-
tivo, na forma estabelecida em regulamento. Portanto, o salário de contribuição será alterado
na proporção dos dias faltantes (dias que serão devidamente descontados), uma vez que o
salário de contribuição é proporcional ao número de dias de trabalho efetivo.
d) Errada. A indenização compensatória, correspondente a 40% do montante depositado em
sua conta vinculada do FGTS, recebida por trabalhador demitido sem justa causa, por ter na-
tureza indenizatória, é parcela não integrante do salário de contribuição desse trabalhador.
Portanto, não sofre a incidência de contribuição previdenciária.
e) Errada. A participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa é uma conquista
social que, assim como a alimentação e o vale-transporte, deve ser paga ou creditada de acor-
do com a lei específica. A lei que regulamenta essa conquista social é a Lei n. 10.101/2000.
Dessa forma, uma vez paga ou creditada em consonância com a citada lei, esta é considerada
uma parcela não integrante do salário de contribuição, não sofrendo, por consequência, a inci-
dência de contribuição previdenciária.
Letra a.
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Salário de Contribuição
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O plano de previdência privada é outra conquista do trabalhador, a qual, para que seja consi-
derada parcela não integrante do salário de contribuição, deve ser extensiva a todos. Portanto,
caso o plano seja oferecido apenas a alguns empregados do patrocinados, o valor pago por
este destinado ao programa de previdência complementar é considerado parcela integrante do
salário de contribuição, havendo, por consequência, a incidência de contribuição previdenciária.
Errado.
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Certo.
O plano de previdência privada é outra conquista do trabalhador, a qual, para que seja conside-
rada parcela não integrante do salário de contribuição, deve ser extensiva a todos. Entretanto,
no caso em comento, a empresa oferece apenas aos empregados do setor de vendas. Dessa
forma, o valor é considerado parcela integrante do salário de contribuição, havendo, portanto,
a incidência de contribuição previdenciária.
Certo.
Perfeita a afirmativa, pois o 13º salário é parcela integrante do salário de contribuição, salvo
para o cálculo do salário de benefício.
Certo.
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Certo.
Uma empresa celebrou acordo coletivo de trabalho em que foram estipuladas, entre outras, as
seguintes cláusulas: pagamento de participação nos lucros referente ao exercício de 2002, em
4 parcelas trimestrais, no valor correspondente a R$ 300,00 cada uma, por empregado; paga-
mento mensal de vale-refeição no valor de R$ 120,00 para cada empregado e complementação
do valor do auxílio-doença para os empregados expostos, efetivamente, a riscos ambientais no
ambiente do trabalho.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, relacionados ao salário de
contribuição.
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GABARITO
5. C 15. C 25. C
6. E 16. E 26. C
7. C 17. E 27. C
8. C 18. E 28. C
9. C 19. E 29. C
10. E 20. c 30. C
11. E 21. E 31. E
12. E 22. a 32. E
13. C 23. E
14. E 24. E
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Auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil. Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), bacharel em Direito pela Universidade Cândido Mendes (Ucam) e pós-
graduado em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Professor de Direito Previdenciário em
cursos preparatórios para concurso público.
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